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O Trabalho e a Ética Profissional do Tradutor Intérprete de Libras e Guia Intérprete Ana Carolina Ferreira Curso Técnico em Tradução e Interpretação de Libras Educação a Distância 2021 O Trabalho e a Ética Profissional do Tradutor Intérprete de Libras e Guia Intérprete Ana Carolina Ferreira Curso Técnico em Tradução e Interpretação de Libras Escola Técnica Estadual Professor Antônio Carlos Gomes da Costa Educação a Distância Recife 1.ed. | Out. 2021 Catalogação e Normalização Hugo Cavalcanti (Crb-4 2129) Diagramação Jailson Miranda Coordenação Executiva George Bento Catunda Renata Marques de Otero Manoel Vanderley dos Santos Neto Coordenação Geral Maria de Araújo Medeiros Souza Maria de Lourdes Cordeiro Marques Secretaria Executiva de Educação Integral e Profissional Escola Técnica Estadual Professor Antônio Carlos Gomes da Costa Gerência de Educação a distância Professor(es) Autor(es) Ana Carolina Ferreira Revisão Ana Carolina Ferreira Coordenação de Curso Pollyana Kaline Silva de Santana Coordenação Design Educacional Deisiane Gomes Bazante Design Educacional Ana Cristina do Amaral e Silva Jaeger Helisangela Maria Andrade Ferreira Izabela Pereira Cavalcanti Jailson Miranda Roberto de Freitas Morais Sobrinho Audiodescrição das imagens Jonara Medeiros Siqueira Sumário Introdução .............................................................................................................................................. 4 1.Competência 01 | Conhecer a história do profissional tradutor/intérprete de língua de sinais ....... 5 2.Competência 02 | Aprender o regulamento para atuação como tradutor/intérprete de língua de sinais ..................................................................................................................................................... 20 3.Competência 03 | Reconhecer e utilizar o código de ética na prática de tradução/Interpretação . 34 Conclusão ............................................................................................................................................. 46 Referências ........................................................................................................................................... 47 Minicurrículo do Professor ................................................................................................................... 48 4 Introdução Seja bem-vindo, querido estudante! A comunicação é um fator importante para o ser humano, e a Língua Brasileira de Sinais é uma ferramenta que possibilita a interação dos surdos. Os intérpretes da língua de sinais surgiram devido à necessidade da comunidade surda de possuir um profissional que auxiliasse no processo de comunicação com as pessoas ouvintes. Este ebook, contará a trajetória dessa profissão tão rica culturalmente, que tem sido importante para a sociedade. O tradutor/intérprete de libras percorreu um caminho árduo, para conquistar o reconhecimento. Você conhecerá alguns nomes responsáveis no desenvolvimento dessa disciplina.. O objetivo é lhe dar o poder do conhecimento, através do código de ética você encontrará respostas a muitas indagações que irão surgir em seu cotidiano, você conhecerá mais de perto esse código, que faz a diferença no dia a dia de muitos profissionais. Verá, que no início a atuação era informal, membros da família e amigos da pessoa surda, de forma limitada executavam a função de traduzir e interpretar. Contudo, para que ocorresse de modo formal, foi necessário que a Língua Brasileira de Sinais fosse oficializada. E essa oficialização gerou um padrão a ser seguido, que você verá como colocá-lo em prática. Pretende-se abordar como se constitui a formação do Tradutor Intérprete de Língua Brasileira de Sinais (TILS), destacando o Intérprete. Você também conhecerá instituições que oferecem capacitações, descobrirá quais metodologias usadas para se candidatar nesses cursos. Utilizou-se também como método de pesquisa: leitura e interpretação da legislação vigente e artigos relacionados ao tema. Todo material foi montado em narrativas de autores que traçaram a história do intérprete. Finalizando, observou-se que o Tradutor Intérprete de Língua Brasileira de Sinais tem papel fundamental no processo de ensino aprendizagem dos alunos surdos, assim como a responsabilidade de manter-se atualizado. Pensando nisso, foi lançado esse e-book. Boa leitura! Ana Carolina Ferreira. Competência 01 5 1.Competência 01 | Conhecer a história do profissional tradutor/ intérprete de língua de sinais Antes de dar início ao assunto você irá entender melhor sobre o guia intérprete e a profissão tradutor/intérprete de libras e sua importância. O guia-intérprete é aquele com a função de estabelecer a intermediação comunicativa e visual do surdocego, transmitindo-lhe todas as informações de modo claro e assegurando-lhe conhecimento. O guia-intérprete é o profissional que domina diversas formas de comunicação utilizadas pelas pessoas com surdocegueira, podendo fazer interpretação ou transliteração. A transliteração acontece quando o guia-intérprete recebe a mensagem em uma determinada língua e transmite à pessoa surdocega na mesma língua; porém, usa uma forma de comunicação diferente e acessível ao surdocego, por exemplo: o guia-intérprete ouve a mensagem em língua portuguesa e transmite em Braille. Interpretação é quando o guia-intérprete recebe a mensagem em uma língua e deve transmiti-la em outra língua. Os que desejam tornar-se especialistas para atuar com os alunos surdocegos deverão preencher alguns pré-requisitos, ter domínio da Libras, do Sistema Braille e de Orientação e Mobilidade. Visando esclarecer a trajetória do intérprete da língua de sinais, explicarei agora a diferença de: Tradutor/ Intérprete de LIBRAS de acordo com Quadros. Intérprete - Pessoa que interpreta de uma língua (língua fonte) para outra (língua alvo) o que foi dito. Intérprete de língua de sinais Pessoa que interpreta de uma dada língua de sinais para outra língua, ou desta outra língua para uma determinada língua de sinais (QUADROS, 2004, p. 7 e 11) Desse modo, o intérprete tem a responsabilidade de interceder as relações entre pessoas que possuem línguas diferentes. A diferença entre a tradução e a interpretação reside na modalidade da escrita, onde o escrito trata-se de tradução e a interpretação se trata da tradução de uma língua falada para outra e vice-versa. Tradutor é uma pessoa que traduz de uma língua para outra. Tecnicamente, a tradução refere-se ao processo envolvendo pelo menos uma língua escrita. Assim, tradutor é aquele que traduz um texto escrito de uma língua para a outra. Tradutor- Competência 01 6 intérprete, pessoa que traduz e interpreta o que foi dito e/ou escrito. Tradutor- intérprete de [língua] de sinais. Pessoa que traduz e interpreta a língua de sinais para a língua falada e vice -versa em quaisquer modalidades que se apresentar (oral ou escrita). (QUADROS, 2004, p. 7 e 11) Já que você ouviu o ‘podcast’ da competência, vamos deixar de enrolação e partir para a ação! Veja a história do intérprete… Voltemos no tempo por alguns instantes para relembrarmos a trajetória do profissional Tradutor/Intérprete da língua de sinais. Busquei através da história compreender melhor a profissão do tradutor/intérprete de LIBRAS. Por muito tempo os intérpretes da Língua Brasileira de Sinais, LIBRAS, tiveram sua formação na sombra da experiência desenvolvida por familiaresde surdos ou pessoas participantes em comunidades religiosas com finalidade de ajudar os surdos. Este compêndio tem a intenção de esclarecimento histórico sobre a formação do profissional intérprete/tradutor de língua de sinais, através de pesquisa bibliográfica, traçando uma linha do tempo até os dias atuais. Começaremos fazendo uma viagem por alguns países que fizeram história. Daremos atenção de início à Suécia. Em 1938, como a demanda de pessoas surdas era tão grande, a Suécia se viu na obrigação de criar cinco cargos de conselheiros, que rapidamente não conseguia atender a demanda da comunidade surda. E você estudante, o que teria feito no lugar dos suecos? Uma bela calça justa! Veja qual foi o desfecho. PODCAST Agora vamos parar um pouco para ouvir o podcast desta competência. Você sabia? Essa encantadora história, do intérprete, se dá através de trabalhos voluntários,graças à união de amigos,familiares, vizinhos e comunidade religiosa ,ajudando no reconhecimento dessa carreira tão importante para sociedade surda. Na verdade, foi graças ao famoso “empurrãozinho” que se deu a entrada dos surdos nas discussões sociais e o reconhecimento da língua de sinais pelos países enquanto língua de fato, garantindo o direito do acesso a ela. Competência 01 7 Em 1947, mais de 20 pessoas assumiram a função de intérprete. Em 1968, por uma decisão do Parlamento, todos os surdos teriam acesso ao profissional intérprete livre de encargos diante de reivindicações da Associação Nacional de Surdos. Neste ano, também foi criado o primeiro curso de treinamento de intérprete na Suécia organizado pela Associação Nacional de Surdos, junto à Comissão Nacional de Educação e à Comissão Nacional para Mercado de Trabalho. Foi instituído que cada conselho municipal deveria ter uma unidade com intérpretes. ( MÜLLER 2004 ) Ainda na Suécia, a expansão da sociedade surda, fez com que o governo elaborasse o primeiro curso de treinamento organizado pela Associação Nacional de Surdos, junto à Comissão Nacional de Educação e à Comissão Nacional para Mercado de Trabalho. O link abaixo conta um pouco da história de Thomas Gallaudet. Figura 1 - Thomas Gallaudet Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Thomas_Hopkins_Gallaudet Audiodescrição da figura: No centro da tela, fotografia em preto e branco de um homem branco. Ele possui olhos e cabelos pretos, usa óculos, veste camisa com colarinho branco, alto, e paletó preto. Fim da audiodescrição. Estudante, você já viu esse vídeo? Veja um pouco mais da história! https://www.youtube.com/watch?v=7WhYC2rhNvk https://www.youtube.com/watch?v=7WhYC2rhNvk Competência 01 8 Continuando o giro pela história do intérprete pelos países… Falemos agora dos Estados Unidos. Em 1964, foi criada a primeira organização nacional de intérpretes para surdos nos Estados Unidos. Em 1972 com o nome definido da organização nacional de intérpretes para (atual RID). Começou a exigir avaliação dos intérpretes, usando esse método até os dias atuais. Conta-se as boas línguas, que o primeiro intérprete por lá foi Thomas Gallaudet. Por ironia, seu aluno era francês, pasmem! Era um surdo, de nome Laurent Clerc. Confira essa história direitinho!? Voltando a atenção agora para nossa terrinha. No Brasil em 1857 foi criado o Imperial Instituto dos Surdos-Mudos, por Dom Pedro II, mas o reconhecimento da necessidade de um intérprete no país só se deu em meados dos anos 1980. Nos anos 80 deu início aos intérpretes de língua de sinais em trabalhos religiosos. Por volta dos anos 1980 rolavam as primeiras atuações de intérpretes de língua de sinais. Em 1988 houve o primeiro Encontro Nacional de Intérpretes de Língua de Sinais, organizado pela FENEIS, havendo trocas de conhecimento. No intuito de levantar dados referentes ao histórico do intérprete de Libras, analisaram-se os relatórios da FENEIS desde a Ata de fundação em 1973 até o ano de 2002, data do último relatório disponível no site, na íntegra. Na ata de fundação é mencionada a presença de intérpretes, sem maiores informações. Somente no relatório de 1988 inicia-se a descrição dos trabalhos realizados por esses intérpretes junto à Federação. (ETD) Deu início em 1988 no Rio de Janeiro às atividades televisivas, das quais destacaram o intérprete e suas funções, em empresa de aviação, na organização de encontros regionais, no encaminhamento às escolas estaduais, na assessoria jurídica, no departamento pessoal de empresas que contratavam pessoas surdas. Mesmo tendo iniciado sua carreira de forma voluntária, o intérprete de libras, foi conquistando seu espaço e com isso seu direito na realização de pagamento. O link abaixo conta um pouco da história de Thomas Gallaudet. https://pt.wikipedia.org/wiki/Thomas_Hopkins_Gallaudet#A_origem_de_sua_vo ca%C3%A7%C3%A3o_direcionada_aos_surdos https://pt.wikipedia.org/wiki/Thomas_Hopkins_Gallaudet#A_origem_de_sua_voca%C3%A7%C3%A3o_direcionada_aos_surdos https://pt.wikipedia.org/wiki/Thomas_Hopkins_Gallaudet#A_origem_de_sua_voca%C3%A7%C3%A3o_direcionada_aos_surdos Competência 01 9 Com o passar dos anos, estenderam sua atuação às faculdades, de modo que o aumento da demanda de profissionais na área provocou a criação de um departamento nacional (ETD). Devido à expansão de intérpretes pelo Brasil, diferentes religiões, instituições educacionais e associações, favoreceu o reconhecimento da língua de sinais, através de várias ações, teve destaque no Ministério da Educação em 1999. Figura 2 – Intérprete de libras Fonte: https://academiadelibras.com/blog/profissao-de-tradutor-e-interprete-de-libras/ Audiodescrição da figura: No centro da tela, fotografia colorida de fundo azul claro, da esquerda para a direita, uma mulher branca, ela está em pé, cabelo na altura do ombro, olhos castanhos, veste camisa preta, com estampa de mãos. A mulher sinaliza abrindo e fechando as mãos. Ao lado, num pupilo, um homem negro, cabelo grisalho, curto, olhos castanhos, usa óculos, veste paletó azul, camisa branca e gravata azul e branca, usa relógio no branco direito. Fim da audiodescrição. A profissão de intérprete de Libras, têm tido maior destaque no cotidiano atual, principalmente no Brasil. Devido à inclusão social, muitas empresas, instituições públicas, meios de comunicação e demais áreas têm solicitado cada vez mais a presença do intérprete de libras. A língua de sinais só teve seu reconhecimento de fato com o envolvimento da comunidade surda na sociedade. Outro elemento fundamental neste processo é o reconhecimento da língua de sinais em cada país. À medida que a língua de sinais do país passou a ser reconhecida https://academiadelibras.com/blog/profissao-de-tradutor-e-interprete-de-libras/ Competência 01 10 enquanto língua de fato, os surdos passaram a ter garantias de acesso a ela enquanto direito linguístico. Assim, consequentemente, as instituições se viram obrigadas a garantir acessibilidade por meio do profissional intérprete de língua de sinais. (EDUCAÇÃO 2020) Com a participação ativa da sociedade surda na comunidade, fez-se necessário o aperfeiçoamento de intérpretes, promovendo assim, cursos de níveis diferenciados pelo mundo. Figura 3 - Charles-Michel de l’Épée, também conhecido como Pai dos Surdos Fonte: https://diversidadeemcomunicar.wordpress.com/2013/08/06/um-pouco-da-historia-da-lingua-de-sinais-no- mundo-e-no-brasil/ Audiodescrição da figura: No centro da tela, imagem em preto e branco de um homem branco. Ele possui olhos pretos e cabelos brancos, usa quipá, veste bata preta. Fim da audiodescrição. Falando um pouco Charles-Michel de l’Épée foi um dos poucos em sua época a reconhecer o surdo como cidadão e não apenas deficiente ou incapaz de raciocinar. Ajudando as pessoas com deficiência auditiva a falarem com seu próprio dialeto, libras.Dando assim, aos surdos sua própria forma de comunicação através das mãos, dialeto que o próprio Charles-Michel de l'Épée treinava em sua infância. Ficou curioso dessa história magnífica? https://diversidadeemcomunicar.wordpress.com/2013/08/06/um-pouco-da-historia-da-lingua-de-sinais-no-mundo-e-no-brasil/ https://diversidadeemcomunicar.wordpress.com/2013/08/06/um-pouco-da-historia-da-lingua-de-sinais-no-mundo-e-no-brasil/ Competência 01 11 Agora você irá fazer um tour pelo mundo! Veja algumas regiões e suas formações: Dando início pela França, Dinamarca e Alemanha, com formação no período de 2 anos para finalização de seus cursos, não precisando de domínio na língua de sinais. (nesses países a formação está formalizada). Pulemos agora para Itália, Holanda, Inglaterra e a Dinamarca, ao contrário de alguns países como a França, por exemplo, esses países mencionados investem financeiramente na formação de intérpretes de libras. Já na Finlândia são cursos oferecidos normalmente pela Associação dos Surdos, cursos de curta duração de cerca de 170h. Os cursos de longa duração, tem em seu currículo a realização de outros cursos na área, sendo que sua parte teórica é mais prolongada do que os demais cursos. Enquanto isso, na Dinamarca os cursos de capacitação para intérprete de libras são oferecidos pelo Centro de Comunicação em cooperação com o Colégio do Comércio, não é necessário saber libras para se candidatar para o curso com uma quantidade de 20 vagas e formação no período de 2 anos. Segundo QUADROS na Suécia os cursos têm a duração de 2 anos, mas o aluno tem que passar por avaliação antes, com vagas para 50 pessoas. Na Noruega desde 1989 os cursos de formação de intérpretes são feitos na Escola de Educação Especial com duração de um ano, exigindo que tenha domínio na língua de sinais. Conheça um pouco da história de Charles-Michel de l’Épée, também conhecido como o Pai dos Surdos, no vídeo a seguir. http://tvines.org.br/?p=10174 http://tvines.org.br/?p=10174 Competência 01 12 Figura 4 - Imagem colorida, representando a Língua Brasileira de Sinais. Fonte: http://edmarciuscarvalho.blogspot.com/2010/10/lei-regulamenta-profissao-de-tradutor-e.html Audiodescrição da figura: No centro da tela, fotografia colorida, com fundo branco e mãos no primeiro plano, em movimento. No entorno, distribuída de maneira circular, as palavras: Profissão, certificação, curso de libras, formação, tradutor e intérprete. Fim da audiodescrição. Relembrando mais um pouco do passado, a formação de intérpretes era feita por instituições religiosas, que tinha como objetivo a evangelização dos surdos. Com o passar dos anos isso teve uma grande evolução na formação dos intérpretes de libras. Esse avanço se deu no final dos anos 1990 surgindo os primeiros cursos de formação de Tradutor Intérprete de Língua de Sinais (TILS) no país, talvez devido à implementação de sedes da FENEIS por vários estados. Porém, nem tudo era perfeito, pois eram cursos básicos com informações limitadas. Em 1997 a FENEIS-RS em parceria com a Universidade Federal do Rio Grande do Sul, promoveu o primeiro curso de formação de intérpretes. http://edmarciuscarvalho.blogspot.com/2010/10/lei-regulamenta-profissao-de-tradutor-e.html Competência 01 13 Figura 5 - Universidade Gallaudet. Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Universidade_Gallaudet Audiodescrição da figura: Na tela, fotografia colorida de um edifício de arquitetura do Renascimento da Alta era Gótica Vitoriana, no entorno, vegetação. Fim da audiodescrição. A Universidade Gallaudet é a única universidade do mundo cujo programa é desenvolvido 100% para pessoas surdas. Complementando o trajeto histórico do intérprete, que se deu através do ensino religioso, esse acontecimento foi aqui no Brasil, a formação de intérpretes de libras era feita por instituições religiosas como já mencionado, tendo como objetivo a evangelização dos surdos. Com o passar dos anos foi tendo uma grande evolução na formação profissionalizante de intérpretes. Esse Se você desenvolveu interesse, dê uma olhadinha na história da Universidade Gallaudet. Também você irá descobrir o motivo da universidade levar esse nome Gallaudet. Confira no link que segue: http://tvines.org.br/?p=10230 https://pt.wikipedia.org/wiki/Universidade_Gallaudet https://pt.wikipedia.org/wiki/Universidade http://tvines.org.br/?p=10230 Competência 01 14 avanço se deu no final dos anos 1990, quando surgiram os primeiros cursos de formação de Tradutor Intérprete de Língua de Sinais (TILS) pelo país, talvez devido à implementação de sedes da FENEIS por vários estados. Em 1997, a FENEIS-RS em parceria com a Universidade Federal do Rio Grande do Sul, promovem o primeiro curso de formação de intérpretes. Como o mundo não pára de girar, a libras não parou de evoluir, em 2008 a Universidade Federal de Santa Catarina, criou o curso de Bacharelado em Letras/Libras, na modalidade à distância com 450 vagas distribuídas em 15 polos pelo país. Essa notícia foi simplesmente ARRASADORA! Esse crescimento intelectual do intérprete ocorreu depois do decreto 5.626/2005. Pois, depois deles houve um avanço estrondoso, nas políticas linguísticas para o desenrolar da libras. Figura 6 - Universidade Federal de Santa Catarina.Bacharelado em Letras/Libras Fonte: https://vestibular.brasilescola.uol.com.br/universidades/ufsc-universidade-federal-santa-catarina.htm Audiodescrição da figura: Na tela, fotografia colorida de um prédio da universidade, na imagem, a fachada, com rampas de acesso e carros no estacionamento. Fim da audiodescrição. Ei! Confira o decreto que revolucionou a língua de sinais. Vou deixar o link abaixo para você conferir: https://www.iffarroupilha.edu.br/regulamentos-e- legisla%C3%A7%C3%B5es/portarias-e-legisla%C3%A7%C3%B5es/item/1429- decreto-n%C2%BA-5-626,-de-22-de-dezembro-de-2005-disp%C3%B5e-sobre-a- l%C3%ADngua-brasileira-de-sinais-libras https://vestibular.brasilescola.uol.com.br/universidades/ufsc-universidade-federal-santa-catarina.htm https://www.iffarroupilha.edu.br/regulamentos-e-legisla%C3%A7%C3%B5es/portarias-e-legisla%C3%A7%C3%B5es/item/1429-decreto-n%C2%BA-5-626,-de-22-de-dezembro-de-2005-disp%C3%B5e-sobre-a-l%C3%ADngua-brasileira-de-sinais-libras https://www.iffarroupilha.edu.br/regulamentos-e-legisla%C3%A7%C3%B5es/portarias-e-legisla%C3%A7%C3%B5es/item/1429-decreto-n%C2%BA-5-626,-de-22-de-dezembro-de-2005-disp%C3%B5e-sobre-a-l%C3%ADngua-brasileira-de-sinais-libras https://www.iffarroupilha.edu.br/regulamentos-e-legisla%C3%A7%C3%B5es/portarias-e-legisla%C3%A7%C3%B5es/item/1429-decreto-n%C2%BA-5-626,-de-22-de-dezembro-de-2005-disp%C3%B5e-sobre-a-l%C3%ADngua-brasileira-de-sinais-libras https://www.iffarroupilha.edu.br/regulamentos-e-legisla%C3%A7%C3%B5es/portarias-e-legisla%C3%A7%C3%B5es/item/1429-decreto-n%C2%BA-5-626,-de-22-de-dezembro-de-2005-disp%C3%B5e-sobre-a-l%C3%ADngua-brasileira-de-sinais-libras Competência 01 15 A Universidade Federal de Santa Catarina, sendo a maior universidade do estado, é uma das principais da Região Sul do Brasil. Por ser a primeira a implantar o curso de Bacharelado em Letras/Libras, tornou-se um centro nacional de referência na área de Libras. A língua de sinais foi trazida por Huet, primeiro Diretor e professor, hoje conhecido Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES), trazendo com ele várias disciplinas que com o tempo foram se misturando com a libras. Figura 7 - Huet Fonte: https://www.librasol.com.br/8-motivos-para-voce-aprender-libras-a-lingua-brasileira-de-sinais/huet/ Audiodescrição da figura: No centro da tela, moldura de madeira, oval, na tela, imagem em preto e branco de um Você sabia: a língua de sinais utilizada aqui no Brasil, teve origem da França, quando se instalou aqui no Brasil, misturou-secom a língua de sinais dos surdos que participaram e estudavam no Instituto Imperial dos Surdos (fundado em 1855), no Rio de Janeiro. https://www.librasol.com.br/8-motivos-para-voce-aprender-libras-a-lingua-brasileira-de-sinais/huet/ Competência 01 16 homem branco. Ele possui olhos pretos, usa óculos e barba, paletó preto, camisa branca e gravata borboleta preta. Fim da audiodescrição. Ernest Huet, chamado também de Eduard Huet, aos 12 anos devido ao sarampo teve a perda de sua audição, deixando-o surdo. Mesmo com a perda de sua audição, ele aprendeu espanhol e começou a estudar no Instituto Nacional de Surdos em Paris. Alguns anos depois formou-se em professor, ainda na França recebeu o cargo de diretor do Instituto de Surdos de Bourges. Eduardo Huet, tem uma imensa importância para a comunidade surda brasileira e para a história da Língua Brasileira de Sinais. Foram muitos os benefícios que ele proporcionou para os surdos brasileiros. Voltando a falar de figuras importantes, que fizeram história na carreira do profissional intérprete, deixei por último aquele sendo o pioneiro no processo educacional do surdo, Pedro Ponce de León. Quer aprender mais dessa história de superação? Para saber como os surdos foram beneficiados, e conhecer a história desse grande educador? Veja o link abaixo do vídeo, confira! http://tvines.org.br/?p=17135 https://academiadelibras.com/libras/historia-da-libras/ http://tvines.org.br/?p=17135 Competência 01 17 Figura 8 - Monge Beneditino espanhol, Pedro Ponce de León Fonte: https://www.timetoast.com/timelines/historico-da-educacao-de-surdos Audiodescrição da figura: No centro da tela, fotografia em preto branco de um homem, ele possui olhos pretos, é calvo, veste bata preta. Fim da audiodescrição. Pedro Ponce de León (1520-1584), é reconhecido como primeiro professor dos surdos, ensinando surdos a usarem gestos e soletrações (alfabeto datilológico). Mesmo a Libras tendo um início, os gestos em sinais não tomou proporções maiores, pois o ensino de Pedro Ponce de León se restringia apenas para os nobres da época. Conheça um pouco mais dessa história. Deixe abaixo o link para você conferir. https://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/1598/2/libras.pdf (a página 29). https://www.timetoast.com/timelines/historico-da-educacao-de-surdos https://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/1598/2/libras.pdf Competência 01 18 Você notou, que durante a história muitos foram os marcos que fizeram o profissional da língua de sinais necessários para sociedade em geral, foi trazida a tona não apenas a necessidade da pessoa com deficiência auditiva, destacaram-se também outras necessidades especiais. Ao resgatar um pouco da história do intérprete, você observou, que historicamente não é possível rastrear o exato momento em que os intérpretes começaram atuar, mas dá para imaginar que quando povos de diferentes línguas viram a necessidade da ajuda de um tradutor, deu início ao profissional intérprete. No decorrer do tempo, vários títulos se deram para se referir ao intérprete de libras, nomes como: intérpretes de Linguagem de Sinais, posteriormente Intérpretes de Língua de Sinais. Com a oficialização da Libras, mudou novamente para Intérprete de Libras, logo após Tradutor Intérprete de Língua de Sinais e atualmente Tradutor Intérprete da Língua de Sinais e Português. Relembrando um pouco o período onde a oralização era obrigatória na educação do surdo, não se levava em conta a língua de sinais como opção mesmo a sociedade em geral tendo em mente a dificuldade da oralização imaginava-se, que ser surdo era apenas uma patologia. Naquele tempo o intérprete não tinha utilidades era algo desnecessário. Mesmo em tamanho desafio, a cultura surda conseguiu preservar suas raízes. “Aos poucos o grupo voluntário de ouvintes também passou a atuar na acessibilidade de comunicação em serviços pessoais dos surdos, tais como: idas a médicos, audiências judiciais, bem como no ambiente educacional, haja vista que não haviam pessoas com formação específica para atuação nesta área. Podemos dizer que este foi um dos pontapés iniciais para a preocupação com a formação dos profissionais intérpretes e acessibilidade comunicacional e informacional.” (SOUZA, 2018, p. 23) Quando finalmente o oralismo saiu de cena, abriu caminhos para o profissional da Língua de Sinais. Nesse momento viu-se a necessidade de comunicação além da religião e vínculo familiar, desta forma era permitido ao surdo utilizar qualquer forma de comunicação, dentre elas, a sua língua natural (libras). Nos anos 80 começou a luta pelos direitos do intérprete se fazendo indispensável na comunicação com a sociedade. Você acompanhou as dificuldades sofridas até se obter o reconhecimento da profissão e todo esforço feito por homens, familiares e pelo próprio surdo. Foi Competência 01 19 visto de perto essa evolução do intérprete como profissional em algumas partes do mundo e modalidades. Assim foi aprendido a importância desse profissional na nossa atualidade. Na competência seguinte você aprenderá sobre a lei que regula a atuação do tradutor/intérprete de língua de sinais e a importância do código de ética na vida e na atuação desse profissional, te espero lá! Agora vamos ver a videoaula para complementar a nossa competência. 20 Competência 02 2.Competência 02 | Aprender o regulamento para atuação como tradutor/intérprete de língua de sinais Relembrando um pouco do surgimento do código de ética do intérprete de libras, com o crescimento da profissão se viu a necessidade da regulamentação, ou seja, colocar a casa em ordem! Diversas entidades organizacionais surgiram para colaborar com a atuação deste profissional, bem como nortear as práticas interpretativas de seus associados. Em 2004, este mesmo Código foi publicado em larga escala pelo MEC, Quadros sendo sua grande divulgadora. As associações de cada estado percebeu a real necessidade de criar um Código de Conduta Ética para firmar a atuação de seus associados em âmbito estadual, da mesma forma a FEBRAPILS, entidade máxima de representação destes profissionais, também pautou e normatizou a atuação desses profissionais em âmbito de 94 estados nacionais, com a publicação do seu Código de Conduta Ética. Imagine a seguinte situação: Você em uma situação inusitada, o que faria? A quem ou a que recorreria? Segundo a sabedoria popular : é melhor prevenir do que remediar! Como você pode passar por situações inusitadas de forma profissional sem ferir ambos os lados? Quanto mais você parar para meditar em situações que podem fugir do controle, mais estará preparado para tomar decisões e assumir uma postura ética. Assim como qualquer profissão se faz necessário um orientador. O código serve para orientar o profissional em um caminho de confiabilidade, neutralidade, parcialidade ou fidelidade, entre outras. A existência do código de ética, justifica-se entre o contato do profissional intérprete e com as partes envolvidas durante a execução da sua função, estabelecendo limites. Sendo assim a ética deve estar na essência do intérprete. Mas antes entenda um pouco, o significado da palavra ÉTICA e sua origem? Olá estudante, você dará início em mais uma competência. Nela você aprenderá sobre como é regulamentada a atuação do tradutor/intérprete de libras antes de iniciar o estudo, ouça o podcast… 21 Competência 02 A Ética vem do grego ethos está relacionada ao hábito, bons costumes. Foi traduzida para o latim como mor /mores, (no plural), dando origem na língua portuguesa à palavra moral. Podemos dizer então, que ética é o conjunto de regras que norteiam a moral e os bons costumes entre as relações sociais humanas. (ARARA AZUL 2/2016). O Códigode ética teve início na Grécia, onde reuniu-se vários filósofos e cada um com suas próprias opiniões para nortear o mesmo. Estudante, agora você fará uma pausa, para refletir em alguns artigos importantes. Deixei o link abaixo, para você ter uma leitura antecipada e consiga acompanhar as explicações seguintes. Artigo 1°.O intérprete deve ser uma pessoa de alto caráter moral, honesto, consciente, confiante e de equilíbrio emocional. Ele guardará informações confidenciais e não poderá trair confidências, as quais foram confiadas a ele; (ARARA AZUL 02/2016). O artigo esclarece a importância do intérprete possuir um caráter confiável, excelente moral, e primeiro equilíbrio emocional. Talvez você faça a seguinte pergunta: para que tantos atributos? Como já mencionado, haverá momentos em que o profissional se deparará com situações que fugira do seu cotidiano. Por exemplo, ao interpretar assuntos que farão parte da vida íntima do seu cliente será necessário que separe sua vida profissional da vida pessoal, só conseguirá fazer essa separação, quando o profissional de libras se tornar um conhecedor da ética que rege sua profissão. Conquistando o respeito por colegas de profissão e da sociedade surda. Ei! fique por dentro do código de Ética do intérprete de libras https://www.unifal-mg.edu.br/acessibilidade/codigo-de-etica-interprete https://www.unifal-mg.edu.br/acessibilidade/codigo-de-etica-interprete 22 Competência 02 Figura 9 - Moral e Ética em Quadrinhos Fonte: https://issuu.com/ordonha/docs/livro2 Audiodescrição da figura: No centro da tela, ilustração colorida de um homem pardo, de barba, calvo, com fundo preto. Ele está repetido em três versões, da esquerda para a direita, veste casaco azul e possui auréola na cabeça, ergue o dedo indicador. Em seguida veste casaco verde e está reflexivo, com a mão na boca e, por último, veste casaco vermelho e usa cifres com expressão de debochado. Fim da audiodescrição. Em diversas situações do dia a dia irá se deparar com dúvidas, exigindo que decida, desafiado a escolher um caminho: certo (exige conhecimento) ou errado (Limitado em conhecimento, por não buscá-lo). E você, qual desses caminhos deseja seguir? O seu futuro como profissional está em suas mãos! Com isso em mente reflita no artigo 2°, “O intérprete deve manter uma atitude imparcial durante o transcurso da interpretação, evitando interferências de opiniões próprias, a menos que seja requerido pelo grupo a fazê-lo”. (UNIFAL 14/01/2015). https://issuu.com/ordonha/docs/livro2 23 Competência 02 Volte sua atenção para as próximas informações, destacarei duas palavras para sua compreensão, são elas: Imparcialidade e opiniões próprias. Entende-se que o intérprete como pessoa tem opinião e identidade própria, porém o fato de ter um pensamento formado não dá ao profissional o direito de interferir em situações concretas em seu trabalho, quando não for convidado a interferir. No desenvolvimento da sua atividade deve manter uma postura imparcial, a medida que lhe é confiada as informações para tradução em libras, não deve haver interferência de opinião. Pois, uma simples expressão fora do contexto pode drasticamente alterar o resultado final da mensagem traduzida. Leia Por favor o artigo 3º, e confira se o seu pensamento confere com a explicação seguinte, observe atentamente: Artigo 3°. “O intérprete deve interpretar fielmente e com o melhor da sua habilidade, sempre transmitindo o pensamento, a intenção e o espírito do palestrante. Ele deve lembrar dos limites de sua função e não ir além de sua responsabilidade”. (CRUZ 30/2015) Neste artigo perceba a palavra FIELMENTE, isto significa que ao interpretar deve ser fiel ao transmitir a mensagem, deixando claro a verdadeira intenção do emissor, tendo em mente que objetivo do seu trabalho é entregar a mensagem ao receptor na sua própria língua. 24 Competência 02 Figura 10 - Libras em Quadrinhos ( Turma da Mônica ) Fonte: https://br.pinterest.com/pin/145944844162438788/ Audiodescrição da figura: No centro da tela, quadrinho colorido da Turma da Mônica, dividido em 5 partes. Da esquerda para a direita, de cima para baixo: O primeiro quadrinho mostra quatro personagens da Turma da Mônica se encontrando: Mônica, Cebolinha, Magali e Cascão. No segundo, o Cascão tentando mostrar algo para Mônica, Cebolinha e Magali. Na terceira e quarta imagem vemos letras em libras. Na quinta e última imagem, Mônica tentando arremessar o coelhinho em Cascão e Cebolinha impedindo a ação, Magali está rindo com a cena. Fim da audiodescrição. Como pode observar, no quadrinho acima houve uma confusão de informação, por pouco o Cascão não levou uma surra de coelho da Mônica. Não queremos que algo parecido aconteça com você estudante, por falta de clareza o surdo pode não entender corretamente a mensagem, surgindo conflitos de ideias. Note no artigo 4.º, a necessidade de estar atento às limitações profissionais. 4.° “O intérprete deve reconhecer seu próprio nível de competência e ser prudente em aceitar tarefas, procurando assistência de outros intérpretes e/ou profissionais, quando necessário, especialmente em palestras técnicas”(HONÓRIO CRUZ 30/2015). O intérprete deve ser humilde, em reconhecer limites, principalmente se tratando da sua atuação profissional. Uma palestra com informações desconhecidas para o intérprete, é necessário que esse reconheça suas dificuldades e procure ajuda de profissionais mais experientes, dos quais lhe agregue conhecimento para que o resultado final seja satisfatório. https://br.pinterest.com/pin/145944844162438788/ 25 Competência 02 Figura 11- Tirinha da Mafalda Fonte: https://www.ifes.edu.br/images/stories/files/comunidade/coletanea_provas/concursos/tae/concurso-tae- tradutor-interprete-sinais-2017-1.pdf Audiodescrição da figura: No centro da tela, tirinha em preto e branco da Mafalda, dividida em quatro quadrinhos com dois personagens. Da esquerda para a direita, no primeiro quadrinho, Mafalda faz uma pergunta para Miquelito. No segundo quadrinho, Miguelito responde. No Terceiro quadrinho ambos estão em silêncio, reflexivos. Por último, no quarto quadrinho, Mafalda faz uma reflexão da conversa. Fim da audiodescrição. Profissionalmente, o intérprete deve buscar conhecimento, e nunca ficar esperando chegar de mãos beijadas, como faz o personagem da tirinha, Miguelito. Estudante, não seja mais um, na multidão de profissionais e sim faça a diferença, nada chega fácil esteja sempre atualizado com a libras, pois trata de uma língua viva, que exige conhecimento profundo. O código de ética define a melhor performance de um profissional em diferentes momentos de atuação, fazendo distinção do pessoal e do profissional, descrevendo a forma adequada de se apresentar. São alguns desses padrões que você verá no artigo abaixo. Artigo 5 “O intérprete deve adotar uma conduta adequada de se vestir, sem adereços, mantendo a dignidade da profissão e não chamando atenção indevida sobre si mesmo, durante o exercício da função”. (HONÓRIO CRUZ 30/2015). Note a aplicação deste artigo, onde facilmente conseguirá identificar a profissão exercida pelo traje de trabalho (farda), com o intérprete de libras, não é diferente. Para uma compreensão visível, confira a imagem abaixo. https://www.ifes.edu.br/images/stories/files/comunidade/coletanea_provas/concursos/tae/concurso-tae-tradutor-interprete-sinais-2017-1.pdf https://www.ifes.edu.br/images/stories/files/comunidade/coletanea_provas/concursos/tae/concurso-tae-tradutor-interprete-sinais-2017-1.pdf 26 Competência 02 Figura 12 - Profissões que estão em alta Fonte: https://blog.ipog.edu.br/educacao/fique-de-olho-nas-profissões-que-estão-em-alta-em-2017/ Audiodescrição da figura: No centro da tela, fotografiacolorida com 10 pessoas, todas brancas, estão em pé. Da esquerda para direita, várias profissões: pintor, secretária, chefe de cozinha, contabilidade, advogado, arquitetura, engenharia, intérprete, médico e personal. Fim da audiodescrição. O artigo 5.º, descreve orientações que fazem parte do pacote de boa conduta, citando em seu parágrafo o padrão de adornar o corpo profissionalmente. Um dos métodos é adotar cores neutras e pouco adereços, deixando claro o cuidado de não chamar a atenção desnecessária para si, e sim para mensagem da qual irá passar, deixando uma boa impressão. A forma de vestir poderá passar a mensagem de um profissional ou aspirante (iniciante sem experiências), isso vai depender de você, já que a língua de sinais é visual e a roupa traz muita informação de você. Agora acompanhe os artigos selecionados com o objetivo de chamar sua atenção, por este motivo não estão em ordem numérica. Para que este e-book possa servir de esclarecimento, foi incluído situações que podem ou não ocorrer na sua trajetória profissional. O artigo 9° diz: “O intérprete deve considerar os diversos níveis da Língua Brasileira de Sinais bem como da Língua Portuguesa" (Quadros 2004). De fato, o profissional deve estar em dia com o artigo acima. Reforçando a importância de estar sempre atualizando, e buscando conhecimento gramatical, por tratar do processo tradutório o intérprete de libras estará constantemente envolvido com as duas línguas simultaneamente, jogando de um lado para o outro as informações. Sabendo que tal ação não é uma tarefa fácil, exige conhecimento, desenvoltura, criatividade e acima de tudo domínio das duas línguas envolvidas. https://blog.ipog.edu.br/educacao/fique-de-olho-nas-profiss%C3%B5es-que-est%C3%A3o-em-alta-em-2017/ 27 Competência 02 Figura 13 - Comunicação Fonte: https://www.televendasecobranca.com.br/discador-e-discagem/sabe-quando-repetidamente-voce-atende-uma- ligacao-e-simplesmente-ela-e-desligada-na-sua-cara-a-gente-te-explica-o-porque-39664/ Audiodescrição da figura: No centro da tela, fotografia colorida com fundo branco e, sentado, um homem branco, ele possui olhos azuis, cabelo curto, preto, veste paletó cinza, blusa azul e gravata roxa. Numa mesa, à frente, um telefone. O homem faz expressão de dúvida e ergue as mãos abertas em suspenso. Fim da audiodescrição. A imagem acima descreve bem a importância de estar preparado profissionalmente e respaldado da ética profissional. Imagine você, que esse aparelho telefônico é a LIBRAS, a língua usada para comunicar-se com o surdo, porém você não tem domínio no idioma, pode-se afirmar que esta comunicação estará destinada ao fracasso. Trazendo esse exemplo para o conteúdo, se você não tomar conhecimento do código de ética possivelmente não desenvolverá um bom trabalho, pois o código define uma adequada atitude profissional, trazendo orientações comportamentais em diferentes meios trabalhistas, evitando que você seja pego de surpresa, totalmente despreparado, mesmo raramente citado em cursos de Você sabia, o código de ética brasileiro é uma tradução e adaptação do manual de conduta dos intérpretes de línguas de sinais dos EUA. https://www.televendasecobranca.com.br/discador-e-discagem/sabe-quando-repetidamente-voce-atende-uma-ligacao-e-simplesmente-ela-e-desligada-na-sua-cara-a-gente-te-explica-o-porque-39664/ https://www.televendasecobranca.com.br/discador-e-discagem/sabe-quando-repetidamente-voce-atende-uma-ligacao-e-simplesmente-ela-e-desligada-na-sua-cara-a-gente-te-explica-o-porque-39664/ 28 Competência 02 formação de tradutores/ intérpretes da língua de sinais, existe a necessidade da ética andar de mãos dadas com a profissão. Pode-se dizer, que o código de ética: Arbitrar sobre questões não negociáveis da atividade de trabalho do TILS, pouco diz sobre as situações que estão ligadas às inter-relações estabelecidas durante o ato de interpretação, mas menciona a importância da fidelidade como aspecto constitutivo do fazer laborioso deste profissional (NASCIMENTO, 2014, p. 1143). A narrativa descreve uma conduta inegociável, ressaltando aspectos que seriam indispensáveis ao trabalho do profissional de Libras. Não se esqueça, que é atribuído ao intérprete a união de mundos, levando em seus ombros o peso da responsabilidade dos saberes da profissão, a serviço da compreensão do que é dito, proporcionando o esclarecimento para pessoas que utilizam línguas diferentes. Dessa forma podendo afirmar: A postura ética do tradutor, nesta sua tarefa de dar a conhecer o que “pensam” outras culturas e de defender a diversidade, condição de avanço do mundo, é um elemento fundamental no processo de tradução. Essa postura envolve aprimoramento constante, auto respeito profissional, a recusa de aceitar tarefas acima da capacidade pessoal, a dedicação permanente aos estudos, inclusive teorias da interpretação (SOBRAL, 2008, p. 125). O texto acima descreve a responsabilidade que recai ao profissional de investir e constantemente manter-se atualizado. Deixando claro a necessidade de concentração, pois a atividade de traduzir de uma língua para outra requer o mínimo de erro. Compreenderá melhor por observar a imagem abaixo. 29 Competência 02 Figura 14 - Torre de babel Fonte: https://www.jw.org/pt/biblioteca/livros/historias-biblicas/2/torre-de-babel/ Audiodescrição da figura: Na tela, pintura colorida com fundo de área aberta, no campo, homens e mulheres circulam, no primeiro plano, em destaque, homens conversam. Fim da audiodescrição. A Figura acima descreve brevemente uma história conhecida como babel, significando Confusão, reforçando em simultâneo, a importância do código de ética. Exemplificando, quando não se fala uma só língua volta-se em uma época onde não se chega a compreensão, virando uma verdadeira confusão. Pois, tende-se a tendência de permitir que os sentimentos se misturem com o profissional. Ei! Estudante, volte para o foco e analise agora artigos que podem facilmente lhe confundir, mas você verá a semelhança entre eles e como se complementam. Art. 3º. “O intérprete deve interpretar fielmente e com o melhor da sua habilidade, sempre transmitindo o pensamento, a intenção e o espírito do palestrante. Ele deve lembrar dos limites de sua função e não ir além de sua responsabilidade”. Art. 11. “O intérprete deve procurar manter a dignidade, o respeito e a pureza das línguas envolvidas. Ele também deve estar pronto para aprender e aceitar novos sinais, se isso for necessário para o entendimento”. (FENEIS, 1992). Você notou? Existem duas categorias de fidelidade ambas diferem, no artigo 3,° refere- se a fidelidade na interpretação e, por outro lado, no artigo 11, apresenta a fidelidade na pureza das https://www.jw.org/pt/biblioteca/livros/historias-biblicas/2/torre-de-babel/ 30 Competência 02 línguas envolvidas, pois não se encontra nos documentos analisados a definição deste conceito e como aplicá-lo no ato tradutório ou interpretativo. Por este motivo, a palavra fidelidade se torna um fantasma entre os tradutores, talvez esteja se perguntando, o que é ser fiel em uma tradução? Segundo Sobral, o ponto de vista pode ser divergente. Confira na citação abaixo: Uma das críticas, a que me oponho firmemente, porque é infundada, é a que insiste na fidelidade ao original (que é algo que o tradutor tem de impor a si mesmo, claro, porque afinal ele não vai ‘inventar” outro texto), mas trata “fidelidade” como se houvesse no original um sentido fixo essencial que uma tradução (não-errada”) teria de reproduzir (SOBRAL, 2008a, p. 225). Estudante, você conseguiu formar sua opinião? Do ponto de vista, o autor faz uma crítica ao que para ele é original descrito no código de ética, impondo para o intérprete de libras regras, pois em sua interpretação que irá passar ao surdoou para o próprio ouvinte, sempre existirão algumas intervenções desse profissional, devido a sua criação, convívio social, cultural ou crenças, e por estes motivos alterará a mensagem final. Será que existe mesmo essa intervenção por parte do intérprete? O que você acha? Essa e outras dúvidas serão tiradas no transcorrer deste e-book. Figura 15 -Tradutor/Intérprete de Libras bem sucedido. Fonte: https://ensino.digital/blog/5-dicas-para-tornar-se-um-tradutor-interprete-de-libras-bem-sucedido Audiodescrição da figura: No centro da tela, ilustração colorida com fundo azul e homem reflexivo. Na parte superior, interrogações e nuvens com uma lâmpada. Fim da audiodescrição. Até aqui você aprendeu a ser guiado por princípios do código de ética, com grande importância na transformação de um bom profissional, ajudando a desenvolver um raciocínio rápido https://ensino.digital/blog/5-dicas-para-tornar-se-um-tradutor-interprete-de-libras-bem-sucedido 31 Competência 02 diante de situações que lhe são impostas. Revendo alguns conceitos que o intérprete deve ter em sua mente quando estiver interpretando ou traduzindo, perceba os seguintes requisitos éticos: a) confiabilidade: (sigilo profissional); b) imparcialidade: (o intérprete deve ser neutro e não interferir com opiniões próprias); c) discrição: (o intérprete deve estabelecer limites no seu envolvimento durante a atuação); d) distância profissional: (o profissional intérprete e sua vida profissional são separados) (QUADROS, 2004:28). A confiabilidade: (confidencialidade), torna-se extremamente necessária, para ter respeito mútuo. Existindo o profissionalismo mesmo ambas as partes envolvidas sejam conhecidas ou não, deste modo este profissional sente a segurança em sua atuação trazendo melhor qualidade nesta interpretação. Imparcialidade/neutralidade: de início a atuação do intérprete, exigia uma preocupação em manter-se neutro ou invisível. Neste mesmo período muitos intérpretes incomodaram-se, havendo desistência de alguns, deixando a profissão por se sentirem usados, como um mero objeto, conforme Pereira: “... quando as pessoas tornam-se invisíveis, apenas canais de comunicação, os seus traços humanos são apagados, tornando-se meros objetos e a sensação de desvalorização começa a tomar conta dos intérpretes.” (PEREIRA, 2014:147). Por um longo tempo essa foi a realidade do intérprete, isso foi causando desconfortos, pois tinha a obrigação de ser neutro. Com o andar da carruagem, descobriram que essa neutralidade era mito, ou seja, esta obrigação que tanto lhe impuseram em sua atuação profissional não interferia, por se tratar de um papel fundamental. No esclarecimento dos fatos a neutralidade total deste profissional em sua função de interpretação é quase impossível. Surgiram várias matérias tratando do assunto e entre eles foi: “Espera-se que “esse sujeito” mantenha sua subjetividade distante de seu discurso para não “poluir” o texto original com suas inferências, condizente com a postura ética que se espera deste.” (MARQUES, 2012:63). Nesta mesma matéria, falou: “Tradutor traidor", referindo-se ao tradutor e intérprete como traidor do texto fonte por este não ser plenamente fiel. Todos nós sabemos que se trata de um ser humano e não uma máquina programada para fazer com exatidão seu trabalho. 32 Competência 02 Por outro lado, também sabemos que esse mesmo profissional não pode fazer o que lhe vem na cabeça. Mas cabe ao profissional, saber fazer as devidas adaptações, em seu meio trabalhístico, desde que o resultado final tenha qualidade, respeitando e mantendo o texto original com todo seu sentido. Estas informações revelam o crescimento e as conquistas que o profissional intérprete obteve ao longo do tempo. Discrição: É importante relembrar que o intérprete era muito próximo do sudo, exercendo esta função simplesmente para ajudar. Com o início da profissionalização e a criação do código de conduta na década de 90, foi exigido a descrição por parte do profissional e junto com a necessidade de um certo distanciamento do surdo, para que isto, de fato, fosse respeitado foi essencial que os dois lados agissem com maturidade. Pois é importantíssimo, levar esse assunto em consideração para que não existam confusões no meio profissional e o intérprete consiga separar o profissional do pessoal e entenda quando estiver executando seu trabalho como tradutor/intérprete, para não chamar atenção desnecessária para si. Distância Profissional: identificamos alguns pontos de vistas diferentes, de um lado alguns dizem que é necessário para uma atuação de maior qualidade do intérprete, devido esse profissional está fortemente envolvido com a cultura surda, por conta da constante variação da língua, consiga mediar entre duas línguas e culturas, sendo necessário que este profissional tenha conhecimento de ambos por iguais. Com um pensamento parecido, Russo mencionou: A maior sistematização profissional do intérprete implicará um movimento de universalização que demandará inevitavelmente certo afastamento de uma dada comunidade local, contudo sem perda da necessária vinculação estreita do intérprete à cultura surda representada, por exemplo, na língua brasileira de sinais – Libras, entendida assim como uma espécie de denominador comum que representa, de modo inclusivo, as múltiplas variedades linguísticas com suas diferenças, peculiaridades, similitudes, condizentes com as comunidades que as usam. (RUSSO, 2009) Ele afirma que é necessário que o profissional intérprete se distancie da comunidade surda sem deixar de ter vínculo com esta cultura. Por outro lado, a citação a seguir o autor discorda dessa teoria. 33 Competência 02 Para os ILS que não são CODAS, a grande necessidade, neste caso, é um contato e convivência intensos com a comunidade surda na tentativa de tornar-se, o máximo possível, um especialista em surdos. O grande perigo, neste modelo, é que os ILS ultrapassem seus limites na tentativa de serem especialistas em tudo. (PEREIRA, 2014:148) Ao explanar sobre o modelo Ideal que o intérprete deve exercer em sua profissão, ele menciona que é necessário sim, estar junto ao surdo para colaborar com o seu desenvolvimento, ajudando a este a ter autonomia para tomar suas próprias decisões podendo assim estar sempre pronto para participar ativamente na sociedade. Entende-se que uns dos papéis do intérprete é colaborar no desenvolvimento do surdo para que venha conquistar seu espaço na escola, mercado de trabalho e em outros âmbitos da sociedade. Dando continuidade aos estudos veremos na próxima competência como usar esse mesmo código na prática. De acordo com o código de ética de Ronice Muller de Quadros você irá aprender a como se portar em determinados espaços de trabalho. Você está pronto? Então te espero lá! Agora vamos ver a videoaula para complementar a nossa competência Competência 03 34 3.Competência 03 | Reconhecer e utilizar o código de ética na prática de tradução/Interpretação A partir deste estudo, você verá a atuação do profissional intérprete com um novo olhar. Pois, irá compreender que a conduta destes profissionais foi mudando ao longo do tempo, também entendeu que o processo cognitivo durante a interpretação pode ser o grande responsável pelo resultado durante esta atuação, e que este interfere nas decisões tomadas por este profissional. Durante o desenrolar desta competência, mostrarei diferentes situações que podem ser exemplos do dia-a-dia do profissional intérprete, exigindo um posicionamento ético. Sugere-se que, a partir deste contexto, você enquanto estudante reflita e converse com outros estudantes, ao tomar decisões que envolvam os princípios do código de ética. Aprender libras, é como descobrir outra língua, enfrentando dificuldades no meio do percurso,logo sentindo a necessidade de buscar recursos de ajuda, a famosa ajuda dos universitários. Onde pode encontrar essa ajuda? E como colocá-la em prática? A ajuda que você terá é o código que norteia a profissão do intérprete/tradutor de libras. Ética é a teoria ou ciência do comportamento moral dos homens em sociedade. [...] Enquanto conhecimento científico, a ética deve aspirar à racionalidade e objetividade mais completas e, ao mesmo tempo, deve proporcionar conhecimentos sistemáticos, metódicos e, no limite possível, comprováveis. (VÁZQUEZ, 2005) Segundo o autor, a ética tem se tornado um assunto cada vez mais popular, nas discussões: familiares, entre amigos, políticos e principalmente no ambiente escolar. Estudar ética se faz necessário para contribuir com a racionalidade dos envolvidos nas ações comunicativas, ajudando na formação de valores desse profissional. A ética se preocupa em abordar questões pertinentes às relações sociais dos indivíduos e suas ações como: caráter, maneiras e realizações morais, valores, ou seja, as razões para que ações Olá! É muito bom te ver por aqui! Seja bem-vindo(a) à mais uma competência. Ouça o podcast agora. Competência 03 35 aconteçam. Discutir situações que envolvem a ética é sempre complicado, visto que se trata da sua autenticidade. Contudo, podendo afirmar que a ética não define normas, nem dita comportamentos, porém ajuda a explicar a realização do homem em sua totalidade fazendo refletir como e porque as coisas acontecem. Lembrando que, não convém a ética formular regras, ditar princípios e sim ajudar os profissionais a terem um padrão para serem guiados. Figura 16 - Comportamento ético na sociedade Fonte: http://faculdadelasalle.edu.br/eticaprofissionalecidadania/comportamento-etico-na-sociedade/ Audiodescrição da figura: No centro da tela, fotografia colorida com fundo branco, da esquerda para a direita, duas mãos com paletó. Uma mão pausa a outra que oferece dinheiro. Fim da audiodescrição. É comum ver cenas assim se repetirem, onde visivelmente existe a falta de ética. Há várias pessoas que não se importam com a ética, apenas se preocupam consigo, passando por cima de uma boa conduta, mantendo a ideia de que não existem problemas em burlar a lei. Muitas vezes podendo ser tentado a decidir entre duas situações, onde geralmente uma favorece menos mas é a decisão correta e a outra pode favorecer bem mais, seja socialmente ou financeiramente, isso se dá em qualquer profissão. Veja a primeira aplicação: “Você está interpretando para um cliente surdo e o entrevistador continua dirigindo as perguntas a você ao invés de fazê-lo ao cliente”. (QUADROS 2004) Parando para refletir nesta questão, você estudante, estaria preparado para tomar uma ação em meio a essa situação? O que poderia ser feito, é que você gentilmente interrompa a tradução, explique ao entrevistador a função do intérprete educadamente peça para que ele dirija-se ao surdo. http://faculdadelasalle.edu.br/eticaprofissionalecidadania/comportamento-etico-na-sociedade/ Competência 03 36 Artigo 3° diz: “O intérprete deve interpretar fielmente e com o melhor da sua habilidade, sempre transmitindo o pensamento, a intenção e o espírito do palestrante. Ele deve lembrar dos limites de sua função e não ir além da responsabilidade”. (QUADROS 2004) Destacando a frase a seguir: “Ele deve lembrar dos limites de sua função e não ir além da responsabilidade” QUADROS. Destacando alguns pontos do Art. 3º, consta que: “o intérprete deve interpretar fielmente e com o melhor da sua habilidade, sempre transmitindo o pensamento, a intenção e espírito do palestrante” (QUADROS, 2004). Neste artigo, salienta que o profissional deve ser neutro, praticamente invisível, de modo a fazer prevalecer a mensagem original (aspecto que já pontuei aqui). Entende-se, que os discursos traduzidos não são cópias fiéis do original, além das diferenças linguísticas e culturais presentes nesse processo existe a presença do tradutor, que não é neutra, pelo contrário, uma vez que suas experiências também estarão presentes nesse processo. Conclui-se que, a fidelidade de uma interpretação e tradução existem ressalvas, pois não se trata de uma simples língua e sim a Libras, ela tem uma estrutura própria, devido a isso ficaria incoerente ou pareceria sem sentido passar 100% de tudo. Às vezes se faz necessário pegar o essencial, melhor dizendo o que o outro quer dizer e usar na interpretação. Figura 17 - Código de ética dos intérpretes de libras. Fonte: http://comunicardicionariolibras.blogspot.com/2015/03/codigo-de-etica-dos-interpretes-de.html http://comunicardicionariolibras.blogspot.com/2015/03/codigo-de-etica-dos-interpretes-de.html Competência 03 37 Audiodescrição da figura: No centro da tela, ilustração em preto e branco, com três personagens: O primeiro de uma surda, que está sentada, com um bebê no colo. À sua frente, uma médica negra faz a consulta, ao fundo, um homem negro em pé, interpreta a Libras. Ao fundo, estante com livros. Fim da audiodescrição. Na figura acima retrata a real postura de um profissional intérprete de libras, ao exercer sua função. De forma visual, nota-se a médica dirigindo perguntas para o paciente e não ao intérprete. Dando continuidade a linha de raciocínio, veja outra situação bem comum do cotidiano desse profissional intérprete/tradutor em libras: Sempre tem algo relacionado ao código de ética que tu acabas tendo que ressignificar para o teu espaço. É como eu já falei: enquanto profissional tu prevê um distanciamento do aluno, mas involuntariamente, até por ser uma comunidade pequena, tu acabas te envolvendo... mesmo que isso possa não influenciar a tua questão profissional e a tua questão ética (Clarisse 2017). Essa descrição de Clarisse, remete a sala de aula onde frequentemente o intérprete está em constante contato com alunos. Por mais que esse profissional procure manter um distanciamento, o constante convívio faz desse profissional refém dos laços afetivos. Relembrando, que o profissional não representa uma máquina programada, pois existe uma comunicação com o surdo fora do seu local de trabalho. Conforme o art. 2.º “o intérprete deve manter uma atitude imparcial durante o transcurso da interpretação, evitando interferências e opiniões próprias” (QUADROS, 2004). Logo, entende-se que, durante sua atuação o tradutor/intérprete de língua de sinais deve manter-se concentrado em sua atividade de traduzir e interpretar. Nesse princípio exige a noção de imparcialidade, pois cada pessoa é constituída pelas diferenças culturais, familiares, sociais, que de algum modo, podem interferir nos processos de tradução/interpretação. O sentido de imparcialidade é parte de um entendimento de assumir uma atitude neutra do profissional como se pudesse assumir a forma de um corpo neutro, um mero veículo de comunicação, capaz de executar a tarefa de tradução/interpretação sem intervenções. Porém, será que ao traduzir e interpretar, não estariam também envolvidas as emoções, convicções e formas particulares de como ver o mundo? Tais questões chamam atenção a certos atos de traduzir e interpretar, a seguir uma citação para você refletir melhor nessas informações já obtidas. Competência 03 38 Se pensar, eu acho que sim, tu tens que estar imparcial no sentido de não interferir na informação, mas o processo de interpretação nunca é imparcial, porque as coisas vão passar por ti, pelo que tu sabe, e claro que, às vezes, para não interferir na interpretação, tu usas a datilologia ou usa um português sinalizado, palavra — sinal, para tu te “eximir” daquela interpretação. Mas, se pensar nos estudos da tradução e interpretação, até que ponto tu és fiel aos discursos? (Eduarda 2017). Na descrição de Eduarda é possível constatar as dificuldades queos profissionais na área de interpretação enfrentam durante sua atuação, buscando meios na datilologia e do português sinalizado para reconstituir o sentido da mensagem o mais perto do original. Figura 18 - Regulamento para Atuação como Tradutor e Intérprete de Língua de Sinais Fonte: https://siteantigo.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/educacao/regulamento-para-atuacao-como- tradutor-e-interprete-de-lingua-de-sinais/32417# Audiodescrição da figura: No centro da tela, fotografia colorida de uma mulher branca, em pé, ela posa com a mão no queixo, reflexiva. Ela possui cabelo preto, olhos castanhos, veste camisa manga longa, branca e azul, listrada. Fim da audiodescrição. Essa imagem é um auto retrato do intérprete em algumas situações, onde esse profissional se encontra dividido, sem um norte para ser guiado. Como não seguir esse caminho da https://siteantigo.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/educacao/regulamento-para-atuacao-como-tradutor-e-interprete-de-lingua-de-sinais/32417 https://siteantigo.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/educacao/regulamento-para-atuacao-como-tradutor-e-interprete-de-lingua-de-sinais/32417 Competência 03 39 dúvida? Seguindo a linha de raciocínio, imagine a seguinte cena: o filho surdo age de forma rude com sua mãe, dizendo palavras duras e para amenizar a situação o intérprete muda um pouco o contexto traduzido. Normalmente, os familiares dos surdos fazem a seguinte pergunta: “Realmente ele falou isso?” E em algumas situações, após ser traduzido fielmente o que foi mencionado pelo surdo, o destinatário não gostou e procurou tomar satisfação, mentindo o surdo afirma não ter dito aquilo que foi traduzido, e culpa ao intérprete de errar em sua tradução. Neste caso, percebe o nítido conflito de ideias entre os mundos, ouvintes e surdos? A maioria das pessoas não consegue separar o pessoal do profissional. Situações que podem comprometer a integridade, e até a carreira do intérprete. Então, como não cair em armadilhas? Quando se está bem inteirado com o código de ética, dificilmente chegará nesse ponto. Por exemplo, você já ouviu falar do falso intérprete? Se não, veja a importância de procurar sempre estar atualizado, assim como você já está fazendo através deste curso. Imagine você nessa cena, e como resolveria? O aluno surdo deixou o lápis cair no chão e uma aluna ouvinte que ia passando no momento fez a gentileza de apanhar. Mas o aluno surdo, em vez de agradecer, começou a dizer que não queria nada com ela, que eles eram só amigos, que ele não queria namorar com ela. A aluna me perguntou o que ele estava dizendo, e por achar absurda a atitude do surdo, achei melhor mudar o discurso. Disse a aluna que ele estava agradecendo a gentileza e coisas similares. (CRUZ 03/2016) Pensou? Analise com calma a narrativa acima e perceba, que o sentido original do discurso foi alterado para não haver um constrangimento por parte do destinatário ou até mesmo para manter o coleguismo, na sala de aula e também preservar a imagem do surdo naquela situação. Surge uma pergunta: será que foi a melhor atitude a ser tomada? Perceba a resposta para essa questão levantada com base no código de ética: Confira o vídeo, deixarei o link abaixo. https://www.youtube.com/watch?v=39dlchd5dcg https://www.youtube.com/watch?v=39dlchd5dcg Competência 03 40 Art.2°- O intérprete deve manter uma atitude imparcial durante o transcurso da interpretação, evitando interferências e opiniões próprias, a menos que seja requerido pelo grupo a fazê-lo; Art.3°- O intérprete deve interpretar fielmente e com o melhor da sua habilidade, sempre transmitindo o pensamento, a intenção e o espírito do palestrante. Ele deve lembrar dos limites de sua função e não ir além da responsabilidade. (QUADROS 2004) Nesse caso, a neutralidade e fidelidade foram colocadas de lado pelo intérprete diante de uma situação conflituosa entre os dois mundos. Ser fiel no que o surdo estava pensando soaria estranho para a ouvinte e traria complicações para ele e para os demais surdos daquela comunidade educacional. O intérprete então decide tornar o discurso passivo para ambos os lados. É preciso muito respeito ao lidar com as palavras, pois os surdos são diretos, e sem medir as consequências do que pensam podem colocar-se ou muitas vezes colocar o intérprete em situações constrangedoras. Visivelmente o intérprete de Libras sofre conflitos éticos diante de diferentes contextos culturais, que entram em choque com a sociedade surda e o próprio ouvinte. Veja outra situação, que poderá de forma sutil escorregar na falta de ética. Competência 03 41 Figura 19 - Intérprete em sala de aula. Fonte: https://ensino.digital/blog/quero-me-tornar-interprete-de-libras-o-que-preciso-fazer Audiodescrição da figura: No centro da tela, fotografia colorida de uma sala de aula, ao fundo um quadro. Duas mulheres em pé, em destaque, uma segura um livro e fala. À direita, uma mulher sinaliza, em pé. Três garotas estão sentadas, observam. Fim da audiodescrição. Como pode perceber, na cena acima o profissional em seu ambiente de trabalho exercendo sua função como tradutor, segundo o art. 5°, “O intérprete deve adotar uma conduta adequada de se vestir, sem adereços, mantendo a dignidade da profissão e não chamando atenção indevida sobre si mesmo, durante o exercício da função”(QUADROS). A descrição clara deste artigo dispensa comentários, por esse motivo foi destacado apenas pontos importantes. Visto que, o intérprete de libras dá voz ao surdo, é de extrema importância que a atenção seja direcionada em sua configuração de mãos e não em seus adereços, como já fora mencionado em informações anteriores. Para manter a dignidade, espera-se que esse profissional tenha na bagagem conhecimentos básicos de sua profissão, para não comprometer a si, ou seus colegas de trabalho, veja um exemplo. Em uma conversa da aluna surda, com a coordenadora e a diretora da escola, no final da conversa a surda fez uma colocação que deixaria a situação com um ar de rebeldia https://ensino.digital/blog/quero-me-tornar-interprete-de-libras-o-que-preciso-fazer Competência 03 42 e eu entendi que poderia prejudicar outros futuramente. Fiz outra colocação que deixou tudo mais amigável e saímos. (CRUZ 03/2016). Nesse caso, a fidelidade também foi colocada de lado, o ponto em destaque aqui, é um questionamento para fazermos uma reflexão. Será que existe uma ética social maior, que deveríamos seguir para manter o comum acordo entre as pessoas, mesmo que, às vezes, tivéssemos que fugir da ética de sua profissão? Qual seria sua resposta a essa pergunta? Existem aqueles que afirmam que existem situações justificáveis para fugir da ética, é essencial muitas vezes, para manter a harmonia entre ambas as partes do discurso, dizendo que, nem sempre a tradução literal é conveniente para as culturas envolvidas. O que é certo para uma cultura de um, pode não ser o certo para a do outro naquele momento, acreditando-se que a falta de compreensão das culturas envolvidas faz com que o discurso seja mal interpretado. Na vivência do ouvinte, envolve regras éticas de convívio social que os orienta quanto ao que pode dizer ou fazer, para não arriscar desrespeitar ou ofender outros. Os surdos, são pessoas espontâneas e gostam de dizer o que pensam, não importando o momento, o local ou pessoa a quem se está referindo a palavra. E no meio, bem no meio dessas culturas, há uma pessoa que participa das duas culturas, o Intérprete. Ele sabe o estrago que irá causar, se a informação for passada da forma dita pelo surdo. Com este questionamento em mente, pode dizer que: Arbitrar sobre questões não negociáveis da atividade de trabalho do TILS, pouco diz sobre as situações que estão ligadas às inter-relações estabelecidas durante o ato de interpretação,mas menciona a importância da fidelidade como aspecto constitutivo do fazer laborioso deste profissional (NASCIMENTO, 2014, p. 1143). O código de ética descreve condutas (questões inegociáveis), sublinhando aspectos que seriam indispensáveis ao trabalho de tradução/interpretação. Um deles é mencionado na narrativa do autor acima, e diz respeito à fidelidade (ou seja, a mensagem que está sendo traduzida). Além disso, na dinâmica da tradução simultânea, muitas situações dependem da capacidade do profissional de improvisar. Ainda desenvolvendo a linha de pensamento do autor. Nascimento salienta que o código de ética é um documento padrão, deve ser tomado como um manual prático. Todavia, nele não se explora a rotina do cotidiano, onde o profissional precisa consultar para fazer escolhas. O autor Competência 03 43 ainda destaca que a existência desse documento colabora para a idealização de um imaginário social sobre a profissão, mas, dificilmente aplicável. Figura 20 - Interprete de libras. Fonte: https://www.wreducacional.com.br/curso-de-int-rprete-de-libras-b-sico Audiodescrição da figura: No centro da tela, fotografia colorida com fundo amarelo escuro. No primeiro plano, duas mãos, à esquerda, uma com formato de rosto. Da esquerda para a direita, uma abre a boca com expressão de espanto e a outra uma orelha está em destaque. Fim da audiodescrição. Usando a imagem acima para representar o assunto discutido, digamos que o código de ética possa ser comparado com duas mãos, a primeira mão tendo uma boca aberta em seu dorso e a outra mão a esquerda um ouvido, passando a impressão que a direita está falando algo para a esquerda, o ouvido por sua vez representando o profissional. O Intérprete deve estar atento às normas que regem sua profissão, como se seus ouvidos estivessem abertos! Voltado a atenção ao capítulo 2 do código de ética que está se referindo inteiramente as relações com o contratante do serviço de tradução, em seu Art. 6º, que diz: “o intérprete deve ser remunerado por serviços prestados e se dispor a providenciar serviços de interpretação, em situações onde fundos não são possíveis” (QUADROS, 2004). Chamo atenção para diferentes afirmações, no mesmo instante em que o artigo faz pensar no reconhecimento profissional afirmando a atuação dos tradutores/intérpretes como voluntário, reforça também a obrigação assistencialista. Também no capítulo 3, Art. 12, este aspecto é reforçado quando afirma: “o intérprete deve esforçar-se para reconhecer os vários tipos de assistência ao surdo e fazer o melhor para atender às suas necessidades particulares” (QUADROS, https://www.wreducacional.com.br/curso-de-int-rprete-de-libras-b-sico Competência 03 44 2004). Além de impor uma obrigação assistencialista, o documento parece atribuir ao profissional uma responsabilidade que vai além de seus deveres como intérprete. Reconhecer os vários tipos de assistência e atender as necessidades dos surdos, é uma responsabilidade que está além das mãos desse profissional, e sim recai essa responsabilidade para instâncias governamentais, que envolve a criação de programas políticos que contemplem as especificidades dos sujeitos surdos. Nesse sentido, a autora Eduarda enfatiza: “O código de ética deveria ser discutido amplamente... deveria contemplar o direito do intérprete de condições de trabalho. Eu acho que a questão da dupla deveria estar ali garantida. (Eduarda 2017)”. As considerações de Eduarda, faz refletir no seguimento de profissionalização dos intérpretes de língua de sinais, uma vez que o código garante os direitos à acessibilidade linguística dos surdos, mas não se ocupa diretamente com a profissionalização dos tradutores de Libras. Descrevendo o profissional de língua de sinais ora como alguém neutro e imparcial, e por vezes como alguém com responsabilidades assistenciais, que deve “providenciar atendimento ao surdo” (QUADROS, 2004). Poderia continuar estas questões indefinidamente, uma vez que o intérprete sempre está diante de situações completamente inusitadas a todo instante. As situações levantadas são apenas possibilidades e podem jamais vir a acontecer na sua atuação enquanto intérprete de língua de sinais. No entanto, quanto mais você pensa e faz reflexões sobre todas as situações possíveis, mais você estará se preparando para tomar uma postura ética diante de um contexto novo. Assim, convido você a refletir sobre cada uma dessas questões. Competência 03 45 Figura 21 - Se você esperar pelas condições perfeitas, nunca vai fazer nada. Fonte: https://pratiqueobemhoje.com/tag/oportunidade/ Audiodescrição da figura: Fotografia colorida de uma mulher branca correndo na chuva, ao fundo, pista molhada e árvores no entorno. Fim da audiodescrição. Gostou? Então mãos na massa! Corra atrás de suas realizações pessoais e profissionais, não deixe pra depois, comece agora mesmo, daqui há um ano você vai agradecer por ter começado hoje! Espero que os conteúdos vistos nesta disciplina tenham acrescentado e agregado valores ao seu conhecimento, e que você tenha gostado de aprender ainda mais sobre o universo da Língua Brasileira de Sinais. Um Abraço e espero ver você nas próximas disciplinas, tchauzinho e até lá! Não esqueça de assistir a videoaula desta competência fazendo um breve resumo do que foi estudado. Ok! https://pratiqueobemhoje.com/tag/oportunidade/ 46 Conclusão Parabéns! Estou feliz, por você ter concluído essa disciplina. Estudante! Você acompanhou o caminho árduo do intérprete, podendo tomar isso como lição de vida, para conquistar algo de grande importância, precisa persistência e uma dose de coragem. Foi graças à determinação de pessoas que nunca desistiram do seu objetivo, que deram início a libras. E através dessas pessoas, posso contar essa linda história de conquistas. Ao percorrer até aqui, de forma resumida, percebe-se a importância dos intérpretes na formação histórica do país e o quanto esta história ainda tem pontos a serem considerados. A clarificação ou as explicitações da participação dos intérpretes na história do Brasil, contribuíram sem dúvida para diminuir a invisibilidade da pessoa surda. Você pode acrescentar em sua lista, nomes de figuras que fizeram histórias na etapa da inclusão do surdo na sociedade e seu reconhecimento como cidadão. Não podendo esquecer que, a oficialização da Libras é resultado de vários movimentos surdos em prol do direito de terem sua língua materna como primeira língua. A comunidade surda brasileira caracteriza-se pela cultura e idioma próprios, mas que infelizmente ainda encontra barreiras de comunicação e acessibilidade na sociedade nos diferentes ambientes sociais. O percurso profissional do TILS e sua constituição, caminham com as lutas e conquistas da pessoa surda, constituindo o perfil deste profissional. Portanto, concluindo esse e-book, tudo o que foi tratado aqui ajudará você nas próximas disciplinas desse curso! Espero ter contribuído de alguma forma para o desenvolvimento. Já estou ansiosa para o nosso próximo encontro! Tenho certeza que você vai amar a próxima disciplina, até a próxima! Um forte abraço!!! 47 Referências LIMA, Claudiana. Tradutor intérprete de língua de sinais: Quais foram as evoluções na formação destes profissionais. Disponível em:<https://doi.galoa.com.br/sites/default/files/10.21745/ac06- 08.pdf>. Acesso em 04 de agosto de 2021. CHIH, Ting Chung. Um pouco da história da língua de sinais no mundo e no Brasil. Disponível em:<https://diversidadeemcomunicar.wordpress.com/2013/08/06/um-pouco-da-historia-da- lingua-de-sinais-no-mundo-e-no-brasil/>. Acesso em 04 de agosto de 2021. MÜLLER DE QUADROS, Ronice. O tradutor e intérprete de língua brasileira de sinais e língua portuguesa / Secretaria de Educação Especial. Brasília:
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