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Medicamentos na Prática Clinica - Barros - 1ed-801

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802 Elvino Barros, Helena M. T. Barros & Cols. 
• Fazer fundoscopia (se uso crônico) pelo 
risco de retinopatia pigmentar. 
ANTIPSICÓTICOS ATÍPICOS 
Os antipsicóticos atípicos, também conheci-
dos como antipsicóticos de segunda geração, 
exercem a sua ação antipsicótica por meio do 
bloqueio de receptores 5-HT2 da serotonina 
e D2 da dopamina. A taxa de bloqueio dos 
receptores 5-HT2 é maior, e a dos recepto-
res D2 é menor em relação ao bloqueio dos 
antipsicóticos típicos. Esses agentes também 
parecem agir mais especificamente para o 
sistema mesolímbico e mesofrontal da dopa-
mina do que para o sistema dopaminérgico 
nigroestriatal. 
Atualmente, estão disponíveis os 
seguintes fármacos: a amissulprida, o 
aripiprazol, a clozapina, a olanzapina, a 
quetiapina, a risperidona, a sulpirida e a 
ziprasidona. Essas são drogas mais novas 
e de maior custo em relação aos agentes 
antipsicóticos típicos. São utilizadas em 
pacientes que não toleram os antipsicó-. , . . 
ticos típicos ou que apresentam sintomas 
extrapiramidais, como discinesia tardia, 
decorrentes dos tratamentos prévios. Os 
sintomas negativos são mais prováveis de 
responderem do que com os antipsicóti-
cos típicos. Por ter um baixo custo e seme-
lhante eficácia aos demais antipsicóticos 
atípicos, a risperidona é normalmente a 
droga escolhida. A clozapina não deve ser 
a escolha inicial devido ao risco de agra-
nulocitose. 
Os antipsicóticos atípicos não mos-
traram superioridade quando comparados 
com agentes típicos em relação ao efeito 
antipsicótico, exceto a clozapina, droga 
usada para casos refratários às tentativas 
de tratamento com antipsicóticos típicos e 
com outros atípicos. Os atípicos possuem 
um melhor perfil de efeitos adversos, o 
que pode aumentar a adesão. Produzem 
menos efeitos extrapiramidais e possivel-
mente reduzem o risco de discinesia tar-
dia em relação aos antipsicóticos típicos. 
Em doses elevadas, no entanto, esses sin-
tomas podem surgir. 
A quetiapina é o antipsicótico atípico 
com menor probabilidade de causar sin-
tomas extrapiramidais, tomando-a útil no 
tratamento de pacientes com doença de 
Parkinson que desenvolvem psicose indu-
zida pelos agonistas da dopamina. 
Entretanto, os antipsicóticos atípicos 
produzem importantes repercussões meta-
bólicas. Dislipidemia, ganho de peso, resis-
tência insulínica e diabete melito tipo 2 são 
possíveis efeitos adversos dessas drogas. 
A clozapina e a olanzapina são os 
agentes mais comumente associados ao 
desenvolvimento de diabete e ganho de 
peso, e a ziprasidona e o aripiprazol, os 
menos implicados com esses efeitos. Os 
usuários devem ser submetidos à monito-
ração glicêmica e à determinação do risco 
cardiovascular periodicamente. 
Amissulprida 
Nome comercial. Socian®. 
Apresentações. Cpr de 50 e 200 mg. 
Uso. Esquizofrenia. 
Contraindicações. Epilepsia, feocromoci-
toma, IR. 
Posologia. Em episódios agudos, adminis-
trar 400-800 mg/dia, dividido em 2 toma-
das diárias. Para os pacientes com sintomas 
predominantemente negativos, recomen-
da-se 100-300 mg, lx/dia; para os casos 
predominantemente positivos, 600-1.200 
mg/ dia. A retirada deve ser gradual para 
evitar os sintomas de retirada. 
Modo de administração. VO. 
Parâmetros f armacocinéticos 
• Pico plasmático: 3-7 h. 
• Biodisponibilidade: 43-480/o. 
• Biotransformação: metabolismo escasso. 
• Ligação a proteínas plasmáticas: 16%. 
• Meia-vida: 12 h. 
• Eliminação: urina e fezes.

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