Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Proteção de Sistemas Elétricos Teoria e Prática Análise de Sistemas de Proteção no Domínio do Tempo – Parte 1 Prof. Alberto Resende De Conti Prof. João Ricardo da Mata Soares de Souza Realização: Organização: Apoio: 1. Introdução Todo circuito elétrico linear pode ser representado por meio de uma combinação de três elementos fundamentais: resistores, indutores e capacitores. 1.1 Regime Permanente Senoidal Se um circuito elétrico linear é alimentado por fontes de tensão e/ou corrente puramente senoidais e se encontra energizado por um tempo infinitamente logo, diz-se que esse circuito opera em regime permanente senoidal. A hipótese de regime permanente senoidal é utilizada como base para a análise de diferentes fenômenos em sistemas de energia elétrica, como fluxo de potência, penetração de harmônicos e curtos-circuitos. Para a análise de circuitos em regime permanente senoidal, utiliza-se a transformação fasorial, que permite rescrever as equações diferenciais como equações algébricas complexas. 1.2 Regimes Transitórios Quando ocorre uma mudança de condição operacional em um circuito elétrico, como por exemplo a abertura ou fechamento de uma chave e a ocorrência de um curto-circuito, tem início o que se convenciona denominar regime transitório ou transitório eletromagnético. Transitórios eletromagnéticos excitam as frequências naturais do sistema elétrico, que podem coincidir ou não com a frequência das fontes que o alimentam. Durante regimes transitórios ocorrem trocas de energia entre diferentes componentes do sistema elétrico analisado que podem levar a sobretensões e/ou sobrecorrentes. Embora a duração dos regimes transitórios seja muito menor do que o tempo em que o sistema elétrico opera em regime permamente senoidal, ou estacionário, seus efeitos podem ser catastróficos. A duração do regime transitório corresponde ao intervalo de tempo entre dois regimes permanentes ou estacionários. -40 -30 -20 -10 0 10 20 30 40 50 60 0 100 200 300 400 500 C o rr en te ( kA ) Tempo (ms) Regime Transitório Regime PermanenteRegime Permanente Exemplo: Energização de Circuito RL O comportamento da corrente no indutor é caracterizado por um decaimento exponencial associado à resposta natural do circuito. A amplitude e a duração da resposta transitória da corrente dependem, respectivamente, de dois fatores: 1. Da diferença entre a corrente que se esperaria obter no instante em que a chave é fechada e da corrente inicial do indutor. Isso é definido pelo instante de fechamento da chave, sendo denominado ângulo de incidência. 2. Da constante de tempo do circuito, que no caso corresponde a 𝜏 = 𝐿 𝑅 . O decaimento exponencial observado na corrente também se manifesta em curtos-circuitos em linhas de transmissão, que podem ser interpretados como o fechamento de chaves entre fases diferentes e/ou entre fases e terra. Transitórios eletromagnéticos Fonte: N. Watson e J. Arrillaga, Power Systems Electromagnetic Transients Simulation, The Institution of Engineering and Technology, 2003. 1.3 Fenômenos de Interesse Fonte: N. Watson e J. Arrillaga, Power Systems Electromagnetic Transients Simulation, The Institution of Engineering and Technology, 2003. Domínio do tempo, ondas viajantes Switching A análise de regimes transitórios em sistemas elétricos é normalmente realizada utilizando uma das técnicas abaixo: • Solução analítica das equações diferenciais que descrevem o problema. • Solução das equações diferenciais que descrevem o problema via Transformada de Laplace. • Análise em regime permanente senoidal em toda faixa de frequências de interesse e uso das transformadas numéricas de Fourier ou Laplace. • Solução numérica das equações diferenciais que descrevem o problema diretamente no domínio do tempo. 2 Solução Numérica de Fenômenos Transitórios A estratégia mais utilizada para a solução numérica de transitórios eletromagnéticos em sistemas de energia elétrica se baseia na representação proposta por Hermann Dommel e implementada originalmente no EMTP – Electromagnetic Transients Program. Essa técnica ainda é utilizada como base em programas como o ATP (Alternative Transients Program), o PSCAD e o EMTP-RV (agora simplesmente EMTP). 2.1 Integração Numérica Programas de cálculo de transitórios eletromagnéticos como o EMTP e o ATP fazem uso de métodos de integração numérica para a solução das equações diferenciais que descrevem o problema. Na sequência são discutidos dois métodos utilizados nesses programas: 1. Método de Euler Regressivo 2. Método Trapezoidal 2.1.1 Método de Euler Regressivo 2.1.2 Método Trapezoidal 2.2 Modelos de Elementos Lineares de Circuitos 2.2.1 Modelo de Resistor A solução numérica de circuitos elétricos requer a divisão do tempo de análise em intervalos discretos de tempo de duração Δ𝑡. A solução é determinada em cada passo de tempo com base nos valores atuais das tensões e correntes no circuito e também a partir de valores previamente calculados dessas grandezas. 2.2.2 Modelo de Indutor Integração trapezoidal Isolando o elemento diferencial 𝑑𝑖, podemos escrever: Termos históricosTermo atual Definindo: Podemos escrever: Cujo circuito equivalente é: Este é o modelo de indutor no domínio do tempo discreto baseado na regra de integração trapezoidal 2.2.3 Modelo de Capacitor Aplicando a regra de integração trapezoidal, obtém-se: Exemplo: Solução Numérica de Circuito RL Este par de equações permite a determinação da tensão no nó b com base em valores já conhecidos das demais grandezas Substituindo cada um dos componentes do circuito por seu equivalente no domínio do tempo discreto e aplicando o método das tensões de nós, obtém-se: Se 𝑅 = 10 m, 𝐿 = 1 mH, 𝑉0 = 10 kV, 𝑡0 = 0, 𝑓 = 60 Hz e Δ𝑡 =0,1 ms: 𝑅𝐿(𝑡) = 20 𝑣𝑏 𝑡 = 0,9995𝑣𝑎 𝑡 − 9,995 × 10 −3𝐼𝐿 𝑡 − Δ𝑡 𝐼𝐿(𝑡) = 0,1𝑣𝑏(𝑡) + 𝐼𝐿(𝑡 − Δ𝑡) t (s) vs(t) [kV] u(t) va(t) [kV] vb(t) [kV] IL(t) [kA] i(t) [kA] -0,0001 -0,376902 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0,0001 0,376902 1 0,376902 0,376713 0,037671 0,018836 0,0002 0,753268 1 0,753268 0,752515 0,112923 0,075297 0,0003 1,128564 1 1,128564 1,126871 0,22561 0,169266 0,0004 1,502256 1 1,502256 1,49925 0,375535 0,300572 0,0004 1,873813 1 1,873813 1,869123 0,562447 0,468991 -30 -20 -10 0 10 20 30 40 50 60 0 0,05 0,1 0,15 0,2 C o rr en te ( kA ) Tempo (s) 2.3 Solução Numérica de Circuitos Genéricos A solução numérica de circuitos lineares com topologia qualquer requer a montagem do problema na seguinte forma matricial: 𝑮𝒗 𝑡 = 𝒊(𝑡) onde 𝑮 é uma matriz de condutâncias com termos conhecidos 𝒗 𝑡 é um vetor de tensões nodais contendo as incógnitas do problema 𝒊 𝑡 é um vetor de correntes injetadas por fontes de corrente independentes e fontes de corrente históricas. As tensões desconhecidas são determinadas em cada passo de tempo resolvendo-se sucessivamente o seguinte problema matricial: 𝒗 𝑡 = 𝑮−1𝒊(𝑡) Exemplo C: Solução Numérica de Circuito RLC Genérico 2.4 Modelagem de Chaves Em circuitos modelados com o método das tensões de nós, cada abertura ou fechamento de uma chave resulta em uma mudança topológica do circuito. Isso torna necessário determinar a matriz de condutâncias e sua inversa para cada um dos estados das chaves. 2.5 Problemas de Oscilação Numérica Suponha a abertura da chave no circuito abaixo em 𝑡 = 𝑡𝑎. A corrente só deve ser efetivamente interrompida quando passar por zero em 𝑡 ≥ 𝑡𝑎 . Utilizando a integral trapezoidal para solucionar a relação tensão- corrente no indutor, pode-se escrever: Para 𝑡 ≥ 𝑡𝑎 , tem-se que Tensão e corrente no circuito RL com V=100 V, f=60 Hz, R=2 , L=1 mH e 𝑡𝑎 =20 ms: 1) Modificação da técnica de solução: subdivide-se o passo de tempo subsequente ao instante de interrupção da corrente em dois e aplica- se o método de integraçãode Euler nesse intervalo (método CDA descrito em Lin e Marti, 1990). Soluções para problemas de oscilação numérica, que também podem aparecer na corrente de capacitores em condições de chaveamento: 2) Uso de resistores para atenuação das oscilações numéricas: solução paliativa que pode introduzir erros nas simulações. 2.6 Elementos Não Lineares A inclusão de elementos não lineares na simulação numérica de transitórios eletromagnéticos é necessária, por exemplo, para a representação dos seguintes fenômenos : 1. Saturação do núcleo de transformadores 2. Atuação de para-raios 3. Modelagem de isoladores 4. Modelagem do arco elétrico 5. Ionização do solo Duas estratégias são normalmente empregadas para incluir elementos não lineares em simulações de transitórios eletromagnéticos: • Método da Compensação, que é verdadeiramente não linear • Método Linear por Partes, que é pseudo-não-linear Ambas as estratégias podem ser usadas para descrever modelos de resistores e indutores não lineares, dependendo da aplicação. Chaves também são exemplos de elementos não lineares que podem ser usados para modelar disjuntores, isoladores e centelhadores. 2.6.1 Método da Compensação No método da compensação, o elemento não-linear é inicialmente separado do restante do circuito e a parcela linear do circuito é solucionada no instante 𝑡𝑛 = 𝑛∆𝑡 utilizando as técnicas já conhecidas. A partir da solução obtida no instante 𝑡𝑛 = 𝑛∆𝑡 , determina-se o equivalente de Thévenin visto a partir do ponto de inserção do elemento não linear. Em seguida, a equação que descreve o equivalente de Thévenin é combinada com a equação que descreve a característica não linear do elemento. A equação não linear resultante é solucionada utilizando o método de Newton-Raphson. A solução corresponde à interseção das características do equivalente de Thévenin e do elemento não linear. A corrente 𝑖𝑛 é, em seguida, utilizada para calcular as tensões 𝑣𝑛 ′′ na parcela linear do circuito desconsiderando o efeito das demais fontes: Finalmente, a tensão total em todos os pontos do circuito é atualizada fazendo: 𝑣𝑛 = 𝑣𝑛 ′ + 𝑣𝑛 ′′ Por fim, a solução avança um passo de tempo (𝑡𝑛+1 = 𝑡𝑛 + ∆𝑡 ) e o ciclo se repete até que a simulação seja finalizada. O método da compensação é extremamente poderoso e pode ser utilizado se: 1) A característica do elemento não linear puder ser representada analiticamente. 2) A solução da equação não linear resultante do problema não apresentar problemas de convergência. 3) Existir um equivalente de Thévenin visto a partir do ponto de inserção do elemento não linear. 4) O passo de tempo ∆𝑡 for suficientemente pequeno para evitar problemas de pseudo-histerese. 2.6.2 Método Linear Por Partes No método linear por partes, a característica não linear do elemento é aproximada como uma sucessão de segmentos de reta. Região 1 Região 2 Procedimento de Cálculo • Durante a simulação, a variável de controle (no caso exemplo, a tensão) é monitorada no elemento. • Enquanto 𝑣 𝑡 < 𝑣1 , resolve-se o problema considerando-se as características do elemento na região 1. • Se 𝑣 𝑡 ≥ 𝑣1, resolve-se o problema considerando-se as características do elemento na região 2. • Uma mudança na região de operação no instante 𝑡 só afeta a solução do problema no passo de tempo seguinte (𝑡 = 𝑡 + ∆𝑡). Tomando como base um resistor não linear, se sua curva característica é linearizada utilizando dois segmentos de reta, obtém-se a seguinte representação equivalente para 𝑣(𝑡) ≥ 0: Chave controlada por tensão Indutores não lineares têm princípio de funcionamento semelhante, com a diferença de que a variável de controle é, nesse caso, o fluxo magnético: Da mesma forma que resistores não lineares, a transição entre regiões de operação em um indutor não linear é análoga àquela provocada pelo fechamento e abertura da chave 𝑠0 no circuito abaixo: O método linear por partes é extremamente flexível, mas: 1) A mudança da região de operação é alterada com um atraso de ∆𝑡, o que pode ser problemático se ∆𝑡 não é suficientemente pequeno. 2) Tende a ser menos eficiente do que o método da compensação por conta da frequente transição entre diferentes regiões de operação. 3) Deve-se evitar o uso de muitos segmentos de reta para representação da característica não linear do elemento. Recomenda- se o uso de dois ou três segmentos, no máximo. 3 Alternative Transients Program ATP O ATP é um software que emprega o método de integração trapezoidal, o método das tensões de nós e os métodos da compensação e linear por partes para a montagem e solução de problemas de transitórios eletromagnéticos envolvendo elementos lineares e não lineares. O ATP é um software gratuito para usuários licenciados, sendo oficialmente distribuído no Brasil pelo Engenheiro Guilherme Sarcinelli, do ONS. • Um processador central resolve circuitos elétricos nos domínios do tempo e da frequência. • Programas de suporte são fornecidos para gerar modelos de linhas de transmissão, transformadores etc. • MODELS: linguagem de programação que permite o desenvolvimento de modelos pelo usuário. • TACS: módulo de simulação de sistemas de controle no domínio do tempo que também permite o desenvolvimento de modelos. Fonte: www.emtp.org 3.1 Cronologia Ano Evento 1966 Hermann Dommel inicia o desenvolvimento do EMTP (Electromagnetic Transients Program) na BPA (Bonneville Power Administration), nos EUA 1973 Dommel se transfere para a Universidade de British Columbia, no Canadá, e o desenvolvimento do EMTP fica sob a responsabilidade de Scott-Meyer na BPA 1983 O consórcio DCG/EPRI (EMTP Development Coordination Group / Electric Power Research Institute) passa a ser detentor dos direitos do EMTP 1984 Scott-Meyer inicia o desenvolvimento do ATP (Alternative Transients Program) após não aprovar a comercialização do EMTP desenvolvido na BPA pelo DCG/EPRI 1994 Desenvolvimento da primeira versão do ATPDraw, interface gráfica para uso com o ATP. Fonte: Ametani et al., Power System Transients – Theory and Applications (2014) Na versão original do EMTP, a entrada de dados era feita por meio de cartões perfurados. 3.2 Estrutura de Dados de Entrada Com o passar do tempo, os cartões perfurados foram substituídos por arquivos de texto. No ATP, esses arquivos têm a extensão .ATP A posição dos caracteres é muito importante no arquivo .ATP. Um deslocamento de um espaço pode impedir a compilação do circuito. Essa estrutura é detalhada no Rule Book do ATP. O arquivo começa sempre com a declaração “BEGIN NEW DATA CASE” As linhas que começam com a letra C são comentários e não são compiladas. Em seguida vêm os dados do primeiro cartão com os parâmetros gerais da simulação (chamado de miscelaneous). O primeiro elemento é o passo de integração, em segundos. O segundo é o tempo total da simulação, em segundos. O segundo cartão é o cartão /BRANCH que contém os valores dos elementos lineares do circuito (capacitores, indutores e resistores). Os primeiros caracteres de cada coluna indicam o nome dos nós de entrada e saída de cada elemento. Quando esses campos estão em branco, eles correspondem ao nó de referência (terra). O cartão /SWITCH contém as informações das chaves e dos sensores de corrente. As linhas também começam com o nome dos nós. O cartão /SOURCE contém as informações das fontes. Por fim, o cartão /OUTPUT apresenta a relação dos nós cujas tensões e/ou correntes serão exibidas após a simulação. Ao final, todos os cartões são fechados com a expressão BLANK seguida do nome do cartão e o arquivo é finalizado com as expressões BEGIN NEW DATA CASE e BLANK. O ATPDraw é uma interface gráfica criada em 1994 como ferramenta de suporte ao ATP. 3.3 O ATPDraw • O circuito é montado pelo usuário utilizando a biblioteca de componentes disponíveis. • O ATPDraw gera automaticamenteo arquivo texto no formato .ATP. • São gerados, após a simulação, arquivos com extensão .LIS (permite a verificação de erros e a extração de dados da simulação) e .PL4 (visualização de formas de onda). Fonte: ATPDraw Manual version 5.6 O Arquivo .ATP apresentado foi gerado pelo ATPDraw a partir do seguinte circuito: Parâmetros de Simulação Circuito simulado. Atenção para a inclusão do referencial de terra! (botão direito do mouse selecionado sobre o nó a ser aterrado) Simulação e visualização de resultados Modelos disponíveis no ATP: • Elementos lineares (RLC) • Elementos não lineares (métodos da compensação e linear por partes) • Chaves controladas por tempo, tensão e externamente. • Transformadores • Linhas de transmissão • Relés e sistemas de proteção • Cabos subterrâneos • Máquinas elétricas etc. Os modelos disponíveis no podem ser selecionados clicando-se no botão direito do mouse sobre a tela principal do programa. Exemplo: Elementos Lineares Exemplo: Elementos Não Lineares Indutor não linear baseado no método linear por partes Indutor histerético baseado no método linear por partes Resistor não linear baseado no método da compensação: 𝑖 = 𝑝 ∙ 𝑣 𝑣𝑟𝑒𝑓 𝑞 Para-raios de óxido de zinco (resistor tipo 92, método da compensação) Exemplo: Resistor tipo 92 Exemplo: Indutor tipo 98 Exemplo: Indutor tipo 96 (Histerético) Fluxo residual Exemplo: MOV tipo 92 Exemplo: Ferramentas para circuitos trifásicos e pontas de prova 4 Transformadores A modelagem de transformadores para estudos de fenômenos transitórios é normalmente realizada seguindo uma das três abordagens abaixo: 1. Caixa Branca: o modelo é construído com base em detalhes de projeto do transformador, que são inacessíveis para os usuários. 2. Caixa preta: o modelo se baseia exclusivamente em medições realizadas externamente. Não permite o estudo de fenômenos internos ao transformador. 3. Caixa Cinza: Solução de compromisso que combina as modelagens caixa branca e caixa cinza. Os modelos de transformador disponíveis no ATPDraw são do tipo caixa preta ou caixa cinza. São eles: 1. Modelo Ideal 2. Modelo Saturável 3. Modelo BCTRAN 4. Modelo Híbrido 4.1 Modelo Ideal 𝑣1 𝑣2 = 𝑁1 𝑁2 = 𝑛 𝑖1 𝑖2 = 𝑁2 𝑁1 = 1 𝑛 O único parâmetro a ser fornecido pelo usuário é a relação de transformação 𝑛 , tanto para transformadores monofásicos quanto trifásicos. Ideal 1 Phase Ideal 3 Phase 4.2 Modelo Saturável O modelo saturável corresponde à transposição, para o ATP, do modelo prático de transformadores extraído a partir dos ensaios de curto- circuito e circuito aberto. Parâmetros de curto-circuito Parâmetros de circuito aberto: o indutor pode ser saturável Curto-circuito Circuito aberto Curto-circuito Transformadores de três enrolamentos também podem ser modelados diretamente no ATPDraw com o modelo saturável. Modelos com mais enrolamentos podem ser montados editando-se o arquivo .ATP correspondente. Parâmetros de curto-circuito Parâmetros de circuito aberto: o indutor pode ser saturável Parâmetros de curto-circuito Transformadores trifásicos de dois e três enrolamentos também podem ser modelados com o modelo saturável. Limitações do modelo saturável: • O modelo é baseado em parâmetros de 60 Hz e só deve ser empregado em estudos de baixas frequências. • Não é topologicamente correto. • No caso de transformadores trifásicos, não leva em consideração diferença entre parâmetros de sequências positiva e zero. • Pode levar a instabilidades numéricas no caso de transformadores de três enrolamentos. • Incapaz de modelar fenômenos internos. • Capacitâncias devem ser adicionadas externamente. 4.3 Modelo BCTRAN O modelo BCTRAN modela os elementos extraídos dos testes de curto- circuito de forma desacoplada daqueles extraídos dos testes a vazio. O modelo matricial de curto-circuito tem a forma sendo resolvido com o emprego do método de integração trapezoidal. O modelo obtido a partir dos ensaios a vazio é formado por resistores e indutores adicionados externamente no primário, secundário ou terciário do transformador, quando presente. Caso esses elementos sejam não lineares, emprega-se o método linear por partes ou o método da compensação para sua solução. Uma importante vantagem do modelo BCTRAN em relação ao modelo saturável é que ao usuário basta fornecer os dados de ensaio que as matrizes 𝑨 e 𝑹 são determinadas automaticamente pelo ATPDraw/ATP. Os parâmetros do ramo de magneteização também podem ser determinados automaticamente a partir dos dados de ensaio a vazio. Outra vantagem do modelo BCTRAN em relação ao modelo saturável é a possibilidade de informar parâmetros extraídos de ensaios de sequência positiva e zero. Também é possível, através de modificações no cartão .ATP , considerar transformadores com mais de três enrolamentos. Limitações do modelo BCTRAN: • O modelo é baseado em parâmetros de 60 Hz e só deve ser empregado em estudos de baixas frequências. • Apesar de permitir a inclusão de parâmetros de sequência positiva e zero em transformadores trifásicos, não é topologicamente correto. O ponto de conexão do ramo de magnetização fica a critério do usuário! • Incapaz de modelar fenômenos internos. • Capacitâncias devem ser adicionadas externamente. 4.4 Modelo Híbrido (XFMR) O modelo híbrido, ou XFMR, leva em consideração as características topológicas do núcleo dos transformadores para a determinação do circuito elétrico equivalente. Para isso, faz uso do princípio da dualidade entre circuitos magnéticos e elétricos. Resistências variáveis com a frequência podem ser atribuídas aos enrolamentos. Capacitâncias também podem ser incorporadas diretamente caso informações estejam disponíveis. O modelo XFMR é o modelo de transformador mais rigoroso disponível no ATP. Circuito Magnético Equivalente Fonte: Mork et al. (2007) Exemplo: Transformador de Trifásico de Dois Enrolamentos e Três Pernas Topologia do Núcleo Jugos Pernas Dispersão Circuito Elétrico Equivalente Perdas Perdas Capacitâncias Capacitâncias Estrutura do Modelo XFMR Matriz de capacitâncias Ramos que representam a variação com a frequência da resistência dos enrolamentos Indutâncias de dispersão do transformador, com matriz A idêntica à utilizada no modelo BCTRAN. Nós internos aos quais é conectado o circuito equivalente do núcleo, que é topologicamente correto.Fonte: Mork et al. (2007) O circuito equivalente do núcleo de um transformador trifásico de dois enrolamentos e três pernas tem a seguinte estrutura: Fonte: Mork et al. (2007) Os parâmetros do modelo XFMR podem ser obtidos de três diferentes maneiras: • Parâmetros de projeto. • Relatório de ensaio. • Valores típicos. Diferentes abordagens podem ser combinadas dependendo da disponibilidade de dados. Disponibilidade dos dados Exatidão dos parâmetros do modelo Valores Típicos Dados de Ensaio Dados de Projeto Reatâncias de Dispersão: Usa a matriz A do modelo BCTRAN Resistências dos Enrolamentos: Usa equivalente de Foster de segunda ordem para representar variação com a frequência causada pelo efeito pelicular. Capacitâncias: Podem ser importantes em estudos em frequências mais altas ou em estudos de energização de transformadores e ferroressonância Núcleo: Modelo gerado pelo princípio da dualidade e que leva em consideração as características topológicas do núcleo. Núcleo Triplex Núcleo Envolvido de Três Pernas Núcleo Envolvido de Cinco Pernas Núcleo Envolvente No modelo XFMR a curva de magnetização é modelada pela equação de Frolich modificada 𝜆 = 𝑖 𝑎 + 𝑏 ⋅ 𝑖 + 𝐿𝑎𝑖 𝜆 = 𝑖 𝑎 + 𝑏 ⋅ 𝑖 + 𝑐 ⋅ 𝑖 + 𝐿𝑎 ⋅ 𝑖 Joelho da curva Região de saturação profunda 𝐿𝑎 = 𝜇0 ⋅ 𝐴 ℓ Indutância de Núcleo de Ar Propriedades avançadas do núcleo Tipo de equação de Frolich Elemento usado para modelar as indutânciasnão-lineares no ATP Número de pontos usados na curva de magnetização Indutância de núcleo de ar (inclinação final da curva de magnetização) 5 Linhas de Transmissão Linhas de transmissão são componentes fundamentais em sistemas de energia elétrica, sendo responsáveis pelo transporte de energia entre dois pontos. As longas distâncias atravessadas por linhas de transmissão fazem com que mudanças em condições operacionais em algum de seus terminais (energização da linha, inserção ou retirada de cargas etc.) ou ao longo de sua extensão (por exemplo, faltas) não sejam percebidas instantaneamente em pontos remotos. A necessidade de incluir tempos de atraso para representar fenômenos elétricos em linhas de transmissão faz com que a estratégia de modelagem por parâmetros concentrados baseada no emprego de elementos R, L e C deixe de ser suficientemente rigorosa na maioria dos casos de interesse. Nesse caso, deve-se utilizar a estratégia de modelagem por parâmetros distribuídos, que leva em consideração, também, o tempo de atraso entre diferentes pontos na representação matemática da linha. Se uma linha aérea de comprimento ℓ opera em regime permanente senoidal na frequência f, o comprimento de onda é obtido de: 𝜆 = 3 × 108 𝑓 [𝑚] onde 3 × 108 m/s corresponde à velocidade da luz no vácuo. • Se 𝜆 ≫ ℓ, diz-se que a linha é eletricamente curta. Nesse caso, pode ser modelada utilizando parâmetros concentrados (R, L e C). • Se a condição 𝜆 ≫ ℓ não é satisfeita, diz-se que a linha é eletricamente longa. Nesse caso, não é possível desprezar os tempos de atraso e a linha deve ser modelada utilizando uma abordagem por parâmetros distribuídos. 5.1 Equações de Linhas de Transmissão Suponha a seguinte linha monofásica aérea de comprimento ℓ posicionada sobre um solo condutor imperfeito, operando em regime permanente senoidal na frequência angular : h 𝐼(𝑥) 𝑉(𝑥) + - Solo 𝐼(𝑥 = 0) 𝑉(𝑥 = 0) + - 𝐼(𝑥 = ℓ) + - 𝑉(𝑥 = ℓ) 𝑑𝐼(𝑥) 𝑑𝑥 = −𝑌′𝑉(𝑥) 𝑑𝑉 𝑥 𝑑𝑥 = −𝑍′𝐼(𝑥) 𝑍′ = 𝑅′ + 𝑗𝜔𝐿′ [/m]: Impedância longitudinal 𝑌′ = 𝐺′ + 𝑗𝜔𝐶′ [S/m]: Admitância transversal 5.2 Parâmetros por Unidade de Comprimento As equações de linha de transmissão requerem, para sua solução, o conhecimento dos seguintes parâmetros por unidade de comprimento: • R’: resistência série ou longitudinal [/m] • L’: indutância série ou longitudinal [H/m] • C’: capacitância transversal ou shunt [F/m] • G’: condutância transversal ou shunt [S/m] Variáveis com a frequência! 5.3 Circuito Equivalente de uma Seção Δ𝑥 Supondo um pequeno trecho da linha de comprimento Δ𝑥, pode-se transformar as equações de linha de transmissão, que são equações diferenciais ordinárias de primeira ordem, em equações de diferenças. Nesse caso, obtém-se o seguinte circuito equivalente: 5.4 Solução em Regime Permanente Senoidal Em regime permanente senoidal, a solução das equações de linhas de transmissão para o caso de uma linha monofásica tem a forma: 𝑉 𝑥 = 𝑉𝐹𝑒 −𝛾𝑥 + 𝑉𝐵𝑒 𝛾𝑥 𝐼 𝑥 = 𝐼𝐹𝑒 −𝛾𝑥 + 𝐼𝐵𝑒 𝛾𝑥 = 𝑉𝐹 𝑍𝑐 𝑒−𝛾𝑥 − 𝑉𝐵 𝑍𝑐 𝑒𝛾𝑥 𝑍𝑐 = 𝑍 𝑌 : Impedância característica [] 𝛾 = 𝑍𝑌 : Constante de propagação [m-1] A impedância característica e a constante de propagação são números complexos que dependem da frequência em que a linha é alimentada. A constante de propagação pode ser escrita como: onde: • α: constante de atenuação [np/m] • 𝛽: constante de fase [rad/m] A velocidade de propagação é definida como: 𝑣 = 𝜔 𝛽 , [𝑚/𝑠] 𝛾 = 𝑍𝑌 = α + 𝑗𝛽 Exemplo: Supondo uma linha monofásica infinitamente longa energizada em 𝑥 = 0 por uma fonte de tensão ideal 𝑣𝑠(𝑡) = 𝑉0 cos(𝜔𝑡), a solução das equações de linhas de transmissão se reduz a: Nesse caso, pode-se mostrar que 𝑉𝐹 = 𝑉0. Logo: 𝑉 𝑥 = 𝑉𝐹𝑒 −𝛾𝑥 + 𝑉𝐵𝑒 𝛾𝑥 = 𝑉𝐹𝑒 −𝛾𝑥 𝐼 𝑥 = 𝑉𝐹 𝑍𝑐 𝑒−𝛾𝑥 − 𝑉𝐵 𝑍𝑐 𝑒𝛾𝑥 = 𝑉𝐹 𝑍𝑐 𝑒−𝛾𝑥 𝑉 𝑥 = 𝑉0𝑒 −𝛾𝑥 𝐼 𝑥 = 𝑉0 𝑍𝑐 𝑒−𝛾𝑥 𝑉 𝑥 = 𝑉0𝑒 −(𝛼+𝑗𝛽)𝑥 𝐼 𝑥 = 𝑉0 𝑍𝑐 ∠𝜙 𝑒−(𝛼+𝑗𝛽)𝑥 𝑉 𝑥 = 𝑉0𝑒 −𝛼𝑥∠(−𝛽𝑥) 𝐼 𝑥 = 𝑉 0 𝑍𝑐 𝑒−𝛼𝑥∠(−𝛽𝑥 − 𝜙) Supondo 𝑉0 = 100 kV, 𝐿 ′ = 1,6013 mH/km, 𝐶′ = 6,9452 nF/km, 𝑅′ = 0,2 /km e 𝐺′ = 0 S/km obtêm-se as seguintes formas de onda para a tensão e a corrente em diferentes pontos da linha: 𝑣 = 𝜔 𝛽 = 2,9593 m/s No caso avaliado, a velocidade de propagação é dada por: A representação de linhas para estudos em regime permamente senoidal pode ser feita com o emprego do modelo pi equivalente. O modelo pi equivalente é determinado diretamente a partir da solução das equações de linha de transmissão no domínio da frequência, tratando-se portanto de um modelo exato. 5.5 Modelo Pi Equivalente 𝑍𝜋 𝑌𝜋 2 𝑌𝜋 2𝑉 0 + - 𝑉 ℓ + 𝐼 0 𝐼 ℓ - 𝑌𝜋 2 = 𝑌𝐶tanh 𝛾ℓ 2 𝑍𝜋 = 𝑍𝐶senh 𝛾ℓ No caso de linhas eletricamente curtas obtém-se uma simplificação do modelo pi equivalente conhecida como modelo pi nominal. Esse modelo é válido para estudos em regime permanente senoidal, mas em algumas situações pode ser empregado no estudo de transitórios lentos. 5.6 Modelo Pi Nominal 𝑍𝑛 𝑌𝑛 2 𝑌𝑛 2 𝑉 0 + - 𝑉 ℓ + 𝐼 0 𝐼 ℓ - 𝑌𝑛 2 = 𝑌ℓ 2 𝑍𝑛 = 𝑍ℓ Modelo Pi Nominal no ATPDraw Opção 1: Parâmetros conhecidos de antemão Modelo Pi Nominal no ATPDraw Opção 2: Geometria da linha conhecida de antemão Parâmetros por unidade de comprimento são escritos no arquivo .lis Resistividade do solo, frequência na qual são calculados os parâmetros da linha e comprimento da linha Modelo Pi Nominal Particularidades a serem considerados no modelo de linha Linha aérea Geometria da linha Geometria da linha e dados dos condutores Visualização 5.7 Regimes Transitórios Para o estudo de fenômenos transitórios, a abordagem mais usual consiste em escrever e solucionar as equações de linha de transmissão diretamente no domínio do tempo. No caso de uma linha monofásica, desprezando-se o efeito pelicular nos condutores e no solo pode-se escrever: 𝑑𝐼(𝑥) 𝑑𝑥 = −(𝐺′ + 𝑗𝜔𝐶′)𝑉(𝑥) 𝑑𝑉 𝑥 𝑑𝑥 = −(𝑅′ + 𝑗𝜔𝐿′)𝐼(𝑥) 𝜕𝑣 𝑥, 𝑡 𝜕𝑥 = −𝑅′𝑖 𝑥, 𝑡 − 𝐿′ 𝜕𝑖 𝑥, 𝑡 𝜕𝑡 𝜕𝑖 𝑥, 𝑡 𝜕𝑥 = −𝐺′𝑣 𝑥, 𝑡 − 𝐶′ 𝜕𝑣 𝑥, 𝑡 𝜕𝑡 5.8 Regimes Transitórios: Linhas Sem Perdas A compreensão de fenômenos transitórios em linhas de transmissão é simplificada caso se considere o caso particular de uma linha de transmissão sem perdas, em que 𝑅′ = 𝐺′ = 0. Além disso, nessa situação pode-se desprezar a indutância interna nos condutores e no solo. Com isso, pode-se escrever: onde 𝐿𝑒 ′ corresponde à indutância externa. 𝜕𝑣 𝑥, 𝑡 𝜕𝑥 = −𝐿𝑒 ′ 𝜕𝑖 𝑥, 𝑡 𝜕𝑡 𝜕𝑖 𝑥, 𝑡 𝜕𝑥 = −𝐶′ 𝜕𝑣 𝑥, 𝑡 𝜕𝑡 A solução das equações de linhas de transmissão tem a seguinte forma no caso sem perdas: 𝑣(𝑥, 𝑡) = 𝑣𝐹(𝑥 = 0, 𝑡 − 𝜏) + 𝑣𝐵(𝑥 = 0, 𝑡 + 𝜏) 𝑖(𝑥, 𝑡) = 𝑖𝐹(𝑥 = 0, 𝑡 − 𝜏) + 𝑖𝐵(𝑥 = 0, 𝑡 + 𝜏) Tomando-se por exemplo a equação que descreve a solução das tensões, identifica-se a existência de ondas de tensão que viajam nos sentidos crescente (ondas progressivas) e decrescente de x (ondas regressivas) sem sofrer atenuação ou distorção: x t = t0 t = t0 + t 𝑣(𝑥, 𝑡) Onda progressiva x t = t0t = t0 + t 𝑣(𝑥, 𝑡) Onda regressiva 𝜏 = Δ𝑥 𝑣 onde 𝑣 é a velocidade de propagação que, no caso de uma linha aérea sem cobertura isolante corresponde à velocidade da luz. Em uma linha sem perdas, a relação tensão corrente é dada simplesmente pela impedância de surto, que é uma simplificação da impedância característica: 𝑍𝑠 = 𝐿𝑒 ′ 𝐶′ No caso sem perdas, o atraso de tempo 𝜏 necessário para que qualquer fenômeno que ocorra no ponto x da linha seja percebido em um ponto remoto 𝑥 ± Δ𝑥 é dado pela seguinte expressão: Exemplo: Supondo uma linha monofásica sem perdas com impedância de surto 𝑍𝑠 que se estende de 𝑥 = 0 ao infinito, energizada por uma fonte de tensão 𝑣𝑠 𝑡 = 𝑉0[𝑢 𝑡 − 𝑢 𝑡 − 𝑡𝑜 ] com resistênciainterna 𝑅𝑠, pede-se determinar a tensão e a corrente em qualquer ponto 𝑥 > 0 . 𝑣 𝑥, 𝑡 = 𝑣 0, 𝑡 − 𝜏 = 𝑍𝑠 𝑅𝑠 + 𝑍𝑠 𝑣𝑠(𝑡 − 𝜏) 𝑖 𝑥, 𝑡 = 1 𝑍𝑠 𝑣 0, 𝑡 − 𝜏 = 𝑣𝑠(𝑡 − 𝜏) 𝑅𝑠 + 𝑍𝑠 𝑖(𝑥, 𝑡) 𝑣(𝑥, 𝑡) + - Solo ideal Condutor ideal𝑅𝑠 + − 𝑣𝑠(𝑡) 𝑖(0, 𝑡) 𝑣(0, 𝑡) + - 𝑣 0, 𝑡 = 𝑍𝑠 𝑅𝑠 + 𝑍𝑠 𝑣𝑠(𝑡) Solução: Aplicando o divisor de tensão na entrada da linha, determina-se 𝑣 0, 𝑡 como logo: Considerando V0 = 100 kV, to = 10 s, 𝑅𝑠 =150 , 𝐿 ′ =1,6013 mH/km e 𝐶′ =6,9452 nF/km, obtêm-se as seguintes tensões em x=0 e x=30 km: 5.8 Análise de Descontinuidades A presença de descontinuidades de impedância faz com que parte da energia associada às ondas de tensão e corrente incidentes seja transmitida e parte seja refletida de volta para a linha. Essa análise pode ser feita com o auxílio de coeficientes de reflexão e transmissão. Na interface, a soma das ondas incidente e refletida é igual à onda transmitida. LT 1 LT 2 onda incidenteonda refletida onda transmitida 5.9 Coeficientes de Reflexão e Transmissão 𝜌𝑉 = 𝑉𝑟 𝑉𝑖 = 𝑍2 − 𝑍1 𝑍2 + 𝑍1 Coeficientes de Reflexão Tensão Γ𝑉 = 𝑉𝑡 𝑉𝑖 = 2𝑍2 𝑍2 + 𝑍1 Coeficientes de Transmissão 𝜌𝐼 = 𝐼𝑟 𝐼𝑖 = 𝑍1 − 𝑍2 𝑍2 + 𝑍1 Corrente Γ𝐼 = 𝐼𝑡 𝐼𝑖 = 2𝑍1 𝑍2 + 𝑍1 𝑉𝑖 e 𝐼𝑖: Ondas de tensão e corrente incidentes 𝑉𝑟 e 𝐼𝑟: Ondas de tensão e corrente refletidas 𝑉𝑡 e 𝐼𝑡: Ondas de tensão e corrente transmitidas 5.10 Diagrama de Treliças A análise de transitórios em linhas de transmissão com comprimento finito pode ser realizada utilizando o diagrama de lattice, ou treliças. Suponha uma linha terminada em um resistor RL. Sua energização gera ondas de tensão e corrente que se propagam no sentido crescente de x. Ao chegar no terminal oposto um tempo após a energização, parte da energia associada a essas ondas será transmitida para RL, parte será refletida para a fonte. Ao chegar no terminal emissor, parte da energia incidente é transmitida para a fonte, parte volta para a carga. O ciclo se repete até que se atinja o regime permanente. 𝑣𝑚1(𝑡) = Γ2𝑣𝑘1(𝑡 − 𝜏) 𝑣𝑘2(𝑡) = Γ1𝜌2𝑣𝑘1(𝑡 − 2𝜏) 𝑣𝑘3(𝑡) = Γ1𝜌1𝜌2 2𝑣𝑘1(𝑡 − 4𝜏) 𝑣𝑚2(𝑡) = Γ2𝜌1𝜌2𝑣𝑘1(𝑡 − 3𝜏) t 𝑣𝑘1(𝑡) = 𝑍𝑠 𝑅𝑠 + 𝑍𝑠 𝑣𝑠(𝑡) 𝑣𝑘4(𝑡) = Γ1𝜌1 2𝜌2 3𝑣𝑘1(𝑡 − 6𝜏) 𝑣𝑘(𝑡) = 𝑣𝑘1(𝑡) + Γ1 𝑛=1 ∞ 𝜌1 (𝑛−1) 𝜌2 𝑛𝑣𝑘1(𝑡 − 2𝑛 𝜏) 𝑣𝑚(𝑡) = Γ2 𝑛=0 ∞ 𝜌1 𝑛𝜌2 𝑛𝑣𝑘1[𝑡 − (2𝑛 + 1) 𝜏] 𝑅𝑠 + − 𝑣𝑠(𝑡) 𝑣(0, 𝑡) + - 𝑅𝐿𝑣(ℓ, 𝑡) + - 𝑘 𝑚 𝑣𝑚3(𝑡) = Γ2𝜌1 2𝜌2 2𝑣𝑘1(𝑡 − 5𝜏) 𝑍𝑠 Exemplo: Supondo uma linha monofásica sem perdas, com 30 km de comprimento e impedância de surto 𝑍𝑠 = 480 , energizada na origem por uma fonte de tensão ideal 𝑣𝑠 𝑡 = 𝑉0[𝑢 𝑡 − 𝑢 𝑡 − 𝑡𝑜 ] com resistência interna 𝑅𝑠 = 150 , onde 𝑉0 = 100 kV e 𝑡𝑜 = 10 µs, terminada em um resistor 𝑅𝐿 = 1000 pede-se determinar a tensão em suas extremidades em 𝑡 > 0 . 𝑖(𝑥, 𝑡) 𝑣(𝑥, 𝑡) + - Solo ideal Condutor ideal𝑅𝑠 + − 𝑣𝑠(𝑡) 𝑖(0, 𝑡) 𝑣(0, 𝑡) + - 𝑅𝐿𝑣(ℓ, 𝑡) + - 𝜌2 = 𝑅𝐿 − 𝑍𝑠 𝑅𝐿 + 𝑍𝑠 = 0,6129 Γ2 = 2𝑅𝐿 𝑅𝐿 + 𝑍𝑠 = 1,6129 Lado Carga: Lado Fonte: 𝜌1 = 𝑅𝑠 − 𝑍𝑠 𝑅2 + 𝑍𝑠 = −0,5238 Γ1 = 2𝑅𝑠 𝑅𝑠 + 𝑍𝑠 = 0,4762 Exemplo: Repita o exemplo anterior, porém considerando que a fonte de tensão corresponda a um degrau 𝑣𝑠 𝑡 = 𝑉0𝑢 𝑡 , onde 𝑉0 = 100 kV. Exemplo: Repita o exemplo anterior, porém considerando 𝑣𝑠 𝑡 = 𝑉0 cos(𝜔𝑡) 𝑢 𝑡 , onde 𝑉0 = 100 kV e 𝜔 = 377 rad/s. 5.11 Método das Características Em programas como o ATP, o diagrama de treliças não é a estratégia mais eficiente para o cálculo de transitórios em linhas de transmissão. A abordagem preferida é conhecida como método das características. Ela consiste em manipular a solução das equações de linha de transmissão no domínio do tempo de forma a obter um equivalente de Norton para cada terminal da linha. Cada um desses equivalentes de Norton é análogo ao modelo numérico de indutor ou capacitor, com a diferença de que as fontes de corrente históricas dependem agora de valores calculados no terminal oposto da linha um instante de tempo anterior. Circuito Equivalente do Método das Características Termos históricos Exemplo: Determine a tensão no nó m utilizando o método das características. 1 𝑅1 + 1 𝑍𝑠 0 0 1 𝑅2 + 1 𝑍𝑠 ⋅ 𝑣𝑘(𝑡) 𝑣𝑚(𝑡) = 𝑖𝑠(𝑡) + 𝐼𝑘(𝑡 − 𝜏) 𝐼𝑚(𝑡 − 𝜏) 𝐼𝑚(𝑡) = 2 𝑍𝑠 𝑣𝑘(𝑡) − 𝐼𝑘(𝑡 − 𝜏) 𝐼𝑘(𝑡) = 2 𝑍𝑠 𝑣𝑚(𝑡) − 𝐼𝑚(𝑡 − 𝜏) Solução matricial: 𝑣𝑘(𝑡) = 28,294162 𝑖𝑠(𝑡) + 𝐼𝑘(𝑡 − 4Δ𝑡) 𝑣𝑚(𝑡) = 332,264957 𝐼𝑚(𝑡 − 4Δ𝑡) 𝐼𝑘(𝑡) = 4,01929 × 10 −3𝑣𝑚(𝑡) − 𝐼𝑚(𝑡 − 4Δ𝑡) 𝐼𝑚(𝑡) = 4,01929 × 10 −3𝑣𝑘(𝑡) − 𝐼𝑘(𝑡 − 4Δ𝑡) 𝒕 [s] 𝒗𝒔(𝒕) 𝒊𝒔(𝒕) 𝒗𝒌(𝒕) 𝒗𝒎(𝒕) 𝑰𝒌(𝒕) 𝑰𝒎(𝒕) 𝒊𝒌(𝒕) 0 0 0 0 0 0 0 0 0,25 1000 33,333333 943,1387415 0 0 3,790750569 1,895375 0,50 1000 33,333333 943,1387415 0 0 3,790750569 1,895375 0,75 1000 33,333333 943,1387415 0 0 3,790750569 1,895375 1,00 1000 33,333333 943,1387415 0 0 3,790750569 1,895375 1,25 1000 33,333333 943,1387415 1259,533576 1,271683417 3,790750569 1,895375 1,50 1000 33,333333 943,1387415 1259,533576 1,271683417 3,790750569 1,895375 1,75 1000 33,333333 943,1387415 1259,533576 1,271683417 3,790750569 1,895375 2,00 1000 33,333333 943,1387415 1259,533576 1,271683417 3,790750569 1,895375 2,25 1000 33,333333 979,1199584 1259,533576 1,271683417 2,66368619 0,696001 2,50 1000 33,333333 979,1199584 1259,533576 1,271683417 2,66368619 0,696001 2,75 1000 33,333333 979,1199584 1259,533576 1,271683417 2,66368619 0,696001 3,00 1000 33,333333 979,1199584 1259,533576 1,271683417 2,66368619 0,696001 3,25 1000 33,333333 979,1199584 885,0495782 0,893587034 2,66368619 0,696001 Escolhendo Δ𝑡 = 0,25 s, tem-se τ Δ𝑡 = 4 . Nesse caso, pode-se escrever: 0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 0 5 10 15 20 Tempo (s) T e n s ã o ( V ) Transformada de Fourier Método das Características FDTD 5.12 Modelos de Linha a Parâmetros Distribuídos no ATP Todos os modelos de linha de transmissão baseados na teoria de parâmetros distribuídos disponíveis no ATP têm como base o circuito equivalente obtido com o emprego do método das características. A principal diferença entre os modelos consiste em como incorporar os efeitos das perdas nos condutores e no solo, que é dependente da frequência. A extensão para o caso multifásico é feita com o emprego de matrizes de transformação constantes. Com o emprego dessas matrizes, transforma-se um problema n-fásico em n problemas monofásicos independentes, cada um deles modelado com o método das características. Linhas Transpostas: A matriz de transformação é constante e independente da frequência, não precisando ser informada pelo usuário no ATP. Linhas Não-Transpostas: A matriz de transformação é variante com a frequência, devendo ser informada pelo usuário ou calculada no próprio ATP, dependendo do modelo escolhido, na frequência 𝑓0 determinada pelo usuário. 5.13 Modelo de Bergeron O modelo de Bergeron fornece uma solução aproximada para as equações de linha de transmissão baseada no método das características. Nesse modelo, os parâmetros da linha são calculados na frequência 𝑓𝑜 escolhida pelo usuário. A resistência calculada nesta frequência é dividida em três pontos na linha. A indutância calculada nesta mesma frequência é utilizada para determinar a impedância de surto e a velocidade de propagação ao longo da linha. Limitações: 1) Os parâmetros da linha são calculados em uma única frequência f0 escolhida pelo usuário. 2) A resistência não é continuamente distribuída ao longo da linha. Modelo de Bergeron: Linhas Transpostas Parâmetros dos modos aéreos e de terra (análogos a parâmetros de sequência positiva e zero) Opções de parâmetros a serem informados na montagem do modelo Comprimento da linha Modelo de Bergeron: Linhas Não Transpostas Parâmetrosdos modos aéreos e de terra (análogos a parâmetros de sequência positiva e zero) + elementos da matriz de transformação Modelo de Bergeron: Montagem a partir da geometria da Linha Modelo de Bergeron: Montagem a partir da Geometria da Linha 5.14 Modelo JMarti O modelo JMarti considera perdas continuamente distribuídas e dependentes da frequência a partir do ajuste dos parâmetros da linha por meio de funções racionais. É um modelo mais rigoroso que o modelo de Bergeron e pode ser usado na maioria das situações de interesse prático na modelagem de linhas aéreas. Seu uso deve ser evitado na modelagem de cabos subterrâneos porque a hipótese de matriz de transformação constante deixa de ser válida. As equações resolvidas pelo modelo JMarti têm a forma 𝑣𝑘 𝑡 − 𝑧𝑐 𝑡 ∗ 𝑖𝑘 𝑡 = 𝑣𝑚 𝑡 + 𝑧𝑐 𝑡 ∗ 𝑖𝑚 𝑡 ∗ 𝑎(𝑡) 𝑣𝑚 𝑡 − 𝑧𝑐 𝑡 ∗ 𝑖𝑚 𝑡 = 𝑣𝑘 𝑡 + 𝑧𝑐 𝑡 ∗ 𝑖𝑘 𝑡 ∗ 𝑎(𝑡) onde 𝑧𝑐 𝑡 e 𝑎(𝑡) são as representações no domínio do tempo da impedância característica e da função de propagação, que podem ser escritas como: 𝑧𝑐 𝑡 = ℒ −1 𝑍 𝑌 = ℒ−1 𝑘0 + 𝑛=1 𝑁 𝑘𝑛 𝑠 − 𝑎𝑛 𝑎 𝑡 = ℒ−1 exp 𝑍𝑌 = ℒ−1 𝑚=1 𝑀 ത𝑘𝑚 𝑠 − ത𝑎𝑚 exp −𝑠𝜏 Os parâmetros das equações que descrevem 𝑧𝑐 𝑡 e 𝑎 𝑡 são obtidos no domínio da frequência internamente no ATP usando o método de Bode. O usuário deve fornecer a faixa de frequências em que o ajuste será feito (tipicamente entre 0,1 Hz e 10 MHz) e o número de pontos por década de frequência em que as funções a serem ajustadas devem ser calculadas. Exemplo: Ajuste de impedância característica de linha monofásica aérea. 100 1000 10000 1,E+00 1,E+02 1,E+04 1,E+06 1,E+08 Im p ed ân ci a C ar ac te rí st ic a ( ) Frequência (Hz) Função Original Função Ajustada Uma vez determinados os parâmetros 𝑧𝑐 𝑡 e 𝑎 𝑡 , as integrais de convolução presentes nas equações que descrevem o modelo JMarti podem ser solucionadas, levando a um circuito equivalente do tipo: O modelo JMarti é sempre montado a partir da geometria da linha Parâmetros de ajuste do modelo Frequência inicial para ajuste dos parâmetros do modelo via funções racionais 5.15 Outros Modelos Modelo de Semlyen: Assim como o modelo JMarti, considera perdas continuamente distribuídas e dependentes da frequência a partir do ajuste dos parâmetros da linha por meio de funções racionais. Porém, considera um número menor de termos e se baseia em técnica de ajuste que não é tão eficiente quanto a utilizada pelo modelo JMarti. Trata-se de modelo obsoleto. Modelo de Noda: Modelo no domínio das fases com parâmetros dependentes da frequência solucionado utilizando transformada Z. O modelo é extremamente sensível aos parâmetros de ajuste e ao passo de tempo, frequentemente levando a resultados incoerentes. Referências • AMETANI, A., NAGAOKA, N., BABA, Y., OHNO, T. Power System Transients – Theory and Applications. CRC Press, 2014. • Alternative Transients Program (ATP) Rule Book. Leuven EMTP Center, 1992. • DE CONTI, A. Notas de aula da disciplina “Análise de Redes Elétricas no Domínio do Tempo”. Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica da UFMG (PPGEE), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), 2023. • DOMMEL, H. D. Digital computer solution of electromagnetic transients in single- and multi-phase networks. IEEE Trans. Power Apparatus and Systems, vol. PAS-88, pp. 388-399, April 1969. • DOMMEL, H. D. Nonlinear and Time-Varying Elements in Digital Simulation of Electromagnetic Transients. IEEE Transactions on Power Apparatus and Systems, vol. PAS-90, no. 6, pp. 2561-2567, Nov. 1971. • DOMMEL, H. D. EMTP Theory Book, Second Edition, 1996. • LIN, J., MARTI, J. R. Implementation of the CDA procedure in the EMTP. IEEE Transactions on Power Systems, vol. 5, no. 2, pp. 394- 402, May 1990. • MARTINEZ-VELASCO, J. A., Transient Analysis of Power Systems: Solution Techniques, Tools and Applications, John Wiley & Sons, Chichester, UK, 2015. • MORK, B. A., GONZALEZ, A., ISCHENKO, F. D., STUEHM, D. L., MITRA, J. Hybrid Transformer Model for Transient Simulation—Part I: Development and Parameters. IEEE Transactions on Power Delivery, vol. 22, no. 1, pp. 248-255, Jan. 2007. • ZANETTA Jr., L. C. Transitórios Eletromagnéticos em Sistemas de Potência. Edusp. São Paulo, 2003. • ARAÚJO, A. E. A., NEVES, W. L. A. Cálculo de Transitórios Eletromagnéticos em Sistemas de Energia. Editora UFMG. Belo Horizonte, 2005. • WATSON, N., ARILLAGA, J. Power Systems Electromagnetic Transient Simulations. IET. London, 2003. • GREENWOOD, A. Electrical Transients in Power Systems. 2nd Ed. John Willey & Sons. 1991. Slide 1: Proteção de Sistemas Elétricos Teoria e Prática Slide 2: 1. Introdução Slide 3: 1.1 Regime Permanente Senoidal Slide 4 Slide 5: 1.2 Regimes Transitórios Slide 6 Slide 7 Slide 8 Slide 9 Slide 10 Slide 11 Slide 12 Slide 13: 2 Solução Numérica de Fenômenos Transitórios Slide 14: 2.1 Integração Numérica Slide 15: 2.1.1 Método de Euler Regressivo Slide 16: 2.1.2 Método Trapezoidal Slide 17: 2.2 Modelos de Elementos Lineares de Circuitos Slide 18 Slide 19 Slide 20 Slide 21 Slide 22 Slide 23 Slide 24 Slide 25 Slide 26: 2.3 Solução Numérica de Circuitos Genéricos Slide 27 Slide 28 Slide 29: 2.4 Modelagem de Chaves Slide 30: 2.5 Problemas de Oscilação Numérica Slide 31 Slide 32 Slide 33: 2.6 Elementos Não Lineares Slide 34 Slide 35: 2.6.1 Método da Compensação Slide 36 Slide 37 Slide 38 Slide 39 Slide 40 Slide 41 Slide 42: 2.6.2 Método Linear Por Partes Slide 43 Slide 44 Slide 45 Slide 46 Slide 47 Slide 48: 3 Alternative Transients Program ATP Slide 49 Slide 50: 3.1 Cronologia Slide 51 Slide 52 Slide 53 Slide 54 Slide 55 Slide 56 Slide 57 Slide 58 Slide 59 Slide 60 Slide 61 Slide 62 Slide 63 Slide 64 Slide 65 Slide 66 Slide 67 Slide 68 Slide 69 Slide 70 Slide 71 Slide 72 Slide 73: 4 Transformadores Slide 74 Slide 75: 4.1 Modelo Ideal Slide 76 Slide 77: 4.2 Modelo Saturável Slide 78 Slide 79 Slide 80 Slide 81 Slide 82 Slide 83: 4.3 Modelo BCTRAN Slide 84 Slide 85 Slide 86 Slide 87 Slide 88: 4.4 Modelo Híbrido (XFMR) Slide 89 Slide 90 Slide 91 Slide 92 Slide 93 Slide 94 Slide 95 Slide 96 Slide 97 Slide 98 Slide 99 Slide 100 Slide 101 Slide 102 Slide 103 Slide 104 Slide 105 Slide 106 Slide 107: 5 Linhas de Transmissão Slide 108 Slide 109 Slide 110: 5.1 Equações de Linhas de Transmissão Slide 111: 5.2 Parâmetros por Unidade de Comprimento Slide 112: 5.3 Circuito Equivalente de uma Seção maiúscula Delta x Slide 113: 5.4 Solução em Regime Permanente Senoidal Slide 114 Slide 115 Slide 116 Slide 117: 5.5 Modelo Pi Equivalente Slide 118: 5.6 Modelo Pi Nominal Slide 119 Slide 120 Slide 121 Slide 122 Slide 123: 5.7 Regimes Transitórios Slide 124: 5.8 Regimes Transitórios: Linhas Sem Perdas Slide 125 Slide 126 Slide 127 Slide 128 Slide 129: 5.8 Análise de Descontinuidades Slide 130: 5.9 Coeficientes de Reflexão e Transmissão Slide 131: 5.10 Diagrama de Treliças Slide 132 Slide 133 Slide 134 Slide 135 Slide 136 Slide 137: 5.11 Método das Características Slide 138 Slide 139 Slide 140 Slide 141 Slide 142 Slide 143: 5.12 Modelos de Linha a Parâmetros Distribuídos no ATP Slide 144 Slide 145: 5.13 Modelo de Bergeron Slide 146 Slide 147 Slide 148 Slide 149 Slide 150 Slide 151 Slide 152 Slide 153: 5.14 Modelo JMarti Slide 154 Slide 155 Slide 156 Slide 157 Slide 158 Slide 159: 5.15 Outros Modelos Slide 160: Referências
Compartilhar