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1 – ESTRUTURA METÁLICA Vamos Iniciar estudos sobre as estruturas de aço, que cada vez mais vem ganhando espaço nas construções do nosso dia a dia. A ANBT NBR 8800:2008 – Projeto de Estruturas de Aço e de Estruturas Mistas de aço e Concreto é a norma que serve como principal referência para o estudo dessas estruturas. Esse material tem como finalidade direcionar e abordar os principais aspectos relacionados a estas estruturas, não somente para âmbito profissional ou educacional, mais para base de estudo de concursos que abordem essas temáticas. 1.1 – INTRODUÇÃO SOBRE ESTRUTURAS METÁLICAS A estabilidade do sistema estrutural vai da escolha dos elementos que vão compor a estrutura que é de fundamental importância para o resultado final da obra no que diz respeito aos aspectos de peso das estruturas, da facilidade de fabricação, da rapidez e montagem e consequentemente do custo financeiro e final da estrutura. Devemos analisar sempre o melhor modo da estrutura trabalhar de maneira simples com maior número de ligações flexíveis e explorando o uso de contraventamentos verticais para dar estabilidade as cargas horizontais, por exemplo, as cargas de vento, porém, em alguns casos quando não se é possível se utilizar contraventamentos, devemos aporticar a estrutura, resultando assim em uma estrutura com ligações mais rígidas, o que faz seu processo de montagem mais lento e menos econômica. 1.2 SISTEMAS ESTRUTURAIS Geralmente as edificações são formadas principalmente por componentes estruturais horizontais (Vigas) e verticais (Pilares) e as cargas horizontais devidas as ações de vento que agregam grande influencia no dimensionamento estrutural. Figura 1: Sistema estrutural de uma estrutura metálica Fonte: Manual CBCA São os principais componentes: • Tirantes ou elementos tracionados: São elementos onde tem como principal esforço a tração axial, ocorrem geralmente nas cordas e diagonais de treliças, nos contraventamentos, nos suportes de pisos suspensos, em cabos de sistemas de cobertura, etc. • Pilares ou Elementos comprimidos: Tem como principal esforço a compressão e geralmente ocorrem nas diagonais de treliças ou em pilares. • Vigas ou elementos Fletidos-comprimidos: Os Principais esforços nesses elementos são o momento fletor e a força cortante e ocorrem geralmente nas vigas das edificações. • Treliças: São elementos sujeitos apenas a tração e compressão, os nós devem ser rotulados e as cargas, necessariamente devem ser aplicadas nos nós. • Lajes Steel Deck e Painéis: Lajes compostas de concreto e aço (Laje Mista), a sua fôrma metálica possui a função de fôrma e de armação positiva, portando, essa tipologia de laje além de proporcionar rapidez de execução, não possui a necessidade de se utilizar fôrmas de madeira ou escoramentos, conferindo assim uma obra mais limpa e sustentável. • Contraventamentos: São componentes estruturais com as mesmas características das treliças e possuem a função de estabilizar as edificações em relação às cargas laterais (vento), podendo ser montados em formas de “X”, em “K”, em “Y”, etc, sendo o mais eficiente o sistema de contraventamento em “X”. 1.3 VANTAGENS E DESVANTAGENS Vamos agora observar quais as vantagens e desvantagens da utilização desse sistema estrutural, que conferem ao aço uma boa opção para as estruturas e também das características que o fazem necessitar de tratamentos especiais que podem elevar o seu custo e também quais são os pontos negativos, tendo como principal o alto custo, entre outros pontos. 1.3.1 Vantagens ✓ O aço é um material com alta resistência a todos os esforços, diferenciando do concreto que resiste melhor a compressão que à tração, o que confere a essas estruturas peças estruturais de aço como menores dimensões e menor peso em comparação a outros materiais. ✓ Portanto confere a característica essencial para a redução de custo com as fundações que seria vencer os grandes vãos, já que o peso da estrutura é relativamente menor. ✓ Outro ponto importante, é que o uso do aço confere a obra um fator de execução totalmente industrializado, o que confere rapidez e execução com uma obra mais limpa, o que antecipa ganhos como a entrega rápida da obra e lucros antecipados. ✓ E por último e não menos importante, seria a reutilização e reaproveitamento do material, podendo assim se remover as peças e se utilizar para outros fins. 1.3.2 Desvantagens ✓ Mão de obra especializada; ✓ Tratamento contra corrosão e para proteção quanto ao fogo; ✓ Custo do aço; ✓ Maquinários para a execução da obra. ✓ Problemas com a instabilidade, devido as cargas laterais e a estrutura extremamente leve; 1.4 PROPRIEDADES MECÂNICAS DO AÇO De acordo com a NBR 8800:2008, as constantes físicas que podem ser adotadas para finalidade estrutural são: ➢ Módulo de Elasticidade: E = 200.000 Mpa ➢ Coeficiente de Poisson: 0,30 ➢ Módulo de Elasticidade Transversal: G = 77.000 Mpa ➢ Coeficiente de Dilatação Térmica: 1,20 x 10-5°C-1 ➢ Massa Específica: 7.850 Kg/m³ Conforme Pfeil & Pfeil (2008), as principais propriedades dos aços são: • Ductilidade – é a capacidade que alguns materiais possuem de se deformarem antes da ruptura, quando estão sujeitos a altas tensões, logo, quanto mais dúctil o aço for, maior a redução de área ou alongamento antes da ruptura, poremos medir a ductilidade através de ensaios de deformação ou da estricção, que fornecem parâmetros quando estiver sujeita a altas tensões. • Fragilidade – é o oposto de ductilidade, devido a ações baixas temperaturas, efeitos térmicos locais, podem fazer com o aço se torne frágil e assim rompa bruscamente, esse tipo de comportamento deve ser evitado. • Tenacidade - é a Energia mecânica ou impacto necessário para levar o material a ruptura, ou seja, a capacidade de absorver uma certa quantidade de energia para levar a fratura do material. • Elasticidade – é a capacidade do material de deformar no seu estágio inicial após o descarregamento, não apresentando deformações residuais. • Plasticidade – é uma deformação provocada por tensão igual ou superior ao limite de escoamento, fazendo com que a estrutura interna do metal sofra mudanças como o deslocamento relativo na sua composição atômica, resultando assim em deformações residuais. • Corrosão – é o processo onde o aço sofre uma reação com alguns elementos presentes no ambiente em que se encontra exposto, tendo muita similiaridade com o minério de ferro. A corrosão confere perda da seção das peças de aço e isto pode levar ao colapso da estrutura, algumas proteções necessárias são a pintura ou a adição de uma camada de zinco ou galvanização, porém, deve-se evitar o acúmulo de sujeira e umidade e o contato dos perfis com metais diferentes. • Fadiga – Quando o material trabalha sob efeito de esforços repetidos em grande número, pode levar a ruptura em tensões inferiores às obtidas em ensaios estáticos, ou seja, a fadiga do material, é uma característica muito importante para peças sujeitas a cargas dinâmicas. • Dureza - Resistência ao risco ou abrasão. 1.5 COMPOSIÇÕES QUÍMICAS DO AÇO Os Aços Estruturais possuem uma porcentagem de ferro superior a 95% e carbono numa porcentagem máxima de 0.29%, e ainda possuem elementos de liga que são os elementos em menor quantidade, sendo como aditivos para o aço O que define os vários tipos de aço é a sua composição, e a sua proporção utilizada, por exemplo, a quantidade de carbono altera positivamente a resistência do aço, porém reduz a ductilidade do material, o que também prejudica a soldabilidade. FERRO Carbono Aço 1.6 TIPOS DE AÇO ESTRUTURAL Conforme a NBR 8800:2008, seus conceitos se aplicam para aços com resistência máxima ao escoamento de 450 MPa, e relação entre a ruptura e ao escoamento não inferior a 1,18, e sempre deve-se observar a ductilidade e soldabilidadedo material. Os Aços mais comuns são: • Aços-Carbono; • Aços de baixa Liga e alta resistência mecânica; • Aços de baixa liga e alta resistência mecânica resistentes à corrosão atmosférica. 1.6.1 Aços-Carbono São os que não contem elementos de liga, podendo ainda, serem definidos como baixo, médio e alto carbono, sendo os de baixo carbono (C<= 0.30%), sendo os mais adequados para a construção civil, entre eles se destacam: • ASTM – A36 – o aço mais utilizado na fabricação de perfis soldados (chapas com t>= 4.57 mm) tem como aço semelhante o CG-26; • ASTM A572/Gr50 – Aço utilizado na fabricação de perfis laminados tem como semelhante o MR-250; • ASTM A570 – Aço mais utilizado na fabricação de perfis formados a frio tem como aço semelhante o CF-26; Tabela 1: Tipos de aço carbono TIPOS DE AÇO Fy Fu ASTM –A36 250 400 ASTM-A570 Gr 36 250 365 ASTM-A572 Gr 50 345 450 CG-26 245 a 255 410 CF-26 260 410 MR-250 250 400 Tabela 2: Tipos de aço conforme a ABNT NBR 8800:2008 1.6.2 Aços de Baixa Liga sem tratamento térmico O que fornece um melhoramento nas propriedades mecãicas e em alguns casos um aumento na resistência a corrosão é a adição de elementos de liga. São os aços que possuem um teor inferior a 2% suficientes para adquirirem ou maior resistência mecânica (Fy >= 300Mpa) ou maior resistência a corrosão, ou ambos. Os Principais são: • COS-AR-COR – Aços de alta resistência à corrosão atmosférica, especificado pela COSIPA; • USI-SAC – Aços de alta resistência à corrosão atmosférica, especificado pela USIMINAS; • CSN-COR – Aços de alta resistência mecânica e de alta resistência à corrosão atmosférica, especificado pela CSN. 1.6.3 Aços de alta resistência e baixa liga com tratamento térmico São aços que em sua constituição possuem teor de liga inferior a 2% e recebem um tratamento térmico especial, são usados estritamente a tanques, vasos de pressão, etc. 1.7 TIPOS DE PERFIS Os perfis são classificados em Laminados, soldado e de chapa dobrada (ou formados a frio), sendo os dois primeiros contemplados pela NBR 8800:2008 e o último pela NBR 14762:2001. 1.7.1 Perfis Laminados As principais seções utilizadas destes perfis para finalidade estrutural, são: I, H, L, U, e as chapas. Seu processo de fabricação é a quente, através da laminação na qual se preenche uma forma para obter o formato desejado. Figura 2: Fabricação de perfis Laminados Fonte: Pignata (2012) Em relação a sua utilização de acordo com seus formatos: • Perfil I: Utilização principal em vigas (L< H); • Perfil H: Utilização principal em Pilares (L ≅ H); • Perfil U: Utilização em estruturas pouco carregadas com pilares, ou componentes em treliças, terças, degraus. • Perfil L: Utilização em Componentes de treliça e contraventamento; Os Perfis “I” possuem a largura da mesa bem menor que sua altura total, e sua definição é a seguinte: Ex: W510 X 50 Perfil tem formato “I”, com 510 mm de altura (aproximadamente) e 50 kg/m de massa linear. A diferença entre um perfil “I” e um perfil “H”, é a proporção da largura da mesa e a altura do perfil, sendo o perfil H mais “achatado”, e por isso tem um melhor desempenho para elementos sujeitos a compressão, como os pilares. 1.7.2 Perfis Soldados São Perfis formados pela união de chapas ou outros perfis através da solda. A vantagem da utilização desse perfil em relação ao laminado é a maior liberdade na escolha das dimensões e formatos, em contrapartida possui um alto custo de fabricação. Os mais comuns são os Perfis I e H, nas seguintes séries: • Perfil CS - Colunas Soldadas • Perfil VS – Vigas Soldadas • Perfil CVS – Colunas e Vigas Soldadas • Perfil VSM – Vigas Soldadas Monossimétricas, são perfis bem utilizados e recomendados para estruturas mistas, sendo a mesa menor para assim se adequar e ficar embutida na laje, o que gera uma economia de material. 1.7.3 Perfil de Chapa dobrada ou formado a frio São perfis padronizados e formados a frio sob a forma de L, U, EU, Z, ZE, oferecendo grande liberdade de uso e elaboração para os projetistas. Porém o uso de chapas finas, geralmente menor que 3 mm, conduz a problemas de instabilidade estrutural, por isso devemos sempre observar e seguir os procedimentos normativos. 1.8 Fabricantes e Escolha dos perfis 1.8.1 Fabricantes Muitas são as usinas que fabricam catálogos que contém uma descrição completa de aços, perfis e barras que produzem como: • GERDAU • CSN • USIMINAS 1.8.2 Escolha do perfil É de fundamental importância lembrar que a escolha do perfil mais adequado para cada aplicação, sempre observando o princípio da distribuição das massas nas seções, que se relaciona as formas das seções das peças estruturais com os esforços submetidos a elas. Resumidamente: • Esforço de tração simples: Convive bem com qualquer tipo de seção, se for trabalhar com peças esbeltas é recomendável o uso de seções em que o material esteja bem concentrado junto ao centro de gravidade da seção; • Esforços de Compressão simples: Pode provocam flambagem, suas seções são mais rígidas, ou seja, o material está mais afastado do centro de gravidade e em todas as direções; • Esforços de Flexão: Exige formas de seção em que o material esteja longe do centro de gravidade, mas apenas em relação ao eixo em torno do qual ocorre o momento fletor. 2.0 METODOLOGIAS DE CÁLCULO Vamos estudar sobre duas metodologias de cálculo que podem ser utilizadas no nosso dimensionamento: Os Métodos dos estados limites e os métodos das tensões admissíveis. 2.1 Métodos dos estados limites Neste método trabalhamos com majoração de cargas atuantes (vale observar os estados limites), e praticamente mantemos a resistência da peça. Sempre consideramos as recomendações da ABNT NBR 8.800/2008 No Funcionamento dessa metodologia de cálculo se calcula uma carga atuante é através da majoração de cargas mantemos um valor pequeno de coeficiente de carga, pois, o coeficiente de segurança consiste em considerar que a peça resiste a uma carga muito maior do que a exigida. Ex: Um escritório tem carga de 200 kgf/m², realizamos o cálculo para 300 kgf/m² Nas nossas estruturas iremos utilizar esse método e posteriormente observar quais as diferenças entre E.L.U e E.L.S. 2.2 Método das tensões admissíveis Esta metodologia é adotada pela AISC e mantemos as cargas e aplicamos fatores de redução de na resistência das peças. No geral utilizamos esse método para um pré-dimensionamento e ocasiões onde seja mais prático dimensionar. Através dessa metodologia aplicamos na carga uma tensão admissível última da peça. Ex: Uma peça suporta 100 kg, mas para o teste ela só vai suportar 60 kg, um elevador onde em estado normal ele suporta 600 kg, suporta na verdade mais de 1200 kg, o que não é permitido por questões de segurança. Nesse método projetamos para uma carga visando não passar do estado limite último. Na engenharia mecânica, se trabalha com coeficientes de segurança, onde se divide a resistência da peça por um coeficiente de segurança, atingindo a área necessária, o perfil adequado para se trabalhar com um perfil maior que necessário. Obs: Carga atuante é diferente de esforço atuante Ex: Um pilar sofre uma carga atuante e gera sobre ele esforços de compressão. 2.3 Diferenças entre Estados Limites Estados Limites de Serviço (E.L.S): Nesse estado não se majora cargas, a carga estipulada de acordo com os limites de deslocamento deve ser seguida e respeitada, o seu desprezo pode levar a casos de ruptura do perfil e esforços que mudam seu comportamento, seu uso se relaciona com o uso e ocupação da estrutura. Os deslocamentos devem ser respeitados segundo o ANEXO C da ABNT NBR 8.800/2008: Estados Limites Últimos (E.L.U): Nesse método se majora cargas e tem relação com a resistência dos materiaisempregados, devemos evitar trabalhar com esse estado limite, pois se relaciona com: • Deformações no perfil; • Torções e deformações globais que podem levar a ruinas em peças estruturais; • Fadiga; • Fratura e deslizamentos. 2.4 Projeto nos Estados Limites Conforme a NBR 8800:2008, o método dos estados limites utilizados para o dimensionamento de uma estrutura requer que não e ultrapasse nenhum estado limite, se um ou mais estados limites forem excedidos, a estrutura não atende aos objetivos para a qual foi projetada. Nesse projeto o coeficiente de segurança se divide em duas categorias: • Coeficiente de ponderação de ações (Cargas); • Coeficiente de Ponderação de resistências. A resistência da peça deve ser maior que a solicitação de projeto: Rd > Sd Onde: Rd – Resistência de cálculo Sd – Solicitação de cálculo Resistência de cálculo (ou de projeto): Rd = Rk/γ γ = Coeficiente de Segurança 2.5 Ações nas Estruturas Quando falamos sobre ações nos referimos sobre todas as cargas que são aplicadas na estrutura e se dividem em três grandes grupos: Permanentes (G): Engloba o peso próprio da estrutura e de todos os componentes da construção de maneira direta como as paredes, revestimentos, equipamentos fixos, etc e as indiretas como retração, protensão, deslocamentos no apoio; Variáveis (Q): Incluem as cargas que variam de acordo com o tempo e de correntes do uso da edificação como os móveis, vento, temperatura, etc. Excepcionais(E): Possuem uma baixa probabilidade de ocorrência, porém com grande impacto na estrutura como efeitos sísmicos, incêndio, choque de veículos, etc. As ações variáveis causadas pelo uso e ocupação da edificação podem ser encontradas na ABNT NBR 8800 (ANEXO B), na NBR 6120, e na NBR 6123 as ações decorrentes da ação do vento. 2.6 Combinações de Ações As combinações de ações referem-se ao momento onde uma ação variável é dominante, e se combina a outras ações permanentes e as variáveis simultâneas que causem efeitos desfavoráveis à estrutura. Os tipos de combinações para verificação do ELU, são: • Combinação Normal: que inclui todas as ações decorrentes do uso previsto da estrutura; • Combinação de construção: Consideradas ações que podem promover algum estado limite último durante a construção; • Combinação especial: Inclui as ações variáveis especiais; • Combinação excepcional: Inclui as ações excepcional, que podem levar ao colapso da estrutura. De acordo c om a ABNT NBR 8800:2008, as combinações normais e as variáveis podem ser dadas por: As ações excepcionais, são combinadas por outra equação e com outras ações: Onde: O símbolo é um fator de redução para as ações variáveis para considerar a baixa probabilidade de ocorrência simultânea de ações distintas de naturezas diferentes com valores característicos. Fonte: ABNT NBR 8800/2008 Fonte: ABNT NBR 8800/2008 Os estados limites de utilização devem ter o papel de evitar a insegurança e o desconforto, devido aos deslocamentos excessivos ou vibrações e ainda outros danos as alvenarias, e sendo assim as combinações de ações para verificação do ELS, são: Exercício - Combinações de ações Uma Viga Metálica da cobertura de um edifício Comercial está sujeita as seguintes cargas: • Cargas Permanentes: ✓ Peso próprio da viga metálica – 0.9 KN/m ✓ Peso próprio das telhas – 0.50 KN/m • Cargas Variáveis: ✓ Sobrecarga de cobertura (Para baixo) – 2.5 KN/m ✓ Ação do vento a 0º (Para Cima) – 3 KN/m ✓ Ação do vento a 90º (Para Cima) – 4 KN/m Quais são as hipóteses que podem ocorrer para o ELS e o ELU? Hipóteses: Combinações para o ELS (Não há aplicação de coeficiente de ponderação): • Sempre teremos: PP Q = (0.9 +0.5) =1.4 KN/m • Frequentemente podemos ter: ✓ PP+ SC: Q = 1.4 + 2.5 = 3.9 KN/m ✓ PP+V0: Q =1.4 – 3 = -1.6 KN/m ✓ PP+V90: Q = 1.4 – 4 = - 2.6 KN/m • Vai ser possível acontecer: ✓ PP+SC+0.3V0: 3.9 -0.3*3 = 3 KN/m ✓ PP+SC+0.3V90: 3.9 – 0.3*4 = 2.7 KN/m ✓ PP+V0+0.6SC: 1.4 – 3+0.6*2.5 = -0.1 KN/m ✓ PP+V90+0.6SC: 1.4 -4 +0.6*2.5 = -1.1 KN/m A HIPÓTESE DE COMBINAÇÃO MAIS DESFAVORÁVEL PARA O ELS SE ENCONTRA EM: PP+SC Combinações para o ELU (Vai Haver a aplicação de coeficiente de ponderação): • Sempre teremos: PP Q = (1.25*0.9 + 1.4*0.5) = 1.825 KN/m • Frequentemente podemos ter: - PP + SC: Q = (1.25*0.9 + 1.4*0.5) +1.5*2.5 = 5.57 KN/m - PP +V0: Q = (1.25*0.9 + 1.4*0.5) – 1.4*3 = -2.375 KN/m Q = (1.00*0.9 + 1.00*0.5) – 1.4*3 = -2.8 KN/m - PP + V90: Q = (1.25*0.9 + 1.4*0.5) – 1.4*4 = -3.775 KN/m Q = (1.00*0.9 + 1.00*0.5) – 1.4*4 = -4.2 KN/m É POSSÍVEL ACONTECER: - PP + SC + V0: Q = (1.25*0.9 + 1.4*0.5) +1.5*2.5 – (1.4*0.6*3) = 3.05 KN/m Q = (1.00*0.9 + 1.00*0.5) +1.5*2.5 – (1.4*0.6*3) = 2.63 KN/m - PP + SC + V90: Q = (1.25*0.9 + 1.4*0.5) +1.5*2.5 – (1.4*0.6*4) = 2.21 KN/m Q = (1.00*0.9 + 1.00*0.5) +1.5*2.5 – (1.4*0.6*4) = 1.79 KN/m - PP + V0 + SC: Q = (1.25*0.9 + 1.4*0.5) -1.4*3 + (1.5*0.7*2.5) = 0.25 KN/m Q = (1.00*0.9 + 1.00*0.5) -1.4*3 + (1.5*0.7*2.5) = -0.175 KN/m - PP + V90 + SC: Q = (1.25*0.9 + 1.4*0.5) -1.4*4 + (1.5*0.7*2.5) = -1.15 KN/m Q = (1.00*0.9 + 1.00*0.5) -1.4*3 + (1.5*0.7*2.5) = -1.57 KN/m 3.0 UNIDADES USUAIS EM PROJETOS Vamos trabalhar durante nosso curso e também no nosso dia a dia com algumas unidades, devido a grande variedade que encontramos nas bibliografias hoje, vamos fixar algumas unidades usuais nos projetos e softwares, porém, cabe a cada projetista decidir quais melhores unidades a se trabalhar. Segue algumas: • Cargas e Esforços: KN EX: 1 KN = 100 KG = 0.1 T • Cargas distribuídas na superfície: KN/m² (NBR 6120) • Cargas em Superfícies de Vigas Linearmente Distribuídas: KN/cm • Dimensões dos Perfis e Peças: mm • Momento Fletor: KN.cm Propriedades Geométricas: • Momento de Inércia: cm4 • Área da Seção: cm² • Raio de Giração: cm • Módulo de Resistência: cm³ 4.0 CARGAS LINEARES No cálculo das cargas lineares vamos trabalhar com sua aplicação sendo lineares ou pontuais. Para esse cálculo consideramos: CARGA TOTAL: CARGA CALCULADA (Q) X DISTÂNCIA DO VÃO A SER APLICADO X ÁREA DE INFLUÊNCIA CARGA LINEAR: CARGA TOTAL / VÃO A SER APLICADO A CARGA Como exemplo vamos supor os valores acima na imagem descritos para calcular a carga linear que vai ser utilizada no nosso projeto, considerando que a carga calculada foi de Q = 0.35 KN/m² CARGA TOTAL: 0.35 * 30 * 8 = 84 kN CARGA LINEAR: 84/30 = 2.8 KN/m Exercício Proposto 1 – Vamos determinar as cargas solicitantes de projeto que vão ser expressas em KN/m² de um pavimento intermediário de uma edificação, montada em estrutura de aço com peso próprio estimado em 50 kg/m², com piso em vigotas e blocos de EPS com H16, contrapiso de regularização de 4 cm e piso cerâmico com espessura de 1 cm. • DETERMINAR AS CARGAS PERMANENTES DE MANEIRA ISOLADA: - PESO DA LAJE (DEVEMOS CONSULTAR A TABELA DO FABRICANTE): Plaje = 156 kg/m² = 156/100 = 1. 56 KN/m² - PESO DO CONTRAPISO: GERALMENTE SÃO FEITOS ARGAMASSA DE CONTRAPISO COM UMA ARGAMASSA DE CIMENTO E AREIA, PRECISAMOS SABER A DENSIDADE DO MATERIAL: CAMADA DE REGULARIZAÇÃO DE 4 CM = 0.04 m Pcp = 21 KN/m³ x 0.04 m = 0.84 KN/m² - PESO DO PORCELANATO: DEVEMOS CONSULTAR A TABELA DO FABRICANTE: Ppor = 26 Kg/m² = 0.26 KN/m² - PESO PRÓPRIO DA ESTRUTURA: Pest = 50 Kg/m² = 0.50 KN/m² • Definir as cargas Variáveis (NBR 6120/2019): SERÁ PARA SUPORTE DE SALAS DE USO GERAL EM UMA EDIFICAÇÃO COMERCIAL: SC = 2.5 KN/m² • FAZER A SOMATÓRIA DE CARGAS PERMANENTES E VARIÁVEIS PARA DEFINIR A CARGA TOTAL DE PROJETO: - SOMA DAS CARGAS PERMANENTES: P laje = 1.56 KN/m² Pcp = 0.84 KN/m² Ppor = 0.26 KN/m² Pest = 0.50KN/m² Ptotal = 3.16 KN/m² - SOMA DAS CARGAS VARIÁVEIS: SC = 2.5 KN/m² CARGA SOLICITANTE DE PROJETO = Ptotal + SC = 3.16 + 2.5 = = 5.66 KN/m² COMBINAÇÕES ELS: • Cargas Permanentes: P laje = 1.56 KN/m² Pcp = 0.84 KN/m² Ppor = 0.26 KN/m² Pest = 0.50 KN/m² • Cargas Variáveis: SC = 2.5 KN/m² • CARGA DE PROJETO NO ELS: ✓ PP+ SC: ✓ Ptotal + SC = 3.16 + 2.5 = 5.66 KN/m² (VALOR PARA SE UTILIZAR PARA CALCULAR AS FLECHAS) COMBINAÇÕES ELU: • Cargas Permanentes: P laje = 1.56 KN/m² x 1.35 = 2.10 KN/m² Pcp = 0.84 KN/m² x 1.35 = 1.13 KN/m² Ppor = 0.26 KN/m² x 1.40 = 0.36 KN/m² Pest = 0.50 KN/m² x 1.25 = 0.62 KN/m² PP = 5.69 KN/m² • Cargas Variáveis: SC = 2.5 KN/m² X 1.50 =3.75 KN/m² CARGA DE PROJETO NO ELU: - PP + SC: 5.69 + 3.75 = 9.44 KN/m² (CARGA PARA CÁLCULO DAS RESISTÊNCIAS DAS PEÇAS) 2 – Determinar as cargas distribuídas em um pórtico de uma cobertura para edificação, coberto com telhas de fibrocimento a carga de vento já é conhecida e tem valor de 0.80 KN/m² de Sucção na cobertura. Os pórticos possuem 8 m de distância entre si e não possuem paredes entre cada pórtico, o Peso estimado da estrutura da cobertura apoiada sobre o pórtico será de 4 Kg/m² e o das vigas do pórtico de 45 kg/m. • DETERMINAR AS CARGAS PERMANENTES QUE VÃO SER DISTRIBUÍDAS SOBRE A SUPERFÍCIE DE MANEIRA ISOLADA: - TELHAS DE FIBROCIMENTO: Ptelhasfib = 4.5 Kg/m² = 0.045 KN/m² - COBERTURA: Pcob = 4 Kg/m² = 0.04 KN/m² • DETERMINAR AS SOBRECARGAS OU CARGAS VARIÁVEIS: - CARGA DE VENTO JÁ CONHECIDA: CVT = 0.80 KN/m² - SOBRECARGA NORMATIVA DE COBERTURA: SCob = 0.25 KN/m² • SOMATÓRIA DE CARGAS: - CARGAS PERMANENTES: Ptelhasfib = 4.5 Kg/m² = 0.045 KN/m² Pcob = 4 Kg/m² = 0.04 KN/m² PP (Parcial) = 0.085 KN/m² PP da vigas do pórtico = 0.45 KN/m - CARGAS VARIÁVEIS: CVT = 0.80 KN/m² SC = 0.25 KN/m² CVTOTAL = 1.05 KN/m² • TRANSFORMANDO CARGAS ISOLADAS EM CARGAS LINEARES: ÁREA DE INFLUÊNCIA DE CADA PÓRTICO É IGUAL A 8 m. - CARGAS PERMANENTES: Ptelhasfib = 4.5 Kg/m² = 0.045 KN/m² X 8 m = 0.36 KN/m Pcob = 4 Kg/m² = 0.04 KN/m² x 8 m = 0.32 KN/m PP das vigas do pórtico = 0.45 KN/m PPTOTAL = 1.13 KN/m - CARGAS VARIÁVEIS: CVT = 0.80 KN/m² x8 m = 6.4 KN/m SC = 0.25 KN/m² x 8 m = 2 KN/m • Solicitações para ELS: COMBINAÇÕES: -PP + SC: 1.13 + 2 = 3.13 KN/m - PP + VENTO: 1.13 + (- 6.4) = - 5.27 KN/m (CASO MAIS DESFAVORÁVEL) - PP + SC + 0.3VENTO: 1.13 + 2 +0.3(-6.4) = 1.21 KN/m • Solicitações para ELU: - CARGAS PERMANENTES: Ptelhasfib = 0.36 KN/m x 1.4 = 0.50 KN/m Pcob = 0.32 KN/m x 1.25 = 0.4 KN/m PP das vigas do pórtico = 0.45 KN/m x 1.25 = 0.56 KN/m PPTOTAL = 1.46 KN/m - CARGAS VARIÁVEIS: CVT = 6.4 KN/m X 1.4 = 8.96 KN/m SC = 2 KN/m X 1.5 = 3 KN/m 0.8 X CVT = 0.8 X 6.4 = 5.12 KN/m - COMBINAÇÕES: - 1.4PP +1.5SC = 1.46 + 3 = 4.46 KN/m - PP + 1.4 VENTO = 1.13 + 1.4(-8.96) = -10.91 KN/m (CASO MAIS DESFAVORÁVEL) = 1.4PP +1.5SC +0.8VENTO = 1.46 + 3 - 5.12 = - 0.66 KN/m
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