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Aula 11 AFRB 2009 COMERCIO INTERNACIONAL EXERCICIOS

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CURSO ON-LINE – COMÉRCIO EXTERIOR EM EXERCÍCIOS 
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PROFESSOR: RICARDO VALE 
 
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AULA 11: TEORIAS DO COMÉRCIO INTERNACIONAL E 
POLÍTICAS COMERCIAIS 
 
Olá pessoal, como vão os estudos? Na aula de hoje veremos um 
assunto que sempre foi muito cobrado nas provas da RFB, mas desde 2002 
deixou de aparecer nos editais. É um assunto eminentemente teórico, muito 
ligado à Economia, particularmente à Economia Internacional. 
Para a prova da RFB, acredito que o que comentarmos na aula de 
hoje será suficiente. No entanto, àqueles que desejarem se aprofundar no 
assunto no futuro, fica desde já a dica de um livro sensacional: Economia 
Internacional, de autoria de Paul Krugman e Maurice Obstfeld. 
 
QUESTÕES COMENTADAS 
1-(AFTN-98) – Indique a opção que não está relacionada com a prática do 
mercantilismo: 
a)O princípio segundo o qual o Estado deve incrementar o bem-estar 
nacional. 
b) O conjunto de concepções que incluía o protecionismo, a atuação ativa 
do Estado e a busca de acumulação de metais preciosos, que foram 
aplicadas em toda a Europa homogeneamente no século XVII. 
c) O comércio exterior deve ser estimulado, pois um saldo positivo na 
balança fornece um estoque de metais preciosos. 
d) A riqueza da economia depende do aumento da população e do volume 
de metais preciosos do país. 
e) Uma forte autoridade central é essencial para a expansão dos 
mercados e a proteção dos interesses comerciais. 
O mercantilismo pode ser entendido como o conjunto de práticas 
econômicas desenvolvidas na Europa durante a Idade Moderna (séculos XV a 
XVIII), que tinha como principal objetivo o acúmulo de metais preciosos em seu 
território. 
Nesse mister, o Estado adquiria um papel preponderante no 
desenvolvimento econômico nacional através da utilização de práticas 
eminentemente intervencionistas. 
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Os teóricos mercantilistas pregavam o desenvolvimento econômico 
por meio do enriquecimento das nações através do comércio exterior. 
Quanto mais um país exportasse e menos importasse, mais riqueza teria no 
seu território. Para isso, os Estados adotavam práticas de protecionismo 
alfandegário - com a imposição de barreiras tarifárias ao comércio exterior - e 
medidas de apoio à exportação. 
John Locke, grande filósofo inglês, apoiava os dogmas 
mercantilistas e seu pensamento econômico desenvolveu-se no sentido de que 
o saldo comercial adverso conduziria à ruína de uma nação. Segundo o 
pensamento de Locke, quanto mais ouro e prata um país tivesse em seu 
território, mais caros, ou mais valorizados, seus produtos seriam em 
comparação com os produtos dos países vizinhos. Assim, as exportações 
desse país teriam valor alto e cada vez mais ouro e prata entrariam no seu 
território. Era assim que pensavam os mercantilistas! Vejamos cada uma das 
assertivas: 
a)CERTO. O bem estar nacional será obtido, de acordo com os teóricos 
mercantilistas, através do acúmulo de riquezas no território nacional. Havia 
várias maneiras de acumular ouro e prata em seu território, seja pela força ou 
através da exploração de recursos naturais privilegiados, mas a principal forma 
de acumulação seria pelo comércio internacional. 
b)ERRADO. O mercantilismo se baseia no protecionismo, na atuação ativa do 
Estado e na busca pela acumulação de metais preciosos. No entanto o 
mercantilismo não foi praticado de forma homogênea na Europa. 
Na França foi aplicada uma política que ficou conhecida como 
colbertismo, baseada na idéia de que o volume de exportações deveria, de 
qualquer maneira, ser superior ao volume de importações, o que resultava em 
um protecionismo bem rígido. 
Espanha e Portugal, por sua vez, desenvolveram uma política 
denominada bulionismo, voltada para o acúmulo de ouro e prata em seus 
territórios através da exploração das riquezas de suas colônias, não investindo 
em atividades lucrativas, como indústrias ou manufaturas. 
A Inglaterra, por sua vez, desenvolveu o comercialismo, estimulando 
o comércio exterior e o desenvolvimento de manufaturas. 
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c) CERTO. O mercantilismo buscava saldos positivos na balança comercial, o 
que seria conseguido mediante um maior volume de exportações frente às 
importações. 
d) CERTO. Para os mercantilistas, a população de um país deve ser tão grande 
quanto ele possa suportá-la. Quanto maior a população, maior a força de 
trabalho disponível para produzir bens a serem exportados. 
e) CERTO. A forte autoridade central é representada pelo poder 
intervencionista do Estado apregoado pelos teóricos mercantilistas. 
Bom, pessoal, para encerrarmos de uma vez por todas os 
comentários nesta aula sobre o mercantilismo, quero aqui destacar as idéias de 
Philip Von Hornick, um funcionário público austríaco que listou as mais 
importantes idéias mercantilistas. Não precisa decorar, mas é bem interessante 
entender, já que elas representam todo o cerne do mercantilismo: 
1. Estudar o solo do país com o máximo cuidado, sem deixar de 
considerar as possibilidades agrícolas de cada pedacinho de terra (...) 
todos os produtos primários encontrados em um país que não 
puderem ser usados em sua forma natural devem ser manufaturados 
dentro do próprio país, (...); 
2. Deve-se dar atenção à população, que tem de ser tão grande 
quanto forem as possibilidades do país suportá-la (...); 
3. Todo ouro e prata que se encontrar no país não deve ser retirado 
sob nenhum pretexto (...); 
4. Os habitantes devem fazer todos os esforços para se contentar 
com os produtos domésticos (...); 
5. Produtos primários estrangeiros não devem ser trocados por ouro e 
prata, mas sim por outros artigos domésticos (...) devem ser 
importados em forma não acabada e transformados dentro do país 
(...); 
6. Devem-se procurar, incessantemente, oportunidades de vender a 
esses estrangeiros bens supérfluos na forma manufaturada (...); 
7. Não se deve autorizar, em hipótese nenhuma, importação de 
produtos cuja oferta interna seja suficiente e na qualidade desejada. 
 
Gabarito: Letra B. 
 
2-(AFRF-2000) – A Teoria das Vantagens Absolutas afirma em quais 
condições determinado produto ou serviço poderia ser oferecido com: 
a)preços de custo inferiores aos do concorrente. 
b) preços de aquisição inferiores aos do concorrente. 
c) preços final CIF inferior ao do concorrente. 
d) custo de oportunidade maior que o do concorrente. 
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e) menor eficiência que o concorrente. 
No século XVIII surgem teorias que se contrapõem ao pensamento 
mercantilista, apregoando o liberalismo econômico. Dois dos grandes teóricos 
dessa nova fase foram David Hume e Adam Smith. 
Lembram-se quando eu falei sobre as idéias de John Locke? Para 
ele, quanto mais moeda existisse no território de um país, melhor seria para 
suas exportações, que teriam valores altos, já que os preços dos produtos 
estaria alto. David Hume pensava exatamente o contrário de Locke! Para 
Hume, se um país acumula muito ouro e prata, seus produtos ficam caros e o 
volume de exportações diminui, ao passo que as importações teriam um fluxo 
mais acentuado. Se, ao contrário, um país tivesse pouco ouro e prata em seu 
território, seus produtos seriam baratos e o seu volume de exportações seria 
alto e o volume de importações menos acentuado. O interessante disso tudo é 
que o sistema tenderia a um ponto de equilíbrio. Basta acompanharmos o 
raciocínio: pouco ouro e prata no território de um país tornam seus produtos 
baratos, o que gera volume alto de exportações e, conseqüentemente, entrada 
de grande quantidade de ouro e prata no território desse país.Com a entrada 
de grande quantidade de ouro e prata, o preço dos produtos aumenta e há uma 
diminuição no volume de exportações. Entenderam isso? Pois é, para Hume, 
na ocorrência de déficits ou superávits, a correção era automática, levando a 
um ponto de equilíbrio. Era a teoria fluxo-espécie-preço. 
Adam Smith, por sua vez, pregava o liberalismo econômico, tendo 
como grande contribuição a teoria das vantagens absolutas. De acordo com 
Adam Smith, o Estado não deveria intervir na economia, salvo para impedir a 
existência de monopólios, ou em atividades que, embora não despertem 
interesse da iniciativa privada, sejam fundamentais. 
Adam Smith pregava a existência da “mão invisível” do mercado. 
Para ele, cada indivíduo, ao tentar satisfazer seu próprio interesse, promove de 
uma forma mais eficaz o interesse da sociedade do que quando realmente o 
pretende fazer. Apesar de cada indivíduo agir egoisticamente em prol de si 
mesmo, a sociedade como um todo sai beneficiada. 
No campo do comércio internacional, a teoria das vantagens 
absolutas incentivava com que cada país se especializasse na produção 
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daquilo em que possuísse maior capacidade, provando que isso traria 
benesse para ambas as partes. Acredito que um exemplo deve deixar mais 
claro como funciona a Teoria das Vantagens Absolutas! 
Imagine que o Brasil tem capacidade de produzir 1 bolsa a cada 
hora, enquanto a França produz o mesmo em 3 horas. Por sua vez, a França 
produz 1 sapato em 1 hora e o Brasil o mesmo em 3 horas. Segundo Adam 
Smith, o Brasil deveria se especializar na produção de bolsas e a França na 
produção de sapatos. Perceba, meu amigo, que, ao final de 6 horas de trabalho 
nos dois países, teríamos um total de 6 bolsas e 6 sapatos. Se, ao contrário, 
nenhum dos países se especializasse em nada, tentando ser auto-suficiente, o 
resultado não seria esse ao final de seis horas. O Brasil poderia fabricar 3 
bolsas e 1 sapato e a França 3 sapatos e 1 bolsa, gerando um total de 4 bolsas 
e 4 sapatos. Assim, de acordo com essa teoria, o livre comércio traria 
benefícios a todos, na medida em que cada país concentrasse suas 
energias naquilo em que é mais eficiente. 
Voltando à questão, a resposta correta é a letra A. Para entender 
melhor o porquê dessa resposta ser a correta, precisamos nos perguntar como 
é possível medir a eficiência na produção de uma mercadoria. A resposta mais 
apropriada seria através da mensuração dos custos de produção. Se a Teoria 
das Vantagens Absolutas afirma que cada país deve se especializar na 
produção daquilo em que for mais eficiente, logo, podemos inferir que cada 
país deverá se especializar no produto ou serviço com menor custo de 
produção. 
Gabarito: Letra A 
 
3- (ACE-2008) - De acordo com o modelo ricardiano, as vantagens 
comparativas, baseadas em diferenças nos custos de produção, na 
demanda e na presença de economias de escala, justificam a existência 
do livre comércio entre países e se traduzem em ganhos adicionais para 
consumidores e produtores domésticos. 
Pessoal, nos comentários da questão anterior nós vimos porque 
cada país deveria se especializar na produção dos bens em que fosse mais 
eficiente, ou seja, se especializar no fornecimento de bens que consegue obter 
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com o menor custo de produção possível. Mas agora vamos complicar mais um 
pouco! 
Voltando ao exemplo Brasil e França, que comentamos 
anteriormente, imagine que a França gasta 1 hora para produzir um sapato e 1 
hora para produzir uma bolsa. Suponha ainda que o Brasil gasta 4 horas para 
produzir um sapato e 2 horas para produzir uma bolsa. Como se vê, a França é 
mais eficiente do que o Brasil na produção de ambos os bens. E aí, o que vai 
acontecer? Será que não vai haver comércio entre os dois países? 
Sim, vai haver comércio entre os dois países, e isso poderá trazer 
benefícios para ambos! 
“Mas como isso é possível, Ricardo?” 
A Teoria das Vantagens Comparativas explica em que condições 
um país, mesmo sendo mais eficiente na produção de todas as 
mercadorias, tem vantagens em praticar o livre comércio. 
Se a França não se especializar na produção nem de bolsas e nem 
de sapatos, em 10 horas, ela terá produzido, digamos, 5 bolsas e 5 sapatos. O 
Brasil, por sua vez, terá produzido, em 10 horas, 1 sapato e 3 bolsas. Vejamos 
o quadro abaixo, que mostra o custo de produção dos bens em função das 
horas de trabalho necessárias para produzi-los: 
 SAPATO BOLSA 
BRASIL 4 ht 2 ht 
FRANÇA 1 ht 1 ht 
 
Se a França, ao contrário, se especializar na produção de sapatos, 
ela conseguirá obter, ao final de 10 horas, 10 sapatos. O Brasil, se 
especializando na produção de bolsas produzirá 5 bolsas ao final de 10 horas 
de trabalho. Ao final teremos 10 sapatos e 5 bolsas, contra 8 bolsas e 6 
sapatos caso nenhum país se especializasse em nada. 
“E quem disse que é melhor para o Brasil produzir 5 bolsas do que 1 
sapato e 3 bolsas? E por que é melhor para a França produzir 10 sapatos do 
que 5 sapatos e 5 bolsas?” 
Excelente pergunta! A resposta dela passa pela definição dos 
termos de troca, que nada mais são do que o valor obtido entre o preço 
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do que o país exporta e o preço que ele paga pelo produto importado. 
Vejamos! 
Se para cada 3 bolsas que o Brasil produzir ele receber o 
equivalente a 2 sapatos, ou em outras palavras, se o termo de troca do Brasil 
for igual a 1,5 , isso significa que ele poderá vender 3 bolsas e comprar 2 
sapatos. Ao final, ele estará com 2 bolsas e 3 sapatos, mercadorias que levaria 
para produzir sozinho cerca de 18 horas de trabalho. A França, por sua vez, ao 
receber 3 bolsas para cada 2 sapatos produzidos, ou em outras palavras, se o 
termo de troca for igual a 0,66, poderá vender 2 sapatos e comprar 3 bolsas. 
Ao final, ela estará com 3 bolsas e 8 sapatos, mercadorias que levaria para 
produzir sozinha 11 horas de trabalho. Como você pode ver, o livre comércio e 
a especialização trouxeram benefícios à economia como um todo e ainda aos 
dois países em questão. 
Seguindo-se esse raciocínio, não há motivos para um país ficar fora 
do livre comércio, mesmo que ele seja menos eficiente na produção de todos 
os bens. Isso porque ele será relativamente mais eficiente na produção de 
uma ou mais mercadorias. Essa é a Teoria das Vantagens Comparativas, 
criada por David Ricardo. 
As críticas ao modelo ricardiano repousam no fato de que ele só leva 
em consideração o fator de produção trabalho, quando na realidade há outros 
fatores de produção envolvidos, como a tecnologia, o capital e os recursos 
naturais. 
Em 1933, Gottfried Von Haberler procurou refinar a Teoria das 
Vantagens Comparativas com a inserção do conceito de custo de oportunidade, 
passando a levar em consideração a influência dos outros fatores de produção. 
“Ricardo, mas o que é esse tal custo de oportunidade?” 
Custo de oportunidade é o quanto se perde na produção de 
uma mercadoria ao se produzir uma unidade de outra mercadoria. 
Voltemos ao exemplo de Brasil e França! Para fins didáticos, eu mudei os 
valores da situação anterior. A seguir, nós temos, no quadro abaixo, quantas 
unidades de cada bem um país consegue produzir por hora de trabalho: 
 SAPATO BOLSA 
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BRASIL 2 unid/h 3 unid/h 
FRANÇA 6 unid/h 4 unid/h 
 
Qual o custo de oportunidade do Brasil em produzir sapato? Para 
cada bolsa que o Brasil produzir, ele deixa de produzir 0,6 sapatos, ou seja, o 
custo deoportunidade do Brasil produzir sapato é de 0,6. 
Qual o custo de oportunidade do Brasil em produzir bolsa? Para 
cada sapato que o Brasil produzir ele deixa de produzir aproximadamente 1,5 
bolsas. 
Em relação à França, o seu custo de oportunidade em produzir 
sapatos é de aproximadamente 1,5 , ou seja, para cada bolsa que ela produz, 
deixa de produzir 1,5 sapatos. O custo de oportunidade da França em produzir 
bolsas é de 0,6, ou seja, para cada sapato que ela produzir, deixará de produzir 
0,6 bolsas. 
De acordo com essa teoria, um país tem uma vantagem 
comparativa em produzir uma mercadoria se o custo de oportunidade de 
produzir aquela mercadoria em termos de outra mercadoria é menor 
naquele país do que nos outros países. 
Cada país especializa-se na produção do bem em que possua 
vantagem relativa, importando os produtos que apresentem maior custo de 
oportunidade. No exemplo acima, o custo de oportunidade de sapatos é menor 
no Brasil do que na França, logo o Brasil se especializará na produção de 
sapatos. O custo de oportunidade de bolsas no Brasil é, de forma contrária, 
superior ao custo de oportunidade de bolsas na França, logo o Brasil importará 
bolsas desse país. 
Agora que já falamos bastante sobre a teoria das vantagens 
comparativas, vamos ao exame da assertiva: 
1)Quando se fala em modelo ricardiano, a intenção é logicamente 
tratar das vantagens comparativas. 
2) O modelo ricardiano explica em que condições um país, mesmo 
sendo mais eficiente na produção de todas as mercadorias, tem vantagem em 
praticar o livre comércio. 
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3) O conceito de custos de produção está presente no modelo 
ricardiano, medido em função de um único fator de produção: o trabalho. A 
inserção de novos fatores de produção na mensuração de custos somente veio 
com o aperfeiçoamento promovido por Haberler à Teoria das Vantagens 
4) As diferenças entre as demandas pelos produtos, bem como 
a presença de economias de escala não são levadas em consideração 
pelo modelo ricardiano. 
Gabarito: ERRADO. 
 
4- (ACE-2008) - No modelo de Heckscher-Ohlin, a idéia de que o comércio 
internacional promove a convergência e até a equalização dos salários 
entre países não se sustenta caso essas economias utilizem tecnologias 
distintas. 
O Teorema Heckscher-Ohlin complementa a Teoria das Vantagens 
Comparativas, explicando o porquê de dois produtos idênticos terem custos de 
produção distintos em dois países. 
Segundo a referida teoria, o comércio internacional surge a partir 
das diferenças entre as dotações de fatores de produção entre os países. O 
modelo Heckscher-Ohlin afirma que cada país deve se especializar e 
exportar o bem que requer a utilização mais intensiva do fator de 
produção abundante em seu território. 
O Brasil, por exemplo, especializa-se na produção de soja, café e 
demais produtos agrícolas porque o fator de produção intensivo nesses 
produtos é a terra, recurso natural abundante em nosso país. Em contrapartida, 
o Japão se especializa na produção de computadores, já que o fator de 
produção intensivo na fabricação desse produto é o capital, abundante naquele 
país. 
“Mas Ricardo, por que cada país deve se especializar na fabricação 
de bens intensivos no fator de produção abundante em seu território?” 
Caro amigo, se um país tem abundância na dotação de determinado 
fator de produção, podemos pressupor que o seu custo de produção em bens 
intensivos naquele fator, será mais reduzido. Assim, em um país que possua 
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abundância no fator de produção terra, os custos de produção de produtos 
agrícolas serão menores. 
Em complemento ao Teorema de Heckscher-Ohlin, Paul Samuelson 
desenvolveu o Teorema da Equalização dos Custos dos Recursos. 
Segundo ele, o livre comércio tem o efeito de igualar a remuneração dos 
fatores de produção entre os países comerciantes. 
“Mas Ricardo, com assim igualar a remuneração dos fatores de 
produção entre os países comerciantes?” 
Em primeiro lugar, precisamos ter idéia do que é remuneração de 
um fator de produção. Sabemos que o trabalho e o capital são dois fatores de 
produção, ok? E aí, como se remuneram o trabalho e o capital? Isso mesmo, o 
trabalho é remunerado através de salários e o capital através dos juros. Agora 
que já sabemos isso, vamos ao exemplo: 
Imaginemos que no comércio entre o Brasil e E.U.A, o Brasil vende 
calçados a este, comprando computadores. O Brasil se especializou na 
produção de calçados porque este produto é intensivo no fator de produção 
trabalho, intensivo em nosso país. Os E.U.A especializaram-se na produção de 
computadores porque este produto é intensivo no fator de produção capital, 
abundante naquele país. Até aí tudo pode ser facilmente explicado pelo modelo 
Heckscher-Ohlin! 
Continuando com o exemplo, a remuneração do fator de produção 
trabalho é baixa no Brasil, tendo em vista sua abundância, sendo elevada nos 
E.U.A, tendo em vista sua escassez. O capital, em contrapartida, tem 
remuneração elevada no Brasil, tendo em vista sua escassez, e remuneração 
baixa nos E.U.A, tendo em vista sua abundância. Resumindo: os salários são 
baixos no Brasil e altos nos E.U.A; os juros são elevados no Brasil e baixos nos 
E.U.A. 
Segundo Paul Samuelson, em seu Teorema da Equalização dos 
Custos dos Recursos, o livre comércio entre Brasil e E.U.A fará com que os 
salários e juros tendam a se igualar nos dois países. Como isso é possível? 
Se os E.U.A deixam de produzir sapato para comprá-lo do Brasil, 
eles vão precisar de menos mão-de-obra. Com a redução da demanda por 
mão-de-obra, os salários logicamente irão cair. No Brasil, ao contrário, haverá 
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maior demanda por mão-de-obra, a fim de produzir mais sapatos e, 
consequentemente, os salários irão aumentar. 
Em relação ao capital, este passa a ser mais necessário nos E.U.A, 
tendo em vista que, ao produzir mais computadores para vender ao Brasil, sua 
demanda torna-se maior, com o efeito de aumentar os juros. No Brasil, por sua 
vez, os juros caem, já que não haverá tanta demanda de capital para produzir 
computadores. 
Em suma: o livre comércio aumenta a remuneração do fator de 
produção abundante em um país, reduzindo a remuneração do fator de 
produção escasso. 
Voltando à nossa questão, expliquemos o porquê dela estar correta: 
1) A idéia de que a convergência e até a equalização dos salários é 
resultado do livre comércio está expressa no Teorema de Equalização dos 
Custos dos Recursos que, na verdade, complementa o Teorema Heckscher-
Ohlin, dando origem ao Teorema Heckscher-Ohlin-Samuelson. 
2) A idéia de equalização dos salários não se sustenta caso as 
tecnologias sejam distintas, pois o Teorema Heckscher-Ohlin assume que a 
tecnologia é a mesma entre os países. 
Gabarito: CERTO 
 
5- (ACE-2008) - A hipótese de Linder de que o volume de comércio é maior 
entre países ricos e semelhantes do que entre países com níveis de 
rendimento per capita distintos decorre, em parte, da existência de 
economias de escala e dos padrões diferenciados de demanda que 
prevalecem nesses dois grupos de países. 
O modelo Heckscher-Ohlin afirma que o comércio internacional 
advém da diferença entre a dotação dos fatores de produção entre os países, o 
que cria vantagens comparativas entre eles. No entanto, este modelo não 
previa a existência de comércio entre países com estruturas produtivas 
semelhantes, ou melhor dizendo, com dotação de fatores de produção 
semelhante. E aí, meu amigo concurseiro, será que é possível ou não esse 
comércio entre países com dotação de fatores semelhante?CURSO ON-LINE – COMÉRCIO EXTERIOR EM EXERCÍCIOS 
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As novas teorias do comércio internacional afirmam essa 
possibilidade, levando em consideração novas condicionantes. Nesse mister, 
Staffan Linder afirmou que países com estruturas de produção semelhantes 
poderiam comerciar entre si e que um fator importante a ser considerado 
são os gostos dos consumidores. 
No modelo de Linder, o comércio internacional é influenciado pela 
diversidade da demanda em cada um dos países. Quanto mais as demandas 
entre os países forem semelhantes, maior será o volume do comércio 
entre aqueles países. No sentido contrário, quanto mais diferente for a 
estrutura de demanda, menor será o volume de comércio entre os países. 
Entendeu até aqui? 
Pois bem, medir a demanda é algo bem difícil, mas podemos 
pressupor que, quanto mais semelhante for o nível de desenvolvimento entre 
os países, mais semelhante será a demanda entre eles. Os países de maior 
nível de desenvolvimento tenderiam a consumir maior quantidade de produtos 
sofisticados e também produtos com um grau de sofisticação maior que os 
consumidos em países menos desenvolvidos. Por exemplo, os EUA consomem 
não só uma maior quantidade de carros, mas também carros mais sofisticados 
que outros países menos desenvolvidos. Segundo Linder, cada país limitaria 
sua produção aos bens que estivessem dentro da faixa de qualidade dos 
produtos consumidos internamente. 
Seguindo essa lógica, o Brasil não possuiria mercado consumidor 
para carros de luxo como a Ferrari, por exemplo, nem mesmo seria 
interessante instalar em seu território indústrias desse automóvel. O comércio 
de carros entre Brasil e E.U.A seria possível, mas limitado a carros que 
atendam aos gostos e às demandas simultaneamente dos consumidores em 
ambos os países. Os carros populares –demandados por consumidores 
brasileiros- e os carros de luxo – demandados por consumidores norte-
americanos estariam fora desse comércio intra-indústria. 
Analisando agora o comércio de carros entre E.U.A e União 
Européia, é possível perceber que as estruturas de demanda de ambos é 
semelhante, donde se pode inferir que os carros de luxo terão seu espaço nos 
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dois mercados consumidores. Assim, o comércio intra-indústria entre E.U.A e 
União Européia abrangeria uma maior quantidade de automóveis. 
Com base nos argumentos acima apresentados e conforme afirma a 
questão, o volume de comércio é maior entre países ricos e semelhantes 
do que entre países com rendimento per capita distinto. 
Cabe ressaltar que a hipótese de Linder é válida somente para o 
comércio de produtos industrializados. Segundo Linder, o comércio de 
produtos primários é explicado pelo modelo de Heckscher-Ohlin, 
enquanto a estrutura da demanda é o determinante do padrão de 
comércio de produtos industrializados, sendo que essa é caracterizada 
pelas qualidades dos produtos diferenciados procurados num país. 
Outro ponto abordado pela questão foi acerca das economias de 
escala. As economias de escala não foram abordadas por Linder, no entanto, o 
CESPE considerou a questão correta. Acreditamos que o motivo para isso foi o 
fato de Paul Krugman ter aperfeiçoado a teoria de Linder, passando a levar em 
consideração os ganhos de escala. Na próxima questão falaremos sobre as 
teorias de Krugman. 
Gabarito: CERTO. 
 
6- (ACE-2008) - As economias de escala dinâmicas, decorrentes da 
diferenciação de produto e da presença de learning by doing, constituem 
uma das bases para a existência do comércio intra-industrial. 
Paul Krugman, um dos maiores economistas da atualidade e 
vencedor do Prêmio Nobel de Economia em 2008, também afirma que é 
possível a existência de comércio entre países com mesma estrutura de 
produção. 
Para ele, o comércio intra-indústria pode ocorrer devido à 
existência de economias de escala. Mas o que significam essas economias 
de escala, também chamadas de ganhos de escala? 
Imaginemos que você é dono de uma indústria de calçados e que 
você tem custos fixos (aluguel, remuneração dos empregados, luz, etc) de 
R$90.000,00. A cada par de calçados que você fabrica você tem um custo 
variável de R$5,00 com os materiais que compõem o produto. Suponhamos 
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agora que sua produção mensal é de 30.000 pares de calçados. Vejamos como 
fica a composição de custos na sua empresa: 
- Custos fixos: R$90.000,00 
- Custos variáveis: R$5,00 x 30.000 = R$150.000,00 
- Custo total =R$240.000,00 
- Custo unitário (por par de calçados) = R$240.000,00 / 30.000 = 
R$8,00 /calçado. 
Suponha agora que sua produção mensal foi para 50.000 calçados 
para atender a demanda crescente pelos produtos. Vejamos como fica a 
composição de custos da empresa: 
- Custos fixos: R$90.000,00 
- Custos variáveis: R$5,00 x 50.000,00= R$250.000,00 
- Custo Total: R$340.000,00 
- Custo unitário (por par de caçados) = R$340.000,00 / 50.000 = 
R$6,80/calçado. 
Percebeu, caro amigo, que o custo de produção unitário decresceu? 
Esse é justamente o conceito de economias de escala ou ganhos de escala, 
em que cada bem produzido tem o custo menor que o anterior. 
“Mas o que isso tem a ver com o comércio internacional, Ricardo?” 
Segundo Paul Krugman, a especialização leva a economias de 
escala. Assim, dois países com estruturas de produção semelhantes podem se 
especializar na produção de bens diferentes. Um país A poderia se especializar 
na produção de carros de luxo e um país B na produção de carros populares. O 
resultado agregado seria muito maior do que se cada um não se especializasse 
em nada. A idéia de Krugman é no sentido de que, quando há uma 
especialização, ocorre um aumento de produtividade e, consequentemente 
economias de escala, gerando o comércio intra-indústria. 
Paul Krugman criou ainda uma nova teoria, associando os ganhos 
de escala aos gostos dos consumidores: a Teoria da Concorrência 
Monopolística. 
A concorrência monopolística é uma estrutura de mercado em que 
estão presentes as características de uma concorrência perfeita e de 
monopólio. Na concorrência monopolística, cada produtor tem o monopólio de 
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seu produto, o que obtém a partir da diferenciação do mesmo. Existem vários 
refrigerantes, mas a marca Coca-Cola é um monopólio daquela empresa. 
Existem várias marcas de bolsas, mas a marca Dolce Gabana é monopólio 
daquela empresa. Na concorrência monopolística ocorre a diferenciação dos 
produtos, que como se vê, está intimamente relacionada com os gostos dos 
consumidores. 
Segundo Krugman, os gostos dos consumidores são relevantes 
para o comércio internacional somente quando um país não fabrica todos 
os bens que consome, pelo fato da produção deste país usufruir de 
economias de escala. Em sentido contrário, se um país fabrica todos os 
produtos que consome, não há ganhos de escala e, portanto, os gostos dos 
consumidores são irrelevantes. Isso porque se um país não fabrica todos os 
bens que consome, pode ser que o consumidor nacional demande um bem não 
produzido nacionalmente. 
A assertiva também fala no “learning by doing”, que é um conceito 
econômico que se refere à capacidade dos trabalhadores aumentarem sua 
produtividade ao repetirem regularmente o mesmo tipo de atividade. Imagine 
um trabalhador que trabalhe em uma linha de montagem de automóveis 
soldando componentes. A tendência é que, com a repetição regular do ato de 
soldar, ele possa ser muito mais produtivo. O “learning by doing” também é um 
fator que leva aos ganhos de escala. 
Voltandoà questão, alguns pontos a serem esclarecidos: 
1)As economias de escala são responsáveis pelo comércio intra-
indústria. Importante ressaltar que quando falamos em comércio intra-indústria, 
estamos falando do comércio entre mesmos setores econômicos de países 
diferentes. 
2) A especialização leva a economias de escala. 
3) A diferenciação do produto, na medida em que faz com que nem 
todos os bens consumidos sejam produzidos internamente, leva à 
especialização e consequentemente a economias de escala. 
4) “O learning by doing” é um conceito intrinsecamente ligado à 
especialização, levando a economias de escala. 
Gabarito: CERTO. 
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7- (ACE-2008) - Estratégias de desenvolvimento por meio da substituição 
de importações tendem a incluir um viés em favor do setor urbano 
industrial porque essas políticas, além de insularem o setor industrial da 
concorrência internacional, contribuem também para reduzir o 
desemprego urbano, elevar os preços agrícolas e valorizar as taxas de 
câmbio. 
A política de substituição de importações é marcantemente 
protecionista e vai no sentido contrário de todas as teorias que apregoam o 
comércio internacional como motor do desenvolvimento e como fator de 
incremento do bem-estar. 
Raúl Prebisch, economista argentino, é o responsável pela criação 
dessa teoria. Segundo ele, o livre comércio beneficiava os países 
desenvolvidos em detrimento dos países em desenvolvimento, devido à 
deterioração dos termos de troca. Mas o que vem a ser essa deterioração 
dos termos de troca? 
A deterioração dos termos de troca decorre do ritmo diferenciado em 
que crescem os preços dos produtos primários e dos produtos industrializados. 
Enquanto os países em desenvolvimento especializavam-se na produção de 
produtos primários, os países desenvolvidos especializavam-se na produção 
de bens industrializados e, com o passar do tempo, os termos de troca, iam se 
deteriorando, ou seja, a produção de bens primários pelos países em 
desenvolvimento ia cada vez valendo menos. Mas vamos entender melhor! 
A elasticidade-renda dos produtos primários, exportados pelos 
países menos desenvolvidos, tende a ser menor do que a verificada para 
os produtos manufaturados, exportados pelos países desenvolvidos. 
Assim, quando a renda aumenta, a demanda e os preços dos produtos 
manufaturados se eleva mais em termos proporcionais do que a demanda e 
preços dos produtos primários, gerando a queda da razão 
exportação/importação para os países menos desenvolvidos. Vamos pela 
lógica! Quando você passar para AFRFB sua renda vai aumentar muito, ok? 
Pois bem, quando você começar a ganhar seu futuro salário, será que sua 
demanda por alimentos vai crescer mais do que a demanda por outros bens 
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industrializados, de maior valor agregado? Você pode até começar a comprar 
mais alimentos e de melhor qualidade, mas você vai aumentar a demanda 
principalmente por bens mais sofisticados. Isso vale também para os países! 
Segundo Prebisch, a deterioração dos termos de troca decorre, 
portanto, da menor elasticidade-renda dos produtos primários em relação aos 
produtos manufaturados. Assim, ele pregava pela industrialização a 
qualquer custo dos países em desenvolvimento que, segundo ele, 
deveriam adotar uma política de substituição de importações por bens 
produzidos internamente. A industrialização seria possível através da adoção 
de práticas protecionistas, através do erguimento de barreiras tarifárias. 
Ainda segundo Prebisch, o livre comércio era possível, mas deveria 
ocorrer entre países com mesmo nível de desenvolvimento. Suas idéias 
culminaram na criação da Associação Latino-Americana de Integração 
(ALALC). 
Sobre a questão ressaltamos os seguintes pontos: 
1) A política de substituição de importações insulam o setor industrial 
da concorrência internacional na medida em que são adotadas barreiras 
tarifárias com o objetivo de impedir o livre comércio. 
2) O desestímulo à concorrência provocado pelo protecionismo faz 
com que os preços dos produtos aumente e, conseqüentemente, o custo de 
vida, o que diminui o salário real dos trabalhadores. 
3) O desemprego urbano aumenta, já que com a proteção à 
indústria nacional e conseqüente crescimento desta, há uma migração de 
trabalhadores do campo para a cidade, mão-de-obra que não consegue ser 
integralmente absorvida. 
4) Com a diminuição das importações, há diminuição da demanda 
dessas divisas e, conseqüentemente à valorização da moeda nacional. 
Gabarito: ERRADO. 
 
8- (ACE-2008) - Os ganhos derivados do uso de políticas industriais 
orientadas para as exportações serão mais elevados quando adotadas por 
países pequenos, em que os setores potencialmente exportadores 
apresentam substanciais economias internas de escala. 
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Os países em desenvolvimento tiveram modelos de industrialização 
diferenciados. Enquanto o Brasil e outros países da América Latina tiveram 
uma industrialização baseada na substituição de importações, alguns países 
asiáticos adotaram políticas industriais voltadas para exportações. Os Tigres 
Asiáticos são um excelente exemplo da adoção desse modelo. 
É interessante fazermos aqui uma comparação entre esses dois 
modelos de industrialização: 
1) Na industrialização voltada para exportações, é possível que 
sejam atingidos mercados maiores, não-restritos ao mercado interno, como no 
caso da substituição de importações. 
2) No modelo de substituição de importações, o Governo deve 
decidir qual setor da indústria deverá ser protegido, o que o deixa suscetível à 
corrupção e ao suborno. 
3) Na industrialização voltada para exportações há exposição à 
concorrência, o que gera constante atualização do produto, ao contrário do que 
ocorre no modelo de substituição de importações, em que a indústria nacional 
encontra-se insulada da concorrência. 
Voltando á questão, a mesma está correta, já que quanto menor for 
o país, menor será sua produção e, diante de um incentivo governamental 
maiores serão os ganhos de escala auferidos. Querem ver na prática? 
PAÍS A (Desenvolvido) = produção maior 
- Custos Fixos: US$ 100.000,00 
- Custos Variáveis: US$ 1,00 por produto 
- Produção: 100.000 unidades 
- Custo Total: US$ 200.000,00 
- Custo unitário: US$2,00 / unidade 
- Produção após o incentivo governamental: 110.000 unidades 
- Custo Total (após o incentivo): US$ 210.000,00 
- Custo unitário (após o incentivo): US$1,90 / unidade 
 
PAÍS B (Em desenvolvimento)= produção menor 
- Custos Fixos: US$ 20.000,00 
- Custos Variáveis: US$ 1,00 por produto 
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- Produção: 20.000 unidades 
- Custo Total: US$40.000,00 
- Custo unitário: US$2,00 / unidade 
- Produção após o incentivo governamental: 30.000 
- Custo Total (após o incentivo): US$ 50.000,00 
- Custo unitário (após o incentivo): US$1,66 / unidade 
As economias de escala são maiores nos países pequenos porque 
quanto menor a produção, menos diluído estará o custo fixo. Já em um país 
com maior produção, o custo fixo já estava bem diluído entre as unidades 
produzidas. 
 É, meus amigos, essa questão foi cobrada em um nível bem 
elevado! 
Gabarito: CERTO 
 
9- (ACE-2008) - A ausência de um sistema financeiro eficiente, que permita 
canalizar a poupança dos setores tradicionais para as novas indústrias, 
por representar uma falha de mercado, justifica o uso de restrições 
comerciais, tais como tarifas e subsídios, para proteger a indústria 
nascente. 
Uma justificativapara se adotar práticas protecionistas é a proteção 
à indústria nascente, criada pelo alemão Friedrich List no século XIX. 
Segundo o referido autor, o livre comércio não é benéfico para todos os países, 
mas tão somente para aqueles que chegaram ao último nível de 
desenvolvimento. 
Friedrich List classificava os países em cinco níveis de 
desenvolvimento: selvagem, pastoril, agrícola, agrícola-manufatureiro e 
agrícola-manufatureiro-comercial. A Alemanha, segundo ele, encontrava-se no 
quarto nível de desenvolvimento, o que faria com que o livre comércio não 
fosse vantajoso para esta frente à Inglaterra, que já havia atingido o último nível 
de desenvolvimento. Baseado nessa idéia, as indústrias alemãs deveriam ser 
protegidas pelo Estado, que deveria adotar práticas protecionistas. 
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A proteção à indústria nascente é contemplada pela normativa da 
OMC, que admite sejam adotadas práticas protecionistas de caráter 
temporário. 
 ARTIGO XVIII- AJUDA DO ESTADO EM FAVOR DE 
DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO 
1. As Partes Contratantes reconhecem que a realização dos 
objetivos do presente Acordo será facilitada pelo desenvolvimento 
progressivo de suas economias, em particular nos casos das Partes 
Contratantes cuja economia não asseguram à população senão 
um baixo nível de vida e que está nos primeiros estágios de seu 
desenvolvimento. 
2. As Partes Contratantes reconhecem, além disso, que pode ser 
necessário para as Partes Contratantes previstas no parágrafo 
primeiro, com o objetivo de executar seus programas e suas 
políticas de desenvolvimento econômico orientados para a 
elevação do nível geral de vida de suas populações, tomar 
medidas de proteção ou outras medidas que afetem as 
importações e que tais medidas são justificadas na medida em 
que elas facilitem a obtenção dos objetivos deste Acordo. Elas 
estimam, em conseqüência, que estas Partes Contratantes deveriam 
usufruir facilidades adicionais que as possibilitem: 
(a) conservar na estrutura de suas tarifas aduaneiras suficiente 
flexibilidade para que elas possam fornecer a proteção tarifária 
necessária à criação de um ramo de produção determinado, e 
(b) instituir restrições quantitativas destinadas a proteger o equilíbrio 
de suas balanças de pagamento de uma maneira que leve 
plenamente em conta o nível elevado e permanente da procura de 
importação suscetível de ser criada pela realização de seus 
programas de desenvolvimento econômico. 
 
Sobre a questão, alguns pontos importantes: 
1) Se os sistema financeiro for eficiente, a alocação de recursos em 
investimentos produtivos é mais eficiente. Em contrapartida, o sistema 
financeiro ineficiente, não permite que sejam canalizados recursos para as 
novas indústrias, ou indústrias nascentes. 
2) A proteção à indústria nascente é uma prática protecionista 
admissível pela normativa da OMC, sendo facultado aos países “tomar 
medidas de proteção ou outras medidas que afetem as importações.” 
3) As medidas permitidas para proteger a indústria nascente 
poderão ser adotadas por países que estejam nos seus primeiros estágios de 
desenvolvimento. 
Gabarito: CERTO 
 
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10- (AFRF-2002.2) - Segundo a teoria clássica do comércio internacional, 
na concepção de David Ricardo, o comércio entre dois países é 
mutuamente benéfico quando: 
a) cada país especializa-se na produção de bens nos quais possa 
empregar a menor quantidade de trabalho possível, independentemente 
das condições de produção e do preço dos mesmos bens no outro país, o 
que permitirá a ambos auferir maiores lucros com a exportação do que 
com a venda daqueles bens nos respectivos mercados internos. 
b) intercambiam-se bens em cuja produção sejam empregadas as 
mesmas quantidades de trabalho, o que lhes permite auferir ganhos em 
virtude de diferenças, entre esses mesmos países, na dotação dos demais 
fatores de produção. 
c) ambos países produzem os bens necessários para o abastecimento de 
seus respectivos mercados, obtendo lucros adicionais com a exportação 
dos excedentes gerados. 
d) cada país especializa-se na produção daqueles bens em que possua 
vantagem relativa, importando do outro aqueles bens para os quais o 
custo de oportunidade de produção interna seja relativamente maior. 
e) a capacidade relativa de produção entre ambos os países for 
semelhante, o que os leva a procurar obter vantagens absolutas e assim 
obter ganhos com o comércio mediante a exportação dos excedentes de 
produção. 
O modelo ricardiano não chegou a falar em custo de oportunidade, 
tratando simplesmente das vantagens comparativas. David Ricardo mensurava 
o custo de produção em termos de horas de trabalho, sendo este o único fator 
de produção considerado em sua teoria. 
Posteriormente, Haberler introduziu o conceito de Custo de 
Oportunidade, passando a levar em consideração também os outros fatores de 
produção. A introdução do conceito de custo de oportunidade deu origem ao 
que se convencionou chamar de Teoria das Vantagens Comparativas 
Modificada. 
Se considerássemos somente o modelo de David Ricardo, a letra D 
não estaria totalmente correta, já que este não fala em custo de oportunidade. 
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Entretanto, considerando a Teoria das Vantagens Comparativas Modificada, 
chegaremos às seguintes conclusões: 
1) Cada país se especializa na produção daquele bem em que 
possua menor custo de oportunidade. 
2) Cada país importa do outro bens que possuam maior custo de 
oportunidade interna. 
3) Para que você guarde melhor como chegar ao custo de 
oportunidade vamos ao macete! Custo de oportunidade de A em relação a B = 
o quanto deixo de produzir A para produzir B. Exemplificando, o custo de 
oportunidade de bolsas em termos de sapatos é o quanto deixo de 
produzir de bolsas para produzir sapatos. 
Gabarito: Letra D. 
 
11- (AFRF-2002.2) - De acordo com a moderna teoria do comércio 
internacional, segundo o modelo Heckcsher-Ohlin: 
a) os padrões de especialização e de comércio entre os países resultam 
de diferenças entre os preços praticados domesticamente e aqueles 
praticados internacionalmente. 
b) os países tenderão a produzir e exportar bens cuja produção seja 
intensiva no fator produtivo mais abundante em suas respectivas 
economias. 
c) os países tenderão a concentrar-se na produção e exportação de bens 
cujos custos de produção, definidos pela remuneração dos fatores de 
produção, sejam menores. 
d) a produtividade da mão-de-obra determina os padrões de 
especialização e as possibilidades de comércio entre os países. 
e) a disponibilidade dos fatores de produção não exerce influência 
significativa sobre o padrão de comércio entre os países uma vez que a 
mobilidade dos mesmos equilibra as condições de produção 
internacionalmente. 
De acordo com o modelo Heckscher-Ohlin, cada país se especializa 
na produção de bens que sejam intensivos no fator de produção que seja 
abundante em seu território. 
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Sobre o modelo Heckscher-Ohlin, aproveitamos para enfatizar mais 
uma vez que a tecnologia entre os países é assumida como sendo a mesma. O 
que varia são os fatores de produção. 
Gabarito: Letra B 
 
12- (AFTN-1998) – Uma das Novas Teorias de Comércio Internacional dá 
ênfase à questão da estrutura dos mercados, destacando-se duas 
abordagens variantes: a da concorrência monopolística e a da teoria do 
oligopólio. A teoria do oligopólio aplicada ao comércio internacional 
conclui que: 
a) com a maior oferta de produtos tende a ocorrer um comérciointrafirma; 
b) a existência de Transnacionais leva a um controle, por parte destas, do 
comércio internacional, podendo haver manipulações nos preços no 
mercado internacional; 
c) as Transnacionais são os atores mais relevantes da economia mundial 
hoje. Elas estão fora de controle dos governos que devem procurar criar 
empresas estatais para competir com as empresas transnacionais e, 
assim, capturar o excedente que as empresas estatais gerarão. 
d) as Transnacionais e notadamente o comércio intrafirma são os grandes 
responsáveis pelo comércio internacional. Além disso, comércio 
internacional está intrinsecamente ligado ao investimento estrangeiro. 
Assim, a melhor explicação para o comércio internacional nos anos 90 
está na análise dos fluxos de investimento entre os países desenvolvidos 
e entre estes e os países em desenvolvimento. 
e) existem, hoje, os efeitos de aprendizagem, o que permite que um 
governo com uma política industrial ativa possa criar firmas que poderão 
ser vencedoras no mercado mundial. 
O oligopólio é uma estrutura de mercado que se caracteriza pela 
existência de um pequeno grupo de vendedores, que possuem grande 
influência no preço a ser praticado no mercado. 
A existência de um oligopólio em um setor econômico pressupõe a 
concorrência internacional entre poucos vendedores. Cada um desses 
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vendedores exerce, no entanto, forte influência sobre os preços praticados pelo 
outro. 
A competição é, portanto, intrínseca ao modelo oligopolista. Surgem 
grandes indústrias nacionais, incentivadas pelos governos, que passam a 
subsidiá-las, executando uma política industrial ativa. 
Gabarito: Letra E. 
 
13- (AFRF-2002.2) - Com relação às práticas protecionistas, tal como 
observadas nas últimas cinco décadas, é correto afirmar-se que: 
a) assumiram expressão preponderantemente não-tarifária à medida que, 
por força de compromissos multilaterais, de acordos regionais e de 
iniciativas unilaterais, reduziram-se as barreiras tarifárias. 
b) voltaram a assumir expressão preponderantemente tarifária em razão 
de compromisso assumido no âmbito do Acordo Geral de Comércio e 
Tarifas (GATT)) de tarificar barreiras não-tarifárias, com vistas à 
progressiva redução e eliminação futura das mesmas. 
c) encontram amparo na normativa da Organização Mundial do Comércio 
(OMC), quando justificadas pela necessidade de corrigir falhas de 
mercado, proteger indústrias nascentes, responder a práticas desleais de 
comércio e corrigir desequilíbrios comerciais. 
d) recrudesceram particularmente entre os países da Organização de 
Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), na segunda metade 
dos anos noventa, em razão da desaceleração das taxas de crescimento 
de suas economias. 
e) deslocaram-se do campo estritamente comercial para vincularem-se a 
outras áreas temáticas como meio ambiente, direitos humanos e 
investimentos. 
Nas últimas décadas, desde a criação do GATT 47, a liberalização 
do comércio implicou na queda das barreiras tarifárias – que nada mais são do 
que os impostos de importação – dando lugar a uma nova forma de 
protecionismo, através da imposição de barreiras não-tarifárias. 
Essa nova forma de protecionismo teve lugar graças à queda das 
barreiras tarifárias, seja através dos compromissos assumidos 
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multilateralmente no âmbito do GATT 47, seja através dos acordos de 
integração regional, seja através de preferências tarifárias concedidas sob a 
égide do SGP e do SGPC. 
O conceito de barreira não-tarifária é bem amplo e abarca toda 
forma de restrição às importações que não seja por meio de tarifas. 
Gabarito: Letra A. 
 
14- (AFRF-2002.2) - A literatura econômica afirma, com base em 
argumentos teóricos e empíricos, que o comércio internacional confere 
importantes estímulos ao crescimento econômico. Entre os fatores que 
explicam o efeito positivo do comércio sobre o crescimento destacam-se: 
a) a crescente importância dos setores exportadores na formação do 
Produto Interno dos países; as pressões em favor da estabilidade cambial 
e monetária que provêm do comércio; e o aumento da demanda agregada 
sobre a renda. 
b) a melhor eficiência alocativa propiciada pelas trocas internacionais; a 
substituição de importações; e a conseqüente geração de superávits 
comerciais. 
c) a crescente importância das exportações para o Produto Interno dos 
países; a importância das importações para o aumento da 
competitividade; e o melhor aproveitamento de economias de escala. 
d) os efeitos sobre o emprego e sobre a renda decorrentes do aumento da 
demanda agregada; e o estímulo à obtenção de saldos comerciais 
positivos. 
e) a ampliação de mercados; os deslocamentos produtivos; e o equilíbrio 
das taxas de juros e dos preços que o comércio induz. 
Essa questão é bastante interessante, nos permitindo discorrer 
acerca dos efeitos do livre comércio. Vamos lá! 
- Crescente importância das exportações para o PIB: O PIB é 
igual ao Consumo+ Investimento+Gastos do Governo +Exportações – 
Importações. Já entramos aqui na seara da Macroeconomia! Quando maior for 
o valor das exportações, maior será o valor do PIB. 
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- Importância das importações para o aumento da 
competitividade: Com o livre comércio, a indústria nacional fica exposta à 
concorrência, o que a leva ao aperfeiçoamento de processos, inovação, 
adoção de novas técnicas e aperfeiçoamento do produto. Caso fosse protegida 
da concorrência, haveria tendência à obsolescência do seu produto. Outro 
efeito das importações é aumentar o bem-estar do consumidor e reduzir o 
nível de preços. 
- Melhor aproveitamento de economias de escala: a 
especialização leva a economias de escala, aumentando a produtividade e 
reduzindo custos. 
- Aumento da remuneração do fator de produção abundante: 
pelo teorema Heckscher-Ohlin-Samuelson, o livre comércio leva ao aumento 
da remuneração do fator de produção abundante no país. 
Gabarito: Letra C 
 
15- (AFRF 2002.1) - De acordo com a teoria clássica do comércio 
internacional, as trocas comerciais entre dois países podem ser 
vantajosas mesmo quando um país não usufrua de vantagem absoluta no 
tocante à produção de um determinado bem, mas sim de vantagem 
comparativa, a qual decorre, segundo Ricardo, de diferenças, entre 
ambos os países, em relação: 
a) à produtividade da mão-de-obra. 
b) aos custos das matérias-primas. 
c) aos custos de transporte. 
d) aos custos de remuneração do capital. 
e) à dotação de fatores de produção. 
David Ricardo, através da teoria das vantagens comparativas, afirma 
que é possível que haja o livre comércio entre países, mesmo que um deles 
possua vantagem absoluta na produção de todos os produtos. 
No modelo ricardiano, são levadas em consideração não as 
vantagens absolutas, mas as vantagens comparativas. Nesse modelo, o único 
fator de produção considerado é o trabalho (produtividade da mão-de-obra), em 
função do qual são medidos os custos de produção das mercadorias. 
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Gabarito: Letra A 
 
16- (AFRF-2002.1) - A teoria moderna do comércio internacional procurou 
superar as limitações da abordagem clássica das vantagens absolutas e 
relativas, caracterizando- se pela produção de modelos de análise do 
comércio internacional mais sofisticados, a exemplo do Hecksher-Ohlin, 
que atribui as diferenças de custos de produção entre os países e os 
padrões de especialização com base na (o): 
a) estrutura da demanda externa. 
b) qualidade da mão-de-obra. 
c) qualidade dainfra-estrutura de produção. 
d) dotação dos fatores de produção. 
e) custo do trabalho. 
O modelo Heckscher-Ohlin não nega a Teoria das Vantagens 
Comparativas, mas sim a explica, ao atribuir as diferenças dos custos de 
produção entre os países e os padrões de especialização com base na dotação 
dos fatores de produção. 
Segundo o referido modelo, um país se especializa e exporta bens 
intensivos no fator de produção abundante em seu território. 
Gabarito: Letra D. 
 
17- (AFRF-2002.1) - A respeito do processo de globalização, é correto 
afirmar que: 
a) alcança indistintamente a todos os países, a despeito de seus 
respectivos níveis de desenvolvimento econômico, tornando-os mais 
homogêneos política, econômica, social e culturalmente. 
b) é um processo eminentemente comercial associado à liberalização das 
trocas e à expansão dos mercados nacionais em escala global, o qual 
aprofunda diferenças econômicas entre os países. 
c) se manifesta no entrelaçamento dos campos do comércio, das finanças 
e da produção internacional e no aprofundamento da interdependência 
entre os países e com importantes desdobramentos políticos, 
econômicos e sócio-culturais. 
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d) tem como cerne o crescimento e a aceleração dos fluxos financeiros 
internacionais em virtude do movimento de capitais especulativos em 
escala global. 
e) é um fenômeno fundamentalmente associado às estratégias das 
corporações transnacionais objetivando expandir e consolidar sua 
presença nos mercados dos países emergentes. 
A globalização pode ser entendida como um processo de 
aprofundamento da integração econômica, social, cultural e política. Através da 
globalização, cria-se uma maior interdependência entre os países, de forma 
que uma crise econômica sofrida por um país ou por um bloco econômico 
rapidamente se espalha por todo o mundo. Podemos ainda entender a 
globalização como sendo uma fase da expansão do capitalismo, buscando 
formar uma aldeia global que permita a ampliação do mercado consumidor, 
antes restrito ao mercado interno. 
No século XX, o desenvolvimento dos meios de transporte e das 
telecomunicações foi responsável por aprofundar mais ainda o processo de 
integração entre os países. Esse desenvolvimento tecnológico possibilita um 
fluxo de idéias e informações sem precedentes, além de um acesso à 
informação. 
a) ERRADO. O problema da assertiva é a palavra “indistintamente”, já que o 
fenômeno da globalização afeta de forma variada cada um dos países do 
mundo. 
b) ERRADO. A globalização é um fenômeno comercial, que leva à expansão 
dos mercados nacionais. Embora com a globalização torne-se mais visível as 
diferenças econômicas entre os países, não é um consenso que a globalização 
aprofunde tais desigualdades. 
c) CERTO. Resposta bem completa, tratando da globalização em três 
abordagens diferentes: a globalização da produção, a globalização do comércio 
e globalização das finanças. 
d) ERRADO. A globalização promove o crescimento e a aceleração dos fluxos 
financeiros internacionais em virtude do movimento de capitais especulativos 
em escala global, mas não podemos dizer que esse seja o cerne desse 
fenômeno. 
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e) ERRADO. Bastante incompleta a assertiva, já que através da globalização, 
não só os países desenvolvidos expandem seus mercados, mas também os 
países em desenvolvimento. 
Gabarito: Letra C 
 
18- (ACE-2002)- Com base nas novas teorias de comércio internacional, é 
correto afirmar, a respeito da relação entre comércio internacional e 
preços dos fatores de produção, com implicações para a distribuição de 
renda: 
a) O aumento de riqueza ocasionado pela liberalização comercial produz, 
cedo ou tarde, maior distribuição de renda, motivo pelo qual o 
pensamento neoliberal defende a remoção de barreiras ao comércio. 
b) A abertura do mercado ocasiona o aumento do preço relativo do fator 
trabalho em uma economia em que este fator seja abundante e reduz o 
seu preço na economia em que o fator capital seja relativamente 
abundante. 
c) A especialização das economias em setores nos quais possuem 
vantagens comparativas engendra o abandono de atividades outrora 
realizadas em tais economias, produzindo desemprego e, no longo prazo, 
aumento nas disparidades de renda entre os mais ricos e os mais pobres. 
d) A abertura do mercado ocasiona a redução do preço relativo do fator 
trabalho em uma economia em que este fator seja abundante e aumenta o 
seu preço na economia em que o fator capital seja relativamente 
abundante. 
e) A abertura do mercado ocasiona a redução do preço relativo do fator 
trabalho tanto em uma economia em que este fator seja abundante quanto 
na economia em que o fator capital seja relativamente abundante. 
De acordo com o Teorema Heckscher-Ohlin-Samuelson, conforme já 
explicamos anteriormente, o livre comércio implica na equalização dos custos 
dos fatores entre os países. Em outras palavras, o livre comércio aumenta a 
remuneração do fator de produção abundante no país e a diminuição da 
remuneração do fator de produção escasso. 
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A assertiva B exemplifica muito bem o Teorema Heckscher-Ohlin-
Samuelson. O trabalho, como fator de produção abundante em um país, tem 
sua remuneração aumentada. Em sentido contrário, quando ele é escasso, ou 
o capital é abundante em um país, sua remuneração diminui. 
Gabarito: Letra B 
 
19- (AFRF-2000)- A Teoria do Ciclo de Vida do Produto foi criada por R. 
Vernon. Os enunciados citados abaixo são pressupostos da Teoria, 
exceto: 
a) As inovações surgidas nos países desenvolvidos dão a estes situação 
de monopólio provisoriamente na produção de um certo bem. 
b) A Teoria procura explicar o comércio internacional a partir do 
progresso tecnológico. 
c) Novos Produtos e Processos Produtivos tendem a surgir nos países 
ricos devido à demanda por produtos sofisticados, pela existência de 
capacidade empresarial e mão-de-obra especializada para trabalhar em 
Pesquisa e Desenvolvimento. 
d) As vantagens comparativas estariam sempre nos países 
desenvolvidos. 
e) À medida que os produtos fossem ficando padronizados poderiam ser 
produzidos em outros locais, inclusive países em desenvolvimento. 
Raymond Vernon é o criador da Teoria do Ciclo de Vida do Produto, 
a qual explica a internacionalização da produção. De acordo com essa teoria, 
os produtos de industrialização mais sofisticada surgiriam nos países de 
maior desenvolvimento. Os motivos disso seriam a presença abundante do 
fator de produção capital nos países desenvolvidos, a demanda por produtos 
sofisticados e, consequentemente, maiores investimentos em pesquisa e 
desenvolvimento. 
Assim, produtos intensivos em capital surgiriam nos países 
desenvolvidos, os quais teriam vantagem comparativa na produção desses 
bens. Passado esse momento inicial, a produção seria deslocada para os 
países em desenvolvimento, à medida em que os produtos se tornassem 
mais padronizados e produzidos em larga escala. Isso porque esses 
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produtos deixariam de ser intensivos em capital e passariam a ser intensivos 
em mão-de-obra, mais abundante nos países em desenvolvimento. Assim, a 
vantagem comparativa se deslocaria, nesse segundo momento, dos 
países desenvolvidos para os países em desenvolvimento. A produção é, 
portanto, internacionalizada, o que explica o surgimento das multinacionais. 
Após a internacionalização da produção, surge nos países 
desenvolvidos uma demanda por novos produtos, mais sofisticados queaqueles já internacionalizados. Esses novos produtos precisam ser 
desenvolvidos e muito há que ser gasto com pesquisa e desenvolvimento, o 
que os torna intensivos em capital. Novamente sua produção começa nos 
países desenvolvidos, passando depois para os países em desenvolvimento, 
quando se tornem padronizados e intensivos em mão-de-obra. Percebam aí 
que todo o processo ocorre de forma cíclica. 
a) CERTO. Os produtos sofisticados surgem nos países desenvolvidos e 
permanecem como monopólio destes até que a produção seja 
internacionalizada, o que ocorre quando estes se tornam intensivos em mão-
de-obra. 
b) CERTO. A Teoria Ciclo-Produto explica o comércio internacional através do 
progresso tecnológico. 
c) CERTO. Os produtos mais sofisticados surgem nos países desenvolvidos 
tendo em vista a abundância do fator de produção capital (a ser investido em 
Pesquisa e Desenvolvimento), a demanda por produtos sofisticados, existência 
de capacidade empresarial e mão-de-obra especializada a ser empregada em 
P & D. 
d) ERRADO. As vantagens comparativas estariam nas mãos dos países 
desenvolvidos somente durante o período em que os produtos fossem 
intensivos em capital. Após a produção ser internacionalizada e estes se 
tornarem intensivos em mão-de-obra, as vantagens comparativas passariam 
para os países em desenvolvimento. 
e) CERTO. Perfeita a assertiva! Já falamos sobre ela nos comentários 
anteriores. 
Gabarito: Letra D 
 
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20- (AFRF-2000)- Entre as razões abaixo, indique aquela que não leva à 
adoção de tarifas alfandegárias: 
a) Aumento de arrecadação alfandegária. 
b) Equilíbrio do Balanço de Pagamentos. 
c) Proteção à indústria nascente. 
d) Segurança nacional. 
e) Estímulo à competitividade de uma empresa. 
As práticas protecionistas são adotadas para: aumentar a 
arrecadação alfandegária (embora a principal finalidade dos impostos na 
importação seja extra-fiscal), promover equilíbrio no Balanço de Pagamentos, 
proteger a indústria nascente e por motivos de segurança nacional. 
Ao se adotar tarifas alfandegárias, não se estimula a competitividade 
das empresas nacionais. O que ocorre é justamente o efeito contrário! A 
indústria nacional, por não estar exposta à concorrência aumenta seu preço e 
não busca inovar e desenvolver novas tecnologias. 
Gabarito: Letra E. 
 
21- (ACE-2002) – A respeito dos processos de industrialização por 
substituição de importações, é correto afirmar o seguinte: 
a) Historicamente, tais processos favoreceram o desenvolvimento 
tecnológico em escala global, já que as economias mais atrasadas 
alcançam condições para desenvolver indústrias que passarão a competir 
com as das economias desenvolvidas. 
b) No que concerne à políticas públicas implementadas pelos governos, 
assemelham-se aos processos de industrialização baseados em 
atividades orientadas para a exportações. Diferenciam-se apenas pela 
ênfase na diversificação da pauta de importações. 
c) Mostraram-se eficientes ao longo do século XX, como ilustra o 
desempenho dos chamados “Tigres Asiáticos”. 
d) Aceitando-se que podem ser bem-sucedidos, implicam a necessidade 
da opção, pela sociedade que os implementam, de financiar um setor 
econômico específico, uma vez que requeiram a imposição de políticas 
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que distorcem, a um tempo, os fluxos comerciais e a alocação eficiente 
dos fatores de produção internos. 
e) Para que sejam implementados inteiramente, requerem a efetiva 
realização de uma reforma agrária. 
a) ERRADO. A política de substituição de importações foi amplamente adotada 
na América Latina no século XX, experiência essa que pode ser considerada 
fracassada. No Brasil, durante os governos de Getúlio Vargas e Juscelino 
Kubitschek, esta política teve sua aplicação. Sem dúvida ocorreu o crescimento 
industrial nesses países, no entanto, não se pode dizer que ela proporcionou o 
desenvolvimento tecnológico em escala global. O protecionismo é, por si só, 
uma prática que desestimula a inovação tecnológica, já que isola as indústrias 
nacionais da concorrência internacional. 
b) ERRADO. O modelo de industrialização por substituição de importações é 
bem diferente em relação ao modelo de industrialização orientada para 
exportações. Em questão anterior, nós comentamos sobre as diferenças entre 
os dois. No entanto, a maior delas reside no fato de que no modelo de 
industrialização voltado para as exportações, vigora o livre comércio, que não é 
respeitado pela política de substituição de importações. 
c) ERRADO. Os Tigres Asiáticos são um exemplo do modelo de 
industrialização voltada para exportações e não da política de substituição de 
importações. 
d) CERTO. Esse é um problema da política de substituição de importações: 
decidir qual o setor industrial será protegido e, portanto, ser financiado pela 
sociedade. Isso torna o sistema suscetível à corrupção, na medida em que o 
Governo terá que decidir qual setor será beneficiado. 
e) ERRADO. Não há necessidade de que seja realizada uma reforma agrária 
para que seja implementada a política de substituição de importações. 
Gabarito: Letra D. 
 
22- (ACE-2002)- O argumento em favor da proteção às indústrias 
nascentes ganhou força com a publicação do Report on Manufactures, de 
Alexander Hamilton, que defendeu o desenvolvimento nos Estados 
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Unidos da América e o uso de tarifas para promovê-lo. A respeito dos 
instrumentos de proteção a indústrias nascentes é correto afirmar que: 
a) O argumento que analisa as economias de escala produzidas pela 
proteção a indústrias nascentes defende como instrumento principal as 
firmas, em vez de indústrias, uma vez que, ao concentrar os benefícios 
nas mãos de poucos agentes privados, preferencialmente um monopólio, 
criam-se condições para que a indústria local se desenvolva mais 
rapidamente. 
b) Desde que ocorra, a proteção a indústrias nascentes atinge os 
resultados pretendidos a custos semelhantes, não importando muito se 
utiliza instrumentos tais como cotas, subsídios ou tarifas. 
c) O argumento que analisa a aquisição de experiência pela economia 
nacional, baseado no princípio de se “aprender fazendo”, o que permite 
justificar a proteção a tais indústrias por tempo indeterminado, 
preferencialmente longo, já que a inovação é condição necessária à 
manutenção da competitividade industrial. 
d) Entre as principais críticas aos instrumentos utilizados para proteger 
indústrias nascentes estão os argumentos que apontam algumas de suas 
implicações, a exemplo da dificuldade de se escolher corretamente as 
indústrias que devem receber, a relutância das indústrias a dispensar a 
proteção recebida e seus efeitos deletérios sobre outras indústrias. 
e) Entre as principais críticas aos instrumentos utilizados para proteger 
indústrias nascentes estão os argumentos que apontam algumas de suas 
implicações, a exemplo da dificuldade de combinar as indústrias que 
devem receber proteção com o modelo de substituição de importações, a 
concordância das indústrias em dispensar a proteção recebida e seus 
efeitos deletérios sobre outras indústrias. 
a) ERRADO. Quando se concentram os benefícios nas mãos de poucos 
agentes privados, não há estímulo à inovação tecnológica, além de se permitir 
um controle do preço por parte desses agentes, o que não leva ao bem estar 
da sociedade. 
b) ERRADO. A utilização de cada um desses instrumentos protecionistas – 
tarifas, cotas e subsídios – apresenta efeitos bem particulares. O emprego de 
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www.pontodosconcursos.com.brcotas é o mecanismo protecionista mais danoso, seguido pelas tarifas e por 
último pelo subsídio. Vejamos o efeito de cada um deles sobre! 
1) Tarifas: 
- Aumento do preço interno dos produtos, tendo em vista a 
diminuição da concorrência. 
- Efeito sobre o consumo: o aumento do preço reduz a demanda. 
- Aumento da produção nacional. 
- Diminuição da quantidade importada. 
- Aumento da arrecadação fiscal. 
2) Cotas: 
- Aumento do preço interno dos produtos, tendo em vista a 
diminuição da concorrência. 
- Efeito sobre o consumo: o aumento do preço reduz a demanda. 
- Aumento da produção nacional. 
- Diminuição da quantidade importada. 
- Mais restritiva ao comércio do que a imposição de tarifas, já que 
com a imposição destas, os exportadores podem aumentar a sua eficiência, 
reduzindo o preço de exportação. Com a imposição de restrições quantitativas, 
não adianta o exportador reduzir seu preço. 
3) Subsídios: 
- O preço interno se mantém o mesmo. 
- O consumo se mantém o mesmo, tendo em vista que não ocorre 
alteração da demanda. 
- Aumento da produção nacional. 
- Redução das importações. 
- Aumento dos gastos governamentais 
c) ERRADO. Protecionismo e inovação são situações que se contrapõem. 
d) CERTO. Perfeita a assertiva! Essas são algumas das críticas à proteção às 
indústrias nascentes. 
e) ERRADO. Uma indústria que está sendo protegida não concorda em ver 
encerrada essa proteção. 
Gabarito: Letra D. 
 
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23- (ACE-2008)- De acordo com a hipótese do crescimento empobrecedor, 
os efeitos perversos sobre os termos de troca, decorrentes do 
crescimento econômico baseado nas exportações, serão tanto mais 
elevados quanto mais inelástica for a curva de oferta e demanda relativa 
mundial dos produtos transacionados. 
A literatura econômica denomina crescimento empobrecedor à 
situação em que o aumento de produção acontece predominantemente no 
setor exportador e provoca deterioração dos termos de troca de tal magnitude 
que pode reduzir a renda real do país. A possibilidade é maior quando a 
elasticidade-renda das mercadorias exportadas é menor. 
“Ricardo, o que é esse negócio de elasticidade-renda?” 
Bom, aí já entramos no campo da Economia! É o seguinte: quando 
há uma variação na renda, há uma variação na demanda. Quanto maior a 
renda, maior a demanda; quanto menor a renda, menor o demanda. Uma 
menor elasticidade-renda significa que há uma variação grande na renda e 
uma variação em proporções menores na demanda. 
Bem, voltando aos termos de troca, Raúl Prebisch já afirmava que 
os países em desenvolvimento, especializados na produção de bens primários, 
sofriam com sua deterioração. Isso porque comparativamente aos preços dos 
produtos industrializados, os preços dos bens primários tenderiam a se 
desvalorizar. Segundo Prebisch, a elasticidade-renda dos produtos primários, 
exportados pelos países menos desenvolvidos, tende a ser menor do que a 
verificada para os produtos manufaturados, exportados pelos países 
desenvolvidos. Assim, quando a renda aumenta, a demanda e os preços dos 
produtos manufaturados se eleva mais em termos proporcionais do que a 
demanda e preços dos produtos primários, gerando a queda da razão 
exportação/importação para os países menos desenvolvidos. 
Gabarito: CERTO 
 
24- (ACE-2008) - A idéia de que, nos países avançados, o comércio 
internacional prioriza inovações tecnológicas fortemente baseadas em 
trabalho qualificado para dificultar a imitação tecnológica pelos países 
menos desenvolvidos é consistente com a hipótese de 
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complementaridade entre o capital humano e as novas tecnologias, que 
resulta no aumento das desigualdades salariais nesses grupos de países. 
A tecnologia é encarada, pelas modernas teorias do comércio 
internacional, como um componente que molda os fatores de produção, de 
modo a conferir a um país maior produtividade. O trabalho qualificado é um 
fator determinante para que sejam implementadas inovações tecnológicas. 
Sobre as desigualdades salariais, estas são decorrentes da 
valorização do capital humano, fundamental à inovação. 
Gabarito: CERTO 
 
25- (Questão Inédita) – Analise os itens a seguir e atribua a letra (V) para 
as assertivas verdadeiras e a letra (F) para as falsas. Em seguida, marque 
a opção que contenha a seqüência correta: 
( ) Cada país especializa-se na produção dos bens em que possua 
vantagem relativa, importando do outro aqueles bens para os quais o 
custo de oportunidade de produção interna seja relativamente menor. 
( ) O livre comércio tem como efeito o incremento tecnológico, o 
barateamento dos produtos, o aumento da satisfação pessoal do 
consumidor e o aumento da remuneração do fator de produção 
abundante no país. Em contrapartida, o protecionismo implica na 
diminuição da remuneração do fator de produção intensivo no bem 
protegido. 
( ) De acordo com Linder, quanto mais semelhante forem as estruturas 
produtivas entre dois países, maior será o volume de comércio entre eles. 
( ) As teorias clássicas do comércio internacional consideram os fatores 
de produção como variáveis dinâmicas, sendo a tecnologia assumida 
constante. 
( ) As teorias clássicas não prevêem a possibilidade do comércio entre 
países com a mesma estrutura de produção. 
a) FFVFV 
b) FFVVF 
c) VFVFV 
d) VVFVF 
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e) FVFFV 
I)-FALSO. Cada pais se especializa na produção dos bens em que possua 
vantagem relativa, importando do outro aqueles bens para os quais o custo de 
oportunidade de produção interna seja relativamente maior. 
II)-FALSO. De acordo com o Teorema Stolper-Samuelson, a imposição de 
tarifas sobre a importação de um bem tem como efeito aumentar a 
remuneração no fator de produção intensivo nesse bem protegido. 
III)-VERDADEIRO.Perfeita a assertiva! Conforme já comentamos 
anteriormente, quanto mais semelhantes as estruturas produtivas dos países, 
maior será o volume de comércio entre eles. 
IV)- FALSO. As teorias clássicas do comércio internacional não consideram os 
fatores de produção como variáveis dinâmicas. 
V) VERDADEIRO. Somente as novas teorias do comércio internacional 
admitiram a possibilidade do comércio intra-indústria. 
Gabarito: Letra A 
 
26- (Questão Inédita)- Analise os itens a seguir e atribua a letra (V) para as 
assertivas verdadeiras e a letra (F) para as falsas. Em seguida, marque a 
opção que contenha a seqüência correta: 
( ) O modelo ricardiano ignora o papel das economias de escala como 
uma causa do comércio internacional, o que torna impossível explicar os 
grandes fluxos comerciais entre nações aparentemente similares. 
( ) O Teorema Heckscher-Ohlin atribui o comércio internacional à 
diferença de produtividade entre os países, o que é resultado da diferença 
de tecnologias entre cada um deles. 
( ) O economista russo Leontief constatou a aplicação prática do 
Teorema Heckscher-Ohlin ao verificar que os E.U.A exportavam bens 
intensivos em capital, importando bens intensivos em mão-de-obra. 
( ) Segundo Linder, o comércio de produtos primários seria explicado 
pelo Teorema Heckscher-Ohlin. Já o comércio de produtos 
industrializados é determinado pela estrutura da demanda, cujo principal 
determinante é a renda per capita de um país. 
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( ) A inovação de produtos ocorre nas economias mais avançadas e 
desenvolvidas, pois a alta especialização da mão de obra dá uma 
vantagem comparativa no desenvolvimento e na produção inicial, além do 
fato da demanda

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