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CUIDADOS NO PRÉ E PÓS‐
CIRÚRGICO 
AULA 4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Profª Maria Sônia Bezeruska Coraiola 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
A estética corporal está, há alguns anos, cada vez mais em evidência. A 
busca pelo corpo perfeito é uma obsessão atualmente. Diversas técnicas de 
cirurgia para harmonizar várias partes do corpo foram sendo aperfeiçoadas e 
conseguem reparar problemas estéticos que abalam a autoestima das pessoas. 
O profissional de estética pode auxiliar nesse processo de diversas 
maneiras, nos tratamentos pré e pós-cirúrgicos. Os recursos que podem ser 
associados a essas cirurgias são inúmeros, e o principal é sempre a drenagem 
linfática manual. A eletroterapia também oferece muitas opções para 
potencializar e recuperar o organismo. 
O conhecimento das diversas cirurgias corporais e das técnicas utilizadas 
pelo cirurgião são importantes para determinar o protocolo do antes e depois, e 
o contato com toda a equipe que atende o paciente em todo o processo. 
 
Crédito: Kotin/Shutterstock. 
   
3 
TEMA 1 – CIRURGIAS PLÁSTICAS DO CORPO 
A maior exposição do corpo, a importância da imagem pessoal e da 
aparência desempenham um papel importante na sociedade moderna. A 
autoimagem positiva em uma sociedade que valoriza a aparência é determinante 
para a felicidade do indivíduo. Um país tropical, como o Brasil, favorece o desejo 
de expor mais o corpo e intensifica a preocupação com a harmonia corporal. 
Algumas vezes, a insatisfação com o próprio corpo é relacionada com 
causas psicológicas e não necessariamente com a desarmonia corporal. Outras 
vezes, essa insatisfação está relacionada com tendências da época, como é o 
caso de seios grandes e cinturas muito finas. Querer ter o corpo da moda ou 
aceitável leva muitos pacientes às clínicas de cirurgias plásticas e pode levar a 
uma insatisfação maior ainda, quando se percebe que o resultado não 
corresponde ao modelo que imaginou. Cada corpo terá o resultado possível e 
não o idealizado. 
As cirurgias corporais são diversas e podem corrigir muitas deformidades, 
equilibrar a aparência, reduzindo partes muito grandes ou colocando próteses 
em áreas diminutas, retirar tecidos muito flácidos, retirar tecido estriado, reduzir 
gordura em alguns locais e injetar gordura em outros. 
Deve haver consciência corporal, conhecer o próprio corpo e entender as 
suas possibilidades é a condição necessária para a pessoa que vai se submeter 
ao processo cirúrgico. Entender que vai ter cicatrizes, muitas vezes grandes, 
com possibilidades de cicatrização imperfeita, e avaliar o benefício da 
intervenção vai definir o nível de satisfação pós-operatório. 
O paciente deve estar devidamente informado dos cuidados e dos 
desconfortos que vai passar após a cirurgia, que normalmente na região corporal 
são maiores e impossibilitam um retorno rápido à vida normal. 
Cada cirurgia terá diferentes preparações e recuperações, podendo levar 
uma semana ou um a dois meses. Entre as cirurgias mais realizadas no corpo, 
estão as de mamas, as lipoaspirações, implantes de próteses mamárias ou de 
glúteos, a abdominoplastia, a retirada de excesso de pele pós bariátrica, plástica 
da região genital e as reparadoras de cicatrizes. 
 
4 
 
Crédito: Master1305/Shutterstock. 
TEMA 2 – PRÉ‐CIRÚRGICO DO CORPO 
Ao receber o paciente para realizar o pré-operatório corporal, na ficha de 
anamnese, o profissional deve avaliar as condições da pele na região que sofrerá 
a intervenção. Peles desidratadas podem apresentar dificuldades na 
cicatrização. 
Outro ponto a ser avaliado é a retenção hídrica, que se apresentar um 
acúmulo anormal antes da cirurgia, pode gerar edemas muito significativo no 
pós-operatório. Pessoas com deficiência no sistema linfático tendem a ter uma 
recuperação mais lenta. 
Avaliar a flacidez tissular e muscular e programar um protocolo para 
trabalhar e melhorar as condições destes tecidos. Ainda na avaliação é 
importante avaliar os hábitos diários do paciente, como alimentação, rotina de 
exercícios, tabagismo, dietas muito restritivas e ingesta de água. Todos esses 
fatores têm grande importância na recuperação do paciente. 
2.1 Orientações ao paciente no pré‐cirúrgico 
Nas cirurgias corporais, o paciente deve receber algumas orientações 
específicas, de acordo com a cirurgia que vai realizar. Algumas orientações 
servem para todo tipo de cirurgia porque auxiliam na recuperação do paciente, 
melhorando o aporte nutricional e sanguíneo do tecido que vai ser lesionado: 
5 
 Alimentação leve e nutritiva – Encaminhar o paciente ao nutricionista, 
quando avaliar uma alimentação inadequada com muitos alimentos 
inflamatórios, gordurosos e com potencial alergênico. Em pacientes com 
alimentação equilibrada, orientar para evitar alimentos inflamatórios: ricos 
em açúcar, carboidratos simples, refrigerantes, alimentos processados, 
embutidos e excesso de gordura. Os alimentos alergênicos, como frutos 
do mar, carne de porco, chocolate, leite, trigo, devem ser evitados 72 
horas antes da cirurgia para evitar situações que possam adiar o 
procedimento. A parte alimentar vai variar para cada paciente e na dúvida 
é sempre aconselhável encaminhar ao profissional especializado. Nas 
cirurgias corporais, a alimentação é muito importante para reduzir a 
camada adiposa e facilitar o trabalho do cirurgião e a recuperação desse 
tecido. 
 
Crédito: Stockcreations/Shutterstock. 
 Evitar cigarros 1 mês antes – Como é vaso constritor, reduz a irrigação 
sanguínea e pode ocorrer necroses. 
 Trabalhar a musculatura – O tecido muscular tonificado possui um aporte 
sanguíneo maior, consome mais energia, portanto, reduz a camada 
adiposa e auxilia no contorno corporal, sustenta o tecido tissular, 
reduzindo a possibilidade de flacidez. Fibras brancas bem trabalhadas 
aumentam o volume muscular e melhoram bastante o aspecto do corpo 
quando a camada adiposa é reduzida. A musculação é extremamente 
importante para essa finalidade e, na clínica, as correntes de estímulo 
muscular são muito importantes para trabalhar essas fibras. A “corrente 
russa” estimula cada fibra separadamente e, de acordo com a avaliação, 
6 
é possível trabalhar mais a fibra que o paciente tem mais necessidade: 
fibra vermelha, mista ou branca. 
 Aumentar a ingestão de água – Hidratar bem o corpo auxilia na eliminação 
das toxinas, deixar as células trabalhando bem hidratadas, melhorar o 
tráfego intestinal, auxiliar o os rins e evitar infecções urinárias. Estas são 
algumas das razões para ingerir mais líquido nesse período. 
 
Crédito: Alina Kruk/Shutterstock. 
 Usar hidratante – Manter o manto hidrolipídico e a macrobiota saudáveis, 
usando produtos hidratantes, que retenham água no interior das células, 
porém que não possuam uma base comedogênica. 
2.2 Tratamentos indicados no pré‐cirúrgico 
Assim como na face, montar um protocolo individualizado de acordo com 
a cirurgia a que o paciente irá realizar e de acordo com as necessidades de cada 
paciente. 
 Drenagem linfática manual – Todas as cirurgias devem incluir a drenagem 
no pré-operatório para auxiliar na eliminação das toxinas e estimular o 
sistema linfático. De 3 a 4 sessões, dependendo da necessidade, sendo 
a última 1 dia antes do procedimento. 
 Esfoliação e hidratação corporal – Retirar a camada de células mortas vai 
deixar mais receptiva e estimulada, além de retirar excesso de ácaros e 
7 
bactérias. Quanto mais saudável e hidratado o tecido corporal melhor será 
a regeneração. Produtos nanocapsulados, lipossomados devem ser 
incluídos na hidratação, que também podem utilizar eletroterapia como 
ionização e eletroporação. Para reduzir a capa córnea, a utilização de 
microdermoabrasão leve, ou máscaras esfoliantes contendo ácidos na 
composição, fazem a renovação celular. 
 Estimulação de colágeno – Peles flácidas, pós-bariátricas, peles muito 
expostas ao sol podem ser trabalhadascom radiofrequência, 
radiofrequência fracionada, microagulhamento, “Drug delivery”, micro 
corrente e massagens estimulantes. 
 Flacidez muscular – Vários aparelhos na estética estimulam músculos, 
como a “corrente russa”, corrente farádica e correntes estereodinâmicas. 
Associar essas correntes a exercícios de musculação, pilates e yoga 
trazem um resultado mais rápido. 
 Redução da camada de gordura – Além da dieta recomendada, na 
eletroterapia é possível programar tratamentos com ultrassom, ultrassom 
microfocado, crioterapia, mantas com infravermelho longo, cavitação, I-
lipo (led vermelho) e plataformas com terapias combinadas. 
 
Crédito: Staras/Shutterstock. 
 
 
8 
TEMA 3 – TRATAMENTOS NO PÓS‐CIRÚRGICOS CORPORAL 
Assim que o médico liberar o primeiro tratamento, sempre será a DLM. 
Cada cirurgia vai ter cicatriz diferente, profundidades diversas, que o profissional 
deve conhecer para estabelecer como fará a técnica. Manter contato com o 
médico para obter informações possíveis do transoperatório é importante para 
entender como foram os cortes cirúrgicos e estruturas lesadas. 
Nas cirurgias de lipoaspiração, abdominoplastia, redução de mama e 
retirada de excesso de pele, o paciente deverá utilizar cintas de compressão, 
placas pós cirúrgicas, curativos umbilicais, de acordo com a indicação da equipe 
de cirurgia. O conhecimento do processo de cicatrização e suas fases auxilia o 
profissional a montar o plano de condutas a curto, médio e longo prazo. 
A fase inicial de cicatrização dura 48 horas e pode se prolongar por até 6 
dias. Nesta fase, o organismo está promovendo uma limpeza da região por meio 
dos leucócitos e macrófagos que vão auxiliar na reparação do tecido lesionado. 
As citocinas colaboram promovendo uma vasodilatação e estimulam a migração 
dos queratinócitos que vão recompor a epiderme. Nesta etapa, normalmente, o 
cirurgião não libera o paciente para a drenagem. Alguns médicos indicam 
drenagens bem suaves, só para evitar que os edemas aumentem. 
Após 48 horas, inicia-se a segunda fase da cicatrização, que dura até 15 
dias aproximadamente. Começa a recuperação dos tecidos lesionados com a 
proliferação do fibroblasto que vai formar colágeno, elastina, 
glicosaminoglicanos e proteoglicanos. Começa a formação de novos capilares 
sanguíneos, restauração da circulação linfática e a nutrição do tecido operado. 
Nesta fase, a drenagem linfática é iniciada em dias alternados, reduzindo os 
edemas e hematomas e para evitar a formação de fibroses. 
A cascata inflamatória termina no sétimo dia, aproximadamente, e inicia-
se a fase de maturação que pode durar até um ano, dependendo da cirurgia. A 
regeneração total do tecido e a formação total da cicatriz acontece nessa fase. 
A partir da retirada dos pontos durante o primeiro mês, após a cirurgia, as 
sessões de drenagem serão em dias alternados e podem se espaçar conforme 
a redução dos edemas. A aplicação de ultrassom e outras eletroterapias podem 
ser iniciadas. 
3.1 Eletroterapias no pós‐cirúrgico corporal 
9 
Os procedimentos realizados no corpo costumam formar com mais 
facilidade fibroses cicatriciais e, em algumas pessoas, o aparecimento de 
cicatrizes hipertróficas, que vão necessitar da utilização de outros recursos além 
da drenagem linfática manual. 
 Ultrassom – Associar o ultrassom à drenagem linfática vai prevenir as 
fibroses e cicatrizes hipertróficas. Ele acelera a cicatrização, desagrega 
fibroses persistentes e melhora o funcionamento das fibras colágenas. É 
indicado usar o modo contínuo (térmico), de 3MHZ com intensidade entre 
1,5 e 1,8 W/cm2 durante 6 minutos em cada quadrante. 
 Vacuoterapia – A utilização da vacuoterapia é recomendada para prevenir 
nódulos e fibroses causadas pela passagem da cânula de lipoaspiração. 
Com a pressão certa, além de prevenir e combater edemas e fibroses, a 
técnica provoca aumento da circulação local, reduz gases estagnados, 
elimina toxinas e reduz o aspecto ondulado da pele. A indicação é de usar 
pressão negativa com cabeçote de vidro 100mmHG. Os cuidados para a 
utilização da vacuoterapia devem ser redobrados, e o profissional deve 
dominar a técnica para evitar lesões e pressões exageradas. 
 Termoterapia e crioterapia – A utilização da termoterapia a partir da 
terceira fase, estimula o metabolismo celular e auxilia na drenagem 
linfática, colabora na qualidade do tecido cicatricial e na melhora das 
fibroses. Não deve ser utilizada nas primeiras fases para não prejudicar a 
permeabilidade vascular. A temperatura recomendada fica entre 40° e 
45°C no tratamento de fibroses. Abaixo dessa temperatura não terá 
nenhum efeito sobre a fibrose. A crioterapia resfria o local baixando a 
temperatura ente 0° e 18°C. A vasoconstrição causada pela temperatura 
baixa ameniza dores e inflamações, reduz o espasmo muscular e diminui 
a taxa metabólica, reduzindo a inflamação e a dor. Pode ser aplicada em 
zonas onde a temperatura do corpo está elevada. 
 Estimulação elétrica – Alguns tipos de estimulação elétrica auxiliam na 
recuperação do tecido por auxiliarem na redução da inflamação através 
do aumento do suporte vascular e pelo restabelecimento das correntes 
elétricas corporais. A microcorrente é a mais indicada para o pós-cirúrgico 
e pode ser utilizada desde a primeira fase, em que auxilia na reparação 
tecidual, especialmente em tecidos moles, como feridas, traumas, na dor 
residual, na redução de edemas, nas fibroses e nas aderências teciduais. 
10 
A corrente galvânica pode ser utilizada para a introdução de ativos anti-
inflamatórios, drenantes, para reduzir fibroses e cicatrizantes. Esses 
produtos precisam ter a liberação e indicação do médico. 
 Radiofrequência – As ondas eletromagnéticas emitidas pela 
radiofrequência geram energia e calor acima de 38°C, que provoca a 
produção de neocolágeno, aumenta a circulação local e a redução dos 
adipócitos. Como trabalha o tecido cutâneo em profundidade, auxilia no 
tratamento das fibroses e melhora a flacidez no pós-operatório de 
lipoaspiração. Pode ser utilizado após 40 dias da cirurgia. Não deve ser 
usado em queloides, porque estimula a formação de colágeno, piorando 
o quadro. 
3.2 Liberação Tecidual Funcional (LTF) 
Além da drenagem linfática, é necessário trabalhar as regiões com 
aderências e fibroses, realizando manobras de tensionamento contínuo e 
prolongado que vão ordenar as fibras colágenas. 
Assim que se percebe o surgimento de fibroses e aderências, deve-se 
aplicar essas manobras no local até sentir que o tecido foi liberado. Essas 
manobras podem ser feitas para liberar cicatrizes que estão aderindo e 
endurecendo. 
As manobras são feitas com os dedos, podem ser circulares, ou com 
estiramentos nas laterais das cicatrizes em várias direções. Podem ser 
realizadas após a aplicação do ultrassom. 
 
Crédito: Rdonar/Shutterstock. 
11 
TEMA 4 – CORRENTES LINFÁTICAS CORPORAIS E GRUPOS DE LINFONODOS 
A diversidade de cirurgias plásticas corporais e a extensão do sistema 
linfático requerem um conhecimento maior das correntes linfáticas corporais e 
dos grupos de linfonodos. Regiões que recebem cortes grandes e profundos 
interrompem a drenagem natural e é necessário utilizar as vias acessórias. 
4.1 Sistema linfático corporal 
Em todo o corpo, o sistema linfático possui uma rede superficial e uma 
profunda, a superficial acompanha as veias e drena para os linfonodos 
superficiais, que são mais numerosos. A rede profunda possui uma rede menor 
de vasos e linfonodos e acompanham os vasos do sistema profundo. Os troncos 
linfáticos recebem a drenagem de diferentes partes do corpo, tanto das vias 
superficiais como das vias profundas. 
Nas cirurgias mais invasivas, enquanto não é possível drenar pela rede 
superficial, podemos utilizar as vias mais profundas, que naturalmente o corpo 
já utiliza em caso de obstrução. 
4.1.1 Sistema linfático dos membros superiores 
Possui duasredes: uma superficial e outra profunda. A rede superficial 
acompanha o trajeto das veias, sendo nomeada seguindo as veias mais 
próximas. Apresenta 10 correntes, 6 na porção proximal (braço) e 4 na porção 
distal (antebraço e mão). 
 Proximal – 3 correntes anteriores: basílica, cefálica, pré-bicipital; 3 
correntes posteriores: posterior, póstero-lateral e póstero-medial. 
 Distal – 2 correntes anteriores: radial anterior e ulnar anterior; 2 correntes 
posteriores: radial posterior e ulnar posterior. 
A rede linfática profunda dos membros superiores acompanham as veias 
profundas e possui seis correntes: duas proximais e quatro distais. 
 Proximal – 2 correntes proximais: braquial e braquial profunda. 
 Distal – 4 correntes distais: ulnar profunda, radial profunda e a interóssea 
anterior e posterior. 
12 
Existem ainda duas vias derivativas que não se dirigem aos linfonodos da 
região axilar. A via cefálica que drena para o linfonodo supraclavicular e a via 
posterior que drena para o linfonodo escapular posterior. 
 
Crédito: Blamb/Shutterstock. 
Os linfonodos dos membros superiores dividem-se em superficiais e 
profundos. Os superficiais são: supratrocleares e os deltapeitorais, que 
acompanham a veia basílica e cefálica. 
Os linfonodos profundos se encontram no braço e antebraço: braquial e 
braquial profundo (braço); radial, ulnar e interósseo anterior e posterior 
(antebraço). 
Os linfonodos da região axilar encontram-se agrupados em cadeias 
linfonodais e recebem a linfa dos membros superiores, da região supraumbilical 
até a clavícula e do dorso. São 5 grupos: 
13 
 Grupo anterior ou da mamária externa – Estão na borda inferior do 
músculo peitoral maior, seguindo os vasos mamários externos e recebem 
a linfa da maior parte da mama e da porção supraumbilical. 
 Grupo posterior ou subescapular – Estão localizadas na parte anterior do 
músculo escapular acompanhando os vasos subescapulares e recebem 
a linfa do dorso. 
 Grupo lateral ou dos vasos axilares – Estão próximos aos vasos axilares, 
anterior, posterior e superior e inferior e recebe a linfa do membro 
superior. 
 Grupo intermédio ou central – Estão próximos dos vãos axilares, 
medialmente e recebe a linfa dos vasos eferentes dos grupos lateral e 
vasos axilares. 
 Grupo medial ou apical – Acompanham os vasos axilares, medialmente 
ao músculo peitoral menor e recebe os vasos eferentes do grupo 
intermédio e em seguida formam o tronco subclávio. 
 
Crédito: Alila Medical Media/Shutterstock. 
14 
4.1.2 Sistema linfático dos membros inferiores 
Nos membros inferiores, temos também drenagem superficial e profunda. 
Seis correntes superficiais: 
 Quatro proximais – na coxa: 
o Duas anteriores: corrente safena magna ou ântero-medial e corrente 
da safena acessória anterior ou ântero-lateral. 
o Duas posteriores: posteromedial de coxa e póstero-lateral de coxa. 
 Duas distais – pé e perna: 
o Corrente safena magna ou ântero-medial da perna- recebe de três 
a sete vasos linfáticos da corrente posterolateral. 
o Corrente safena parva da perna – Apresenta um ou dois troncos. 
Cinco correntes profundas (dois ou três vasos linfáticos para cada artéria): 
 Duas proximais – Corrente anterior ou tibial anterior. 
 Três distais – Uma corrente anterior ou tibial anterior e duas posteriores 
(tibial posterior e fibular tibial) nas pernas e pés. 
Essas correntes se dirigem aos grupos de linfonodos superficiais e 
profundos, sendo que os superficiais são em maior número. Os linfonodos 
inguinais inferiores recebem a linfa dos membros inferiores, e os linfonodos 
inguinais superiores recebem a linfa da região infra umbilical, glúteos e genitais 
externos. 
Os linfonodos superficiais dos membros inferiores localizam-se na região 
inguinal e poplítea e relacionam-se com as veias de suas regiões: 
 Linfonodos da veia safena magna, intersafênica e safena acessória 
lateral. 
 Linfonodos das veias circunflexa ilíaca superficial, epigástrica superficial 
e pudenda externa. 
Os linfonodos dos membros inferiores profundos encontram-se em: 
 Perna – Próximos às artérias: tibial anterior, tibial posterior e fibular, que 
recebem a drenagem do pé e perna. 
 Poplítea – Três retropoplíteos (dois no nível da desembocadura da safena 
parva e retrovenoso que é posterior a veia poplítea). Três poplíteos 
15 
laterais e três poplíteos mediais e um poplíteo anterior. Recebem a 
drenagem linfática profunda do pé e da perna, e a superficial. 
 Inguinais profundos – Na face medial da veia femoral e próximo à 
desembocadura da veia safena magna. Recebem a linfa dos vasos 
eferentes próximos a artéria femoral e da região superficial dos vasos 
próximos à veia safena magna. 
 
 
Créditos: Mybox/Shutterstock; Sciencepics/Shutterstock. 
4.1.2 Sistema linfático região pélvica e cavidade abdominal 
A região pélvica possui cadeias de linfonodos ilíacos internos, externos e 
comuns. 
 Cadeia ilíaca externa – Linfonodos ilíacos externos laterais, linfonodos 
externos intermédios e linfonodos ilíacos externos mediais. 
 Cadeia linfonodal ilíaca interna ou hipogástrica – Linfonodos parietais e 
linfonodos viscerais 
 Cadeia linfonodal da ilíaca comum – Linfonodos ilíacos comum lateral, 
intermédio e medial. 
Na cavidade abdominal, os linfonodos são retroperitoneais e são divididos 
em aortocelíacos superiores (troncos intestinais) e aortolombares (troncos 
lombares). Os troncos aortocelíacos se dividem em três: cadeia aortocelíaca 
esquerda, cadeia aortocelíaca direita e cadeia aortocelíaca anterior. 
16 
 
Crédito: Blamb/Shutterstock. 
TEMA 5 – DRENAGEM LINFÁTICA NO PÓS‐CIRÚGICO CORPORAL 
Assim como na drenagem dos pós-cirúrgico facial, a drenagem linfática 
corporal no pós-cirúrgico precisa ser diferenciada conforme a cirurgia, o tamanho 
e profundidade da incisão, da técnica utilizada pelo cirurgião. 
Conhecendo as correntes linfáticas e suas vias alternativas o profissional 
vai se dedicar e estudar a melhor maneira de drenar o local, principalmente nos 
primeiros sete dias, quando o sistema superficial não começou a se 
reestabelecer. 
Os movimentos devem sempre ser lentos, suaves e rítmicos. Quanto 
maior o edema, mais suave deve ser a pressão, sem causar dor ou hiperemia. 
Em cirurgias onde a cicatriz altera o fluxo linfático, é necessário observar em que 
direção e quais a vias alternativas existem a disposição. 
17 
A pele do paciente deve estar limpa e, durante a drenagem, deve-se evitar 
usar cremes como meio para deslizamento. Os cremes auxiliares podem ser 
passados antes da drenagem, para auxiliar a microcirculação, nas equimoses e 
nos processos cicatriciais. Aguardar a absorção dos produtos antes de iniciar as 
manobras. Esses produtos devem ser indicados ou do conhecimento do médico. 
A drenagem deve ser iniciada assim que o médico liberar, seguindo as 
indicações para cada cirurgia, para auxiliar na redução dos edemas e para 
auxiliar na cicatrização, assim como prevenir e tratar fibroses. 
NA PRÁTICA 
Cada cirurgia e cada paciente apresentam situações muito diferenciadas. 
Nas cirurgias corporais, existe uma tendência dos profissionais de estética que 
realizam o pré-cirúrgico de tentar convencer o paciente a realizar outros 
procedimentos menos invasivos. Mas quando recebemos esse paciente já com 
a determinação de realizar a cirurgia, ou se foi indicado pelo médico, por mais 
que pareça desnecessária a intervenção, é preciso respeitar a ética profissional 
e o desejo individual e se limitar a orientar esse paciente sobre como será o 
tratamento antes e após a cirurgia. 
FINALIZANDO 
As cirurgias plásticas corporais são inúmeras e algumas bem invasivas. 
O profissional que trabalha com o pré e pós-operatório tem a função de auxiliar 
o paciente e se integrar à equipe multidisciplinar que o atenderá. 
Os cuidados no pré-operatório podem ser decisivos na recuperação do 
paciente, assim como todasas orientações e tratamentos indicados após uma 
avaliação adequada. 
Desde o número de sessões até a alimentação e outros cuidados fazem 
a diferença para deixar o paciente menos ansioso e mais confiante no 
profissional que o está auxiliando. Nos pós-operatórios, é necessário observar 
como está a evolução da cicatrização, as possíveis complicações e o estado 
geral do cliente. 
O conhecimento do sistema linfático corporal, suas correntes, os grupos 
de linfonodos de cada região e as vias acessórias são indispensáveis no pós-
18 
cirúrgico, uma vez que algumas partes estarão temporariamente interrompidas 
ou totalmente bloqueadas. 
Saber indicar e utilizar eletroterapias e associá-las à drenagem linfática 
manual antes e após o ato cirúrgico vai ter importância fundamental no resultado 
e na recuperação do cliente. 
A drenagem linfática no pós-cirúrgico é diferente em cada cirurgia e em 
cada região do corpo e necessita de conhecimento aprofundado e um 
relacionamento do profissional com o médico. 
   
19 
REFERÊNCIAS 
ELWING, A.; SANCHES, O. Drenagem linfática manual, teoria e prática. 2. 
ed. São Paulo: Senac, 2014. 
GODOY, J. M. P.; GODOY, M. F. G. Drenagem Linfática Manual. São José do 
Rio Preto: Lin Comunicação, 1999. 
LANGE, A. Drenagem Linfática no Pós-operatório Das Cirurgias Plásticas. 
22. ed. Curitiba: Vitória Gráfica Editora, 2012. 
PEREIRA, M. F. L. Recursos Técnicos em Estética. 1. ed. São Caetano do 
Sul: Difusão Ed, 2013. v. II. 
ROFFÉ, J. L. Cirurgia plástica e estética: quando e como? – Onde e por quem? 
São Paulo: Organização Andrei Editora Ltda, 1997.

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