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MÉTODOS E CÁLCULOS EM ENGENHARIA DE AVALIAÇÕES UNIDADE II AVALIAÇÃO DE BENS IMÓVEIS URBANOS Elaboração Blenda Cordeiro Mota Ribeiro Produção Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração SUMÁRIO UNIDADE II AVALIAÇÃO DE BENS IMÓVEIS URBANOS ..................................................................................................................................5 CAPÍTULO 1 MÉTODO COMPARATIVO DIRETO DE DADOS DE MERCADO ..................................................................................... 8 CAPÍTULO 2 MÉTODO INVOLUTIVO ............................................................................................................................................................ 20 CAPÍTULO 3 MÉTODO DA CAPITALIZAÇÃO DA RENDA ..................................................................................................................... 27 CAPÍTULO 4 MÉTODO EVOLUTIVO .............................................................................................................................................................. 31 CAPÍTULO 5 MÉTODOS DE IDENTIFICAÇÃO DO CUSTO ..................................................................................................................... 37 REFERÊNCIAS ...............................................................................................................................................44 5 UNIDADE IIAVALIAÇÃO DE BENS IMÓVEIS URBANOS Esta unidade se destina a estudar os bens imóveis urbanos. Dissecaremos a ABNT NBR 14653 2:2011. Apesar de ter sido confirmada em 2019 (ocasião da atualização da parte 1), a norma demostra necessidade de atualização. Os imóveis urbanos, conforme a ABNT NBR 14653 2:2011, devem ser classificados de acordo com o quadro 9 a seguir. A norma não classifica os imóveis de maneira abrangente. Quadro 9. Classificação dos imóveis urbanos. Classificação Imóveis urbanos Quanto ao uso Residencial, comercial, industrial, institucional ou misto. Quanto ao tipo Terreno (lote ou gleba), apartamento, casa, escritório (sala ou andar corrido), loja, galpão, vaga de garagem, hotéis e motéis, hospitais, escolas, cinemas e teatros, clubes recreativos, prédios industriais ou misto. Quanto ao agrupamento Loteamento, condomínio de casas, prédio de apartamentos, conjunto habitacional (casas, prédios ou mistos), conjunto de salas comerciais, prédio comercial, conjunto de prédios comerciais, conjunto de unidades comerciais ou complexo industrial. Fonte: Adaptado de ABNT NBR 14653 2:2011. As atividades básicas solicitadas na parte 2 confirmam as atividades básicas da parte 1 (vistas na seção 1 do Capítulo 5 da Unidade 1). Acrescentam somente a legislação a consultar (a norma recomenda consultar a legislação disponível nas esferas municipal, estadual e federal, bem como restrições ambientais ou incentivos que possam influenciar no valor do imóvel) e alguns aspectos de vistoria específicos dos imóveis urbanos. Além do que a parte 1 da norma dispõe sobre a vistoria, a parte 2 acrescenta alguns elementos que devem ser observados, conforme o quadro 10 a seguir: 6 UNIDADE II | AVALIAÇÃO DE BENS IMÓVEIS URBANOS Quadro 10. Observações em uma vistoria de imóveis urbanos. Classificação Observações Caracterização da região » Aspectos gerais. » Aspectos físicos. » Uso e ocupação do solo. » Infraestrutura urbana. » Atividades existentes. » Equipamentos comunitários. Caracterização do terreno » Localização. » Utilização atual e vocação. » Aspectos físicos. » Infraestrutura urbana disponível. » Restrições físicas e legais ao aproveitamento. » Sub ou superaproveitamento. Caracterização das edificações e benfeitorias » Aspectos construtivos. » Aspectos arquitetônicos. » Adequação ao uso. » Condições de ocupação. » Patologias aparentes. Edificações e benfeitorias não documentadas » Rever seção de Documentação. Fonte: Adaptado de ABNT NBR 14653 2:2011. Conforme vimos na seção 2 do Capítulo 5 da Unidade 1, os procedimentos metodológicos se dividem por função. » Métodos de identificação do valor de um bem, de seus frutos e direitos: › Método comparativo direto de dados de mercado. › Método involutivo. › Método evolutivo. › Método da capitalização da renda. » Métodos de identificação do custo de um bem: › Método comparativo direto de custo. › Método da quantificação de custo. Nesta unidade, veremos os métodos descritos acima com o acompanhamento de algumas avaliações disponíveis na literatura, para exemplificarmos e compreendermos melhor cada um deles. 7 AVALIAÇÃO DE BENS IMÓVEIS URBANOS | UNIDADE II O Capítulo 1 analisa o método comparativo direto de dados de mercado, o Capítulo 2 analisa o método involutivo, o Capítulo 3 analisa o método evolutivo, o Capítulo 4 fecha os métodos de identificação de valor de um bem com o método de capitalização da renda. Por fim, o Capítulo 5 traz os métodos de identificação do custo de um bem, descrevendo o método comparativo direto de custo e o método da quantificação de custo. Quanto à adoção de procedimentos metodológicos de avaliação de imóveis urbanos, a norma é clara: » Sempre que possível adotar o método comparativo direto de dados de mercado. » Recomenda-se que considerações quanto ao aproveitamento eficiente do imóvel sejam apresentadas. » Para mercados em transição, é recomendável incluir a análise e o diagnóstico da situação do mercado. » Métodos não normalizados devem ser descritos e fundamentados na avaliação. 8 CAPÍTULO 1 MÉTODO COMPARATIVO DIRETO DE DADOS DE MERCADO Fundamentos do método O método comparativo de dados do mercado visa avaliar o valor do mercado do bem por meio do tratamento técnico e da comparação das características dos dados amostrais, com dados semelhantes (ABNT, 2019a). A norma ainda sugere que esse método tenha prioridade para indicar o valor de mercado. Deve-se escolher outro método que melhor se adapte como a análise apenas se o método comparativo não puder ser empregado. O processo comparativo objetiva alcançar um valor de mercado que se aproxime do objeto de avaliação, fundamentando-se em outros casos com objetos parecidos, e que seja irrisório caso haja alguma dessemelhança. Vale ressaltar que é inviável encontrar e trabalhar com todos os objetos (população) presentes no mercado, e assim é necessário que se utilizem amostras. Quanto mais a população estudada for homogênea, mais homogênea será a amostra retirada. No entanto, o que será analisado não será padronizado. Logo, a população será heterogênea, resultando em amostras heterogêneas. Geralmente, o método comparativo de dados do mercado é utilizado para comparar unidades de imóveis semelhantes. O profissional devidamente habilitado produzirá uma pesquisa de mercado, nas diversas plataformas de informação, até mesmo dos imóveis já vendidos na mesma região, para que seja possível fazer um paralelo com o imóvel que será avaliado, dando credibilidade ao trabalho técnico do avaliador. Esse trabalho é realizado para que um valor possa ser atribuído ao imóvel. Quando se fala em valor, deve-se pensar em um preço de acordo com os demais no mesmo local, ou seja, um valor justo. Determinar o valor de mercado de um determinado bem é o mesmo que tomar medidas para que se tenha um preço justo, que será pago por um comprador que pensou e desejou o bem. Para a ABNT NBR 14653 2:2011, o proveito da propriedade vem também de toda a vizinhança e de todo tipo de aproveitamento que o imóvel pode ser usado, segundo a legislação do local onde está inserido. E o valor desse imóvel provém do mercado de imóveis, que cobrará um valor esperável (provável), sendo esse negociado de forma clara e espontânea, em uma determinada data, de acordo com as condições apresentadas pelo mercado (ABNT NBR 14653 1:2019). 9 AVALIAÇÃO DE BENS IMÓVEIS URBANOS | UNIDADE II Esse método é legitimado pela norma brasileira (ABNT NBR14653 2:2011) e pelas demais responsáveis por normalizar e alinhar as avaliações de imóveis, como as normas regionais do IBAPE/SP. Planejamento da pesquisa Tem como finalidade compor uma amostra que represente os dados de mercado de imóveis, sempre utilizando as particularidades mais semelhantes ao objeto da avaliação. Nesse planejamento, é definida a estrutura da pesquisa, em que são selecionadas as variáveis fundamentais para explanar como se chega ao valor e como acontece o relacionamento de variáveis. A estratégia da pesquisa indica o alcance da amostragem, técnicas empregadas em coleta e análise de dados, escolha e como serão utilizadas as informações. Indica, ainda, se a análise será qualitativa ou quantitativa e as ferramentas utilizadas para coletar os dados. Identificação de variáveis do modelo Variável dependente É importante que seja realizado um estudo do comportamento do mercado e os preços (preço total ou unitário, moeda utilizada como padrão e o tipo de pagamento), e a uniformidade das unidades de medida. Variáveis independentes Esse tipo de variável deve ser selecionada de acordo com fundamentos científicos, princípios técnicos e experiências acumuladas. Algumas dessas variáveis selecionadas no planejamento de pesquisa podem mudar durante o trabalho, pois não serão eficientes para esclarecer como se comporta uma variável explicada. As variáveis independentes podem ser representadas pelas particularidades: » Físicas: como área e frente. » Localização: bairro e logradouro. » Econômicas: oferta, época e tipo de negócio. A ABNT NBR 14653 2:2011 aconselha que, sempre que possível, devem se adotar as variáveis quantitativas. Recomenda também que se utilizem as variáveis qualitativas por ordem de prioridade: 10 UNIDADE II | AVALIAÇÃO DE BENS IMÓVEIS URBANOS » Variáveis dicotômicas (assumem somente duas opções e são conhecidas também como binárias, dummies, de estado, zero um e outros termos), com respostas simples como sim ou não. » Variáveis proxy (utilizadas em substituição de outras de difícil mensuração, geralmente obtidas por indicadores já publicados ou inferidas em outros estudos de mercado), como custos unitários básicos, índices econômicos existentes, coeficientes de depreciação, valores de locação praticados na região. » Códigos ajustados (valores extraídos das variáveis qualitativas por meio de modelo de regressão), desde que haja o mínimo de três características. » Códigos alocados (escala lógica ordenada para diferenciar características qualitativas), como atribuir números para classificar informações. Exemplo: 1 casa térrea; 2 apartamento; 3 sobrado. Levantamentos de dados do mercado Todos os componentes que ajudarem na construção do valor devem estar representados e devidamente explicados. O seu agrupamento deve formar uma amostra representativa que deve ser arbitrária e aceitável, empregando todos os indícios possíveis. É imprescindível, para o sucesso do método, que exista um conjunto de todas as informações e que possam ser transformados estatisticamente em uma amostra do mercado. A amostra, para ser capaz de gerar o valor de mercado, tem que fornecer informações atuais, fáceis de identificar, aleatórias, trazida de diferentes e confiáveis redes de informações e ter caracteres influenciadores na formação dos valores (preços de mercado) dos imóveis. Então, essa amostra deve ter a mesma organização e a mesma base que a população que, no caso da avaliação de imóveis, é todo o conjunto de imóveis coletado em determinada localidade. Tratamento de dados Para realizar o tratamento de dados amostrais, de acordo com a qualidade e com a quantidade de dados e informações existentes, empregam-se duas formas: Tratamento por Fatores: usam-se “fatores” para harmonizar os dados de mercado à média e são realizados por intermédio de estatística descritiva. 11 AVALIAÇÃO DE BENS IMÓVEIS URBANOS | UNIDADE II Tratamento Científico: empregam-se equações de regressão que tendem a chegar mais próximas dos valores de mercado. Utilizam estatística inferencial. Tratamento por fatores Nesse tipo de tratamento, as diferenças que possam existir entre os dados do mercado e o bem avaliado são homogeneizadas por fatores estabelecidos e, logo em seguida, realiza se a verificação estatística dos resultados que foram homogeneizados. O tratamento de fatores é usado em casos em que se tem uma amostra pequena e não é possível realizar o tratamento científico. O conjunto de fatores aplicado a cada elemento amostral será considerado como homogeneizante quando, após a aplicação dos respectivos ajustes, verificar se o conjunto de novos valores homogeneizados apresenta menor coeficiente de variação dos dados que o conjunto original. Esses fatores devem representar como o mercado se comporta nos aspectos espaciais e temporais, considerando: “elasticidade de preços, localização, fatores de forma, de padrão construtivo e depreciação” (SPU, 2018, p. 40). Os fatores empregados nesse tipo de tratamento devem ser apresentados frequentemente pelos órgãos regionais, registrados no CREA ou CAU, e devem ser avaliados a cada quatro anos, além de assinalar a região de aplicação. Quando os dados são denominados homogêneos, significa dizer que são simples. Destaca-se que apenas uma característica é suficiente para a realização da análise. Os levantamentos de dados (pesquisas de elementos) buscam por conformidade entre os imóveis que serão avaliados. Faz-se uma seleção rigorosa das informações e das características que serão utilizadas na montagem da valia do bem. Os tratamentos por fatores de homogeneização uniformizam as distinções e utilizam os fatores conceituais (empíricos). Nesse sentido, faz-se a correção dos fatores coletados e selecionados de acordo com a experiência do profissional. A partir da homogeneização, cria-se a base para obter-se um conjunto de dados que serão utilizados para montagem estatística das pesquisas de avaliações, para melhor levantar a natureza do imóvel e precisar o seu valor. O cálculo das benfeitorias faz parte do processo de avaliações, podendo ser detalhado ou resumido. Em casos de benfeitorias recentes, são calculados os coeficientes de depreciação. 12 UNIDADE II | AVALIAÇÃO DE BENS IMÓVEIS URBANOS Nesse contexto de pesquisa, ainda há itens que devem estar devidamente organizados para que se obtenha uma boa avaliação, como: cálculos estatísticos e das benfeitorias, plantas, mapas, croquis, fotografias, anotação de responsabilidade técnica do profissional responsável. A ABNT NBR 14653 2:2011 traz, em seu anexo B, os procedimentos para a utilização de tratamento por fatores. A Secretaria do Patrimônio da União (SPU), em seu Manual de Avaliação de Imóveis, traz uma lista de fatores de homogeneização aplicáveis a cada tipo de imóvel urbano, conforme o quadro 11 a seguir: Quadro 11. Fatores de homogeneização de imóveis urbanos. Fator Terrenos Residências unifamiliares Apartamentos Salas comerciais Lojas Galpões Transposição de local Área Testadas múltiplas Frente ou testada Profundidade Acidentação topográfica Pedologia Restrição legal Projeto Acabamento Depreciação Posição (frente de rua ou interior de galeria) Vitrine Garagem Altura (pé direito) Acesso Fonte: Adaptado de SPU, 2018. 13 AVALIAÇÃO DE BENS IMÓVEIS URBANOS | UNIDADE II Em caso de utilização do tratamento por fatores, é necessário classificar a avaliação em três parâmetros: » Grau de fundamentação. » Enquadramento do laudo. » Grau de precisão. O grau de fundamentação e o grau de precisão são divididos entre grau I, II e III. O grau III é o mais alto e confere status de maior objetividade ao trabalho de avaliação. Caso o trabalho não atinja o grau I, ele não será considerado um laudo de avaliação, mas um parecer técnico. O enquadramento do laudo também é dividido entre grau I, II e III. Cada grau tem uma série de parâmetros mínimos que devem ser atendidos paraclassificação. Grau de fundamentação A tabela 3 da ABNT NBR 14653 2:2011, aqui reproduzida no quadro 12, traz as especificações mínimas para cada grau. Quadro 12. Grau de fundamentação no caso de utilização do tratamento por fatores. Item Descrição Grau III II I 1 Caracterização do imóvel avaliando Completa quanto a todos os fatores analisados Completa quanto aos fatores utilizados no tratamento Adoção de situação paradigma 2 Quantidade mínima de dados de mercado utilizados 12 5 3 3 Identificação dos dados de mercado Apresentação de informações relativas a todas as características dos dados analisadas, com foto e características observadas pelo autor do laudo Apresentação de informações relativas a todas as características dos dados analisadas Apresentação de informações relativas a todas as características dos dados correspondentes aos fatores utilizados 4 Intervalo admissível de ajuste para cada fator e para o conjunto de fatores 0,80 a 1,25 0,50 a 2,00 0,40 a 2,50 ª a No caso de utilização de menos de cinco dados de mercado, o intervalo admissível de ajuste é de 0,80 a 1,25, pois é desejável que, com um número menor de dados de mercado, a amostra seja menos heterogênea. Fonte: Adaptado de ABNT NBR 14653 2:2011. 14 UNIDADE II | AVALIAÇÃO DE BENS IMÓVEIS URBANOS Para uma avaliação atingir o Grau III de fundamentação, ela deve: » apresentar o laudo completo; » identificar completamente os endereços das amostras utilizadas; » identificar as fontes de informação; » adotar valor final coincidente com a estimativa pontual de tendência central. Enquadramento do laudo A tabela 4 da ABNT NBR 14653 2:2011, aqui reproduzida no quadro 13, traz a pontuação mínima para o enquadramento do laudo. Quadro 13. Enquadramento do laudo segundo seu grau de fundamentação no caso de utilização do tratamento por fatores. Graus Pontos mínimos Itens obrigatórios III 10 Itens 2 e 4 no Grau III, com os demais no mínimo no Grau II II 6 Itens 2 e 4 no Grau II, com os demais no mínimo no Grau I I 4 Todos no mínimo no Grau I Fonte: Adaptado de ABNT NBR 14653 2:2011. Para enquadrar o laudo, deve-se considerar a soma de pontos para o conjunto de itens do quadro 12, sendo que o atendimento a cada exigência do Grau I terá 1 ponto; do Grau II, 2 pontos; do Grau III, 3 pontos. Grau de precisão A tabela 5 da ABNT NBR 14653 2:2011, aqui reproduzida no quadro 14, traz as especificações mínimas para classificação do grau de precisão, conforme intervalo de confiança. Quadro 14. Grau de precisão nos casos de utilização de modelos de regressão linear ou do tratamento por fatores. Descrição Grau III II I Amplitude do intervalo de confiança de 80% em torno da estimativa de tendência central £ 30% £ 40% £ 50% Fonte: Adaptado de ABNT NBR 14653 2:2011. Quando a amplitude do intervalo de confiança ultrapassar 50%, não há classificação do resultado quanto à precisão e é necessária justificativa com base no diagnóstico do mercado. 15 AVALIAÇÃO DE BENS IMÓVEIS URBANOS | UNIDADE II Tratamento científico Nesse tipo de tratamento são utilizados recursos da inferência estatística, com o objetivo de modelos para o mercado, principalmente o imobiliário. Eles compõem equações de regressão de acordo com as informações do mercado analisado. A análise por regressão é a estratégia mais usada quando se precisa avaliar a relação de variáveis. A análise por regressão conta com dois modelos: a regressão linear simples e o modelo de regressão múltipla. Esses são os modelos mais comumente utilizados na Engenharia de Avaliações, embora não sejam os únicos. A ABNT NBR 14653 2:2011 traz, em seus anexos A, C, D e E, os procedimentos para a utilização de tratamento científico, sendo, respectivamente, modelos de regressão linear, modelos de regressão espacial, modelos de análise envoltória de dados (envoltória sob dupla ótica) e modelos de redes neurais artificiais. Em caso de utilização do tratamento científico, também é necessário classificar a avaliação em três parâmetros: » Grau de fundamentação. » Enquadramento do laudo. » Grau de precisão. O grau de fundamentação e o grau de precisão são divididos entre grau I, II e III. O grau III é o mais alto e confere status de maior objetividade ao trabalho de avaliação. Caso o trabalho não atinja o grau I, ele não será considerado um laudo de avaliação, mas um parecer técnico. O enquadramento do laudo também é dividido entre grau I, II e III. Cada grau tem uma série de parâmetros mínimos que devem ser atendidos para classificação. Grau de fundamentação A tabela 1 da ABNT NBR 14653 2:2011, aqui reproduzida no quadro 15, traz as especificações mínimas para cada grau. 16 UNIDADE II | AVALIAÇÃO DE BENS IMÓVEIS URBANOS Quadro 15. Grau de fundamentação no caso de utilização de modelos de regressão linear. Item Descrição Grau III II I 1 Caracterização do imóvel avaliando Completa quanto a todas as variáveis analisadas Completa quanto às variáveis utilizadas no modelo Adoção de situação paradigma 2 Quantidade mínima de dados de mercado utilizados 6 (k + 1) a 4 (k + 1) a 3 (k + 1) a 3 Identificação dos dados de mercado Apresentação de informações relativas a todos os dados e variáveis analisados na modelagem, com foto e características observadas pelo autor do laudo Apresentação de informações relativas a todos os dados e variáveis analisados na modelagem Apresentação de informações relativas aos dados e variáveis efetivamente utilizados no modelo 4 Extrapolação Não admitida Admitida para apenas uma variável b Admitida c 5 Nível de significância (somatório do valor das duas caudas) máximo admitido para a rejeição da hipótese nula de cada regressor (teste bicaudal) 10% 20% 30% 6 Nível de significância máximo admitido para a rejeição da hipótese nula do modelo através do teste F de Snedecor 1% 2% 5% a k é o número de variáveis independentes. b Desde que: a) as medidas das características do imóvel avaliando não sejam superiores a 100% do limite amostral superior, nem inferiores à metade do limite amostral inferior; b) o valor estimado não ultrapasse 15% do valor calculado no limite da fronteira amostral, para a referida variável, em módulo c Desde que: a) as medidas das características do imóvel avaliando não sejam superiores a 100% do limite amostral superior, nem inferiores à metade do limite amostral inferior; b) o valor estimado não ultrapasse 20% do valor calculado no limite da fronteira amostral, para as referidas variáveis, de per si e simultaneamente, em módulo. Fonte: Adaptado de ABNT NBR 14653 2:2011. Para uma avaliação atingir o Grau III de fundamentação, ela deve: » apresentar o laudo completo; » apresentar a análise do modelo no laudo, com a verificação da coerência do comportamento da variação das variáveis em relação ao mercado, bem como suas elasticidades em torno do ponto de estimação; » identificar completamente os endereços das amostras utilizadas; » identificar as fontes de informação; 17 AVALIAÇÃO DE BENS IMÓVEIS URBANOS | UNIDADE II » adotar a estimativa de tendência central. Para maiores especificidades, consultar as seções 9.2.1.2 a 9.1.2.5 da ABNT NBR 14653 2:2011. Enquadramento do laudo A tabela 2 da ABNT NBR 14653 2:2011, aqui reproduzida no quadro 16, traz a pontuação mínima para o enquadramento do laudo. Quadro 16. Enquadramento do laudo segundo seu grau de fundamentação no caso de utilização de modelos de regressão linear. Graus Pontos mínimos Itens obrigatórios III 16 Itens 2, 4, 5 e 6 no Grau III, com os demais no mínimo no Grau II II 10 Itens 2, 4, 5 e 6 no Grau II, com os demais no mínimo no Grau I I 6 Todos no mínimo no Grau I Fonte: Adaptado de ABNT NBR 14653 2:2011. Para enquadrar o laudo, deve-se considerar a soma de pontos para o conjunto de itens do quadro 15, sendo que o atendimento a cada exigência do Grau I terá 1 ponto; do Grau II, 2 pontos; do Grau III, 3 pontos. Grau de precisãoO Grau de precisão é igual ao dado no tratamento de fatores. Rever a seção anterior. Confira os conceitos de análise de resíduos, multicolinearidade e outliers: Análise de resíduos: resíduos são as distintas características das amostras, ou seja, o ajuste entre o que foi avaliado e o que foi dado como informação no uso das equações, deixando alguns aspectos sem definição, como a independência, a média zero e a variância constante. Chegando à distribuição normal, que detecta os erros, com modelo de acordo, os resíduos podem concretizar as informações ou demonstrarão uma resposta negativa para aquela amostra. A análise de resíduos é uma das partes mais importantes na justificativa do modelo. Tem o papel de limpar, verificar os erros (verdadeiros) da amostra após a escolha do modelo a ser utilizado e determinam a equação. Para isso, é necessário que os desvios da amostra não sejam nulos. Multicolinearidade: relação entre as variáveis dependentes e independentes. Para tratar as informações com multicolinearidade, é aconselhável que sejam 18 UNIDADE II | AVALIAÇÃO DE BENS IMÓVEIS URBANOS realizadas algumas medidas corretivas. Em situações de avaliação de um imóvel, não é necessário ter cuidado com a multicolinearidade, desde que utilizada a estimativa pontual. Normalmente, a multicolinearidade é provocada pela natureza dos dados, especialmente nas áreas de economia com variáveis que traduzem os valores de mercado. Além disso, esse efeito ainda pode acontecer quando é realizada uma amostragem incorreta. Outliers: os outliers (pontos fora de série) são elementos com comportamento muito diferente dos demais. Os outliers não devem representar mais do que 5% dos dados. Se os outliers são muitos distintos do avaliando, então devem ser removidos. Contudo, se os outliers são mais parecidos com o avaliando do que o restante da amostra, a coleta de dados foi mal-conduzida, e deve-se voltar ao mercado para a busca de um conjunto de dados melhor. Para mais informações, consulte o anexo A da ABNT NBR 14653 2:2011. Campo de arbítrio De acordo com a definição da ABNT NBR 14653 1:2019, o campo de arbítrio é o “intervalo de variação no entorno do estimador pontual adotado na avaliação, dentro do qual pode-se arbitrar o valor do bem, desde que justificado pela existência de características próprias não contempladas no modelo”. O campo de arbítrio corresponde ao intervalo com amplitude de 15 %, para mais e para menos, em torno da estimativa de tendência central utilizada na avaliação. Caso não seja adotado o valor calculado, o profissional avaliador deve justificar sua escolha. Fator de depreciação A depreciação está ligada ao desgaste submetido pela edificação ao logo do tempo, ocasionado por diversos fatores que acaba por diminuir o seu valor econômico. A depreciação pode ser física, funcional, ambiental e econômica. O cálculo da depreciação física pode ser realizado de forma analítica por meio de orçamento necessário à recomposição do imóvel na condição de novo ou por meio da aplicação de coeficiente de depreciação, que leva em conta a idade e o estado de conservação. Esse coeficiente deve ser aplicado sobre o valor depreciável. 19 AVALIAÇÃO DE BENS IMÓVEIS URBANOS | UNIDADE II O fator de depreciação (Fd) ou fator de depreciação física e funcional é o multiplicador que visa a depreciar o imóvel novo para atingir condições semelhantes às do imóvel avaliando. Em termos matemáticos, temos: VD = VN . Fd Sendo: VD = valor depreciado; VN = valor do imóvel novo; Fd = fator de depreciação. É importante ressaltar que a ABNT NBR não utiliza o termo Heidecke em nenhuma das suas normas, mas ressalta que a depreciação (ABNT, 2011, p. 21) deve ser calculada considerando a idade e o estado de conservação do bem. Somente o método de Ross Heidecke considera isso. Heidecke aperfeiçoou o método de Ross e passou a considerar, além da idade do imóvel, seu estado de conservação para encontrar o coeficiente k e, em seguida, encontrar o valor de Fd. O cálculo do método de Ross Heidecke se dá em três etapas: 1. Encontrar a classificação do estado de conservação. 2. Após encontrar a classificação e de posse da idade do imóvel em % da vida útil, se encontra o valor do coeficiente k (estado de conservação). 3. Após encontrar o k, aplica o na fórmula a seguir e encontra o Fd: Fd = { 100 [ k . (1 – r ) ] } / 100 Onde: r = valor residual. 20 CAPÍTULO 2 MÉTODO INVOLUTIVO Fundamentos do método involutivo A ABNT NBR 14653 1:2019 mantém a conceituação do método involutivo, acrescentando somente o esclarecimento do valor de mercado e as condições das premissas especiais: Identifica o valor de mercado do bem, alicerçado no seu aproveitamento eficiente, baseado em modelo de estudo de viabilidade técnico econômica, mediante hipotético empreendimento compatível com as características do bem e com as condições do mercado no qual está inserido, considerando-se cenários viáveis para execução e comercialização do produto. O método involutivo pode identificar o valor de mercado. No caso da utilização de premissas especiais, o resultado é um valor especial. O método é bem aplicado quando não há histórico de negociações de imóveis do mesmo tipo. Em um terreno urbano, o objetivo é analisar a classificação do possível imóvel construído sobre ele, seus custos e possíveis lucros. De acordo com a SPU (2018, p. 52 53), este método é utilizado: [...] toda vez que não existam dados amostrais comparáveis e que o terreno não esteja sendo usado de forma eficiente, como por exemplo: a) lotes urbanos vazios, quando no entorno não há terrenos nas mesmas condições; b) lotes urbanos com apenas uma casa construída, em logradouro já ocupado por edifícios de vários andares; c) glebas situadas em zona urbana ou de expansão urbana ainda não loteadas ou subaproveitadas. Quando a avaliação é feita para uma gleba, a viabilidade do empreendimento (loteamento) é verificada e comparada às informações encontradas de um suposto preço do terreno onde está inserido. Segundo as características determinantes da região, faz-se o projeto de loteamento com tamanhos iguais aos praticados na região. Certifica-se dos totais dos gastos relativos à gleba, então, o valor será formado pela diferença entre o montante dos gastos e a soma do capital das vendas dos lotes. 21 AVALIAÇÃO DE BENS IMÓVEIS URBANOS | UNIDADE II Gleba urbana é uma área de grandes extensões que será utilizada em sua totalidade, subdividida em lotes que, posteriormente, serão urbanizados. A gleba urbana pode ser destinada a uso residencial, comercial, industrial ou misto. Deve-se aproveitar eficientemente o terreno, verificar a relação entre os custos unitários de venda e o preço bruto da gleba e possuir áreas significativas após a divisão do terreno. A regulamentação do parcelamento do solo brasileiro está garantida na Lei Federal n. 6.766/1979. Esta lei passou por revisões em 1999, 2004, 2007, 2010, 2011, 2012, 2017, 2018 e 2019. Além dela, cada município tem a sua própria lei complementar. Vale sempre conferir a legislação federal e a legislação específica da região do bem avaliando. Recomendações da ABNT NBR 14653 2:2011 Vistoria A vistoria deste método, assim como a de todos os outros, deve ser feita de acordo com as especificações do Capítulo 5 da Unidade I. Projeto hipotético Segundo a ABNT NBR 14653 2:2011, todo o aproveitamento do terreno deve ser realizado. Para isso, será necessário ter um levantamento topográfico da área (planimetria e altimetria). É imprescindível, para o avaliador, a formação do projeto. O avaliador deve estar atento à legislação urbanística. As unidades devem estar de acordo com as semelhantes da mesma região e de acordo com plano diretor da região, além da quantidade de lotes que possam ser viáveis. A elaboração do anteprojeto, captando o melhor aproveitamento do terreno, deve estar compatível com as leis municipais. Esse anteprojeto deveser realizado de modo a ser bem aceito pelo público que irá compra-lo e deve apresentar liquidez. O anteprojeto busca afirmar a viabilidade do terreno, definindo hipoteticamente: os valores de preço de venda, custo com a construção, e a noção da área real que será construída. Ademais, tem o objetivo de verificar em que tempo as unidades (o menor possível), após o lançamento, estariam totalmente vendidas, deve-se prever cenários diferentes, favoráveis ou não. 22 UNIDADE II | AVALIAÇÃO DE BENS IMÓVEIS URBANOS Pesquisa de valores Para a pesquisa de valores, é necessário ter como base os valores praticados na região e buscar o preço unitário do lote, para ter ciência de quanto custarão as unidades quando estiverem prontas. Ainda, é importante levar em consideração as características físicas do terreno inicialmente e posteriormente após a implantação do empreendimento. Para tanto, a norma recomenda utilizar os preceitos adotados no método comparativo direto de dados de mercado. Previsão de receitas As despesas e as receitas são comparadas mês a mês. Ao comprar o terreno, também assumimos outras despesas, como impostos, valores para modificação do terreno com infraestrutura, além de oferecer ao empreendedor a margem de lucro esperada ou próxima da esperada. No final, calculamos um lucro bruto do empreendimento, no qual estarão juntos os valores de terreno inicial, os custos e o lucro do incorporador, e mais o fator de comercialização. São deduzidas das vendas as despesas de publicidade, propaganda e corretagem. Não se pode esquecer de incluir na planilha os juros e as taxas de empréstimos mensais, de acordo com a usual do mercado financeiro local. Deve-se levantar um orçamento global com base no anteprojeto, pela área total construída, multiplicando pelo C.U.B (Custo Unitário Básico do Sinduscon) e mais os custos ali não previstos (manutenção), multiplicando pelas verbas de projetos, administração, impostos e lucro da construtora. Posteriormente, somam-se os valores das unidades e, assim, obtém-se o valor do empreendimento pronto, ou seja, todo o tipo de despesas necessárias para a construção, modificação do terreno, lucro obtido e também as despesas de comercialização, de acordo com as taxas fixas ou não. Para entender a margem de risco, é importante elaborar uma planilha contábil de receita e de despesas com os dados de vendas e com o montante de custo de realização da obra. Matematicamente, montou-se uma fórmula para tentar margear os valores dos lotes. VL = VG +DC +DU + L Sendo: 23 AVALIAÇÃO DE BENS IMÓVEIS URBANOS | UNIDADE II VL = Valor de venda dos lotes; VG = Valor de gleba; DC = Despesas de compra; DU = Despesas de urbanização; L = Lucro. Quando as áreas forem de pequeno porte, é descartada a necessidade de formulação matemática financeira como juros, riscos etc. Nesses casos, usa-se: DC = 1,5% x VG = 0,015 x VG L = 10% x VL = 0,10 VL Contudo, sabe-se que o valor de venda dos lotes está diretamente ligado a VL, ao somatório das áreas dos lotes, ao preço médio unitário (que é dependente das características físicas) e ao preço unitário do terreno. Levantamento do custo de produção do projeto hipotético Por meio do orçamento levantado para a obra, é obtida uma média de custos diretos e indiretos a serem gastos para a implantação do empreendimento. Leva-se em conta o preço de compra e de todos os demais custos envolvidos em uma construção, tais como composições de preço de materiais, equipamentos, maquinário, mão de obra, projetos diversos, encargos sociais, taxas, impostos etc. Previsão de despesas adicionais As despesas são colocadas da seguinte forma: » Custos iniciais: compra do imóvel. » Comercialização: gastos envolvidos para realizar um bom relacionamento de venda com o cliente. » Administração do empreendimento: custos fixos, vigilância etc. » Legais: escritura, registros, certidões, impostos, taxas etc. » Indiretas: propaganda, publicidade. 24 UNIDADE II | AVALIAÇÃO DE BENS IMÓVEIS URBANOS A previsão para início da obra e sua conclusão está diretamente ligada à comercialização das unidades. Margem de lucro do incorporador O modelo escolhido é apresentado como uma decisão baseada na economia. Pensando em se obter determinado lucro, pode-se dizer que é utilizada a teoria da decisão, em que os riscos são certos em função de suposições para uma possível implantação comercial do empreendimento. Acreditando na teoria de que quanto maior o investimento, maior será o lucro líquido, ou seja, o valor isento de taxas, encargos ou ônus, assim serão alcançados proventos de maneira legal e com tendência de crescimento. Contudo, não se pode esquecer de que existem outros gastos que podem trazer a queda dos rendimentos. Para margear o lucro líquido faz se, geralmente, uma simulação do fluxo de caixa do empreendimento. Já o lucro líquido que resta das deduções será inferido ainda da margem destinada ao que seria o lucro líquido do incorporador. Após essas deduções, é encontrado o valor do terreno, chamado de valor involutivo do terreno. A norma chama atenção para que a margem de lucro sugerida para modelos estáticos esteja de acordo com o mercado, já as margens com fluxo de caixa estão diretamente ligadas ao risco do empreendimento que será implantado. Prazos De acordo com a norma, o projeto imaginário deve estar de acordo com as características físicas do terreno e sincronizado com os recursos disponíveis, com a tecnologia, inovação do projeto e o mercado imobiliário com suas nuances. Ela destaca também que as negociações das unidades, prontas ou não, estejam em harmonia com a estrutura e com o comportamento e a eficiência do mercado. Taxas Em situações que o uso de modelo dinâmico seja necessário, é aconselhável esclarecer as taxas de juros, de vacância, de empréstimos, de administração, de amortização de hipotecas e de ocupação, além das taxas financeiras e cartoriais. 25 AVALIAÇÃO DE BENS IMÓVEIS URBANOS | UNIDADE II Modelo As avaliações têm como parâmetros três modelos distintos para serem utilizados de acordo com a escolha do profissional habilitado de avaliação. São eles: » Modelo por fluxos de caixas específicos (veremos no próximo capítulo). » Modelo simplificado dinâmico para aplicação (modelo no qual as despesas e receitas são previstas ao longo do tempo, com base em fluxo de caixa). » Modelo estático (modelo que utiliza fórmulas simplificadas e que não leva em conta o tempo de ocorrência das despesas e receitas). Classificação da avaliação Similarmente ao método comparativo direto de dados de mercado, é necessário classificar a avaliação em dois parâmetros: » Grau de fundamentação. » Enquadramento do laudo. O grau de fundamentação é dividido entre grau I, II e III. O grau III é o mais alto e confere status de maior objetividade ao trabalho de avaliação. Caso o trabalho não atinja o grau I, ele não será considerado um laudo de avaliação, mas um parecer técnico. O enquadramento do laudo também é dividido entre grau I, II e III. Cada grau tem uma série de parâmetros mínimos que devem ser atendidos para classificação. Grau de fundamentação A tabela 8 da ABNT NBR 14653 2:2011, aqui reproduzida no quadro 17, traz as especificações mínimas para cada grau. Quadro 17. Grau de fundamentação no caso de utilização do método involutivo. Item Descrição Grau III II I 1 Nível de detalhamento do projeto hipotético Anteprojeto ou projeto básico Estudo preliminar Aproveitamento, ocupação e usos presumidos 2 Preço de venda das unidades do projeto hipotético No mínimo grau II de fundamentação no método comparativo Grau I de fundamentação no método comparativo Estimativa 26 UNIDADE II | AVALIAÇÃO DE BENS IMÓVEIS URBANOS Item Descrição Grau III II I 3 Estimativa dos custos de produção Grau III de fundamentação no método da quantificação do custo Grau II de fundamentação no método da quantificação do custo Grau I defundamentação no método da quantificação do custo 4 Prazos Fundamentados com dados obtidos no mercado Justificados Arbitrados 5 Taxas Fundamentadas com dados obtidos no mercado Justificadas Arbitradas 6 Modelo Dinâmico com fluxo de caixa Dinâmico com equações predefinidas Estático 7 Análise setorial e diagnóstico de mercado De estrutura, conjuntura, tendências e conduta Da conjuntura Sintéticos da conjuntura 8 Cenários Mínimo de 3 2 1 9 Análises de sensibilidade do modelo Simulações com discussão do comportamento do modelo Simulações com identificação das variáveis mais significativas Sem simulação Fonte: Adaptado de ABNT NBR 14653 2:2011. Para uma avaliação atingir o Grau III de fundamentação, ela deve apresentar o laudo completo. Enquadramento do laudo A tabela 9 da ABNT NBR 14653 2:2011, aqui reproduzida no quadro 18, traz a pontuação mínima para o enquadramento do laudo. Quadro 18. Enquadramento do laudo segundo seu grau de fundamentação no caso de utilização do método involutivo. Graus Pontos mínimos Itens obrigatórios III 22 Itens 2, 6, 7 e 8 no Grau III, com os demais no mínimo no Grau II II 13 Itens 2, 6, 7 e 8 no Grau II, com os demais no mínimo no Grau I I 9 Todos no mínimo no Grau I Fonte: Adaptado de ABNT NBR 14653 2:2011. Para enquadrar o laudo, deve-se considerar a soma de pontos para o conjunto de itens do quadro 17, sendo que o atendimento a cada exigência do Grau I terá 1 ponto; do Grau II, 2 pontos; do Grau III, 3 pontos. 27 CAPÍTULO 3 MÉTODO DA CAPITALIZAÇÃO DA RENDA Especificações do método A ABNT NBR 14653 1:2019 mantém a conceituação do método da capitalização da renda, acrescentando somente o esclarecimento do valor de mercado e as condições das premissas especiais: Identifica o valor do bem, com base na capitalização presente da sua renda líquida prevista, considerando se cenários viáveis. O método da capitalização da renda pode identificar o valor de mercado. No caso de utilização de premissas especiais, o resultado é um valor especial. Esse método determina o valor de um bem por meio da valia fixa dele, ou seja, encontra a renda gerada pelo imóvel que pode ser líquida real ou prevista. É importante determinar prazos da capitalização e das taxas eventuais de desconto. Gerando o chamado valor econômico do imóvel, então quaisquer empreendimentos imobiliários, como empresas, espaços, vagas de garagens ou cultura podem ser avaliados por esse método, tendo em vista a viabilidade vigente. Também são avaliadas as seções do imóvel, para determinados bens, por exemplo, uma jazida ou reserva de óleo. Eles não são encontrados à venda no mercado, então, não são recriáveis. Contudo, nem por isso são elementos sem valor. O mercado, nesse tipo de situação, procura quem está disposto a pagar para obter ganhos por meio do possível rendimento do elemento citado, sendo de curto, médio ou longo prazo. No caso de avaliação nessas condições, o método da capitalização da renda se encaixa perfeitamente. Pensando como o mercado de imóvel, o método prevê a renda que será gerada pelo imóvel, durante sua vida útil, dando forma à evidência de seu valor negociável. Existem alguns fatores que devem ser avaliados no método de renda: » O fluxo de caixa futuro decorrente do ativo avaliado. » A duração de tal fluxo de caixa. » O risco do fluxo de caixa. 28 UNIDADE II | AVALIAÇÃO DE BENS IMÓVEIS URBANOS Esses fatores são importantes para avaliar o método da capitalização da renda. O grande problema de empregar o método da renda é reconhecer o fluxo de caixa advindo do ativo analisado. Diversas proposições necessitam ser avaliadas para calcular adequadamente o fluxo de caixa. Dentre elas está: » Tamanho do mercado. » Segmento adequado do mercado. » Existência de crescimento ou não da demanda pelo produto futuramente. » Grau de atuação da empresa no mercado e o valor do produto praticado. Determinando esses elementos é possível obter um fluxo de caixa coerente ao ativo. Após a determinação do fluxo de caixa é necessário subtrair os gastos relacionados à receita. A norma prevê o uso deste método preferencialmente para empreendimentos, conforme será visto no Capítulo 1 da Unidade 4. Caso este método seja utilizado para avaliação de imóveis urbanos, considerando a capacidade de os imóveis gerarem renda (aluguéis, arrendamentos, produção, negócio ou qualquer atividade de obtenção de receitas), ele deve seguir 4 passos fundamentais: 1. Estimar as receitas e despesas. 2. Montar o fluxo de caixa. 3. Estabelecer a taxa mínima de atratividade. 4. Estimar o valor do imóvel. Sempre que sejam utilizados métodos que exigem catalogação de dados financeiros referentes aos custos do bem, as planilhas devem ser anexadas ao laudo. Receitas e despesas A receita bruta resulta da estimativa do valor atual de todas as receitas provenientes da exploração do bem em análise, a serem obtidas ao longo da vida economicamente útil do imóvel. 29 AVALIAÇÃO DE BENS IMÓVEIS URBANOS | UNIDADE II Em contrapartida, durante a vida útil do imóvel ocorrerão despesas operacionais, de manutenção, de impostos, inclusive as de condomínio, caso estas não sejam transferíveis. Fluxo de caixa No modelo chamado fluxo de caixa, as condições de operação real são aparentemente demonstradas, mas não são verdadeiras. A recomendação da estrutura básica do quadro 19 a seguir para montagem do fluxo de caixa está de acordo com a ABNT NBR 14653 4:2002, dentro de um contexto que pode gerar os resultados necessários para o avaliador. Quadro 19. Estrutura básica de fluxo de caixa. 1 Receita líquida 1.1 + 1.2 1.1 Receita bruta 1.2 Deduções da receita bruta 2 Custo direto 2.1 + 2.2 + 2.3 + 2.4 + 2.5 2.1 Custo de mão de obra 2.2 Custo de matéria prima 2.3 Custo de utilidades 2.4 Custo de manutenção 2.5 Custo direto de vendas 3 Resultado Bruto 1 + 2 4 Custo indireto 4.1 + 4.2 + 4.3 + 4.4 4.1 Despesas administrativas 4.2 Despesas com marketing 4.3 Despesas gerais 4.4 Resultado de operações financeiras 5 Resultado operacional 3 + 4 6 Resultado não operacional 6.1 + 6.2 6.1 Receitas não operacionais 6.2 Despesas não operacionais 7 Resultado antes de tributação 5 + 6 8 Deduções da base tributária 8.1 + 8.2 8.1 Depreciação contábil do ativo imobilizado 8.2 Outras deduções da base tributária 9 Lucro tributável 7 + 8 10 Impostos e contribuições 10.1 + 10.2 10.1 Imposto de renda 30 UNIDADE II | AVALIAÇÃO DE BENS IMÓVEIS URBANOS 10.2 Contribuição social sobre o lucro tributável 11 Resultado após a tributação 7 + 10 12 Investimento 12.1 + 12.2 + 12.3 + 12.4 12.1 Implantação 12.2 Ampliação e melhorias 12.3 Reposição/substituição/exaustão 12.4 Necessidade de capital de giro 13 Renda líquida 11 + 12 Fonte: ABNT NBR 14653 4:2002. O fluxo de caixa é composto por um emaranhado de receitas e despesas de um empreendimento, no período específico, em um horizonte que é estipulado segundo a natureza do negócio, características da área, estágio tecnológico, dentre outros. Utilizando-se de cenários favoráveis, a análise de risco faz parte de todo empreendimento e deve ser dimensionada de forma que não reste dúvidas sobre a implantação do negócio. Se essa etapa for negligenciada, pode levar a danos irrecuperáveis para a incorporadora ou para o negociador. O fluxo de caixa é um gerador de valor de um determinado bem, para um determinado investidor (proprietário específico), em um determinado uso específico. É definido como um valor muitas vezes menor que o do mercado, em determinada data, projetado para alguns supostos pagamentos, de acordo com valor relativo do dinheiro no período que está sendo projetado. Taxa mínima de atratividade Esta taxa é estimada em função das oportunidades de investimentos alternativos existentes no mercado de capitais e, também, dos riscos do negócio. Valor do Imóvel O valor máximo estimado para oimóvel é representado pelo valor atual do fluxo de caixa, descontado pela taxa mínima de atratividade. Na definição do Valor de Mercado (Valor Presente Líquido – VPL) será considerado um Cenário Básico projetado para no mínimo 10 (dez) anos. 31 CAPÍTULO 4 MÉTODO EVOLUTIVO Fundamentos do método A ABNT NBR 14653 1:2019 mantém a conceituação do método evolutivo, sem ajustes: Identifica o valor do bem pelo somatório dos valores de seus componentes. Caso a finalidade seja a identificação do valor de mercado, deve ser considerado o fator de comercialização. É capaz de evidenciar o valor de um bem, inserido em determinado mercado, realizando a soma de todos os seus valores e de tudo o que compõe. É eficaz quando não se tem dados amostrais semelhantes ao que está sofrendo avaliação, como galpões, residências de alto padrão etc. Um dos modos de obter o valor do imóvel é por meio da junção de outros métodos, a partir do custo do terreno, levando-se em conta os gastos de reprodução de benfeitorias quando já estiverem depreciadas, e o fator de comercialização caso seja necessário identificar o valor de mercado, por exemplo. Essa escolha vem por conta da falta de informações que levariam ao uso do método comparativo de dados de mercado, quando as áreas onde o bem é avaliado estão inseridas na parte mais urbana do município, e as informações sobre as vendas dos terrenos livres são insuficientes. O método é eficaz pois é possível quantificar o valor do terreno pelo valor total da edificação nele implantada, deduzindo os valores das construções que existam no local. Outra forma da utilização desse método evolutivo é se a avaliação quiser chegar ao valor das construções, para isso então é utilizada a subtração inversa, em que se deduz o valor do terreno do valor do imóvel construído nele. Para chegar ao valor, a norma especifica a seguinte equação: VI = (VT + CB) . FC Em que: VI = valor do imóvel; 32 UNIDADE II | AVALIAÇÃO DE BENS IMÓVEIS URBANOS VT = valor do terreno; CB = custo de reedição da benfeitoria; FC = fator de comercialização. Em casos de conhecimento do valor total do imóvel e desconhecimento do custo de reedição ou valor do terreno, o método evolutivo pode ser utilizado, através da equação acima. Percebemos que, para chegar ao valor final do imóvel, precisamos de três informações. Vamos ver detalhadamente como conseguir cada uma dessas informações. Valor do terreno É crucial, para que se tenha êxito na aplicação do método evolutivo, que o valor do terreno seja encontrado pelo método comparativo de dados de mercado. Quando as informações não forem suficientes, utiliza-se o método involutivo. Custo de reedição da benfeitoria As benfeitorias encontradas devem ser adequadas ao método comparativo direto de custo ou, caso não seja possível, ao método da quantificação de custo (veremos os métodos de identificação do custo no próximo capítulo). Em casos de imóveis localizados em zonas de alta densidade urbana, o profissional avaliador deve considerar as benfeitorias, analisando o aproveitamento do terreno (tanto sub quanto super) e sempre evidenciar todos os cálculos utilizados. O custo de reedição da benfeitoria é a diferença entre o custo de reprodução e o valor após depreciação, conforme equação a seguir: CB = CN - VD Em que: CB = custo de reedição da benfeitoria; CN = custo de reprodução; VD = valor do imóvel após depreciação ou valor depreciável; Para calcular o custo de reedição, precisamos entender o conceito de CN e de VD. 33 AVALIAÇÃO DE BENS IMÓVEIS URBANOS | UNIDADE II Custo de reprodução (CN) O custo de reprodução é, conforme já relembramos na ABNT NBR 14653 1:2019 (p. 3), o “custo necessário para reproduzir um bem idêntico, com a consideração dos seus insumos pertinentes, sem considerar eventual depreciação”. Isso significa que o custo de reprodução pode ser calculado de duas maneiras: a partir do somatório de seus custos de construção e demais despesas (orçamento detalhado) ou a partir do produto de sua área (em m2) e seu valor do m2 estabelecido pelo Sindicato da Indústria da Construção (SINDUSCON) ou pelo Sistema Nacional de Preços e Índices para a Construção Civil (SINAPI). Veremos os métodos de identificação de custo no próximo capítulo. Valor do imóvel após depreciação (VD) Para calcular o valor do imóvel após depreciação (VD – também chamado de valor depreciável) no método evolutivo, é necessário, de acordo com Silveira (2019), utilizar a seguinte equação: VD = Fd . (CN - CR) Em que: VD = valor do imóvel após depreciação ou valor depreciável; Fd = fator de depreciação; CN = custo de reprodução; CR = custo residual. É convencionado que o método de calcular o fator de depreciação mais justo, atualmente, é o método de Ross Heidecke. Entretanto, as normas brasileiras não exigem que este método seja utilizado, deixando a escolha aberta ao avaliador. » Fator de depreciação: nós já vimos como calculá-lo no método comparativo direto de dados de mercado. Basta voltarmos à seção do capítulo 1 desta unidade. » Custo de reprodução: nós já vimos como calculá-lo na seção anterior. » Custo residual: usualmente 20% do valor do imóvel para unidades residenciais. Caso seja utilizado outro valor, este deve ser justificado ou calculado de acordo com a proporção da vida útil do imóvel. 34 UNIDADE II | AVALIAÇÃO DE BENS IMÓVEIS URBANOS Fator de comercialização Para calcular o valor final do imóvel pelo método evolutivo, o fator de comercialização é aplicado sobre o somatório do valor total do terreno com o valor das benfeitorias. O fator de comercialização é a razão entre o valor de mercado e o custo de sua reedição. Este fator sempre deve ser igual, maior ou menor que 1,00, de acordo com as nuances do mercado na época da avaliação. Assim, temos: valor demercadoFC custo dereedição = De acordo com o SPU (2018, p. 59), as principais condições que interferem na determinação do fator de comercialização são: » localização do imóvel; » arquitetura compatível com o padrão local do imóvel; » funcionalidade; » equilíbrio econômico de empreendimento; » condições de obsolescência; » características geoeconômicas da região; » retração ou euforia do mercado local. O fator de comercialização pode ser inferido em mercado semelhante, justificado ou arbitrado. A Perfectum (2013) explica que, “no entendimento de alguns avaliadores, o conceito do Fator de Comercialização se consolidou a partir da constatação de que o investimento em imóveis era a melhor alternativa aos ativos financeiros”. Em relação ao Fator de Comercialização como sendo a Vantagem da Coisa Feita, Abunahman (2018) define ser “o acréscimo do valor que tem um determinado imóvel pela sua vantagem de estar construído e pronto para ser utilizado em relação a outro semelhante, mas ainda por construir”. Classificação da avaliação Similarmente ao método involutivo, é necessário classificar a avaliação em dois parâmetros: grau de fundamentação e enquadramento do laudo. 35 AVALIAÇÃO DE BENS IMÓVEIS URBANOS | UNIDADE II O grau de fundamentação é dividido entre grau I, II e III. O grau III é o mais alto e confere status de maior objetividade ao trabalho de avaliação. Caso o trabalho não atinja o grau I, ele não será considerado um laudo de avaliação, mas um parecer técnico. O enquadramento do laudo também é dividido entre grau I, II e III. Cada grau tem uma série de parâmetros mínimos que devem ser atendidos para classificação. Grau de fundamentação A tabela 10 da ABNT NBR 14653 2:2011, aqui reproduzida no quadro 20, traz as especificações mínimas para cada grau. Quadro 20. Grau de fundamentação no caso de utilização do método evolutivo. Item Descrição Grau III II I 1 Estimativa do valor do terreno Grau III de fundamentação no método comparativo ou no involutivo Grau II de fundamentação no método comparativo ou no involutivo Grau I de fundamentação no método comparativoou no involutivo 2 Estimativa dos custos de reedição Grau III de fundamentação no método da quantificação do custo Grau II de fundamentação no método da quantificação do custo Grau I de fundamentação no método da quantificação do custo 3 Fator de comercialização Inferido em mercado semelhante Justificado Arbitrado Fonte: Adaptado de ABNT NBR 14653 2:2011. Para uma avaliação atingir o Grau III de fundamentação, ela deve apresentar o laudo completo. Enquadramento do laudo A tabela 11 da ABNT NBR 14653 2:2011, aqui reproduzida no quadro 21, traz a pontuação mínima para o enquadramento do laudo. Quadro 21. Enquadramento do laudo segundo seu grau de fundamentação no caso de utilização do método evolutivo. Graus Pontos mínimos Itens obrigatórios III 8 Itens 1 e 2 no Grau III, com o 3 no mínimo no Grau II II 5 1 e 2 no mínimo no Grau II I 3 Todos no mínimo no Grau I Fonte: Adaptado de ABNT NBR 14653 2:2011. 36 UNIDADE II | AVALIAÇÃO DE BENS IMÓVEIS URBANOS Para enquadrar o laudo, deve-se considerar a soma de pontos para o conjunto de itens do quadro 20, sendo que o atendimento a cada exigência do Grau I terá 1 ponto; do Grau II, 2 pontos; do Grau III, 3 pontos. 37 CAPÍTULO 5 MÉTODOS DE IDENTIFICAÇÃO DO CUSTO A ABNT NBR 14653 1:2019 preconiza que, além dos métodos de identificação do valor de um bem, seus frutos e direitos, devemos também observar, para os imóveis urbanos, os métodos de identificação do custo de um bem. Esses métodos são empregados para obter o valor das benfeitorias no método evolutivo ou ainda se o objetivo do trabalho de avaliação for indicar o custo do imóvel. São eles o método comparativo direto de custo e o método da quantificação de custo. Método comparativo direto de custo A ABNT NBR 14653 2:2011 (p. 21) é bem sucinta em relação a este método: A utilização do método comparativo direto para a avaliação de custos deve considerar uma amostra composta por imóveis de projetos semelhantes, a partir da qual são elaborados modelos que seguem os procedimentos usuais do método comparativo direto de dados de mercado. Isso significa que, para utilizar este método, devemos seguir tudo que foi descrito no Capítulo 1 desta unidade, fazendo-se as adaptações necessárias e incluindo a classificação da avaliação quanto ao grau de fundamentação, ao enquadramento do laudo e ao grau de precisão. Método da quantificação de custo A ABNT NBR 14653 2:2011 (p. 20) conceitua o método de maneira bem incisiva. Ela preconiza que o método é “utilizado para identificar o custo de reedição de benfeitorias. Pode ser apropriado pelo custo unitário básico de construção ou por orçamento, com citação das fontes consultadas”. Isso significa que existem duas maneiras de quantificar os custos de um imóvel: pelo custo unitário básico (CUB) ou pelo orçamento detalhado (desde que justificado). A ABNT NBR 12721:2006 (corrigida e confirmada em 2021) estabelece os critérios para avaliação de custos unitários, cálculo do rateio de construção e outras disposições correlatas, conforme as disposições fixadas e as exigências 38 UNIDADE II | AVALIAÇÃO DE BENS IMÓVEIS URBANOS estabelecidas na Lei Federal 4.591/64 e suas atualizações e revisões. De acordo com a norma, ela se aplica: aos edifícios com unidades autônomas dispostas em pavimentos, conjuntos de residências unifamiliares isoladas ou geminadas, conjunto de galpões de uso industrial ou comercial que sejam objeto de incorporação imobiliária, bem como às edificações que mesmo não tendo sido incorporadas na forma da Lei 4.591/64 Título II, submetam se posteriormente à forma condominial disposta na legislação aplicável para perfeita uniformização dos procedimentos que regem as disposições do condomínio edilício (partes autônomas e partes de uso comum). Por fim, ela não se aplica aos loteamentos e parcelamentos do solo urbano cobertos pela Lei n. 6.766/1979 e suas atualizações e revisões. Quantificação pelo custo unitário básico (CUB) Este método utiliza conceitos da ABNT NBR 12721:2006 sugerida acima. A ABNT NBR 14653 2:2011 divide o método em três etapas: vistoria, cálculo da área equivalente de construção e, finalmente, a estimação do custo da construção. Vistoria A vistoria tem como objetivo principal examinar as especificações dos materiais aplicados, para estimação do padrão construtivo, a tipologia, o estado de conservação e a idade aparente. Cálculo da área equivalente de construção A área equivalente de construção deve ser calculada de acordo com a seguinte fórmula, em consonância com o previsto na ABNT NBR 12721:2006 para os casos de prédios em condomínio: ( ) . n i i i S Ap Aq P= +∑ Onde: S é a área equivalente de construção [informação que se busca nesta etapa de área virtual cujo custo de construção é equivalente ao custo da respectiva área real, utilizada quando este custo é diferente do custo unitário básico da construção adotado como referência que pode ser, conforme o caso, maior ou menor que a área real correspondente]. 39 AVALIAÇÃO DE BENS IMÓVEIS URBANOS | UNIDADE II Ap é a área construída padrão [medidas de superfícies de quaisquer dependências, nelas incluídas as superfícies das projeções de paredes, de pilares e demais elementos construtivos, que possuem áreas de padrão de acabamento semelhantes às respectivas áreas dos projetos padrão adotados na NBR 12721]. Aqi é a área construída de padrão diferente [áreas de padrão de acabamento substancialmente inferior ou superior ao tipo escolhido entre os padronizados na NBR 12721]. Pi é o percentual correspondente à razão entre o custo estimado da área de padrão diferente e a área padrão [estabelecido na norma e informado a seguir]. A ABNT NBR 12721:2006 estabelece limites para este percentual Pi » garagem (subsolo): 0,50 a 0,75; » área privativa (unidade autônoma padrão): 1,00; » área privativa de salas com acabamento: 1,00; » área privativa de salas sem acabamento: 0,75 a 0,90; » área de loja sem acabamento: 0,40 a 0,60; » varandas: 0,75 a 1,00; » terraços ou áreas descobertas sobre lajes: 0,30 a 0,60; » estacionamento sobre terreno: 0,05 a 0,10; » área de projeção do terreno sem benfeitoria: 0,00; » área de serviço – residência unifamiliar padrão baixo (aberta): 0,50; » barrilete: 0,50 a 0,75; » caixa d’água: 0,50 a 0,75; » casa de máquinas: 0,50 a 0,75; » piscinas, quintais etc.: 0,50 a 0,75. Caso a norma não contemple o coeficiente necessário para a avaliação, este deve ser obtido em publicações pertinentes e devidamente fundamentado e justificado. 40 UNIDADE II | AVALIAÇÃO DE BENS IMÓVEIS URBANOS Estimação do custo da construção Para a estimação do custo de construção pode-se aplicar o modelo a seguir: ( ) ( )( )( ) 1 1 1 OE OI OFe OFd C CUB A F L S + + − = + + + + Onde: C é o custo unitário de construção por metro quadrado de área equivalente de construção [informação que se busca nesta última etapa]. CUB é o custo unitário básico [deve ser calculado mensalmente pelos SINDUSCON para cada um dos projetos padrão considerados no item 8.2 da NBR 12721, que são, para esse fim, representados pelos lotes básicos de materiais, mão de obra, despesas administrativas e equipamentos indicados na norma]. OE é o orçamento de elevadores [de acordo com a SPU (2018), deve ser por volta de 8% do CUB]. OI é o orçamento de instalações especiais e outras, tais como geradores, sistemas de proteção contra incêndio, centrais de gás, interfones, antenas, coletivas, urbanização, projetos etc. [de acordo com a SPU (2018), o valor deve estar na faixa de 10% do CUB]. OFe é o orçamento de fundações especiais [de acordo com a SPU (2018), para edifícios com estrutura de concreto armado, fundações em estacas e com rebaixamento do lençol de água, deve ser na faixa de 7% do valor do CUB]. OFd é o orçamento de fundações diretas [de acordo com a SPU (2018), subtraem-se as fundações superficiais do custo de fundações]. S é aárea equivalente de construção [calculada acima]; A é a taxa de administração da obra [de acordo com a SPU (2018), é definida pela Caixa econômica Federal como 10%]; F é o percentual relativo aos custos financeiros durante o período da construção [de acordo com a SPU (2018), é resultado do custo do capital da obra. Os financiamentos imobiliários têm juros anuais de 10% a 13% estipulados pela Caixa Econômica Federal. É importante entender que o capital não é investido inteiramente no momento em que se inicia a construção, mas ao longo de todo o cronograma de execução]; 41 AVALIAÇÃO DE BENS IMÓVEIS URBANOS | UNIDADE II L é o percentual correspondente ao lucro ou remuneração da construtora [de acordo com a SPU (2018), o valor do percentual do relativo à construtora é definido pela Caixa Econômica Federal como 15%]. Quantificação pelo orçamento detalhado Este método consiste em reunir todos os dados financeiros relativos às despesas da construção, incluindo materiais, mão de obra, serviços, documentação, tributos, BDI, lucro, entre outros. Vistoria A vistoria detalhada da benfeitoria tem como objetivo examinar as especificações dos materiais aplicados, o estado de conservação e a idade estimada. Levantamento de quantitativos Esta é a etapa que reúne todas as despesas relativas à obra. Pesquisa de custos Todos os custos das despesas descritas acima devem ser reunidos nesta etapa. Preenchimento da planilha orçamentária O preenchimento da planilha deve proceder de acordo com o modelo normalizado nos anexos A e B e deve basear-se nas informações do anexo C da ABNT NBR 12721:2006, onde são discriminados todos os serviços, indicando-se a unidade de medida, a quantidade, o custo unitário, o custo total e a fonte de consulta. Depreciação física A depreciação física, como já vimos anteriormente no Capítulo 1 e no Capítulo 4, deve ser calculada e subtraída do valor do imóvel. Custo de reedição da benfeitoria O custo de reedição da benfeitoria também já foi visto no capítulo 4, onde aprendemos a calcular cada etapa do mesmo. 42 UNIDADE II | AVALIAÇÃO DE BENS IMÓVEIS URBANOS Classificação da avaliação Similarmente ao método involutivo, é necessário classificar a avaliação em dois parâmetros: grau de fundamentação e enquadramento do laudo. O grau de fundamentação é dividido entre grau I, II e III. O grau III é o mais alto e confere status de maior objetividade ao trabalho de avaliação. Caso o trabalho não atinja o grau I, ele não será considerado um laudo de avaliação, mas um parecer técnico. O enquadramento do laudo também é dividido entre grau I, II e III. Cada grau tem uma série de parâmetros mínimos que devem ser atendidos para classificação. Grau de fundamentação A tabela 6 da ABNT NBR 14653 2:2011, aqui reproduzida no quadro 22, traz as especificações mínimas para cada grau. Quadro 22. Grau de fundamentação no caso de utilização do método da quantificação de custo. Item Descrição Grau III II I 1 Estimativa do custo direto Pela elaboração de orçamento, no mínimo sintético Pela utilização de CUB para projeto semelhante ao padrão Pela utilização de CUB para projeto diferente do padrão, com ajustes 2 BDI Calculado Justificado Arbitrado 3 Depreciação física Calculada por levantamento do custo de recuperação do bem, para deixa-lo no estado de novo ou Casos de bens novos ou projetos hipotéticos Calculada por métodos técnicos consagrados, considerando-se idade, vida útil e estado de conservação Arbitrada Fonte: Adaptado de ABNT NBR 14653 2:2011. Para uma avaliação atingir o Grau III de fundamentação, ela deve apresentar o laudo completo. Enquadramento do laudo A tabela 7 da ABNT NBR 14653 2:2011, aqui reproduzida no quadro 23, traz a pontuação mínima para o enquadramento do laudo. 43 AVALIAÇÃO DE BENS IMÓVEIS URBANOS | UNIDADE II Quadro 23. Enquadramento do laudo segundo seu grau de fundamentação no caso de utilização do método da quantificação de custo. Graus Pontos mínimos Itens obrigatórios III 7 Item 1 no Grau III, com itens 2 e 3 no mínimo no Grau II II 5 1 e 2 no mínimo no Grau II I 3 Todos no mínimo no Grau I Fonte: Adaptado de ABNT NBR 14653 2:2011. Para enquadrar o laudo, deve-se considerar a soma de pontos para o conjunto de itens do quadro 22, sendo que o atendimento a cada exigência do Grau I terá 1 ponto; do Grau II, 2 pontos; do Grau III, 3 pontos. 44 REFERÊNCIAS ABNT CATÁLOGO. Busca: 14653. 2020a. Disponível em: www.abntcatalogo.com.br. Acesso em: 28 mai. 2021. ABNT CATÁLOGO. Busca: 5676. 2020b. Disponível em: www.abntcatalogo.com.br. Acesso em: 28 mai. 2021. ABUNAHMAN, S. A. Curso básico de Engenharia Legal e de Avaliações. 4. ed. São Paulo: PINI, 2008. ANGELI. Terra para todos. Folha de S. Paulo, São Paulo, 01 jul. 2003. p. A 2. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 12721: Avaliação de custos unitários de construção para incorporação imobiliária e outras disposições para condomínios edifícios Procedimento. Rio de Janeiro: ABNT, 2006. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 14653 1: avaliação de bens – parte 1: procedimentos gerais. Rio de Janeiro: ABNT, 2001. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 14653 1: avaliação de bens – parte 1: procedimentos gerais. Rio de Janeiro: ABNT, 2019a. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 14653 2: avaliação de bens – parte 2: imóveis urbanos. Rio de Janeiro: ABNT, 2011. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 14653 3: avaliação de bens – parte 3: imóveis rurais. Rio de Janeiro: ABNT, 2004. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 14653 3: avaliação de bens – parte 3: imóveis rurais e seus componentes. Rio de Janeiro: ABNT, 2019b. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 14653 4: avaliação de bens – parte 4: empreendimentos. Rio de Janeiro: ABNT, 2002. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 14653 5: avaliação de bens – parte 5: máquinas, equipamentos, instalações e bens industriais em geral. Rio de Janeiro: ABNT, 2006. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 14653 6: avaliação de bens – parte 6: recursos naturais e ambientais. Rio de Janeiro: ABNT, 2009. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 14653 7: avaliação de bens – parte 7: bens de patrimônio históricos e artísticos. Rio de Janeiro: ABNT, 2009. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NB 502: avaliação de imóveis urbanos. Rio de Janeiro: ABNT, 1977. BRASIL. Lei n. 12.378, de 31 de dezembro de 2010. Regulamenta o exercício da Arquitetura e Urbanismo; cria o Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil – CAU/BR e os Conselhos de Arquitetura e Urbanismo dos Estados e do Distrito Federal – CAUs; e dá outras providências. Brasília, 2010. http://www.abntcatalogo.com.br http://www.abntcatalogo.com.br 45 REFERÊNCIAS BRASIL. Lei n. 13.105, de 16 de março de 2015. Institui o Código de Processo Civil. Brasília, 2015. BRASIL. Lei n. 4.591, de 16 de dezembro de 1964. Dispõe sobre o condomínio em edificações e as incorporações imobiliárias. Brasília, 1964. BRASIL. Lei n. 5.194, de 24 de dezembro de 1966. Regula o exercício das profissões de Engenheiro, Arquiteto e Engenheiro Agrônomo, e dá outras providências. Brasília, 1966. BRASIL. Lei n. 6.766, de 19 de dezembro de 1979. Dispõe sobre o parcelamento do solo urbano e dá outras providências. Brasília, 1979. BRASIL. Lei n. 601, de 18 de setembro de 1850. Institui a Lei de Terras. Rio de Janeiro, 1850. COMISSÃO DE AVALIAÇÃO IMOBILIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO. Manual de avaliações de bens imóveis do Estado do Espírito Santo. Vitória: CAI, 2011. FERREIRA, E. Árvores limítrofes e seus frutos de conflito. 2016. 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L. Análise do cálculo da depreciação de benfeitorias utilizando a vida útil, de vários elementos, estabelecida pela norma brasileira de desempenho – ABNT NBR 15.575:2013. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA DE AVALIAÇÕES E PERÍCIAS, 20., 2019, Salvador. Anais [...]. Salvador: IBAPE, 2019. p. 1 39. TAMBOSI, B. Avaliação de bens intangíveis: conceito, importância e métodos. 2015. Disponível em: https://www.afixcode.com.br/blog/avaliacao de bens intangiveis/. Acesso em: 28 mai. 2021. UNIDADE ii Avaliação De Bens Imóveis Urbanos Capítulo 1 Método Comparativo Direto de Dados de Mercado Capítulo 2 Método involutivo Capítulo 3 Método da capitalização da renda Capítulo 4 Método evolutivo Capítulo 5 Métodos de identificação do custo REFERÊNCIAS
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