Buscar

Pessoa Juridica de Direito Privado

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Pessoa Jurídica de Direito Privado
1) Completar o sistema, também com a base legal, quando possível:
a) capacidade X personalidade: início, exercício e fim;
Pessoa Jurídica de Direito Privado:
* Sílvio Rodrigues, Direito Civil - Parte Geral, p. 90:
“As pessoas jurídicas de direito privado vêm enumeradas no art. 44 do Código Civil. São as sociedades civis, religiosas, pias, morais, científicas ou literárias, as associações de utilidade pública e as fundações, as sociedades mercantis.”
* Sílvio de Salvo Venosa, Direito Civil - Quarta Edição - Parte Geral, p. 268:
“As pessoas jurídicas de direito privado originam-se da vontade individual, propondo-se a realização de interesses e fins privados, em benefício dos próprios instituidores ou de determinadas parcela da coletividade.”
Capacidade:
* Caio Mário da Silva Pereira, Instituições de Direito Civil, p. 267:
“A capacidade das pessoas jurídicas é uma consequência natural e lógica da personalidade que lhes reconhece o ordenamento legal. Se têm aptidão genérica para adquirir direitos e contrair obrigações, obviamente se lhes deve atribuir o poder necessário, e, mais ainda, a aptidão específica para exercê-los.”
* Maria Helena Diniz, Direito Civil Brasileiro - Teoria Geral do Direito Civil, p. 237:
“A capacidade da pessoa jurídica decorre logicamente da personalidade que a ordem jurídica lhe reconhece por ocasião de seu registro. Essa capacidade estende-se a todos os campos do direito...”
- Anotação da aula: “A capacidade da pessoa jurídica é limitada.”
Personalidade:
* Maria Helena Diniz, Direito Civil Brasileiro - Teoria Geral do Direito Civil, p. 234:
“No momento em que se opera a inscrição do contrato ou do estatuto no registro competente, a pessoa jurídica começa a existir, passando a ater aptidão para ser sujeito de direitos e obrigações, a ter capacidade patrimonial, constituindo seu patrimônio, que tem nenhuma relação com os dos sócios, adquirindo vida própria e autônoma, não se confundindo com os dos seus membros, por ser uma nova unidade orgânica...”
Início:
Art. 45, Código Civil:
Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, procedida, quando necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo.
Art. 46, Código Civil.
* Sílvio de Salvo Venosa, Direito Civil - Quarta Edição - Parte Geral, p. 286:
“As pessoas jurídicas de direito privado obedecem a um processo diverso de criação. Há três métodos que podem ser adotados pelo legislador na formação dessa pessoa: o sistema da livre associação, o sistema do reconhecimento e o sistema das disposições normativas.”
* Sílvio de Salvo Venosa, Direito Civil - Oitava Edição - Parte Geral, p. 225:
“No direito privado, o fato que dá origem a pessoa é a vontade humana, sem, a princípio, nenhuma interferência do Estado, exceto quando a autorização estatal é necessária. Antes de qualquer cunho estatal a personalidade desses entes já existe, ainda que em estado potencial...”
- Anotação da aula: “Uma vez que a pessoa jurídica realiza o registro adquire capacidade e personalidade para atos jurídicos... A partir do registro (CNPJ) a pessoa jurídica adquire capacidade e personalidade, diferente da pessoa natural, que as adquire a partir do nascimento com vida.”
Exercício:
Arts. 47 e 48, Código Civil.
* Sílvio de Salvo Venosa, Direito Civil - Quarta Edição - Parte Geral, p. 232:
“Sob o aspecto do exercício dos direitos é que ressalta a diferença com as pessoas naturais. Não podendo a pessoa jurídica agir senão através do homem, denominador comum de todas as coisas do Direito, esse ente corporificado pela norma deve, em cada caso, manifestar-se pela vontade transmitida por alguém...”
- Anotação da aula: “O exercício da pessoa jurídica ocorre mediante representação, quem irá representa-la depende do tipo de sociedade.”
Fim:
* Maria Helena Diniz, Direito Civil Brasileiro - Teoria Geral do Direito Civil, p. 249:
“...a existência das pessoas jurídicas de direito privado finda pela sua dissolução, devidamente averbada no registro onde a pessoa jurídica estiver inscrita (CC, art. 51, 1º), e liquidação. Encerrada a liquidação, promover-se-á o cancelamento da inscrição da pessoa jurídica (CC, art. 51, 3º). A extinção da pessoa jurídica, com o cancelamento do registro, produzirá efeitos ex nunc, mantendo-se os atos negociais por ela praticados até o instante de seu desaparecimento, respeitando-se direitos de terceiro.”
* Sílvio de Salvo Venosa, Direito Civil - Quarta Edição - Parte Geral, p. 274:
“...O término da pessoa natural é fisicamente definido pela morte. O fim da pessoa jurídica também deve ser determinado, pois o problema interessa à própria coletividade.
Caio Mário da Silva Pereira (2006, v. 1:353 ss) distingue três formas de extinção: a convencional, a legal e a administrativa.”
- Anotação da aula: “Também existe a forma de extinção da pessoa jurídica, judicial, como é o caso da falência, terminando com a sua dissolução.”
* Sílvio de Salvo Venosa, Direito Civil - Quarta Edição - Parte Geral, p. 275:
“O desaparecimento da pessoa jurídica não pode, por necessidade material, dar-se instantaneamente, qualquer que seja sua forma de extinção. Havendo patrimônio e débitos, a pessoa jurídica entrará em fase de liquidação, subsistindo tão-só para a realização do ativo e para o pagamento dos débitos, vindo a terminar completamente quando o patrimônio atingir seu destino.”
b) individualização: nome; estado; domicílio; Arts. 75 e 78;
* Maria Helena Diniz, Direito Civil Brasileiro - Teoria Geral do Direito Civil, p. 237:
“...Tem direito à identificação, sendo dotada de uma denominação, de um domicílio e de uma nacionalidade. Logo, tem direito à personalidade, como o direito ao nome, à liberdade, à própria existência e à boa reputação...”
Nome: 
* PELUSO, Cesar. Código Civil comentado: doutrina e jurisprudência. 4ª Ed. Manole, 2010.p. 57
Art. 46. O registro declarará:
I – a denominação, os fins, a sede, o tempo e o fundo social, quando houver;
...
	O registro dá a publicidade necessária acerca da pessoa jurídica e interessa tanto para o relacionamento entre os que a integram como para suas relações com terceiros.
	Os requisitos que devem ser preenchidos dizem respeito à identificação e compreendem: a denominação; a sede, onde a pessoa jurídica centraliza seus negócios e interesses; os fins a que se destina, o que importa na determinação de sua natureza; os recursos de que inicialmente foi dotada para atingir os objetivos. Também devem ser identificados os criadores da entidade.
Estado: 
De acordo com o art. 11 da LINDB (Lei de Introduçao às Normas do Direito Brasileiro), “As organizações destinadas a fins de interesse coletivo, como as sociedades e as fundações, obedecem à lei do Estado em que se constituírem.” Ou seja, o estado é aquele onde se formaram e aonde se encontram, ou seja, sua nacionalidade e/ou estado/município.
Domicílio:
* Maria Helena Diniz, Direito Civil Brasileiro - Teoria Geral do Direito Civil, p. 245:
“As pessoas jurídicas também têm seu domicílio, que é sua sede jurídica, onde os credores podem demandar o cumprimento das obrigações. Como não têm residência, é o local de suas atividades habituais, de seu governo, administração ou direção, ou, ainda, o determinado no ato constitutivo.”
- Anotação da aula: “O determinado no ato constitutivo é o domicílio especial”
* Maria Helena Diniz, Direito Civil Brasileiro - Teoria Geral do Direito Civil, p. 247:
“As pessoas jurídicas de direito privado têm por domicílio o lugar onde funcionarem sua diretoria e administração ou onde elegerem domicílio especial nos seus estatutos ou atos constitutivos (CC, art. 75, IV), devidamente registrados...” 
c) direitos de personalidade; Art. 52 - frisando Honra; subjetiva e objetiva. 
Para o jurista italiano Adriano de Cupis a honra é a dignidade pessoal refletida na consideração dos outros (honra objetiva) e no sentimento da própria pessoa (honra subjetiva). Apessoa jurídica também pode ser objeto de ofensa ao direito á honra, pois poderá ter sua reputação maculada, ainda que esta não possua o sentimento da própria dignidade.
“O art. 52 do atual Código assevera que se "aplica às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos da personalidade". De fato, a jurisprudência e a doutrina já se posicionaram no sentido de que a pessoa jurídica pode ser passível de dano moral de caráter objetivo..” Caso haja ofensa a sua honra.
* Sílvio de Salvo Venosa, Direito Civil - Quarta Edição - Parte Geral, p. 268
* Tepedino, Gustavo. A parte geral do novo código civil:estudos na perspectiva civil- constitucional. 2.ed. ver. e atual. – Rio de Janeiro: Renovar, 2003.pág. 55, 56 e 57.
 ... O ordenamento jurídico brasileiro já reconhecia hipóteses de proteção de direito da personalidade jurídica, em especial em casos referentes à imagem e à honra. No voto do Ministro relator Ruy Rosado de Aguiar, está presente uma fundamentação que separa a honra subjetiva da objetiva, compartimentalizando as possibilidades de ofensa às pessoas jurídicas somente para essa última:
“Quando se trata de pessoa jurídica, o tema da ofensa à honra propõe uma distinção inicial: a honra subjetiva, inerente à pessoa física, que está no psiquismo de cada um e pode ser ofendida com atos que atinjam a sua dignidade, respeito próprio, auto-estima etc., causadores de dor, humilhação, vexame; a honra subjetiva, externa ao sujeito, que consiste no respeito, admiração, apreço, consideração que os outros dispensam à pessoa. Por isso se diz ser a injúria uma ataque à honra subjetiva, à dignidade da pessoa, enquanto que a difamação é ofensa à reputação que o ofendido goza no âmbito social onde vive. A pessoa jurídica, criação da ordem legal, não tem capacidade de sentir emoção e dor, estando por isso desprovida de honra subjetiva e imune à injuria. Pode padecer, porém, de ataque à honra objetiva, pois goza de uma reputação junto a terceiros, possível de ficar abalada por atos que afetem o seu bom nome no mundo civil ou comercial onde atua.” (¹)
	Este entendimento, aliado à súmula 227 do STJ, editada em 8 de setembro de 1999, reflete o entendimento do Tribunal de que “a pessoa jurídica pode sofrer dano moral” e cumpre importante papel na defesa da concorrência e da livre iniciativa, pois a pessoa jurídica corre o evidente perigo de sofrer prejuízos dificilmente estimáveis, em relação de abalo no crédito, enfraquecimento da imagem e outros efeitos de ofensas à sua imagem ou honra. A referência deste prejuízo, porém, é um conjunto de fatores em tudo diferentes do que seriam para a pessoa humana, por refletirem em um complexo de relações patrimoniais voltadas ao lucro e à eficiência, e é dentro deste ambiente que deve ser avaliado. Evidente que há situações mais complexas, onde a pessoa jurídica pode exercer atividades não lucrativas (caso das fundações) ou visar a objetivos relacionados ao interesse comum; tais casos, nos quais eventualmente pode haver ofensa a direitos da personalidade de pessoas físicas, hão de ser devidamente ponderados pelo intérprete. 
(¹) STJ. RESP 60.033-2 (DJ 27.11.1995, p.40893).
- Anotação da aula: “No Código Civil os direitos da personalidade encontram-se enumerados nos arts. 11 ao 21 e caracterizados neste primeiro como intransmissíveis e irrenunciáveis, além de, na doutrina classificarem-se também como inatos, vitalícios, e inalienáveis; O art. 12 remete a proteção desses direitos ante ameaça ou lesão, bem como a reclamação de perdas e danos; Os arts. 13 a 15 dispõem sobre a integridade física; Os arts. 16 a 19 versam sobre o nome; No art. 20 verifica-se sobre a tutela do direito à imagem, que pode ser físico (retrato) ou valor atributivo, assim como o direito a honra, que manifesta-se de forma objetiva (reputação da pessoa) e subjetiva (sentimento pessoal, consciência da própria dignidade); O art. 21 exprime a inviolabilidade da privacidade da pessoa natural (vida particular), compreendendo o direito a intimidade. Com relação a pessoa jurídica o art. 52 remete a proteção desses direitos, nos arts. de 11 a 21, no que couber, especialmente é assegurado o previsto no art. 20, direito a honra, especificamente objetiva, no que tange a relação do dano moral e/ou material, se o mesmo existir.”
2) Dos dois conceitos de pessoa jurídica;
a) comparar os conceitos, indicando as igualdades e diferenças;
Igualdades: conjunto de pessoas ou de bens, personalidade jurídica, aptidão para adquirir e exercer direitos, contrair obrigações.
Diferenças: personalidade pela ordem jurídica, personalidade jurídica própria, atuam na vida jurídica com personalidade diversa da dos indivíduos que as compõem. 
b) elaborar um conceito de pessoa jurídica;
Pessoa jurídica é a entidade constituída de homens ou bens, com vida, direitos, obrigações e patrimônios próprios. São pessoas jurídicas de direito privado as sociedades civis ou comerciais (ou empresariais), as associações, as organizações religiosas e os partidos políticos (art. 44 CC), as fundações privadas e as entidades estatais, representadas, estas, pelas empresas públicas e as sociedades de economia mista.
Assim, a pessoa jurídica é a unidade de pessoas naturais ou de patrimônios, que visa à consecução de certos fins, reconhecida pela ordem jurídica como sujeito de direitos e obrigações.
3) Explicar a “desconsideração da personalidade” da pessoa jurídica.
- Anotação da aula: “Desconsideração é diferente de despersonalização, mas nas doutrinas de Direito Civil aparecem como se fossem a mesma coisa. Art. 50 Código Civil e art. 28 do Código do Consumidor. Para desconsiderar, (des)personalizar, primeiro é necessário considerar, a personalização decorre do registro, art. 45.”
* Maria Helena Diniz, Direito Civil Brasileiro - Teoria Geral do Direito Civil: p.273
“A teoria da desconsideração da pessoa jurídica foi desenvolvida pelos tribunais norte-americanos, diante desses fatos, e tendo em vista aqueles casos concretos, em que o controlador da sociedade a desviava de suas finalidades, para impedir fraudes mediante o uso da personalidade jurídica, responsabilizando seus membros.” 
* GAGLIANO, Pablo Stolze, FILHO, Rodolfo Pamplona. Novo Curso de Direito Civil. Vol. I – parte geral. 5ª Ed. São Paulo: Saraiva, 2004: p. 213.
“As sociedades, civis ou mercantis, e as associações, estruturalmente consideradas corporações, resultam da união de indivíduos (universitas personarum); as fundações, por sua vez, simples patrimônio vinculado a uma finalidade, decorrem da afetação patrimonial determinada por seu instituidor (universitas bonorum), subsumindo-se, com mais propriedade, na categoria das instituições.”
* PELUSO, Cesar. Código Civil comentado: doutrina e jurisprudência. 4ª Ed. Manole, 2010: p. 60.
“A desconsideração da pessoa jurídica é ato privativo do juiz, que, também, não agirá de ofício, dependendo de iniciativa da parte ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo. A decisão fixará quais relações ou obrigações serão estendidas aos sócios ou administradores, de modo que a pessoa jurídica não se extingue, mas é apenas afastado o véu protetor, para que os bens particulares daqueles respondam pelos atos abusivos ou fraudulentos.”
* GAGLIANO, Pablo Stolze, FILHO, Rodolfo Pamplona. Novo Curso de Direito Civil. Vol. I – parte geral. 5ª Ed. São Paulo: Saraiva, 2004: p. 214.
 “A doutrina da desconsideração da personalidade da pessoa jurídica (disregard of legal entity) ganhou força na década de 50, com a publicação do trabalho de ROLF SERICK, professor da Faculdade de Direito de Heidelberg.”
“Com fulcro em sua teoria, pretendeu-se justificar a superação da personalidade jurídica da sociedade em caso de abuso, permitindo-se o reconhecimento da responsabilidade ilimitada dos sócios. O seu pensamento causou forte influência na Itália e na Espanha.”
“Segundo a doutrina clássica, o precedente jurisprudencial que permitiu o desenvolvimento da teoria ocorreu na Inglaterra, em 1897.”
Trata-se do famoso caso Salomon v. Salomon & Co.
Seguindo umalinha objetivista, FÁBIO KONDER COMPARATO afirma que a “desconsideração da personalidade jurídica é operada como conseqüência de um desvio de função, ou disfunção, resultando, sem dúvida, as mais das vezes, de abuso ou fraude, mas que nem sempre constitui um ato ilícito”. Aliás, assevera o mesmo autor: “... uma larga corrente teórica e jurisprudencial tem procurado justificar esse efeito de afastamento de personalidade com as noções de abuso de direito e de fraude à lei. A explicação não nos parece inteiramente aceitável. Ela deixa de lado os casos em que a ineficácia da separação patrimonial ocorre em beneficio do controlador, sem qualquer abuso ou fraude, como, por exemplo, na interpretação ampliativa, feita pela jurisprudência brasileira, da norma constante do art. 8º, alínea e, do Decreto n. 24150, de 1934, de modo a permitir a retomada do imóvel, na locação de prédio de fundo de comércio, pela sociedade cujo controlador é o proprietário do prédio.” 
“O afastamento da personalidade deve ser temporário e tópico, perdurando, apenas no caso concreto, até que os credores se satisfaçam no patrimônio pessoal dos sócios infratores, verdadeiros responsáveis pelos ilícitos praticados. Ressarcidos os prejuízos, sem prejuízo de simultânea responsabilização administrativa e criminal dos envolvidos, a empresa, por força do próprio principio da continuidade, poderá, desde que apresente condições jurídicas e estruturais, voltar a funcionar.”

Continue navegando