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LIB - O Trabalho e a Etica Profissional do Tradutor Interprete de Libras e Guia Interprete [2021]

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O Trabalho e a Ética Profissional 
do Tradutor Intérprete de Libras e 
Guia Intérprete 
Ana Carolina Ferreira 
 
Curso Técnico em Tradução e Interpretação de Libras 
Educação a Distância 
2021 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O Trabalho e a Ética Profissional 
do Tradutor Intérprete de Libras 
e Guia Intérprete 
Ana Carolina Ferreira 
 
Curso Técnico em Tradução e Interpretação de 
Libras 
 
 
Escola Técnica Estadual Professor Antônio Carlos Gomes da Costa 
 
Educação a Distância 
 
Recife 
 
1.ed. | Out. 2021 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Catalogação e Normalização 
Hugo Cavalcanti (Crb-4 2129) 
 
Diagramação 
Jailson Miranda 
 
Coordenação Executiva 
George Bento Catunda 
Renata Marques de Otero 
Manoel Vanderley dos Santos Neto 
 
Coordenação Geral 
Maria de Araújo Medeiros Souza 
Maria de Lourdes Cordeiro Marques 
 
Secretaria Executiva de 
Educação Integral e Profissional 
 
Escola Técnica Estadual 
Professor Antônio Carlos Gomes da Costa 
 
Gerência de Educação a distância 
 
 
Professor(es) Autor(es) 
Ana Carolina Ferreira 
 
Revisão 
Ana Carolina Ferreira 
 
Coordenação de Curso 
Pollyana Kaline Silva de Santana 
 
Coordenação Design Educacional 
Deisiane Gomes Bazante 
 
Design Educacional 
Ana Cristina do Amaral e Silva Jaeger 
Helisangela Maria Andrade Ferreira 
Izabela Pereira Cavalcanti 
Jailson Miranda 
Roberto de Freitas Morais Sobrinho 
 
Audiodescrição das imagens 
Jonara Medeiros Siqueira 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sumário 
Introdução .............................................................................................................................................. 4 
1.Competência 01 | Conhecer a história do profissional tradutor/intérprete de língua de sinais ....... 5 
2.Competência 02 | Aprender o regulamento para atuação como tradutor/intérprete de língua de 
sinais ..................................................................................................................................................... 20 
3.Competência 03 | Reconhecer e utilizar o código de ética na prática de tradução/Interpretação . 34 
Conclusão ............................................................................................................................................. 46 
Referências ........................................................................................................................................... 47 
Minicurrículo do Professor ................................................................................................................... 48 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
Introdução 
Seja bem-vindo, querido estudante! 
A comunicação é um fator importante para o ser humano, e a Língua Brasileira de Sinais 
é uma ferramenta que possibilita a interação dos surdos. Os intérpretes da língua de sinais surgiram 
devido à necessidade da comunidade surda de possuir um profissional que auxiliasse no processo de 
comunicação com as pessoas ouvintes. Este ebook, contará a trajetória dessa profissão tão rica 
culturalmente, que tem sido importante para a sociedade. 
O tradutor/intérprete de libras percorreu um caminho árduo, para conquistar o 
reconhecimento. Você conhecerá alguns nomes responsáveis no desenvolvimento dessa disciplina.. 
O objetivo é lhe dar o poder do conhecimento, através do código de ética você encontrará 
respostas a muitas indagações que irão surgir em seu cotidiano, você conhecerá mais de perto esse 
código, que faz a diferença no dia a dia de muitos profissionais. 
 Verá, que no início a atuação era informal, membros da família e amigos da pessoa surda, 
de forma limitada executavam a função de traduzir e interpretar. Contudo, para que ocorresse de 
modo formal, foi necessário que a Língua Brasileira de Sinais fosse oficializada. E essa oficialização 
gerou um padrão a ser seguido, que você verá como colocá-lo em prática. 
 Pretende-se abordar como se constitui a formação do Tradutor Intérprete de Língua 
Brasileira de Sinais (TILS), destacando o Intérprete. Você também conhecerá instituições que 
oferecem capacitações, descobrirá quais metodologias usadas para se candidatar nesses cursos. 
Utilizou-se também como método de pesquisa: leitura e interpretação da legislação 
vigente e artigos relacionados ao tema. Todo material foi montado em narrativas de autores que 
traçaram a história do intérprete. 
Finalizando, observou-se que o Tradutor Intérprete de Língua Brasileira de Sinais tem 
papel fundamental no processo de ensino aprendizagem dos alunos surdos, assim como a 
responsabilidade de manter-se atualizado. Pensando nisso, foi lançado esse e-book. 
Boa leitura! 
Ana Carolina Ferreira. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Competência 01 
5 
1.Competência 01 | Conhecer a história do profissional tradutor/ 
intérprete de língua de sinais 
Antes de dar início ao assunto você irá entender melhor sobre o guia intérprete e a 
profissão tradutor/intérprete de libras e sua importância. O guia-intérprete é aquele com a função 
de estabelecer a intermediação comunicativa e visual do surdocego, transmitindo-lhe todas as 
informações de modo claro e assegurando-lhe conhecimento. 
O guia-intérprete é o profissional que domina diversas formas de comunicação utilizadas 
pelas pessoas com surdocegueira, podendo fazer interpretação ou transliteração. A transliteração 
acontece quando o guia-intérprete recebe a mensagem em uma determinada língua e transmite à 
pessoa surdocega na mesma língua; porém, usa uma forma de comunicação diferente e acessível ao 
surdocego, por exemplo: o guia-intérprete ouve a mensagem em língua portuguesa e transmite em 
Braille. Interpretação é quando o guia-intérprete recebe a mensagem em uma língua e deve 
transmiti-la em outra língua. 
Os que desejam tornar-se especialistas para atuar com os alunos surdocegos deverão 
preencher alguns pré-requisitos, ter domínio da Libras, do Sistema Braille e de Orientação e 
Mobilidade. 
Visando esclarecer a trajetória do intérprete da língua de sinais, explicarei agora a 
diferença de: Tradutor/ Intérprete de LIBRAS de acordo com Quadros. 
Intérprete - Pessoa que interpreta de uma língua (língua fonte) para outra (língua 
alvo) o que foi dito. Intérprete de língua de sinais Pessoa que interpreta de uma dada 
língua de sinais para outra língua, ou desta outra língua para uma determinada 
língua de sinais (QUADROS, 2004, p. 7 e 11) 
Desse modo, o intérprete tem a responsabilidade de interceder as relações entre pessoas 
que possuem línguas diferentes. A diferença entre a tradução e a interpretação reside na modalidade 
da escrita, onde o escrito trata-se de tradução e a interpretação se trata da tradução de uma língua 
falada para outra e vice-versa. 
Tradutor é uma pessoa que traduz de uma língua para outra. Tecnicamente, a 
tradução refere-se ao processo envolvendo pelo menos uma língua escrita. Assim, 
tradutor é aquele que traduz um texto escrito de uma língua para a outra. Tradutor-
 
 
 
 
 
 
Competência 01 
6 
intérprete, pessoa que traduz e interpreta o que foi dito e/ou escrito. Tradutor-
intérprete de [língua] de sinais. Pessoa que traduz e interpreta a língua de sinais para 
a língua falada e vice -versa em quaisquer modalidades que se apresentar (oral ou 
escrita). (QUADROS, 2004, p. 7 e 11) 
 
Já que você ouviu o ‘podcast’ da competência, vamos deixar de enrolação e partir para a 
ação! Veja a história do intérprete… 
Voltemos no tempo por alguns instantes para relembrarmos a trajetória do profissional 
Tradutor/Intérprete da língua de sinais. Busquei através da história compreender melhor a profissão 
do tradutor/intérprete de LIBRAS. Por muito tempo os intérpretes da Língua Brasileira de Sinais, 
LIBRAS, tiveram sua formação na sombra da experiência desenvolvida por familiaresde surdos ou 
pessoas participantes em comunidades religiosas com finalidade de ajudar os surdos. Este compêndio 
tem a intenção de esclarecimento histórico sobre a formação do profissional intérprete/tradutor de 
língua de sinais, através de pesquisa bibliográfica, traçando uma linha do tempo até os dias atuais. 
 
 
Começaremos fazendo uma viagem por alguns países que fizeram história. Daremos 
atenção de início à Suécia. Em 1938, como a demanda de pessoas surdas era tão grande, a Suécia se 
viu na obrigação de criar cinco cargos de conselheiros, que rapidamente não conseguia atender a 
demanda da comunidade surda. E você estudante, o que teria feito no lugar dos suecos? Uma bela 
calça justa! Veja qual foi o desfecho. 
 
PODCAST 
Agora vamos parar um pouco para ouvir o podcast desta competência. 
 
Você sabia? Essa encantadora história, do intérprete, se dá através de trabalhos 
voluntários,graças à união de amigos,familiares, vizinhos e comunidade 
religiosa ,ajudando no reconhecimento dessa carreira tão importante para 
sociedade surda. Na verdade, foi graças ao famoso “empurrãozinho” que se deu 
a entrada dos surdos nas discussões sociais e o reconhecimento da língua de 
sinais pelos países enquanto língua de fato, garantindo o 
direito do acesso a ela. 
 
 
 
 
 
 
Competência 01 
7 
Em 1947, mais de 20 pessoas assumiram a função de intérprete. Em 1968, por uma 
decisão do Parlamento, todos os surdos teriam acesso ao profissional intérprete livre 
de encargos diante de reivindicações da Associação Nacional de Surdos. Neste ano, 
também foi criado o primeiro curso de treinamento de intérprete na Suécia 
organizado pela Associação Nacional de Surdos, junto à Comissão Nacional de 
Educação e à Comissão Nacional para Mercado de Trabalho. Foi instituído que cada 
conselho municipal deveria ter uma unidade com intérpretes. ( MÜLLER 2004 ) 
Ainda na Suécia, a expansão da sociedade surda, fez com que o governo elaborasse o 
primeiro curso de treinamento organizado pela Associação Nacional de Surdos, junto à Comissão 
Nacional de Educação e à Comissão Nacional para Mercado de Trabalho. O link abaixo conta um 
pouco da história de Thomas Gallaudet. 
 
Figura 1 - Thomas Gallaudet 
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Thomas_Hopkins_Gallaudet 
Audiodescrição da figura: No centro da tela, fotografia em preto e branco de um homem branco. Ele possui olhos e 
cabelos pretos, usa óculos, veste camisa com colarinho branco, alto, e paletó preto. Fim da audiodescrição. 
 
 
 
 Estudante, você já viu esse vídeo? Veja um pouco mais da história! 
https://www.youtube.com/watch?v=7WhYC2rhNvk 
https://www.youtube.com/watch?v=7WhYC2rhNvk
 
 
 
 
 
 
Competência 01 
8 
Continuando o giro pela história do intérprete pelos países… 
Falemos agora dos Estados Unidos. Em 1964, foi criada a primeira organização nacional 
de intérpretes para surdos nos Estados Unidos. Em 1972 com o nome definido da organização 
nacional de intérpretes para (atual RID). Começou a exigir avaliação dos intérpretes, usando esse 
método até os dias atuais. Conta-se as boas línguas, que o primeiro intérprete por lá foi Thomas 
Gallaudet. Por ironia, seu aluno era francês, pasmem! Era um surdo, de nome Laurent Clerc. Confira 
essa história direitinho!? 
 
Voltando a atenção agora para nossa terrinha. No Brasil em 1857 foi criado o Imperial 
Instituto dos Surdos-Mudos, por Dom Pedro II, mas o reconhecimento da necessidade de um 
intérprete no país só se deu em meados dos anos 1980. Nos anos 80 deu início aos intérpretes de 
língua de sinais em trabalhos religiosos. Por volta dos anos 1980 rolavam as primeiras atuações de 
intérpretes de língua de sinais. Em 1988 houve o primeiro Encontro Nacional de Intérpretes de Língua 
de Sinais, organizado pela FENEIS, havendo trocas de conhecimento. 
No intuito de levantar dados referentes ao histórico do intérprete de Libras, 
analisaram-se os relatórios da FENEIS desde a Ata de fundação em 1973 até o ano de 
2002, data do último relatório disponível no site, na íntegra. Na ata de fundação é 
mencionada a presença de intérpretes, sem maiores informações. Somente no 
relatório de 1988 inicia-se a descrição dos trabalhos realizados por esses intérpretes 
junto à Federação. (ETD) 
Deu início em 1988 no Rio de Janeiro às atividades televisivas, das quais destacaram o 
intérprete e suas funções, em empresa de aviação, na organização de encontros regionais, no 
encaminhamento às escolas estaduais, na assessoria jurídica, no departamento pessoal de empresas 
que contratavam pessoas surdas. Mesmo tendo iniciado sua carreira de forma voluntária, o 
intérprete de libras, foi conquistando seu espaço e com isso seu direito na realização de pagamento. 
 
O link abaixo conta um pouco da história de Thomas Gallaudet. 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Thomas_Hopkins_Gallaudet#A_origem_de_sua_vo
ca%C3%A7%C3%A3o_direcionada_aos_surdos 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Thomas_Hopkins_Gallaudet#A_origem_de_sua_voca%C3%A7%C3%A3o_direcionada_aos_surdos
https://pt.wikipedia.org/wiki/Thomas_Hopkins_Gallaudet#A_origem_de_sua_voca%C3%A7%C3%A3o_direcionada_aos_surdos
 
 
 
 
 
 
Competência 01 
9 
Com o passar dos anos, estenderam sua atuação às faculdades, de modo que o aumento 
da demanda de profissionais na área provocou a criação de um departamento nacional (ETD). Devido 
à expansão de intérpretes pelo Brasil, diferentes religiões, instituições educacionais e associações, 
favoreceu o reconhecimento da língua de sinais, através de várias ações, teve destaque no Ministério 
da Educação em 1999. 
 
Figura 2 – Intérprete de libras 
Fonte: https://academiadelibras.com/blog/profissao-de-tradutor-e-interprete-de-libras/ 
Audiodescrição da figura: No centro da tela, fotografia colorida de fundo azul claro, da esquerda para a direita, uma 
mulher branca, ela está em pé, cabelo na altura do ombro, olhos castanhos, veste camisa preta, com estampa de mãos. 
A mulher sinaliza abrindo e fechando as mãos. Ao lado, num pupilo, um homem negro, cabelo grisalho, curto, olhos 
castanhos, usa óculos, veste paletó azul, camisa branca e gravata azul e branca, usa relógio no branco direito. Fim da 
audiodescrição. 
 
A profissão de intérprete de Libras, têm tido maior destaque no cotidiano atual, 
principalmente no Brasil. Devido à inclusão social, muitas empresas, instituições públicas, meios de 
comunicação e demais áreas têm solicitado cada vez mais a presença do intérprete de libras. A língua 
de sinais só teve seu reconhecimento de fato com o envolvimento da comunidade surda na 
sociedade. 
Outro elemento fundamental neste processo é o reconhecimento da língua de sinais 
em cada país. À medida que a língua de sinais do país passou a ser reconhecida 
https://academiadelibras.com/blog/profissao-de-tradutor-e-interprete-de-libras/
 
 
 
 
 
 
Competência 01 
10 
enquanto língua de fato, os surdos passaram a ter garantias de acesso a ela enquanto 
direito linguístico. Assim, consequentemente, as instituições se viram obrigadas a 
garantir acessibilidade por meio do profissional intérprete de língua de sinais. 
(EDUCAÇÃO 2020) 
 
Com a participação ativa da sociedade surda na comunidade, fez-se necessário o 
aperfeiçoamento de intérpretes, promovendo assim, cursos de níveis diferenciados pelo mundo. 
 
Figura 3 - Charles-Michel de l’Épée, também conhecido como Pai dos Surdos 
Fonte: https://diversidadeemcomunicar.wordpress.com/2013/08/06/um-pouco-da-historia-da-lingua-de-sinais-no-
mundo-e-no-brasil/ 
Audiodescrição da figura: No centro da tela, imagem em preto e branco de um homem branco. Ele possui olhos pretos 
e cabelos brancos, usa quipá, veste bata preta. Fim da audiodescrição. 
 
Falando um pouco Charles-Michel de l’Épée foi um dos poucos em sua época a reconhecer 
o surdo como cidadão e não apenas deficiente ou incapaz de raciocinar. Ajudando as pessoas com 
deficiência auditiva a falarem com seu próprio dialeto, libras.Dando assim, aos surdos sua própria 
forma de comunicação através das mãos, dialeto que o próprio Charles-Michel de l'Épée treinava em 
sua infância. Ficou curioso dessa história magnífica? 
https://diversidadeemcomunicar.wordpress.com/2013/08/06/um-pouco-da-historia-da-lingua-de-sinais-no-mundo-e-no-brasil/
https://diversidadeemcomunicar.wordpress.com/2013/08/06/um-pouco-da-historia-da-lingua-de-sinais-no-mundo-e-no-brasil/
 
 
 
 
 
 
Competência 01 
11 
 
Agora você irá fazer um tour pelo mundo! Veja algumas regiões e suas formações: 
Dando início pela França, Dinamarca e Alemanha, com formação no período de 2 anos 
para finalização de seus cursos, não precisando de domínio na língua de sinais. (nesses países a 
formação está formalizada). 
Pulemos agora para Itália, Holanda, Inglaterra e a Dinamarca, ao contrário de alguns 
países como a França, por exemplo, esses países mencionados investem financeiramente na 
formação de intérpretes de libras. 
Já na Finlândia são cursos oferecidos normalmente pela Associação dos Surdos, cursos de 
curta duração de cerca de 170h. Os cursos de longa duração, tem em seu currículo a realização de 
outros cursos na área, sendo que sua parte teórica é mais prolongada do que os demais cursos. 
 Enquanto isso, na Dinamarca os cursos de capacitação para intérprete de libras são 
oferecidos pelo Centro de Comunicação em cooperação com o Colégio do Comércio, não é necessário 
saber libras para se candidatar para o curso com uma quantidade de 20 vagas e formação no período 
de 2 anos. 
Segundo QUADROS na Suécia os cursos têm a duração de 2 anos, mas o aluno tem que 
passar por avaliação antes, com vagas para 50 pessoas. Na Noruega desde 1989 os cursos de 
formação de intérpretes são feitos na Escola de Educação Especial com duração de um ano, exigindo 
que tenha domínio na língua de sinais. 
 
Conheça um pouco da história de Charles-Michel de l’Épée, também conhecido 
como o Pai dos Surdos, no vídeo a seguir. 
http://tvines.org.br/?p=10174 
http://tvines.org.br/?p=10174
 
 
 
 
 
 
Competência 01 
12 
 
Figura 4 - Imagem colorida, representando a Língua Brasileira de Sinais. 
Fonte: http://edmarciuscarvalho.blogspot.com/2010/10/lei-regulamenta-profissao-de-tradutor-e.html 
Audiodescrição da figura: No centro da tela, fotografia colorida, com fundo branco e mãos no primeiro plano, em 
movimento. No entorno, distribuída de maneira circular, as palavras: Profissão, certificação, curso de libras, formação, 
tradutor e intérprete. Fim da audiodescrição. 
 
Relembrando mais um pouco do passado, a formação de intérpretes era feita por 
instituições religiosas, que tinha como objetivo a evangelização dos surdos. Com o passar dos anos 
isso teve uma grande evolução na formação dos intérpretes de libras. Esse avanço se deu no final 
dos anos 1990 surgindo os primeiros cursos de formação de Tradutor Intérprete de Língua de Sinais 
(TILS) no país, talvez devido à implementação de sedes da FENEIS por vários estados. 
Porém, nem tudo era perfeito, pois eram cursos básicos com informações limitadas. Em 
1997 a FENEIS-RS em parceria com a Universidade Federal do Rio Grande do Sul, promoveu o primeiro 
curso de formação de intérpretes. 
http://edmarciuscarvalho.blogspot.com/2010/10/lei-regulamenta-profissao-de-tradutor-e.html
 
 
 
 
 
 
Competência 01 
13 
 
Figura 5 - Universidade Gallaudet. 
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Universidade_Gallaudet 
Audiodescrição da figura: Na tela, fotografia colorida de um edifício de arquitetura do Renascimento da Alta era Gótica 
Vitoriana, no entorno, vegetação. Fim da audiodescrição. 
 
 A Universidade Gallaudet é a única universidade do mundo cujo programa é 
desenvolvido 100% para pessoas surdas. 
 
Complementando o trajeto histórico do intérprete, que se deu através do ensino 
religioso, esse acontecimento foi aqui no Brasil, a formação de intérpretes de libras era feita por 
instituições religiosas como já mencionado, tendo como objetivo a evangelização dos surdos. Com o 
passar dos anos foi tendo uma grande evolução na formação profissionalizante de intérpretes. Esse 
 
Se você desenvolveu interesse, dê uma olhadinha na história da Universidade 
Gallaudet. Também você irá descobrir o motivo da universidade levar esse nome 
Gallaudet. Confira no link que segue: http://tvines.org.br/?p=10230 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Universidade_Gallaudet
https://pt.wikipedia.org/wiki/Universidade
http://tvines.org.br/?p=10230
 
 
 
 
 
 
Competência 01 
14 
avanço se deu no final dos anos 1990, quando surgiram os primeiros cursos de formação de Tradutor 
Intérprete de Língua de Sinais (TILS) pelo país, talvez devido à implementação de sedes da FENEIS por 
vários estados. 
Em 1997, a FENEIS-RS em parceria com a Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 
promovem o primeiro curso de formação de intérpretes. Como o mundo não pára de girar, a libras 
não parou de evoluir, em 2008 a Universidade Federal de Santa Catarina, criou o curso de 
Bacharelado em Letras/Libras, na modalidade à distância com 450 vagas distribuídas em 15 polos 
pelo país. Essa notícia foi simplesmente ARRASADORA! Esse crescimento intelectual do intérprete 
ocorreu depois do decreto 5.626/2005. Pois, depois deles houve um avanço estrondoso, nas políticas 
linguísticas para o desenrolar da libras. 
 
 
Figura 6 - Universidade Federal de Santa Catarina.Bacharelado em Letras/Libras 
Fonte: https://vestibular.brasilescola.uol.com.br/universidades/ufsc-universidade-federal-santa-catarina.htm 
Audiodescrição da figura: Na tela, fotografia colorida de um prédio da universidade, na imagem, a fachada, com rampas 
de acesso e carros no estacionamento. Fim da audiodescrição. 
 
 
Ei! Confira o decreto que revolucionou a língua de sinais. Vou deixar o link abaixo 
para você conferir: 
https://www.iffarroupilha.edu.br/regulamentos-e-
legisla%C3%A7%C3%B5es/portarias-e-legisla%C3%A7%C3%B5es/item/1429-
decreto-n%C2%BA-5-626,-de-22-de-dezembro-de-2005-disp%C3%B5e-sobre-a-
l%C3%ADngua-brasileira-de-sinais-libras 
https://vestibular.brasilescola.uol.com.br/universidades/ufsc-universidade-federal-santa-catarina.htm
https://www.iffarroupilha.edu.br/regulamentos-e-legisla%C3%A7%C3%B5es/portarias-e-legisla%C3%A7%C3%B5es/item/1429-decreto-n%C2%BA-5-626,-de-22-de-dezembro-de-2005-disp%C3%B5e-sobre-a-l%C3%ADngua-brasileira-de-sinais-libras
https://www.iffarroupilha.edu.br/regulamentos-e-legisla%C3%A7%C3%B5es/portarias-e-legisla%C3%A7%C3%B5es/item/1429-decreto-n%C2%BA-5-626,-de-22-de-dezembro-de-2005-disp%C3%B5e-sobre-a-l%C3%ADngua-brasileira-de-sinais-libras
https://www.iffarroupilha.edu.br/regulamentos-e-legisla%C3%A7%C3%B5es/portarias-e-legisla%C3%A7%C3%B5es/item/1429-decreto-n%C2%BA-5-626,-de-22-de-dezembro-de-2005-disp%C3%B5e-sobre-a-l%C3%ADngua-brasileira-de-sinais-libras
https://www.iffarroupilha.edu.br/regulamentos-e-legisla%C3%A7%C3%B5es/portarias-e-legisla%C3%A7%C3%B5es/item/1429-decreto-n%C2%BA-5-626,-de-22-de-dezembro-de-2005-disp%C3%B5e-sobre-a-l%C3%ADngua-brasileira-de-sinais-libras
 
 
 
 
 
 
Competência 01 
15 
A Universidade Federal de Santa Catarina, sendo a maior universidade do estado, é uma 
das principais da Região Sul do Brasil. Por ser a primeira a implantar o curso de Bacharelado em 
Letras/Libras, tornou-se um centro nacional de referência na área de Libras. 
 
A língua de sinais foi trazida por Huet, primeiro Diretor e professor, hoje conhecido 
Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES), trazendo com ele várias disciplinas que com o 
tempo foram se misturando com a libras. 
 
 
Figura 7 - Huet 
Fonte: https://www.librasol.com.br/8-motivos-para-voce-aprender-libras-a-lingua-brasileira-de-sinais/huet/ 
Audiodescrição da figura: No centro da tela, moldura de madeira, oval, na tela, imagem em preto e branco de um 
 
Você sabia: a língua de sinais utilizada aqui no Brasil, teve origem da França, 
quando se instalou aqui no Brasil, misturou-secom a língua de sinais dos surdos 
que participaram e estudavam no Instituto Imperial dos Surdos (fundado em 
1855), no Rio de Janeiro. 
https://www.librasol.com.br/8-motivos-para-voce-aprender-libras-a-lingua-brasileira-de-sinais/huet/
 
 
 
 
 
 
Competência 01 
16 
homem branco. Ele possui olhos pretos, usa óculos e barba, paletó preto, camisa branca e gravata borboleta preta. Fim 
da audiodescrição. 
 
Ernest Huet, chamado também de Eduard Huet, aos 12 anos devido ao sarampo teve a 
perda de sua audição, deixando-o surdo. Mesmo com a perda de sua audição, ele aprendeu espanhol 
e começou a estudar no Instituto Nacional de Surdos em Paris. Alguns anos depois formou-se em 
professor, ainda na França recebeu o cargo de diretor do Instituto de Surdos de Bourges. 
Eduardo Huet, tem uma imensa importância para a comunidade surda brasileira e para a 
história da Língua Brasileira de Sinais. Foram muitos os benefícios que ele proporcionou para os 
surdos brasileiros. 
 
Voltando a falar de figuras importantes, que fizeram história na carreira do profissional 
intérprete, deixei por último aquele sendo o pioneiro no processo educacional do surdo, Pedro Ponce 
de León. 
 
Quer aprender mais dessa história de superação? Para saber como os surdos 
foram beneficiados, e conhecer a história desse grande educador? Veja o link 
abaixo do vídeo, confira! 
http://tvines.org.br/?p=17135 
https://academiadelibras.com/libras/historia-da-libras/
http://tvines.org.br/?p=17135
 
 
 
 
 
 
Competência 01 
17 
 
Figura 8 - Monge Beneditino espanhol, Pedro Ponce de León 
Fonte: https://www.timetoast.com/timelines/historico-da-educacao-de-surdos 
Audiodescrição da figura: No centro da tela, fotografia em preto branco de um homem, ele possui olhos pretos, é calvo, 
veste bata preta. Fim da audiodescrição. 
 
 Pedro Ponce de León (1520-1584), é reconhecido como primeiro professor dos surdos, 
ensinando surdos a usarem gestos e soletrações (alfabeto datilológico). Mesmo a Libras tendo um 
início, os gestos em sinais não tomou proporções maiores, pois o ensino de Pedro Ponce de León se 
restringia apenas para os nobres da época. 
 
 
Conheça um pouco mais dessa história. Deixe abaixo o link para você conferir. 
https://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/1598/2/libras.pdf (a página 
29). 
https://www.timetoast.com/timelines/historico-da-educacao-de-surdos
https://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/1598/2/libras.pdf
 
 
 
 
 
 
Competência 01 
18 
Você notou, que durante a história muitos foram os marcos que fizeram o profissional da 
língua de sinais necessários para sociedade em geral, foi trazida a tona não apenas a necessidade da 
pessoa com deficiência auditiva, destacaram-se também outras necessidades especiais. 
Ao resgatar um pouco da história do intérprete, você observou, que historicamente não 
é possível rastrear o exato momento em que os intérpretes começaram atuar, mas dá para imaginar 
que quando povos de diferentes línguas viram a necessidade da ajuda de um tradutor, deu início ao 
profissional intérprete. 
No decorrer do tempo, vários títulos se deram para se referir ao intérprete de libras, 
nomes como: intérpretes de Linguagem de Sinais, posteriormente Intérpretes de Língua de Sinais. 
Com a oficialização da Libras, mudou novamente para Intérprete de Libras, logo após Tradutor 
Intérprete de Língua de Sinais e atualmente Tradutor Intérprete da Língua de Sinais e Português. 
Relembrando um pouco o período onde a oralização era obrigatória na educação do 
surdo, não se levava em conta a língua de sinais como opção mesmo a sociedade em geral tendo em 
mente a dificuldade da oralização imaginava-se, que ser surdo era apenas uma patologia. Naquele 
tempo o intérprete não tinha utilidades era algo desnecessário. Mesmo em tamanho desafio, a 
cultura surda conseguiu preservar suas raízes. 
 “Aos poucos o grupo voluntário de ouvintes também passou a atuar na 
acessibilidade de comunicação em serviços pessoais dos surdos, tais como: idas a 
médicos, audiências judiciais, bem como no ambiente educacional, haja vista que não 
haviam pessoas com formação específica para atuação nesta área. Podemos dizer 
que este foi um dos pontapés iniciais para a preocupação com a formação dos 
profissionais intérpretes e acessibilidade comunicacional e informacional.” (SOUZA, 
2018, p. 23) 
Quando finalmente o oralismo saiu de cena, abriu caminhos para o profissional da Língua 
de Sinais. Nesse momento viu-se a necessidade de comunicação além da religião e vínculo familiar, 
desta forma era permitido ao surdo utilizar qualquer forma de comunicação, dentre elas, a sua língua 
natural (libras). 
Nos anos 80 começou a luta pelos direitos do intérprete se fazendo indispensável na 
comunicação com a sociedade. Você acompanhou as dificuldades sofridas até se obter o 
reconhecimento da profissão e todo esforço feito por homens, familiares e pelo próprio surdo. Foi 
 
 
 
 
 
 
Competência 01 
19 
visto de perto essa evolução do intérprete como profissional em algumas partes do mundo e 
modalidades. Assim foi aprendido a importância desse profissional na nossa atualidade. 
 
Na competência seguinte você aprenderá sobre a lei que regula a atuação do 
tradutor/intérprete de língua de sinais e a importância do código de ética na vida e na atuação desse 
profissional, te espero lá! 
 
 
 Agora vamos ver a videoaula para complementar a nossa competência. 
 
 
 
 
 
 
20 
Competência 02 
2.Competência 02 | Aprender o regulamento para atuação como 
tradutor/intérprete de língua de sinais 
 
Relembrando um pouco do surgimento do código de ética do intérprete de libras, com o 
crescimento da profissão se viu a necessidade da regulamentação, ou seja, colocar a casa em ordem! 
Diversas entidades organizacionais surgiram para colaborar com a atuação deste profissional, bem 
como nortear as práticas interpretativas de seus associados. 
Em 2004, este mesmo Código foi publicado em larga escala pelo MEC, Quadros sendo sua 
grande divulgadora. As associações de cada estado percebeu a real necessidade de criar um Código 
de Conduta Ética para firmar a atuação de seus associados em âmbito estadual, da mesma forma a 
FEBRAPILS, entidade máxima de representação destes profissionais, também pautou e normatizou a 
atuação desses profissionais em âmbito de 94 estados nacionais, com a publicação do seu Código de 
Conduta Ética. 
Imagine a seguinte situação: Você em uma situação inusitada, o que faria? A quem ou a 
que recorreria? Segundo a sabedoria popular : é melhor prevenir do que remediar! 
Como você pode passar por situações inusitadas de forma profissional sem ferir ambos 
os lados? Quanto mais você parar para meditar em situações que podem fugir do controle, mais 
estará preparado para tomar decisões e assumir uma postura ética. 
Assim como qualquer profissão se faz necessário um orientador. O código serve para 
orientar o profissional em um caminho de confiabilidade, neutralidade, parcialidade ou fidelidade, 
entre outras. A existência do código de ética, justifica-se entre o contato do profissional intérprete e 
com as partes envolvidas durante a execução da sua função, estabelecendo limites. Sendo assim a 
ética deve estar na essência do intérprete. Mas antes entenda um pouco, o significado da palavra 
ÉTICA e sua origem? 
 
 
Olá estudante, você dará início em mais uma competência. Nela você aprenderá 
sobre como é regulamentada a atuação do tradutor/intérprete de libras antes 
de iniciar o estudo, ouça o podcast… 
 
 
 
 
 
 
21 
Competência 02 
A Ética vem do grego ethos está relacionada ao hábito, bons costumes. Foi traduzida 
para o latim como mor /mores, (no plural), dando origem na língua portuguesa à 
palavra moral. Podemos dizer então, que ética é o conjunto de regras que norteiam 
a moral e os bons costumes entre as relações sociais humanas. (ARARA AZUL 2/2016). 
O Códigode ética teve início na Grécia, onde reuniu-se vários filósofos e cada um com 
suas próprias opiniões para nortear o mesmo. Estudante, agora você fará uma pausa, para refletir em 
alguns artigos importantes. Deixei o link abaixo, para você ter uma leitura antecipada e consiga 
acompanhar as explicações seguintes. 
 
Artigo 1°.O intérprete deve ser uma pessoa de alto caráter moral, honesto, 
consciente, confiante e de equilíbrio emocional. Ele guardará informações 
confidenciais e não poderá trair confidências, as quais foram confiadas a ele; (ARARA 
AZUL 02/2016). 
O artigo esclarece a importância do intérprete possuir um caráter confiável, excelente 
moral, e primeiro equilíbrio emocional. Talvez você faça a seguinte pergunta: para que tantos 
atributos? Como já mencionado, haverá momentos em que o profissional se deparará com situações 
que fugira do seu cotidiano. Por exemplo, ao interpretar assuntos que farão parte da vida íntima do 
seu cliente será necessário que separe sua vida profissional da vida pessoal, só conseguirá fazer essa 
separação, quando o profissional de libras se tornar um conhecedor da ética que rege sua profissão. 
Conquistando o respeito por colegas de profissão e da sociedade surda. 
 
 Ei! fique por dentro do código de Ética do intérprete de libras 
https://www.unifal-mg.edu.br/acessibilidade/codigo-de-etica-interprete 
https://www.unifal-mg.edu.br/acessibilidade/codigo-de-etica-interprete
 
 
 
 
 
 
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Competência 02 
 
Figura 9 - Moral e Ética em Quadrinhos 
Fonte: https://issuu.com/ordonha/docs/livro2 
 Audiodescrição da figura: No centro da tela, ilustração colorida de um homem pardo, de barba, calvo, 
com fundo preto. Ele está repetido em três versões, da esquerda para a direita, veste casaco azul e possui auréola na 
cabeça, ergue o dedo indicador. Em seguida veste casaco verde e está reflexivo, com a mão na boca e, por último, veste 
casaco vermelho e usa cifres com expressão de debochado. Fim da audiodescrição. 
 
Em diversas situações do dia a dia irá se deparar com dúvidas, exigindo que decida, 
desafiado a escolher um caminho: certo (exige conhecimento) ou errado (Limitado em conhecimento, 
por não buscá-lo). E você, qual desses caminhos deseja seguir? O seu futuro como profissional está 
em suas mãos! Com isso em mente reflita no artigo 2°, “O intérprete deve manter uma atitude 
imparcial durante o transcurso da interpretação, evitando interferências de opiniões próprias, a 
menos que seja requerido pelo grupo a fazê-lo”. (UNIFAL 14/01/2015). 
 
 
 
 
https://issuu.com/ordonha/docs/livro2
 
 
 
 
 
 
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Competência 02 
 
Volte sua atenção para as próximas informações, destacarei duas palavras para sua 
compreensão, são elas: Imparcialidade e opiniões próprias. Entende-se que o intérprete como 
pessoa tem opinião e identidade própria, porém o fato de ter um pensamento formado não dá ao 
profissional o direito de interferir em situações concretas em seu trabalho, quando não for convidado 
a interferir. 
 No desenvolvimento da sua atividade deve manter uma postura imparcial, a medida que 
lhe é confiada as informações para tradução em libras, não deve haver interferência de opinião. Pois, 
uma simples expressão fora do contexto pode drasticamente alterar o resultado final da mensagem 
traduzida. Leia Por favor o artigo 3º, e confira se o seu pensamento confere com a explicação 
seguinte, observe atentamente: 
Artigo 3°. “O intérprete deve interpretar fielmente e com o melhor da sua habilidade, 
sempre transmitindo o pensamento, a intenção e o espírito do palestrante. Ele deve 
lembrar dos limites de sua função e não ir além de sua responsabilidade”. (CRUZ 
30/2015) 
Neste artigo perceba a palavra FIELMENTE, isto significa que ao interpretar deve ser fiel 
ao transmitir a mensagem, deixando claro a verdadeira intenção do emissor, tendo em mente que 
objetivo do seu trabalho é entregar a mensagem ao receptor na sua própria língua. 
 
 
 
 
 
 
 
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Competência 02 
 
Figura 10 - Libras em Quadrinhos ( Turma da Mônica ) 
Fonte: https://br.pinterest.com/pin/145944844162438788/ 
Audiodescrição da figura: No centro da tela, quadrinho colorido da Turma da Mônica, dividido em 5 partes. Da 
esquerda para a direita, de cima para baixo: O primeiro quadrinho mostra quatro personagens da Turma da Mônica se 
encontrando: Mônica, Cebolinha, Magali e Cascão. No segundo, o Cascão tentando mostrar algo para Mônica, 
Cebolinha e Magali. Na terceira e quarta imagem vemos letras em libras. Na quinta e última imagem, Mônica tentando 
arremessar o coelhinho em Cascão e Cebolinha impedindo a ação, Magali está rindo com a cena. Fim da audiodescrição. 
 
Como pode observar, no quadrinho acima houve uma confusão de informação, por pouco 
o Cascão não levou uma surra de coelho da Mônica. Não queremos que algo parecido aconteça com 
você estudante, por falta de clareza o surdo pode não entender corretamente a mensagem, surgindo 
conflitos de ideias. Note no artigo 4.º, a necessidade de estar atento às limitações profissionais. 
4.° “O intérprete deve reconhecer seu próprio nível de competência e ser prudente em 
aceitar tarefas, procurando assistência de outros intérpretes e/ou profissionais, 
quando necessário, especialmente em palestras técnicas”(HONÓRIO CRUZ 30/2015). 
O intérprete deve ser humilde, em reconhecer limites, principalmente se tratando da sua 
atuação profissional. Uma palestra com informações desconhecidas para o intérprete, é necessário 
que esse reconheça suas dificuldades e procure ajuda de profissionais mais experientes, dos quais lhe 
agregue conhecimento para que o resultado final seja satisfatório. 
https://br.pinterest.com/pin/145944844162438788/
 
 
 
 
 
 
25 
Competência 02 
 
Figura 11- Tirinha da Mafalda 
Fonte: https://www.ifes.edu.br/images/stories/files/comunidade/coletanea_provas/concursos/tae/concurso-tae-
tradutor-interprete-sinais-2017-1.pdf 
Audiodescrição da figura: No centro da tela, tirinha em preto e branco da Mafalda, dividida em quatro quadrinhos com 
dois personagens. Da esquerda para a direita, no primeiro quadrinho, Mafalda faz uma pergunta para Miquelito. No 
segundo quadrinho, Miguelito responde. No Terceiro quadrinho ambos estão em silêncio, reflexivos. Por último, no 
quarto quadrinho, Mafalda faz uma reflexão da conversa. Fim da audiodescrição. 
 
Profissionalmente, o intérprete deve buscar conhecimento, e nunca ficar esperando 
chegar de mãos beijadas, como faz o personagem da tirinha, Miguelito. Estudante, não seja mais um, 
na multidão de profissionais e sim faça a diferença, nada chega fácil esteja sempre atualizado com a 
libras, pois trata de uma língua viva, que exige conhecimento profundo. O código de ética define a 
melhor performance de um profissional em diferentes momentos de atuação, fazendo distinção do 
pessoal e do profissional, descrevendo a forma adequada de se apresentar. São alguns desses 
padrões que você verá no artigo abaixo. 
Artigo 5 
“O intérprete deve adotar uma conduta adequada de se vestir, sem adereços, 
mantendo a dignidade da profissão e não chamando atenção indevida sobre si 
mesmo, durante o exercício da função”. (HONÓRIO CRUZ 30/2015). 
Note a aplicação deste artigo, onde facilmente conseguirá identificar a profissão exercida 
pelo traje de trabalho (farda), com o intérprete de libras, não é diferente. Para uma compreensão 
visível, confira a imagem abaixo. 
 
https://www.ifes.edu.br/images/stories/files/comunidade/coletanea_provas/concursos/tae/concurso-tae-tradutor-interprete-sinais-2017-1.pdf
https://www.ifes.edu.br/images/stories/files/comunidade/coletanea_provas/concursos/tae/concurso-tae-tradutor-interprete-sinais-2017-1.pdf
 
 
 
 
 
 
26 
Competência 02 
 
Figura 12 - Profissões que estão em alta 
Fonte: https://blog.ipog.edu.br/educacao/fique-de-olho-nas-profissões-que-estão-em-alta-em-2017/ 
Audiodescrição da figura: No centro da tela, fotografiacolorida com 10 pessoas, todas brancas, estão em pé. Da 
esquerda para direita, várias profissões: pintor, secretária, chefe de cozinha, contabilidade, advogado, arquitetura, 
engenharia, intérprete, médico e personal. Fim da audiodescrição. 
 
O artigo 5.º, descreve orientações que fazem parte do pacote de boa conduta, citando 
em seu parágrafo o padrão de adornar o corpo profissionalmente. Um dos métodos é adotar cores 
neutras e pouco adereços, deixando claro o cuidado de não chamar a atenção desnecessária para si, 
e sim para mensagem da qual irá passar, deixando uma boa impressão. A forma de vestir poderá 
passar a mensagem de um profissional ou aspirante (iniciante sem experiências), isso vai depender 
de você, já que a língua de sinais é visual e a roupa traz muita informação de você. 
Agora acompanhe os artigos selecionados com o objetivo de chamar sua atenção, por 
este motivo não estão em ordem numérica. Para que este e-book possa servir de esclarecimento, foi 
incluído situações que podem ou não ocorrer na sua trajetória profissional. O artigo 9° diz: “O 
intérprete deve considerar os diversos níveis da Língua Brasileira de Sinais bem como da Língua 
Portuguesa" (Quadros 2004). 
De fato, o profissional deve estar em dia com o artigo acima. Reforçando a importância 
de estar sempre atualizando, e buscando conhecimento gramatical, por tratar do processo tradutório 
o intérprete de libras estará constantemente envolvido com as duas línguas simultaneamente, 
jogando de um lado para o outro as informações. Sabendo que tal ação não é uma tarefa fácil, exige 
conhecimento, desenvoltura, criatividade e acima de tudo domínio das duas línguas envolvidas. 
https://blog.ipog.edu.br/educacao/fique-de-olho-nas-profiss%C3%B5es-que-est%C3%A3o-em-alta-em-2017/
 
 
 
 
 
 
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Competência 02 
 
 
 
Figura 13 - Comunicação 
Fonte: https://www.televendasecobranca.com.br/discador-e-discagem/sabe-quando-repetidamente-voce-atende-uma-
ligacao-e-simplesmente-ela-e-desligada-na-sua-cara-a-gente-te-explica-o-porque-39664/ 
Audiodescrição da figura: No centro da tela, fotografia colorida com fundo branco e, sentado, um homem branco, ele 
possui olhos azuis, cabelo curto, preto, veste paletó cinza, blusa azul e gravata roxa. Numa mesa, à frente, um telefone. 
O homem faz expressão de dúvida e ergue as mãos abertas em suspenso. Fim da audiodescrição. 
 
A imagem acima descreve bem a importância de estar preparado profissionalmente e 
respaldado da ética profissional. Imagine você, que esse aparelho telefônico é a LIBRAS, a língua 
usada para comunicar-se com o surdo, porém você não tem domínio no idioma, pode-se afirmar que 
esta comunicação estará destinada ao fracasso. 
Trazendo esse exemplo para o conteúdo, se você não tomar conhecimento do código de 
ética possivelmente não desenvolverá um bom trabalho, pois o código define uma adequada atitude 
profissional, trazendo orientações comportamentais em diferentes meios trabalhistas, evitando que 
você seja pego de surpresa, totalmente despreparado, mesmo raramente citado em cursos de 
 Você sabia, o código de ética brasileiro é uma tradução e adaptação do manual 
de conduta dos intérpretes de línguas de sinais dos EUA. 
https://www.televendasecobranca.com.br/discador-e-discagem/sabe-quando-repetidamente-voce-atende-uma-ligacao-e-simplesmente-ela-e-desligada-na-sua-cara-a-gente-te-explica-o-porque-39664/
https://www.televendasecobranca.com.br/discador-e-discagem/sabe-quando-repetidamente-voce-atende-uma-ligacao-e-simplesmente-ela-e-desligada-na-sua-cara-a-gente-te-explica-o-porque-39664/
 
 
 
 
 
 
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Competência 02 
formação de tradutores/ intérpretes da língua de sinais, existe a necessidade da ética andar de mãos 
dadas com a profissão. Pode-se dizer, que o código de ética: 
Arbitrar sobre questões não negociáveis da atividade de trabalho do TILS, pouco diz 
sobre as situações que estão ligadas às inter-relações estabelecidas durante o ato de 
interpretação, mas menciona a importância da fidelidade como aspecto constitutivo 
do fazer laborioso deste profissional (NASCIMENTO, 2014, p. 1143). 
A narrativa descreve uma conduta inegociável, ressaltando aspectos que seriam 
indispensáveis ao trabalho do profissional de Libras. Não se esqueça, que é atribuído ao intérprete a 
união de mundos, levando em seus ombros o peso da responsabilidade dos saberes da profissão, a 
serviço da compreensão do que é dito, proporcionando o esclarecimento para pessoas que utilizam 
línguas diferentes. Dessa forma podendo afirmar: 
A postura ética do tradutor, nesta sua tarefa de dar a conhecer o que “pensam” 
outras culturas e de defender a diversidade, condição de avanço do mundo, é um 
elemento fundamental no processo de tradução. Essa postura envolve 
aprimoramento constante, auto respeito profissional, a recusa de aceitar tarefas 
acima da capacidade pessoal, a dedicação permanente aos estudos, inclusive teorias 
da interpretação (SOBRAL, 2008, p. 125). 
 
O texto acima descreve a responsabilidade que recai ao profissional de investir e 
constantemente manter-se atualizado. Deixando claro a necessidade de concentração, pois a 
atividade de traduzir de uma língua para outra requer o mínimo de erro. Compreenderá melhor por 
observar a imagem abaixo. 
 
 
 
 
 
 
 
29 
Competência 02 
 
Figura 14 - Torre de babel 
Fonte: https://www.jw.org/pt/biblioteca/livros/historias-biblicas/2/torre-de-babel/ 
Audiodescrição da figura: Na tela, pintura colorida com fundo de área aberta, no campo, homens e mulheres circulam, 
no primeiro plano, em destaque, homens conversam. Fim da audiodescrição. 
 
A Figura acima descreve brevemente uma história conhecida como babel, significando 
Confusão, reforçando em simultâneo, a importância do código de ética. Exemplificando, quando não 
se fala uma só língua volta-se em uma época onde não se chega a compreensão, virando uma 
verdadeira confusão. Pois, tende-se a tendência de permitir que os sentimentos se misturem com o 
profissional. Ei! Estudante, volte para o foco e analise agora artigos que podem facilmente lhe 
confundir, mas você verá a semelhança entre eles e como se complementam. 
 
Art. 3º. “O intérprete deve interpretar fielmente e com o melhor da sua habilidade, 
sempre transmitindo o pensamento, a intenção e o espírito do palestrante. Ele deve 
lembrar dos limites de sua função e não ir além de sua responsabilidade”. Art. 11. “O 
intérprete deve procurar manter a dignidade, o respeito e a pureza das línguas 
envolvidas. Ele também deve estar pronto para aprender e aceitar novos sinais, se 
isso for necessário para o entendimento”. (FENEIS, 1992). 
 
Você notou? Existem duas categorias de fidelidade ambas diferem, no artigo 3,° refere-
se a fidelidade na interpretação e, por outro lado, no artigo 11, apresenta a fidelidade na pureza das 
https://www.jw.org/pt/biblioteca/livros/historias-biblicas/2/torre-de-babel/
 
 
 
 
 
 
30 
Competência 02 
línguas envolvidas, pois não se encontra nos documentos analisados a definição deste conceito e 
como aplicá-lo no ato tradutório ou interpretativo. Por este motivo, a palavra fidelidade se torna um 
fantasma entre os tradutores, talvez esteja se perguntando, o que é ser fiel em uma tradução? 
Segundo Sobral, o ponto de vista pode ser divergente. Confira na citação abaixo: 
Uma das críticas, a que me oponho firmemente, porque é infundada, é a que insiste 
na fidelidade ao original (que é algo que o tradutor tem de impor a si mesmo, claro, 
porque afinal ele não vai ‘inventar” outro texto), mas trata “fidelidade” como se 
houvesse no original um sentido fixo essencial que uma tradução (não-errada”) teria 
de reproduzir (SOBRAL, 2008a, p. 225). 
Estudante, você conseguiu formar sua opinião? Do ponto de vista, o autor faz uma crítica 
ao que para ele é original descrito no código de ética, impondo para o intérprete de libras regras, pois 
em sua interpretação que irá passar ao surdoou para o próprio ouvinte, sempre existirão algumas 
intervenções desse profissional, devido a sua criação, convívio social, cultural ou crenças, e por estes 
motivos alterará a mensagem final. Será que existe mesmo essa intervenção por parte do intérprete? 
O que você acha? Essa e outras dúvidas serão tiradas no transcorrer deste e-book. 
 
 
Figura 15 -Tradutor/Intérprete de Libras bem sucedido. 
Fonte: https://ensino.digital/blog/5-dicas-para-tornar-se-um-tradutor-interprete-de-libras-bem-sucedido 
Audiodescrição da figura: No centro da tela, ilustração colorida com fundo azul e homem reflexivo. Na parte superior, 
interrogações e nuvens com uma lâmpada. Fim da audiodescrição. 
 
Até aqui você aprendeu a ser guiado por princípios do código de ética, com grande 
importância na transformação de um bom profissional, ajudando a desenvolver um raciocínio rápido 
https://ensino.digital/blog/5-dicas-para-tornar-se-um-tradutor-interprete-de-libras-bem-sucedido
 
 
 
 
 
 
31 
Competência 02 
diante de situações que lhe são impostas. Revendo alguns conceitos que o intérprete deve ter em sua 
mente quando estiver interpretando ou traduzindo, perceba os seguintes requisitos éticos: 
a) confiabilidade: (sigilo profissional); 
b) imparcialidade: (o intérprete deve ser neutro e não interferir com opiniões próprias); 
c) discrição: (o intérprete deve estabelecer limites no seu envolvimento durante a 
atuação); 
d) distância profissional: (o profissional intérprete e sua vida profissional são separados) 
(QUADROS, 2004:28). 
 
A confiabilidade: (confidencialidade), torna-se extremamente necessária, para ter 
respeito mútuo. Existindo o profissionalismo mesmo ambas as partes envolvidas sejam conhecidas 
ou não, deste modo este profissional sente a segurança em sua atuação trazendo melhor qualidade 
nesta interpretação. 
Imparcialidade/neutralidade: de início a atuação do intérprete, exigia uma preocupação 
em manter-se neutro ou invisível. Neste mesmo período muitos intérpretes incomodaram-se, 
havendo desistência de alguns, deixando a profissão por se sentirem usados, como um mero objeto, 
conforme Pereira: “... quando as pessoas tornam-se invisíveis, apenas canais de comunicação, os seus 
traços humanos são apagados, tornando-se meros objetos e a sensação de desvalorização começa a 
tomar conta dos intérpretes.” (PEREIRA, 2014:147). 
Por um longo tempo essa foi a realidade do intérprete, isso foi causando desconfortos, 
pois tinha a obrigação de ser neutro. Com o andar da carruagem, descobriram que essa neutralidade 
era mito, ou seja, esta obrigação que tanto lhe impuseram em sua atuação profissional não interferia, 
por se tratar de um papel fundamental. No esclarecimento dos fatos a neutralidade total deste 
profissional em sua função de interpretação é quase impossível. 
Surgiram várias matérias tratando do assunto e entre eles foi: “Espera-se que “esse 
sujeito” mantenha sua subjetividade distante de seu discurso para não “poluir” o texto original com 
suas inferências, condizente com a postura ética que se espera deste.” (MARQUES, 2012:63). Nesta 
mesma matéria, falou: “Tradutor traidor", referindo-se ao tradutor e intérprete como traidor do texto 
fonte por este não ser plenamente fiel. Todos nós sabemos que se trata de um ser humano e não 
uma máquina programada para fazer com exatidão seu trabalho. 
 
 
 
 
 
 
32 
Competência 02 
Por outro lado, também sabemos que esse mesmo profissional não pode fazer o que lhe 
vem na cabeça. Mas cabe ao profissional, saber fazer as devidas adaptações, em seu meio 
trabalhístico, desde que o resultado final tenha qualidade, respeitando e mantendo o texto original 
com todo seu sentido. Estas informações revelam o crescimento e as conquistas que o profissional 
intérprete obteve ao longo do tempo. 
Discrição: É importante relembrar que o intérprete era muito próximo do sudo, 
exercendo esta função simplesmente para ajudar. Com o início da profissionalização e a criação do 
código de conduta na década de 90, foi exigido a descrição por parte do profissional e junto com a 
necessidade de um certo distanciamento do surdo, para que isto, de fato, fosse respeitado foi 
essencial que os dois lados agissem com maturidade. Pois é importantíssimo, levar esse assunto em 
consideração para que não existam confusões no meio profissional e o intérprete consiga separar o 
profissional do pessoal e entenda quando estiver executando seu trabalho como tradutor/intérprete, 
para não chamar atenção desnecessária para si. 
Distância Profissional: identificamos alguns pontos de vistas diferentes, de um lado 
alguns dizem que é necessário para uma atuação de maior qualidade do intérprete, devido esse 
profissional está fortemente envolvido com a cultura surda, por conta da constante variação da 
língua, consiga mediar entre duas línguas e culturas, sendo necessário que este profissional tenha 
conhecimento de ambos por iguais. Com um pensamento parecido, Russo mencionou: 
A maior sistematização profissional do intérprete implicará um movimento de 
universalização que demandará inevitavelmente certo afastamento de uma dada 
comunidade local, contudo sem perda da necessária vinculação estreita do intérprete 
à cultura surda representada, por exemplo, na língua brasileira de sinais – Libras, 
entendida assim como uma espécie de denominador comum que representa, de 
modo inclusivo, as múltiplas variedades linguísticas com suas diferenças, 
peculiaridades, similitudes, condizentes com as comunidades que as usam. (RUSSO, 
2009) 
Ele afirma que é necessário que o profissional intérprete se distancie da comunidade 
surda sem deixar de ter vínculo com esta cultura. Por outro lado, a citação a seguir o autor discorda 
dessa teoria. 
 
 
 
 
 
 
33 
Competência 02 
Para os ILS que não são CODAS, a grande necessidade, neste caso, é um contato e 
convivência intensos com a comunidade surda na tentativa de tornar-se, o máximo 
possível, um especialista em surdos. O grande perigo, neste modelo, é que os ILS 
ultrapassem seus limites na tentativa de serem especialistas em tudo. (PEREIRA, 
2014:148) 
Ao explanar sobre o modelo Ideal que o intérprete deve exercer em sua profissão, ele 
menciona que é necessário sim, estar junto ao surdo para colaborar com o seu desenvolvimento, 
ajudando a este a ter autonomia para tomar suas próprias decisões podendo assim estar sempre 
pronto para participar ativamente na sociedade. Entende-se que uns dos papéis do intérprete é 
colaborar no desenvolvimento do surdo para que venha conquistar seu espaço na escola, mercado 
de trabalho e em outros âmbitos da sociedade. 
 
Dando continuidade aos estudos veremos na próxima competência como usar esse 
mesmo código na prática. De acordo com o código de ética de Ronice Muller de Quadros você irá 
aprender a como se portar em determinados espaços de trabalho. Você está pronto? Então te espero 
lá! 
 Agora vamos ver a videoaula para complementar a nossa competência 
 
 
 
 
 
Competência 03 
34 
3.Competência 03 | Reconhecer e utilizar o código de ética na prática de 
tradução/Interpretação 
 
 
A partir deste estudo, você verá a atuação do profissional intérprete com um novo olhar. 
Pois, irá compreender que a conduta destes profissionais foi mudando ao longo do tempo, também 
entendeu que o processo cognitivo durante a interpretação pode ser o grande responsável pelo 
resultado durante esta atuação, e que este interfere nas decisões tomadas por este profissional. 
Durante o desenrolar desta competência, mostrarei diferentes situações que podem ser 
exemplos do dia-a-dia do profissional intérprete, exigindo um posicionamento ético. Sugere-se que, 
a partir deste contexto, você enquanto estudante reflita e converse com outros estudantes, ao tomar 
decisões que envolvam os princípios do código de ética. 
Aprender libras, é como descobrir outra língua, enfrentando dificuldades no meio do 
percurso,logo sentindo a necessidade de buscar recursos de ajuda, a famosa ajuda dos 
universitários. Onde pode encontrar essa ajuda? E como colocá-la em prática? A ajuda que você terá 
é o código que norteia a profissão do intérprete/tradutor de libras. 
Ética é a teoria ou ciência do comportamento moral dos homens em sociedade. [...] 
Enquanto conhecimento científico, a ética deve aspirar à racionalidade e objetividade 
mais completas e, ao mesmo tempo, deve proporcionar conhecimentos sistemáticos, 
metódicos e, no limite possível, comprováveis. (VÁZQUEZ, 2005) 
Segundo o autor, a ética tem se tornado um assunto cada vez mais popular, nas 
discussões: familiares, entre amigos, políticos e principalmente no ambiente escolar. Estudar ética se 
faz necessário para contribuir com a racionalidade dos envolvidos nas ações comunicativas, ajudando 
na formação de valores desse profissional. 
 A ética se preocupa em abordar questões pertinentes às relações sociais dos indivíduos 
e suas ações como: caráter, maneiras e realizações morais, valores, ou seja, as razões para que ações 
 
Olá! É muito bom te ver por aqui! Seja bem-vindo(a) à mais uma competência. 
Ouça o podcast agora. 
 
 
 
 
 
Competência 03 
35 
aconteçam. Discutir situações que envolvem a ética é sempre complicado, visto que se trata da sua 
autenticidade. Contudo, podendo afirmar que a ética não define normas, nem dita comportamentos, 
porém ajuda a explicar a realização do homem em sua totalidade fazendo refletir como e porque as 
coisas acontecem. Lembrando que, não convém a ética formular regras, ditar princípios e sim ajudar 
os profissionais a terem um padrão para serem guiados. 
 
 
Figura 16 - Comportamento ético na sociedade 
Fonte: http://faculdadelasalle.edu.br/eticaprofissionalecidadania/comportamento-etico-na-sociedade/ 
Audiodescrição da figura: No centro da tela, fotografia colorida com fundo branco, da esquerda para a direita, duas 
mãos com paletó. Uma mão pausa a outra que oferece dinheiro. Fim da audiodescrição. 
 
É comum ver cenas assim se repetirem, onde visivelmente existe a falta de ética. Há várias 
pessoas que não se importam com a ética, apenas se preocupam consigo, passando por cima de uma 
boa conduta, mantendo a ideia de que não existem problemas em burlar a lei. Muitas vezes podendo 
ser tentado a decidir entre duas situações, onde geralmente uma favorece menos mas é a decisão 
correta e a outra pode favorecer bem mais, seja socialmente ou financeiramente, isso se dá em 
qualquer profissão. Veja a primeira aplicação: “Você está interpretando para um cliente surdo e o 
entrevistador continua dirigindo as perguntas a você ao invés de fazê-lo ao cliente”. (QUADROS 2004) 
Parando para refletir nesta questão, você estudante, estaria preparado para tomar uma 
ação em meio a essa situação? 
O que poderia ser feito, é que você gentilmente interrompa a tradução, explique ao 
entrevistador a função do intérprete educadamente peça para que ele dirija-se ao surdo. 
 
http://faculdadelasalle.edu.br/eticaprofissionalecidadania/comportamento-etico-na-sociedade/
 
 
 
 
 
Competência 03 
36 
 Artigo 3° diz: “O intérprete deve interpretar fielmente e com o melhor da sua 
habilidade, sempre transmitindo o pensamento, a intenção e o espírito do 
palestrante. Ele deve lembrar dos limites de sua função e não ir além da 
responsabilidade”. (QUADROS 2004) 
Destacando a frase a seguir: “Ele deve lembrar dos limites de sua função e não ir além da 
responsabilidade” QUADROS. Destacando alguns pontos do Art. 3º, consta que: “o intérprete deve 
interpretar fielmente e com o melhor da sua habilidade, sempre transmitindo o pensamento, a 
intenção e espírito do palestrante” (QUADROS, 2004). Neste artigo, salienta que o profissional deve 
ser neutro, praticamente invisível, de modo a fazer prevalecer a mensagem original (aspecto que já 
pontuei aqui). 
 Entende-se, que os discursos traduzidos não são cópias fiéis do original, além das 
diferenças linguísticas e culturais presentes nesse processo existe a presença do tradutor, que não é 
neutra, pelo contrário, uma vez que suas experiências também estarão presentes nesse processo. 
Conclui-se que, a fidelidade de uma interpretação e tradução existem ressalvas, pois não se trata de 
uma simples língua e sim a Libras, ela tem uma estrutura própria, devido a isso ficaria incoerente ou 
pareceria sem sentido passar 100% de tudo. Às vezes se faz necessário pegar o essencial, melhor 
dizendo o que o outro quer dizer e usar na interpretação. 
 
 
Figura 17 - Código de ética dos intérpretes de libras. 
Fonte: http://comunicardicionariolibras.blogspot.com/2015/03/codigo-de-etica-dos-interpretes-de.html 
http://comunicardicionariolibras.blogspot.com/2015/03/codigo-de-etica-dos-interpretes-de.html
 
 
 
 
 
Competência 03 
37 
Audiodescrição da figura: No centro da tela, ilustração em preto e branco, com três personagens: O primeiro de uma 
surda, que está sentada, com um bebê no colo. À sua frente, uma médica negra faz a consulta, ao fundo, um homem 
negro em pé, interpreta a Libras. Ao fundo, estante com livros. Fim da audiodescrição. 
 
Na figura acima retrata a real postura de um profissional intérprete de libras, ao exercer 
sua função. De forma visual, nota-se a médica dirigindo perguntas para o paciente e não ao 
intérprete. Dando continuidade a linha de raciocínio, veja outra situação bem comum do cotidiano 
desse profissional intérprete/tradutor em libras: 
Sempre tem algo relacionado ao código de ética que tu acabas tendo que ressignificar 
para o teu espaço. É como eu já falei: enquanto profissional tu prevê um 
distanciamento do aluno, mas involuntariamente, até por ser uma comunidade 
pequena, tu acabas te envolvendo... mesmo que isso possa não influenciar a tua 
questão profissional e a tua questão ética (Clarisse 2017). 
Essa descrição de Clarisse, remete a sala de aula onde frequentemente o intérprete está 
em constante contato com alunos. Por mais que esse profissional procure manter um 
distanciamento, o constante convívio faz desse profissional refém dos laços afetivos. 
Relembrando, que o profissional não representa uma máquina programada, pois existe 
uma comunicação com o surdo fora do seu local de trabalho. Conforme o art. 2.º “o intérprete deve 
manter uma atitude imparcial durante o transcurso da interpretação, evitando interferências e 
opiniões próprias” (QUADROS, 2004). Logo, entende-se que, durante sua atuação o 
tradutor/intérprete de língua de sinais deve manter-se concentrado em sua atividade de traduzir e 
interpretar. Nesse princípio exige a noção de imparcialidade, pois cada pessoa é constituída pelas 
diferenças culturais, familiares, sociais, que de algum modo, podem interferir nos processos de 
tradução/interpretação. 
O sentido de imparcialidade é parte de um entendimento de assumir uma atitude neutra 
do profissional como se pudesse assumir a forma de um corpo neutro, um mero veículo de 
comunicação, capaz de executar a tarefa de tradução/interpretação sem intervenções. Porém, será 
que ao traduzir e interpretar, não estariam também envolvidas as emoções, convicções e formas 
particulares de como ver o mundo? Tais questões chamam atenção a certos atos de traduzir e 
interpretar, a seguir uma citação para você refletir melhor nessas informações já obtidas. 
 
 
 
 
 
 
Competência 03 
38 
Se pensar, eu acho que sim, tu tens que estar imparcial no sentido de não interferir 
na informação, mas o processo de interpretação nunca é imparcial, porque as coisas 
vão passar por ti, pelo que tu sabe, e claro que, às vezes, para não interferir na 
interpretação, tu usas a datilologia ou usa um português sinalizado, palavra — sinal, 
para tu te “eximir” daquela interpretação. Mas, se pensar nos estudos da tradução e 
interpretação, até que ponto tu és fiel aos discursos? (Eduarda 2017). 
Na descrição de Eduarda é possível constatar as dificuldades queos profissionais na área 
de interpretação enfrentam durante sua atuação, buscando meios na datilologia e do português 
sinalizado para reconstituir o sentido da mensagem o mais perto do original. 
 
 
Figura 18 - Regulamento para Atuação como Tradutor e Intérprete de Língua de Sinais 
Fonte: https://siteantigo.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/educacao/regulamento-para-atuacao-como-
tradutor-e-interprete-de-lingua-de-sinais/32417# 
Audiodescrição da figura: No centro da tela, fotografia colorida de uma mulher branca, em pé, ela posa com a mão no 
queixo, reflexiva. Ela possui cabelo preto, olhos castanhos, veste camisa manga longa, branca e azul, listrada. Fim da 
audiodescrição. 
 
Essa imagem é um auto retrato do intérprete em algumas situações, onde esse 
profissional se encontra dividido, sem um norte para ser guiado. Como não seguir esse caminho da 
https://siteantigo.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/educacao/regulamento-para-atuacao-como-tradutor-e-interprete-de-lingua-de-sinais/32417
https://siteantigo.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/educacao/regulamento-para-atuacao-como-tradutor-e-interprete-de-lingua-de-sinais/32417
 
 
 
 
 
Competência 03 
39 
dúvida? Seguindo a linha de raciocínio, imagine a seguinte cena: o filho surdo age de forma rude com 
sua mãe, dizendo palavras duras e para amenizar a situação o intérprete muda um pouco o contexto 
traduzido. Normalmente, os familiares dos surdos fazem a seguinte pergunta: “Realmente ele falou 
isso?” E em algumas situações, após ser traduzido fielmente o que foi mencionado pelo surdo, o 
destinatário não gostou e procurou tomar satisfação, mentindo o surdo afirma não ter dito aquilo 
que foi traduzido, e culpa ao intérprete de errar em sua tradução. Neste caso, percebe o nítido 
conflito de ideias entre os mundos, ouvintes e surdos? A maioria das pessoas não consegue separar 
o pessoal do profissional. Situações que podem comprometer a integridade, e até a carreira do 
intérprete. 
Então, como não cair em armadilhas? Quando se está bem inteirado com o código de 
ética, dificilmente chegará nesse ponto. Por exemplo, você já ouviu falar do falso intérprete? Se não, 
veja a importância de procurar sempre estar atualizado, assim como você já está fazendo através 
deste curso. 
 
Imagine você nessa cena, e como resolveria? 
O aluno surdo deixou o lápis cair no chão e uma aluna ouvinte que ia passando no 
momento fez a gentileza de apanhar. Mas o aluno surdo, em vez de agradecer, 
começou a dizer que não queria nada com ela, que eles eram só amigos, que ele não 
queria namorar com ela. A aluna me perguntou o que ele estava dizendo, e por achar 
absurda a atitude do surdo, achei melhor mudar o discurso. Disse a aluna que ele 
estava agradecendo a gentileza e coisas similares. (CRUZ 03/2016) 
Pensou? Analise com calma a narrativa acima e perceba, que o sentido original do 
discurso foi alterado para não haver um constrangimento por parte do destinatário ou até mesmo 
para manter o coleguismo, na sala de aula e também preservar a imagem do surdo naquela situação. 
Surge uma pergunta: será que foi a melhor atitude a ser tomada? Perceba a resposta para essa 
questão levantada com base no código de ética: 
 Confira o vídeo, deixarei o link abaixo. 
https://www.youtube.com/watch?v=39dlchd5dcg 
https://www.youtube.com/watch?v=39dlchd5dcg
 
 
 
 
 
Competência 03 
40 
 
Art.2°- O intérprete deve manter uma atitude imparcial durante o transcurso da 
interpretação, evitando interferências e opiniões próprias, a menos que seja 
requerido pelo grupo a fazê-lo; 
Art.3°- O intérprete deve interpretar fielmente e com o melhor da sua habilidade, 
sempre transmitindo o pensamento, a intenção e o espírito do palestrante. Ele deve 
lembrar dos limites de sua função e não ir além da responsabilidade. (QUADROS 
2004) 
Nesse caso, a neutralidade e fidelidade foram colocadas de lado pelo intérprete diante de 
uma situação conflituosa entre os dois mundos. Ser fiel no que o surdo estava pensando soaria 
estranho para a ouvinte e traria complicações para ele e para os demais surdos daquela comunidade 
educacional. O intérprete então decide tornar o discurso passivo para ambos os lados. É preciso muito 
respeito ao lidar com as palavras, pois os surdos são diretos, e sem medir as consequências do que 
pensam podem colocar-se ou muitas vezes colocar o intérprete em situações constrangedoras. 
Visivelmente o intérprete de Libras sofre conflitos éticos diante de diferentes contextos culturais, que 
entram em choque com a sociedade surda e o próprio ouvinte. Veja outra situação, que poderá de 
forma sutil escorregar na falta de ética. 
 
 
 
 
 
 
Competência 03 
41 
 
Figura 19 - Intérprete em sala de aula. 
Fonte: https://ensino.digital/blog/quero-me-tornar-interprete-de-libras-o-que-preciso-fazer 
Audiodescrição da figura: No centro da tela, fotografia colorida de uma sala de aula, ao fundo um quadro. Duas 
mulheres em pé, em destaque, uma segura um livro e fala. À direita, uma mulher sinaliza, em pé. Três garotas estão 
sentadas, observam. Fim da audiodescrição. 
 
Como pode perceber, na cena acima o profissional em seu ambiente de trabalho 
exercendo sua função como tradutor, segundo o art. 5°, “O intérprete deve adotar uma conduta 
adequada de se vestir, sem adereços, mantendo a dignidade da profissão e não chamando atenção 
indevida sobre si mesmo, durante o exercício da função”(QUADROS). A descrição clara deste artigo 
dispensa comentários, por esse motivo foi destacado apenas pontos importantes. 
 Visto que, o intérprete de libras dá voz ao surdo, é de extrema importância que a atenção 
seja direcionada em sua configuração de mãos e não em seus adereços, como já fora mencionado em 
informações anteriores. Para manter a dignidade, espera-se que esse profissional tenha na bagagem 
conhecimentos básicos de sua profissão, para não comprometer a si, ou seus colegas de trabalho, 
veja um exemplo. 
Em uma conversa da aluna surda, com a coordenadora e a diretora da escola, no final 
da conversa a surda fez uma colocação que deixaria a situação com um ar de rebeldia 
https://ensino.digital/blog/quero-me-tornar-interprete-de-libras-o-que-preciso-fazer
 
 
 
 
 
Competência 03 
42 
e eu entendi que poderia prejudicar outros futuramente. Fiz outra colocação que 
deixou tudo mais amigável e saímos. (CRUZ 03/2016). 
 
Nesse caso, a fidelidade também foi colocada de lado, o ponto em destaque aqui, é um 
questionamento para fazermos uma reflexão. Será que existe uma ética social maior, que deveríamos 
seguir para manter o comum acordo entre as pessoas, mesmo que, às vezes, tivéssemos que fugir da 
ética de sua profissão? Qual seria sua resposta a essa pergunta? 
Existem aqueles que afirmam que existem situações justificáveis para fugir da ética, é 
essencial muitas vezes, para manter a harmonia entre ambas as partes do discurso, dizendo que, nem 
sempre a tradução literal é conveniente para as culturas envolvidas. O que é certo para uma cultura 
de um, pode não ser o certo para a do outro naquele momento, acreditando-se que a falta de 
compreensão das culturas envolvidas faz com que o discurso seja mal interpretado. 
Na vivência do ouvinte, envolve regras éticas de convívio social que os orienta quanto ao 
que pode dizer ou fazer, para não arriscar desrespeitar ou ofender outros. Os surdos, são pessoas 
espontâneas e gostam de dizer o que pensam, não importando o momento, o local ou pessoa a quem 
se está referindo a palavra. E no meio, bem no meio dessas culturas, há uma pessoa que participa das 
duas culturas, o Intérprete. Ele sabe o estrago que irá causar, se a informação for passada da forma 
dita pelo surdo. Com este questionamento em mente, pode dizer que: 
Arbitrar sobre questões não negociáveis da atividade de trabalho do TILS, pouco diz 
sobre as situações que estão ligadas às inter-relações estabelecidas durante o ato de 
interpretação,mas menciona a importância da fidelidade como aspecto constitutivo 
do fazer laborioso deste profissional (NASCIMENTO, 2014, p. 1143). 
O código de ética descreve condutas (questões inegociáveis), sublinhando aspectos que 
seriam indispensáveis ao trabalho de tradução/interpretação. Um deles é mencionado na narrativa 
do autor acima, e diz respeito à fidelidade (ou seja, a mensagem que está sendo traduzida). Além 
disso, na dinâmica da tradução simultânea, muitas situações dependem da capacidade do profissional 
de improvisar. Ainda desenvolvendo a linha de pensamento do autor. Nascimento salienta que o 
código de ética é um documento padrão, deve ser tomado como um manual prático. Todavia, nele 
não se explora a rotina do cotidiano, onde o profissional precisa consultar para fazer escolhas. O autor 
 
 
 
 
 
Competência 03 
43 
ainda destaca que a existência desse documento colabora para a idealização de um imaginário social 
sobre a profissão, mas, dificilmente aplicável. 
 
Figura 20 - Interprete de libras. 
Fonte: https://www.wreducacional.com.br/curso-de-int-rprete-de-libras-b-sico 
Audiodescrição da figura: No centro da tela, fotografia colorida com fundo amarelo escuro. No primeiro plano, duas 
mãos, à esquerda, uma com formato de rosto. Da esquerda para a direita, uma abre a boca com expressão de espanto e 
a outra uma orelha está em destaque. Fim da audiodescrição. 
 
Usando a imagem acima para representar o assunto discutido, digamos que o código de 
ética possa ser comparado com duas mãos, a primeira mão tendo uma boca aberta em seu dorso e a 
outra mão a esquerda um ouvido, passando a impressão que a direita está falando algo para a 
esquerda, o ouvido por sua vez representando o profissional. O Intérprete deve estar atento às 
normas que regem sua profissão, como se seus ouvidos estivessem abertos! Voltado a atenção ao 
capítulo 2 do código de ética que está se referindo inteiramente as relações com o contratante do 
serviço de tradução, em seu Art. 6º, que diz: “o intérprete deve ser remunerado por serviços 
prestados e se dispor a providenciar serviços de interpretação, em situações onde fundos não são 
possíveis” (QUADROS, 2004). Chamo atenção para diferentes afirmações, no mesmo instante em que 
o artigo faz pensar no reconhecimento profissional afirmando a atuação dos tradutores/intérpretes 
como voluntário, reforça também a obrigação assistencialista. Também no capítulo 3, Art. 12, este 
aspecto é reforçado quando afirma: “o intérprete deve esforçar-se para reconhecer os vários tipos 
de assistência ao surdo e fazer o melhor para atender às suas necessidades particulares” (QUADROS, 
https://www.wreducacional.com.br/curso-de-int-rprete-de-libras-b-sico
 
 
 
 
 
Competência 03 
44 
2004). Além de impor uma obrigação assistencialista, o documento parece atribuir ao profissional 
uma responsabilidade que vai além de seus deveres como intérprete. Reconhecer os vários tipos de 
assistência e atender as necessidades dos surdos, é uma responsabilidade que está além das mãos 
desse profissional, e sim recai essa responsabilidade para instâncias governamentais, que envolve a 
criação de programas políticos que contemplem as especificidades dos sujeitos surdos. Nesse sentido, 
a autora Eduarda enfatiza: “O código de ética deveria ser discutido amplamente... deveria contemplar 
o direito do intérprete de condições de trabalho. Eu acho que a questão da dupla deveria estar ali 
garantida. (Eduarda 2017)”. As considerações de Eduarda, faz refletir no seguimento de 
profissionalização dos intérpretes de língua de sinais, uma vez que o código garante os direitos à 
acessibilidade linguística dos surdos, mas não se ocupa diretamente com a profissionalização dos 
tradutores de Libras. Descrevendo o profissional de língua de sinais ora como alguém neutro e 
imparcial, e por vezes como alguém com responsabilidades assistenciais, que deve “providenciar 
atendimento ao surdo” (QUADROS, 2004). 
Poderia continuar estas questões indefinidamente, uma vez que o intérprete sempre está 
diante de situações completamente inusitadas a todo instante. As situações levantadas são apenas 
possibilidades e podem jamais vir a acontecer na sua atuação enquanto intérprete de língua de sinais. 
No entanto, quanto mais você pensa e faz reflexões sobre todas as situações possíveis, mais você 
estará se preparando para tomar uma postura ética diante de um contexto novo. Assim, convido você 
a refletir sobre cada uma dessas questões. 
 
 
 
 
 
 
Competência 03 
45 
 
Figura 21 - Se você esperar pelas condições perfeitas, nunca vai fazer nada. 
Fonte: https://pratiqueobemhoje.com/tag/oportunidade/ 
Audiodescrição da figura: Fotografia colorida de uma mulher branca correndo na chuva, ao fundo, pista molhada e 
árvores no entorno. Fim da audiodescrição. 
 
Gostou? Então mãos na massa! Corra atrás de suas realizações pessoais e profissionais, 
não deixe pra depois, comece agora mesmo, daqui há um ano você vai agradecer por ter começado 
hoje! 
 
 
Espero que os conteúdos vistos nesta disciplina tenham acrescentado e agregado valores 
ao seu conhecimento, e que você tenha gostado de aprender ainda mais sobre o universo da Língua 
Brasileira de Sinais. Um Abraço e espero ver você nas próximas disciplinas, tchauzinho e até lá! 
 
 
 
Não esqueça de assistir a videoaula desta competência fazendo um breve 
resumo do que foi estudado. Ok! 
https://pratiqueobemhoje.com/tag/oportunidade/
 
 
 
 
 
46 
Conclusão 
Parabéns! Estou feliz, por você ter concluído essa disciplina. Estudante! Você 
acompanhou o caminho árduo do intérprete, podendo tomar isso como lição de vida, para conquistar 
algo de grande importância, precisa persistência e uma dose de coragem. Foi graças à determinação 
de pessoas que nunca desistiram do seu objetivo, que deram início a libras. E através dessas pessoas, 
posso contar essa linda história de conquistas. 
Ao percorrer até aqui, de forma resumida, percebe-se a importância dos intérpretes na 
formação histórica do país e o quanto esta história ainda tem pontos a serem considerados. A 
clarificação ou as explicitações da participação dos intérpretes na história do Brasil, contribuíram sem 
dúvida para diminuir a invisibilidade da pessoa surda. Você pode acrescentar em sua lista, nomes de 
figuras que fizeram histórias na etapa da inclusão do surdo na sociedade e seu reconhecimento como 
cidadão. 
Não podendo esquecer que, a oficialização da Libras é resultado de vários movimentos 
surdos em prol do direito de terem sua língua materna como primeira língua. A comunidade surda 
brasileira caracteriza-se pela cultura e idioma próprios, mas que infelizmente ainda encontra 
barreiras de comunicação e acessibilidade na sociedade nos diferentes ambientes sociais. O percurso 
profissional do TILS e sua constituição, caminham com as lutas e conquistas da pessoa surda, 
constituindo o perfil deste profissional. 
Portanto, concluindo esse e-book, tudo o que foi tratado aqui ajudará você nas próximas 
disciplinas desse curso! Espero ter contribuído de alguma forma para o desenvolvimento. Já estou 
ansiosa para o nosso próximo encontro! 
 
Tenho certeza que você vai amar a próxima disciplina, até a próxima! 
 
Um forte abraço!!! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
47 
Referências 
LIMA, Claudiana. Tradutor intérprete de língua de sinais: Quais foram as evoluções na formação 
destes profissionais. Disponível em:<https://doi.galoa.com.br/sites/default/files/10.21745/ac06-
08.pdf>. Acesso em 04 de agosto de 2021. 
CHIH, Ting Chung. Um pouco da história da língua de sinais no mundo e no Brasil. Disponível 
em:<https://diversidadeemcomunicar.wordpress.com/2013/08/06/um-pouco-da-historia-da-
lingua-de-sinais-no-mundo-e-no-brasil/>. Acesso em 04 de agosto de 2021. 
MÜLLER DE QUADROS, Ronice. O tradutor e intérprete de língua brasileira de sinais e língua 
portuguesa / Secretaria de Educação Especial. Brasília:

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