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Fenômeno de Transferência Professor Hans Aula 6: Escoamento Externo e Convecção Livre - Teoria Escoamento Externo O escoamento externo refere-se ao movimento de um fluido (como líquido ou gás) sobre uma superfície sólida, na qual o fluido está em contato direto com o ambiente externo. Em outras palavras, o fluido flui sobre a superfície de um objeto ou através de um canal aberto, sem estar completamente contido em tubos ou canais fechados. Este tipo de escoamento é comum em situações como o fluxo de água sobre o casco de um navio, o vento soprando sobre a superfície de um avião ou o ar passando ao redor de um carro em movimento. Velocidade a Montante, Força de Sustentação e Força de Arrasto Seja o esquema a seguir em uma asa de avião: A velocidade a montante U se refere à velocidade do fluido (como líquido ou gás) antes de alcançar um determinado ponto em um sistema. Em termos mais simples, é a velocidade do fluido antes de ele interagir com um objeto ou uma condição específica. Por exemplo, se estamos considerando o fluxo de água em um rio e estamos interessados na velocidade da água antes de ela atingir uma pedra, a velocidade a montante seria a velocidade da água antes de ela chegar à pedra. Coeficiente de Arrasto (CD) O coeficiente de arrasto está relacionado à resistência ao movimento de um objeto através de um fluido. Indica quão "aerodinâmico" um objeto é. Um CD menor indica que o objeto gera menos resistência. É importante para otimizar a eficiência e a economia de combustível em veículos como carros, aviões, etc. Pode ser calculado pela fórmula: 𝑭𝑫 = 𝟎, 𝟓𝝆𝑪𝑫𝑼 𝟐𝑨 onde FD é a força de arrasto, ρ é a densidade do fluido, U é a velocidade do objeto em relação ao fluido e A é a área da superfície exposta ao fluido. Tipos de Arrasto Arrasto de Atrito (ou Arrasto Viscoso): O arrasto de atrito é causado pela fricção entre a superfície do objeto e as moléculas do fluido que o rodeiam. Ele aumenta proporcionalmente à velocidade do objeto em relação ao fluido e à viscosidade do fluido. Em altas velocidades, o arrasto de atrito pode se tornar significativo e influenciar a eficiência do objeto em movimento. É mais pronunciado em corpos com superfícies ásperas ou irregulares. Arrasto de Pressão (ou Arrasto de Forma): O Arrasto de Pressão é causado pela diferença de pressão entre a parte frontal e a parte traseira de um objeto em movimento. Ele depende da forma e da geometria do objeto, bem como do perfil de pressão ao longo de sua superfície. Ambas as formas de arrasto são importantes em diferentes situações e para diferentes tipos de objetos em movimento através de fluidos. Em muitos casos, os engenheiros procuram minimizar o arrasto total (que é a soma do arrasto de atrito e do arrasto de pressão) para aumentar a eficiência e a economia de combustível. Por exemplo, em um avião, o design das asas, fuselagem e outros componentes é otimizado para reduzir o arrasto total e, assim, melhorar a eficiência do voo. Da mesma forma, em um carro, o design da carroceria é considerado para minimizar o arrasto e aumentar a eficiência de combustível. Coeficiente de Sustentação (CL) O coeficiente de sustentação CL está relacionado à força aerodinâmica (ou hidrodinâmica) que mantém um objeto em elevação quando ele está se movendo através de um fluido. Em termos simples, é um indicador de quão eficientemente um objeto pode gerar sustentação. Em aeronáutica, é fundamental para manter uma aeronave em voo. 2 Sendo FL a força de sustentação, pode ser calculado pela seguinte fórmula: 𝑭𝑳 = 𝟎, 𝟓𝝆𝑪𝑳𝑼 𝟐𝑨 onde FL é a força de sustentação, ρ é a densidade do fluido, U é a velocidade do objeto em relação ao fluido e A é a área da superfície exposta ao fluido. Ângulo de Ataque e Sustentação em Aeronaves O ângulo de ataque é a medida do desvio da direção do fluxo de ar em relação à linha de referência da asa (normalmente chamada de corda). É o ângulo formado entre a corda da asa (uma linha imaginária que liga a borda de ataque à borda de fuga) e a direção do vento relativo (a direção do fluxo de ar que incide na asa). Mudar o ângulo de ataque altera a distribuição de pressão na superfície da asa, afetando a sustentação e a resistência. Um aumento no ângulo de ataque pode aumentar a sustentação, mas também pode levar a um aumento na resistência (arrasto). Em uma asa, existe um ângulo de ataque crítico, chamado de "ângulo de ataque de estol" ou "ângulo de ataque crítico", que é o máximo ângulo de ataque em que a asa ainda pode gerar sustentação antes de entrar em um estado de estol. No estol, a separação do fluxo de ar sobre a asa ocorre e a sustentação diminui drasticamente. Camada Limite sobre uma Placa Plana A camada limite é uma região muito fina adjacente à superfície sólida, onde as propriedades do fluido, como velocidade e temperatura, sofrem variações significativas devido ao contato com a superfície. Quando o fluido está em movimento próximo a uma superfície sólida, essa camada é chamada de camada limite. Quando o escoamento ocorre sobre uma placa plana, a camada limite é a região onde a velocidade do fluido vai de zero, na superfície sólida, até a velocidade do escoamento livre mais distante da placa. Geralmente, a espessura da camada limite é muito pequena em comparação com as dimensões da placa. A camada limite pode ser dividida em duas regiões principais: Camada Limite Laminar: Na parte inicial do escoamento, quando o fluido está em contato com a superfície da placa, o escoamento é geralmente suave e ordenado. Isso é conhecido como camada limite laminar. A camada limite laminar é caracterizada por um perfil de velocidade gradativamente crescente em direção ao fluxo livre do fluido. Transição para Camada Limite Turbulenta: À medida que o fluido percorre a placa, pequenas perturbações no escoamento podem ocorrer. Isso pode levar à transição da camada limite laminar para a camada limite turbulenta. Na camada limite turbulenta, o fluxo de fluido se torna mais caótico, com movimentos de vórtices e turbulências mais pronunciados. A transição da camada limite laminar para a camada limite turbulenta depende de fatores como a rugosidade da superfície, a velocidade do escoamento e a viscosidade do fluido. 3 A transição ocorre para um número de Rayleigh Crítico (Ra = Gr.Pr) em torno de 109. Convecção Natural (Livre) A convecção natural pode ser classificada em dois regimes principais: convecção natural estável e convecção natural instável. Essas classificações se referem à forma como as correntes de convecção se comportam em relação à força gravitacional. Convecção Natural Estável: Também conhecida como convecção natural laminar ou convecção natural devido a gradientes de densidade, ocorre quando as diferenças de densidade causadas por variações de temperatura são responsáveis pela movimentação do fluido. Em um ambiente estável, o fluido mais quente é menos denso e tende a subir, enquanto o fluido mais frio, sendo mais denso, tende a descer. Esse movimento cria correntes de convecção ordenadas. A convecção natural estável ocorre em situações onde não há grandes perturbações e o fluido flui de maneira suave e organizada. As condições são estáveis e não há movimento global no fluido. A transferência de calor (do topo para a base) irá ocorrer por condução. A convecção natural quiescente, também conhecida como convecção natural tranquila ou convecção natural laminar, refere-se a um tipo de convecção natural que ocorre em um ambiente praticamente sem perturbações ou movimentos turbulentos significativos do fluido. Neste caso, o fluido flui de forma suave e ordenadadevido às variações de densidade causadas por gradientes de temperatura. Convecção Natural Instável (ou Convecção Natural devido a Perturbações Gravitacionais): A convecção natural instável ocorre quando fatores além das variações de densidade, como perturbações na superfície ou no ambiente, desempenham um papel significativo. Essas perturbações podem resultar em movimentos turbulentos e não ordenados do fluido, com padrões de fluxo mais complexos e variáveis. Um exemplo comum de convecção natural instável é o surgimento de correntes de ar turbulentas em uma sala aquecida, quando o ar quente sobe em um ponto e o ar frio desce em outro, criando padrões de fluxo irregulares. Nesse caso, se a diferença de temperaturas é superior a um valor crítico, as condições são instáveis e as forças de empuxo são capazes de superar a influência retardadora das forças viscosas
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