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AULA 28 10

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ASSISTÊNCIA DE 
ENFERMAGEM AO 
CLIENTE CIRÚRGICO
PROF. DR. FABRÍCIO DOS SANTOS
Sala de Recuperação Pós-anestésica (SRPA)
PERÍODO PÓS-OPERATÓRIO IMEDIATO
Encontra-se didaticamente dividida em três etapas:
1) imediata – corresponde as primeiras 12 ou 24 horas após o término da cirurgia;
2) mediata – inicia após as primeiras 24 horas e se desenvolve por um período variável até o
dia da alta hospitalar;
3) tardia – sucede a etapa anterior e se estende por um a dois meses, até a completa
cicatrização das lesões.
Portanto, o período Pós-Operatório Imediato (POI) corresponde ao período em que o
paciente está se recuperando da anestesia, sendo iniciado na recepção do paciente na Sala de
Recuperação Pós-Anestésica (SRPA).
Fatores de risco para complicações e óbito no POI: 
controle inadequado do paciente;
oxigenação insuficiente;
administração excessiva de agente anestésico;
erros de julgamento clínico;
seleção inadequada do agente anestésico;
supervisão inadequada;
erros de técnica;
problemas com sedação;
obstrução de vias aéreas no período intraoperatório e laringoespasmo. 
Diagnósticos de enfermagem (DE) reais e de risco em pacientes em POI:
integridade da pele prejudicada;
proteção ineficaz;
mobilidade no leito prejudicada;
dor aguda;
padrão respiratório ineficaz;
Hipotermia;
Náusea;
Ansiedade;
memória prejudicada;
retenção urinária;
comunicação verbal prejudicada 
risco de queda; de aspiração; de infecção;
risco de desequilíbrio da temperatura corporal; de desequilíbrio do volume de líquidos;
risco de glicemia instável; de retenção urinária;
risco de sangramento; de lesão perioperatória por posicionamento;
risco de função hepática prejudicada e risco de recuperação cirúrgica retardada.
RECUPERAÇÃO PÓS-ANESTÉSICA 
Os objetivos da SRPA são proporcionar a recuperação dos pacientes e prevenir e detectar 
precocemente complicações relacionadas ao procedimento anestésico-cirúrgico. 
O foco da assistência de enfermagem na SRPA é assistir o paciente até que ele tenha se 
recuperado dos efeitos dos anestésicos, isto é, até que os seus sinais vitais, consciência e as 
suas funções motoras e sensitivas retornem aos níveis pré-operatórios.
A SRPA constitui parte do bloco cirúrgico, encontrando-se, dessa forma, próxima ao Centro 
Cirúrgico (CC), o que facilita o acesso da equipe. Na ocorrência de complicações pós-
operatórias, o paciente poderá ser avaliado rapidamente e, caso seja necessário, poderá ser 
encaminhado novamente à Sala de Operações (SO). 
Preparo da unidade para o recebimento do paciente na recuperação
pós-anestésica
verificar as saídas de oxigênio e vácuo, testando seu funcionamento;
verificar o material básico (suporte para soro, umidificador de oxigênio,
nebulizadores e vaporizadores, extensões, material para aspiração endotraqueal,
gases e ataduras de contenção);
prever e prover medicamentos e materiais para o atendimento das
complicações mais frequentes.
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO PACIENTE NO PERÍODO PÓS-
OPERATÓRIO IMEDIATO 
Após monitorar os sinais vitais, o enfermeiro deverá, pautado nas informações 
referentes ao período transoperatório, avaliar curativos, cateteres e drenos e iniciar a 
avaliação sistemática do paciente
O enfermeiro deverá iniciar a avaliação pelo nível de consciência, isto é, pela resposta do
paciente aos estímulos verbais.
Em seguida, deverão ser avaliados os sinais vitais, comparando-os com os valores obtidos no
período pré-operatório.
O padrão respiratório é avaliado, considerando-se a expansão da caixa torácica, a simetria, a
profundidade e a frequência da respiração, a SpO2 e a ausculta pulmonar.
Também deverão ser avaliadas a frequência cardíaca, a amplitude e o ritmo do pulso, a PAS e a
PAM,
a perveidade dos acessos venosos (periférico e/ou central), a solução infundida e sua velocidade,
a temperatura axilar, a presença de dor, náusea e vômito, bem como o estado emocional do
paciente.
A presença ou ausência de eliminação urinária e a mobilidade dos membros inferiores são
parâmetros fundamentais a serem avaliados, principalmente nos pacientes submetidos a
bloqueios espinhais ou peridurais
Em relação à frequência das avaliações na SRPA, recomenda-se que seja avaliado a cada 15
minutos na primeira hora, caso se apresente estável, a cada 30 minutos na segunda hora e, a
partir daí, de hora em hora.
Para a avaliação do estado fisiológico dos pacientes submetidos ao procedimento anestésico-
cirúrgico, tem-se utilizado, na maioria das SRPA, o índice de Aldrete e Kroulik. Esse índice
baseia-se na avaliação dos sistemas cardiovascular, respiratório, nervoso central e muscular.
Cada resposta, referente a cada item, recebe uma pontuação que varia de 0 a 2.
Após a avaliação de cada item, somam-se os escores, obtendo-se um escore total, que
subsidiará o julgamento de alta ou não do paciente da SRPA.
Assim, a máxima pontuação no índice é de 10 pontos e considera-se que o paciente está apto a
receber alta da SRPA quando atingir pontuação igual ou superior a 8.
COMPLICAÇÕES MAIS FREQUENTES NO PERÍODO PÓS-OPERATÓRIO
IMEDIATO E INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM
Sistema respiratório
Um aspecto de extrema importância na SRPA é a avaliação da função respiratória. O
enfermeiro deverá estar atento ao padrão respiratório, principalmente se o paciente
apresentar fatores de risco para complicações respiratórias no POI, como: idade avançada,
obesidade, tabagismo, doenças pulmonares prévias (como doença pulmonar obstrutiva
crônica – DPOC), pós-operatório de cirurgias abdominais e de cabeça/pescoço, pós-
operatório de cirurgias de emergência, pós-operatório de cirurgias de longa duração (mais de
três horas), pós-anestesia geral, uso de opioides e de bloqueadores neuromusculares.
Dentre os problemas respiratórios mais comuns e importantes no POI está a hipoxemia,
definida como diminuição da concentração de oxigênio no sangue (a gasometria é utilizada
para ajudar a definir a hipoxemia).
Em geral, os pacientes que recebem anestesia regional, sob sedação, recuperam o nível de 
consciência minutos após deixarem a sala de cirurgia. 
Por outro lado, os pacientes submetidos à anestesia geral normalmente permanecem 
sonolentos, em decorrência do uso de medicamentos hipnóticos e opioides, que deprimem o 
sistema nervoso central, adicionado ao efeito residual dos relaxantes musculares, deixando-
os mais suscetíveis à depressão respiratória.
Intervenções de enfermagem relacionadas ao sistema respiratório no período pós-operatório imediato.
Intervenções de enfermagem relacionadas ao sistema respiratório no período pós-operatório imediato.
Sistema cardiovascular 
A instabilidade do sistema cardiovascular é frequente após a cirurgia. 
Dentre as alterações relacionadas a esse sistema, está o “débito cardíaco diminuído”, definido 
pela NANDA-I como uma situação em que o sangue bombeado pelo coração é insuficiente 
para atender às demandas metabólicas corporais. 
Esse diagnóstico caracteriza-se, entre outras manifestações, por taquicardia, alterações do 
ritmo de pulso e variações de pressão arterial.
Diante disso, o enfermeiro deverá controlar rigorosamente o gotejamento das soluções 
infundidas; 
observar a coloração e o volume da urina, lembrando que o volume urinário esperado para 
um indivíduo adulto é de 0,5 mL/kg/h, avaliar PAS, PAM e a frequência cardíaca (FC). 
Prováveis vias de perda de líquidos (curativos, drenos e sondas) devem ser observadas em 
relação ao aspecto e à quantidade de volume drenado. 
É importante considerar as perdas insensíveis no período transoperatório que, em cirurgias
cardíacas e abdominais, podem ser de 6 a 8 mL/kg/h22.
Intervenções de enfermagem relacionadas ao sistema cardiovascular no período pós-operatório imediato
Intervenções de enfermagem relacionadas ao sistema cardiovascular no período pós-operatório imediato
BIBLIOGRAFIA
• BRUNNER,L. SUDDART,D. Tratado de enfermagem médico cirúrgica. Rio de Janeiro: GuanabaraKoogan Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788527735162/cfi/6/2!/4/2/2@0:0
• CARVALHO, R., Bianchi ERF. Enfermagem em Centro Cirúrgico e Recuperação. Barueri: Manole
Disponível em: https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/Publicacao/36987/pdf
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https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/Publicacao/36987/pdf

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