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CURSO ON-LINE – COMÉRCIO EXTERIOR EM EXERCÍCIOS P/ RECEITA FEDERAL PROFESSOR: RICARDO VALE 1 www.pontodosconcursos.com.br AULA 11: TEORIAS DO COMÉRCIO INTERNACIONAL E POLÍTICAS COMERCIAIS Olá pessoal, como vão os estudos? Na aula de hoje veremos um assunto que sempre foi muito cobrado nas provas da RFB, mas desde 2002 deixou de aparecer nos editais. É um assunto eminentemente teórico, muito ligado à Economia, particularmente à Economia Internacional. Para a prova da RFB, acredito que o que comentarmos na aula de hoje será suficiente. No entanto, àqueles que desejarem se aprofundar no assunto no futuro, fica desde já a dica de um livro sensacional: Economia Internacional, de autoria de Paul Krugman e Maurice Obstfeld. QUESTÕES COMENTADAS 1-(AFTN-98) – Indique a opção que não está relacionada com a prática do mercantilismo: a)O princípio segundo o qual o Estado deve incrementar o bem-estar nacional. b) O conjunto de concepções que incluía o protecionismo, a atuação ativa do Estado e a busca de acumulação de metais preciosos, que foram aplicadas em toda a Europa homogeneamente no século XVII. c) O comércio exterior deve ser estimulado, pois um saldo positivo na balança fornece um estoque de metais preciosos. d) A riqueza da economia depende do aumento da população e do volume de metais preciosos do país. e) Uma forte autoridade central é essencial para a expansão dos mercados e a proteção dos interesses comerciais. O mercantilismo pode ser entendido como o conjunto de práticas econômicas desenvolvidas na Europa durante a Idade Moderna (séculos XV a XVIII), que tinha como principal objetivo o acúmulo de metais preciosos em seu território. Nesse mister, o Estado adquiria um papel preponderante no desenvolvimento econômico nacional através da utilização de práticas eminentemente intervencionistas. CURSO ON-LINE – COMÉRCIO EXTERIOR EM EXERCÍCIOS P/ RECEITA FEDERAL PROFESSOR: RICARDO VALE 2 www.pontodosconcursos.com.br Os teóricos mercantilistas pregavam o desenvolvimento econômico por meio do enriquecimento das nações através do comércio exterior. Quanto mais um país exportasse e menos importasse, mais riqueza teria no seu território. Para isso, os Estados adotavam práticas de protecionismo alfandegário - com a imposição de barreiras tarifárias ao comércio exterior - e medidas de apoio à exportação. John Locke, grande filósofo inglês, apoiava os dogmas mercantilistas e seu pensamento econômico desenvolveu-se no sentido de que o saldo comercial adverso conduziria à ruína de uma nação. Segundo o pensamento de Locke, quanto mais ouro e prata um país tivesse em seu território, mais caros, ou mais valorizados, seus produtos seriam em comparação com os produtos dos países vizinhos. Assim, as exportações desse país teriam valor alto e cada vez mais ouro e prata entrariam no seu território. Era assim que pensavam os mercantilistas! Vejamos cada uma das assertivas: a)CERTO. O bem estar nacional será obtido, de acordo com os teóricos mercantilistas, através do acúmulo de riquezas no território nacional. Havia várias maneiras de acumular ouro e prata em seu território, seja pela força ou através da exploração de recursos naturais privilegiados, mas a principal forma de acumulação seria pelo comércio internacional. b)ERRADO. O mercantilismo se baseia no protecionismo, na atuação ativa do Estado e na busca pela acumulação de metais preciosos. No entanto o mercantilismo não foi praticado de forma homogênea na Europa. Na França foi aplicada uma política que ficou conhecida como colbertismo, baseada na idéia de que o volume de exportações deveria, de qualquer maneira, ser superior ao volume de importações, o que resultava em um protecionismo bem rígido. Espanha e Portugal, por sua vez, desenvolveram uma política denominada bulionismo, voltada para o acúmulo de ouro e prata em seus territórios através da exploração das riquezas de suas colônias, não investindo em atividades lucrativas, como indústrias ou manufaturas. A Inglaterra, por sua vez, desenvolveu o comercialismo, estimulando o comércio exterior e o desenvolvimento de manufaturas. CURSO ON-LINE – COMÉRCIO EXTERIOR EM EXERCÍCIOS P/ RECEITA FEDERAL PROFESSOR: RICARDO VALE 3 www.pontodosconcursos.com.br c) CERTO. O mercantilismo buscava saldos positivos na balança comercial, o que seria conseguido mediante um maior volume de exportações frente às importações. d) CERTO. Para os mercantilistas, a população de um país deve ser tão grande quanto ele possa suportá-la. Quanto maior a população, maior a força de trabalho disponível para produzir bens a serem exportados. e) CERTO. A forte autoridade central é representada pelo poder intervencionista do Estado apregoado pelos teóricos mercantilistas. Bom, pessoal, para encerrarmos de uma vez por todas os comentários nesta aula sobre o mercantilismo, quero aqui destacar as idéias de Philip Von Hornick, um funcionário público austríaco que listou as mais importantes idéias mercantilistas. Não precisa decorar, mas é bem interessante entender, já que elas representam todo o cerne do mercantilismo: 1. Estudar o solo do país com o máximo cuidado, sem deixar de considerar as possibilidades agrícolas de cada pedacinho de terra (...) todos os produtos primários encontrados em um país que não puderem ser usados em sua forma natural devem ser manufaturados dentro do próprio país, (...); 2. Deve-se dar atenção à população, que tem de ser tão grande quanto forem as possibilidades do país suportá-la (...); 3. Todo ouro e prata que se encontrar no país não deve ser retirado sob nenhum pretexto (...); 4. Os habitantes devem fazer todos os esforços para se contentar com os produtos domésticos (...); 5. Produtos primários estrangeiros não devem ser trocados por ouro e prata, mas sim por outros artigos domésticos (...) devem ser importados em forma não acabada e transformados dentro do país (...); 6. Devem-se procurar, incessantemente, oportunidades de vender a esses estrangeiros bens supérfluos na forma manufaturada (...); 7. Não se deve autorizar, em hipótese nenhuma, importação de produtos cuja oferta interna seja suficiente e na qualidade desejada. Gabarito: Letra B. 2-(AFRF-2000) – A Teoria das Vantagens Absolutas afirma em quais condições determinado produto ou serviço poderia ser oferecido com: a)preços de custo inferiores aos do concorrente. b) preços de aquisição inferiores aos do concorrente. c) preços final CIF inferior ao do concorrente. d) custo de oportunidade maior que o do concorrente. CURSO ON-LINE – COMÉRCIO EXTERIOR EM EXERCÍCIOS P/ RECEITA FEDERAL PROFESSOR: RICARDO VALE 4 www.pontodosconcursos.com.br e) menor eficiência que o concorrente. No século XVIII surgem teorias que se contrapõem ao pensamento mercantilista, apregoando o liberalismo econômico. Dois dos grandes teóricos dessa nova fase foram David Hume e Adam Smith. Lembram-se quando eu falei sobre as idéias de John Locke? Para ele, quanto mais moeda existisse no território de um país, melhor seria para suas exportações, que teriam valores altos, já que os preços dos produtos estaria alto. David Hume pensava exatamente o contrário de Locke! Para Hume, se um país acumula muito ouro e prata, seus produtos ficam caros e o volume de exportações diminui, ao passo que as importações teriam um fluxo mais acentuado. Se, ao contrário, um país tivesse pouco ouro e prata em seu território, seus produtos seriam baratos e o seu volume de exportações seria alto e o volume de importações menos acentuado. O interessante disso tudo é que o sistema tenderia a um ponto de equilíbrio. Basta acompanharmos o raciocínio: pouco ouro e prata no território de um país tornam seus produtos baratos, o que gera volume alto de exportações e, conseqüentemente, entrada de grande quantidade de ouro e prata no território desse país.Com a entrada de grande quantidade de ouro e prata, o preço dos produtos aumenta e há uma diminuição no volume de exportações. Entenderam isso? Pois é, para Hume, na ocorrência de déficits ou superávits, a correção era automática, levando a um ponto de equilíbrio. Era a teoria fluxo-espécie-preço. Adam Smith, por sua vez, pregava o liberalismo econômico, tendo como grande contribuição a teoria das vantagens absolutas. De acordo com Adam Smith, o Estado não deveria intervir na economia, salvo para impedir a existência de monopólios, ou em atividades que, embora não despertem interesse da iniciativa privada, sejam fundamentais. Adam Smith pregava a existência da “mão invisível” do mercado. Para ele, cada indivíduo, ao tentar satisfazer seu próprio interesse, promove de uma forma mais eficaz o interesse da sociedade do que quando realmente o pretende fazer. Apesar de cada indivíduo agir egoisticamente em prol de si mesmo, a sociedade como um todo sai beneficiada. No campo do comércio internacional, a teoria das vantagens absolutas incentivava com que cada país se especializasse na produção CURSO ON-LINE – COMÉRCIO EXTERIOR EM EXERCÍCIOS P/ RECEITA FEDERAL PROFESSOR: RICARDO VALE 5 www.pontodosconcursos.com.br daquilo em que possuísse maior capacidade, provando que isso traria benesse para ambas as partes. Acredito que um exemplo deve deixar mais claro como funciona a Teoria das Vantagens Absolutas! Imagine que o Brasil tem capacidade de produzir 1 bolsa a cada hora, enquanto a França produz o mesmo em 3 horas. Por sua vez, a França produz 1 sapato em 1 hora e o Brasil o mesmo em 3 horas. Segundo Adam Smith, o Brasil deveria se especializar na produção de bolsas e a França na produção de sapatos. Perceba, meu amigo, que, ao final de 6 horas de trabalho nos dois países, teríamos um total de 6 bolsas e 6 sapatos. Se, ao contrário, nenhum dos países se especializasse em nada, tentando ser auto-suficiente, o resultado não seria esse ao final de seis horas. O Brasil poderia fabricar 3 bolsas e 1 sapato e a França 3 sapatos e 1 bolsa, gerando um total de 4 bolsas e 4 sapatos. Assim, de acordo com essa teoria, o livre comércio traria benefícios a todos, na medida em que cada país concentrasse suas energias naquilo em que é mais eficiente. Voltando à questão, a resposta correta é a letra A. Para entender melhor o porquê dessa resposta ser a correta, precisamos nos perguntar como é possível medir a eficiência na produção de uma mercadoria. A resposta mais apropriada seria através da mensuração dos custos de produção. Se a Teoria das Vantagens Absolutas afirma que cada país deve se especializar na produção daquilo em que for mais eficiente, logo, podemos inferir que cada país deverá se especializar no produto ou serviço com menor custo de produção. Gabarito: Letra A 3- (ACE-2008) - De acordo com o modelo ricardiano, as vantagens comparativas, baseadas em diferenças nos custos de produção, na demanda e na presença de economias de escala, justificam a existência do livre comércio entre países e se traduzem em ganhos adicionais para consumidores e produtores domésticos. Pessoal, nos comentários da questão anterior nós vimos porque cada país deveria se especializar na produção dos bens em que fosse mais eficiente, ou seja, se especializar no fornecimento de bens que consegue obter CURSO ON-LINE – COMÉRCIO EXTERIOR EM EXERCÍCIOS P/ RECEITA FEDERAL PROFESSOR: RICARDO VALE 6 www.pontodosconcursos.com.br com o menor custo de produção possível. Mas agora vamos complicar mais um pouco! Voltando ao exemplo Brasil e França, que comentamos anteriormente, imagine que a França gasta 1 hora para produzir um sapato e 1 hora para produzir uma bolsa. Suponha ainda que o Brasil gasta 4 horas para produzir um sapato e 2 horas para produzir uma bolsa. Como se vê, a França é mais eficiente do que o Brasil na produção de ambos os bens. E aí, o que vai acontecer? Será que não vai haver comércio entre os dois países? Sim, vai haver comércio entre os dois países, e isso poderá trazer benefícios para ambos! “Mas como isso é possível, Ricardo?” A Teoria das Vantagens Comparativas explica em que condições um país, mesmo sendo mais eficiente na produção de todas as mercadorias, tem vantagens em praticar o livre comércio. Se a França não se especializar na produção nem de bolsas e nem de sapatos, em 10 horas, ela terá produzido, digamos, 5 bolsas e 5 sapatos. O Brasil, por sua vez, terá produzido, em 10 horas, 1 sapato e 3 bolsas. Vejamos o quadro abaixo, que mostra o custo de produção dos bens em função das horas de trabalho necessárias para produzi-los: SAPATO BOLSA BRASIL 4 ht 2 ht FRANÇA 1 ht 1 ht Se a França, ao contrário, se especializar na produção de sapatos, ela conseguirá obter, ao final de 10 horas, 10 sapatos. O Brasil, se especializando na produção de bolsas produzirá 5 bolsas ao final de 10 horas de trabalho. Ao final teremos 10 sapatos e 5 bolsas, contra 8 bolsas e 6 sapatos caso nenhum país se especializasse em nada. “E quem disse que é melhor para o Brasil produzir 5 bolsas do que 1 sapato e 3 bolsas? E por que é melhor para a França produzir 10 sapatos do que 5 sapatos e 5 bolsas?” Excelente pergunta! A resposta dela passa pela definição dos termos de troca, que nada mais são do que o valor obtido entre o preço CURSO ON-LINE – COMÉRCIO EXTERIOR EM EXERCÍCIOS P/ RECEITA FEDERAL PROFESSOR: RICARDO VALE 7 www.pontodosconcursos.com.br do que o país exporta e o preço que ele paga pelo produto importado. Vejamos! Se para cada 3 bolsas que o Brasil produzir ele receber o equivalente a 2 sapatos, ou em outras palavras, se o termo de troca do Brasil for igual a 1,5 , isso significa que ele poderá vender 3 bolsas e comprar 2 sapatos. Ao final, ele estará com 2 bolsas e 3 sapatos, mercadorias que levaria para produzir sozinho cerca de 18 horas de trabalho. A França, por sua vez, ao receber 3 bolsas para cada 2 sapatos produzidos, ou em outras palavras, se o termo de troca for igual a 0,66, poderá vender 2 sapatos e comprar 3 bolsas. Ao final, ela estará com 3 bolsas e 8 sapatos, mercadorias que levaria para produzir sozinha 11 horas de trabalho. Como você pode ver, o livre comércio e a especialização trouxeram benefícios à economia como um todo e ainda aos dois países em questão. Seguindo-se esse raciocínio, não há motivos para um país ficar fora do livre comércio, mesmo que ele seja menos eficiente na produção de todos os bens. Isso porque ele será relativamente mais eficiente na produção de uma ou mais mercadorias. Essa é a Teoria das Vantagens Comparativas, criada por David Ricardo. As críticas ao modelo ricardiano repousam no fato de que ele só leva em consideração o fator de produção trabalho, quando na realidade há outros fatores de produção envolvidos, como a tecnologia, o capital e os recursos naturais. Em 1933, Gottfried Von Haberler procurou refinar a Teoria das Vantagens Comparativas com a inserção do conceito de custo de oportunidade, passando a levar em consideração a influência dos outros fatores de produção. “Ricardo, mas o que é esse tal custo de oportunidade?” Custo de oportunidade é o quanto se perde na produção de uma mercadoria ao se produzir uma unidade de outra mercadoria. Voltemos ao exemplo de Brasil e França! Para fins didáticos, eu mudei os valores da situação anterior. A seguir, nós temos, no quadro abaixo, quantas unidades de cada bem um país consegue produzir por hora de trabalho: SAPATO BOLSA CURSO ON-LINE – COMÉRCIO EXTERIOR EM EXERCÍCIOS P/ RECEITA FEDERAL PROFESSOR: RICARDO VALE 8 www.pontodosconcursos.com.br BRASIL 2 unid/h 3 unid/h FRANÇA 6 unid/h 4 unid/h Qual o custo de oportunidade do Brasil em produzir sapato? Para cada bolsa que o Brasil produzir, ele deixa de produzir 0,6 sapatos, ou seja, o custo deoportunidade do Brasil produzir sapato é de 0,6. Qual o custo de oportunidade do Brasil em produzir bolsa? Para cada sapato que o Brasil produzir ele deixa de produzir aproximadamente 1,5 bolsas. Em relação à França, o seu custo de oportunidade em produzir sapatos é de aproximadamente 1,5 , ou seja, para cada bolsa que ela produz, deixa de produzir 1,5 sapatos. O custo de oportunidade da França em produzir bolsas é de 0,6, ou seja, para cada sapato que ela produzir, deixará de produzir 0,6 bolsas. De acordo com essa teoria, um país tem uma vantagem comparativa em produzir uma mercadoria se o custo de oportunidade de produzir aquela mercadoria em termos de outra mercadoria é menor naquele país do que nos outros países. Cada país especializa-se na produção do bem em que possua vantagem relativa, importando os produtos que apresentem maior custo de oportunidade. No exemplo acima, o custo de oportunidade de sapatos é menor no Brasil do que na França, logo o Brasil se especializará na produção de sapatos. O custo de oportunidade de bolsas no Brasil é, de forma contrária, superior ao custo de oportunidade de bolsas na França, logo o Brasil importará bolsas desse país. Agora que já falamos bastante sobre a teoria das vantagens comparativas, vamos ao exame da assertiva: 1)Quando se fala em modelo ricardiano, a intenção é logicamente tratar das vantagens comparativas. 2) O modelo ricardiano explica em que condições um país, mesmo sendo mais eficiente na produção de todas as mercadorias, tem vantagem em praticar o livre comércio. CURSO ON-LINE – COMÉRCIO EXTERIOR EM EXERCÍCIOS P/ RECEITA FEDERAL PROFESSOR: RICARDO VALE 9 www.pontodosconcursos.com.br 3) O conceito de custos de produção está presente no modelo ricardiano, medido em função de um único fator de produção: o trabalho. A inserção de novos fatores de produção na mensuração de custos somente veio com o aperfeiçoamento promovido por Haberler à Teoria das Vantagens 4) As diferenças entre as demandas pelos produtos, bem como a presença de economias de escala não são levadas em consideração pelo modelo ricardiano. Gabarito: ERRADO. 4- (ACE-2008) - No modelo de Heckscher-Ohlin, a idéia de que o comércio internacional promove a convergência e até a equalização dos salários entre países não se sustenta caso essas economias utilizem tecnologias distintas. O Teorema Heckscher-Ohlin complementa a Teoria das Vantagens Comparativas, explicando o porquê de dois produtos idênticos terem custos de produção distintos em dois países. Segundo a referida teoria, o comércio internacional surge a partir das diferenças entre as dotações de fatores de produção entre os países. O modelo Heckscher-Ohlin afirma que cada país deve se especializar e exportar o bem que requer a utilização mais intensiva do fator de produção abundante em seu território. O Brasil, por exemplo, especializa-se na produção de soja, café e demais produtos agrícolas porque o fator de produção intensivo nesses produtos é a terra, recurso natural abundante em nosso país. Em contrapartida, o Japão se especializa na produção de computadores, já que o fator de produção intensivo na fabricação desse produto é o capital, abundante naquele país. “Mas Ricardo, por que cada país deve se especializar na fabricação de bens intensivos no fator de produção abundante em seu território?” Caro amigo, se um país tem abundância na dotação de determinado fator de produção, podemos pressupor que o seu custo de produção em bens intensivos naquele fator, será mais reduzido. Assim, em um país que possua CURSO ON-LINE – COMÉRCIO EXTERIOR EM EXERCÍCIOS P/ RECEITA FEDERAL PROFESSOR: RICARDO VALE 10 www.pontodosconcursos.com.br abundância no fator de produção terra, os custos de produção de produtos agrícolas serão menores. Em complemento ao Teorema de Heckscher-Ohlin, Paul Samuelson desenvolveu o Teorema da Equalização dos Custos dos Recursos. Segundo ele, o livre comércio tem o efeito de igualar a remuneração dos fatores de produção entre os países comerciantes. “Mas Ricardo, com assim igualar a remuneração dos fatores de produção entre os países comerciantes?” Em primeiro lugar, precisamos ter idéia do que é remuneração de um fator de produção. Sabemos que o trabalho e o capital são dois fatores de produção, ok? E aí, como se remuneram o trabalho e o capital? Isso mesmo, o trabalho é remunerado através de salários e o capital através dos juros. Agora que já sabemos isso, vamos ao exemplo: Imaginemos que no comércio entre o Brasil e E.U.A, o Brasil vende calçados a este, comprando computadores. O Brasil se especializou na produção de calçados porque este produto é intensivo no fator de produção trabalho, intensivo em nosso país. Os E.U.A especializaram-se na produção de computadores porque este produto é intensivo no fator de produção capital, abundante naquele país. Até aí tudo pode ser facilmente explicado pelo modelo Heckscher-Ohlin! Continuando com o exemplo, a remuneração do fator de produção trabalho é baixa no Brasil, tendo em vista sua abundância, sendo elevada nos E.U.A, tendo em vista sua escassez. O capital, em contrapartida, tem remuneração elevada no Brasil, tendo em vista sua escassez, e remuneração baixa nos E.U.A, tendo em vista sua abundância. Resumindo: os salários são baixos no Brasil e altos nos E.U.A; os juros são elevados no Brasil e baixos nos E.U.A. Segundo Paul Samuelson, em seu Teorema da Equalização dos Custos dos Recursos, o livre comércio entre Brasil e E.U.A fará com que os salários e juros tendam a se igualar nos dois países. Como isso é possível? Se os E.U.A deixam de produzir sapato para comprá-lo do Brasil, eles vão precisar de menos mão-de-obra. Com a redução da demanda por mão-de-obra, os salários logicamente irão cair. No Brasil, ao contrário, haverá CURSO ON-LINE – COMÉRCIO EXTERIOR EM EXERCÍCIOS P/ RECEITA FEDERAL PROFESSOR: RICARDO VALE 11 www.pontodosconcursos.com.br maior demanda por mão-de-obra, a fim de produzir mais sapatos e, consequentemente, os salários irão aumentar. Em relação ao capital, este passa a ser mais necessário nos E.U.A, tendo em vista que, ao produzir mais computadores para vender ao Brasil, sua demanda torna-se maior, com o efeito de aumentar os juros. No Brasil, por sua vez, os juros caem, já que não haverá tanta demanda de capital para produzir computadores. Em suma: o livre comércio aumenta a remuneração do fator de produção abundante em um país, reduzindo a remuneração do fator de produção escasso. Voltando à nossa questão, expliquemos o porquê dela estar correta: 1) A idéia de que a convergência e até a equalização dos salários é resultado do livre comércio está expressa no Teorema de Equalização dos Custos dos Recursos que, na verdade, complementa o Teorema Heckscher- Ohlin, dando origem ao Teorema Heckscher-Ohlin-Samuelson. 2) A idéia de equalização dos salários não se sustenta caso as tecnologias sejam distintas, pois o Teorema Heckscher-Ohlin assume que a tecnologia é a mesma entre os países. Gabarito: CERTO 5- (ACE-2008) - A hipótese de Linder de que o volume de comércio é maior entre países ricos e semelhantes do que entre países com níveis de rendimento per capita distintos decorre, em parte, da existência de economias de escala e dos padrões diferenciados de demanda que prevalecem nesses dois grupos de países. O modelo Heckscher-Ohlin afirma que o comércio internacional advém da diferença entre a dotação dos fatores de produção entre os países, o que cria vantagens comparativas entre eles. No entanto, este modelo não previa a existência de comércio entre países com estruturas produtivas semelhantes, ou melhor dizendo, com dotação de fatores de produção semelhante. E aí, meu amigo concurseiro, será que é possível ou não esse comércio entre países com dotação de fatores semelhante?CURSO ON-LINE – COMÉRCIO EXTERIOR EM EXERCÍCIOS P/ RECEITA FEDERAL PROFESSOR: RICARDO VALE 12 www.pontodosconcursos.com.br As novas teorias do comércio internacional afirmam essa possibilidade, levando em consideração novas condicionantes. Nesse mister, Staffan Linder afirmou que países com estruturas de produção semelhantes poderiam comerciar entre si e que um fator importante a ser considerado são os gostos dos consumidores. No modelo de Linder, o comércio internacional é influenciado pela diversidade da demanda em cada um dos países. Quanto mais as demandas entre os países forem semelhantes, maior será o volume do comércio entre aqueles países. No sentido contrário, quanto mais diferente for a estrutura de demanda, menor será o volume de comércio entre os países. Entendeu até aqui? Pois bem, medir a demanda é algo bem difícil, mas podemos pressupor que, quanto mais semelhante for o nível de desenvolvimento entre os países, mais semelhante será a demanda entre eles. Os países de maior nível de desenvolvimento tenderiam a consumir maior quantidade de produtos sofisticados e também produtos com um grau de sofisticação maior que os consumidos em países menos desenvolvidos. Por exemplo, os EUA consomem não só uma maior quantidade de carros, mas também carros mais sofisticados que outros países menos desenvolvidos. Segundo Linder, cada país limitaria sua produção aos bens que estivessem dentro da faixa de qualidade dos produtos consumidos internamente. Seguindo essa lógica, o Brasil não possuiria mercado consumidor para carros de luxo como a Ferrari, por exemplo, nem mesmo seria interessante instalar em seu território indústrias desse automóvel. O comércio de carros entre Brasil e E.U.A seria possível, mas limitado a carros que atendam aos gostos e às demandas simultaneamente dos consumidores em ambos os países. Os carros populares –demandados por consumidores brasileiros- e os carros de luxo – demandados por consumidores norte- americanos estariam fora desse comércio intra-indústria. Analisando agora o comércio de carros entre E.U.A e União Européia, é possível perceber que as estruturas de demanda de ambos é semelhante, donde se pode inferir que os carros de luxo terão seu espaço nos CURSO ON-LINE – COMÉRCIO EXTERIOR EM EXERCÍCIOS P/ RECEITA FEDERAL PROFESSOR: RICARDO VALE 13 www.pontodosconcursos.com.br dois mercados consumidores. Assim, o comércio intra-indústria entre E.U.A e União Européia abrangeria uma maior quantidade de automóveis. Com base nos argumentos acima apresentados e conforme afirma a questão, o volume de comércio é maior entre países ricos e semelhantes do que entre países com rendimento per capita distinto. Cabe ressaltar que a hipótese de Linder é válida somente para o comércio de produtos industrializados. Segundo Linder, o comércio de produtos primários é explicado pelo modelo de Heckscher-Ohlin, enquanto a estrutura da demanda é o determinante do padrão de comércio de produtos industrializados, sendo que essa é caracterizada pelas qualidades dos produtos diferenciados procurados num país. Outro ponto abordado pela questão foi acerca das economias de escala. As economias de escala não foram abordadas por Linder, no entanto, o CESPE considerou a questão correta. Acreditamos que o motivo para isso foi o fato de Paul Krugman ter aperfeiçoado a teoria de Linder, passando a levar em consideração os ganhos de escala. Na próxima questão falaremos sobre as teorias de Krugman. Gabarito: CERTO. 6- (ACE-2008) - As economias de escala dinâmicas, decorrentes da diferenciação de produto e da presença de learning by doing, constituem uma das bases para a existência do comércio intra-industrial. Paul Krugman, um dos maiores economistas da atualidade e vencedor do Prêmio Nobel de Economia em 2008, também afirma que é possível a existência de comércio entre países com mesma estrutura de produção. Para ele, o comércio intra-indústria pode ocorrer devido à existência de economias de escala. Mas o que significam essas economias de escala, também chamadas de ganhos de escala? Imaginemos que você é dono de uma indústria de calçados e que você tem custos fixos (aluguel, remuneração dos empregados, luz, etc) de R$90.000,00. A cada par de calçados que você fabrica você tem um custo variável de R$5,00 com os materiais que compõem o produto. Suponhamos CURSO ON-LINE – COMÉRCIO EXTERIOR EM EXERCÍCIOS P/ RECEITA FEDERAL PROFESSOR: RICARDO VALE 14 www.pontodosconcursos.com.br agora que sua produção mensal é de 30.000 pares de calçados. Vejamos como fica a composição de custos na sua empresa: - Custos fixos: R$90.000,00 - Custos variáveis: R$5,00 x 30.000 = R$150.000,00 - Custo total =R$240.000,00 - Custo unitário (por par de calçados) = R$240.000,00 / 30.000 = R$8,00 /calçado. Suponha agora que sua produção mensal foi para 50.000 calçados para atender a demanda crescente pelos produtos. Vejamos como fica a composição de custos da empresa: - Custos fixos: R$90.000,00 - Custos variáveis: R$5,00 x 50.000,00= R$250.000,00 - Custo Total: R$340.000,00 - Custo unitário (por par de caçados) = R$340.000,00 / 50.000 = R$6,80/calçado. Percebeu, caro amigo, que o custo de produção unitário decresceu? Esse é justamente o conceito de economias de escala ou ganhos de escala, em que cada bem produzido tem o custo menor que o anterior. “Mas o que isso tem a ver com o comércio internacional, Ricardo?” Segundo Paul Krugman, a especialização leva a economias de escala. Assim, dois países com estruturas de produção semelhantes podem se especializar na produção de bens diferentes. Um país A poderia se especializar na produção de carros de luxo e um país B na produção de carros populares. O resultado agregado seria muito maior do que se cada um não se especializasse em nada. A idéia de Krugman é no sentido de que, quando há uma especialização, ocorre um aumento de produtividade e, consequentemente economias de escala, gerando o comércio intra-indústria. Paul Krugman criou ainda uma nova teoria, associando os ganhos de escala aos gostos dos consumidores: a Teoria da Concorrência Monopolística. A concorrência monopolística é uma estrutura de mercado em que estão presentes as características de uma concorrência perfeita e de monopólio. Na concorrência monopolística, cada produtor tem o monopólio de CURSO ON-LINE – COMÉRCIO EXTERIOR EM EXERCÍCIOS P/ RECEITA FEDERAL PROFESSOR: RICARDO VALE 15 www.pontodosconcursos.com.br seu produto, o que obtém a partir da diferenciação do mesmo. Existem vários refrigerantes, mas a marca Coca-Cola é um monopólio daquela empresa. Existem várias marcas de bolsas, mas a marca Dolce Gabana é monopólio daquela empresa. Na concorrência monopolística ocorre a diferenciação dos produtos, que como se vê, está intimamente relacionada com os gostos dos consumidores. Segundo Krugman, os gostos dos consumidores são relevantes para o comércio internacional somente quando um país não fabrica todos os bens que consome, pelo fato da produção deste país usufruir de economias de escala. Em sentido contrário, se um país fabrica todos os produtos que consome, não há ganhos de escala e, portanto, os gostos dos consumidores são irrelevantes. Isso porque se um país não fabrica todos os bens que consome, pode ser que o consumidor nacional demande um bem não produzido nacionalmente. A assertiva também fala no “learning by doing”, que é um conceito econômico que se refere à capacidade dos trabalhadores aumentarem sua produtividade ao repetirem regularmente o mesmo tipo de atividade. Imagine um trabalhador que trabalhe em uma linha de montagem de automóveis soldando componentes. A tendência é que, com a repetição regular do ato de soldar, ele possa ser muito mais produtivo. O “learning by doing” também é um fator que leva aos ganhos de escala. Voltandoà questão, alguns pontos a serem esclarecidos: 1)As economias de escala são responsáveis pelo comércio intra- indústria. Importante ressaltar que quando falamos em comércio intra-indústria, estamos falando do comércio entre mesmos setores econômicos de países diferentes. 2) A especialização leva a economias de escala. 3) A diferenciação do produto, na medida em que faz com que nem todos os bens consumidos sejam produzidos internamente, leva à especialização e consequentemente a economias de escala. 4) “O learning by doing” é um conceito intrinsecamente ligado à especialização, levando a economias de escala. Gabarito: CERTO. CURSO ON-LINE – COMÉRCIO EXTERIOR EM EXERCÍCIOS P/ RECEITA FEDERAL PROFESSOR: RICARDO VALE 16 www.pontodosconcursos.com.br 7- (ACE-2008) - Estratégias de desenvolvimento por meio da substituição de importações tendem a incluir um viés em favor do setor urbano industrial porque essas políticas, além de insularem o setor industrial da concorrência internacional, contribuem também para reduzir o desemprego urbano, elevar os preços agrícolas e valorizar as taxas de câmbio. A política de substituição de importações é marcantemente protecionista e vai no sentido contrário de todas as teorias que apregoam o comércio internacional como motor do desenvolvimento e como fator de incremento do bem-estar. Raúl Prebisch, economista argentino, é o responsável pela criação dessa teoria. Segundo ele, o livre comércio beneficiava os países desenvolvidos em detrimento dos países em desenvolvimento, devido à deterioração dos termos de troca. Mas o que vem a ser essa deterioração dos termos de troca? A deterioração dos termos de troca decorre do ritmo diferenciado em que crescem os preços dos produtos primários e dos produtos industrializados. Enquanto os países em desenvolvimento especializavam-se na produção de produtos primários, os países desenvolvidos especializavam-se na produção de bens industrializados e, com o passar do tempo, os termos de troca, iam se deteriorando, ou seja, a produção de bens primários pelos países em desenvolvimento ia cada vez valendo menos. Mas vamos entender melhor! A elasticidade-renda dos produtos primários, exportados pelos países menos desenvolvidos, tende a ser menor do que a verificada para os produtos manufaturados, exportados pelos países desenvolvidos. Assim, quando a renda aumenta, a demanda e os preços dos produtos manufaturados se eleva mais em termos proporcionais do que a demanda e preços dos produtos primários, gerando a queda da razão exportação/importação para os países menos desenvolvidos. Vamos pela lógica! Quando você passar para AFRFB sua renda vai aumentar muito, ok? Pois bem, quando você começar a ganhar seu futuro salário, será que sua demanda por alimentos vai crescer mais do que a demanda por outros bens CURSO ON-LINE – COMÉRCIO EXTERIOR EM EXERCÍCIOS P/ RECEITA FEDERAL PROFESSOR: RICARDO VALE 17 www.pontodosconcursos.com.br industrializados, de maior valor agregado? Você pode até começar a comprar mais alimentos e de melhor qualidade, mas você vai aumentar a demanda principalmente por bens mais sofisticados. Isso vale também para os países! Segundo Prebisch, a deterioração dos termos de troca decorre, portanto, da menor elasticidade-renda dos produtos primários em relação aos produtos manufaturados. Assim, ele pregava pela industrialização a qualquer custo dos países em desenvolvimento que, segundo ele, deveriam adotar uma política de substituição de importações por bens produzidos internamente. A industrialização seria possível através da adoção de práticas protecionistas, através do erguimento de barreiras tarifárias. Ainda segundo Prebisch, o livre comércio era possível, mas deveria ocorrer entre países com mesmo nível de desenvolvimento. Suas idéias culminaram na criação da Associação Latino-Americana de Integração (ALALC). Sobre a questão ressaltamos os seguintes pontos: 1) A política de substituição de importações insulam o setor industrial da concorrência internacional na medida em que são adotadas barreiras tarifárias com o objetivo de impedir o livre comércio. 2) O desestímulo à concorrência provocado pelo protecionismo faz com que os preços dos produtos aumente e, conseqüentemente, o custo de vida, o que diminui o salário real dos trabalhadores. 3) O desemprego urbano aumenta, já que com a proteção à indústria nacional e conseqüente crescimento desta, há uma migração de trabalhadores do campo para a cidade, mão-de-obra que não consegue ser integralmente absorvida. 4) Com a diminuição das importações, há diminuição da demanda dessas divisas e, conseqüentemente à valorização da moeda nacional. Gabarito: ERRADO. 8- (ACE-2008) - Os ganhos derivados do uso de políticas industriais orientadas para as exportações serão mais elevados quando adotadas por países pequenos, em que os setores potencialmente exportadores apresentam substanciais economias internas de escala. CURSO ON-LINE – COMÉRCIO EXTERIOR EM EXERCÍCIOS P/ RECEITA FEDERAL PROFESSOR: RICARDO VALE 18 www.pontodosconcursos.com.br Os países em desenvolvimento tiveram modelos de industrialização diferenciados. Enquanto o Brasil e outros países da América Latina tiveram uma industrialização baseada na substituição de importações, alguns países asiáticos adotaram políticas industriais voltadas para exportações. Os Tigres Asiáticos são um excelente exemplo da adoção desse modelo. É interessante fazermos aqui uma comparação entre esses dois modelos de industrialização: 1) Na industrialização voltada para exportações, é possível que sejam atingidos mercados maiores, não-restritos ao mercado interno, como no caso da substituição de importações. 2) No modelo de substituição de importações, o Governo deve decidir qual setor da indústria deverá ser protegido, o que o deixa suscetível à corrupção e ao suborno. 3) Na industrialização voltada para exportações há exposição à concorrência, o que gera constante atualização do produto, ao contrário do que ocorre no modelo de substituição de importações, em que a indústria nacional encontra-se insulada da concorrência. Voltando á questão, a mesma está correta, já que quanto menor for o país, menor será sua produção e, diante de um incentivo governamental maiores serão os ganhos de escala auferidos. Querem ver na prática? PAÍS A (Desenvolvido) = produção maior - Custos Fixos: US$ 100.000,00 - Custos Variáveis: US$ 1,00 por produto - Produção: 100.000 unidades - Custo Total: US$ 200.000,00 - Custo unitário: US$2,00 / unidade - Produção após o incentivo governamental: 110.000 unidades - Custo Total (após o incentivo): US$ 210.000,00 - Custo unitário (após o incentivo): US$1,90 / unidade PAÍS B (Em desenvolvimento)= produção menor - Custos Fixos: US$ 20.000,00 - Custos Variáveis: US$ 1,00 por produto CURSO ON-LINE – COMÉRCIO EXTERIOR EM EXERCÍCIOS P/ RECEITA FEDERAL PROFESSOR: RICARDO VALE 19 www.pontodosconcursos.com.br - Produção: 20.000 unidades - Custo Total: US$40.000,00 - Custo unitário: US$2,00 / unidade - Produção após o incentivo governamental: 30.000 - Custo Total (após o incentivo): US$ 50.000,00 - Custo unitário (após o incentivo): US$1,66 / unidade As economias de escala são maiores nos países pequenos porque quanto menor a produção, menos diluído estará o custo fixo. Já em um país com maior produção, o custo fixo já estava bem diluído entre as unidades produzidas. É, meus amigos, essa questão foi cobrada em um nível bem elevado! Gabarito: CERTO 9- (ACE-2008) - A ausência de um sistema financeiro eficiente, que permita canalizar a poupança dos setores tradicionais para as novas indústrias, por representar uma falha de mercado, justifica o uso de restrições comerciais, tais como tarifas e subsídios, para proteger a indústria nascente. Uma justificativapara se adotar práticas protecionistas é a proteção à indústria nascente, criada pelo alemão Friedrich List no século XIX. Segundo o referido autor, o livre comércio não é benéfico para todos os países, mas tão somente para aqueles que chegaram ao último nível de desenvolvimento. Friedrich List classificava os países em cinco níveis de desenvolvimento: selvagem, pastoril, agrícola, agrícola-manufatureiro e agrícola-manufatureiro-comercial. A Alemanha, segundo ele, encontrava-se no quarto nível de desenvolvimento, o que faria com que o livre comércio não fosse vantajoso para esta frente à Inglaterra, que já havia atingido o último nível de desenvolvimento. Baseado nessa idéia, as indústrias alemãs deveriam ser protegidas pelo Estado, que deveria adotar práticas protecionistas. CURSO ON-LINE – COMÉRCIO EXTERIOR EM EXERCÍCIOS P/ RECEITA FEDERAL PROFESSOR: RICARDO VALE 20 www.pontodosconcursos.com.br A proteção à indústria nascente é contemplada pela normativa da OMC, que admite sejam adotadas práticas protecionistas de caráter temporário. ARTIGO XVIII- AJUDA DO ESTADO EM FAVOR DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO 1. As Partes Contratantes reconhecem que a realização dos objetivos do presente Acordo será facilitada pelo desenvolvimento progressivo de suas economias, em particular nos casos das Partes Contratantes cuja economia não asseguram à população senão um baixo nível de vida e que está nos primeiros estágios de seu desenvolvimento. 2. As Partes Contratantes reconhecem, além disso, que pode ser necessário para as Partes Contratantes previstas no parágrafo primeiro, com o objetivo de executar seus programas e suas políticas de desenvolvimento econômico orientados para a elevação do nível geral de vida de suas populações, tomar medidas de proteção ou outras medidas que afetem as importações e que tais medidas são justificadas na medida em que elas facilitem a obtenção dos objetivos deste Acordo. Elas estimam, em conseqüência, que estas Partes Contratantes deveriam usufruir facilidades adicionais que as possibilitem: (a) conservar na estrutura de suas tarifas aduaneiras suficiente flexibilidade para que elas possam fornecer a proteção tarifária necessária à criação de um ramo de produção determinado, e (b) instituir restrições quantitativas destinadas a proteger o equilíbrio de suas balanças de pagamento de uma maneira que leve plenamente em conta o nível elevado e permanente da procura de importação suscetível de ser criada pela realização de seus programas de desenvolvimento econômico. Sobre a questão, alguns pontos importantes: 1) Se os sistema financeiro for eficiente, a alocação de recursos em investimentos produtivos é mais eficiente. Em contrapartida, o sistema financeiro ineficiente, não permite que sejam canalizados recursos para as novas indústrias, ou indústrias nascentes. 2) A proteção à indústria nascente é uma prática protecionista admissível pela normativa da OMC, sendo facultado aos países “tomar medidas de proteção ou outras medidas que afetem as importações.” 3) As medidas permitidas para proteger a indústria nascente poderão ser adotadas por países que estejam nos seus primeiros estágios de desenvolvimento. Gabarito: CERTO CURSO ON-LINE – COMÉRCIO EXTERIOR EM EXERCÍCIOS P/ RECEITA FEDERAL PROFESSOR: RICARDO VALE 21 www.pontodosconcursos.com.br 10- (AFRF-2002.2) - Segundo a teoria clássica do comércio internacional, na concepção de David Ricardo, o comércio entre dois países é mutuamente benéfico quando: a) cada país especializa-se na produção de bens nos quais possa empregar a menor quantidade de trabalho possível, independentemente das condições de produção e do preço dos mesmos bens no outro país, o que permitirá a ambos auferir maiores lucros com a exportação do que com a venda daqueles bens nos respectivos mercados internos. b) intercambiam-se bens em cuja produção sejam empregadas as mesmas quantidades de trabalho, o que lhes permite auferir ganhos em virtude de diferenças, entre esses mesmos países, na dotação dos demais fatores de produção. c) ambos países produzem os bens necessários para o abastecimento de seus respectivos mercados, obtendo lucros adicionais com a exportação dos excedentes gerados. d) cada país especializa-se na produção daqueles bens em que possua vantagem relativa, importando do outro aqueles bens para os quais o custo de oportunidade de produção interna seja relativamente maior. e) a capacidade relativa de produção entre ambos os países for semelhante, o que os leva a procurar obter vantagens absolutas e assim obter ganhos com o comércio mediante a exportação dos excedentes de produção. O modelo ricardiano não chegou a falar em custo de oportunidade, tratando simplesmente das vantagens comparativas. David Ricardo mensurava o custo de produção em termos de horas de trabalho, sendo este o único fator de produção considerado em sua teoria. Posteriormente, Haberler introduziu o conceito de Custo de Oportunidade, passando a levar em consideração também os outros fatores de produção. A introdução do conceito de custo de oportunidade deu origem ao que se convencionou chamar de Teoria das Vantagens Comparativas Modificada. Se considerássemos somente o modelo de David Ricardo, a letra D não estaria totalmente correta, já que este não fala em custo de oportunidade. CURSO ON-LINE – COMÉRCIO EXTERIOR EM EXERCÍCIOS P/ RECEITA FEDERAL PROFESSOR: RICARDO VALE 22 www.pontodosconcursos.com.br Entretanto, considerando a Teoria das Vantagens Comparativas Modificada, chegaremos às seguintes conclusões: 1) Cada país se especializa na produção daquele bem em que possua menor custo de oportunidade. 2) Cada país importa do outro bens que possuam maior custo de oportunidade interna. 3) Para que você guarde melhor como chegar ao custo de oportunidade vamos ao macete! Custo de oportunidade de A em relação a B = o quanto deixo de produzir A para produzir B. Exemplificando, o custo de oportunidade de bolsas em termos de sapatos é o quanto deixo de produzir de bolsas para produzir sapatos. Gabarito: Letra D. 11- (AFRF-2002.2) - De acordo com a moderna teoria do comércio internacional, segundo o modelo Heckcsher-Ohlin: a) os padrões de especialização e de comércio entre os países resultam de diferenças entre os preços praticados domesticamente e aqueles praticados internacionalmente. b) os países tenderão a produzir e exportar bens cuja produção seja intensiva no fator produtivo mais abundante em suas respectivas economias. c) os países tenderão a concentrar-se na produção e exportação de bens cujos custos de produção, definidos pela remuneração dos fatores de produção, sejam menores. d) a produtividade da mão-de-obra determina os padrões de especialização e as possibilidades de comércio entre os países. e) a disponibilidade dos fatores de produção não exerce influência significativa sobre o padrão de comércio entre os países uma vez que a mobilidade dos mesmos equilibra as condições de produção internacionalmente. De acordo com o modelo Heckscher-Ohlin, cada país se especializa na produção de bens que sejam intensivos no fator de produção que seja abundante em seu território. CURSO ON-LINE – COMÉRCIO EXTERIOR EM EXERCÍCIOS P/ RECEITA FEDERAL PROFESSOR: RICARDO VALE 23 www.pontodosconcursos.com.br Sobre o modelo Heckscher-Ohlin, aproveitamos para enfatizar mais uma vez que a tecnologia entre os países é assumida como sendo a mesma. O que varia são os fatores de produção. Gabarito: Letra B 12- (AFTN-1998) – Uma das Novas Teorias de Comércio Internacional dá ênfase à questão da estrutura dos mercados, destacando-se duas abordagens variantes: a da concorrência monopolística e a da teoria do oligopólio. A teoria do oligopólio aplicada ao comércio internacional conclui que: a) com a maior oferta de produtos tende a ocorrer um comérciointrafirma; b) a existência de Transnacionais leva a um controle, por parte destas, do comércio internacional, podendo haver manipulações nos preços no mercado internacional; c) as Transnacionais são os atores mais relevantes da economia mundial hoje. Elas estão fora de controle dos governos que devem procurar criar empresas estatais para competir com as empresas transnacionais e, assim, capturar o excedente que as empresas estatais gerarão. d) as Transnacionais e notadamente o comércio intrafirma são os grandes responsáveis pelo comércio internacional. Além disso, comércio internacional está intrinsecamente ligado ao investimento estrangeiro. Assim, a melhor explicação para o comércio internacional nos anos 90 está na análise dos fluxos de investimento entre os países desenvolvidos e entre estes e os países em desenvolvimento. e) existem, hoje, os efeitos de aprendizagem, o que permite que um governo com uma política industrial ativa possa criar firmas que poderão ser vencedoras no mercado mundial. O oligopólio é uma estrutura de mercado que se caracteriza pela existência de um pequeno grupo de vendedores, que possuem grande influência no preço a ser praticado no mercado. A existência de um oligopólio em um setor econômico pressupõe a concorrência internacional entre poucos vendedores. Cada um desses CURSO ON-LINE – COMÉRCIO EXTERIOR EM EXERCÍCIOS P/ RECEITA FEDERAL PROFESSOR: RICARDO VALE 24 www.pontodosconcursos.com.br vendedores exerce, no entanto, forte influência sobre os preços praticados pelo outro. A competição é, portanto, intrínseca ao modelo oligopolista. Surgem grandes indústrias nacionais, incentivadas pelos governos, que passam a subsidiá-las, executando uma política industrial ativa. Gabarito: Letra E. 13- (AFRF-2002.2) - Com relação às práticas protecionistas, tal como observadas nas últimas cinco décadas, é correto afirmar-se que: a) assumiram expressão preponderantemente não-tarifária à medida que, por força de compromissos multilaterais, de acordos regionais e de iniciativas unilaterais, reduziram-se as barreiras tarifárias. b) voltaram a assumir expressão preponderantemente tarifária em razão de compromisso assumido no âmbito do Acordo Geral de Comércio e Tarifas (GATT)) de tarificar barreiras não-tarifárias, com vistas à progressiva redução e eliminação futura das mesmas. c) encontram amparo na normativa da Organização Mundial do Comércio (OMC), quando justificadas pela necessidade de corrigir falhas de mercado, proteger indústrias nascentes, responder a práticas desleais de comércio e corrigir desequilíbrios comerciais. d) recrudesceram particularmente entre os países da Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), na segunda metade dos anos noventa, em razão da desaceleração das taxas de crescimento de suas economias. e) deslocaram-se do campo estritamente comercial para vincularem-se a outras áreas temáticas como meio ambiente, direitos humanos e investimentos. Nas últimas décadas, desde a criação do GATT 47, a liberalização do comércio implicou na queda das barreiras tarifárias – que nada mais são do que os impostos de importação – dando lugar a uma nova forma de protecionismo, através da imposição de barreiras não-tarifárias. Essa nova forma de protecionismo teve lugar graças à queda das barreiras tarifárias, seja através dos compromissos assumidos CURSO ON-LINE – COMÉRCIO EXTERIOR EM EXERCÍCIOS P/ RECEITA FEDERAL PROFESSOR: RICARDO VALE 25 www.pontodosconcursos.com.br multilateralmente no âmbito do GATT 47, seja através dos acordos de integração regional, seja através de preferências tarifárias concedidas sob a égide do SGP e do SGPC. O conceito de barreira não-tarifária é bem amplo e abarca toda forma de restrição às importações que não seja por meio de tarifas. Gabarito: Letra A. 14- (AFRF-2002.2) - A literatura econômica afirma, com base em argumentos teóricos e empíricos, que o comércio internacional confere importantes estímulos ao crescimento econômico. Entre os fatores que explicam o efeito positivo do comércio sobre o crescimento destacam-se: a) a crescente importância dos setores exportadores na formação do Produto Interno dos países; as pressões em favor da estabilidade cambial e monetária que provêm do comércio; e o aumento da demanda agregada sobre a renda. b) a melhor eficiência alocativa propiciada pelas trocas internacionais; a substituição de importações; e a conseqüente geração de superávits comerciais. c) a crescente importância das exportações para o Produto Interno dos países; a importância das importações para o aumento da competitividade; e o melhor aproveitamento de economias de escala. d) os efeitos sobre o emprego e sobre a renda decorrentes do aumento da demanda agregada; e o estímulo à obtenção de saldos comerciais positivos. e) a ampliação de mercados; os deslocamentos produtivos; e o equilíbrio das taxas de juros e dos preços que o comércio induz. Essa questão é bastante interessante, nos permitindo discorrer acerca dos efeitos do livre comércio. Vamos lá! - Crescente importância das exportações para o PIB: O PIB é igual ao Consumo+ Investimento+Gastos do Governo +Exportações – Importações. Já entramos aqui na seara da Macroeconomia! Quando maior for o valor das exportações, maior será o valor do PIB. CURSO ON-LINE – COMÉRCIO EXTERIOR EM EXERCÍCIOS P/ RECEITA FEDERAL PROFESSOR: RICARDO VALE 26 www.pontodosconcursos.com.br - Importância das importações para o aumento da competitividade: Com o livre comércio, a indústria nacional fica exposta à concorrência, o que a leva ao aperfeiçoamento de processos, inovação, adoção de novas técnicas e aperfeiçoamento do produto. Caso fosse protegida da concorrência, haveria tendência à obsolescência do seu produto. Outro efeito das importações é aumentar o bem-estar do consumidor e reduzir o nível de preços. - Melhor aproveitamento de economias de escala: a especialização leva a economias de escala, aumentando a produtividade e reduzindo custos. - Aumento da remuneração do fator de produção abundante: pelo teorema Heckscher-Ohlin-Samuelson, o livre comércio leva ao aumento da remuneração do fator de produção abundante no país. Gabarito: Letra C 15- (AFRF 2002.1) - De acordo com a teoria clássica do comércio internacional, as trocas comerciais entre dois países podem ser vantajosas mesmo quando um país não usufrua de vantagem absoluta no tocante à produção de um determinado bem, mas sim de vantagem comparativa, a qual decorre, segundo Ricardo, de diferenças, entre ambos os países, em relação: a) à produtividade da mão-de-obra. b) aos custos das matérias-primas. c) aos custos de transporte. d) aos custos de remuneração do capital. e) à dotação de fatores de produção. David Ricardo, através da teoria das vantagens comparativas, afirma que é possível que haja o livre comércio entre países, mesmo que um deles possua vantagem absoluta na produção de todos os produtos. No modelo ricardiano, são levadas em consideração não as vantagens absolutas, mas as vantagens comparativas. Nesse modelo, o único fator de produção considerado é o trabalho (produtividade da mão-de-obra), em função do qual são medidos os custos de produção das mercadorias. CURSO ON-LINE – COMÉRCIO EXTERIOR EM EXERCÍCIOS P/ RECEITA FEDERAL PROFESSOR: RICARDO VALE 27 www.pontodosconcursos.com.br Gabarito: Letra A 16- (AFRF-2002.1) - A teoria moderna do comércio internacional procurou superar as limitações da abordagem clássica das vantagens absolutas e relativas, caracterizando- se pela produção de modelos de análise do comércio internacional mais sofisticados, a exemplo do Hecksher-Ohlin, que atribui as diferenças de custos de produção entre os países e os padrões de especialização com base na (o): a) estrutura da demanda externa. b) qualidade da mão-de-obra. c) qualidade dainfra-estrutura de produção. d) dotação dos fatores de produção. e) custo do trabalho. O modelo Heckscher-Ohlin não nega a Teoria das Vantagens Comparativas, mas sim a explica, ao atribuir as diferenças dos custos de produção entre os países e os padrões de especialização com base na dotação dos fatores de produção. Segundo o referido modelo, um país se especializa e exporta bens intensivos no fator de produção abundante em seu território. Gabarito: Letra D. 17- (AFRF-2002.1) - A respeito do processo de globalização, é correto afirmar que: a) alcança indistintamente a todos os países, a despeito de seus respectivos níveis de desenvolvimento econômico, tornando-os mais homogêneos política, econômica, social e culturalmente. b) é um processo eminentemente comercial associado à liberalização das trocas e à expansão dos mercados nacionais em escala global, o qual aprofunda diferenças econômicas entre os países. c) se manifesta no entrelaçamento dos campos do comércio, das finanças e da produção internacional e no aprofundamento da interdependência entre os países e com importantes desdobramentos políticos, econômicos e sócio-culturais. CURSO ON-LINE – COMÉRCIO EXTERIOR EM EXERCÍCIOS P/ RECEITA FEDERAL PROFESSOR: RICARDO VALE 28 www.pontodosconcursos.com.br d) tem como cerne o crescimento e a aceleração dos fluxos financeiros internacionais em virtude do movimento de capitais especulativos em escala global. e) é um fenômeno fundamentalmente associado às estratégias das corporações transnacionais objetivando expandir e consolidar sua presença nos mercados dos países emergentes. A globalização pode ser entendida como um processo de aprofundamento da integração econômica, social, cultural e política. Através da globalização, cria-se uma maior interdependência entre os países, de forma que uma crise econômica sofrida por um país ou por um bloco econômico rapidamente se espalha por todo o mundo. Podemos ainda entender a globalização como sendo uma fase da expansão do capitalismo, buscando formar uma aldeia global que permita a ampliação do mercado consumidor, antes restrito ao mercado interno. No século XX, o desenvolvimento dos meios de transporte e das telecomunicações foi responsável por aprofundar mais ainda o processo de integração entre os países. Esse desenvolvimento tecnológico possibilita um fluxo de idéias e informações sem precedentes, além de um acesso à informação. a) ERRADO. O problema da assertiva é a palavra “indistintamente”, já que o fenômeno da globalização afeta de forma variada cada um dos países do mundo. b) ERRADO. A globalização é um fenômeno comercial, que leva à expansão dos mercados nacionais. Embora com a globalização torne-se mais visível as diferenças econômicas entre os países, não é um consenso que a globalização aprofunde tais desigualdades. c) CERTO. Resposta bem completa, tratando da globalização em três abordagens diferentes: a globalização da produção, a globalização do comércio e globalização das finanças. d) ERRADO. A globalização promove o crescimento e a aceleração dos fluxos financeiros internacionais em virtude do movimento de capitais especulativos em escala global, mas não podemos dizer que esse seja o cerne desse fenômeno. CURSO ON-LINE – COMÉRCIO EXTERIOR EM EXERCÍCIOS P/ RECEITA FEDERAL PROFESSOR: RICARDO VALE 29 www.pontodosconcursos.com.br e) ERRADO. Bastante incompleta a assertiva, já que através da globalização, não só os países desenvolvidos expandem seus mercados, mas também os países em desenvolvimento. Gabarito: Letra C 18- (ACE-2002)- Com base nas novas teorias de comércio internacional, é correto afirmar, a respeito da relação entre comércio internacional e preços dos fatores de produção, com implicações para a distribuição de renda: a) O aumento de riqueza ocasionado pela liberalização comercial produz, cedo ou tarde, maior distribuição de renda, motivo pelo qual o pensamento neoliberal defende a remoção de barreiras ao comércio. b) A abertura do mercado ocasiona o aumento do preço relativo do fator trabalho em uma economia em que este fator seja abundante e reduz o seu preço na economia em que o fator capital seja relativamente abundante. c) A especialização das economias em setores nos quais possuem vantagens comparativas engendra o abandono de atividades outrora realizadas em tais economias, produzindo desemprego e, no longo prazo, aumento nas disparidades de renda entre os mais ricos e os mais pobres. d) A abertura do mercado ocasiona a redução do preço relativo do fator trabalho em uma economia em que este fator seja abundante e aumenta o seu preço na economia em que o fator capital seja relativamente abundante. e) A abertura do mercado ocasiona a redução do preço relativo do fator trabalho tanto em uma economia em que este fator seja abundante quanto na economia em que o fator capital seja relativamente abundante. De acordo com o Teorema Heckscher-Ohlin-Samuelson, conforme já explicamos anteriormente, o livre comércio implica na equalização dos custos dos fatores entre os países. Em outras palavras, o livre comércio aumenta a remuneração do fator de produção abundante no país e a diminuição da remuneração do fator de produção escasso. CURSO ON-LINE – COMÉRCIO EXTERIOR EM EXERCÍCIOS P/ RECEITA FEDERAL PROFESSOR: RICARDO VALE 30 www.pontodosconcursos.com.br A assertiva B exemplifica muito bem o Teorema Heckscher-Ohlin- Samuelson. O trabalho, como fator de produção abundante em um país, tem sua remuneração aumentada. Em sentido contrário, quando ele é escasso, ou o capital é abundante em um país, sua remuneração diminui. Gabarito: Letra B 19- (AFRF-2000)- A Teoria do Ciclo de Vida do Produto foi criada por R. Vernon. Os enunciados citados abaixo são pressupostos da Teoria, exceto: a) As inovações surgidas nos países desenvolvidos dão a estes situação de monopólio provisoriamente na produção de um certo bem. b) A Teoria procura explicar o comércio internacional a partir do progresso tecnológico. c) Novos Produtos e Processos Produtivos tendem a surgir nos países ricos devido à demanda por produtos sofisticados, pela existência de capacidade empresarial e mão-de-obra especializada para trabalhar em Pesquisa e Desenvolvimento. d) As vantagens comparativas estariam sempre nos países desenvolvidos. e) À medida que os produtos fossem ficando padronizados poderiam ser produzidos em outros locais, inclusive países em desenvolvimento. Raymond Vernon é o criador da Teoria do Ciclo de Vida do Produto, a qual explica a internacionalização da produção. De acordo com essa teoria, os produtos de industrialização mais sofisticada surgiriam nos países de maior desenvolvimento. Os motivos disso seriam a presença abundante do fator de produção capital nos países desenvolvidos, a demanda por produtos sofisticados e, consequentemente, maiores investimentos em pesquisa e desenvolvimento. Assim, produtos intensivos em capital surgiriam nos países desenvolvidos, os quais teriam vantagem comparativa na produção desses bens. Passado esse momento inicial, a produção seria deslocada para os países em desenvolvimento, à medida em que os produtos se tornassem mais padronizados e produzidos em larga escala. Isso porque esses CURSO ON-LINE – COMÉRCIO EXTERIOR EM EXERCÍCIOS P/ RECEITA FEDERAL PROFESSOR: RICARDO VALE 31 www.pontodosconcursos.com.br produtos deixariam de ser intensivos em capital e passariam a ser intensivos em mão-de-obra, mais abundante nos países em desenvolvimento. Assim, a vantagem comparativa se deslocaria, nesse segundo momento, dos países desenvolvidos para os países em desenvolvimento. A produção é, portanto, internacionalizada, o que explica o surgimento das multinacionais. Após a internacionalização da produção, surge nos países desenvolvidos uma demanda por novos produtos, mais sofisticados queaqueles já internacionalizados. Esses novos produtos precisam ser desenvolvidos e muito há que ser gasto com pesquisa e desenvolvimento, o que os torna intensivos em capital. Novamente sua produção começa nos países desenvolvidos, passando depois para os países em desenvolvimento, quando se tornem padronizados e intensivos em mão-de-obra. Percebam aí que todo o processo ocorre de forma cíclica. a) CERTO. Os produtos sofisticados surgem nos países desenvolvidos e permanecem como monopólio destes até que a produção seja internacionalizada, o que ocorre quando estes se tornam intensivos em mão- de-obra. b) CERTO. A Teoria Ciclo-Produto explica o comércio internacional através do progresso tecnológico. c) CERTO. Os produtos mais sofisticados surgem nos países desenvolvidos tendo em vista a abundância do fator de produção capital (a ser investido em Pesquisa e Desenvolvimento), a demanda por produtos sofisticados, existência de capacidade empresarial e mão-de-obra especializada a ser empregada em P & D. d) ERRADO. As vantagens comparativas estariam nas mãos dos países desenvolvidos somente durante o período em que os produtos fossem intensivos em capital. Após a produção ser internacionalizada e estes se tornarem intensivos em mão-de-obra, as vantagens comparativas passariam para os países em desenvolvimento. e) CERTO. Perfeita a assertiva! Já falamos sobre ela nos comentários anteriores. Gabarito: Letra D CURSO ON-LINE – COMÉRCIO EXTERIOR EM EXERCÍCIOS P/ RECEITA FEDERAL PROFESSOR: RICARDO VALE 32 www.pontodosconcursos.com.br 20- (AFRF-2000)- Entre as razões abaixo, indique aquela que não leva à adoção de tarifas alfandegárias: a) Aumento de arrecadação alfandegária. b) Equilíbrio do Balanço de Pagamentos. c) Proteção à indústria nascente. d) Segurança nacional. e) Estímulo à competitividade de uma empresa. As práticas protecionistas são adotadas para: aumentar a arrecadação alfandegária (embora a principal finalidade dos impostos na importação seja extra-fiscal), promover equilíbrio no Balanço de Pagamentos, proteger a indústria nascente e por motivos de segurança nacional. Ao se adotar tarifas alfandegárias, não se estimula a competitividade das empresas nacionais. O que ocorre é justamente o efeito contrário! A indústria nacional, por não estar exposta à concorrência aumenta seu preço e não busca inovar e desenvolver novas tecnologias. Gabarito: Letra E. 21- (ACE-2002) – A respeito dos processos de industrialização por substituição de importações, é correto afirmar o seguinte: a) Historicamente, tais processos favoreceram o desenvolvimento tecnológico em escala global, já que as economias mais atrasadas alcançam condições para desenvolver indústrias que passarão a competir com as das economias desenvolvidas. b) No que concerne à políticas públicas implementadas pelos governos, assemelham-se aos processos de industrialização baseados em atividades orientadas para a exportações. Diferenciam-se apenas pela ênfase na diversificação da pauta de importações. c) Mostraram-se eficientes ao longo do século XX, como ilustra o desempenho dos chamados “Tigres Asiáticos”. d) Aceitando-se que podem ser bem-sucedidos, implicam a necessidade da opção, pela sociedade que os implementam, de financiar um setor econômico específico, uma vez que requeiram a imposição de políticas CURSO ON-LINE – COMÉRCIO EXTERIOR EM EXERCÍCIOS P/ RECEITA FEDERAL PROFESSOR: RICARDO VALE 33 www.pontodosconcursos.com.br que distorcem, a um tempo, os fluxos comerciais e a alocação eficiente dos fatores de produção internos. e) Para que sejam implementados inteiramente, requerem a efetiva realização de uma reforma agrária. a) ERRADO. A política de substituição de importações foi amplamente adotada na América Latina no século XX, experiência essa que pode ser considerada fracassada. No Brasil, durante os governos de Getúlio Vargas e Juscelino Kubitschek, esta política teve sua aplicação. Sem dúvida ocorreu o crescimento industrial nesses países, no entanto, não se pode dizer que ela proporcionou o desenvolvimento tecnológico em escala global. O protecionismo é, por si só, uma prática que desestimula a inovação tecnológica, já que isola as indústrias nacionais da concorrência internacional. b) ERRADO. O modelo de industrialização por substituição de importações é bem diferente em relação ao modelo de industrialização orientada para exportações. Em questão anterior, nós comentamos sobre as diferenças entre os dois. No entanto, a maior delas reside no fato de que no modelo de industrialização voltado para as exportações, vigora o livre comércio, que não é respeitado pela política de substituição de importações. c) ERRADO. Os Tigres Asiáticos são um exemplo do modelo de industrialização voltada para exportações e não da política de substituição de importações. d) CERTO. Esse é um problema da política de substituição de importações: decidir qual o setor industrial será protegido e, portanto, ser financiado pela sociedade. Isso torna o sistema suscetível à corrupção, na medida em que o Governo terá que decidir qual setor será beneficiado. e) ERRADO. Não há necessidade de que seja realizada uma reforma agrária para que seja implementada a política de substituição de importações. Gabarito: Letra D. 22- (ACE-2002)- O argumento em favor da proteção às indústrias nascentes ganhou força com a publicação do Report on Manufactures, de Alexander Hamilton, que defendeu o desenvolvimento nos Estados CURSO ON-LINE – COMÉRCIO EXTERIOR EM EXERCÍCIOS P/ RECEITA FEDERAL PROFESSOR: RICARDO VALE 34 www.pontodosconcursos.com.br Unidos da América e o uso de tarifas para promovê-lo. A respeito dos instrumentos de proteção a indústrias nascentes é correto afirmar que: a) O argumento que analisa as economias de escala produzidas pela proteção a indústrias nascentes defende como instrumento principal as firmas, em vez de indústrias, uma vez que, ao concentrar os benefícios nas mãos de poucos agentes privados, preferencialmente um monopólio, criam-se condições para que a indústria local se desenvolva mais rapidamente. b) Desde que ocorra, a proteção a indústrias nascentes atinge os resultados pretendidos a custos semelhantes, não importando muito se utiliza instrumentos tais como cotas, subsídios ou tarifas. c) O argumento que analisa a aquisição de experiência pela economia nacional, baseado no princípio de se “aprender fazendo”, o que permite justificar a proteção a tais indústrias por tempo indeterminado, preferencialmente longo, já que a inovação é condição necessária à manutenção da competitividade industrial. d) Entre as principais críticas aos instrumentos utilizados para proteger indústrias nascentes estão os argumentos que apontam algumas de suas implicações, a exemplo da dificuldade de se escolher corretamente as indústrias que devem receber, a relutância das indústrias a dispensar a proteção recebida e seus efeitos deletérios sobre outras indústrias. e) Entre as principais críticas aos instrumentos utilizados para proteger indústrias nascentes estão os argumentos que apontam algumas de suas implicações, a exemplo da dificuldade de combinar as indústrias que devem receber proteção com o modelo de substituição de importações, a concordância das indústrias em dispensar a proteção recebida e seus efeitos deletérios sobre outras indústrias. a) ERRADO. Quando se concentram os benefícios nas mãos de poucos agentes privados, não há estímulo à inovação tecnológica, além de se permitir um controle do preço por parte desses agentes, o que não leva ao bem estar da sociedade. b) ERRADO. A utilização de cada um desses instrumentos protecionistas – tarifas, cotas e subsídios – apresenta efeitos bem particulares. O emprego de CURSO ON-LINE – COMÉRCIO EXTERIOR EM EXERCÍCIOS P/ RECEITA FEDERAL PROFESSOR: RICARDO VALE 35 www.pontodosconcursos.com.brcotas é o mecanismo protecionista mais danoso, seguido pelas tarifas e por último pelo subsídio. Vejamos o efeito de cada um deles sobre! 1) Tarifas: - Aumento do preço interno dos produtos, tendo em vista a diminuição da concorrência. - Efeito sobre o consumo: o aumento do preço reduz a demanda. - Aumento da produção nacional. - Diminuição da quantidade importada. - Aumento da arrecadação fiscal. 2) Cotas: - Aumento do preço interno dos produtos, tendo em vista a diminuição da concorrência. - Efeito sobre o consumo: o aumento do preço reduz a demanda. - Aumento da produção nacional. - Diminuição da quantidade importada. - Mais restritiva ao comércio do que a imposição de tarifas, já que com a imposição destas, os exportadores podem aumentar a sua eficiência, reduzindo o preço de exportação. Com a imposição de restrições quantitativas, não adianta o exportador reduzir seu preço. 3) Subsídios: - O preço interno se mantém o mesmo. - O consumo se mantém o mesmo, tendo em vista que não ocorre alteração da demanda. - Aumento da produção nacional. - Redução das importações. - Aumento dos gastos governamentais c) ERRADO. Protecionismo e inovação são situações que se contrapõem. d) CERTO. Perfeita a assertiva! Essas são algumas das críticas à proteção às indústrias nascentes. e) ERRADO. Uma indústria que está sendo protegida não concorda em ver encerrada essa proteção. Gabarito: Letra D. CURSO ON-LINE – COMÉRCIO EXTERIOR EM EXERCÍCIOS P/ RECEITA FEDERAL PROFESSOR: RICARDO VALE 36 www.pontodosconcursos.com.br 23- (ACE-2008)- De acordo com a hipótese do crescimento empobrecedor, os efeitos perversos sobre os termos de troca, decorrentes do crescimento econômico baseado nas exportações, serão tanto mais elevados quanto mais inelástica for a curva de oferta e demanda relativa mundial dos produtos transacionados. A literatura econômica denomina crescimento empobrecedor à situação em que o aumento de produção acontece predominantemente no setor exportador e provoca deterioração dos termos de troca de tal magnitude que pode reduzir a renda real do país. A possibilidade é maior quando a elasticidade-renda das mercadorias exportadas é menor. “Ricardo, o que é esse negócio de elasticidade-renda?” Bom, aí já entramos no campo da Economia! É o seguinte: quando há uma variação na renda, há uma variação na demanda. Quanto maior a renda, maior a demanda; quanto menor a renda, menor o demanda. Uma menor elasticidade-renda significa que há uma variação grande na renda e uma variação em proporções menores na demanda. Bem, voltando aos termos de troca, Raúl Prebisch já afirmava que os países em desenvolvimento, especializados na produção de bens primários, sofriam com sua deterioração. Isso porque comparativamente aos preços dos produtos industrializados, os preços dos bens primários tenderiam a se desvalorizar. Segundo Prebisch, a elasticidade-renda dos produtos primários, exportados pelos países menos desenvolvidos, tende a ser menor do que a verificada para os produtos manufaturados, exportados pelos países desenvolvidos. Assim, quando a renda aumenta, a demanda e os preços dos produtos manufaturados se eleva mais em termos proporcionais do que a demanda e preços dos produtos primários, gerando a queda da razão exportação/importação para os países menos desenvolvidos. Gabarito: CERTO 24- (ACE-2008) - A idéia de que, nos países avançados, o comércio internacional prioriza inovações tecnológicas fortemente baseadas em trabalho qualificado para dificultar a imitação tecnológica pelos países menos desenvolvidos é consistente com a hipótese de CURSO ON-LINE – COMÉRCIO EXTERIOR EM EXERCÍCIOS P/ RECEITA FEDERAL PROFESSOR: RICARDO VALE 37 www.pontodosconcursos.com.br complementaridade entre o capital humano e as novas tecnologias, que resulta no aumento das desigualdades salariais nesses grupos de países. A tecnologia é encarada, pelas modernas teorias do comércio internacional, como um componente que molda os fatores de produção, de modo a conferir a um país maior produtividade. O trabalho qualificado é um fator determinante para que sejam implementadas inovações tecnológicas. Sobre as desigualdades salariais, estas são decorrentes da valorização do capital humano, fundamental à inovação. Gabarito: CERTO 25- (Questão Inédita) – Analise os itens a seguir e atribua a letra (V) para as assertivas verdadeiras e a letra (F) para as falsas. Em seguida, marque a opção que contenha a seqüência correta: ( ) Cada país especializa-se na produção dos bens em que possua vantagem relativa, importando do outro aqueles bens para os quais o custo de oportunidade de produção interna seja relativamente menor. ( ) O livre comércio tem como efeito o incremento tecnológico, o barateamento dos produtos, o aumento da satisfação pessoal do consumidor e o aumento da remuneração do fator de produção abundante no país. Em contrapartida, o protecionismo implica na diminuição da remuneração do fator de produção intensivo no bem protegido. ( ) De acordo com Linder, quanto mais semelhante forem as estruturas produtivas entre dois países, maior será o volume de comércio entre eles. ( ) As teorias clássicas do comércio internacional consideram os fatores de produção como variáveis dinâmicas, sendo a tecnologia assumida constante. ( ) As teorias clássicas não prevêem a possibilidade do comércio entre países com a mesma estrutura de produção. a) FFVFV b) FFVVF c) VFVFV d) VVFVF CURSO ON-LINE – COMÉRCIO EXTERIOR EM EXERCÍCIOS P/ RECEITA FEDERAL PROFESSOR: RICARDO VALE 38 www.pontodosconcursos.com.br e) FVFFV I)-FALSO. Cada pais se especializa na produção dos bens em que possua vantagem relativa, importando do outro aqueles bens para os quais o custo de oportunidade de produção interna seja relativamente maior. II)-FALSO. De acordo com o Teorema Stolper-Samuelson, a imposição de tarifas sobre a importação de um bem tem como efeito aumentar a remuneração no fator de produção intensivo nesse bem protegido. III)-VERDADEIRO.Perfeita a assertiva! Conforme já comentamos anteriormente, quanto mais semelhantes as estruturas produtivas dos países, maior será o volume de comércio entre eles. IV)- FALSO. As teorias clássicas do comércio internacional não consideram os fatores de produção como variáveis dinâmicas. V) VERDADEIRO. Somente as novas teorias do comércio internacional admitiram a possibilidade do comércio intra-indústria. Gabarito: Letra A 26- (Questão Inédita)- Analise os itens a seguir e atribua a letra (V) para as assertivas verdadeiras e a letra (F) para as falsas. Em seguida, marque a opção que contenha a seqüência correta: ( ) O modelo ricardiano ignora o papel das economias de escala como uma causa do comércio internacional, o que torna impossível explicar os grandes fluxos comerciais entre nações aparentemente similares. ( ) O Teorema Heckscher-Ohlin atribui o comércio internacional à diferença de produtividade entre os países, o que é resultado da diferença de tecnologias entre cada um deles. ( ) O economista russo Leontief constatou a aplicação prática do Teorema Heckscher-Ohlin ao verificar que os E.U.A exportavam bens intensivos em capital, importando bens intensivos em mão-de-obra. ( ) Segundo Linder, o comércio de produtos primários seria explicado pelo Teorema Heckscher-Ohlin. Já o comércio de produtos industrializados é determinado pela estrutura da demanda, cujo principal determinante é a renda per capita de um país. CURSO ON-LINE – COMÉRCIO EXTERIOR EM EXERCÍCIOS P/ RECEITA FEDERAL PROFESSOR: RICARDO VALE 39 www.pontodosconcursos.com.br ( ) A inovação de produtos ocorre nas economias mais avançadas e desenvolvidas, pois a alta especialização da mão de obra dá uma vantagem comparativa no desenvolvimento e na produção inicial, além do fato da demanda