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Aula 08 AFRB 2009 COMERCIO INTERNACIONAL EXERCICIOS

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AULA 08- VALORAÇÃO ADUANEIRA 
Olá, amigos concurseiros! É uma grande satisfação estar aqui no dia 
de hoje trazendo uma nova aula do Curso de Comércio Internacional em 
Exercícios para vocês. Espero que estejam gostando do nosso curso e que se 
sintam à vontade para trazer dúvidas ao fórum de perguntas. 
Bom, a aula de hoje trata de um assunto de grande relevância para 
os concursos da Receita Federal do Brasil. Trata-se de um assunto que pode 
vir a ser cobrado na prova em um nível de complexidade maior do que o 
normal, tendo em vista o nível de detalhamento que possui. Por isso, desde já, 
recomendo o máximo de atenção à nossa aula, que pretende abordar cada 
ponto importante sobre a valoração aduaneira. 
A título de introdução, cumpre-nos afirmar que a valoração 
aduaneira, da forma como a estudaremos, tem suas origens no GATT/47 e 
posteriormente no Acordo sobre a Implementação do Artigo VII do GATT- o 
Acordo de Valoração Aduaneira. Realizar a valoração aduaneira significa nada 
mais nada menos do que proceder à determinação do valor aduaneiro, o qual é 
a base de cálculo do imposto de importação. 
A necessidade de regulamentar a determinação do valor aduaneiro 
veio da utilização de bases de cálculo arbitrárias e fictícias para os direitos 
aduaneiros, o que representava grave prática protecionista. 
“Como assim, Ricardo? Bases de cálculo arbitrárias ou fictícias?” 
Imagine que a legislação de um país determine que o valor 
aduaneiro será de duas vezes o valor da transação ou ainda que o valor 
aduaneiro será o previsto em uma lista de preços pré-fixada! Se o importador 
estiver comprando calçados a US$2,00 o par e nessa lista estiver previsto que 
o preço de um par de calçados é US$6,00 e esta será a base de cálculo dos 
direitos aduaneiros, temos aí uma prática protecionista arbitrária. Era isso o 
que os países faziam: determinavam bases de cálculo arbitrarias e fictícias. 
Como resposta, veio o Acordo de Valoração Aduaneira (AVA), padronizando e 
harmonizando métodos para a determinação do valor aduaneiro. 
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Na aula de hoje iremos estudar cada um dos métodos de valoração 
aduaneira previstos no AVA, os quais são: 
1) Valor de Transação 
2) Valor de Transação de Mercadorias Idênticas 
3) Valor de Transação de Mercadorias Similares 
4) Método de Revenda ou Dedutivo 
5) Método Computado 
6) Critérios Razoáveis 
Feita essa rápida introdução, iniciemos agora as nossas questões! 
Mãos à obra! 
QUESTÕES COMENTADAS 
 
1- -(AFRF-2005) - O Acordo sobre Valoração Aduaneira da OMC é um dos 
chamados acordos plurilaterais da Organização, ou seja, vincula apenas 
os países que desejarem aderir ao Acordo, situação na qual se enquadra 
o Brasil. 
Na próxima aula iremos tratar de cada um dos acordos internacionais 
realizados no âmbito da OMC. Entretanto, nesta aula iremos comentar mais 
especificamente sobre o Acordo de Valoração Aduaneira, cujo nome 
verdadeiro é “Acordo sobre a Implementação do Artigo VII do GATT”. 
“Não entendi o porquê desse nome, Ricardo!” 
Já te explico. Em 1947, quando da criação do GATT (Acordo Geral 
sobre Tarifas e Comércio), os países decidiram instituir uma regra que 
impedisse a utilização de bases de cálculo arbitrárias e fictícias para a 
determinação da base de cálculo dos direitos aduaneiros. Eles o fizeram 
através de regra insculpida no Artigo VII do GATT! 
Artigo VII – Valor para fins alfandegários 
2.(a) O valor para fins alfandegários das mercadorias importadas 
deverá ser estabelecido sobre o valor real da mercadoria 
importada à qual se aplica o direito ou de uma mercadoria 
similar, e não sobre o valor do produto de origem nacional ou 
sobre valores arbitrários ou fictícios. 
(b) O "valor real" deverá ser o preço ao qual, em tempo e lugar 
determinados pela legislação do país importador, as mercadorias 
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importadas ou as mercadorias similares são vendidas ou oferecidas à 
venda por ocasião das operações comerciais normais efetuadas nas 
condições de plena concorrência. Essas mercadorias ou mercadorias 
similares são vendidas ou oferecidas à venda em condições de plena 
concorrência e através de operações comerciais normais, na medida 
em que o preço dessas mercadorias ou de mercadorias similares 
dependa da quantidade sobre a qual recai uma transação 
determinada. O preço considerado deverá guardar relação na 
conformidade da escolha efetuada em definitivo pelo país importador, 
quer com quantidades comparáveis, quer com quantidades fixadas de 
forma não menos favorável ao importador do que se fosse tomado o 
maior volume dessas mercadorias que efetivamente tenha dado 
ensejo a transações comerciais entre o país exportador e o país 
importador. 
 
]Perceberam como o Artigo VII tentou impedir a utilização de bases 
de cálculo arbitrárias ou fictícias na valoração aduaneira? Pois é, no entanto, 
seu objetivo não foi totalmente atingido, já que havia necessidade de 
regulamentar o que seria o “valor real” de uma mercadoria. Da maneira como 
estava prevista no GATT, a regra dava margem para inúmeras interpretações 
por parte dos países, de forma que não havia uniformidade de procedimentos 
em termos de valoração aduaneira. 
O problema somente foi resolvido em 1979, com a implementação do 
Acordo de Valoração Aduaneira, que se trata de um acordo multilateral da 
OMC, ou seja, um acordo do qual fazem parte todos os países integrantes 
da OMC. O erro da questão está justamente em afirmar que o AVA é um 
acordo plurilateral. 
Continuando nossos comentários sobre o Acordo de Valoração 
Aduaneira, é importante que tenhamos uma noção geral sobre os seus 
princípios gerais, quais sejam: 
- Princípio da Uniformidade: Os critérios de apuração do valor 
aduaneiro devem ser uniformes em todos os signatários do acordo, ou seja, 
qualquer país deverá utilizar-se dos mesmos critérios. Conforme vimos 
anteriormente, antes da criação do AVA, cada país adotava critérios que 
julgasse mais conveniente. 
- Princípio da Precisão: A determinação do valor aduaneiro passa 
pela utilização de métodos objetivos, que deverão chegar a um único valor 
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aduaneiro possível. Não há discricionariedade das autoridades aduaneiras na 
determinação do valor aduaneiro, mas sim uma estrita observância aos 
métodos previstos. 
- Princípio da Equidade: O valor aduaneiro deve ser determinado 
sobre bases justas. 
- Princípio da Neutralidade: O Acordo de Valoração Aduaneira 
somente deve ser aplicado para fins aduaneiros. 
- Princípio da Simplicidade: Os métodos de valoração aduaneira 
devem ser o mais simples possível, já que os importadores devem saber fazer 
a sua correta declaração. Afinal de contas, quem é que preenche a Declaração 
de Importação? 
- Princípio da Harmonia com as práticas comerciais: As 
negociações entre as partes em uma operação comercial não devem ser 
influenciadas pelas autoridades aduaneiras. Os preços em uma negociação 
devem ser livremente convencionados pelas partes, não sendo autorizada a 
determinação de um valor mínimo pelas autoridades aduaneiras. A Aduana 
fiscalizará, no entanto, a licitude das práticas comerciais. 
- Princípio da não-distinção entre as fontes de suprimento: Os 
métodos de valoração aduaneira são aplicados de forma idêntica em relação a 
qualquer país exportador. 
 
Gabarito: ERRADO. 
 
2-(AFRF-2005) - Caso não seja possível a determinação do valor 
aduaneiro pelo método do valor de transação, a autoridadeaduaneira está 
autorizada a, em seguida, definir o valor aduaneiro do bem tendo como 
parâmetro o preço do produto similar no mercado doméstico. 
Vamos agora adentrar no cerne do Acordo de Valoração Aduaneira, 
que é a parte que mais nos interessa para fins de prova. Como determinar o 
valor aduaneiro? Quais os métodos a serem utilizados? 
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Segundo o Acordo de Valoração Aduaneira, o valor aduaneiro de 
uma mercadoria importada será o valor da transação, o qual representa o 
valor efetivamente pago ou a pagar por esta. Esse é o 1º método, também 
chamado de método do valor de transação, o qual representa verdadeiro 
princípio do AVA. 
1. O valor aduaneiro de mercadorias importadas será o valor de 
transação, isto é, o preço efetivamente pago ou a pagar pelas 
mercadorias, em uma venda para exportação para o país de 
importação, ajustado de acordo com as disposições do Artigo 8, 
desde que: 
a) não haja restrições à cessão ou à utilização das mercadorias pelo 
comprador, ressalvadas as que: 
(i) sejam impostas ou exigidas por lei ou pela administração 
pública do país de importação; 
(ii) limitem a área geográfica na qual as mercadorias podem ser 
revendidas; ou 
(iii) não afetem substancialmente o valor das mercadorias; 
(b) a venda ou o preço não estejam sujeitos a alguma condição ou 
contraprestação para a qual não se possa determinar um valor em 
relação às mercadorias objeto de valoração; 
(c) nenhuma parcela do resultado de qualquer revenda, cessão ou 
utilização subseqüente das mercadorias pelo comprador beneficie 
direta ou indiretamente o vendedor, a menos que um ajuste 
adequado possa ser feito, de conformidade com as disposições do 
Artigo 8; e 
(d) não haja vinculação entre o comprador e o vendedor ou, se 
houver, que o valor de transação seja aceitável para fins aduaneiros, 
conforme as disposições do parágrafo 2 deste Artigo. 
 
Pessoal, agora peço que voltem o máximo de atenção para o que 
vou dizer agora! A regra geral é, segundo o 1º método, que o valor aduaneiro 
seja o valor de transação. No entanto, existem situações em que não será 
utilizado o 1º método. Vejamos as demais disposições do art 1º do AVA! 
1- O valor aduaneiro de uma mercadoria será o valor de 
transação, isto é, o valor efetivamente pago ou a pagar pelas 
mercadorias, desde que não haja restrições à cessão ou utilização das 
mercadorias pelo comprador. (REGRA GERAL). 
“Não entendi Ricardo! Me explica isso direito!” 
É o seguinte: suponha que o exportador estrangeiro venda a 
mercadoria ao importador brasileiro, mas determine que só o fará mediante 
uma condição. Por exemplo: “só te vendo essa mercadoria se você não 
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revendê-la para tal pessoa”. Essa é uma restrição imposta pelo vendedor que 
nos permite supor que o preço que o comprador está pagando pela mercadoria 
é menor do que o seu valor correto, já que ela ainda está sujeita a restrição. 
Nessa situação não poderemos utilizar o valor de transação como valor 
aduaneiro. 
No entanto, algumas restrições são permitidas para fins de 
utilização do método do valor de transação: 
- Restrições impostas ou exigidas por lei ou pela administração 
pública do país de importação: vejam que esse tipo de restrição não é 
imposto pelo comprador, mas pelas autoridades governamentais. 
- Limitem a área geográfica na qual as mercadorias podem ser 
vendidas: o vendedor poderá determinar que o comprador somente possa 
vender as mercadorias em determinada área geográfica. Por que se permite 
essa restrição? Simples, porque se trata de uma prática de gestão empresarial 
levada a cabo por certas empresas no intuito de organizar melhor a revenda de 
suas mercadorias, através de representantes comerciais com esfera de 
atuação delimitada. 
- Restrições que não afetem substancialmente o valor das 
mercadorias: pode haver restrições impostas pelo vendedor, desde que essas 
não afetem substancialmente o preço das mercadorias. 
2- O valor aduaneiro de uma mercadoria será o valor de 
transação, isto é, o valor efetivamente pago ou a pagar pelas 
mercadorias, desde que a venda ou o preço não estejam sujeitos a 
alguma condição ou contraprestação para a qual não se possa determinar 
um valor em relação às mercadorias objeto da valoração. 
Se, por exemplo, o vendedor diz para o comprador que irá vender a 
ele determinada mercadoria por um preço de US$10,00/kg somente se ele 
arcar com os custos de uma campanha publicitária em seu país. Será que 
nessa situação o valor real de transação é US$10,00/kg ou muito mais? Com 
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certeza o valor real de transação é maior e o preço praticado só está sendo 
US$10,00 devido à condição imposta. Concordam comigo? 
Pois bem, se for possível determinar essa contraprestação, o valor 
aduaneiro ainda será o valor de transação. No entanto, caso não seja possível 
determiná-la, o valor aduaneiro não será o valor de transação. Entendido isso? 
3- O valor aduaneiro de uma mercadoria será o valor de 
transação, isto é, o valor efetivamente pago ou a pagar pelas 
mercadorias, desde que nenhuma parcela do resultado de qualquer 
revenda, cessão ou utilização subseqüente das mercadorias pelo 
comprador beneficie direta ou indiretamente o vendedor, a menos que um 
ajuste possa ser feito, de conformidade com as disposições do art. 8º. 
Imagine que o vendedor forneça determinada mercadoria ao 
comprador a U$6,00/unidade, mas que estabeleça que para cada mercadoria 
revendida deverá a ele ser repassado o valor de US$1,00. Mais uma vez eu te 
pergunto: será que US$6,00 é o valor real da transação? Com certeza não, 
este somente é o valor do contrato devido à contraprestação estabelecida – 
parcela da revenda. 
Nessa situação, em que uma parcela da revenda é repassada ao 
vendedor, o valor de transação não poderá ser utilizado como valor aduaneiro, 
a menos que possa se proceder a um ajuste. 
4- O valor aduaneiro de uma mercadoria será o valor de 
transação, isto é, o valor efetivamente pago ou a pagar pelas 
mercadorias, desde que não haja vinculação entre o comprador e o 
vendedor e se houver, que o valor de transação seja aceitável para fins 
aduaneiros. 
A regra geral é que se vendedor e comprador forem partes 
vinculadas, não poderá ser utilizado o método do valor de transação. A 
vinculação ocorre quando vendedor e comprador forem ligados por motivos 
comerciais ou mesmo pessoais. Ex: empresas associadas, controladora e 
controlada, laços familiares... 
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A exceção a essa regra nos diz, entretanto, que ainda que haja 
vinculação entre vendedor e comprador, será utilizado o método do valor de 
transação, desde que o valor seja aceitável para fins aduaneiros. 
Pessoal, passamos pelo mais difícil! Agora vamos aos demais 
métodos! 
O 2º método é o do valor de transação de mercadorias idênticas. 
Na impossibilidade de utilização do 1º método, deve-se utilizar esse 2º método 
e assim sucessivamente, conforme estabelece o art 2º do Acordo de Valoração 
Aduaneira. 
Artigo 2 
1. (a) Se o valor aduaneiro das mercadorias importadas não 
puder ser determinado segundo as disposições do Artigo 1, será 
ele o valor de transação de mercadorias idênticas vendidas para 
exportação para o mesmo país de importação e exportadas ao 
mesmo tempo que as mercadorias objeto de valoração, ou em 
tempo aproximado; 
(b) Na aplicação deste Artigo será utilizado, para estabelecer o valor 
aduaneiro, o valor de transação de mercadorias idênticas, numa 
vendano mesmo nível comercial e substancialmente na mesma 
quantidade das mercadorias objeto de valoração. Inexistindo tal 
venda, será utilizado o valor de transação de mercadorias idênticas 
vendidas em um nível comercial diferente e/ou em quantidade 
diferente, ajustado para se levar em conta diferenças atribuíveis aos 
níveis comerciais e/ou às quantidades diferentes, desde que tais 
ajustes possam ser efetuados com base em evidência comprovada 
que claramente demonstre que os ajustes são razoáveis e exatos, 
quer conduzam a um aumento quer a uma diminuição no valor. 
2. Quando os custos e encargos referidos no parágrafo 2 do Artigo 8 
estiverem incluídos no valor de transação, este valor deverá ser 
ajustado para se levar em conta diferenças significativas de tais 
custos e encargos entre as mercadorias importadas e as idênticas às 
importadas, resultantes de diferenças nas distâncias e nos meios de 
transporte. 
3. Se, na aplicação deste Artigo, for encontrado mais de um valor de 
transação de mercadorias idênticas, o mais baixo deles será o 
utilizado na determinação do valor aduaneiro das mercadorias 
importadas. 
 
Conforme se observa da letra do AVA, será utilizado o valor de 
transação levando-se em consideração as operações de comércio exterior 
realizadas ao mesmo tempo ou aproximadamente ao mesmo tempo, o que na 
prática corresponde a um prazo de cerca de três meses. 
“Mas Ricardo, o que se entende por mercadorias idênticas?” 
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Mercadorias idênticas são mercadorias iguais em tudo, inclusive nas 
características físicas, qualidade e reputação comercial. Pequenas diferenças 
na aparência não impedirão que sejam consideradas idênticas mercadorias 
que em tudo o mais se enquadram na definição. 
O 3º método, utilizado quando não se possa utilizar o 2º método, 
corresponde ao valor de transação de mercadorias similares. Mais uma vez 
deverão ser levadas em consideração mercadorias importadas ao mesmo 
tempo ou aproximadamente ao mesmo tempo. Entende-se por mercadorias 
similares as que, embora não se assemelhem em todos os aspectos, têm 
características e composição material semelhantes, o que lhes permite cumprir 
as mesmas funções e serem permutáveis comercialmente. 
Artigo 3 
1. (a) Se o valor aduaneiro das mercadorias importadas não puder 
ser determinado segundo as disposições dos Artigos 1 e 2, será ele o 
valor de transação de mercadorias similares vendidas para 
exportação para o mesmo país de importação e exportadas ao 
mesmo tempo que as mercadorias objeto de valoração, ou em tempo 
aproximado. 
 
O 4º método é o método de revenda ou dedutivo, devendo ser 
utilizado quando não foi possível a utilização do 1º, 2º e 3º métodos. Esse 
método baseia-se em partir do valor de revenda dessa mercadoria no território 
nacional e fazer deduções deste valor. 
“Não entendi, Ricardo!” 
Tudo bem, imagine então que a revenda do bem no mercado interno 
será de R$2.500,00. Partimos desse valor e vamos fazendo deduções 
referentes a : 
a) Comissões pagas: R$100,00 
b) Lucro normal e despesas gerais: R$300,00. 
c)Tributos incidentes na importação e comercialização do bem: 
R$300,00 
d) Seguro e frete incorridos no país de importação: R$200,00 
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Feitas todas essas deduções, chegamos ao valor de R$1.600,00, o 
qual corresponde ao valor aduaneiro, apurado pelo 4º método – método da 
revenda ou dedutivo. 
O 5º método é o método computado, que representa o inverso do 
método anterior. Vejamos o que o Acordo de Valoração Aduaneira nos traz 
sobre esse método: 
1. O valor aduaneiro das mercadorias importadas, determinado 
segundo as disposições deste artigo, basear-se-á num valor 
computado. O valor computado será igual à soma de: 
(a) o custo ou o valor dos materiais e da fabricação ou 
processamento, empregados na produção das mercadorias 
importadas; 
(b) um montante para lucros e despesas gerais, igual àquele 
usualmente encontrado em vendas de mercadorias da mesma classe 
ou espécie que as mercadorias objeto de valoração, vendas estas 
para exportação, efetuados por produtores no país de exportação, 
para o país de importação; 
(c) o custo ou o valor de todas as demais despesas necessárias 
para aplicar a opção de valoração escolhida pela Parte, de acordo 
com o parágrafo 2 do Artigo 8. 
2. Nenhum Membro poderá exigir ou obrigar qualquer pessoa não 
residente em seu próprio território a exibir para exame, ou a permitir o 
acesso a, qualquer conta ou registro contábil, para a determinação de 
um valor computado. Todavia, as informações fornecidas pelo 
produtor das mercadorias com o objetivo de determinar o valor 
aduaneiro de acordo com as disposições deste artigo, poderão ser 
verificadas em outro país, pelas autoridades do país de importação, 
com a anuência do produtor e desde que tais autoridades notifiquem 
com suficiente antecedência o governo do país em questão e que 
este não se oponha à investigação. 
 
Através do método computado, busca-se chegar ao valor aduaneiro 
através da apuração do custo de produção somado a um valor normal a título 
de lucros e despesas gerais. Ocorre que para a determinação do custo de 
produção é necessário que a RFB possa ter acesso à contabilidade do produtor 
estrangeiro. E aí surge um problema! A RFB não pode exigir ou obrigar o 
produtor estrangeiro a apresentar tal documentação, donde se infere que esse 
método somente poderá ser utilizado se os registros contábeis forem 
voluntariamente fornecidos, desde que o governo do país exportador não se 
oponha à investigação. 
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Importante aqui dizermos que o 4º e o 5º método poderão ter sua 
ordem invertida, caso haja concordância da autoridade aduaneira. 
Finalmente chegamos agora ao 6º método, conhecido por método 
dos critérios razoáveis. Através desse método, são permitidas adaptações 
aos demais métodos, desde que sejam utilizados critérios razoáveis. Um 
exemplo de aplicação de um critério razoável seria em relação ao 2º e 3º 
métodos. Como vimos anteriormente, no 2º método usa-se como base o valor 
de mercadorias idênticas importadas ao mesmo tempo ou aproximadamente ao 
mesmo tempo, o que na prática se refere a um período de três meses. Um 
critério razoável seria prolongar esse período para, por exemplo, 6 meses. O 
mesmo poderíamos fazer com o 3º método! 
Depois dessa explicação toda, acho que fica fácil perceber o erro da 
questão, que afirma que na impossibilidade de aplicação do valor de transação 
seria aplicado como valor aduaneiro o preço de mercadoria similar. Bom, o 
correto seria dizer que na impossibilidade de aplicação do valor de transação 
seria utilizado o método do valor de mercadorias idênticas e não de 
mercadorias similares. Entendido isso? É importante que você tenha em mente 
que os métodos devem ser aplicados sucessivamente um após o outro. Então, 
se não foi possível aplicar o 1º método, usa-se o 2º; se não foi possível aplicar 
o 2º método, aplica-se o 3º; e assim sucessivamente. A exceção é a 
possibilidade de inversão do 4º e 5º métodos. 
Gabarito: ERRADO. 
 
3-(AFRF-2005) Não integram o valor aduaneiro do bem os gastos relativos 
a carga, descarga e manuseio, associados ao transporte da mercadoria 
importada até o ponto onde devam ser cumpridas as formalidades de 
entrada no território aduaneiro. 
Pessoal, vamos agora a mais um assunto sensível dentro da matéria 
de valoração aduaneira. Por isso, peço novamente o máximo da sua atenção! 
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Quando utilizamos o 1ºmétodo – valor de transação -, há situações 
em que devemos proceder a ajustes, os quais estão discriminados no art 8º do 
Acordo de Valoração Aduaneira. Vamos, antes dos comentários, transcrever o 
referido dispositivo legal: 
Art 8º... 
1. Na determinação do valor aduaneiro, segundo as disposições do 
Artigo 1, deverão ser acrescentados ao preço efetivamente pago ou a 
pagar pelas mercadorias importadas: 
(a) os seguintes elementos, na medida em que sejam suportados 
pelo comprador mas não estejam incluídos no preço 
efetivamente pago ou a pagar pelas mercadorias: 
(i) comissões e corretagens, excetuadas as comissões de compra; 
(ii) o custo de embalagens e recipientes considerados, para fins 
aduaneiros, como formando um todo com as mercadorias em 
questão; 
(iii) o custo de embalar, compreendendo os gastos com mão-de-obra 
e com materiais; 
(b) - o valor, devidamente atribuído, dos seguintes bens e 
serviços, desde que fornecidos direta ou indiretamente pelo 
comprador, gratuitamente ou a preços reduzidos, para serem 
utilizados na produção e na venda para exportação das 
mercadorias importadas, e na medida em que tal valor não tiver 
sido incluído no preço efetivamente pago ou a pagar: 
(i) materiais, componentes, partes e elementos semelhantes, 
incorporados às mercadorias importadas; 
(ii) ferramentas, matrizes, moldes e elementos semelhantes, 
empregados na produção das mercadorias importadas; 
(iii) materiais consumidos na produção das mercadorias importadas; 
(iv) projetos de engenharia, pesquisa e desenvolvimento, trabalhos de 
arte e de "design", e planos e esboços, necessários à produção das 
mercadorias importadas e realizados fora do país de importação; 
(c) royalties e direitos de licença relacionados com as 
mercadorias objeto de valoração, que o comprador deva pagar, 
direta ou indiretamente, como condição de venda dessas 
mercadorias, na medida em que tais royalties e direitos de 
licença não estejam incluídos no preço efetivamente pago ou a 
pagar; 
d) o valor de qualquer parcela do resultado de qualquer revenda, 
cessão ou utilização subseqüente das mercadorias importadas, 
que reverta direta ou indiretamente ao vendedor. 
 
Cada uma das alíneas do parágrafo 1º do art 8º do Acordo de 
Valoração Aduaneira diz respeito a uma situação diferente. Vamos ao exame 
de cada uma individualmente: 
a) As parcelas discriminadas na alínea a) devem ser 
acrescentadas ao preço efetivamente pago ou a pagar, desde que 
suportadas pelo comprador, mas não estejam incluídas neste preço. 
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Normalmente as parcelas discriminadas na alínea a já estão embutidas no 
valor do produto – custo de embalagem, custo de embalar e comissões de 
venda. Entretanto, se esses valores estiverem discriminados em uma fatura 
comercial, separadamente ao valor da mercadoria, deverão ser acrescentados 
ao valor efetivamente pago ou a pagar. Bastante atenção quanto a isso em 
questões de concursos. Um detalhe que você não pode esquecer é o seguinte: 
as comissões de venda integram o valor aduaneiro, já as comissões de compra 
não o integram. 
b) O valor dos bens discriminadas na alínea b) devem ser 
acrescentadas ao preço efetivamente pago ou a pagar desde que 
fornecidos direta ou indiretamente pelo comprador, gratuitamente ou a 
preços reduzidos, para serem utilizados na produção e na venda para 
exportação das mercadorias importadas, e na medida em que tal valor 
não tiver sido incluído no preço efetivamente pago ou a pagar. Imagine por 
exemplo que uma empresa brasileira forneça gratuitamente a uma empresa 
estrangeira matérias primas para a fabricação de uma determinada mercadoria. 
Seria um contrato do tipo “pode deixar que eu produzo, mas você me fornece o 
material”. Vamos supor que as matérias-primas enviadas somem um total de 
R$15.000,00. Na importação do produto esses R$15.000,00 deverão ser 
acrescentados ao valor da transação discriminado na fatura. 
c) O valor dos royalties e direitos de licença relacionados deverá 
ser acrescentado ao valor efetivamente pago ou a pagar. Esses valores 
deverão ser acrescentados tendo em vista que são suportados pelo importador. 
d) O valor de qualquer parcela do resultado de qualquer 
revenda, cessão ou utilização subseqüente das mercadorias importadas, 
que reverta direta ou indiretamente ao vendedor deverá ser acrescentado 
ao valor efetivamente pago ou a pagar. Lembram quando falamos que não 
seria possível utilizar o valor de transação caso houvesse parcela da revenda 
que revertesse ao vendedor, a menos que pudesse ser feito um ajuste? Pois é, 
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se essa parcela da revenda que reverte ao vendedor puder ser determinada, 
ela será acrescentada ao valor efetivamente pago ou a pagar. 
Até aqui entenderam tudo? Que ótimo! No entanto, ainda falta 
comentarmos sobre algumas parcelas importantes que integram o valor 
aduaneiro. Inclusive a questão que ora comentamos trata delas! Vejamos o que 
estabelece o art 77 do Decreto nº 6759/2009 – Regulamento Aduaneiro: 
Art. 77. Integram o valor aduaneiro, independentemente do método 
de valoração utilizado: 
I - o custo de transporte da mercadoria importada até o porto ou o 
aeroporto alfandegado de descarga ou o ponto de fronteira 
alfandegado onde devam ser cumpridas as formalidades de entrada 
no território aduaneiro; 
II - os gastos relativos à carga, à descarga e ao manuseio, 
associados ao transporte da mercadoria importada, até a chegada 
aos locais referidos no inciso I; e 
III - o custo do seguro da mercadoria durante as operações referidas 
nos incisos I e II. 
 
 
Resumindo o que nos diz o art.77 do Regulamento Aduaneiro, 
podemos dizer que o valor do frete e seguro internacionais e os gastos 
relativos à carga, descarga e manuseio até a chegada da mercadoria em 
território nacional integram o valor aduaneiro. Por essa afirmação podemos 
perceber o porquê da questão estar errada. Alguma dúvida? 
Amigos, podem ter certeza de uma coisa: esta é a parte mais difícil 
da nossa matéria, de forma que se você entendeu até aqui, então posso dizer 
que você está muito bem! Mais à frente vamos ver como esses ajustes poderão 
ser cobrados em prova! 
Gabarito: ERRADO. 
 
4-(AFRF-2005) - A autoridade aduaneira no Brasil deve respeitar a 
seqüência de métodos de valoração aduaneira prevista no Acordo sobre 
Valoração Aduaneira da OMC. Contudo, caso haja a aquiescência da 
autoridade aduaneira, o importador pode optar pela aplicação do método 
do valor computado antes do método dedutivo. 
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Perfeita a assertiva! A autoridade aduaneira deverá respeitar a 
seqüência de métodos de valoração aduaneira previstos no AVA. Entretanto, 
existe a possibilidade de que, com a aquiesciência (sinônimo de autorização) 
da autoridade aduaneira, seja procedida à inversão do 4º e 5º métodos – valor 
dedutivo e valor computado. 
“Mas Ricardo, por que se permite essa inversão dos métodos?” 
Bom, caro amigo, isso pode ocorrer pelo fato de que, em um caso in 
concretu, poderá ser mais fácil aplicar o 5º método do que o 4º método. Assim, 
o importador irá fazer tal solicitação à autoridade aduaneira, a qual concordará 
ou não com o pleito. Mais uma vez repetindo: a inversão do método dedutivo e 
do método computado somente poderá ser realizada com a autorização da 
RFB. 
Gabarito: CERTO. 
 
5-(AFRF-2005) - Não integra o valor aduaneiro da mercadoria o custo de 
transporte do bem importado até o porto ou o aeroporto alfandegado de 
descarga ou o ponto de fronteira alfandegado onde devam ser cumpridas 
as formalidades de entrada no território aduaneiro. 
De acordo com oart 77 do Decreto nº 6759/2009 – Regulamento 
Aduaneiro, integram o valor aduaneiro da mercadoria o custo de transporte e 
seguro do bem importado até o porto ou aeroporto alfandegado de descarga ou 
o ponto de fronteira alfandegado onde devam ser cumpridas as formalidades 
de entrada no território aduaneiro. Aqui um detalhe interessante que merece a 
nossa atenção! Ao contrário do frete e seguro internacionais, o frete e seguro 
no país de importação não integram o valor aduaneiro. 
“Ricardo, e o frete no país de exportação?” 
Ótima pergunta! O frete e o seguro no país de exportação também 
integram o valor aduaneiro. Basta darmos uma olhada na letra do art 77 do 
Regulamento Aduaneiro, que estabelece que integra o valor aduaneiro o valor 
do frete e seguro até o ponto em que descarregada no território aduaneiro 
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nacional. Ou seja: estão inclusos aí o frete e seguro no país de exportação e o 
frete e seguro internacionais, estando excluídos o frete e seguro no país de 
importação. Entendido isso, companheiros? 
Gabarito: ERRADO. 
 
6- (ACE-2008) - Para fins de valoração aduaneira, no método do valor 
dedutivo, deve-se subtrair do preço associado à maior quantidade 
agregada (greatest aggregate quantity) as despesas com embalagem, 
transportes e seguros, bem como aquelas referentes aos gastos com 
comissões sobre as vendas, acordadas entre as partes. 
No método do valor dedutivo devemos partir do valor de revenda 
(greatest aggregate quantity) deduzindo os valores relativos a: 
- comissões sobre as vendas acordadas entre as partes; 
- despesas com transportes e seguros; 
- direitos aduaneiros; 
- lucro normal e despesas gerais. 
Vejam, caros amigos, que não há nenhuma disposição que se refira 
a despesas com embalagem, motivo pelo qual a questão está errada. 
Gabarito: ERRADO 
 
7-(TRF-2006) - Compete ao importador escolher o método de definição do 
valor aduaneiro aplicável à sua operação, entre os previstos no Acordo 
sobre Valoração Aduaneira da Organização Mundial do Comércio (OMC) e 
na legislação brasileira. 
O importador, ao contrário do que afirma a questão, não pode 
escolher a seu bel prazer qual o método de valoração aduaneira irá aplicar. Ao 
contrário, ele deverá utilizar os métodos de valoração aduaneira na ordem em 
que previstos no Acordo de Valoração Aduaneira. 
A princípio, ele deverá utilizar-se do 1º método. Somente na 
impossibilidade de utilizá-lo, ele deverá utilizar o 2º método, e assim 
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sucessivamente. Lembramos mais uma vez que o 4º e o 5º método poderão ter 
sua ordem invertida, desde que o importador solicite à autoridade aduaneira e 
esta concorde com o pleito. 
Gabarito: ERRADO 
 
8-(TRF-2006) - Mesmo que a mercadoria a ser importada tenha seu valor 
comercial reduzido em função de dano ou acidente, não poderá haver 
redução no valor aduaneiro a ser definido para fins de cálculo dos 
tributos aplicáveis. 
Pessoal, o valor aduaneiro independe do fato de ter ou não ocorrido 
alguma avaria com a mercadoria! 
Gabarito: CERTO. 
 
9-(TRF-2006) - O valor aduaneiro de bens importados deve ser o valor de 
transação, isto é, o preço de comercialização de bem idêntico no mercado 
interno. 
O examinador fez uma mistureba danada nesta questão, tentando 
confundir o concurseiro. Na verdade, pelo primeiro método, o valor aduaneiro 
de um bem importado deve ser o valor de transação, isto é, o valor 
efetivamente pago ou a pagar, ajustado de acordo com as disposições do art. 
8º do AVA. 
No que diz respeito ao 2º método, o valor aduaneiro será, segundo 
suas disposições, o valor de transação de mercadorias idênticas vendidas 
para exportação para o mesmo país de importação e exportadas ao 
mesmo tempo que as mercadorias objeto de valoração ou em tempo 
aproximado. 
Gabarito: ERRADO. 
 
10-(TRF-2006) - Caso não seja possível a determinação do valor aduaneiro 
do bem pelo seu valor de transação, a autoridade aduaneira está 
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autorizada a, em seguida, definir o valor aduaneiro a partir do método da 
construção de preço. 
O método da construção de preço é o mesmo que método do valor 
computado, que consiste no 5º método de valoração aduaneira. Ele só será 
utilizado após o 4º método ou após o 3º, quando haja inversão de ordem entre 
ele e o 4º método. 
Caso não seja possível a determinação do valor aduaneiro do bem 
pelo seu valor de transação (1º método), deverá ser utilizado o valor de 
transação de mercadorias idênticas (2º método). 
Gabarito: ERRADO. 
 
11- (AFRF- 2002.2)O tratamento fiscal aplicável na valoração aduaneira 
das mercadorias objeto de dumping: 
a) assemelhando-se a uma importação de mercadorias a um preço inferior 
aos preços correntes de mercado para mercadorias idênticas, é o da 
rejeição pelo Fisco do valor declarado. 
b) é o mesmo reservado às mercadorias importadas a um preço inferior 
aos preços correntes de mercado para mercadorias idênticas, ou seja, o 
valor declarado deve ser admitido pelo Fisco, sem prejuízo de seu direito 
à confirmação do valor de transação. 
c) consiste em acrescer ao valor de transação a parcela correspondente à 
margem de dumping necessária a tornar o valor de transação igual ao do 
preço corrente de mercado para mercadorias idênticas. 
d) é o mesmo reservado às mercadorias objeto de subfaturamento, ou 
seja, a diferença entre o preço corrente de mercado para mercadorias 
idênticas e o valor de transação deverá ser tributado à alíquota fixada na 
Tarifa Externa Comum, com aplicação das multas fiscais e 
administrativas previstas nos artigos 524 e 526, III do Regulamento 
Aduaneiro. 
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e) visto tratar-se o dumping de uma prática desleal no comércio exterior, 
consiste na rejeição do valor declarado, selecionando-se a mercadoria 
para o canal cinza de conferência aduaneira e aplicando-se à mercadoria 
um valor baseado no preço das mercadorias vendidas para exportação 
para um terceiro país. 
Muito interessante essa questão! Quando uma mercadoria 
importada está sujeita a dumping, ela será tributada normalmente pelo imposto 
de importação e ainda incidirá sobre o valor CIF da mercadoria o direito 
antidumping. 
Mas qual será a base de cálculo do I.I? Será, assim como outra 
mercadoria qualquer, o valor aduaneiro apurada segundo o AVA. A RFB tem, 
no entanto, a prerrogativa de confirmar o valor da transação. 
“Como assim, Ricardo? Não entendi!” 
Na aula anterior nós vimos que a alíquota antidumping corrige o 
preço de exportação para que ele chegue ao valor normal, concordam? Se o 
preço de exportação apurado na investigação foi de US$4,00 e o valor normal 
US$6,00, o direito antidumping que corrigirá o preço de exportação para que 
ele atinja o valor normal é de 50%. Agora me respondam uma coisa: se o 
direito antidumping aplicado após uma investigação for de 50% e numa 
determinada operação a mercadoria estiver sendo importada a US$2,00, o 
direito antidumping será suficiente para corrigir o preço de exportação? 
Com certeza não! Nessa situação temos uma operação que suscita 
dúvidas quanto à veracidade das informações prestadas pelo importador, já 
que contrária às práticas internacionais de comércio. Poderá a autoridade 
aduaneira, diante disso, decidir, com base em parecer fundamentado, pela 
impossibilidade de aplicação do método do valor de transação. O Regulamento 
Aduaneiro, em seu art. 82, dispõe sobre o assunto da seguinte maneira: 
Art. 82. A autoridade aduaneira poderá decidir, com baseem parecer 
fundamentado, pela impossibilidade da aplicação do método do valor 
de transação quando: 
I - houver motivos para duvidar da veracidade ou exatidão dos 
dados ou documentos apresentados como prova de uma 
declaração de valor; e 
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II - as explicações, documentos ou provas complementares 
apresentados pelo importador, para justificar o valor declarado, 
não forem suficientes para esclarecer a dúvida existente. 
Parágrafo único. Nos casos previstos no caput, a autoridade 
aduaneira poderá solicitar informações à administração aduaneira do 
país exportador, inclusive o fornecimento do valor declarado na 
exportação da mercadoria. 
 
Gabarito: Letra B 
 
12- (AFRF-2002.2) - Conforme estabelecido no Acordo de Valoração 
Aduaneira existem 6 (seis) métodos de Valoração Aduaneira nele 
descritos articuladamente, para as mercadorias importadas que devem 
ser aplicados: 
a) sucessiva e seqüencialmente até chegar ao primeiro na seqüência que 
permita determinar tal valor independentemente de o importador solicitar 
a inversão da ordem dos 4º e 5º métodos. 
b) em sua totalidade, elegendo a autoridade fiscal aquele cujo valor 
aduaneiro se revele mais elevado tendo em vista a função protecionista 
do imposto de importação. 
c) sucessivamente, porém, não pela ordem, iniciando-se por quaisquer 
deles, até chegar ao primeiro que permita determinar tal valor, tendo em 
vista o poder discricionário da autoridade fiscal. 
d) sucessiva e seqüencialmente, até chegar ao terceiro método, e assim 
prosseguir com os seguintes, salvo se o importador solicitar a inversão 
da ordem dos métodos 4º e 5º, independentemente da viabilidade da 
aplicação do 5º método. 
e) sucessiva e seqüencialmente, até chegar ao terceiro método, e assim 
prosseguir com os seguintes, salvo se o importador solicitar a inversão 
da ordem dos métodos quarto e quinto, desde que seja possível a 
aplicação do quinto método na seqüência solicitada. 
Questão bem tranqüila! Bastava que o concurseiro soubesse que os 
métodos de valoração aduaneira devem ser aplicados um em seguida do outro 
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e que existe a possibilidade de inversão do 4º e 5º métodos, desde que haja a 
aquiescência da autoridade aduaneira. 
Gabarito: Letra E 
 
13- (AFRF 2002.1) - O Acordo sobre a Implementação do Artigo VII do 
Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio-1994 prevê Métodos Valorativos, a 
serem aplicados seqüencialmente, isto é, se o problema valorativo não se 
equacionar pelo Método Primeiro aplicar-se-á o Método Segundo, e assim 
sucessivamente. Estão previstos: 
a) Dois métodos 
b) Três métodos 
c) Quatro métodos 
d) Cinco métodos 
e) Seis métodos 
“Fala sério, Ricardo! Essa eu acerto com os pés nas costas!” 
Gabarito: Letra E 
 
14- (AFRF 2002.1) - O Acordo sobre a Implementação do Artigo VII do 
Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio-1994 estabelece no seu Artigo 1, 
parágrafo 1, que "O valor aduaneiro de mercadorias importadas será o 
valor de transação, isto é, o preço pago ou a pagar pelas mercadorias, em 
uma venda para exportação para o país de importação, ajustado de 
acordo com as disposições do Artigo 8, desde que ...". Com base nessa 
definição, assinale a opção correta. 
a) A base de cálculo tributária do Imposto de Importação - II (valor 
aduaneiro) é obtida pelo valor de transação ajustado segundo o Artigo 8 
do Acordo. 
b) A base de cálculo tributária do Imposto de Importação - II (valor 
aduaneiro) é obtida pelo somatório do preço efetivamente pago ou a 
pagar mais o valor de transação ajustado segundo o Artigo 8 do Acordo. 
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c) A base de cálculo tributária do Imposto de Importação - II (valor 
aduaneiro) é determinada pelo Artigo 1 do Acordo, acrescido do montante 
do próprio Imposto de Importação- II. 
d) A base de cálculo tributária do Imposto de Importação - II (valor 
aduaneiro) é obtida pelo ajuste, segundo o Artigo 8, do valor aduaneiro 
menos o preço efetivamente pago ou a pagar pela mercadoria importada. 
e) A base de cálculo tributária do Imposto de Importação - II (valor 
aduaneiro) é o valor obtido pela soma dos ajustes ao preço efetivamente 
pago ou a pagar pela exportação das mercadorias. 
Essa também foi uma questão relativamente fácil da prova de AFRF 
2002! A base de cálculo do imposto de importação é o valor de transação 
ajustado de acordo com as disposições do art. 8º do AVA. 
Gabarito: Letra A 
 
15- (AFRF-2002.1) - Para os efeitos do Acordo sobre a Implementação do 
artigo VII do GATT-1994, entende-se por mercadoria idêntica à importada: 
a) mercadorias que, embora não se assemelhem em todos os aspectos, 
têm características e composição material semelhantes, o que lhes 
permite cumprir as mesmas funções da mercadoria importada, além de 
serem permutáveis comercialmente. 
b) mercadorias que são iguais em tudo, inclusive nas características 
físicas, qualidade e reputação comercial. Pequenas diferenças na 
aparência impedirão que sejam consideradas perfeitamente iguais à 
importada. 
c) mercadorias que se enquadrem num grupo ou categoria produzidas 
por uma indústria ou setor industrial determinado. 
d) mercadorias que, embora se assemelhem em todos os aspectos, têm 
características e composição material semelhantes, o que lhes permite 
cumprir as mesmas funções da mercadoria importada, além de serem 
permutáveis comercialmente. 
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e) mercadorias que são iguais em tudo, inclusive nas características 
físicas, qualidade e reputação comercial. Pequenas diferenças na 
aparência não impedirão que sejam consideradas perfeitamente iguais à 
importada. 
É importante que saibamos o conceito de mercadorias idênticas e 
mercadorias similares à luz do Acordo de Valoração Aduaneira. 
Entende-se por "mercadorias idênticas" as mercadorias que são 
iguais em tudo, inclusive nas características físicas, qualidade e reputação 
comercial. Pequenas diferenças na aparência não impedirão que sejam 
consideradas idênticas mercadorias que em tudo o mais se enquadram na 
definição. 
"Mercadorias similares", por sua vez, são aquelas que, embora não 
se assemelhem em todos os aspectos, têm características e composição 
material semelhantes, o que lhes permite cumprir as mesmas funções e serem 
permutáveis comercialmente. Entre os fatores a serem considerados para 
determinar se as mercadorias são similares incluem-se a sua qualidade, 
reputação comercial e a existência de uma marca comercial 
Gabarito: Letra E 
 
16- (Questão Inédita)- Assinale a alternativa incorreta: 
a) O valor aduaneiro deve basear-se em critérios simples e eqüitativos, 
condizentes com as práticas comerciais e os procedimentos de valoração 
devem ser de aplicação geral, sem distinção entre fontes de suprimento. 
b) Na valoração aduaneira não se permite a utilização de critérios 
discriminatórios em relação à origem do produto. 
c) A valoração aduaneira pode ser utilizada como forma de combater o 
dumping e práticas de subfaturamento na importação. 
d) O Acordo de Valoração Aduaneira não permite, em hipótese alguma, 
que a autoridade aduaneira apure dois ou mais valores aduaneiros 
aplicáveis a uma operação de importação. 
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e) O importador é o responsável por informar na Declaração de 
Importação o valor aduaneiro de uma mercadoria importada. 
 
a) CERTO. A assertiva trata dos princípios da simplicidade, equidade e não-
distinção das fontes desuprimento, os quais são princípios fundamentais do 
Acordo de Valoração Aduaneira. 
b) CERTO. A valoração aduaneira deve obedecer ao princípio da não-
discriminação. A utilização de critérios diferenciados de valoração aduaneira 
em razão da origem de um produto representa uma inconsistência às regras do 
AVA. 
c) ERRADO. O Acordo de Valoração Aduaneira obedece ao princípio da 
neutralidade, segundo o qual a valoração aduaneira não será utilizada para 
outros fins que não aduaneiros. 
d) CERTO. Segundo o princípio da precisão, a determinação do valor 
aduaneiro deverá basear-se em critérios objetivos, que deverão levar a um 
único valor aduaneiro possível. 
e) CERTO. Quem informa na D.I o valor aduaneiro da mercadoria é o 
importador, já que como você já sabe, o imposto de importação é lançado por 
homologação. Logicamente, todo esse procedimento está sujeito à posterior 
análise da RFB, que também realizará a valoração aduaneira, com o intuito de 
ratificar ou retificar o valor lançado pelo importador. 
Gabarito: Letra C. 
 
17- (Questão Inédita)- Analise os itens a seguir e atribua a letra (V) para as 
assertivas verdadeiras e a letra (F) para as falsas. Em seguida, marque a 
opção que contenha a seqüência correta: 
( ) O valor aduaneiro de mercadorias será o valor da transação, ajustado 
de acordo com as disposições do art 8º do AVA, se houverem restrições à 
cessão ou à utilização das mercadorias impostas por lei ou pela 
administração pública do país de importação. 
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( ) O valor aduaneiro de mercadorias será o valor da transação, ajustado 
de acordo com as disposições do art 8º do AVA, se houverem restrições à 
cessão ou à utilização das mercadorias pelo comprador desde que estas 
não afetem substancialmente o valor das mercadorias. 
( ) O valor aduaneiro de mercadorias será o valor da transação, ajustado 
de acordo com as disposições do art 8º do AVA, se a venda ou o preço 
estiver sujeito a uma contraprestação para a qual não se possa 
determinar um valor em relação às mercadorias objeto de valoração. 
( ) O valor aduaneiro de mercadorias poderá ser o valor de transação, 
ajustado de acordo com as disposições do art 8º do AVA, se houver 
vinculação entre o comprador e o vendedor. 
( ) O valor aduaneiro de mercadorias será o valor da transação, ajustado 
de acordo com as disposições do art 8º do AVA, se não houver restrições 
impostas pelo comprador ao consumidor final. 
a) VVFVV 
b) VVFVF 
c) VFVFV 
d) FFVFV 
e) FFVVF 
Pessoal, considero essa e as próximas questões as mais difíceis 
dessa nossa aula, em que procuramos aprofundar bastante o assunto. Dêem 
valor a elas, pois se a ESAF quiser dificultar ela utilizará questões do gênero. 
I) VERDADEIRO. Restrições impostas por lei ou pela administração pública do 
país de importação podem ser impostas a uma determinada operação sem que 
fique excluída a valoração aduaneira pelo método do valor de transação. 
II) VERDADEIRO. Se forem impostas restrições à cessão ou utilização das 
mercadorias pelo comprador e estas afetarem substancialmente o valor das 
mercadorias, não poderá ser utilizado o valor aduaneiro como valor de 
transação. Entretanto, se tais restrições não afetarem substancialmente o valor 
das mercadorias, poderá ser utilizado o valor de transação. 
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III) FALSO. Se puder ser determinado o valor da contraprestação, o valor 
aduaneiro será o valor de transação ajustado segundo as disposições do art. 8º 
do AVA. No entanto, se essa contraprestação for indeterminada, o valor 
aduaneiro não poderá ser obtido pelo método do valor de transação. 
IV) VERDADEIRO. A regra geral é que não poderá ser utilizado o método do 
valor de transação quando houver vinculação entre vendedor e comprador. 
Entretanto, quando houver vinculação entre vendedor e comprador e o valor da 
operação for aceitável para fins aduaneiros, poderá ser utilizado o valor de 
transação ajustado de acordo com as disposições do art. 8º do AVA. 
V) FALSO. Não há qualquer disposição no AVA referente a restrições impostas 
ao consumidor final. As restrições que têm relevância para efeito do AVA são 
as impostas pelo vendedor ao comprador. 
Gabarito: Letra B 
 
18- (Questão Inédita)- Analise os itens a seguir e atribua a letra (V) para as 
assertivas verdadeiras e a letra (F) para as falsas. Em seguida, marque a 
opção que contenha a seqüência correta: 
( ) O valor aduaneiro de mercadorias importadas será o valor de 
transação, ajustado de acordo com as disposições do artigo 8º do AVA, 
quando as comissões de compra pagas ao representante do comprador 
estiverem incluídas na fatura do vendedor apresentada à RFB. 
( ) O valor aduaneiro de mercadorias importadas será o valor de 
transação, ajustado de acordo com as disposições do artigo 8º do AVA, 
quando o valor da comissão de venda, de valor desconhecido da RFB e 
cobrada na fatura pelo vendedor, não estiver destacada. 
( ) Integra o valor aduaneiro, independentemente do método de valoração 
utilizado, o custo de transporte da mercadoria importada até o porto ou o 
aeroporto alfandegado de descarga ou o ponto de fronteira alfandegado 
onde devam ser cumpridas as formalidades de entrada no território 
aduaneiro. 
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( ) O custo do seguro internacional não integra o valor do aduaneiro. 
a) FVVF 
b) VFFV 
c) FFVV 
d) VFVF 
e) VVVF 
I) FALSO. Importante que você saiba que as comissões de venda são um valor 
que, se destacado na nota fiscal, deverão ser somadas ao valor de transação. 
No entanto, as comissões de compra não integram o valor aduaneiro das 
mercadorias, devendo ser desconsideradas. 
II) VERDADEIRO. As comissões de venda integram o valor aduaneiro de uma 
mercadoria, devendo ser somadas ao valor de transação. Existem duas 
situações possíveis: a primeira é que o valor da comissão de venda esteja 
destacada na nota fiscal e não incluída no valor da mercadoria; a segunda é 
que a comissão de venda não esteja destacada na nota fiscal e esteja incluída 
no valor da mercadoria. Pois bem, na primeira situação, o seu valor deverá ser 
somado ao valor da transação. Na segunda, por sua vez, se a comissão de 
venda já está incluída no valor da mercadoria, não há necessidade de realizar 
a soma. Poderíamos ainda imaginar uma terceira situação, em que o valor da 
comissão de venda é desconhecido da RFB – por não estar destacado na nota 
– e não está incluído na mercadoria. Nessa situação, não poderíamos utilizar o 
valor de transação. 
III) VERDADEIRO. O custo de transporte no país de exportação e o custo de 
transporte internacional integram o valor aduaneiro de uma mercadoria. 
IV) FALSO. O custo do seguro internacional, assim como o custo do seguro no 
país de exportação integra o valor aduaneiro de mercadorias. 
Gabarito: Letra A. 
 
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19- (Questão Inédita)- Analise os itens a seguir e atribua a letra (V) para as 
assertivas verdadeiras e a letra (F) para as falsas. Em seguida, marque a 
opção que contenha a seqüência correta: 
( ) O valor aduaneiro de mercadorias importadas será o valor de 
transação, ajustado de acordo com as disposições do artigo 8º do AVA, 
se houverem restrições à cessão ou à utilização das mercadorias pelo 
comprador que limitem a área geográfica na qual as mercadorias podem 
ser revendidas. 
( ) Como regra geral, o valor aduaneiro de mercadorias importadas não 
será o valor de transação, ajustado de acordo com as disposições do 
artigo 8º do AVA quandonão houverem restrições à cessão ou à 
utilização das mercadorias pelo comprador. 
( ) Se houver vinculação entre o comprador e o vendedor e o valor de 
transação for aceitável para fins aduaneiros, este será aplicável na 
valoração aduaneira das mercadorias com os devidos ajustes do artigo 8º 
do AVA. 
( ) Na apuração do valor aduaneiro com base no método de transação, 
serão levados em consideração descontos concedidos pelo vendedor ao 
comprador. Entretanto, não serão admitidos para o mesmo fim descontos 
relativos a operações anteriores. 
a) FVFF 
b) FVVF 
c) FFVV 
d) VVFV 
e) VFVV 
I) VERDADEIRO. Podem ser impostas restrições à cessão ou à utilização das 
mercadorias pelo comprador que limitem a área geográfica na qual as 
mercadorias podem ser revendidas sem que fique excluído o valor de 
transação como método de valoração aduaneira. 
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II) FALSO. A regra geral é que quando sejam impostas restrições pelo 
vendedor ao comprador não possa ser utilizado o valor de transação como 
método de valoração aduaneira. Ou seja, quando não houverem restrições 
impostas pelo vendedor ao comprador, a regra é que possa ser utilizado o valor 
de transação, ao contrário do que afirma a questão. 
III) VERDADEIRO. Perfeita a assertiva! Mesmo que haja vinculação entre 
vendedor e comprador, é possível que seja utilizado o valor de transação, 
bastando para isso que o valor da operação seja aceitável para fins 
aduaneiros. 
IV) VERDADEIRO. Aqui um detalhe diferente! Vamos supor que uma compra 
de têxteis efetuada por uma empresa brasileira tenha como valor total 
R$50.000,00, sendo concedido, entretanto, um desconto de R$3.000 na 
operação. Qual será o valor aduaneiro? Muito bom, sabia que você ia acertar: 
R$47.000,00. Os descontos deverão ser levados em consideração na 
determinação do valor aduaneiro. No entanto, como vocês já devem estar 
cansados de ver nessa vida de concurseiros, sempre existe a exceção: os 
descontos relativos a operações anteriores não serão levados em 
consideração. Os descontos relativos a operações anteriores são, na verdade, 
uma forma bonita de nos referirmos a descontos-fidelidade. 
Gabarito: Letra E 
 
20- (Questão Inédita)- Assinale a alternativa incorreta: 
a) Quando houver motivos para duvidar da veracidade ou exatidão dos 
dados ou documentos apresentados como prova de declaração de valor, 
a autoridade poderá decidir, com base em parecer fundamentado, pela 
impossibilidade de aplicação do método do valor da transação. 
b) A autoridade aduaneira poderá decidir pela impossibilidade de 
aplicação do método do valor de transação quando as explicações, 
documentos ou provas complementares apresentados pelo importador, 
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para justificar o valor declarado, não forem suficientes para esclarecer a 
dúvida existente. 
c) O valor do frete prestado no território nacional a partir do porto ou 
aeroporto de descarga ou a partir do ponto de fronteira por onde a 
mercadoria entra no país não integra o valor aduaneiro. 
d) Os juros devidos em virtude de acordo de financiamento contratado 
pelo comprador e relativo à compra de mercadorias importadas integram 
o valor aduaneiro, de acordo com os ajustes estabelecidos pelo art 8º do 
Acordo de Valoração Aduaneira. 
e) O valor aduaneiro de suporte físico que contenha dados ou instruções 
para equipamento de processamento de dados será determinado 
considerando unicamente o custo ou valor do suporte propriamente dito. 
a) CERTO. A assertiva decorre diretamente da letra do Regulamento 
Aduaneiro: 
Art. 82. A autoridade aduaneira poderá decidir, com base em parecer 
fundamentado, pela impossibilidade da aplicação do método do valor 
de transação quando: 
I - houver motivos para duvidar da veracidade ou exatidão dos 
dados ou documentos apresentados como prova de uma 
declaração de valor; e 
II - as explicações, documentos ou provas complementares 
apresentados pelo importador, para justificar o valor declarado, 
não forem suficientes para esclarecer a dúvida existente. 
 
b) CERTO. Vide inciso II do art.82 do R.A acima discriminado. 
c) CERTO. O valor do frete e seguro no país de importação não integram o 
valor aduaneiro. 
d) ERRADO. Como regra geral, os juros devidos em virtude de acordo de 
financiamento contratado pelo comprador e relativo à compra de 
mercadorias importadas não integram o valor aduaneiro. 
e) CERTO. Muito interessante essa assertiva! Ela está correta e decorre de 
uma interpretação bem interessante feita pela legislação, ratificada inclusive 
por entendimento do STF. Por meio do Recurso Extraordinário nº 176626, a 
Corte Suprema reconheceu a existência de dois tipos de softwares, sujeitos a 
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diferentes formas de tributação: o “Software Personalizado” e o “Software de 
Prateleira”. O “Software Personalizado” pode ser definido como o programa de 
computador produzido sob encomenda para atender a uma necessidade 
específica de determinado usuário. Em contrapartida, o “Software de 
Prateleira”, é produzido em larga escala de maneira uniforme e colocado no 
mercado para a aquisição de qualquer interessado sob a forma de cópias 
múltiplas. O software personalizado caracteriza-se, na verdade, como um 
serviço prestado e não como uma mercadoria. Por isso, o valor aduaneiro de 
suporte físico que contenha dados ou instruções para equipamento de 
processamento de dados será determinado considerando unicamente o 
custo ou valor do suporte propriamente dito. Esse entendimento se 
fundamenta na idéia de que o programa de computador, quando gravado num 
suporte físico, é um bem imaterial (incorpóreo) quanto ao programa (dados ou 
instruções) e bem material (corpóreo) quanto ao suporte físico. O valor 
aduaneiro irá se referir somente à parte material, ou seja, ao suporte físico. 
Gabarito: Letra D. 
21- (AFRF 2002-1) - Por meio dos elementos abaixo, determine com base 
no Método Primeiro, o valor aduaneiro da importação. 
1. Elementos oferecidos pela Fatura Comercial: 
1.1. condição negocial Incoterms-2000 FOB/Porto de Santos 
1.2. valor do equipamento importado US$ 200,000.00 
1.3. despesas relativas à embalagem e acondicionamento no porto de 
embarque US$ 1,500.00 
1.4. Frete interno no país de exportação US$ 800.00 
1.5. Comissão à agente (comissão por venda) - 1% US$ 2,000.00 
1.6. montagem do equipamento no estabelecimento do comprador US$ 
5,000.00 
1.7. assistência técnica pelo período de 6 meses US$ 12,000.00 
1.8. Total faturado US$ 221,300.00 
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2. Elementos oferecidos pelo Conhecimento de Transporte: 
2.1. Frete Internacional US$ 1,800.00 
3. Outros elementos: 
3.1. Dólar fiscal (taxa de conversão): 2,00 
Assinale a opção correta. 
a) R$ 446.200,00 
b) R$ 407.600,00 
c) R$ 412.200,00 
d) R$ 400.000,00 
e) R$ 406.300,00 
Amigos, esse é um tipo de questão de valoração aduaneira que foi 
cobrado até hoje única e exclusivamente na prova de AFRF no ano de 2002 e 
logo em dose tripla. É bom que estejamos prontos para resolver questões 
nesse formato, já que elas representam um trabalho típico de um AFRFB. 
Vamos lá então! 
O primeiro passo em uma questão como essa é observar o total da 
fatura. No nosso caso o total faturado é de US$221.300,00. Desse valor iremos 
descontar as parcelas que, embora discriminadas na fatura, não integram o 
valor aduaneiro. Acompanhe a seguir: 
Total Faturado = US$ 221.300,00 
(-)Montagem do equipamento = US$ 5.000,00 
(-)Assistência Técnica = US$12.000,00 
= US$ 204.300,00 
Agoraque chegamos a esse valor fazendo um ajuste no total 
faturado, devemos somar as parcelas que integram o valor aduaneiro, porém 
não estão discriminadas na fatura. O frete internacional, como nós já sabemos 
integra o valor aduaneiro, porém como o INCOTERM utilizado é o FOB, ele não 
está discriminado na fatura. Somando-se o valor ajustado da fatura com o frete 
internacional temos que: 
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US$ 204.300,00 + US$ 1.800,00 (Frete Internacional) = US$ 
206.100,00 X 2 (Taxa de câmbio) = Valor Aduaneiro = R$ 412.200,00 
Pessoal, julgo oportuno fazermos aqui algumas considerações sobre 
o que integra e o que não integra o valor aduaneiro. 
Art. 79. Não integram o valor aduaneiro, segundo o método do valor 
de transação, desde que estejam destacados do preço efetivamente 
pago ou a pagar pela mercadoria importada, na respectiva 
documentação comprobatória: 
I - os encargos relativos à construção, à instalação, à montagem, à 
manutenção ou à assistência técnica, relacionados com a mercadoria 
importada, executados após a importação; e 
II - os custos de transporte e seguro, bem como os gastos associados 
ao transporte, incorridos no território aduaneiro, a partir dos locais 
referidos no inciso I do art. 77. 
 
Pessoal, olhem bem para o inciso I. Segundo ele, os gastos com 
instalação, montagem ou assistência técnica relacionados com a mercadoria 
após a importação não integram o valor aduaneiro, se destacados do valor da 
mercadoria, ou seja, discriminados no valor da nota fiscal. Vejam que é 
justamente o que ocorre na nossa questão. 
Traduzindo para o bom português o inciso II, temos que o frete no 
país de importação não integra o valor aduaneiro. Ao contrário, o frete 
internacional e o frete no país de exportação, conforme nos afirma o art.77 do 
R.A integram o valor aduaneiro: 
Art. 77. Integram o valor aduaneiro, independentemente do método 
de valoração utilizado: 
I - o custo de transporte da mercadoria importada até o porto ou o 
aeroporto alfandegado de descarga ou o ponto de fronteira 
alfandegado onde devam ser cumpridas as formalidades de entrada 
no território aduaneiro; 
II - os gastos relativos à carga, à descarga e ao manuseio, 
associados ao transporte da mercadoria importada, até a chegada 
aos locais referidos no inciso I; e 
 
O inciso II do art. 77 do R.A determina, por sua vez que os gastos 
com carga, descarga e manuseio da mercadoria importada associados ao 
transporte também integram o valor aduaneiro. 
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As comissões de venda também integram o valor aduaneiro, ao 
contrário das comissões de compra, que dele não fazem parte. Bom, sigamos 
para a próxima questão e vejamos novos casos! 
 
Gabarito: Letra C 
 
22- (AFRF 2002.1) - Por meio dos elementos abaixo, determine com base 
no Método Primeiro, o valor aduaneiro da importação. 
1. Elementos oferecidos pela Fatura Comercial: 
1.1. condição negocial Incoterms-2000 - DDU/Porto do Rio de Janeiro 
1.2. valor unitário das mercadorias US$ 1.00 
1.3. valor total da aquisição US$ 10,000.00 
1.4. despesas relativas à embalagem e estufagem do contêiner no porto 
de embarque US$ 500.00 
1.5. royalties pelo uso de marca(10%) US$ 1,000.00 
1.6. Comissão à agente (comissão por venda) - 1,5% US$ 150.00 
1.7. Frete Internacional US$ 650.00 
1.8. Frete interno (porto/ estabelecimento do comprador) US$ 400.00 
1.9. Total faturado US$ 12.700,00 
2. Elementos oferecidos pelo Conhecimento de Transporte: 
2.1. Frete Internacional US$ 650.00 
3. Outros elementos: 
3.1. Dólar fiscal (taxa de conversão): 2,00 
Assinale a opção correta. 
a) R$ 26.400,00 
b) R$ 24.600,00 
c) R$ 22.800,00 
d) R$ 25.400,00 
e) R$ 22.000,00 
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Seguindo a metodologia apresentada na questão anterior, vamos 
primeiramente observar qual o total faturado e a partir daí realizar o desconto 
das parcelas que, embora estejam discriminadas na fatura, não integram o 
valor aduaneiro: 
Total Faturado= US$12.700,00 
(-) Frete interno (no país do comprador) = US$400,00 
= US$12.300,00 x 2,00 = R$ 24.600,00 
Amigo, agora dê uma olhadinha no INCOTERM – DDU. No total 
faturado já está incluído o valor do frete internacional, ou seja, não é 
necessário fazer o seu somatório ao valor que apuramos. 
Quanto às demais parcelas, cabe esclarecermos que os royalties, a 
comissão de vendas e as despesas com embalagem integram o valor 
aduaneiro, conforme observarmos pela leitura do art 8º do AVA abaixo 
transcrito: 
Artigo 8 
1. Na determinação do valor aduaneiro, segundo as disposições do 
Artigo 1, deverão ser acrescentados ao preço efetivamente pago ou a 
pagar pelas mercadorias importadas: 
(a) - os seguintes elementos, na medida em que sejam suportados 
pelo comprador, mas não estejam incluídos no preço efetivamente 
pago ou a pagar pelas mercadorias: 
(i) comissões e corretagens, excetuadas as comissões de 
compra; 
(ii) o custo de embalagens e recipientes considerados, para fins 
aduaneiros, como formando um todo com as mercadorias em 
questão; 
(iii) o custo de embalar, compreendendo os gastos com mão-de-
obra e com materiais; 
(b) - o valor, devidamente atribuído, dos seguintes bens e serviços, 
desde que fornecidos direta ou indiretamente pelo comprador, 
gratuitamente ou a preços reduzidos, para serem utilizados na 
produção e na venda para exportação das mercadorias importadas, e 
na medida em que tal valor não tiver sido incluído no preço 
efetivamente pago ou a pagar: 
(i) materiais, componentes, partes e elementos semelhantes, 
incorporados às mercadorias importadas; 
(ii) ferramentas, matrizes, moldes e elementos semelhantes, 
empregados na produção das mercadorias importadas; 
(iii) materiais consumidos na produção das mercadorias importadas; 
(iv) projetos de engenharia, pesquisa e desenvolvimento, trabalhos de 
arte e de "design", e planos e esboços, necessários à produção das 
mercadorias importadas e realizados fora do país de importação; 
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(c) royalties e direitos de licença relacionados com as 
mercadorias objeto de valoração, que o comprador deva pagar, 
direta ou indiretamente, como condição de venda dessas 
mercadorias, na medida em que tais royalties e direitos de 
licença não estejam incluídos no preço efetivamente pago ou a 
pagar; 
(d) - o valor de qualquer parcela do resultado de qualquer revenda, 
cessão ou utilização subseqüente das mercadorias importadas, que 
reverta direta ou indiretamente ao vendedor. 
 
 
Gabarito: Letra B. 
 
23- (AFRF 2002-1) - Por meio dos elementos abaixo determine, com base 
no Método Primeiro, o valor aduaneiro da importação. 
1. Elementos oferecidos pela Fatura Comercial: 
1.1. condição negocial Incoterms-2000 EXW - Ex works 
1.2. valor total da aquisição US$ 15,000.00 
1.3. desconto fidelidade (10%) (US$ 1,500.00) 
1.4. Comissão à agente (comissão por venda) - 1% US$ 150.00 
1.5. Total faturado US$ 13,650.00 
2. Elementos oferecidos pelo Conhecimento de Transporte: 
2.1. Frete Internacional US$ 650.00 
3. Outros elementos: 
3.1. custo de embalagem e manuseio no porto de embarque US$ 100.00 
3.2. frete até o porto de embarque US$ 100.00 
3.3. Prêmio de seguro (contratado no Brasil) R$ 330,00 
3.4. Dólar fiscal (taxa de conversão): 2,00 
Assinale a opção correta. 
a) R$ 32.330,00 
b) R$ 32.660,00 
c) R$ 32.000,00 
d) R$ 29.300,00 
e) R$ 29.330,00 
 
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Total Faturado= US$ 13.650,00 
(+) Descontofidelidade = US$ 1.500,00 
= US$ 15.150,00 
(+) Frete internacional = US$650,00 
(+) Custo de embalagem e manuseio no porto de embarque = US$ 100,00 
(+) Frete até o porto de embarque = US$ 100,00 
(+) Seguro ( o valor aqui é em reais – pegadinha!!!) = R$ 330,00 
= US$16.000,00 + R$330,00= R$ 32.330,00= Valor Aduaneiro 
Nessa questão, um detalhe bastante interessante é a presença do 
desconto fidelidade, o qual não deve ser considerado na apuração do valor 
aduaneiro, devendo por isso ser somado ao total faturado. Se o desconto fosse 
um desconto normal, ele deveria ser considerado no cálculo, sendo mantida a 
sua dedução. 
Gabarito: Letra A 
Bom, amigos, por hoje é só! Já são três horas da manhã e acho que 
eu tenho que dar uma descansada! Mas, antes disso, queria somente dizer que 
estou muito satisfeito com o nosso curso e com a repercussão que ele tem tido. 
Ë verdadeiramente motivo de grande satisfação para um professor receber e-
mails com elogios e sugestões. 
Tenham certeza que estarei me esforçando o máximo possível para 
lhes fornecer o melhor material que eu puder. Acredito piamente que, eu me 
esforçando daqui e você daí, metendo realmente a cara nos estudos, a sua 
aprovação estará cada dia mais perto! 
Grande abraço! E lembre – se de que: “O segredo do sucesso é a 
constância no objetivo!” 
 
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LISTA DE QUESTÕES 
1-(AFRF-2005) - O Acordo sobre Valoração Aduaneira da OMC é um dos 
chamados acordos plurilaterais da Organização, ou seja, vincula apenas os 
países que desejarem aderir ao Acordo, situação na qual se enquadra o Brasil. 
 
2-(AFRF-2005) - Caso não seja possível a determinação do valor aduaneiro 
pelo método do valor de transação, a autoridade aduaneira está autorizada a, 
em seguida, definir o valor aduaneiro do bem tendo como parâmetro o preço do 
produto similar no mercado doméstico. 
 
3-(AFRF-2005) Não integram o valor aduaneiro do bem os gastos relativos a 
carga, descarga e manuseio, associados ao transporte da mercadoria 
importada até o ponto onde devam ser cumpridas as formalidades de entrada 
no território aduaneiro. 
 
4-(AFRF-2005) - A autoridade aduaneira no Brasil deve respeitar a seqüência 
de métodos de valoração aduaneira prevista no Acordo sobre Valoração 
Aduaneira da OMC. Contudo, caso haja a aquiescência da autoridade 
aduaneira, o importador pode optar pela aplicação do método do 
valor computado antes do método dedutivo. 
 
5-(AFRF-2005) - Não integra o valor aduaneiro da mercadoria o custo de 
transporte do bem importado até o porto ou o aeroporto alfandegado de 
descarga ou o ponto de fronteira alfandegado onde devam ser cumpridas as 
formalidades de entrada no território aduaneiro. 
 
6 -(ACE-2008) - Para fins de valoração aduaneira, no método do valor 
dedutivo, deve-se subtrair do preço associado à maior quantidade agregada 
(greatest aggregate quantity) as despesas com embalagem, transportes e 
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seguros, bem como aquelas referentes aos gastos com comissões sobre as 
vendas, acordadas entre as partes. 
 
7-(TRF-2006) - Compete ao importador escolher o método de definição do 
valor aduaneiro aplicável à sua operação, entre os previstos no Acordo sobre 
Valoração Aduaneira da Organização Mundial do Comércio (OMC) e na 
legislação brasileira. 
 
8-(TRF-2006) - Mesmo que a mercadoria a ser importada tenha seu valor 
comercial reduzido em função de dano ou acidente, não poderá haver redução 
no valor aduaneiro a ser definido para fins de cálculo dos tributos aplicáveis. 
 
9-(TRF-2006) - O valor aduaneiro de bens importados deve ser o valor de 
transação, isto é, o preço de comercialização de bem idêntico no mercado 
interno. 
 
10-(TRF-2006) - Caso não seja possível a determinação do valor aduaneiro do 
bem pelo seu valor de transação, a autoridade aduaneira está autorizada a, em 
seguida, definir o valor aduaneiro a partir do método da construção de preço. 
 
11- (AFRF- 2002.2)O tratamento fiscal aplicável na valoração aduaneira das 
mercadorias objeto de dumping: 
a) assemelhando-se a uma importação de mercadorias a um preço inferior aos 
preços correntes de mercado para mercadorias idênticas, é o da rejeição pelo 
Fisco do valor declarado. 
b) é o mesmo reservado às mercadorias importadas a um preço inferior aos 
preços correntes de mercado para mercadorias idênticas, ou seja, o valor 
declarado deve ser admitido pelo Fisco, sem prejuízo de seu direito à 
confirmação do valor de transação. 
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c) consiste em acrescer ao valor de transação a parcela correspondente à 
margem de dumping necessária a tornar o valor de transação igual ao do preço 
corrente de mercado para mercadorias idênticas. 
d) é o mesmo reservado às mercadorias objeto de subfaturamento, ou seja, a 
diferença entre o preço corrente de mercado para mercadorias idênticas e o 
valor de transação deverá ser tributado à alíquota fixada na Tarifa Externa 
Comum, com aplicação das multas fiscais e administrativas previstas nos 
artigos 524 e 526, III do Regulamento Aduaneiro. 
e) visto tratar-se o dumping de uma prática desleal no comércio exterior, 
consiste na rejeição do valor declarado, selecionando-se a mercadoria para o 
canal cinza de conferência aduaneira e aplicando-se à mercadoria um valor 
baseado no preço das mercadorias vendidas para exportação para um terceiro 
país. 
 
12- (AFRF-2002.2) - Conforme estabelecido no Acordo de Valoração Aduaneira 
existem 6 (seis) métodos de Valoração Aduaneira nele descritos 
articuladamente, para as mercadorias importadas que devem ser aplicados 
a) sucessiva e seqüencialmente até chegar ao primeiro na seqüência que 
permita determinar tal valor independentemente de o importador solicitar a 
inversão da ordem dos 4º e 5º métodos. 
b) em sua totalidade, elegendo a autoridade fiscal aquele cujo valor aduaneiro 
se revele mais elevado tendo em vista a função protecionista do imposto de 
importação. 
c) sucessivamente, porém, não pela ordem, iniciando-se por quaisquer deles, 
até chegar ao primeiro que permita determinar tal valor, tendo em vista o poder 
discricionário da autoridade fiscal. 
d) sucessiva e seqüencialmente, até chegar ao terceiro método, e assim 
prosseguir com os seguintes, salvo se o importador solicitar a inversão da 
ordem dos métodos 4º e 5º, independentemente da viabilidade da aplicação do 
5º método. 
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e) sucessiva e seqüencialmente, até chegar ao terceiro método, e assim 
prosseguir com os seguintes, salvo se o importador solicitar a inversão da 
ordem dos métodos quarto e quinto, desde que seja possível a aplicação do 
quinto método na seqüência solicitada. 
 
13- (AFRF 2002.1) - O Acordo sobre a Implementação do Artigo VII do Acordo 
Geral sobre Tarifas e Comércio-1994 prevê Métodos Valorativos, a serem 
aplicados seqüencialmente, isto é, se o problema valorativo não se equacionar 
pelo Método Primeiro aplicar-se-á o Método Segundo, e assim 
sucessivamente. Estão previstos: 
a) Dois métodos 
b) Três métodos 
c) Quatro métodos 
d) Cinco métodos 
e) Seis métodos 
 
14- (AFRF 2002.1) - O Acordo sobre a Implementação do Artigo VII do Acordo 
Geral sobre Tarifas e Comércio-1994 estabelece no seu Artigo 1, parágrafo 1, 
que "O valor aduaneiro de mercadorias importadas será o valor de transação, 
isto é, o preço pago ou a pagar pelas mercadorias, em uma venda para 
exportação para o país de importação, ajustado de acordo com as disposições

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