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FORMAÇÃO DOCENTE Jefferson Campos Lopes 1ª Edição, 2022 EAD Reitor: Martin Kuhn Vice-reitor para a Educação Básica e Diretor do Campus Hortolândia: Henrique Karru Romaneli Vice-reitor para a Educação Superior e Diretor do Campus São Paulo: Afonso Ligório Cardoso Vice-reitor administrativo: Telson Bombassaro Vargas Pró-reitor de pesquisa e desenvolvimento institucional: Allan Macedo de Novaes Pró-reitor de graduação: Edilei Rodrigues de Lames Pró-reitor de pós-graduação lato sensu e Pró-reitor da educação à distância: Bruno Fortes Pró-reitor de desenvolvimento espiritual e comunitário: Wendel Tomas Lima Pró-reitor de Desenvolvimento Estudantil e Diretor do Campus Engenheiro Coelho: Carlos Alberto Ferri Pró-reitor de Gestão Integrada: Claudio Valdir Knoener Presidente da Divisão Sul-Americana: Stanley Arco Diretor do Departamento de Educação para a Divisão Sul-Americana: Antônio Marcos da Silva Alves Presidente do Instituto Adventista de Ensino (IAE), mantenedora do Unasp: Maurício Lima Conselho editorial e artístico: Dr. Adolfo Suárez; Dr. Afonso Cardoso; Dr. Allan Novaes; Me. Diogo Cavalcanti; Dr. Douglas Menslin; Pr. Eber Liesse; Me. Edilson Valiante; Dr. Fabiano Leichsenring, Dr. Fabio Alfieri; Pr. Gilberto Damasceno; Dra. Gildene Silva; Pr. Henrique Gonçalves; Pr. José Prudêncio Júnior; Pr. Luis Strumiello; Dr. Martin Kuhn; Dr. Reinaldo Siqueira; Dr. Rodrigo Follis; Me. Telson Vargas Editor-chefe: Allan Macedo de Novaes Supervisora Administrativa: Rhayane Storch Responsável editorial pelo EaD: Jéssica Lisboa Pereira Editora Universitária Adventista 1ª Edição, 2022 FORMAÇÃO DOCENTE Editora Universitária Adventista Engenheiro Coelho, SP Jefferson Campos Lopes Doutor em Ciência do Desporto pela UTAD Mestre em Educação pela FORMAÇÃO - UNIMONTE Campagnoni, Mariana / dos Santos, Diego Henrique Moreira Formação da identidade profissional do contador [livro eletrônico] / Mariana Campagnoni. -- 1. ed. -- Engenheiro Coelho, SP : Unaspress, 2020. 1 Mb ; PDF ISBN 978-85-8463-172-8 1. Carreira profissional 2. Contabilidade 3. Contabilidade como profissão 4. Contabilidade como profissão - Leis e legislação 5. Formação profissional 6. Negócios I. Título. 20-33026 CDD-370.113 Dados Internacionais da Catalogação na Publicação (CIP) (Ficha catalográfica elaborada por Hermenérico Siqueira de Morais Netto – CRB 7370) Formação docente 1ª edição – 2022 e-book (pdf) OP 00123_243 Coordenação editorial: Luisa Simões Preparação: Marcos Faria Revisão: Perez Salles Projeto gráfico: Ana Paula Pirani Capa: Jonathas Sant’Ana Diagramação: Breno de Barros Caixa Postal 88 – Reitoria Unasp Engenheiro Coelho, SP – CEP 13448-900 Tel.: (19) 3858-5171 / 3858-5172 www.unaspress.com.br Editora Universitária Adventista Validação editorial científica ad hoc: Creriane Nunes Lima Mestre em Educação pelo Unasp EC Editora associada: Todos os direitos reservados à Unaspress - Editora Universitária Adventista. Proibida a reprodução por quaisquer meios, sem prévia autorização escrita da editora, salvo em breves citações, com indicação da fonte. SUMÁRIO FORMAÇÃO DE PROFESSOR: IDENTIDADE E SABERES DA DOCÊNCIA .................. 9 Introdução ........................................................................................10 Profissão, formação, identidade e trabalho docente .......................12 Os saberes docentes: os saberes da formação profissional .............20 O processo histórico de profissionalização do professor .................24 Legislação educacional ....................................................................31 Metodologias ativas no processo de ensino ...................................54 Considerações finais.........................................................................61 Referências .......................................................................................65 VO CÊ ES TÁ A QU I FORMAÇÃO DA PRÁTICA PEDAGÓGICA DO PROFESSOR ...................................................... 75 Introdução ........................................................................................76 Formação inicial do professor ..........................................................78 O planejamento educacional ...........................................................91 Por que o planejamento é necessário? ...................................91 Planejamento escolar .............................................................96 Planejamento curricular.........................................................105 Didática ...........................................................................................107 A didática na formação de professores..................................113 Identidade e profissionalização docente ........................................117 Estratégias e práticas docentes frente às novas tecnologias aplicadas ao ensino ........................................................................123 Considerações finais........................................................................134 Referências ......................................................................................139 Os conceitos fundamentais da didática: planejamento, estratégias de ensino e avaliação para a construção de um exercício profissional competente, reflexivo e articulado à construção da cidadania, considerando a importância da educação ambiental, do combate ao preconceito, à discriminação e ao racismo, e dos direitos humanos. Identificação de formas de utilização pedagógica dos meios digitais para a aprendizagem. EMENTA OB JE TI VO S - Identificar como a função mediadora da didática pode contribuir para a construção da identidade profissional docente. - Empregar as principais bases teórico-metodológicas que fundamentam a ação educativa. - Analisar as diferentes abordagens e perspectivas da formação prática dos docentes. - Estimar a inovação no ensino com as demandas tecnológicas e com sua formação e atualização contínuas. FORMAÇÃO DE PROFESSOR: IDENTIDADE E SABERES DA DOCÊNCIA UNIDADE 1 10 FORMAÇÃO DOCENTE INTRODUÇÃO Neste material, propomos uma conversa sobre a profissão de professor, tendo como foco a construção da sua identidade e tomando como ponto de ancoragem a pergunta: “o que é ser professor?”. Não existe mais lugar para o profissional que é um técnico reprodutor de informações e conhecimentos que tem em seu repertório elaborados programas e técnicas para tal. No contexto escolar, podemos verificar que existe um desinteresse que não é somente dos alunos, mas também pela comunidade escolar. Na sociedade chamada de conhecimento, o processo de recebimento de informações (deposito) estará atrelado a um processo que, ao final, será avaliado (recebendo uma nota), tornando, assim, esta aprendizagem sem um significado e gerando um total descaso pelo aprender do aluno (JESUS, R. C. A. et al., 2019). O valor das sociedades atuais está diretamente relacionado ao nível de formação de seus cidadãos e da capacidade de inovação e empreendimento que eles possuem. Entretanto, vemos que temos prazos para os conhecimentos, obrigando- nos, a estimular metas e garantias formais e informais para que toda pessoa e profissionais mantenham-se atualizados na sua competência. Para entrar nesta sociedade exige-se 11 FORMAçãO DE PROFEssOR: IDENTIDADE E sAbEREs DA DOCêNCIA dos profissionais uma continua e permanente atividade de formação e aprendizagem (MARCELO, 2009). Após da leitura dessa unidade, espera-se que você forme uma base sólida e saiba: • Saber diferenciar o que é profissão e docência; bem como identidade e trabalho docente; • Quais são os saberes necessários e pertinentes à profissão docente; • Conhecer o caminho da profissionalização do docente no Brasil; • Discutir o uso das leis educacionais no contexto escolar; • Aplicar o uso das metodologias ativas na educação. Bom estudo! 12 FORMAÇÃO DOCENTE PROFISSÃO, FORMAÇÃO,IDENTIDADE E TRABALHO DOCENTE Ser um profissional de ensino na sociedade atual não é uma tarefa tão fácil. Consiste em um compromisso em transformar conhecimento e informações em aprendizagens motivantes e relevantes para os alunos. Pode-se considerar profissão como sendo um trabalho especializado que varia com o acúmulo de conhecimento e das habilidades para o fazer. De acordo com Marcelo (2009), a profissão docente é uma “profissão do conhecimento”, pois há nessa relação não só a tarefa de ensinar aos alunos, de fazê-los aprender, mas também é necessário o esforço do professor para continuar aprendendo e, assim, poder ensinar. Identificamos ainda outras intencionalidades nesta profissão, Carvalho (1999, p. 82) diz que a “docência se define como atividade extremamente relacional [...] há um forte envolvimento afetivo dos professores com seus alunos e a sua preocupação com a aprendizagem dos mesmos”. Na carreira docente existe uma conexão entre saber e afeto, em que o docente constantemente está em contato com pessoas e, assim, vivencia relações interpessoais difíceis.Para Altet (2001, p. 48), o docente é um “profissional do ensino e da aprendizagem, formado para conquistar as competências necessárias ao ato de ensinar [...] e não apenas para dominar conteúdos de ensino”. 13 FORMAçãO DE PROFEssOR: IDENTIDADE E sAbEREs DA DOCêNCIA A formação de professores para atuação na educação básica é garantida pelos artigos 62 e 63 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), Lei nº 9.394/1996, que destaca que esta é referente a: curso de licenciatura, de graduação plena, em universidades e institutos superiores de educação, onde os institutos superiores de educação manterão cursos formadores de profissionais para a educação básica e programas de formação pedagógica para portadores de diplomas de educação superior que queiram se dedicar à educação básica, segundo orientações da nota técnica número 020/2014 do Ministério da Educação (BRASIL, 2014, p. 4). É necessário compreender que os desafios que supõem a formação e o desenvolvimento profissional docente se faz presente em nossas reflexões da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. O objetivo 4 diz respeito a “assegurar a educação inclusiva e equitativa e de qualidade, e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todas e todos” (ONU, 2015, p.47). De acordo com a Agenda 2030, especificamente para o objetivo 4, as metas que se destacam são: 14 FORMAÇÃO DOCENTE 4.1 Até 2030, garantir que todas as meninas e meninos completem o ensino primário e secundário livre. 4.2 Até 2030, garantir que todos as meninas e meninos tenham acesso a um desenvolvimento de qualidade na primeira infância. 4.3 Assegurar a igualdade de acesso para todos os homens e mulheres à educação técnica, profissional e superior de qualidade, a preços acessíveis, incluindo universidade. 4.4 Até 2030, aumentar substancialmente o número de jovens e adultos que tenham habilidades relevantes, inclusive competências técnicas e profissionais, para emprego, trabalho decente e empreendedorismo. 4.5 Até 2030, eliminar as disparidades de gênero na educação e garantir a igualdade de acesso a todos os níveis de educação e formação profissional para os mais vulneráveis, incluindo as pessoas com deficiência, povos indígenas e as crianças em situação de vulnerabilidade. 4.6 Até 2030, garantir que todos os jovens e uma substancial proporção dos adultos, homens e mulheres estejam alfabetizados e tenham adquirido o conhecimento básico de matemática. 4.7 Até 2030, garantir que todos os alunos adquiram conhecimentos e habilidades necessárias para promover o desenvolvimento sustentável, inclusive, entre outros, por meio da educação para o desenvolvimento sustentável e 15 FORMAçãO DE PROFEssOR: IDENTIDADE E sAbEREs DA DOCêNCIA estilos de vida sustentáveis, direitos humanos, igualdade de gênero, promoção de uma cultura de paz e não violência, cidadania global e valorização da diversidade cultural e da contribuição da cultural e da contribuição da cultura par o desenvolvimento sustentável. 4.a. Construir e melhorar instalações físicas para educação, apropriadas para crianças e sensíveis às deficiências e ao gênero. 4.b. Até 2020, substancialmente ampliar globalmente o número de bolsas de estudo para os países em desenvolvimento, em particular os países menos desenvolvidos, pequenos Estados insulares em desenvolvimento e os países africanos, para o ensino superior, incluindo programas de formação profissional. 4.c. Até 2030, substancialmente aumentar o contingente de professores qualificados, inclusive por meio da cooperação internacional para a formação de professores, nos países em desenvolvimento, especialmente os países menos desenvolvidos e pequenos Estados insulares em desenvolvimento (ONU, 2015, p. 47). Como podemos verificar na pauta 4c, que promove debates sobre a formação do professor, podemos afirmar que quando se fala em formação, ela ocorrer de forma direta e melhorar o ensino em sua qualidade, o que a caracterizará como uma melhor formação inicial, além de aprimorar os métodos para a contratação de novos docentes. Analise a figura 1, que mostra de maneira clara os 17 objetivos do desenvolvimento sustentável. 16 FORMAÇÃO DOCENTE Figura 1 – Os 17 objetivos do desenvolvimento sustentável Fonte: BeeCircular. É importante compreender que na formação inicial poderá ocorrer situações de dificuldade, nas quais precisaremos colocar em prática toda a teoria descrita em livros e artigos direcionados ao ambiente escolar e às políticas públicas, escritos por pesquisadores e teóricos da área docente. Já a formação continuada é algo que ocorre durante todo o percurso escolar que ocorre durante todo o percurso profissional na vida do docente. Para Nóvoa (1995, p.132), a noção de formação docente se relaciona intimamente com o conceito de aprendizagem permanente, considerando sempre os saberes docentes como resultantes de um processo de formação dentro e fora da escola, ou seja, profissional e pessoal. 17 FORMAçãO DE PROFEssOR: IDENTIDADE E sAbEREs DA DOCêNCIA Vale pensar que formar docente não é apenas atualizá-los com novos conhecimentos e informações sobre conteúdo ou métodos de ensino. É necessário estar atento na relação entre seu passado, presente e futuro, compreendendo as experiências formadoras que se desenvolvem.Para Imbernón (2011, p. 82), o conhecimento profissional se “consolida no decorrer da prática e se apoia na análise, na reflexão e na intervenção em situações concretas de ensino e aprendizagem”. Já Nóvoa (1995) defende que: o desenvolvimento profissional deve abranger três dimensões inseparáveis: pessoal, profissional e organizacional. [Na dimensão pessoal deve] encontrar espaços de interação entre o pessoal e profissional para que os professores possam dar significado e sentido às suas vivências. [Na profissional] compreende-se aqui o professor como autor e produtor da sua profissão. [E organizacional envolve a questão do investimento educativo] (NÓVOA, 1995, 135, grifo nosso). O profissional do ensino. Fonte: Shutterstock 18 FORMAÇÃO DOCENTE Segundo Tajfel (1983, p. 53), no conceito de identidade, há um “reconhecimento de filiação do sujeito a um ou vários grupos, junto com o significado emocional e de valoração ligado a essa filiação”. Essas valorações podem envolver vários aspectos, entre eles, o autor destaca os socioafetivos e cognitivos, que possuem impacto na relação do indivíduo com a sociedade. Assim, quando ocorre este processo que o vincula de alguma forma, cria-se a imagem ou autoconceito positivo de ser e pertencer a algo. Segundo Lawan (2001, p.92), por identidade profissional docente entendem-se as posições de sujeito que são atribuídas, por diferentes discursos e agentes sociais, aos professores e às professoras no exercício de suas funçõesem contextos laborais concretos. Refere- se ainda ao conjunto das representações colocadas em circulação pelos discursos relativos aos modos de ser e agir dos professores e professoras no exercício de suas funções em instituições educacionais, mais ou menos complexas e burocráticas. Quando ocorre este processo que o vincula de alguma forma, cria-se a imagem ou autoconceito positivo de ser e pertencer a algo. 19 FORMAçãO DE PROFEssOR: IDENTIDADE E sAbEREs DA DOCêNCIA A construção da identidade profissional docente é delineada envolvendo a cultura do grupo a que pertence e ocorre a partir de três dimensões: o desenvolvimento pessoal, profissional e institucional (ISAIA, 2006). Vemos que o primeiro se refere à vida (ciclo vital) do professor; o segundo, aos aspectos da profissionalização docente e aos vários caminhos construídos pela profissão; e o terceiro, aos investimentos da instituição e aos diversos contextos em que atua ou atuou. Essa construção, marcada por constantes redefinições, ocorre durante um processo contínuo de mudança que acontece perante um cenário de aprendizado incerto, que por sua vez é desenvolvido no decorrer de muitos anos. SAIBA MAIS Sobre os objetivos do desenvolvimento sustentável no contexto da educação, leia o artigo: “A impor- tância dos ODS – Objetivos de Desenvolvimento Sustentável no desafio da educação para os direi- tos humanos”. Disponível em: https://www2.faac. unesp.br/ridh3/index.php/ridh/article/view/52/35. Acesso em: 06 out. 2022. https://www2.faac.unesp.br/ridh3/index.php/ridh/article/view/52/35 https://www2.faac.unesp.br/ridh3/index.php/ridh/article/view/52/35 https://www2.faac.unesp.br/ridh3/index.php/ridh/article/view/52/35 20 FORMAÇÃO DOCENTE OS SABERES DOCENTES: OS SABERES DA FORMAÇÃO PROFISSIONAL O docente, no decorrer de sua prática, irá se deparar com uma variedade de situações que exigirão diferentes saberes. Estes saberes são construídos e descontruídos durante o processo profissional.Segundo Tardif (2002, p. 63) os saberes dos professores são um “conjunto de saberes provenientes de fontes variadas”, os quais o autor apresenta em quatro categorias: “saberes profissionais, disciplinares, curriculares e experienciais”. Assim, é necessário múltiplas articulações entre prática e teoria para que o docente domine esses saberes Os saberes profissionais são aqueles saberes adquiridos na formação inicial ou continuada dos professores. São saberes baseados nas ciências e na erudição e são transmitidos aos professores durante a formação. Os conhecimentos pedagógicos relacionados às técnicas e métodos também fazem parte dos saberes profissionais. Os saberes disciplinares possuem relação com os mais variados temas do conhecimento de suas disciplinas na formação realizada pelas instituições.Os saberes curriculares são aqueles oriundos da instituição nas quais são produzidos e que têm como objetivo serem transmitidos aos alunos. 21 FORMAçãO DE PROFEssOR: IDENTIDADE E sAbEREs DA DOCêNCIA Um estudo de Gauthier et al. (1998), intitulado programa “knowledge base” (base do conhecimento) em intuições americanas, aponta como as atividades docentes não têm conseguido revelar os seus saberes e acabam produzindo outros saberes. Figura 2 – Saberes docentes Fonte: ResearchGate. 22 FORMAÇÃO DOCENTE Shulman (1986) distingue três categorias de conhecimentos presentes no desenvolvimento cognitivo do professor: subject knowledge matter (conhecimento do conteúdo da matéria ensinada); pedagogical knowledge matter (conhecimento pedagógico da matéria) e curricular knowledge (conhecimento curricular). Outros de seus posteriores trabalhos, segundo Sztajn (2002), contemplaram uma revisão das três categorias mencionadas, ora propondo novas, ora eliminando outras, mas, por fim, mantendo as propostas originárias de seu trabalho. O subject knowledge matter refere-se às compreensões do professor acerca da estrutura da disciplina, de como ele organiza cognitivamente o conhecimento da matéria que será objeto de ensino. Essa compreensão requer ir além dos fatos e conceitos intrínsecos à disciplina e pressupõe o conhecimento das formas pelas quais os princípios fundamentais de uma área do conhecimento estão organizados. Assim, o domínio da estrutura da disciplina não se resume tão somente à detenção bruta dos fatos e conceitos do conteúdo, mas também à compreensão dos processos de sua produção, representação e validação epistemológica, o que requer entender a estrutura da disciplina compreendendo o domínio atitudinal, conceitual, procedimental, representacional e validativo do conteúdo [...]. 23 FORMAçãO DE PROFEssOR: IDENTIDADE E sAbEREs DA DOCêNCIA Já o pedagogical knowledge matter consiste nos modos de formular e apresentar o conteúdo de forma a torná-lo compreensível aos alunos, incluindo analogias, ilustrações, exemplos, explanações e demonstrações. A ênfase está nas maneiras de se representar e reformular o conteúdo de tal forma que ele se torne compreensivo aos alunos. Este é também o conhecimento que se refere à compreensão docente do que facilita ou dificulta o aprendizado discente de um conteúdo em específico. Assim, o conhecimento do conteúdo pedagógico também inclui o entendimento do que torna fácil ou difícil a aprendizagem de determinado tópico, bem como as concepções errôneas dos estudantes e suas implicações na aprendizagem [...] O curricular knowledge dispõe-se a conhecer a entidade currículo como o conjunto de programas elaborados para o ensino de assuntos e tópicos específicos em um dado nível, bem como a variedade de materiais instrucionais disponíveis relacionados àqueles programas (SHULMAN, 1986, p. 8). Podemos entender que o ensino começa com um ato da razão, continua com um processo de raciocínio, culmina com o desempenho e, então, reflete-se mais sobre ele, até que todo o processo inicie novamente. Desse modo, o ensino é tido como compreensão e raciocínio, como transformação e reflexão. Trata- se de um processo de raciocínio em que os professores aprendem a pensar pedagogicamente sobre o conteúdo da disciplina. 24 FORMAÇÃO DOCENTE SAIBA MAIS Sobre os saberes docentes leia o artigo: “Saberes docentes: um estudo a partir de Tardif e Borges”. Ele faz uma revisão das obras de dois autores impor- tantíssimos para a área e mostra como os saberes docentes estão vinculados às práticas do profes- sor, proporcionando momentos de aprendiza- do e reflexão. Disponível em: https://periodicos. ufpb.br/index.php/rteo/article/view/46972/28844. Acesso em: 06 out. 2022. O PROCESSO HISTÓRICO DE PROFISSIONALIZAÇÃO DO PROFESSOR São apresentados estudos que relatam que a profissão docente possui uma origem muito antiga, quando os seres humanos começaram a entender que havia uma necessidade de realizar, criar, proteger, defender e difundir o conhecimento produzido para os descendentes na forma asserção e continuidade. Gadotti (2006) lembra que, assim que perceberam as virtudes do ato de ensinar, isto é, ao https://periodicos.ufpb.br/index.php/rteo/article/view/46972/28844 https://periodicos.ufpb.br/index.php/rteo/article/view/46972/28844 https://periodicos.ufpb.br/index.php/rteo/article/view/46972/28844 25 FORMAçãO DE PROFEssOR: IDENTIDADE E sAbEREs DA DOCêNCIA perceber a possibilidade de conhecer e aprender por meio do ensino, os homens iniciaram um processo de reflexão (ainda que sem intenção) que os ajudou a sistematizar e difundir os conhecimentos produzidos e acumulados [...]. A prática da educação é muito anterior ao pensamento pedagógico. O pensamento pedagógico surge com a reflexão sobre a prática da educação, como necessidade de sistematizá-la e organizá-la em função de determinados fins e objetivos (GADOTTI, 2006, p. 21). Segundo Brandão (2003), na antiguidade, os primeiros professores tinham domínio das técnicas de retórica e também ensinavam artes, política e música. Esses mestres eram responsáveispela instrução inicial dos filhos de seus senhores por meio do ensino da leitura, da escrita e da lógica-matemática. No Egito, a função de escriba necessitava do domínio da técnica da escrita e para executá-la, essa técnica precisava ser desenvolvida. Sabemos que as cidades gregas, tiveram também um destaque na educação, entretanto em Esparta esse processo era orientado para que o cidadão fosse preparado para guerra. Já em Atenas, a formação tinha um viés mais intelectual. Dessa forma, as crianças de Atenas eram confiadas a pessoas como amas e escravos. Vale lembrar, conforme Piletti (1988), que a palavra “pedagogo” teve sua origem na Grécia. 26 FORMAÇÃO DOCENTE E mal deixava os cuidados da ama, era entregue aos cuidados de um pedagogo. Os pedagogos eram escravos ou servos a quem os atenienses confiavam as crianças. A palavra pedagogo (de pais, paidós = criança; agein = conduzir) designa em sua origem o condutor de meninos; por isso eram chamados de pedagogos os escravos encarregados de guiar as crianças à escola (PILETTI, 1988, p. 61). Na Roma antiga, existia o professor que circulava pelas ruas, ensinando em troca de dinheiro às famílias nobres.No decorrer da idade média, o ensino era controlado pela igreja católica. Ele era aplicado por pessoas ligadas à igreja, na qual e a formação estava direcionada às ideologias católica, motivo pelo qual para preencher a função de docente, era preciso capacitar-se na leitura.A este respeito, Romanowski (2007) lembra que as instituições de ensino superior daquela época foram formadas, em suma, pela igreja católica. Segundo o autor, as universidades “eram organizadas em torno de três campos de ensino: artes liberais, medicina e jurisprudência” (ROMANOWSKI, 2007, p. 29). No decorrer da idade média, o ensino era controlado pela igreja católica. 27 FORMAçãO DE PROFEssOR: IDENTIDADE E sAbEREs DA DOCêNCIA No Brasil, convém lembrar que existem alguns momentos históricos indispensáveis para a profissionalização docente: o primeiro situa-se entre os anos de 1750 e 1834; o segundo, a partir de 1930; e o terceiro, na organização de classe dos professores, após os anos de 1950, ligada às reformas educacionais das décadas seguintes. Neste sentido, convém conhecer as características da sistematização do ensino desde a metade do século XVIII, pois se encontram, a partir deste período, os mecanismos mais relevantes para compreender o que o ensino representou para a sociedade brasileira nos séculos posteriores. Entre eles, podemos citar a gradativa secularização da docência, a criação do subsídio literário, a descentralização da responsabilidade administrativa do ensino (cabendo às províncias o custeio do ensino primário), a ampliação dos investimentos e das redes, a preocupação com a profissionalização dos educadores, entre outros (VICENTINI; LUGLI 2009). A educação como dimensão atrelada à filosofia predominante naquele contexto possui como característica a ideia de formação moral, literária e humana. Os jesuítas, através do ratio studiorum, como método de ensino, refletem um pouco essa concepção educativa. Dessa maneira, estudar 28 FORMAÇÃO DOCENTE a história dos professores adquire sentido quando procura se compreender a organização do trabalho docente e as mudanças com o passar do tempo, como, por exemplo, as grandes rupturas nos paradigmas vigentes das quais a reforma pombalina é um exemplo clássico. Em 1759, ocorre a expulsão dos jesuítas do Brasil. Uma profunda reforma no sistema administrativo e, de forma especial, grandes mudanças no sistema de ensino começam a ser colocadas em prática. A figura principal dessas transformações foi Sebastião José de Carvalho e Melo, mais conhecido como o Marquês de Pombal, cuja função como ministro da fazenda de Dom José I era programar um conjunto de reformas, visando a eficiência da máquina pública. Dentre as principais mudanças implementadas pela reforma educacional estão a inserção das aulas régias, o concurso público de professores e a centralização da responsabilidade do Estado pelo ensino (MACIEL; NETO, 2006). Para que houvesse um mínimo de regulamentação, sobre quem poderia lecionar, o governo precisou criar mecanismos de controle ou de licenças especiais, para que os indivíduos que possuíssem um conjunto de saberes e capacidades necessárias para transmiti-los pudessem exercer o mandato docente. Nóvoa (1995) discorre sobre destes mecanismos de seleção para todos os domínios de Portugal: 29 FORMAçãO DE PROFEssOR: IDENTIDADE E sAbEREs DA DOCêNCIA criação desta licença (ou autorização) é um momento decisivo do processo de profissionalização da atividade docente, uma vez que facilita a definição de um perfil de competências técnicas, que servirá de base ao recrutamento dos professores, e ao delinear de uma carreira docente. Este documento funciona, também, como uma espécie de “aval” do Estado aos grupos docentes, que adquirem por esta via uma legitimação especial da sua atividade. As dinâmicas de afirmação profissional e de reconhecimento social dos professores apoiam- se fortemente na consistência deste título, que ilustra o apoio do Estado ao desenvolvimento da profissão docente (e vice- versa) (NÓVOA, 1995, p. 17). Entre 1827 e 1930, houve sucesso e mudanças no que se refere à profissionalização, em relação à área trabalhista. Na crise do império, essas mudanças foram pouco notadas, contudo, em um olhar mais detalhado, vemos que Este documento funciona, também, como uma espécie de “aval” do Estado aos grupos docentes. 30 FORMAÇÃO DOCENTE na primeira metade do século XIX, e após 1930, elas foram mais significativas e, suficientes para que se tenha uma visão geral da consolidação da profissão (MONLEVADE, 2000). Assim, é possível notar que, nessa época, iniciou o processo de mudanças para as reformas na educação e a busca da industrialização nacional. O processo ocorrido através da reforma capanema fez uma reformulação na antiga política de educação, com uma demanda na formação de um mercado que atende principalmente no país: a criação do Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) e do Senac (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial). Paralelamente a este fato, houve um crescimento vegetativo e o deslocamento das pessoas localizadas no campo para os grandes centros urbanos, colaborando com a contratação de mais profissionais ligados à educação (MONLEVADE, 2000). Vemos assim uma mudança na cronologia dessa identidade profissional, ligada a um desejo de educação pela sociedade, à tentativa dos docentes para estabelecer um status, à necessidade de debate sobre temas imprescindíveis às categorias e aos movimentos sociais de uma categoria trabalhadora. 31 FORMAçãO DE PROFEssOR: IDENTIDADE E sAbEREs DA DOCêNCIA LEGISLAÇÃO EDUCACIONAL Na maioria das vezes, podemos dizer que uma legislação se refere ao conjunto de leis que se destina a regular uma matéria geral ou específica. Em sentido amplo, a legislação engloba vários documentos emanados de órgãos oficiais. Ela inclui, além das leis que são produzidas nas casas legislativas (congresso nacional, assembleias legislativas e câmaras de vereadores), também, decretos gerados no poder executivo. Entre estes, podemos citar resoluções, deliberações, pareceres e indicações formuladas e aprovadas em diferentes órgãos colegiados. Como exemplo, temos o caso do Conselho nacional de educação, Conselhos estaduais e municipais de educação, além de portarias também produzidas no âmbito do poder executivo (Ministério da Educação, secretarias e departamento de educação). Assim, a legislação existe para uma regulação, feita mediante leis federais, estaduais e municipais. Essa ordem tem caráter constitucional, tratando a educação como fonte primária de como proceder neste âmbito, caracterizando as competências de entes administrativos da união, Distrito Federal, estados e municípios.Abaixo das normasconstitucionais, temos as leis federais ordinárias ou complementares que regulam o sistema nacional de educação (SILVA, 2016). 32 FORMAÇÃO DOCENTE A estrutura das leis educacionais na Constituição Federal direciona os caminhos da educação no país.A maior lei que rege o nosso país, a Constituição Federal (CF) de 1988, é o documento que engloba as atuais leis, regras e normas da República Federativa do Brasil. Também conhecida como constituição cidadã, que concede várias garantias individuais a todo cidadão brasileiro. Dessa forma, o principal artigo que descreve a educação é o artigo 205 da CF de 1988, que constata: A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho (BRASIL, 1988, p. 8). O segundo documento na ordem hierárquica da educação, a Nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), do dia 20 de dezembro de 1996, assinala um momento de transição significativa para a educação brasileira, sendo a Lei 9.394/96, denominada de “Lei Darcy Ribeiro”.Segundo Saviani (1990, p. 84), a LDB normativa, fixa: em relação aos profissionais da educação, diversas normas orientadoras: as finalidades e fundamentos da 33 FORMAçãO DE PROFEssOR: IDENTIDADE E sAbEREs DA DOCêNCIA formação dos profissionais da educação; os níveis e o locus da formação docente e de especialistas; os cursos que poderão ser mantidos pelos Institutos Superiores de Educação; a carga horária da prática de ensino; a valorização do magistério e a experiência docente. O Plano Nacional de Educação (PNE) aprovado pela Lei nº 13.005/2014, com vigência até 2024, tem como uma de suas funções promover a articulação dos esforços nacionais em regime de colaboração entre os entes federados e, como objetivo, tornar universal a oferta obrigatória da educação de 4 a 17 anos. Agregam-se a esse objetivo o aumento do nível de escolaridade da população, o aumento da taxa de alfabetização, a melhoria da qualidade da educação básica e superior, o aumento do acesso ao ensino técnico e superior, a valorização dos profissionais da educação, o aumento dos investimentos em educação, a redução das desigualdades sociais e a democratização da gestão (BRASIL, 2014). O PNE é uma política pública estratégica para o avanço da qualidade da educação, existindo, durante seu processo de elaboração, tensão em torno de alguns itens como: o financiamento, a educação especial, a igualdade racial, regional, de gênero e de orientação sexual, as expectativas de aprendizagem e do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB). Veja na figura 3 as 20 metas que são diretrizes do PNE até 2024. 34 FORMAÇÃO DOCENTE Figura 3 – AS 20 Metas do PNE METAS PARA O NOVO ENSINO 1. Universalizar, até 2016, o atendimento escolar da população de 4 e 5 anos, e ampliar, até 2020, a oferta da educação infantil de forma a atender a 50% da população de até 3 anos. 2. Criar mecanismos para o acompanhamento individual de cada estudante do ensino fundamental. 3. Universalizar, até 2016, o atendimento escolar para toda a população de 15 a 17 anos e elevar, até 2020, a taxa líquida de matrículas no ensino médio para 85% nesta faixa etária. 4. Universalizar, para a população de 4 a 17 anos, o atendimento escolar aos estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação na rede regular de ensino. 5. Alfabetizar todas as crianças até, no máximo, 8 anos de idade. 6. Oferecer educação em tempo integral em 50% das escolas públicas de educação básica 7. Atingir as médias nacionais para o IDEb já previstas no Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE). 35 FORMAçãO DE PROFEssOR: IDENTIDADE E sAbEREs DA DOCêNCIA 8. Elevar a escolaridade média da população de 18 a 24 anos, de modo a alcançar mínimo de 12 anos de estudo para as populações do campo, da região de menor escolaridade no país e dos 25% mais pobres, bem como igualar a escolaridade média entre negros e não negros, com vistas à redução da desigualdade educacional. 9. Elevar a taxa de alfabetização da população com 15 anos ou mais para 93,5% até 2015 e erradicar, até 2020, o analfabetismo absoluto e reduzir em 50% a taxa de analfabetismo funcional. 10. Oferecer, no mínimo, 25% das matrículas de educação de jovens e adultos na forma integrada à educação profissional nos anos finais do ensino fundamental e no ensino médio. 11. Duplicar as matrículas da educação profissional técnica de nível médio, assegurando a qualidade da oferta. 12. Elevar a taxa bruta de matrícula na educação superior para 50% e a taxa líquida para 33% da população de 18 a 24 anos, assegurando a qualidade da oferta. 13. Elevar a qualidade da educação superior pela ampliação da atuação de mestres e doutores nas instituições de educação superior para 75%, no mínimo, do corpo docente em efetivo exercício, sendo, do total, 35% doutores. 14. Elevar gradualmente o número de matrículas na pós-graduação stricto sensu de modo a atingir a titulação anual de 60 mil mestres e 25 mil doutores. 36 FORMAÇÃO DOCENTE 15. Garantir, em regime de colaboração entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os municípios, que todos os professores da educação básica possuam formação específica de nível superior, obtida em curso de licenciatura na área de conhecimento em que atuam. 16. Formar 50% dos professores da educação básica em nível de pós-graduação lato e stricto sensu, garantir a todos formação continuada em sua área de atuação. 17. Valorizar o magistério público da educação básica a fim de aproximar o rendimento médio do profissional do magistério com mais de onze anos de escolaridade do rendimento médio dos demais profissionais com escolaridade equivalente. 18. Assegurar, no prazo de dois anos, a existência dos planos de carreira para os profissionais do magistério em todos os sistemas de ensino. 19. Garantir, mediante lei específica aprovada no âmbito dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, a nomeação comissionada de diretores de escola vinculada a critérios técnicos de mérito e desempenho e à participação da comunidade escolar. 20. Ampliar progressivamente o investimento público em educação até atingir, no mínimo, o patamar de 7% do Produto Interno bruto (PIb) do país. Fonte: Adaptado de BRASIL (2014). O Plano Nacional de Educação, devido à sua ousada proposta, obteve efetiva participação das esferas no Brasil e 37 FORMAçãO DE PROFEssOR: IDENTIDADE E sAbEREs DA DOCêNCIA da sociedade como um todo. A agenda é complexa e havia um desafio na realidade política do país. Existe um processo de redução de gastos em vários segmentos da sociedade, e a educação fazia parte, apontando que a finalização estava cada vez mais difícil de ser alcançada. Paralelamente ao PNE, o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (Fundef) foi substituído pelo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), em 2007, após dez anos de vigência e nove de implantação em nível nacional (BRASIL,2002). O FUNDEB, com duração prevista de 14 anos, foi criado para substituir o FUNDEF (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério) e pretende corrigir as falhas emitidas por esta fonte de recurso, entre elas a exclusão da Educação Infantil, Educação de Jovens e Adultos (EJA), e Ensino Médio, bem como a irrisória complementação Federal, embora alguns equívocos ainda continuem sendo cometidos (DAVIES, 2008, p. 760) O Fundeb não é um único fundo. Na verdade, é um conjunto de 27 fundos (26 estaduais e 1 do Distrito Federal) que serve como mecanismo de redistribuição de recursos destinados 38 FORMAÇÃO DOCENTE à educação básica. Trata-se de um grande cofre do qualé liberado dinheiro para valorizar os professores e desenvolver e manter funcionando todas as etapas da educação básica, desde creches, pré-escola, educação infantil, ensino fundamental, ensino médio até a educação de jovens e adultos (EJA). Cada fundo estadual distribui seus recursos de acordo com o número de estudantes que estão matriculados em sua rede de educação básica. Essa regra é estabelecida segundo dados do censo escolar do ano anterior. Além disso, o dinheiro do fundo só poderá ser gasto com, pelo menos, 60% do dinheiro do Fundeb aplicado no pagamento do salário dos professores da rede pública ativa. O dinheiro também pode ser usado na remuneração de diretores, orientadores pedagógicos e funcionários, na formação continuada dos professores, no transporte escolar, na aquisição de equipamentos e material didático, na construção e manutenção das escolas – tudo o que é contemplado pelo Art. 70 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Existem vários tipos de impostos pagos que compõem a arrecadação do fundo, sendo eles: Fundo de Participação dos Estados (FPE) e Fundo de Participação dos Municípios – (FPM) – são fundos, 39 FORMAçãO DE PROFEssOR: IDENTIDADE E sAbEREs DA DOCêNCIA criados pela Constituição, que transferem recursos arrecadados pela União para estados e municípios. Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) – imposto estadual embutido nos produtos, mercadorias e serviços de transporte e de comunicações. Imposto sobre Produtos Industrializados, proporcional às exportações (IPI exp) – pago para os estados por quem importa, produz ou comercializa produtos industrializados (como fogões e geladeiras, por exemplo). Desoneração das Exportações (LC nº 87/96) – valor que o governo federal repassa aos estados para compensar a desoneração das exportações (medida que torna a arrecadação estadual menor). Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doações (ITCMD) – imposto pago para os estados por quem recebe bens, heranças, doações e diferenças de partilhas. Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) – imposto pago para os estados por todas as pessoas que possuem veículos automotores, ou seja, quem tem carros e motos, por exemplo. Cota parte de 50% do Imposto Territorial Rural (ITR) devida aos municípios – ITR é um imposto pago pelas propriedades na área rural. Seria o equivalente ao IPTU, mas na zona rural. Ele é arrecadado pelos estados e parte dele é transferido aos municípios (BRASIL,2002, p. 35). 40 FORMAÇÃO DOCENTE Podemos perceber que a educação básica ganhou importância nos gastos públicos em educação através do Fundeb. Esse fundo tornou-se a base da política educacional brasileira. Além disso, percebe-se a descentralização do poder quanto à arrecadação dos recursos destinados ao fundo. O governo federal assumiu a responsabilidade de complementar os recursos oferecidos pelos estados e os municípios, caso estes estejam aplicando um valor baixo ou até mesmo quando não alcançarem o valor mínimo nacional por aluno. Entretanto, cada união federativa necessita de aplicação de verbas públicas através do Fundeb. Outro documento importante para a educação é a BNCC, que possui um viés normativo, “que define o conjunto orgânico e progressivo de aprendizagens essenciais que todos os alunos devem desenvolver ao longo das etapas e modalidades da Educação Básica” (BRASIL, 2017, p. 7). A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é um documento que regulamenta quais são as aprendizagens essenciais a serem trabalhadas nas escolas brasileiras públicas e particulares de educação infantil, ensino fundamental e ensino médio para garantir o direito à aprendizagem e ao desenvolvimento pleno de todos os estudantes. Por isso, é um documento importante http://basenacionalcomum.mec.gov.br/ 41 FORMAçãO DE PROFEssOR: IDENTIDADE E sAbEREs DA DOCêNCIA para a promoção da igualdade no sistema educacional, colaborando para a formação integral e para a construção de uma sociedade mais justa, democrática e inclusiva. Este documento reúne objetivos de aprendizagem em quatro áreas do conhecimento: linguagens, matemática, ciências e ciências humanas, além de determinar o conjunto de habilidades e conhecimentos considerados necessários para todos os brasileiros em cada ano de ensino na escola básica. Ela define dez competências gerais pertinentes ao desenvolvimento do aluno no decorrer de sua trajetória escolar na educação básica, o que engloba a educação infantil, o ensino fundamental e o ensino médio. Este conceito traz valores essenciais para o século XXI nas dez competências gerais recomendadas: 1. conhecimento; 2. pensamento científico, crítico e criativo; 3. repertório cultural; 4. comunicação; 5. cultura digital; 6. trabalho e projeto de vida; 7. argumentação; 8. autoconhecimento e autocuidado; 9. empatia e cooperação; 10. responsabilidade e cidadania. Fundamentadas nas Diretrizes Curriculares Nacionais, essas competências respaldam-se em princípios éticos, estéticos e políticos, os quais, segundo as dimensões e desenvolvimento das competências gerais da BNCC, estão voltados para os 42 FORMAÇÃO DOCENTE “conhecimentos, habilidades, atitudes e valores essenciais para a vida no século 21.” (MOVIMENTO PELA BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR, 2018, p. 1). Veja na figura 4 as 10 competências e seus objetivos para serem alcançados: Figura 4 – Competências gerais da BNCC 01. CONHECIMENTO Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo físico, social, cultural e digital. Objetivos: • Entender e explicar a realidade; • Continuar aprendendo; • Colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva. 02. PENSAMENTO CIENTÍFICO, CRÍTICO E CRIATIVO Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a imaginação e a criatividade. Objetivos: • Investigar causas; • Elaborar e testar hipóteses; • Formular e resolver problemas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos das diferentes áreas. 03. REPERTÓRIO CULTURAL Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais. Objetivo: • Participar de práticas diversificadas da produção artístico-cultural. 43 FORMAçãO DE PROFEssOR: IDENTIDADE E sAbEREs DA DOCêNCIA 04. COMUNICAÇÃO Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e digital –, bem como conhecimentos das linguagens artística, matemática e científica. Objetivos: • Expressar-se; • Partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos; • Produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo. 05. CULTURA DIGITAL Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares). Objetivos: • Comunicar, acessar e disseminar informações; • Produzir conhecimentos, resolver problemas; • Exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva. 06. TRABALHO E PROJETO DE VIDA Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar-se de conhecimentos e experiências. Objetivos: • Entender as relações próprias do mundo do trabalho; • Fazer escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade. 07. ARGUMENTAÇÃO Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis. Objetivos: • Formular, negociar e defender ideias, pontos de vista e decisões comuns que respeitem e promovam os direitos humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional e global; • Ter posicionamento ético em relação ao cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta. 44 FORMAÇÃO DOCENTE 08. AUTOCONHECIMENTO E AUTOCUIDADO Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de suasaúde física e emocional. Objetivos: • Compreender-se na diversidade humana; • Reconhecer suas emoções e as dos outros, com autocrítica e capacidade para lidar com elas. 09. EMPATIA E COOPERAÇÃO Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação. Objetivos: • Fazer-se respeitar e promover o respeito ao outro e aos direitos humanos; • Acolher e valorizar a diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza. 10. RESPONSABILIDADE E CIDADANIA Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação Objetivo: • Tomar decisões com base em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários. Fonte: BNCC. O ensino por competências na BNCC é entendido como um modo de possibilitar conhecimentos práticos. Contudo, como bem lembra Duarte (2001), essa noção está intimamente ligada à pedagogia do “aprender a aprender”, isto é, enquanto síntese de educação destinada a formar indivíduos criativos. Essa criatividade, porém: 45 FORMAçãO DE PROFEssOR: IDENTIDADE E sAbEREs DA DOCêNCIA não deve ser confundida com busca de transformações radicais na realidade social, busca de superação radical da sociedade capitalista, mas sim criatividade em termos de capacidade de encontrar novas formas de ação que permitam melhor adaptação aos ditames da sociedade capitalista, pois para o referido autor: O caráter adaptativo dessa pedagogia está bem evidente. Trata-se de preparar aos indivíduos formando as competências necessárias à condição de desempregado, deficiente, mãe solteira etc. Aos educadores caberia conhecer a realidade social não para fazer a crítica a essa realidade e construir uma educação comprometida com as lutas por uma transformação social radical, mas sim para saber melhor quais competências a realidade social está exigindo dos indivíduos. Quando educadores e psicólogos apresentam o ‘aprender a aprender’ como síntese de uma educação destinada a formar indivíduos criativos, é importante atentar para um detalhe fundamental (DUARTE, 2001, p. 38). Por competência, a BNCC traz a seguinte definição a mobilização de conhecimentos (conceitos e procedimentos), habilidades (práticas, cognitivas e socioemocionais), atitudes e valores para resolver demandas complexas da vida cotidiana, do pleno exercício da cidadania e do mundo do trabalho [...]. Ao adotar esse enfoque, a BNCC indica que as decisões pedagógicas devem estar orientadas para o 46 FORMAÇÃO DOCENTE desenvolvimento de competências. Por meio da indicação clara do que os alunos devem ‘saber’ (considerando a constituição de conhecimentos, habilidades, atitudes e valores) e, sobretudo, do que devem “saber fazer” (considerando a mobilização desses conhecimentos, habilidades, atitudes e valores para resolver demandas complexas da vida cotidiana, do pleno exercício da cidadania e do mundo do trabalho), a explicitação das competências oferece referências para o fortalecimento de ações que assegurem as aprendizagens essenciais definidas na BNCC. (BRASIL, 2018, p. 8 e 13). Podemos entender que o foco principal da BNCC é o ensino de aprendizagens que a criança e o adolescente devem aprender. Iremos abordar em cada etapa estas aprendizagens que estão divididas no ensino infantil, fundamental e médio. Segundo a BNCC (2017, p. 5), a Educação Infantil deve contemplar dois eixos estruturantes: interações e brincadeiras [...], estabelecendo cinco direitos de aprendizagem: conviver, brincar, participar, explorar, expressar e conhecer-se. O documento propõe alguns campos de experiências. O campo “sujeito, o eu, o outro e o nós”, dizem a respeito da impressão que uma criança passa aos outros, devido às suas experiências familiares, sociais e escolares. Assim, ela também percebe que existem pessoas diferentes dela e que vivem e pensam de maneiras diferentes. Isso resulta em uma 47 FORMAçãO DE PROFEssOR: IDENTIDADE E sAbEREs DA DOCêNCIA formação da autonomia e senso de responsabilidade quanto ao meio em que está inserida. é preciso criar oportunidades para que as crianças entrem em contato com outros grupos sociais e culturais, outros modos de vida, diferentes atitudes, técnicas e rituais de cuidados pessoais e do grupo, costumes, celebrações e narrativas. (BRASIL, 2017, p. 38). Já o campo “corpo, gestos e movimentos” trata-se de uma maior relação com os espaços através do próprio corpo, seja isso de maneira voluntária ou não. Por meio de brincadeiras, sentidos, teatros e músicas, o indivíduo tem a oportunidade de se relacionar consigo mesmo e com o outro e expressar suas emoções. Desta forma, a criança reconhece seus sentimentos e as funções de seu corpo. Tendo em vista essa percepção, a BNCC explicita que: a instituição escolar precisa promover oportunidades ricas para que as crianças possam, sempre animadas pelo espírito lúdico e na interação com seus pares, explorar e vivenciar um amplo repertório de movimentos, gestos, olhares, sons e mímicas com o corpo, para descobrir variados modos de ocupação e uso do espaço com o corpo (tais como sentar com apoio, rastejar, engatinhar, escorregar, caminhar apoiando- se em berços, mesas e cordas, saltar, escalar, equilibrar-se, correr, dar cambalhotas, alongar-se etc.) (BRASIL, 2017 p.39). 48 FORMAÇÃO DOCENTE O campo “traços, sons, cores e formas” abrange a importância do contato do aluno com diferentes manifestações artísticas, culturais, locais e universais na escola, que possibilitam, através dessa vivência, a utilização dessas diferentes expressões/linguagens, como: a música, artes visuais, o teatro, a dança entre outros, para que elas possam desenvolver suas próprias expressões, senso estético e crítico, colaborando também para seu autoconhecimento e do outro. Com base nessa importância, a Educação Infantil precisa promover a participação das crianças em tempos e espaços para a produção, manifestação e apreciação artística, de modo a favorecer o desenvolvimento da sensibilidade, da criatividade e da expressão pessoal das crianças, permitindo que se apropriem e reconfigurem, permanentemente, a cultura e potencializem suas singularidades, ao ampliar repertórios e interpretar suas experiências e vivências artísticas (BRASIL, 2017, p. 39). O campo “escuta, fala, pensamento e imaginação” traz à tona algumas ocasiões sobre a comunicação utilizada por bebês e sua progressão no vocabulário do indivíduo. Na Educação Infantil: é importante promover experiências nas quais as crianças possam falar e ouvir, potencializando sua participação na cultura oral, pois é na escuta de histórias, 49 FORMAçãO DE PROFEssOR: IDENTIDADE E sAbEREs DA DOCêNCIA na participação em conversas, nas descrições, nas narrativas elaboradas individualmente ou em grupo e nas implicações com as múltiplas linguagens que a criança se constitui ativamente como sujeito singular e pertencente a um grupo social. (BRASIL, 2017, p.40) Por fim, o campo “espaços, tempos, quantidades, relações e transformações” agrega valor ao aprendizado sobre os espaços e o tempo de cada aluno, visto que alguns encontram dificuldades ao se deparar com questões matemáticas, ou outras questões específicas para cada indivíduo. Para que estes indivíduos aprendam de forma justa, a educação infantil deve promover experiências nas quais as crianças possam fazer observações, manipular objetos, investigar e explorar seu entorno, levantar hipóteses e consultar fontes de informação para buscar respostas às suas curiosidades e indagações. Assim, a instituição escolar está criando oportunidades para que as crianças ampliem seus conhecimentos do mundo físico e sociocultural e possam utilizá-los em seu cotidiano (BRASIL, 2017 p.41). É preciso e necessário lembrar que a aprendizagem se dá nas situações cotidianas, sempre de forma integrada, em contextos lúdicos, próximos às práticas sociaisque lhes são significativas, onde são comtempladas com as experiencias que lhe são vivenciadas. Em linhas gerais, a BNCC do ensino 50 FORMAÇÃO DOCENTE fundamental tem como “objetivo promover a equidade e a melhora da qualidade do ensino no país e de assegurar que conhecimentos e habilidades essenciais estejam presentes nos currículos da educação básica” (BRASIL, 2017, p. 17). O ensino fundamental está dividido em dois momentos: Anos Iniciais – que abrangem do 1º ao 5º ano e à introdução escolar. A ludicidade ainda é presente, resgatando um pouco desse elemento tão marcante da Educação Infantil, e permitindo uma progressão mais fluida aos estudantes. Conforme a Base, a alfabetização é a etapa primária dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, recebendo foco no 1º e 2º ano. Nesse estágio, os alunos já estão mais preparados para começar a expressar sua identidade, ter mais autonomia e a explorar sua curiosidade quanto aos saberes científicos; Anos Finais - A BNCC indica que a progressão entre os Anos Iniciais e os Finais deve seguir um percurso contínuo, porém com adaptações e articulações para que as mudanças não gerem uma ruptura no processo de aprendizagem. Questões como novos componentes curriculares, maior número de professores e outras, se não manejadas com cuidado, podem impactar na motivação dos alunos. Com isso, os Anos Finais contemplam do 6º ao 9º ano e é marcado pelo aprofundamento dos conhecimentos apresentados anteriormente e pela preparação dos estudantes para o Ensino Médio. A Base também indica que alunos nessa fase devem ser estimulados quanto a fatores como responsabilidade, protagonismo e independência (BRASIL, 2017, p. 17). https://www.fazeducacao.com.br/post/letramento-e-alfabetizacao-entenda-as-diferencas 51 FORMAçãO DE PROFEssOR: IDENTIDADE E sAbEREs DA DOCêNCIA A BNCC do ensino fundamental apresenta para cada área de conhecimento as unidades temáticas que compreendem certa quantidade de objetos de conhecimento que, por sua vez, abrangem algumas habilidades. As áreas são: linguagens, que compreende as disciplinas/componentes curriculares como língua portuguesa, arte, educação física e língua inglesa (para os anos finais); matemática, como área e como disciplina; ciências da natureza, como área e disciplina; ciências humanas, que compreende as disciplinas de geografia e história; e a área e disciplina do ensino religioso. De acordo com a BNCC (2017, p.17), as competências específicas possibilitam a articulação horizontal entre as áreas, perpassando todos os componentes curriculares, e a articulação vertical, ou seja, a progressão entre o Ensino Fundamental – anos iniciais e o Ensino Fundamental – anos finais e a continuidade das experiências dos alunos, considerando suas especificidades. No caso do ensino médio, a BNCC está organizada em quatro áreas de conhecimento, cada uma contando com as suas competências específicas, a serem desenvolvidas tanto no âmbito da BNCC como dos itinerários formativos das diferentes áreas: linguagens e suas tecnologias; matemática e suas tecnologias; ciências da natureza e suas tecnologias; e ciências humanas e sociais aplicadas. Essas áreas foram estabelecidas desde as Diretrizes Curriculares Nacionais do Ensino Médio 52 FORMAÇÃO DOCENTE (Parecer CNE/CEB nº 15/1998). A cada uma das competências são relacionadas habilidades, que indicam as aprendizagens essenciais aos estudantes do Ensino Médio (BRASIL, 2017b). Com relação aos itinerários formativos a serem oferecidos pelos sistemas de ensino “por meio da oferta de diferentes arranjos curriculares, conforme a relevância para o contexto local e a possibilidade dos sistemas de ensino” (BRASIL, 2017) e pensando a ampliação de jornada determinada pela Lei n° 13.415/2017 para o Ensino Médio, considera-se importante que o estatuto teórico mínimo seja elaborado, mas isso também vale “com referência às atividades formativas do contraturno” (NOSELLA, 2015, p. 140), que não parecem claras na política instituída. A definição das competências e habilidades para o Ensino Médio articula-se às aprendizagens essenciais estabelecidas para o Ensino Fundamental, com o objetivo de consolidar, aprofundar e ampliar a formação integral dos estudantes, atendendo às finalidades dessa etapa e contribuindo para que cada um deles possa construir e realizar seus projetos de vida, em consonância com os princípios da justiça, da ética e da cidadania” (BRASIL, 2017, p. 17). Finalizamos com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), lei (8.069/90), que tem como finalidade a proteção integral de crianças e adolescentes, atribuindo 53 FORMAçãO DE PROFEssOR: IDENTIDADE E sAbEREs DA DOCêNCIA possibilidades de desenvolvimento de aspectos morais, físicos, sociais e cognitivos de maneira que possam estar integrados na sociedade. Assim, o ECA torna-se um instrumento para que existam formas de orientar em todo sistema educacional. Através dele, podemos garantir que políticas públicas estejam mantendo as necessidades de crianças e adolescentes para combater situações de risco e vulnerabilidade social. O ECA tem como prioridade, dentro do artigo 227 da Constituição Brasileira, as bases para a sua elaboração, ou seja, este artigo foi a fonte primária que deu origem ao estatuto. art. 227: É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência A definição das competências e habilidades para o Ensino Médio articula-se às aprendizagens essenciais estabelecidas para o Ensino Fundamental. 54 FORMAÇÃO DOCENTE familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão” (BRASIL, 1988). SAIBA MAIS Conheça as principais competências dos dirigentes, pais, responsáveis e do Estado, conforme estabelecidas pelo ECA em seus artigos 54, 55 e 136. Disponível em: https:// www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8069.htm. Acesso em: 06 out. 2022. METODOLOGIAS ATIVAS NO PROCESSO DE ENSINO Aperfeiçoar e trazer a modernização no ensino gera meios para atingirmos o perfil dos alunos nos dias de hoje. Unir metodologias novas de ensino e transformar a forma tradicional são um conjunto de recursos necessários na educação. A tecnologia está em um processo de integração à educação. Os alunos já se conscientizaram destas tecnologias e se sentem motivados a aprender, de modo que eles sejam os protagonistas desse processo. Para tal, Barba (2012, p. 09) entende que, no processo de ensino-aprendizagem “todos os atores envolvidos, https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8069.htm https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8069.htm 55 FORMAçãO DE PROFEssOR: IDENTIDADE E sAbEREs DA DOCêNCIA problematizam seus saberes e práticas e diante disso, devem ser ativos e trabalhar no sentido da construção do conhecimento coletivo”. Vemos também nas afirmações de Wall (2008, p. 46), que o processo de ensino-aprendizagem “acontece quando o aluno passa a ser protagonista de seu processo de aprendizagem e os professores assumem o papel de mediadores/facilitadores”. Já Silva (2016, p. 56), considera que a “educação não deve ser resumida à simples transferência de conhecimentos, mas deve ser instrumento de conscientização para a sua construção”. Na idade contemporânea, havia uma utilização única do ensino tradicional, que apenas fazia o deposito do conhecimento para os alunos. Dessa forma, atualmente desenvolveu-se o que chamamos de aprendizagem ativa, que traz uma aprendizagem significativa e utiliza desafios, como o da formulação de situações-problemas aos alunos (PINTO et. al, 2012; ROCHA, LEMOS, 2014). De acordo com Bacich; Moran (2018a), “metodologias Ativas são estratégias de ensino centradas na participação efetiva dosestudantes na construção do processo de aprendizagem, de forma flexível, interligada e híbrida”. Por fim Berbel (2011) certifica que o uso das metodologias ativas tem 56 FORMAÇÃO DOCENTE como fundamento o uso de vivências reais e simuladas para dar condições aos problemas de uma maneira que estes desafios sejam bem próximos da realidade essencial da sociedade. Segundo Gomes (2018, p. 3) as metodologias ativas têm como função: colocar as necessidades dos discentes no centro do processo de aprendizagem e as representações por eles delimitadas. Dessa forma, os docentes, diferentemente de transmissores de conhecimentos, passam a apoiar o desenvolvimento de capacidades dos discentes. Vemos a cada dia uma efetiva confirmação das metodologias como ferramenta pedagógica, desenvolvendo as competências necessárias e abandonando o uso do ensino tradicional. Dessa maneira, cada vez mais é necessário o diálogo entre alunos e docentes para que surjam cada vez mais o seu uso. Abaixo passamos a apresentar algumas metodologias ativas que são bastante utilizadas no processo de ensino aprendizagem segundo (MAZUR, 1996): • Aprendizagem colaborativa: equipes colaborativas são aquelas em que todos os membros compartilham nas tomadas de decisão, sendo responsáveis pela eficiência do que está sendo desenvolvido, 57 FORMAçãO DE PROFEssOR: IDENTIDADE E sAbEREs DA DOCêNCIA conforme as possibilidades e interesses do coletivo. A aprendizagem colaborativa trabalhada em sala de aula tem como objetivo desenvolver habilidades no discente, tais como, trabalho em equipe, fazer e receber críticas, auxilia também na tomada de decisão, além de melhorar a comunicação com as outras pessoas (PARRILLA, 1996). • O estudo de caso: o estudante é desafiado a explorar sua capacidade de solucionar problemas extraídos de situações do mundo real. Isso permite ao aluno aumentar seu repertório, investigar, e se envolver no processo de dar vida à teoria – e teoria à vida. O estudo de caso é um método que tem sido bastante utilizado para a geração de conhecimento (EISENHARDT, 1989; YIN, 2010; PARÉ, 2004). • A aprendizagem entre pares ou times (TBL): a proposta da aprendizagem entre pares e times (team-based learning) é de estimular a troca e a construção de ideias por meio do trabalho em grupo. Essa estratégia possibilita maior colaboração e compartilhamento de informações entre os alunos e, dessa forma, eles podem ensinar e aprender ao mesmo tempo. 58 FORMAÇÃO DOCENTE • A aprendizagem baseada em projetos ou problemas: a aprendizagem baseada em problemas (PBL) propõe aliar a construção do conhecimento de forma ativa à solução colaborativa de desafios, chamados problemas. Nessa estratégia, o aluno é estimulado a sair da sua zona de conforto para explorar soluções dentro de um contexto específico e criar projetos. Assim, ele aprender a administrar recursos disponíveis, definir prazos e a trabalhar em grupo. Esse processo desperta nos estudantes então o lado inventivo, crítico e colaborativo, habilidades muito importantes para o século XXI. Na definição dada por Delisle (2000, p. 5), a ABP é “uma técnica de ensino que educa apresentando aos alunos uma situação que leva a um problema que tem de ser resolvido”. • Exposições interativas: a docência interativa ocorre mediante a participação bidirecionada, na qual o discente participa ativamente do processo metodológico. Essa interatividade não ocorre somente em salas de aulas equipadas com recursos tecnológicos, é possível, por exemplo, realizar jogos de perguntas e respostas em que os discentes interajam entre si, sob a orientação do docente, 59 FORMAçãO DE PROFEssOR: IDENTIDADE E sAbEREs DA DOCêNCIA instigando a ação reflexiva sobre os acertos e erros. Pode-se ainda utilizar filmes, música, computadores ligados à internet, possibilitando múltiplas conexões entre os discentes e o docente para a construção do conhecimento (CAILLOIS, 1994). • A sala de aula invertida: a sala de aula invertida (flipped classroom) é uma metodologia ativa, em que o estudante tem acesso aos conteúdos on- line. Consequentemente, o tempo em sala se torna mais participativo e produtivo, e menos expositivo. Para isso, é necessário que os estudantes cheguem com conhecimento prévio, pois assim podem aproveitar o tempo em sala tirando dúvidas com os professores e interagindo com os colegas. De acordo com Valente (2014), esta metodologia ocorre com ações em sala de aula e fora dela. Considera as discussões, a assimilação e a compreensão dos conteúdos (atividades práticas, simulações, testes). Essas metodologias surgem como forma de superar os modelos tradicionais de ensino, com aulas estreitamente expositivas, em que o aluno é passivo dos conhecimentos, com atitudes de apenas ouvir, memorizar e repetir os 60 FORMAÇÃO DOCENTE conteúdos apresentados. Nessa ótica, o intuito do trabalho docente é o de realizar o ato pedagógico com metodologias inovadoras, buscando solucionar problemas e visando a autonomia do aluno. O uso das metodologias ativas no processo de ensino- aprendizagem é inovador, pois baseiam-se em novos métodos no processo de aprendizagem, fazendo uso da criatividade para criar soluções em diferentes contextos (BERBEL, 2011). Essa modalidade de ensino e aprendizagem, ao combinar aprendizagem ativa e híbrida com tecnologias móveis, torna- se uma poderosa ferramenta para desenhar, no dia a dia, formas interessantes de ensinar e aprender, proporcionando ao educando o desenvolvimento de suas habilidades cognitivas e socioemocionais (MORAN, 2017, p. 12). Estas são estratégias de ensino centradas no protagonismo do educando, em sua participação efetiva e reflexiva no processo de aprendizagem, experimentando, desenhando, criando, com orientação do professor. Vale destacar que as metodologias ativas servem para melhorar a motivação dos alunos tornando-os parte do processo. Notamos assim que na educação, muitos estudantes têm dificuldades de concentração para o 61 FORMAçãO DE PROFEssOR: IDENTIDADE E sAbEREs DA DOCêNCIA conhecimento e as informações, em alguns casos, são utilizadas de forma, fazendo com que a didática não seja usada corretamente. Há muita resistência por parte de alunos e docentes no uso das metodologias ativas, pois sabe-se que sua utilização exige conhecimento e treino para as modalidades de operação. Mas, de certo, haverá um cenário diferente de aprendizagem na educação com a aplicação delas, gerando benefícios a todos que fazem parte do processo. CONSIDERAÇÕES FINAIS À medida em que se entende que a formação docente deve ser vista como uma tarefa complexa e multifacetada, que requer o envolvimento do sujeito-docente como ator e autor de sua formação, reconhece-se a identidade e os saberes envolvidos no fazer docente. A relevância da formação inicial e continuada de futuros docentes está fundamentada na perspectiva da pesquisa como um princípio pedagógico que, ao abarcar a formação, possibilita o desenvolvimento de uma postura crítica e reflexiva acerca da atuação profissional. Essa 62 FORMAÇÃO DOCENTE formação é potencialmente capaz de repercutir na formação de docentes como sujeitos plenos em relação ao exercício da cidadania e, que inseridos nos mais diversos contextos educativos, políticos e socioculturais possam contribuir para a construção de uma sociedade mais informada e capacitada. Realizamos uma delimitação de um percurso histórico sobre o processo de formação docente. Quanto aos saberes da docência, podemos lembrá-los de que são um conjunto de capacidades mais ou menos sistematizadas e necessárias para pôr em prática a profissão de professor. Elas devem ser compostas por um tripé: saber, saber-fazer e saber-se, apresentados na forma de saberes, de conhecimentos ou de competências. Por fim, diante dos novos rumos pedagógicos, surgem as metodologias ativas de ensino-aprendizagem que são entendidas como um meio que proporcionao aprender a aprender, centrando-se nos princípios de uma pedagogia crítica, reflexiva e interativa. Dessa forma, o docente deverá ser encarado como tutor, sendo aquele que ampara, protege, defende e guarda, haja vista que nesta nova postura de educação, respeita, escuta e acredita na capacidade do acadêmico. Cabe ainda dizer que a afirmação da profissionalidade docente demanda a transformação das práticas, das 63 FORMAçãO DE PROFEssOR: IDENTIDADE E sAbEREs DA DOCêNCIA concepções mediante uma postura reflexiva do próprio docente sobre seu fazer, e isso envolve o ensino, a pesquisa e a extensão, implica discussão constante e permanente sobre a educação. RESUMO Nesta unidade aprendemos que: • a profissão docente caracteriza a dualidade entre saber e afeto, pois o professor está sempre vivenciando relações interpessoais complexas; • docente é um profissional do ensino e da aprendizagem, formado para conquistar as competências necessárias ao ato de ensinar e não apenas para dominar conteúdos de ensino; • a formação inicial propõe diversas situações de aprendizagem e ensino com teorias e práticas do contexto educacional; • a formação continuada tem seu caminho com a continuidade da busca do docente pelo saber que será aplicado em aula; 64 FORMAÇÃO DOCENTE • saberes profissionais são um conjunto de saberes provenientes de fontes variadas que estão em categorias: saberes profissionais, disciplinares, curriculares e experienciais; • saberes profissionais são aqueles transmitidos pelas instituições de formação profissional e passam a ser incorporados à prática docente; • saberes disciplinares são relacionados aos diversos campos do conhecimento, oriundos das disciplinas oferecidas pelas instituições formadoras; • saberes curriculares são aqueles que foram desenvolvidos em Instituições formais de educação que tem como objetivo o que deve ser trazido aos alunos; • saberes experienciais são os saberes que surgem da própria ação pedagógica dos professores; • são documentos importantes na legislação brasileira educacional: Constituição Federal, LDB, PNE, FUNDEB, BNCC E ECA; • a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é um documento que regulamenta quais são as aprendizagens essenciais a serem trabalhadas nas escolas brasileiras http://basenacionalcomum.mec.gov.br/ 65 FORMAçãO DE PROFEssOR: IDENTIDADE E sAbEREs DA DOCêNCIA públicas e particulares de educação infantil, ensino fundamental e ensino médio; • a educação infantil deve contemplar dois eixos estruturantes: interações e brincadeiras, estabelecendo cinco direitos de aprendizagem: conviver, brincar, participar, explorar, expressar e conhecer-se; • as metodologias ativas são estratégias de ensino centradas na participação efetiva dos estudantes na construção do processo de aprendizagem, de forma flexível, interligada e híbrida. 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