Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
NIVELAMENTO DE LIBRAS INTERMEDIÁRIO II ETAPA 5 TRADUÇÃO E INTERPRETAÇÃO DA LIBRAS CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI Rodovia BR 470, Km 71, nº 1.040, Bairro Benedito 89130-000 - INDAIAL/SC www.uniasselvi.com.br Nivelamento de Libras Intermediário II Centro Universitário Leonardo da Vinci Organização Prof.ª Ana Clarisse Alencar Barbosa Autora Fabiana Schmitt Corrêa Reitor da UNIASSELVI Prof. Hermínio Kloch Pró-Reitoria de Ensino de Graduação a Distância Prof.ª Francieli Stano Torres Pró-Reitor Operacional de Ensino de Graduação a Distância Prof. Hermínio Kloch Diagramação e Capa Renan Willian Pacheco Revisão Aline Fernanda Guse “Aprender a falar é aprender a traduzir: quando uma criança pergunta à sua mãe o significado desta ou daquela palavra, o que realmente pede é que traduza para a sua linguagem a palavra desconhecida. A tradução dentro de uma língua não é, nesse sentido, essencialmente diferente da tradução entre duas línguas, e a história de todos os povos repete a experiência infantil”. Octavio Paz (1990: 9) 2 NIVELAMENTO DE LIBRAS INTERMEDIÁRIO II Copyright © UNIASSELVI 2017. Todos os direitos reservados. Tradução e Interpretação de Libras Olá, iniciamos mais um capítulo discorrendo sobre Libras, uma língua diferente, instigante e já conhecida pelos leitores desse material! O tema, agora, aborda um aspecto normalmente exercido por profissionais ouvintes, mas para surpresa de muitos, atualmente praticado por surdos também. Sim, logo mais explicações! De início abordaremos o conceito de tradução e interpretação, em seguida esse novo campo de atuação dos intérpretes surdos. Bem, antes de qualquer coisa, é imprescindível lembrar que o trabalho do tradutor/intérprete de Libras baseia-se em valores também éticos, para além dos que a seguir estudaremos. O termo ética deriva do grego ethos (caráter, modo de ser de uma pessoa). Ética é um conjunto de valores morais e princípios que norteiam a conduta humana na sociedade. A ética serve para que haja um equilíbrio e bom funcionamento social, possibilitando que ninguém saia prejudicado. Neste sentido, a ética, em- bora não possa ser confundida com as leis, está relacionada com o sentimento de justiça social (SUA PESQUISA, [s.d.], s.p.). Em breve veremos mais sobre ética, especificamente nesta área de atuação, conhecendo também o código de ética profissional. Os conceitos tradução e interpretação, se pensados num aspecto geral, nos indicam que, segundo o Dicionário Aurélio: Tradução: Fazer passar (uma obra) de uma língua para outra; trasladar, verter; Interpretação: Fazer a interpretação de; Tomar (alguma coisa) em determinado sentido; Explicar (a si próprio ou a outrem); Desempenhar um papel ou executar uma obra. (AURÉLIO, 2016, s.p.) Bem, outra questão importante de se saber é sobre processos de se realizar a interpretação, Quadros (2004, p. 11) explica que: Tradução-interpretação simultânea - É o processo de tradução-interpretação de uma língua para outra que acontece simultaneamente, ou seja, ao mesmo tempo. Isso significa que o tradutor-intérprete precisa ouvir/ver a enunciação em uma língua (língua-fonte), processá-la e passar para a outra língua (língua- -alvo) no tempo da enunciação. Tradução-interpretação consecutiva - É o processo de tradução interpretação de uma língua para outra que acontece de forma consecutiva, ou seja, o tradutor-intérprete ouve/vê o enunciado em uma língua (língua-fonte), processa a informação e, posteriormente, faz a passagem para a outra língua (língua-alvo). Agora, traremos o conceito sob a perspectiva da atuação profissional e as nuances envolvidas. 3 Copyright © UNIASSELVI 2017. Todos os direitos reservados. NIVELAMENTO DE LIBRAS INTERMEDIÁRIO II Modalidades de tradução-interpretação - língua brasileira de sinais para português oral, sinais para escrita, português para a língua de sinais oral, escrita para sinais - Uma tradução sempre envolve uma língua escrita. Assim, poder-se-á ter uma tradução de uma língua de sinais para a língua escrita de uma língua falada, da língua escrita de sinais para a língua falada, da escrita da língua falada para a língua de sinais, da língua de sinais para a escrita da língua falada, da escrita da língua de sinais para a escrita da língua falada e da escrita da língua falada para a escrita da língua de sinais. A interpretação sempre envolve as línguas faladas/sinalizadas, ou seja, nas modalidades orais- -auditivas e visuais-espaciais. Assim, poder-se-á ter a interpretação da língua de sinais para a língua falada e vice-versa, da língua falada para a língua de sinais. Vale destacar que o termo tradutor é usado de forma mais generalizada e inclui o termo interpretação. (QUADROS, 2004, p. 09) Observando a citação acima, tradução de Libras e Interpretação de Libras, então tem algumas diferenças?! É o que veremos a seguir. Há autores que considerem conceitos com a mesma função, já outros compreendem que há distinção na execução desse trabalho, é o de que nos valeremos aqui, “[...] distinção conceitual em que interpretação é o ato de passar um texto oral de uma língua para outra, ao passo que tradução envolve textos escritos. (GESSER, 2011, p. 22) Para esclarecer mais sobre a questão, a autora ainda comenta que: As traduções envolveriam a língua de sinais, a escrita de sinais e a língua portuguesa (ou outras línguas) nos diversos gêneros textuais. Por exemplo, a literatura surda que vem sendo registrada na sua “oralidade” pode ter sua versão em escrita de sinais ou mesmo em português escrito. O mesmo para trabalhos e pesquisas realizados por surdos em língua de sinais que podem ter sua versão em um sistema escrito e vice-versa. (GESSER, 2011, p. 23) A tradução pode ocorrer de diferentes formas, segundo o autor Jakobson (1959, p. 232), distinguindo em: “Tradução intralingual ou reformulação, a interpretação da língua para mesma língua (por exemplo, o texto de adulto para texto infantil)”. Um exemplo dessa tradução é a literatura “Quem mexeu no meu queijo”, uma parábola escrita pelo Dr. Spencer Johnson, nas versões adulto, jovem e infantil. 4 NIVELAMENTO DE LIBRAS INTERMEDIÁRIO II Copyright © UNIASSELVI 2017. Todos os direitos reservados. FIGURA 1 – LIVROS NAS VERSÕES ADULTO, JOVEM E INFANTIL FONTE: Disponível em: <livrariasaraiva.com.br>. Acesso em 03 jul. 2017. Tradução interlingual ou tradução propriamente dita, que é definida como a interpretação de uma língua para outra; ou seja, uma interpretação de signos verbais de uma língua para outra língua. Esse tipo de tradução é muito comum em espaços educacionais, em várias situações, quando o aluno sinaliza e o intérprete serve de escriba para o aluno, nas traduções dos trabalhos. FONTE: Disponível em: <http://www.porsinal.pt/index.php?ps=artigos&idt=artc&cat= 16&idart=301>. Acesso em: 03 jul. 2017 FIGURA 2 – TRADUÇÃO DE LIBRAS PARA LÍNGUA PORTUGUESA Tradução intersemiótica ou transmutação que é definida como a interpretação de um sistema de código para outro por meio de signos de sistemas não verbais. FONTE: Disponível em: <https://www.google.com.br/amor>. Acesso em: 03 jul. 2017. \ FIGURA 3 – SIGNOS NÃO VERBAIS 5 Copyright © UNIASSELVI 2017. Todos os direitos reservados. NIVELAMENTO DE LIBRAS INTERMEDIÁRIO II Exemplo dessa tradução: transposição de um signo literário para signo cinematográfico. FONTE: Disponível em: <https://www.dreamstime.com/stock-image-colorful-flower- arrangement-image> e <http://bookeando.com/site/2012/05/31/serie-pilares- da-terra-de-ken-follet/>. Acesso em: 03 jul. 2017. FIGURA 4 – SIGNO LITERÁRIO PARA SIGNO CINEMATOGRÁFICO E falando em interpretação, traremos aqui o entendimento que envolve a ação de converter um texto oral de uma língua para outra, inclui algumas singularidadesse comparada a tradução, pois [...] não tem a mesma possibilidade que tem o tradutor quando faz suas opções tradutórias, por exemplo, apoiando-se em outras ferramentas, como: dicionários, enciclopédias, tradutores eletrônicos, bancos de dados etc.” (GESSER, 2011, p. 23) Uma definição muito tranquila sobre o intérprete em relação ao estudo em questão é apresentada por Quadros (2004, p. 7): “Intérprete de língua de sinais - Pessoa que interpreta de uma dada língua de sinais para outra língua, ou desta outra língua para uma determinada língua de sinais”. O campo de atuação é bem vasto, escolas, universidades, espaços públicos (teatros, hospitais, delegacias, fóruns, etc.), programas eleitorais, eventos (seminários, palestras, congressos), propagandas diversas, enfim são inúmeras possibilidades. Mas, com certeza, a área educacional é a de maior demanda, considerando também a política nacional de inclusão e o fato de que a inserção de estudantes com surdez nas universidades tem maior frequência atualmente. E de quem estamos falando, quem é esse profissional? Segundo Quadros (2004, p. 28): É o profissional que domina a língua de sinais e a língua falada do país e que é qualificado para desempenhar a função de intérprete. No Brasil, o intérprete deve dominar a língua brasileira de sinais e a língua portuguesa. Ele também pode dominar outras línguas, como o inglês, o espanhol, a língua de sinais americana e fazer a interpretação para a língua brasileira de sinais ou vice- -versa (por exemplo, conferências internacionais). Além do domínio das línguas envolvidas no processo de tradução e interpretação, o profissional precisa 6 NIVELAMENTO DE LIBRAS INTERMEDIÁRIO II Copyright © UNIASSELVI 2017. Todos os direitos reservados. ter qualificação específica para atuar como tal. Isso significa ter domínio dos processos, dos modelos, das estratégias e técnicas de tradução e interpretação. 0 profissional intérprete também deve ter formação específica na área de sua atuação (por exemplo, a área da educação). De forma muito clara e valorosa, a respeito da atuação e do profissional, Gesser (2011, p. 26) acrescenta: Em quaisquer processos de interpretação estão relacionados fatores tais como: memória, tomada de decisões, categorização e estratégias de interpretação, por exemplo. Assim sendo, cada uma das modalidades supracitadas exige habilida- des e técnicas distintas do intérprete. A este, portanto, cabe o gerenciamento das informações e dos conhecimentos de modo que possa conduzir seu trabalho da melhor maneira. Como se vê, interpretar é uma atividade altamente complexa. E o trabalho realizado sempre dever compreender as questões abaixo definidas por Quadros (2004, p. 28), principalmente nas questões éticas, as quais devem ser imprescindivelmente respeitadas: a) Confiabilidade (sigilo profissional). b) Imparcialidade (o intérprete deve ser neutro e não interferir com opiniões próprias). c) Discrição (o intérprete deve estabelecer limites no seu envolvimento durante a atuação). d) Distância profissional (o profissional intérprete e sua vida pessoal são separados). e) Fidelidade (a interpretação deve ser fiel, o intérprete não pode alterar a informação por querer ajudar ou ter opiniões a respeito de algum assunto, o objetivo da interpretação é passar o que realmente foi dito). A categoria tem como base o código de ética, que exprime orientações quanto à atuação. Gesser (2011, p. 15) nos explica a necessidade desse documento, quanto expõe que: Os códigos de ética são elaborados com o objetivo de orientar as ações de seus participantes. Trata-se de um texto redigido, analisado e aprovado pela organização e/ou instituição competente em que são apresentadas as diretrizes referentes aos seus princípios, visão e missão. Neles ficam impressas as posturas e atitudes esperadas – e estas devem estar em conformidade com as condutas moralmente aceitas pela sociedade. O conteúdo dos códigos de ética é de suma importância, pois reflete aquilo que é esperado das pessoas, além de também respaldá-las na empresa frente a situações vivenciadas. Segue de acordo com o Regimento Interno do Departamento Nacional de Intérpretes (FENEIS), o código de ética, que expõe questões já anteriormente indicadas para a atuação: 7 Copyright © UNIASSELVI 2017. Todos os direitos reservados. NIVELAMENTO DE LIBRAS INTERMEDIÁRIO II CAPÍTULO 1 Princípios fundamentais Artigo 1º . São deveres fundamentais do intérprete: 1°. O intérprete deve ser uma pessoa de alto caráter moral, honesto, consciente, confidente e de equilíbrio emocional. Ele guardará informações confidenciais e não poderá trair confidências, as quais foram confiadas a ele; 2º. O intérprete deve manter uma atitude imparcial durante o transcurso da interpretação, evitando interferências e opiniões próprias, a menos que seja requerido pelo grupo a fazê-lo; 3º. O intérprete deve interpretar fielmente e com o melhor da sua habilidade, sempre transmitindo o pensamento, a intenção e o espírito do palestrante. Ele deve lembrar dos limites de sua função e não ir além de sua responsabilidade; 4°. O intérprete deve reconhecer seu próprio nível de competência e ser pru- dente em aceitar tarefas, procurando assistência de outros intérpretes e/ou profissionais, quando necessário, especialmente em palestras técnicas; 5°. O intérprete deve adotar uma conduta adequada de se vestir, sem adereços, mantendo a dignidade da profissão e não chamando atenção indevida sobre si mesmo, durante o exercício da função. (QUADROS, 2004, p. 31) Essas questões são importantes de serem apreendidas pelo profissional, a fim de que, além de fluente, ele seja capaz de executar com tranquilidade as questões acima referidas e com zelo pela profissão, compreendendo que não trabalha só, e sim por uma categoria. Esclarecimento também indicado no código, quando apresenta: CAPÍTULO 4 - Relações com os colegas 13°. Reconhecendo a necessidade para o seu desenvolvimento profissional, o intérprete deve agrupar-se com colegas profissionais com o propósito de dividir novos conhecimentos de vida e desenvolver suas capacidades expressivas e receptivas em interpretação e tradução. Parágrafo único. O intérprete deve esclarecer o público no que diz respeito ao surdo sempre que possível, reconhecendo que muitos equívocos (má informa- ção) têm surgido devido à falta de conhecimento do público sobre a área da surdez e a comunicação com o surdo. (QUADROS, 2004, p. 33) Ainda sobre a postura ética, de certa forma discutindo com o acima exposto por Quadros, a pesquisadora Damázio infere sua compreensão acerca do profissional, destacando: Entende-se que, sendo o tradutor e intérprete uma pessoa com capacidade, opiniões e construção identitária próprias, não é coerente exigir que ele adote uma postura absolutamente neutra, como se sua atividade fosse apenas uma atividade mecânica. Mas o fato de ter uma opinião própria sobre um assunto não dá a esse profissional o direito de interferir em uma situação concreta em que está atuando, quando não for chamado a intervir. (DAMÁZIO, 2007, p. 50) O trabalho a ser abordado terá um foco maior na área educacional, logo, que é onde encontramos maior demanda e necessidade de muitos esclarecimentos. Ainda falando em esclarecimentos, vamos abordar alguns dos mitos comumente divulgados acerca do profissional, num recorte do livro de Quadros (2004, p. 29-30): 8 NIVELAMENTO DE LIBRAS INTERMEDIÁRIO II Copyright © UNIASSELVI 2017. Todos os direitos reservados. • Professores de surdos são intérpretes de língua de sinais – [...] os professores são professores e os intérpretes são intérpretes. Cada profissional desempenha sua função e papel que se diferenciam imensamente. O professor de surdos deve saber e utilizar muito bem a língua de sinais, mas isso não implicaser intérprete de língua de sinais. O professor tem o papel fundamental associado ao ensino e, portanto, completamente inserido no processo interativo social, cultural e linguístico. O intérprete, por outro lado, é o mediador entre pessoas que não dominam a mesma língua, abstendo-se, na medida do possível, de interferir no processo comunicativo. • As pessoas ouvintes que dominam a língua de sinais são intérpretes – [...] O intérprete de língua de sinais é um profissional que deve ter qualificação específica para atuar como intérprete. Muitas pessoas que dominam a língua de sinais não querem e nem almejam atuar como intérpretes de língua de sinais. Também, há muitas pessoas que são fluentes na língua de sinais, mas não têm habilidade para serem intérpretes. • Os filhos de pais surdos são intérpretes de língua de sinais – [...] Normal- mente os filhos de pais surdos intermedeiam as relações entre os seus pais e as outras pessoas, mas desconhecem técnicas, estratégias e processos de tradução e interpretação, pois não possuem qualificação específica para isso. Os filhos fazem isso por serem filhos e não por serem intérpretes de língua de sinais. Alguns filhos de pais surdos se dedicam à profissão de intérprete e possuem a vantagem de ser nativos em ambas as línguas. Isso, no entanto, não garante que sejam bons profissionais intérpretes. O que garante a alguém ser um bom profissional intérprete é, além do domínio das duas línguas envolvidas nas interações, o profissionalismo, ou seja, busca de qualificação permanente e observância do código de ética. Sobre o aspecto educacional, elucidaremos as questões com base no material organizado pelo MEC, considerando que nossas escolas devam respeitar tais diretrizes e determinações legais, logo que “[...] o reconhecimento da Língua Brasileira de Sinais – Libras, em abril de 2002, e sua recente regulamentação, conforme o Decreto nº 5.626, de 22 de dezembro de 2005, legitimam a atuação e a formação profissional de tradutores e intérpretes de Libras e Língua Portuguesa. (DAMÁZIO, 2007, p. 49) Falando em escola e em intérprete educacional, Damázio (2007, p. 50) pontua ainda que: Com relação à sala de aula, devemos sempre considerar que este espaço per- tence ao professor e ao aluno e que a liderança no processo de aprendizagem é exercida pelo professor, sendo o aluno de sua responsabilidade. É absoluta- mente necessário entender que o tradutor e intérprete é apenas um mediador da comunicação e não um facilitador da aprendizagem e que esses papéis são absolutamente diferentes e precisam ser devidamente distinguidos e respei- tados nas escolas de nível básico e superior. Não cabe ao tradutor/intérprete a tutoria dos alunos com surdez e também é de fundamental importância que o professor e os alunos desenvolvam entre si interações sociais e habilidades comunicativas, de forma direta, evitando-se sempre que o aluno com surdez dependa totalmente do intérprete. Essas questões parecem ser redundantes, já tão conhecidas, mas infelizmente são informações que carecem ser esclarecidas para intérpretes e professores das nossas escolas. 9 Copyright © UNIASSELVI 2017. Todos os direitos reservados. NIVELAMENTO DE LIBRAS INTERMEDIÁRIO II A autora acrescenta ainda que: [...] o tradutor/intérprete deve conhecer com profundidade, cientificidade e criticidade sua profissão, a área em que atua, as implicações da surdez, as pessoas com surdez, a Libras, os diversos ambientes de sua atuação a fim de que, de posse desses conhecimentos, seja capaz de atuar de maneira adequada em cada uma das situações que envolvem a tradução, a interpretação e a ética profissional. (DAMÁZIO, 2007, p. 51) Outra questão muito importante trazida pela autora acima faz referência ao ensino de Libras, é papel do professor com surdez executar esse trabalho, e ao intérprete cabe a mediação na comunicação. Infelizmente é comum observarmos o contrário acontecendo, intérpretes de Libras assumindo o papel do professor com surdez e lecionando em disciplinas de Libras ou em cursos de formação, inclusive em universidades. Desrespeitando o artigo e incisos indicados no Decreto 5.626/2005, quando expõe no Capítulo III: Art. 7o Nos próximos dez anos, a partir da publicação deste Decreto, caso não haja docente com título de pós-graduação ou de graduação em Libras para o ensino dessa disciplina em cursos de educação superior, ela poderá ser minis- trada por profissionais que apresentem pelo menos um dos seguintes perfis: I - professor de Libras, usuário dessa língua com curso de pós-graduação ou com formação superior e certificado de proficiência em Libras, obtido por meio de exame promovido pelo Ministério da Educação; II - instrutor de Libras, usuário dessa língua com formação de nível médio e com certificado obtido por meio de exame de proficiência em Libras, promovido pelo Ministério da Educação; III - professor ouvinte bilíngue: Libras - Língua Portuguesa, com pós- -graduação ou formação superior e com certificado obtido por meio de exame de proficiência em Libras, promovido pelo Ministério da Educação. (BRASIL, 2005) Muitos espaços se prevalecem do inciso III, valendo-se de questões econômicas, já que não precisam pagar dois profissionais, ignorando a qualidade da ação do ensino de Língua 1 por um nativo e do trabalho específico do intérprete de Libras e também por conta da inobservância da quantidade de turmas já formadas no Letras/Libras – licenciatura, com diplomação em nível superior que qualifica para esse ensino, formação essa ofertada principalmente pela UFSC, com polos espalhados pelo brasil. O Decreto 5.626, de maneira bem específica, apresenta: Art. 21. A partir de um ano da publicação deste Decreto, as instituições federais de ensino da educação básica e da educação superior devem incluir, em seus quadros, em todos os níveis, etapas e modalidades, o tradutor e intérprete de Libras - Língua Portuguesa, para viabilizar o acesso à comunicação, à infor- mação e à educação de alunos surdos. § 1o O profissional a que se refere o caput atuará: I - nos processos seletivos para cursos na instituição de ensino; II - nas salas de aula para viabilizar o acesso dos alunos aos conhecimentos e conteúdos curriculares, em todas as atividades didático-pedagógicas; e III - no apoio à acessibilidade aos serviços e às atividades-fim da instituição 10 NIVELAMENTO DE LIBRAS INTERMEDIÁRIO II Copyright © UNIASSELVI 2017. Todos os direitos reservados. de ensino. Em momento algum indicando a questão do ensino quando faz referência ao espaço escolar. Bem, falando em escola, ainda, e pensando em duas possibilidades em relação aos professores que trabalham em parceria com o intérprete, temos duas situações trazidas pela autora Damázio (2007, p. 51): 1. Atuação do tradutor/intérprete com o professor fluente em Libras: O professor que é fluente em Libras é a pessoa mais habilitada para transmitir seus conhecimentos aos alunos usuários da Língua de Sinais. Uma vez que o professor tenha fluência nessa língua e que o domínio do conhecimento a ser trabalhado é exclusivo desse professor, não existe a barreira da comunicação e, assim sendo, o intérprete será desnecessário. 2. Atuação do tradutor/intérprete em sala de aula comum com o professor sem fluência em Libras - O tradutor/intérprete poderá atuar na sala comum, mas sempre evitando interferir na construção da Língua Portuguesa como segunda língua dos alunos com surdez. A sala de aula comum é um dos locais de aprendizado da Língua Portuguesa para os alunos com surdez. Assim, temos aqui duas questões complexas e que precisam ser bem observadas. Primeiro, que as escolas comuns dificilmente terão em seus quadros de profissionais professores com fluência em Libras, ao ponto de conseguirem passar todo e qualquer conhecimento nalíngua em questão. Se o tiverem, as salas de aula das escolas comuns são numa perspectiva de inclusão, logo, teremos alunos ouvintes e surdos, assim, um professor não poderá ministrar suas aulas na Libras, observando os demais que estão ali. Claro, caso o professor seja fluente, poderá sim, sempre intervir, trocar, participar de todo o processo de elaboração junto com o aluno surdo, sem a necessidade do intérprete, isso em momentos específicos, já que falamos de uma língua com duas modalidades diferentes e que não podem ser expressas ao mesmo tempo, sendo duas estruturas gramaticais complexas. Por outro lado, é comum que professores se surpreendam com a presença, tanto do aluno surdo, quanto do segundo profissional no espaço, o que em algumas situações pode causar um desconforto. Assim, embora o papel do ensino seja prioritariamente do professor, é inegável a necessidade dos dois profissionais interagirem para qualificar esse processo, numa perspectiva colaborativa. Quanto à atuação do intérprete no espaço escolar, Damázio ainda explicita: A atuação do tradutor/intérprete escolar envolve também a mediação da co- municação nas diversas atividades que acontecem na escola ou relacionadas a ela, visando atender às necessidades tanto de professores e alunos quanto da comunidade escolar e promovendo a inclusão social. O tradutor/intérprete é mais um profissional que, ciente de sua responsabili- 11 Copyright © UNIASSELVI 2017. Todos os direitos reservados. NIVELAMENTO DE LIBRAS INTERMEDIÁRIO II dade social, poderá mobilizar gestores e professores para a importância de se promover a igualdade de acesso ao conhecimento acadêmico para todos os alunos, indistintamente (DAMÁZIO, 2007, p. 52). O trabalho em escola pode exigir do profissional, também, atuação numa perspectiva mais tradutória, quando compreendida sua função. Em provas, trabalhos, textos, sempre que houver a necessidade de o aluno expor suas ideias e exprimi-las no papel. Destacamos um exemplo desse tipo de atuação, retirado do texto de Fernandes (2002, p. 7). Texto I - Relato de experiência Eu fui escola faze junho. Nós faminha fui Escola X. Eu fui roba toroca Ale. Você bomito bom Ale. Nós vamos familha foi um carro do muito pessado. Eu Escola muito feliz nós (A, 18 anos, EJA, séries iniciais.) (Versão sinalizada da narrativa e traduzida em português pela intérprete de Libras) Quando eu era pequena, em 1984, fui à escola X em uma Festa Junina. Fui junto com minha família e gostei muito. Fui sinhazinha e minha mãe trocou minha roupa, vestiu a saia e fez a trança. Mamãe me olhou e disse que eu estava linda, uma gracinha e apertou minha bochecha carinhosamente. Eu lembro que nós fomos à festa em um carro pequeno, estava muito apertado, mas eu estava feliz, porque a família estava toda junta. Texto II - Relato de experiência Jardim Botânico Aniversário de Curitiba Eu gosto bom ele Jardim Botânico. Eu foi vi ele bom rosa muito Jardim Botânico. Eu fui passear vi muito frboi bom no cor. Nós vamos e amigos na foi eu fui sim. Eu gosto bom ele frboi. Ele muito passirios. Eu casado pé no calhor. Eu comei um coca–cola de pissar. Eu viu muito rio. babaita amivisado bom Curitiba 305 anos. (M, 19 anos, EJA séries iniciais.) (Versão sinalizada da narrativa e traduzida em português pela intérprete de Libras). Eu fui visitar Curitiba no dia do aniversário de 305 anos. Fui passear no Jardim Botânico. Vi como o Jardim Botânico é bonito! Tem muitas árvores e flores diferentes. Eu passeei por um longo caminho de flores coloridas! Eu fiquei muito admirada com a beleza. Depois de tanto andar eu fiquei com fome. Fui comprar uma coca e uma pizza. Havia muitas famílias e pessoas andando no parque, olhando admirados a beleza dos peixes e pássaros. Logo me cansei, pois o sol e o calor estavam muito fortes. Meus pés doíam, sentei para descansar um pouco e fui embora para a casa da minha vó. Texto III - Narrativa sobre um filme assistido em sala de aula sobre a aids. AIDS – HIV Positivo Eu mulher para esta como eu passear homem de todo e sex. O homem muito que namoralos o como você que mulheres de seu passaer gosto estavam sex HIV. Ela como muito você que gostos sex não gostas mulheres bom não um nada. A mulher amigo você que comverais nós gostos seu homem a muito para comverias você que mais boa. Eu como você converias deu jesus tomar curados sentes AIDS A mulher você para que como muitos esta namorelas gostos não Positivo HIV. 12 NIVELAMENTO DE LIBRAS INTERMEDIÁRIO II Copyright © UNIASSELVI 2017. Todos os direitos reservados. Eu mulher vosê que namorelo não para mais cama homem muitos esta esque- cer eu azar. O homem muito gosto você que sexo mulheres de come mais todos para nós camisinha sexo. (Versão sinalizada traduzida para o português pela intérprete de Libras) Um grupo de amigos conversa sobre seus problemas. Cada um tem seus pro- blemas particulares. Uma mulher fala: - Ninguém tem nada com isso. O amigo pergunta se ela quer conversar sobre o problema. A pessoa se afasta e conta que tem AIDS. (Dramatiza um diálogo) – Como? Você tem AIDS?” – Sim, o médico falou que meu exame é positivo. Eu estou triste. – Você sabe se está grávida? – Não. –- Tudo bem com seu corpo?” – Não. – Você está bem de saúde?” – Mais ou menos bem. – Por que você ainda não foi ao médico? Você precisa se distrair contando piadas, fazendo fofoca, brincando. – Não, deixa pra lá. – Paciência, o problema é seu. Desculpe. (C. 26 anos – Ensino Médio) Outra observação a ser realizada, com base em Gesser (2011, p. 29), destaca três esforços presentes na atuação do profissional: 1 – Escutar e analisar o texto de partida (compreensão); 2 – Produzir o discurso na língua-alvo; 3 – Memória de curto prazo para armazenar e recuperar a informação. A autora esclarece ainda, observando os esforços mencionados, que: A capacidade de processamento perderia sua eficiência quando um dos es- forços consome maior atenção do intérprete, deixando os outros esforços com menos “energia”, digamos assim, para funcionar. Se o intérprete se empenha demais para fazer uma reformulação em um determinado momento do discur- so, há uma sobrecarga tamanha que a sua capacidade de processamento fica comprometida. Isto significa que os esforços utilizados não poderiam exceder os limites de capacidade de processamento – o que é um complicador, pois sabemos que mesmo com estas estratégias o intérprete trabalha muito perto do nível de sobrecarga de informações. (GESSER, 2011, p. 29) Em seu material, ela apresenta um quadro que indica diferenças e similaridades desse processo conversado até aqui. 13 Copyright © UNIASSELVI 2017. Todos os direitos reservados. NIVELAMENTO DE LIBRAS INTERMEDIÁRIO II FIGURA 5 – LÍNGUA DE PARTIDA E LÍNGUA DE CHEGADA Fonte: Adaptado de Gesser, (2011, p. 29) Pois bem, o trabalho é bem complexo e envolve muitas questões. Algumas foram abordadas num trabalho coletivo entre autores e organizadores do material disponibilizado pela FCEE – 2013, com base em pesquisas e experiências na área da tradução e interpretação, com foco nas escolas. É interessante destacar uma questão séria e comum apontada no material citado: Há dificuldade em a escola aceitar que ali haja profissionais sem função peda- gógica. Entretanto, os intérpretes de LIBRAS não possuem essa função, pois não preparam aulas, não dão nota aos alunos surdos nem aos demais, pois essas atividades são relacionadas ao ensino. O que precisamos deixar claro é que a atual forma de contratação dos intérpretes se dá pelo cargo de professor, mas com atribuições diferentes, pois não há outra forma de contratação para esse profissional em âmbito estadual. Por enquanto! (FCEE, 2013, p. 27) Indicam outras discussões interessantes de serem observadas e compreendidas, por quemtrabalha nesse contexto seja intérprete ou professor, podendo, num futuro próximo, auxiliar para o esclarecimento dos papéis dos envolvidos, bem como em todo o processo educacional presente. Outra situação frequente nas escolas se dá na ausência de um professor. Não se deve pedir ao intérprete que substitua a falta daquele docente, pois ele não pode se responsabilizar por uma turma. A escola poderá tomar medidas que não envolvam o profissional intérprete mesmo que esse não esteja interpretando. Neste momento, aparentemente ocioso, o intérprete poderá usar para fins de estudos dos conteúdos que condizem com seus momentos de interpretação. O intérprete não deve ser visto pela escola como um “quebra-galho”. E se a escola não tivesse o intérprete? Com certeza, buscaria outra solução para esse problema, sendo assim, permanece dessa forma (FCEE, 2013, p. 26). O material apresentado pelos organizadores propõe também explicações tranquilas quanto à questão ética já discutida, mas trazendo esclarecimentos também sobre ponderações necessárias, destacando: 14 NIVELAMENTO DE LIBRAS INTERMEDIÁRIO II Copyright © UNIASSELVI 2017. Todos os direitos reservados. [...] nada impossibilita o intérprete de ser solidário ou voluntário quando julgar adequado e necessário. Por exemplo, às vezes o intérprete é solicitado para acompanhar o surdo ao médico, ou quando, por ser o único conhecido que tem domínio da língua de sinais, a família lhe pede para conversar com o surdo a fim de orientá-lo, mesmo que seja algo pessoal ou relacionado à família ou até mesmo quando o surdo o procura para desabafar. É necessário estabelecer um limite ético que não venha a prejudicar sua atuação profissional. É importante que você deixe claro para o surdo as situações de atuação. Que em determinado momento você poderá lhe atender voluntariamente, mas que em outros ele deverá lhe ver não mais como um amigo voluntário, mas como um profissional. Há necessidade de bom senso e equilíbrio, tanto para os que desejam ser assistencialista, como para os que desejam, talvez, cobrar pelo uso de seus serviços em outros espaços fora da escola. Consegue estabelecer uma relação assim? Então, mantenha! Não consegue? Repense! Afinal, quem será o maior prejudicado? Pense!; (FCEE, 2013, p. 30) Ainda quanto à postura profissional, acrescentam: As posturas que queremos mencionar são as que nós intérpretes passamos a nos atribuir por conta própria, como: cuidar do caderno do aluno, se ele terminou ou não de copiar, responder as perguntas que o aluno faz sem repassá-las ao professor que é o responsável pelo conteúdo, controlar a saída e a entrada do aluno em sala de aula, liberando-o para o banheiro ou não. Enfim, estas são atitudes simples que muitos intérpretes ainda realizam pela falta de conhe- cimento, ou, muitas vezes, por falta de competência em interpretação. Sim, de fato, muitos intérpretes usam de “compensação”, isto é, compensam suas insuficiências e falhas na língua de sinais e na interpretação, por fazer outras atribuições as quais, definitivamente, não lhes compete. (FCEE, 2013, p. 40) Das responsabilidades no trabalho: O intérprete não deve cobrar os exercícios, deveres ou atividades do aluno surdo. Já dissemos que é de responsabilidade do professor regente da turma o aluno surdo, mas muitos intérpretes, por estarem acostumados a certas ati- tudes ou por acharem que não há nada de errado, acabam mantendo certas posturas. Assim, deixamos claro novamente que quem deve exigir as tarefas dos alunos, sejam surdos ou ouvintes, é o professor regente e não o intérprete, em nenhuma hipótese. Se o professor cobrar dos alunos, o intérprete apenas passará a informação para o aluno surdo. (FCEE, 2013, p. 43) Finalizando e esclarecendo, sobre o ensino de Libras aos alunos surdos: Como já discutimos, o intérprete não ensina a língua de sinais para o aluno surdo, mas em casos em que o aluno possuir somente a língua de sinais casei- ra, isto é, sinais combinados em casa com os familiares, o intérprete poderá ir introduzindo, aos poucos, os sinais da LIBRAS em sua interpretação. Nunca ensinando a LIBRAS como se fosse uma aula paralela à do professor regente. Os sinais podem ser introduzidos quando conhecemos os sinais caseiros do surdo ou quando temos recursos visuais para apontar e mostrar o sinal usado na LIBRAS. Bem, temos muitas orientações aqui, para leitor que é professor, para leitor que é intérprete. Independentemente da sua atuação, acreditamos que os esclarecimentos apresentados poderão contribuir com sua prática profissional. 15 Copyright © UNIASSELVI 2017. Todos os direitos reservados. NIVELAMENTO DE LIBRAS INTERMEDIÁRIO II Para concluir, abordaremos um aspecto do trabalho de tradução e interpretação quando realizado por pessoas surdas, atuação ainda pouco conhecida, mas existente há bastante tempo. Campello em seu trabalho aponta que [...] somente em 1993 há o reconhecimento do uso do Intérprete Surdo da mo- dalidade interlingual [...] no espaço acadêmico. Isso acontece na Universidade Federal do Rio de Janeiro-UFRJ, quando foram promovidos os cursos no pré – II Congresso Latino Americano de Bilinguismo (Língua de Sinais / Língua Oral) para Surdos. Os cursos elaborados pelos professores surdos: americano Ken Mikos e sueco Mats Jonsson foram traduzidos / interpretados pelo intérprete surdo de ASL/Libras, Nelson Pimenta de Castro (CAMPELLO, 2014, p. 146). Acrescenta ainda: Com o surgimento do Curso de Letras Libras, a atividade de tradutor / ator de língua de sinais [...] propulsionou a carreira de tradução no AVEA, produzindo Normas Surdas de Tradução [...] em nível acadê- mico, desempenhadas quase que exclusivamente pelos tradutores/atores surdos bilíngues para o Ambiente Virtual de Ensino e Aprendizagem – AVEA e para os DVDs. Além disso, no desenvolvimento de algumas disciplinas, também houve a tradução / interpre- tação nestas modalidades, por exemplo, a atuação pioneira de uma intérprete surda na disciplina de Análise do Discurso, de Letras Libras, turma 2006. A adequação de normas, função e de novo campo de trabalho foi tomando corpo e passou a ser reconhecida, culminando na inclusão de candidatos surdos para a realização do Exame ProLibras na qualidade de tradutores/intérpretes de línguas de sinais, a partir de 2009. (CAMPELLO, 2014, p. 147) Embora pouco conhecido, já tem força esse importante profissional na área da tradução. Alguns exemplos em que podemos observar intérpretes surdos aqui no Brasil: FONTE: Disponível em: <www.Libras.ufsc.br>. Acesso em: 03 jul. 2017. FIGURA 6 – INTÉRPRETE NO SITE UFSC 16 NIVELAMENTO DE LIBRAS INTERMEDIÁRIO II Copyright © UNIASSELVI 2017. Todos os direitos reservados. FONTE: Portal Letras Libras – UFSC FIGURA 7 – INTÉRPRETE NO PORTAL UFSC FONTE: Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=h-x_hXX74f0>. Acesso em: 03 jul. 2017. FIGURA 8 – PROLIBRAS FONTE: Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=mPo5VSX0Jio>. Acesso em: 03 jul. 2017. FIGURA 9 – CURSO PREPARATÓRIO DE LIBRAS 17 Copyright © UNIASSELVI 2017. Todos os direitos reservados. NIVELAMENTO DE LIBRAS INTERMEDIÁRIO II FONTE: Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=3Qp9v1WYa5c> Acesso em: 03 jul. 2017. FONTE: Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=2ql1YJkAA78&t=78s> Acesso em: 03 jul. 2017. FIGURA 10 – CURSO DE LIBRAS DO INES FIGURA 11 - INTERPRETANDO PIADAS DICIONÁRIO DE LIBRAS VOCABULÁRIOS 18 NIVELAMENTO DE LIBRAS INTERMEDIÁRIO II Copyright © UNIASSELVI 2017. Todos os direitos reservados. 19 Copyright © UNIASSELVI 2017. Todos os direitos reservados. NIVELAMENTO DE LIBRAS INTERMEDIÁRIO II 20 NIVELAMENTO DE LIBRAS INTERMEDIÁRIO II Copyright © UNIASSELVI 2017. Todos os direitos reservados. Treinar nunca é demais!Vídeo em Libras para treinar: Disponível em: <https://youtu.be/CHeLR5M81lk>. AUTOATIVIDADE: 1. Veja o vídeo em Libras, realize uma interpretação consecutiva, ou seja, você poderá rever várias vezes e escrever e reescrever a sua versão. Pesquise e busque realizar a melhor interpretação possível. https://youtu.be/nTzHHv4Gfzo 2. Agora o desafio é maior: você precisará realizar uma interpretação simultânea, para isso, necessitará de um gravador. Assista ao vídeo em Libras uma única vez e, ao assistir, realize a interpretação oral gravando no seu gravador. Transcreva o que você traduziu e analise sua tradução. https://www.youtube.com/watch?v=mZzS-75nsQU 21 Copyright © UNIASSELVI 2017. Todos os direitos reservados. NIVELAMENTO DE LIBRAS INTERMEDIÁRIO II REFERÊNCIAS AURÉLIO, Dicionário Aurélio. 2016. Disponível em: < BRASIL. Decreto 5.626/2005. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ ato2004-2006/2005/decreto/d5626.htm>. Acesso em: 09 jun.17 CAMPELLO, Ana Regina de Souza. Intérprete surdo de língua de sinais brasileira: o novo campo de tradução / interpretação cultural e seu desafio. (2014) Disponível em: <https://periodicos.ufsc.br/index.php/traducao/article/view/2175- 7968.2014v1n33p143> . Acesso em: 14 junho 2017. DAMÁZIO, M. F. M. Formação Continuada a Distância de Professores para o Atendimento Educacional Especializado - Pessoa com Surdez. SEESP / SEED / MEC Brasília/DF – 2007 FERNANDES, S. Avaliação em língua portuguesa para alunos surdos: algumas considerações. [s.d.] Disponível em <http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/ arquivos/File/janeiro2013/otp_artigos/sueli_fernandes.pdf>. Acesso em: 10 jun.17. GESSER, A. Tradução e Interpretação da Libras. Florianópolis: UFSC, 2011. JAKOBSON, Roman. On Linguistic Aspects of Translation. In BROWER, R.A. (Ed.) – On Translation. Cambridge: Harvard University Press, 1959, p. 232. QUADROS, R. M. de. O tradutor e intérprete de língua brasileira de sinais e língua portuguesa / Secretaria de Educação Especial; Programa Nacional de Apoio à Educação de Surdos - Brasília: MEC; SEESP, 2004. 94 p.: il. QUADROS, R. M. de; SEGALA, R. R. Tradução intermodal, intersemiótica e interlinguística de textos escritos em Português para a Libras oral. Cadernos de tradução, Florianópolis, v. 35, n. 2 2015. p. 354-386, jul-dez 2015. Disponível em: <https://periodicos.ufsc.br/index.php/traducao/article/view/2175- 7968.2015v35nesp2p354>. Acesso em: 10 jun. 2017. SANTA CATARINA. Secretaria de Estado da Educação. Fundação Catarinense de Educação Especial. Intérpretes educacionais de Libras: orientações para a prática profissional / Org. João Paulo Ampessan, Juliana Sousa Pereira Guimarães e Marcos Luchi - Florianópolis: DIOESC, 2013. 96 p. Centro Universitário Leonardo da Vinci Rodovia BR 470, km 71, n° 1.040, Bairro Benedito Caixa postal n° 191 - CEP: 89.130-000 - lndaial-SC Home-page: www.uniasselvi.com.br
Compartilhar