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Unidade IV O comportamento humano e suas tendências Análise de Mercado: Tendências, Comportamentos e Movimentos Diretor Executivo DAVID LIRA STEPHEN BARROS Gerente Editorial CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA Projeto Gráfico TIAGO DA ROCHA Autoria FELIPE TALIAR GUINTINI AUTORIA Felipe Taliar Giuntini Meu nome é Felipe Taliar Giuntini! Sou Graduado em Análise e Desenvolvimento de Sistemas pela Faculdade de Tecnologia do Estado de São Paulo e Mestre em Ciência da Computação pela Universidade Federal de São Carlos. Sou professor, e pesquisador na área de Ciência da Computação, com publicações nacionais e internacionais. Em termos de pesquisa, tenho interesse em problemas relacionados a Computação Afetiva, Inteligência Artificial, Internet das Coisas e e-Health. Dessa forma, aceitei o convite da Editora Telesapiens para integrar seu elenco de autores. Estou muito feliz em poder ajudar você nesta fase de muito estudo e trabalho. Conte comigo! ICONOGRÁFICOS Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez que: OBJETIVO: para o início do desenvolvimento de uma nova competência; DEFINIÇÃO: houver necessidade de apresentar um novo conceito; NOTA: quando necessárias observações ou complementações para o seu conhecimento; IMPORTANTE: as observações escritas tiveram que ser priorizadas para você; EXPLICANDO MELHOR: algo precisa ser melhor explicado ou detalhado; VOCÊ SABIA? curiosidades e indagações lúdicas sobre o tema em estudo, se forem necessárias; SAIBA MAIS: textos, referências bibliográficas e links para aprofundamento do seu conhecimento; REFLITA: se houver a necessidade de chamar a atenção sobre algo a ser refletido ou discutido; ACESSE: se for preciso acessar um ou mais sites para fazer download, assistir vídeos, ler textos, ouvir podcast; RESUMINDO: quando for preciso fazer um resumo acumulativo das últimas abordagens; ATIVIDADES: quando alguma atividade de autoaprendizagem for aplicada; TESTANDO: quando uma competência for concluída e questões forem explicadas; SUMÁRIO Cenário Econômico e suas Implicações ............................................ 10 Mudanças no Equilíbrio do Mercado ................................................................................ 17 Habilidades Sociais: Características e Implicações .....................20 Habilidades Sociais no Emprego .........................................................................................24 O Comportamento Humano e suas Emoções .................................26 Tecnologia e Sociedade: Desafios .......................................................30 7 UNIDADE 04 Análise de Mercado: Tendências, Comportamentos e Movimentos 8 INTRODUÇÃO Essa unidade tem por objetivo apresentar e discutir os conceitos e as implicações decorrentes do cenário econômico. Posteriormente, discutiremos características importantes das habilidades sociais e como elas têm sido amplamente valorizadas no contexto profissional. Em seguida, damos uma olhada para o ser humano e sobre a compreensão do estado emocional, bem como suas implicações no contexto profissional. Por fim, contextualizamos a sociedade como ela tem se relacionado com a tecnologia, obviamente novos conceitos que surgiram diante da inclusão da tecnologia na sociedade. Entendeu? Ao longo desta unidade letiva você vai mergulhar neste universo da tecnologia! Análise de Mercado: Tendências, Comportamentos e Movimentos 9 OBJETIVOS Olá. Meu nome é Andréa César. Sou responsável pela direção editorial deste livro didático e de todos os demais recursos relacionados com a sua trilha de aprendizagem. Você está em Análise de Mercado e Tendências, e seja bem-vindo a nossa Unidade 4, e o nosso objetivo é auxiliar você para o desenvolvimento das seguintes competências profissionais até o término desta etapa de estudos: 1. Conhecer a problemática do cenário econômico e suas implicações em tempos de mudanças; 2. Compreender as principais habilidades sociais e discutir como elas são importantes para o profissional atual; 3. Discutir aspectos do comportamento humano e emocionais que podem fazer a diferença no mercado; 4. Discutir aspectos do comportamento humano e emocionais que podem fazer a diferença no mercado. Preparado para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento? Ao trabalho! Análise de Mercado: Tendências, Comportamentos e Movimentos 10 Cenário Econômico e suas Implicações Uma maneira importante para iniciar o estudo da economia, bem como o contexto em que ela está inserida, é entender os princípios de oferta e demanda. Isso se deve ao fato que, a análise de oferta e demanda é uma ferramenta com grande potencial de auxiliar em uma grande variedade de questões. Por exemplo: Figura 1 : Oferta e Demanda. Fonte: Pixabay® • O entendimento e previsão de como as variações nas condições econômicas mundiais podem afetar o preço de mercado e a produção; • A avaliação do impacto do controle de preços exercido pelo governo, do salário mínimo, da sustentação dos preços e dos incentivos à produção; • A determinação do modo como os impostos, os subsídios, as tarifas e as cotas de importação afetam consumidores e produtores. Análise de Mercado: Tendências, Comportamentos e Movimentos 11 Desta forma, iniciamos nossa discussão por meio da observação do comportamento das curvas de ofertas e demanda. Ou seja, como elas podem ser utilizadas para descrever o mecanismo de mercado. Não havendo controle governamental, como imposição de preços ou uma política de regulação, a oferta e a demanda devem funcionar em equilíbrio, definindo a quantidade de produção e o preço no mercado. Outro fator impactante na determinação da quantidade produzida ou disponibilidade de um bem ou serviço e de seu respectivo preço no mercado são as variações econômicas relacionadas a este bem ou serviço, como, por exemplo, os custos com mão-de-obra ou qualquer outra atividade econômica agregada que também passam por modificações. Uma vez compreendida as características de oferta e demanda, é possível compreender alguns fenômenos econômicos, como a causa da contínua queda dos preços de algumas commodities básicas durante períodos longos, enquanto os preços de outros itens têm sofrido muitas oscilações, em razão da falta de produtos no mercado, como tem ocorrido de forma bem drástica na Venezuela nos últimos 5 anos. Isso demonstra como é importante o papel governamental em relação suas políticas de crescimento e desenvolvimento econômico. É válido salientar que até mesmo o anúncio ou especulação de uma política pública que futuramente possa ser implementada, pode intervir nas condições econômicas atuais. O modelo fundamental de oferta e demanda é o instrumento-chave da microeconomia, tendo em vista que por meio dele é possível compreender como ocorre as mudanças nos preços e o que pode acontecer quando o governo intervém no mercado. O modelo de oferta e demanda combina conceitos importantes, como a curva de oferta e de demanda. Análise de Mercado: Tendências, Comportamentos e Movimentos 12 DEFINIÇÃO: A curva de oferta informa-nos a quantidade de mercadoria que os produtores estão dispostos a vender a determinado preço, mantendo-se constantes quaisquer fatores que possa afetar a quantidade ofertada. Em resumo, é uma relação entre a quantidade ofertada durante um período (Q_0) e o preço(P), podendo ser definida por Q_0=Q_0 (P). A curva da demanda demonstra como a quantidade demandada pelos consumidores depende do preço. Esta curva possui uma inclinação para baixo, de forma a manter tudo mais constante. Dessa forma, os consumidores desejarão comprar em maior quantidade um determinado bem, conforme o preço se reduz. Figura 2: Curva da Oferta e Curva da Demanda. Q2Q1 P2 P1 OºO Quantidade Preço Q2 D2 Q1 D1 P2 P1 Quantidade Preço Fonte: Adaptadode PINDYCK, Robert S.; RUBINFELD (2013) É de se referir que, além do preço, existem outras variáveis envolvidas na aceitação e quantidade de compra de um determinado bem ou serviço. Um exemplo é a renda familiar, sendo óbvio que quanto maior a renda, mais o consumidor pode gastar. É possível perceber isso por meio do Gráfico: Se o nível de renda aumenta, considerando que o preço de mercado fosse constante em P1, seria de se esperar um aumento na quantidade de demandada, de Q1 para Q2, como resultado da renda mais alta dos consumidores. Considerando que esse aumento ocorreria qualquer que fosse o preço de mercado, o resultado seria um deslocamento para a direita de toda curva da demanda, ou seja, de D1 para D2. Análise de Mercado: Tendências, Comportamentos e Movimentos 13 Além disso, poderíamos verificar o quanto o consumidor estaria disposto a pagar para adquirir uma quantidade determinada Q: Dado que a renda é suficientemente maior, talvez, os consumidores possam estar dispostos a pagar um preço mais alto, como, por exemplo, P2 ao invés de P1, ou seja, novamente há um deslocamento da curva para a direita. Outro fator que pode contribuir nas mudanças de preços e afetar a demanda é o quanto determinados bens são substitutos e complementares. DEFINIÇÃO: Bens são substitutos quando o aumento no preço de um deles produz um aumento na quantidade demandada do outro. Um exemplo de bens substitutos são o cobre e o alumínio, uma vez que na maioria das aplicações (usos) um pode ser substituído pelo outro. Dessa forma, a quantidade demanda de alumínio aumentará se o preço do cobre subir, e vice-versa. O mesmo vale, pelos tipos de carne, quando o preço de uma carne aumenta, a demanda por outro tipo irá aumentar. Bens são complementares quando um aumento no preço de um deles leva um decréscimo na quantidade demanda pelo outro. Um exemplo de bem complementar são os automóveis e combustíveis, tendo em vista que são “utilizados” em conjunto, ou seja, um decréscimo no preço da gasolina pode aumentar a quantidade demandada de automóveis. Outro possível exemplo é o caso dos computadores pessoais, os operacionais (por ex. Windows, MacOS) e os aplicativos de usuário (por ex. o pacote Office, Photoshop, dentre outros). Como o preço dos PC tem diminuído nas últimas décadas, o que fez aumentar o número de aquisições, a demanda por aquisição de software também aumentou causando uma baixa de preço em alguns sistemas. Embora, temos atribuído o deslocamento para a direita na curva da demanda ao aumento de renda, esse deslocamento poderia também ser devido ao aumento de um bem substituto ou a um decréscimo de um bem complementar. Análise de Mercado: Tendências, Comportamentos e Movimentos 14 Figura 3: Bens de Consumo. Fonte: Pixabay® Outro exemplo de influência na curva de demanda é o clima, que pode afetar por exemplo, a venda de certos itens de praia ou mesmo a produção de certos tipos de alimentos, como os vegetais. Até o momento temos discutido um pouco sobre o comportamento das curvas de demanda e oferta. Também vimos como bens substitutos e complementares podem afetar o preço e a demanda de alguns itens. Reflita sobre pelo menos três outros exemplos de bens substitutos e complementares que tem afetado os preços dos produtos que costuma consumir. Agora, vamos imaginar como as curvas de demanda e oferta são compreendidas em conjunto. Para isso, observemos o Gráfico, onde o eixo na vertical apresenta o preço (P) de um bem em dólares por unidade, sendo que é o preço atual que os vendedores recebem por uma quantidade ofertada e o preço que os compradores pagam por uma certa quantidade demandada. Já o eixo na horizontal demonstra a quantidade total demandada e ofertada Q, que é medida através do número de unidades em um período de tempo. Análise de Mercado: Tendências, Comportamentos e Movimentos 15 Para um bom balanceamento do mercado é necessário um equilíbrio entre as duas curvas. Esse equilíbrio pode ser entendido por meio do ponto de intersecção das duas curvas, dado pelo preço e a quantidade. Veja que, no ponto P0, a quantidade ofertada e a quantidade demandada são exatamente iguais (a Q0). Figura 4: Curvas de Ofertas e Demandas em Conjunto. Q1 D O P2 P0 P1 Escassez de Ofertas Excesso de Ofertas Quantidade Preço 5 por unidade Fonte: Adaptado de PINDYCK, Robert S.; RUBINFELD (2013) DEFINIÇÃO: Denomina-se mecanismo de mercado a tendência, em mercados livres, de que o preço se modifique até que o mercado se torne balanceado. No ponto de mercado balanceado, ou seja, até que a quantidade ofertada e demanda sejam iguais, não há escassez nem excesso de oferta, de tal forma que não existe pressão para o preço continue se modificando. A oferta e a demanda podem não estar sempre em equilíbrio, e em alguns mercados pode não haver balanceamento rapidamente quando as condições são modificadas de forma repentina, porém a tendência é que os mercados se tornem balanceados. A fim de que entendamos as motivações pelas quais os mercados tendem a se tornar balanceados, suponhamos que o preço fosse inicialmente superior ao nível de balanceamento de mercado (P1 no Gráfico 3). Dessa maneira, os produtores procurariam produzir e vender quantidades maiores do que os compradores estariam dispostos a adquirir. Análise de Mercado: Tendências, Comportamentos e Movimentos 16 Dessa forma, haveria um excesso de oferta, situação em que a quantidade oferecida é maior do que a demandada. Diante desse contexto, para que a quantidade excedente pudesse ser vendida, os produtores teriam que reduzir seus preços. Como consequência, conforme há a queda do preço, deve haver um aumento na demanda e uma diminuição na ofertada, até que o equilíbrio P0, seja alcançado. Do mesmo modo, poderia acontecer o oposto no caso de o preço inicial estiver abaixo de P0, por exemplo: P2 no Gráfico 3. Neste caso haveria o que chamamos de escassez de oferta, ou seja, uma situação onde a quantidade demanda excede a quantidade ofertada e os consumidores não conseguiriam comprar toda a quantidade que desejariam. Com isso, é provável que ocorra uma pressão ascendente sobre os preços, ao modo que os compradores se mostrarem dispostos a pagar mais pelas quantidades existentes e os produtos reagissem com aumentos de preço e de produção. Diante desse cenário, o preço chegaria a P0. Você deve estar se perguntando quando podemos aplicar este modelo de oferta e demanda. Bem, quando desenhamos e aplicamos as curvas de oferta e demanda, suponhamos que em qualquer nível de preço, uma determinada quantidade deverá ser produzida e vendida. Isso somente faz sentido quando o mercado é competitivo. Em resumo, digamos que tanto os vendedores quanto compradores deveriam dispor de um pouco do poder de mercado, ou seja, a capacidade de afetar individualmente o preço de mercado. Agora, suponhamos que a oferta fosse controlada por um único produtor monopolista. Neste cenário, não há uma correspondência entre preço e quantidade ofertada. Isso se deve ao fato que o monopolista, por deter todo mercado, depende da forma e da posição da curva de demanda. Sendo que, se a curva da demanda se modificasse de uma determinada maneira poderia interessar ao monopolista manter a quantidade fixa, mas alterando seu preço, ou então mantê-lo o preço fixo, modificando a quantidade. Análise de Mercado: Tendências, Comportamentos e Movimentos 17 Sendo assim, à medida que traçamos curvas de oferta e demanda, estamos implicitamente assumindo que nos referimos a um mercado competitivo. Bem, antes mesmo de continuarmos nosso estudo acerca do comportamento de mercado em relação a oferta e demanda, vale a pena revisitar resumidamente alguns conceitos expressos até aqui: • Curva de Oferta: relação entre as quantidades de um bem que os consumidores desejam adquirir e o preço dele. • Curvada Demanda: Relação entre a quantidade de um bem que os consumidores desejam adquirir e o preço dele. • Substitutos: Dois bens são substitutos quando um aumento no preço de um deles provoca um aumento na quantidade do outro. • Complementares: Dois bens são complementares quando o aumento no preço de um deles provoca a queda na quantidade demandada do outro. • Preço de Equilíbrio (ou de balanceamento de mercado): Preço que iguala a quantidade ofertada com a quantidade demandada. • Mecanismo de Mercado: Tendência dos preços a se modificarem num mercado livre até que haja balanceamento do mercado. • Excesso de Oferta: Situação na qual a quantidade ofertada excede a quantidade demandada. • Escassez de Oferta: Situação na qual a quantidade demandada excede a quantidade ofertada. Mudanças no Equilíbrio do Mercado Até então, vimos como as curvas da oferta e da demanda se deslocam em resposta às mudanças em variáveis como salários, custos de capital e renda. Vimos também como o mecanismo de mercado produz um equilíbrio em que a quantidade ofertada é igual à quantidade demanda. Análise de Mercado: Tendências, Comportamentos e Movimentos 18 Veremos, então, como esse equilíbrio se altera em face de deslocamentos das curvas da oferta e da demanda. Figura 5: Curva da Oferta e Curva da Demanda. Q3Q1 D OºO P3 P1 Quantidade Preço Fonte: Adaptado de PINDYCK, Robert S.; RUBINFELD (2013) No Gráfico, a curva da oferta se desloca de O para Oº, talvez em razão de uma queda no preço das matérias-primas, por exemplo. Em consequência, o preço de mercado cai de P1 para P3 e a quantidade produzida aumenta de Q1 para Q3. Este cenário demonstra o que se espera no sentido de que menores custos resultam em menores preços e o aumento nas vendas. Na verdade, sabe-se que são importantes forças para o crescimento econômico as quedas graduais dos custos de produção resultantes da evolução tecnológica, conforme discutido anteriormente. E o Gráfico demonstra o que acontece após um deslocamento para a direita da curva da demanda, o qual, pode ser resultado, por exemplo, de um aumento na renda dos consumidores. Um novo preço e uma nova quantidade se estabelecem depois que a oferta e a demanda se equilibram. Veja que demonstra, por exemplo, que os consumidores estão pagamento um preço (P3) mais alto, sendo que as empresas estão produzindo uma quantidade maior (Q3) como consequência do aumento de renda. Análise de Mercado: Tendências, Comportamentos e Movimentos 19 Figura 6: Equilíbrio após Deslocamento da Demanda. Q2 D2 Q1 D1 P2 P1 Quantidade Preço Fonte: Adaptado de PINDYCK, Robert S.; RUBINFELD (2013) Em muitos mercados, tanto a demanda quanto a oferta se deslocam de tempos em tempos. A renda disponível dos consumidores aumenta conforme a economia cresce. A demanda por alguns bens muda de acordo com as estações e com variações dos preços dos bens relacionados, ou simplesmente devido a mudanças nos gostos. De modo similar, os salários, custos de capital e o preço das matérias primas também mudam de tempos em tempos. Essas mudanças alteram a posição da curva da demanda. Por fim, as curvas de oferta e demanda também podem ser empregadas para acompanhar os efeitos dessas mudanças. Vejamos agora como iremos definir as habilidades sociais, entre as suas características e implicações. Análise de Mercado: Tendências, Comportamentos e Movimentos 20 Habilidades Sociais: Características e Implicações No cotidiano do mercado temos diversos tipos de relações humanas, as quais podem ser consideradas o recurso mais importante em uma economia de capital. Entre os tipos de relações, podemos citar: • Cliente versus Vendedor; • Empregado versus Empregador; • Produtor versus Consumidor; • Líder versus Liderado; • Presidente versus Diplomata. Figura 7: Relações Humanas. Fonte: Pixabay® Essas relações são características essenciais e constituem o que podemos chamar de economia de mercado. Isso se deve ao fato de que um dos componentes significativos em nossa vida são as relações, as quais podem trazer diversas implicações, desde situações mínimas até mesmo promover transformações em uma sociedade. Análise de Mercado: Tendências, Comportamentos e Movimentos 21 Já aos recursos que as pessoas adquirem ao conhecer os outros como, por exemplo, a inserção em uma rede social (virtual ou não), ou mesmo por ser reconhecido devido a uma boa reputação, damos o nome de capital social. Este capital social tem a capacidade de fornecer a certas pessoas uma espécie de credencial, isto é, uma identidade social que pode ser transformada de forma à conquistar benefícios significativos e tangíveis. Figura 8: Capital Social (Coworking). Fonte: Pixabay® São alguns exemplos desses benefícios: (1) o acesso privilegiado à informação, sendo que quanto mais pessoas você conhece, mais informações precisas em uma frequência maior você terá. (2) cooperação e a confiança dos outros. (3) resultados financeiros, pois o capital social está intimamente ligado a remuneração dos CEOS (chefes executivos). Além disso, já é notório também que o capital social seria benéfico para os empresários. Empreendedores que possuem alto capital social como, por exemplo, em redes sociais, por status, ou mesmo vínculos pessoais, estão mais inclinados a receber apoio financeiro de investidores de risco, em relação aos empreendedores que são inferiores nesta dimensão. Análise de Mercado: Tendências, Comportamentos e Movimentos 22 Com isso, embora consideramos relevante o capital social, acreditamos que essa é apenas uma parte que o sucesso dos empreendedores está envolvido. Dessa forma, propõem-se que as habilidades sociais também preenchem um papel relevante. Neste momento, gostaríamos de levar você a refletir sobre como as organizações tem selecionados os seus funcionários mais importantes: será que a seleção apenas é baseada no capital social dos candidatos, como sua reputação e referências? Acredita-se que não, tendo em vista que isso é um começo e não um fim para o processo de seleção. Uma vez que uma lista de pessoas com bom capital social é reunida, todavia, é a impressão que os candidatos fazem sobre os indivíduos envolvidos na seleção final que irá determinar na maioria das vezes se serão realmente contratados. Muitas pessoas possuem altos níveis de capital social, mas carecem de habilidades que lhes permitam interagir efetivamente com os outros, isso se torna aparente durante encontros cara-a-cara com eles. Sabe-se que várias habilidades específicas desempenham um papel na determinação da capacidade de os indivíduos interagirem efetivamente com os outros. Estas incluem a capacidade de perceber as outras pessoas com boa precisão, a fim de obter uma boa impressão e influenciá-las. Voltando o foco aos empreendedores, sabe-se que as habilidades sociais dos empreendedores são frequentemente compreendidas como o capital de tais habilidades. Imaginamos que a capacidade de interagir de forma efetiva com as outras pessoas pode fornecer uma base importante para esses aspectos do capital social. Assim sendo, a compreensão das habilidades sociais no sucesso dos empreendedores pode contribuir para a nossa compreensão das origens e impacto do capital social. Por fim, vale a pena ressaltar que a relação entre capital social e habilidades sociais é análoga, de certa forma, à relação entre estoque de recursos e fluxos de recursos nas organizações. O capital social pode ser visto como um ativo acumulado, enquanto as habilidades de interação com os outros são um fator que influencia o nível desse ativo. Análise de Mercado: Tendências, Comportamentos e Movimentos 23 Além disso, os efeitos produzidos pelas habilidades sociais podem ser mais amplos ou mais duradouros do que os do capital. Ou seja, o capital social pode exercer seu impacto primáriono início do processo, determinando quais empreendedores obtêm acesso inicial a investidores de risco, clientes e fornecedores. Contudo, os efeitos da habilidade em interagir com os outros podem continuar a moldar a origem das relações empreendedoras com tais pessoas em longo prazo. Investidores, clientes ou fornecedores acabam reagindo ao comportamento real dos empreendedores, como o que eles dizem ou fazem, não apenas à reputação ou status dos empreendedores. Podemos verificar que as habilidades sociais entram em jogo em muitas situações – especialmente naquelas que são tensas ou estressantes. Assim, seus efeitos podem ser de longo prazo e duradouros e podem continuar a moldar as relações entre empreendedores e outras pessoas durante o tempo em que fazem negócios. Desta forma, elaboramos duas questões: • Q1: Quais habilidades sociais são mais importantes para o sucesso dos gestores? • Q2: Como essas habilidades influenciam os esforços dos gestores para iniciar novos empreendimentos? Para abordar a primeira questão, revisamos cuidadosamente o extenso corpo de literatura sobre habilidades sociais com dois critérios firmes em mente: a relevância de cada habilidade social para os resultados nos ambientes de negócios e a relevância para as tarefas desempenhadas pelos empreendedores. Cinco habilidades sociais específicas foram identificadas como sendo mais pertinentes ao sucesso dos empreendedores. Essas habilidades são: (1) percepção social, (2) impressão, (3) gestão, (4) persuasão e influência, e (5) adaptabilidade social. Antes de darmos seguimento nessa jornada da compreensão das habilidades sociais, vale a pena revisitarmos seu o conceito: Habilidades sociais são aquelas que usamos para interagir com outras pessoas, incluindo tanto as habilidades verbais, como a maneira como você fala com outras pessoas, quanto as não verbais, como sua linguagem corporal, gestos e contato visual. Observado a discussão anterior, veremos como essas habilidades tem exercido influências no emprego e suas implicações. Análise de Mercado: Tendências, Comportamentos e Movimentos 24 Habilidades Sociais no Emprego As habilidades sociais são importantes, tendo em vista que são consideradas qualidades pessoais relacionadas à interação que temos com os outros. Sabemos que no mercado de trabalho, quase todo trabalho necessita de habilidades sociais, principalmente quando se trabalha em equipe. Sendo que, caso você precise trabalhar em equipe (o que ocorre na maioria das vezes), precisará se dar bem com as outras pessoas. Em casos que se relacione com clientes, precisará manter ou desenvolver a habilidades de compreender suas dúvidas e preocupações. Já em cargos de liderança, uma habilidade requisitada é a capacidade de manter os liderados motivados. Mesmo que seu trabalho não consiste muito na interação com outras pessoas, habilidades sociais ainda serão necessárias para interagir com o empregador e colegas. Por fim, é importante que você tenha fortes habilidades sociais e demonstre isso nos processos seletivos e no trabalho. Apresentamos abaixo uma lista com as cinco mais relevantes habilidades sociais que empregadores tem buscado conforme a RoutesTo Finance.com: 1. Empatia: para que haja uma boa interação entre todos, você precisará entender como eles estão se sentindo. Sabe-se que essa habilidade é importante quando usuários ou clientes fazem abordagens com perguntas ou problemas. Neste caso, é preciso demonstrar uma preocupação pelos problemas e ajudá-los a resolvê-los. 2. Cooperação: muito importante quando se trabalha em equipe, o que ocorre na maioria das vezes, é necessário cooperar (trabalhar em conjunto) a fim de atingir objetivos em comum. 3. Comunicação Verbal: extremamente relevante em todos os trabalhos. Utilizar linguagem clara de modo que todos possam entender é muito importante. 4. Saber Ouvir os Outros: é necessário ouvir de forma bem atenta o que seu chefe pede para você fazer, o que os seus colegas têm sugerido durante Análise de Mercado: Tendências, Comportamentos e Movimentos 25 as reuniões, ou mesmo os lamentos dos seus amigos do trabalho. Às vezes, ouvir é mais importante que falar. 5. Comunicação não-Verbal: essa é uma habilidade de comunicação importante formada basicamente pelas expressões corporais e pelo contato visual. Empatia Saber Ouvir Cooperação Comunicação Não-Verbal Comunicação Verbal Neste momento, vamos refletir sobre como demonstrar habilidades sociais no processo de busca de emprego. Primeiramente, uma dica é começar utilizar essas palavras em seu currículo, na descrição das suas experiências ou mesmo na carta de apresentação. Posteriormente, na eventualidade de uma entrevista, você pode destacar suas habilidades por meio de exemplos. Aproveite a situação e faça uso da comunicação verbal e não-verbal para reafirmar seus interesses. Análise de Mercado: Tendências, Comportamentos e Movimentos 26 O Comportamento Humano e suas Emoções Estudos da literatura apontam que expressões faciais emocionais são estímulos poderosos na análise das interações sociais. De acordo com Ekman (1969) as pessoas usam essas expressões para avaliar riscos comuns, evitar conflitos, acompanhar as reações emocionais de seus parceiros, adaptar seu comportamento frente às reações dos outros, aprender a descrever verbalmente emoções e assim por diante. Embora alguns teóricos argumentem que esses tipos de expressões são moldados em culturas de diferentes maneiras, outros apontaram que algumas de suas características são universalmente reconhecidas. Figura 9: Relações Humanas. Fonte: Pixabay® Charles Darwin foi o primeiro cientista a avaliar sistematicamente a universalidade das expressões faciais para o reconhecimento das emoções quando, em 1872, ele escreveu “The Expression of the Emotions in Man and Animals’’. Seu método de estudo baseou-se na observação das expressões faciais de crianças quando interagem com seus pares, Análise de Mercado: Tendências, Comportamentos e Movimentos 27 em particular com crianças míopes e pessoas com transtornos mentais. Com base em várias experiências, Darwin encontrou evidências de que as expressões faciais correspondiam a emoções particulares, independentemente do ambiente de aprendizagem do indivíduo. Na década de 1960, Paul Ekman continuou seus estudos sobre esse assunto e concluiu que havia uma quantidade limitada de expressões faciais que sinalizavam emoções. Em 1982, postulou que a expressão universal compreende seis emoções básicas: raiva, nojo, medo, alegria, tristeza e surpresa. Em 1990, o mesmo pesquisador afirmou que havia onze outras emoções universais: diversão, desprezo, contentamento, constrangimento, excitação, culpa, orgulho, alívio, satisfação, prazer e vergonha. Além disso, alguns autores argumentam que os estímulos relacionados ao rosto, corpo e fala podem ser fatores cruciais para avaliação da personalidade e atributos de afeição. A emoção (qualquer uma das 11 e/ou todas elas juntas) é uma reação complexa que envolve todo o organismo do indivíduo, tendo uma relação direta com as suas necessidades, metas, valores e bem-estar em geral. Nesse sentido, diferentes componentes são estudados em pesquisas sobre a emoção e trazem à tona a discussão sobre o que as emoções são e o que precisa ser estudado quando se quer determinar o significado da emoção. Alguns pesquisadores se concentram nos antecedentes das emoções e na avaliação de situações, em termos de bem-estar de um indivíduo. Outros pesquisadores estudam os padrões de reação psicofisiológica. Diante do exposto, a Teoria Componencial das Emoções (K. R. Scherer, 2005; G. Stemmler, 2003; P. Niedenthal, S. Krauth-Gruber, and F. Ric, 2006) , entende as emoções como sendo níveis variáveis de mudanças inter-relacionadas entre um conjunto de cinco componentes: Análise deMercado: Tendências, Comportamentos e Movimentos 28 1. Avaliações Cognitivas: estão ligadas à interpretação de uma situação e contribuem para o desenvolvimento das emoções. O indivíduo está constantemente avaliando o mundo ao seu redor, procurando perceber as qualidades afetivas de eventos, objetos e recursos. Fazer isso implica em utilizar recursos sensoriais, perceptivos e cognitivos, incluindo o pensamento racional - uma mesma situação pode induzir diferentes emoções, dependendo da interpretação feita pelo usuário. 2. Reações Fisiológicas: são aspectos emocionais que permitem ao usuário revelar espontaneamente e inconscientemente suas emoções. De acordo com Scherer (2005) esse componente é regulado pelo Sistema Nervoso Central, que recebe informações dos cinco sentidos e direciona as ordens ao sistema motor; ao Sistema Neuroendócrino, que é responsável pela regularização das mudanças internas do corpo e ao Sistema Nervoso Autônomo, que controla as funções do corpo, respiração, digestão, circulação, entre outros. 3. Expressões Motoras: também conhecidas como reações expressivas, são responsáveis por comunicar as tendências comportamentais (Scherer, 2005). Esse componente das emoções implica em alterações nas expressões faciais, vocais e gestuais, que acompanham a experiência emocional do usuário. Nesse contexto, o rosto e a voz sofrem mudanças com o grau de excitação. Em termos de respostas emocionais, tem-se, por exemplo, um olhar de ódio, franzir a testa, comprimir os lábios ou até mesmo um sorriso. As expressões motoras estão relacionadas às características do discurso da fala, como a velocidade, a intensidade, a melodia e o som. Verbalmente, um “fino” tom de voz poderá ser produzido uma vez que certas partes da área vocal, como faringe, cavidade nasal e laringe, ficam secas e endurecidas. Análise de Mercado: Tendências, Comportamentos e Movimentos 29 4. Tendências Comportamentais: preparam e orientam o organismo para (ou durante) uma determinada ação (P. Desmet , 2003). Esse componente aponta a direção e a energia de respostas emocionais específicas para o desempenho de tarefas que preparam o indivíduo a se adaptar a uma determinada situação (P. Ekman and W. V. Friesen, 1981). Exemplos deste componente incluem o tempo necessário para completar uma tarefa, o número de erros, a precisão de se alcançar um objetivo, o número de pedidos de ajuda e o número de ideias criativas durante a interação. 5. Experiência Subjetiva: é responsável pela avaliação de um episódio emocional, ou seja, da experiência subjetiva emocional consciente que se relaciona com a capacidade do indivíduo para regular as emoções tais experiências são consideradas percepções: sentir medo é perceber-se com medo. O objetivo desse componente é monitorar o estado interno do corpo e a interação entre o organismo e o ambiente. De acordo com Scherer (2005), não há algum método objetivo capaz de avaliar os sentimentos subjetivos, pois a única maneira de se obter essas informações é perguntando ao próprio indivíduo. Análise de Mercado: Tendências, Comportamentos e Movimentos 30 Tecnologia e Sociedade: Desafios A cada dia que passa tem sido cada vez mais notável que a sociedade denominada sociedade da informação tem se tornado a principal característica do debate público sobre desenvolvimento em uma ampla variedade de sentidos desde o início do século 21. Indo desde as propostas dos países de primeiro mundo, o termo “sociedade da informação” tem se transformado em um tópico nas mídias sociais, como televisão, rádio e internet. Vale a pena ressaltar a importância de compreender as transformações sociais, bem como suas implicações, causadas pela evolução dos processos de produção dos dispositivos tecnológicos mais acessíveis a todos. Isso tem trazido uma série de transformações socioculturais e colocado as pessoas como protagonistas no processo de construção do seu futuro. Figura 10: Tecnologia, no contexto geral. Fonte: Pixabay® O termo “sociedade da informação” passou a ser utilizado somente no final do século passado, em substituição ao termo sociedade pós-industrial e de forma a refletir o novo paradigma técnico e econômico. Ou seja, essa nova discussão de sociedade se deu devido as transformações técnicas, organizacionais e aos avanços tecnológicos, principalmente o computacional, em especial o desenvolvimento e expansão de computadores pessoais. Essas novas tecnologias que surgiram principalmente no fim das décadas de de 80 e 90 permitiram uma ênfase na flexibilidade dos processos organizacionais, Análise de Mercado: Tendências, Comportamentos e Movimentos 31 que permitiu agilizar a desregulamentação e ruptura do modelo de contrato social existente entre capital e trabalho, oriundos do capitalismo industrial. Essas mudanças constituem uma tendência dominante mesmo em economias menos industrializadas, de forma a definir um novo paradigma, o da tecnologia da informação (T.I), que vem expressar esse cerne da transformação tecnológica nas relações com a economia e a sociedade. Para Castells (2000), foi definido um conjunto de particularidades inerentes a esse novo contexto. Aqui, aproveitamos para atualizar estas características aos dias de hoje, isto é, 18 anos após. As particularidades estão organizadas por meio da figura a seguir: Figura 11: Revisão e Atualização das Propriedades da Sociedade da Informação. A informação como matéria prima. A tecnologia tem sido desenvolvida com o objetivo de permitir que o ser humano atue sobre a informação afi m de que ele extraia conhecimento novo por meio de técnicas de ciência de dados e aprendizagem de máquina. A informação está em todo o lugar. A computação está inserida em todos os lugares, de forma a produzir novos formatos de dados e conteúdos, tornando tudo conectado e mais inteligente, estando nas casas, roupas, gestão de cidades e outros. Tudo está conectado. O desenvolvimento de novos protocolos de comunicação em redes sem fi o e com fi o permitem uma interação mais rápida e efi caz, de modo que os serviços estão mais rápidos e efi cientes. Flexível e Auto-Adaptável. A tecnologia de informação, bem como as suas técnicas e metodologias, têm sido fl exíveis e auto-adaptáveis a diferentes contextos e objetivos. É multidisciplinar e conversa com outras áreas. A aplicação em diferentes contextos para resolver problemas complexos, permitem um forte relacionamento entre a área de tecnologia da informação e outras áreas, como agricultura, medicina, administração, e outras. Fonte: Editora TELESAPIENS. Análise de Mercado: Tendências, Comportamentos e Movimentos 32 Esse foco nas tecnologias pode contribuir para um entendimento um pouco ingênuo de que as transformações dirigidas para a sociedade da informação devem resultar da tecnologia e que estão ausentes de fatores sociais e políticos. Sabe-se que os processos sociais e de transformação resultam não só das interações complexas entre os fatores sociais pré- existentes, mais também da criatividade e condições de pesquisa científica, as quais afetam o avanço tecnológico e suas aplicações em diferentes contextos. Esse determinismo pode distorcer a análise de um processo de mudança social e tem alimentado uma atitude contemplativa em relação ao mesmo, de forma que tais posturas têm a capacidade tanto de promover quanto de sufocar o desenvolvimento tecnológico e suas diversas aplicações. É de se referir a distinção entre países e grupos sociais “ricos” e “pobres” em termos informação, sendo que as disparidades de renda e promoção industrial entre os povos e grupos da sociedade têm se reproduzido nesse “novo” paradigma. Dado as primeiras impressões acerca do medo diante dos efeitos da automação nos setores produtivos, os avanços da computação têm também promovido uma atração considerada imatura,que em boa parte já foi superada. Essa imaturidade se deve ao fato do crédito dado à tecnologia como “remédio” que resolverá todos nossos problemas. Isso ocorreu especialmente nos últimos 30 anos, quando a difusão da Internet nos países industrializados ofereceu suporte ao sonho de integração mundial dos povos por meio de vias globais. Por meio de características do paradigma técnico-econômico, é possível destacar justificativas e algumas expectativas positivas sobre a sociedade da informação. Um exemplo disso é a substituição de insumos baratos de energia por informação para a sociedade, uma saída imprevista para a questão estrutural da degradação do meio ambiente. Vale a pena destacar que se a inserção das novas tecnologias pode elevar o temor com possíveis efeitos negativos e até reforçar a inevitabilidade das transformações que acarreta, por outro lado, tem fundamentado a concepção da sinergia capaz de conferir dinamismo ao processo de mudança dando suporte às iniciativas que visam preparar a Análise de Mercado: Tendências, Comportamentos e Movimentos 33 sociedade como um todo para enfrentar e tomar partido das tendências de transformações técnico-econômicas. Uma vez que é possível a implementação da lógica da rede de computadores, a tecnologia tem permitido a remodelagem de resultados que emanam de interações complexas e criativas, ou seja, um desafio praticamente intransponível do padrão tecnológico e societário anterior. Dado que isso tem oferecido oportunidades aos sonhos em um âmbito das ciências básicas, ele também tem permitido a integração do ensino de forma colaborativa e individualizada. Uma vez que essa flexibilidade que caracteriza a base do novo paradigma seja o item que mais fundamenta as considerações positivas da sociedade da informação, é a mesma que incorpora, na essência do paradigma, a noção de aprendizagem. A capacidade de reconfiguração do sistema tem por base a disponibilidade para a incorporação da mudança. A aprendizagem passa a ser empregada em diferentes níveis, sendo que a organizacional é a aplicação de maior significado na reestruturação capitalista no novo paradigma. Além disso, a flexibilidade também fornece fundamentação às expectativas de contínua adaptação de trabalhadores e consumidores, produtores e usuários, o que permite um contínuo aperfeiçoamento intelectual e técnico como requisito da sociedade da informação. Essa convergência tecnológica tem reforçado os efeitos da sinergia decorrente da inserção das tecnologias na sociedade da informação. Dessa forma, faz-se possível a compreensão pelo fascínio (e o medo) com uma sociedade informatizada dos sonhos, em que não somente o desenvolvimento tecnológico parece não ter limites. Do mesmo modo que a corrida espacial frustrou a imaginação popular de viagens entre os planetas ao alcance de todos, os avanços da computação, meios de comunicação e da microeletrônica têm prometido colocar ao alcance da mão facilidades nunca antes imaginadas em termos de bem-estar, lazer e acesso rápido, ilimitado e eficiente, ao rico acervo do conhecimento humano. Análise de Mercado: Tendências, Comportamentos e Movimentos 34 As características desse novo paradigma justificam, de certo modo, a crença de que a sociedade da informação será completamente diferente da sociedade industrial, bastando que compreendemos e direcionamos as forças sociais necessárias. Embora muitas previsões da sociedade da informação possam parecer uma utopia devido aos exageros apresentados, algumas perspectivas foram muito curiosas ao passo que se tornaram viáveis, como é o caso de algumas na área de educação e medicina. Exemplo disso, são o ensino a distância e as cirurgias automatizadas, que se tornaram uma realidade que há 20 anos parecia impossível. Dessa forma, é possível reafirmar a promoção pela sociedade da informação tendo em vista que este paradigma tem a capacidade de oferecer avanços significativos para uma vida individual ou coletiva oferecendo diversos estímulos para a sociedade. Essa compensação com tais avanços, no entanto, não precisa nos limitar de reconhecer setores de que precisam de atenção. A comunidade vem considerando com atenção a evolução histórica do novo paradigma da informação e apresentando, em cada etapa dessa construção, seus interesses reais ou infundados com as suposições sociais das novas tecnologias. Livremente de considerarmos ou não a concepção da “neutralidade” ou “ambivalência” da tecnologia, não se pode esquecer as questões éticas referentes a ela. Os desafios da sociedade da informação são inúmeros e incluem desde os de caráter técnico e econômico, cultural, social e legal, até os de natureza psicológica e filosófica. Autores como Brook e Boal (1995) dedicam- se a examinar estratégias de resistência para, como um novo “luddismo”, lutar contra os aspectos perniciosos da tecnologia virtual acusada de disseminar na sociedade a utilização de um simulacro de relacionamento como substituto de interações face a face e contra a alegada usurpação pelo capital do direito de definir a espécie de automação que desqualifica trabalhadores, amplia o controle gerencial sobre o trabalho, intensifica as atividades e corrói a solidariedade. Análise de Mercado: Tendências, Comportamentos e Movimentos 35 Algumas das preocupações acima têm sido transformadas com o avanço do novo paradigma, incluindo as ações dos movimentos sociais em reação às implicações consideradas socialmente inaceitáveis. Em alguns outros casos, como a perda da privacidade, a sociedade tem-se mobilizado para promover o que a lei identifica como o “comportamento normal responsável”, inclusive por meio de legislação adequada para proteger os direitos do cidadão na era digital. Figura 12: Lei da Privacidade. Fonte: Pixabay® Uma questão ética do novo paradigma não discutida por analistas como Leal, Brook e Boal diz respeito ao aprofundamento de desigualdades sociais, desta vez, sobre o eixo do acesso à informação. O ritmo de expansão da Internet no mundo levou apenas um terço do tempo que precisou o rádio para atingir uma audiência de 50 milhões de pessoas. A redução dos preços dos computadores por volume de capacidade de processamento facilitou grandemente essa difusão, mas não permitiu ainda superar a relação entre nível de renda e acesso às novas tecnologias. Havendo uma massa de pessoas algumas vezes maior, os baixos índices de renda per capita nas regiões em emergentes refletem-se em Análise de Mercado: Tendências, Comportamentos e Movimentos 36 alta taxa de analfabetismo adulto, baixo acesso à ensino formal avançado e à tecnologia da informação tanto tradicional quanto moderna. O grau de agregação dos dados antecedentes envolve diferenças fundamentais dentro da condição em desenvolvimento, mas mesmo para o terço mais desenvolvido dentre eles, chama-se atenção para os quais o papel das tecnologias de informação na formação de uma “sociedade do conhecimento” moderna conseguirá ser muito importante e participar para o desenvolvimento sustentável, mas será associado de muitos riscos. Nessas regiões, em especial os de nível médio de renda, conjunto em que se enquadram muitos dos países da América Latina e Caribe, as diferentes técnicas e seu uso precisam investidas na elevação das práticas tecnológicas locais e no aumento das organizações políticas, culturais, econômicas e sociais. Em uma sociedade globalizada em que avança o novo paradigma, a manifestação de novas forças de exclusão se dá tanto em nível local quanto global e requer esforços em ambos os níveis no sentido de superá-las. Como não há a cobrança de que os operadores desses pontos de acesso partilhem os custos do circuito completo, os provedores de serviços de Internet nos países em desenvolvimento devem, na maioria das vezes, pagar pelos custos totais das ligaçõesnos dois sentidos, o que encarece o serviço e restringe suas possibilidades de expansão. O acesso universal ao conteúdo e a fontes de conhecimento apontam para a necessidade de resolver vários outros desafios. Do ponto de vista dos países em desenvolvimento, uma delicada negociação com os editores deveria permitir a extensão da legislação relativa ao “uso justo” aos recursos disponíveis na Internet. A essa negociação deveria acrescentar ações visando difundir de forma eficiente princípios info-éticos em relação aos direitos de propriedade intelectual, inclusive na Internet. No campo educacional dos países em desenvolvimento, decisões sobre investimentos para a incorporação da informática e da telemática, implicam também riscos e desafios. Análise de Mercado: Tendências, Comportamentos e Movimentos 37 Será essencial identificar o papel que essas novas tecnologias podem desempenhar no processo de desenvolvimento educacional e, isso posto, resolver como utilizá-las de forma a facilitar uma efetiva aceleração do processo em direção a educação para todos, ao longo da vida, com qualidade e garantia de diversidade. Será importante conhecer a função que essas diferentes tecnologias podem realizar no movimento de crescimento educacional e, em seguida, estabelecer como utilizá-las de modo a garantir uma real velocidade do processo em relação a educação para todos, ao longo da vida, com qualidade e garantia de distinção. O curso de pesquisa e da mudança da “informação” em “conhecimento” está na natureza da representação da Unesco de contribuir para a paz e proteção por meio da promoção da participação entre as nações. Em efeito de sua representação, a Unesco tem exercido de forma organizada a fim de ajudar as iniciativas dos Estados Membros na decisão de políticas de inclusão das novas tecnologias aos seus fins de crescimento. Nesse sentido, a Declaração Universal dos Direitos do Humano, a qual formou a base das garantias à informação na sociedade da informação e levando em conta os valores e a compreensão delineados anteriormente, o novo Projeto Informação para Todos precisará prover um programa para a discussão global sobre acesso à informação, com a participação de todos na sociedade da informação global e nas formas éticas, legais e societárias do uso das tecnologias de informação e comunicação. Análise de Mercado: Tendências, Comportamentos e Movimentos 38 REFERÊNCIAS ALVES, N. Smart City. Construct. 11 jan. 2018. Disponivel em: https:// constructapp.io/pt/smart-city-cidades-mais-inteligentes/ (Acesso em: 22 out. 2018); ANTHOPOULOS, L.; FITSILIS, P. From Digital to Ubiquitous Cities: Defining a Common Architecture for Urban Development. Project Management Department. Larissa, Grécia, p. 6, 2010; CONCEITO.DE. Mercado. 25 out. 2011. 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