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Doenças Exantemáticas na Infância

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Pediatria – Amanda Longo Louzada 
1 DOENÇAS EXANTEMÁTICAS 
SARAMPO: 
ETIOLOGIA: 
 Morbilivírus, família Paramoxyviridae 
TRANSMISSÃO: 
 Aerossóis e gotículas de secreção respiratória 
 A transmissão por aerossol não precisa ter 
contato face a face 
 4 dias antes até 6 dias após início do rash 
INCUBAÇÃO: 
 8 a 12 dias 
QUADRO CLÍNICO: 
 Fase Prodrômica: 
 Febre, tosse, coriza, conjuntivite e fotofobia 
 Manchas de Koplik (lesões branco-
acinzentadas ou branco-azuladas que vão 
estar na mucosa oral) é um achado 
patognomônico 
 
 Fase Exantemática: 
 Exantema maculopapular morbiliforme 
 Início retroauricular com progressão crânio-
caudal 
 
 Fase de Convalescência: descamação 
furfurácea 
COMPLICAÇÕES: 
 Respiratórias: 
 Otite Média Aguda: complicação bacteriana 
mais comum 
 Pneumonia: principal causa de morte 
 Pneumonia bacteriana ou pneumonia de 
células gigantes 
 Neurológicas: 
 Encefalite 
 Panencefalite Esclorosante Subaguda 
 Outras: Diarreia 
CONDUTA: 
 Avaliação laboratorial: sorologia e isolamento 
viral 
 Notificação compulsória e imediata 
 Tratamento: Vitamina A 
 Profilaxia Pós-contato: 
 Indicada apenas para indivíduos suscetíveis, 
pode ser feita para criança com 6 a 11 meses, 
mas não é considerada como dose de rotina 
 Vacina: deve ser feita até 3 dias após o contato 
 Preferencialmente dentro de 24 horas 
 Imunoglobulina Padrão: 
 Até seis dias após o contato 
 Grávidas, imunodeprimidos e menores de 6 
meses 
RUBÉOLA: 
ETIOLOGIA: 
 Rubivirus, família Togaviridae 
TRANSMISSÃO: 
 Por gotículas 
 5 dias antes até 6 dias após início do rash 
INCUBAÇÃO: 
 14 a 21 dias 
QUADRO CLÍNICO: 
 Fase Prodrômica: 
 Febre baixa, mal-estar, anorexia, mialgias, dor 
de garganta e hiperemia conjuntival 
 Adenomegalias: retroauricular, occipital e 
cervical 
 Fase Exantemática: 
 Manchas de Forchheimer: lesões róseas no 
palato do paciente 
 
Pediatria – Amanda Longo Louzada 
2 DOENÇAS EXANTEMÁTICAS 
 Exantema maculopapular róseo 
COMPLICAÇÕES: 
 Trombocitopenia 
 Artrite 
 Síndrome da Rubéola Congênita 
EXANTEMA SÚBITO\ROSÉOLA 
INFANTIL\QUINTA DOENÇA: 
ETIOLOGIA: 
 Herpesvírus humano tipo 6 (ou 7); FAM. 
Herpesviridae. 
EPIDEMIOLOGIA: 
 Típica de lactentes 
TRANSMISSÃO: 
 Saliva de portadores crônicos assintomáticos 
INCUBAÇÃO: 
 Difícil de precisar 
QUADRO CLÍNICO: 
 Fase Prodrômica: 
 Febre alta, que desaparece em crise, dura de 3 
a 5 dias 
 Manifestações inespecíficas 
 Febre Exantemática: 
 Exantema maculopapular após o pico febril 
 Inicia no tronco, e migra para a periferia, ou 
seja, tem uma progressão centrífuga 
COMPLICAÇÕES: 
 Crise febril que leva a convulsão 
ERITEMA INFECCIOSO: 
 Muito frequente nas provas 
ETIOLOGIA: 
 Parvovírus B19, Erytrovírus 
TRANSMISSÃO: 
 Por gotículas 
 Na fase exantemática não há transmissão 
PERÍODO DE INCUBAÇÃO: 
 16 dias 
 
FISIOPATOLOGIA: 
 Ataca os eritrócitos que estão na medula, pois 
para se multiplicar necessita do núcleo, e essas 
células possuem núcleo apenas na medula 
QUADRO CLÍNICO: 
 Fase Prodrômica: inespecífica ou inexistente 
 Fase Exantemática: 
 1ª Fase: eritema malar (face esbofeteada) 
 
 2ª Fase: exantema rendilhado, mais intenso 
nas superfícies extensoras dos membros 
 
 3ª Fase: recidiva do exantema 
 Outras Manifestações: aparece mais em 
crianças com doenças hemolíticas 
 Crise Aplásica Transitória: 
 Acentuação da anemia + reticulocitopenia 
 A criança elimina o vírus, enquanto está com 
a crise aplásica 
VARICELA: 
ETIOLOGIA: 
 Vírus Varicela-zóster 
 
Pediatria – Amanda Longo Louzada 
3 DOENÇAS EXANTEMÁTICAS 
TRANSMISSÃO: 
 Aerossol 
 Transmissível até todas lesões se tornarem 
crosta 
INCUBAÇÃO: 
 10 a 21 dias 
QUADRO CLÍNICO: 
 Fase Prodrômica: sintomas inespecíficos (mal-
estar, adnamia, febre) 
 Essa fase ocorre mais nos adultos, nas 
crianças as primeiras manifestações já são as 
cutâneas 
 Fase Exantemática: 
 Exantema vesicular, com polimorfismo regional 
(no mesmo local da pele, tem lesões com 
características diferentes) 
 
 Progressão centrífuga (com distribuição 
centrípeta) 
 Pode ter uma pústula estéril na evolução 
natural da doença, não sendo uma 
complicação bacteriana secundária 
 Exantema pruriginoso 
COMPLICAÇÕES: 
 Cutâneas: infecção bacteriana secundária 
 É a complicação mais comum 
 Neurológicas: 
 Ataxia cerebelar aguda, complicação 
neurológica mais frequente, que pode coincidir 
com o período do exantema, mas pode 
acontecer depois 
 Nistagmo + alteração da marcha + alteração 
da fala 
 Encefalite, complicação mais rara e grave 
 Outras: 
 Varicela progressiva, ocorre em 
imunodeprimido 
 Síndrome da varicela congênita: ocorre quando 
a gestante tem um quadro de varicela nas 
primeiras 20 semanas 
 Hipoplasia dos membros + lesões cicatriciais 
que acompanham o trajeto de um dermatomo 
CONDUTA: 
 Aciclovir Oral: 
 Indicações: 
 Maiores de 12 anos (maior ou igual a 13 
anos) 
 2º caso no domicílio 
 Doença pulmonar\cutânea 
 Corticoterapia (com dose não 
imunossupressora) 
 Uso crônico de salicilato 
 Deve ser iniciado nas primeiras 48 horas 
 Aciclovir Venoso: 
 Indicações: 
 Varicela progressiva 
 Imunodeprimidos 
 Recém-nascidos 
 Profilaxia Pós-exposição: 
 Vacinação de Bloqueio: 
 Até 5 dias após a exposição (ideal até 3 dias 
após a exposição) 
 Maiores de 9 meses sem contraindicações 
 Ministério da saúde fornece para bloqueio 
hospitalar, creche e escolas (menores de 7 
anos) 
 Imunoglobulina Específica: 
 Deve ser feita até 4 dias após a exposição 
 Indicações: 
 Gestantes 
 Imunodeprimidos 
 RN prematuro: idade gestacional menor que 
28 semanas sempre, e em maiores de 28 
semanas deve ser feito em mãe sem 
varicela 
 RN de mulher com varicela de 5 dias antes 
até 2 dias após parto 
 Menor de 9 meses hospitalizado 
DOENÇA MÃO-PÉ-BOCA: 
ETIOLOGIA: 
 Coxsackie A16 
QUADRO CLÍNICO: 
 Vesículas e úlceras na cavidade oral 
 Exantema maculopapular\vesicular nas mãos, 
pés e nádegas 
Pediatria – Amanda Longo Louzada 
4 DOENÇAS EXANTEMÁTICAS 
 
 Onicomadese: descolamento de parte da unha 
ESCARLATINA: 
ETIOLOGIA: 
 Estreptococo do grupo A – enteroxina pirogênica 
ou toxina eritrogênica 
TRANSMISSÃO: 
 Gotículas 
 Transmissão até 24 horas do início do 
tratamento 
PERÍODO DE INCUBAÇÃO: 
 2 a 5 dias 
QUADRO CLÍNICO: 
 Fase Prodrômica: 
 Faringite estreptocócica 
 Língua em morango ou framboesa 
 
 Fase Exantemática: 
 Exantema micropapular em lixa 
 Início no pescoço 
 Sinal de Filatov: palidez peribucal 
 Sinal de Pastia: acentuação do exantema em 
áreas de pregas 
 
 Descamação nas extremidades 
 
TRATAMENTO: 
 Dipirona + amoxicilina 
MONONUCLEOSE INFECCIOSA\DOENÇA DO 
BEIJO: 
ETIOLOGIA: 
 Vírus epstein-barr 
TRANSMISSÃO: 
 Infectado: transmite na fase aguda e de forma 
intermitente 
INCUBAÇÃO: 
 30 a 50 dias 
QUADRO CLÍNICO: 
 Faringite muito parecida com a estreptocócica 
 Fadiga 
 Febre aguda ou prolongada 
 Linfadenopatia generalizada 
 Esplenomegalia 
 Sinal de Hoagland: edema palpebral 
 Exantema: após o uso de amoxicilina 
COMPLICAÇÕES: 
 Ruptura esplênica 
CONDUTA: 
 Avaliação Laboratorial: 
 Linfocitose com atipia linfocitária 
 Anticorpos heterofilos (maiores de 4 anos) 
 Anticorpo específicos

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