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Psicologia do Trabalho Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Profa. Dra. Gisele L. Fernandes Revisão Textual: Profa. Ms. Sandra Regina F. Moreira Teorias da Motivação • Considerações Iniciais • Teoria da Hierarquia das Necessidades • Teoria dos Dois Fatores • Teoria da Equidade · Pretende-se que o estudante, ao concluir a unidade de estudo, seja ca- paz de distinguir as principais características das teorias estudadas – Teoria da Hierarquia das Necessidades, Teoria dos Dois Fatores e Teoria da Equidade –, reconhecendo a importância e aplicação dessas no dia-a-dia do ambiente organizacional. OBJETIVO DE APRENDIZADO Teorias da Motivação Orientações de estudo Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem aproveitado e haja uma maior aplicabilidade na sua formação acadêmica e atuação profissional, siga algumas recomendações básicas: Assim: Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e horário fixos como o seu “momento do estudo”. Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo. No material de cada Unidade, há leituras indicadas. Entre elas: artigos científicos, livros, vídeos e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados. Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem. Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Determine um horário fixo para estudar. Aproveite as indicações de Material Complementar. Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma Não se esqueça de se alimentar e se manter hidratado. Aproveite as Conserve seu material e local de estudos sempre organizados. Procure manter contato com seus colegas e tutores para trocar ideias! Isso amplia a aprendizagem. Seja original! Nunca plagie trabalhos. UNIDADE Teorias da Motivação Considerações Iniciais Motivação é, sem dúvida, um dos temas mais estudados na Psicologia. Entender o que motiva o homem é assunto que tem ocupado muitos pensadores. Entretanto, a despeito da quantidade de estudos e de teorias que cercam o tema, há ainda muita divergência no modo como a motivação humana é estudada e explicada. Todorov e Moreira, em artigo que trata do conceito de motivação na Psicologia, apresentam e analisam diferentes definições acerca desse conceito. Para os autores há uma “miscelânea conceitual”, o que evidencia a falta de consenso acerca do tema motivação. Entretanto, ainda que não se possa falar de consenso entre os teóricos da motivação, não se pode negar a existência de alguns conceitos clássicos sobre o tema. Essas teorias, que qualquer estudioso do assunto deve conhecer, são: Teoria da Hierarquia das Necessidades; Teoria dos Dois Fatores, quando se foca no ambiente organizacional, e Teoria da Equidade. Teorias como a Hierarquia das Necessidades, de Abraham Maslow, e dos Dois Fa- tores, de Frederick Herzberg, são consideradas teorias de cont eúdo. Ou seja, essas são teorias que procuram entender e explicar a motivação humana por meio da com- preensão das necessidades dos indivíduos. Já a teoria da Equidade, é definida como uma teoria de processo, pois busca compre- ender como e porque as pessoas reagem de determinada maneira para alcançar seus ob- jetivos, ou seja, como lidam com a motivação. Teoria da Hierarquia das Necessidades Uma das mais importantes explicações sobre a motivação humana é a Teoria da Hierarquia das Necessidades, desenvolvida por Abraham Maslow em 1943. A Hierarquia das Necessidades é considerada uma teoria de conteúdo, uma vez que Maslow propõe a hierarquização das necessidades humanas, partindo das mais básicas para as mais complexas. Tal organização se dá em função de, conforme de- fine Maslow, existir uma ordem de predominância na organização das necessidades do ser humano. Ou seja, as necessidades primárias, fisiológicas e segurança, antece- dem as necessidades secundárias, sociais, autoestima e autorrealização. A Figura 1 apresenta as cinco categorias das necessidades humanas propostas por Maslow. Teorias de conteúdo: compreensão das necessidades dos indivíduos. Teorias de processo: compreensão do pensamento e sua influência no comportamento motivacional. 8 9 AutorrealizaçãoAutorrealização Autoestima Sociais Segurança Fisiológicas Figura 1 – Pirâmide das Necessidades de Maslow A forma piramidal evidencia a ordem hierárquica crescente das necessidades humanas. Nas palavras de Maslow “não teríamos o desejo de compor músicas ou criar sistemas matemáticos, ou adornar nossas casas, ou estar bem vestidos, se nossos estômagos estivessem vazios” (1970, p. 24), ou seja, é necessário suprir primeiro a base para se chegar ao topo. Maslow apresenta sua teoria da Hierarquia das Necessidades no livro Motivation and Personality, escrito em 1970: https://goo.gl/Ymg3suEx pl or Vamos, então, compreender o que representam cada uma das necessidades que compõem a Teoria de Maslow. Começando pelas necessidades fisiológicas, ponto de partida para a teoria da motivação, que podem ser resumidas como aquelas relacionadas à manutenção do homem e da espécie. Portanto água, ar, comida, sono, sexo e higiene são fundamentais para suprir as necessidades fisiológicas do ser humano. Satisfeitas, ainda que minimamente o primeiro nível de necessidades, um novo conjunto surgirá: as necessidades de segurança. As necessidades de segurança, como o próprio nome sugere, são satisfeitas por aquilo que permite ao ser humano se sentir protegido. Mas é importante ratificar que quando falamos acerca de proteção, estamos nos referindo à proteção em sua totalidade. Ou seja, física e mental. Considera-se, deste modo, aspetos como estabilidade profissional, financeira e psicológica, acesso aos serviços de saúde, moradia, legislação que assegurem benefícios à população, entre outros aspectos que tornem o homem livre de medo e ansiedade. 9 UNIDADE Teorias da Motivação Como já mencionado, esses dois primeiros níveis formam as necessidades pri- márias do ser humano. Somente tendo tais necessidades satisfeitas, o homem po- derá focar em outras formas de necessidade. Nas palavras de Maslow “a utopia é definida como um lugar onde há muita comida” (1970, p. 37), ou seja, a busca pela concretização dos sonhos, desejos, do lugar ideal, só é possível àquele que, ainda que minimamente, satisfez às necessidades básicas. “Podemos escolher recuar em direção à segurança ou avançar em direção ao crescimento. A opção pelo crescimento tem que ser feita repetidas vezes. E o medo tem que ser superado a cada momento.” (Maslow) Satisfeitas as necessidades primárias, o nível seguinte são as necessidades sociais e necessidades de autoestima, representadas respectivamente pela conquista de pertencer a um grupo e por se sentir valorizado por esse. Satisfazer às necessidades de afeto, aceitação, amor, amizade são formas de suprir as necessidades sociais; já as necessidades de status, valorização, reconhecimento são algumas das maneiras de atender às de autoestima. O último e mais complexo nível da hierarquia das necessidades de Maslow é a autorrealização. Este é considerado o nível mais difícil de ser atingido. Trata-se da busca por superar os próprios desafios e aprimorar habilidades. Aqueles que atingem esse nível não voltam mais às ações apenas parasi mesmos, mas buscam também ajudar aos demais. “O homem criativo não é um homem comum ao qual se acrescentou algo. Criativo é o homem comum do qual nada se tirou.” Abraham Maslow Conhecidas cada uma das categorias de necessidades da teoria desenvolvida por Maslow, é importante considerar dois aspectos acerca delas. A primeira, refere-se à dinamicidade entre elas, e a segunda, como questões socioeconômicas e culturais às influenciam. Comumente, as categorias são interpretadas de forma estática, ou seja, uma vez atingido um nível de necessidades, o indivíduo não retorna aos níveis mais baixos. Todavia, tal interpretação é um erro. Cada um dos níveis de necessidade se inter-relacionam de forma dinâmica e não estática. O que isso significa? Significa que, ainda que determinada pessoa atinja o nível de necessidades de autoestima, determinadas situações, como por exemplo, a descoberta de um caso de doença na família, podem fazer com que tal pessoa recue ao nível de segurança. Ou contrariamente, essa mesma pessoa, ao descobrir que ganhou uma bolsa de estudos, pode avançar ao nível de autorrealização. Para lidar com essa dinâmica, Maslow aconselha “há sempre a escolha entre voltar atrás para a segurança ou seguir em frente para o crescimento. O crescimento deve ser escolhido uma, duas, três e infinitas vezes; o medo deve ser superado uma, duas, três e infinitas vezes”. 10 11 O filme O pianista, do diretor Roman Polanski, narra a história do persona- gem fictício Wladyslaw Szpilman, pianista polonês e judeu, que se refugia dos alemães em prédios abandonados durante o início da Segunda Guerra Mundial. Cenas de O pianista retratam situações que exemplificam o dinamismo das necessidades teorizadas por Maslow. Uma das cenas que evidenciam, com ma- estria, tal avanço é a em que o personagem Wladyslaw, escondido por um amigo em um apartamento vazio, encontra um piano e começa a “tocar o instrumento” sem encostar em qualquer das teclas. Ainda que suplantada pelo medo, já que som algum é emitido, exceto o da imaginação do pianista, a paixão pela música reaparece quando o personagem tem suas necessidades básicas satisfeitas (abri- go e alimento). Premiado com três Oscar, incluindo o de melhor ator, O Pianista, lançado em 2003, retrata a vida de um pianista judeu no início da Segunda Guerra Mundial. https://youtu.be/6NXjPxA_z0Q Ex pl or Em cena seguinte Wladslaw, com a frase “comida é mais importante que o tempo” entrega seu relógio a um colega para que o venda e compre alimento. Mais uma cena que mostra a dinamicidade entre as necessidades primárias e secundárias. “O homem criativo não é o homem ao qual se acrescentou algo. Criativo é o homem comum do qual nada se tirou” (Maslow). O segundo aspecto, a influência das questões socioeconômicas e culturais, diz respeito ao fato de que a forma como cada indivíduo suprirá suas necessidades fisiológicas, de segurança, sociais, de autoestima ou de autorrealização está asso- ciada à sua história de vida. Tomemos como exemplo a alimentação, fundamental para satisfazer as necessidades fisiológicas. Enquanto na Índia não se come carne de gado, considerada sagrada, em nosso país, especialmente nas regiões sul e sudeste, o churrasco é bastante comum. Enquanto um elogio pode ser suficiente para determinada pessoa satisfazer sua necessidade de autoestima, para outra, só é possível ter tal necessidade satisfeita quando se percebe valorizada acima de todos os demais. Enfim, o que supre minha fome, o que faz com que me sinta seguro, querido, valorizado ou desafiado dependerá muito de meu repertório, de minhas referências e experiências. Daí a importância da empatia para análise de questões motivacionais. Empatia refere-se à capacidade de nos colocarmos na posição do outro, analisando os fatos do ponto de vista da outra pessoa. Procurar compreender de forma racional o que o outro indivíduo sente. Ex pl or 11 UNIDADE Teorias da Motivação Teoria dos Dois Fatores Outra teoria que se propõe a compreender as necessidades dos indivíduos é a Teoria dos Dois Fatores. Desenvolvida por Frederick Herzberg, a partir de pesquisa realizada em conjunto com os pesquisadores Bernard Mausner e Barbara Bloch Snyderman, em 1959, a Teoria dos Dois Fatores tem como foco a compreensão dos indivíduos no ambiente de trabalho. A pesquisa, detalhada por Herzberg no livro The Motivation to Work, foi iniciada por meio de um levantamento bibliográfico em mais de 2000 publicações entre os anos de 1900 a 1955. Tal levantamento permitiu a formulação de hipóteses sobre fatores de satisfação e de insatisfação no ambiente de trabalho. A fase seguinte ocorreu por meio de entrevistas, que envolveram pouco mais de 200 trabalhadores em Pittsburgh, Pensilvânia, nos Estados Unidos da América. Aos entrevistados foi solicitado, inicialmente, que descrevessem momentos nos quais se sentiam excepcionalmente bem no trabalho. No momento seguinte, aos participantes da pesquisa foi solicitado que descrevessem situações opostas, ou seja, nas quais se sentiam excepcionalmente mal em relação ao trabalho. Por fim, os profissionais entrevistados selecionaram e organizaram suas respostas em ordem crescente de impacto sobre o desempenho no trabalho (STELLO, s/d). Os resultados evidenciaram que a satisfação estava relacionada aos fatores intrínsecos ao trabalho. Nas palavras de Herzberg “a satisfação no cargo é função do conteúdo ou atividades desafiadoras, estimulantes do cargo, são os chamados ‘fatores motivadores’”. De outra parte, a insatisfação no trabalho relacionava-se essencialmente aos fatores extrínsecos à atividade, que Herzberg definiu como “fatores higiênicos”, ou seja, “a insatisfação no cargo é em função do ambiente, da supervisão, dos colegas e do contexto geral do cargo” (HERZBERG et al., 1959). Dos resultados obtidos por meio da pesquisa com os trabalhadores de Pittsburgh, Herzberg desenvolveu a Teoria dos Dois Fatores. A satisfação do colaborador no trabalho advém do exercício da função, de o quanto as tarefas a ele atribuídas são desafiadoras, estimulantes, interessantes e possibilitam ao funcionário obter reconhecimento profissional. É necessária a pre- sença, nas organizações, de fatores motivacionais para garantir a satisfação dos profissionais no ambiente de trabalho. A ausência de fatores motivacionais resulta na insatisfação do colaborador. Quanto aos fatores higiênicos, sua ausência deve ser evitada, pois do contrário, resultará na insatisfação por parte dos colaboradores, embora o inverso, ou seja, sua presença, raramente implique em satisfação no trabalho. A garantia de fatores higiênicos é essencial para evitar a insatisfação dos colaboradores. A verdadeira motivação vem da realização, desenvolvimento pessoal, satisfação no trabalho e reconhecimento” (Herzberg) 12 13 O Quadro 1 apresenta exemplos de fatores motivacionais e de fatores higiêni- cos, conforme a teoria proposta por Herzberg. Quadro 1 – Exemplos de alguns Fatores Motivacionais e de Fatores Higiênicos Fatores Motivacionais Fatores Higiênicos Autorrealização; Relacionamentos interpessoais; Reconhecimento; Condições de Trabalho; Desenvolvimento da atividade em si; Jornada; Desafios; Salário; Aprendizagem; Políticas Administrativas; Assunção de Responsabilidades. Liderança. Fonte: Organizado pela autora a partir de Stello, s/d Tal como afirma Herzberg “a verdadeira motivação vem da realização, desen- volvimento pessoal, satisfação no trabalho e reconhecimento”, o que desmistifica que a motivação no trabalho se relaciona apenas aos fatores monetários. Fatores monetários também fazem parte dos fatores higiênicos e sua ausência, ou a incom- patibilidade entre a jornada de trabalho e salário, contribuirá para a insatisfação no trabalho, muito embora, sua presença, ou seja, um bom salário, não garanta satisfação profissional. Teoria da Equidade A Teoria da Equidade foi desenvolvida nos anos de 1960, por J. Stacy Adams. Considerada uma teoriade processo, ou seja, uma teoria que busca compreender como o raciocínio influencia o comportamento motivacional. Ela tenta identificar como a comparação entre os indivíduos pode influenciar a motivação. Tem como base a noção de que justiça e equidade têm papel fundamental na motivação. Cada indivíduo avaliará seus inputs, ou seja, avaliará o valor daquilo que investe na organização em função dos outputs, aquilo que recebe em troca, sempre em função da comparação com os inputs e outputs do outro. Input: termo em inglês, cuja tradução na língua portuguesa é ‘entrada’. Do ponto de vista conceitual, signifi ca o esforço realizado, considerando compromisso, tempo, lealdade, tolerância, confi ança, estudo, fl exibilidade, entre outras entregas do profi ssional à empresa. Output: termo em inglês, cuja tradução na língua portuguesa é ‘saída’. Do ponto de vista conceitual, signifi ca a remuneração, prêmios, benefícios, reconhecimento, reputação, reali- zação pessoal, entre outros. Ex pl or Por isso mesmo, a ideia de justiça ou injustiça está muito mais relacionada à percepção do indivíduo que à realidade em si, uma vez que nem sempre a medida é objetiva. Não é tarefa simples, e nem tampouco precisa, medir o quanto eu me dedico ao trabalho versus o quanto meu colega se dedica ao trabalho. Muitas vezes, ou por que não dizer na maioria delas, essa é uma medida subjetiva. 13 UNIDADE Teorias da Motivação A comparação de inputs e outputs resulta na seguinte equação apresentada no Quadro 2. Quadro 2 – Equações de Equidade Indivíduo Resultado da comparação Outros Equidade Output/input = Output/inputIniquidade Negativa < Iniquidade positiva > De acordo com a Equação da Equidade, ela ocorrerá quando o indivíduo perceber que suas contribuições e resultados são iguais às contribuições e resultados dos outros. Entretanto, caso o indivíduo perceba que suas contribuições são maiores e seus resultados iguais, ou menores que os dos demais, desenvolve-se então a chamada iniquidade negativa, que resulta no sentimento de injustiça e, logo, desmotivação. O inverso, ou seja, quando o indivíduo percebe que está contribuindo com menos, mas seus resultados são maiores ou iguais aos dos demais, o sentimento tende a ser de compensação. A comparação do indivíduo com o outro não se dá de forma aleatória, mas é possível que a comparação seja realizada de quatro formas distintas. O indivíduo poderá se comparar com outros cargos ou posições dentro ou fora da empresa. Ou ainda, pode se comparar com o outro, dentro ou fora da empresa, ou seja, pode se comparar com colegas de trabalho ou com pessoas do mercado que ocupam o mesmo cargo. Uma pesquisa realizada por Sarah Brosnan e Frans de Waal, da Emory University, publicada na revista Nature mostra que a busca por equidade também ocorre entre os animais. Em experimento realizado com dois macacos pregos, os animais deveriam realizar uma determinada tarefa, a qual faziam sem problemas. Realizada a tarefa os animais recebiam alimentos (pepinos ou uvas). Enquanto ambos recebiam a mesma recompensa (pepinos ou uvas) não houve problemas. Mas quando um deles passou a receber o alimento preferido de ambos, uvas, e o outro apenas pepino, o macaco prego que recebia apenas pepinos se recusava a receber a recompensa, chegando até a jogar fora o prato com os pepinos. O link apresenta um trecho do experimento: https://youtu.be/NQIzuwAeARg Ex pl or Diante da percepção de iniquidade, o funcionário poderá reagir de forma a diminuir seu rendimento, trabalhando com mais lentidão. Ou ainda, pode se esforçar mais, produzindo mais, caso perceba que isso pode aumentar seus rendimentos, como num sistema de remuneração por produção. Todavia, a produção em maior quantidade, nem sempre significa manter a qualidade. Diante da iniquidade, o funcionário pode reagir tanto se autovalorizando, como se depreciando, como também avaliar que o trabalho do outro não é tão interes- sante para uma comparação. A valorização e a depreciação também podem ocor- rer em relação ao outro, sempre procurando justificar as diferenças. Ou pode ainda desistir da tarefa, abandonando a situação. 14 15 As comparações podem focar não somente a remuneração, mas também a distribuição de outras recompensas organizacionais, como cargos, status, benefícios e escritórios mais luxuosos. “Se cremos que somos tratados injustamente, as repercussões sobre a motivação podem ser dramáticas” (De Vries, 1996, p. 71) A Teoria da Equidade demonstra que, para a maioria dos trabalhadores, a motivação é influenciada tanto pelas recompensas relativas quanto pelas absolutas. 15 UNIDADE Teorias da Motivação Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Leitura Motivação: Abordagem Crítica da Teoria de Maslow pela Propaganda BOHRER, Ricardo Schlatter. Motivação: abordagem crítica da teoria de Maslow pela propaganda. Revista de Administração de Empresas, São Paulo, v. 21, n. 4, p. 43-47, Dec. 1981. https://goo.gl/MpLF6f Teorias sobre a Motivação no Trabalho LOBOS, Julio. Teorias sobre a motivação no trabalho. Revista de Administração de Empresas, São Paulo, v. 15, n. 2, p. 17-25, Abr. 1975. https://goo.gl/MD73RZ Motivation and Personality MASLOW, Abraham. H. Motivation and Personality. 3. ed. NY: Harper, 1970. https://goo.gl/Ymg3su Justiça às Avessas: Uma Aplicação da Teoria da Equidade em Sala de Aula PEREIRA, Thelma et al. Justiça às avessas: uma aplicação da teoria da Equidade em sala de aula. VII CONNEPI. Congresso Norte Nordeste de Pesquisa e Inovação. Palmas: Tocantins, 2012. https://goo.gl/YKMKlC Herzberg’s Two-Factor Theory of Job Satisfaction: An Integrative Literature Review STELLO, Chirstina M. Herzberg’s Two-Factor Theory of Job Satisfaction: An Integrative Literature Review. https://goo.gl/DIAAnw 16 17 Referências HERZBERG, Frederick; MAUSNER; Bernard; SNYDERMAN, Barbara Bloch. The Motivation to Work: with a new introduction by Frederick Herzberg. New York: Wiley, 1959. MASLOW, Abraham. H. Motivation and Personality. 3. ed. NY: Harper, 1970. Disponível em: http://s-f-walker.org.uk/pubsebooks/pdfs/Motivation_and_Personality- Maslow.pdf. Acesso: 22/03/2017. STELLO, Chirstina M. Herzberg’s Two-Factor Theory of Job Satisfaction: An Integrative Literature Review. [s.d]. Disponível em: http://www.cehd.umn.edu/ olpd/research/studentconf/2011/stelloherzberg.pdf Acesso: 22/03/2017. TODOROV, João Cláudio; MOREIRA, Márcio Borges. O conceito de motivação na psicologia. Revista Brasileira de Terapia Comportamental e Cognitiva, São Paulo, v. 7, n. 1, p. 119-132, jun. 2005. Disponível em: http://pepsic.bvsalud. org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-55452005000100012&lng=pt& nrm=iso. Acesso: 22/03/2017. 17
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