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Guerra dos Bôeres na África do Sul

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A Guerra dos Bôeres, também conhecida como a Guerra Sul-Africana (1899-1902), foi um
conflito travado entre os colonos bôeres e o Império Britânico pela supremacia na África do
Sul. O conflito se originou das tensões entre os colonos bôeres, de origem holandesa e
alemã, que migraram para a região no século XVII, e os britânicos, que conquistaram a
região do Cabo no início do século XIX.
As raízes das tensões remontam ao domínio britânico sobre a Colônia do Cabo e o
movimento conhecido como Grande Trek, no qual os bôeres migraram para o interior em
busca de independência e autonomia. No século XIX, após descobertas de ouro e
diamantes, os britânicos expandiram seu controle sobre a região, aumentando a pressão e
o ressentimento dos colonos bôeres.
Em 1880, a República Sul-Africana de Transvaal, liderada por Paul Kruger, e o Estado Livre
de Orange, liderado por J. H. Brand, declararam independência do domínio britânico. Os
britânicos, no entanto, estavam interessados nos recursos naturais da região e buscaram
anexar as repúblicas bôeres. As negociações fracassaram e a guerra começou em outubro
de 1899.
Os bôeres lançaram ataques em Natal e no Cabo, em uma tentativa de expulsar os
britânicos. As táticas de guerrilha bôeres e seu conhecimento do terreno dificultaram a
campanha britânica. Inicialmente, os bôeres obtiveram algumas vitórias contra as forças
britânicas, que, por sua vez, lançaram uma campanha de cerco para retomar as cidades
bôeres.
Os britânicos implementaram uma política de "terra arrasada", na qual queimaram fazendas
e cercaram campos de concentração onde bôeres, mulheres e crianças eram confinados
em condições precárias. Essas políticas resultaram em grande sofrimento e morte entre os
bôeres. A guerra também foi marcada por guerrilheiros bôeres atacando linhas de
suprimentos britânicas, minando a capacidade do Império de combater efetivamente.
A guerra atraiu atenção internacional, especialmente devido às políticas britânicas de
confinamento em campos de concentração. Críticos, como Emily Hobhouse, denunciaram
as condições desumanas nesses campos, onde doenças e desnutrição causaram a morte
de milhares de bôeres. A pressão pública fez com que as políticas britânicas mudassem,
mas mesmo assim a guerra continuou.
No final de 1900, com a chegada de reforços britânicos e a captura de cidades-chave pelos
britânicos, a balança começou a pender em favor do Império. Kruger fugiu para a Suíça e os
líderes bôeres restantes continuaram a resistência de forma cada vez mais fragmentada.
Em maio de 1902, os bôeres e os britânicos finalmente assinaram o Tratado de Vereeniging,
que marcou o fim da guerra.
O Tratado de Vereeniging concedeu autonomia limitada aos bôeres e estabeleceu a União
Sul-Africana, sob controle britânico, em 1910. A guerra teve um impacto significativo tanto
para os bôeres quanto para os britânicos. Para os bôeres, a guerra consolidou sua
identidade e cimentou uma cultura de resistência. Para os britânicos, a guerra destacou a
necessidade de uma política mais inclusiva para o governo do país.
A Guerra dos Bôeres também demonstrou as dificuldades enfrentadas pelas potências
coloniais europeias ao lidar com guerrilhas em um território desconhecido. As forças bôeres
eram altamente móveis e adaptáveis aos desafios impostos pelas táticas britânicas. A
guerra também mostrou a vulnerabilidade das populações civis e o impacto destrutivo da
guerra moderna na sociedade.
A Guerra dos Bôeres deixou um legado duradouro na África do Sul. A tensão entre os
bôeres e os britânicos continuou a influenciar a política e as relações raciais no país. O
conflito também exacerbou as divisões raciais, uma vez que a participação negra foi
limitada e a discriminação aumentou em ambos os lados.
Em conclusão, a Guerra dos Bôeres foi um conflito na África do Sul entre os colonos bôeres
e o Império Britânico, ocorrido entre 1899 e 1902. O conflito teve origem nas tensões entre
os colonos bôeres e os britânicos, que buscavam o controle sobre a rica região mineral da
África do Sul. A guerra foi marcada por táticas de guerrilha bôeres e pelas políticas brutais
dos britânicos, incluindo o confinamento em campos de concentração. No final, os britânicos
prevaleceram e a União Sul-Africana foi estabelecida em 1910. A Guerra dos Bôeres teve
um impacto duradouro na política e na sociedade da África do Sul, exacerbando as divisões
raciais e estimulando um senso de identidade e resistência bôer.

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