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Contextualização da Contabilidade de Custos

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Contextualização da Contabilidade de Custos
Prof. Rodrigo de Oliveira Leite
Stephanie Kalynka
Descrição A origem e as principais diferenças entre a Contabilidade Financeira e a Contabilidade de Custos, a
terminologia contábil e os princípios aplicados à Contabilidade de Custos e a outras nomenclaturas da
produção (custos primários, de transformação e fabris).
Propósito Compreender a importância da Contabilidade de Custos e seu impacto no gerenciamento econômico e
financeiro das empresas, bem como conhecer os princípios e as terminologias mais importantes utilizados, a
fim de gerenciar de forma eficaz e eficiente os recursos das empresas, minimizando os custos e maximizando
os lucros.
Preparação Antes de iniciar o estudo deste conteúdo, tenha em mãos papel, caneta, aplicativo de planilha eletrônica e
uma calculadora (ou use a calculadora de seu smartphone/computador).
Objetivos
Módulo 1
Conceitos da Contabilidade
de Custos
Reconhecer os principais conceitos da
Contabilidade de Custos, a sua origem e a
diferença em relação à Contabilidade
Financeira.
Módulo 2
Princípios da contabilidade
de custos
Descrever a terminologia contábil e os
princípios aplicados à Contabilidade de
Custos.
Módulo 3
Custos primário, de
transformação e fabril
Identificar as nomenclaturas de produção
(custos primários, de transformação e
fabris).
Introdução
Neste conteúdo, abordaremos a maneira como as empresas usam a contabilidade para
tomar decisões sobre custos e como as regras contábeis se aplicam à contabilidade
gerencial.
Discutiremos a diferença entre a Contabilidade Financeira e a Contabilidade de Custos.
Analisaremos, também, a terminologia contábil e os princípios aplicados à Contabilidade de
Custos, além de outras nomenclaturas da produção (custos primários, de transformação e
fabris).
1 - Conceitos da Contabilidade de Custos
Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer os principais conceitos da Contabilidade de Custos, a sua origem e a
diferença em relação à Contabilidade Financeira.
Introdução sobre a contabilidade �nanceira
A Contabilidade Financeira surgiu em 1494, com o livro Summa de arithmetica, geometria,
proportioni et proportionalita, do frei Luca Bartolomeo de Pacioli, amigo de Leonardo da Vinci.
Nesse livro, ele aborda o sistema de partidas dobradas pela primeira vez na Europa Continental,
sendo tal sistema a base da Contabilidade.
O sistema de partidas dobradas se refere ao fato de que toda transação que será computada pela
contabilidade tem um caráter duplo, sempre haverá:

Crédito
Refere-se à origem do recurso.
Débito
Refere-se à aplicação do recurso.
A vantagem de tal sistema é que isso reduz a possibilidade de erros nos lançamentos, tendo em
vista que cada um é dobrado e a soma dos créditos deve ser igual à soma dos débitos.
Podemos entender o sistema de partidas dobradas como a maneira que a contabilidade
financeira utiliza para desenvolver a sua técnica de lançamento de todos os fatos que afetam o
patrimônio das entidades. Vejamos um exemplo para esclarecer melhor.
Exemplo
Em março de 2022, o Portal de Economia O Globo divulgou que distribuidoras correram para reforçar estoques de diesel e
evitar desabastecimento. Nessa situação, as distribuidoras adquiriram estoque para revenda, sendo assim, a contabilidade
financeira precisará registrar essa operação por representar um fato contábil. Os profissionais contábeis utilizarão para tal
procedimento o método das partidas dobradas, o qual irão registrar um débito na conta estoque e um crédito na conta
fornecedor. Ou seja, as distribuidoras estão aplicando no estoque e a origem dessa aplicação é o fornecedor.
Após tal marco introdutório, a Contabilidade Financeira continuou a se desenvolver cada vez
mais, até o ponto atual, em que temos a convergência contábil internacional. Desde 2008, o Brasil
segue as regras da International Accounting Standards Board (IASB), que são chamadas de
International Financial Reporting Standards (IFRS).
No Brasil, essas regras são traduzidas e adaptadas pelo Comitê de
Pronunciamentos Contábeis (CPC) e, posteriormente, são regulamentadas
pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC) passando a serem Normas
Contábeis.
Tais normas, que consistem mais em princípios do que em regras especificadamente ditas,
compõem o corpo da Contabilidade Financeira, e todas as empresas devem segui-las para
preparar os seus documentos contábeis. O motivo da contabilidade ser tão regulada se relaciona
com relação ao conflito de agência.
O conflito de agência se refere ao fato de que, muitas das vezes, a administração da empresa e
as decisões contábeis são feitas por pessoas que não têm os mesmos interesses dos usuários
dessa informação contábil. Vejamos dois exemplos distintos a seguir:
Exemplo 1
Uma empresa pode contabilizar suas transações de modo a esconder eventos que podem atrapalhá-la a conseguir
um empréstimo bancário. Nesse caso, o banco tem interesses diferentes da empresa, e daí surgem o conflito e o
dilema. Um caso real que muito repercutiu pelo Mundo foi o caso da empresa Enron Corporation, onde tinha
passivos que não foram registrados na contabilidade, superestimando os lucros. Os executivos conseguiram atrair
novos investimentos ao aplicar essa fraude e valorizaram os preços das ações da empresa, mas em pouco tempo
depois a empresa precisou liquidar suas operações, distribuir suas posses aos credores e os executivos foram
condenados a prisão.

Exemplo 2
O CEO de uma empresa de capital aberto pode ter interesses diferentes dos acionistas e manipular os números
contábeis para lhes mostrar que a situação da empresa parece ser melhor do que realmente é, a fim de obter um
salário maior e receber bônus de produtividade.
Podemos citar o caso da empresa WorldCom que registrou na contabilidade investimentos que na verdade
representavam despesas, fazendo com que a empresa tivesse lucro ao invés de prejuízo.
Portanto, as regras contábeis são feitas para proteger os usuários da contabilidade do conflito
de agência que surge do fato que quem prepara a informação contábil muitas vezes não é quem
a usará. Porém, esse não é o único objetivo das regulações contábeis.
As regulações contábeis também existem para uniformizar a contabilidade
entre todos os entes que a utilizam.
Assim, uma empresa no Brasil e outra no Canadá utilizarão regras e princípios contábeis muito
parecidos, facilitando o acesso a financiamentos e investimentos de fontes internacionais, bem
como ajudando na comparabilidade dos demonstrativos contábeis. Agora que já conhecemos um
pouco da Contabilidade Financeira, vamos falar da Contabilidade de Custos.
Introdução sobre a contabilidade de custos
A Contabilidade de Custos surgiu com a Revolução Industrial a partir dos séculos XVIII e XIX.
Com o surgimento de indústrias, fábricas e manufaturas de forma sistemática, também houve a
necessidade de se contabilizar de forma eficiente os custos no processo de fabricação, a fim de
se obter um registro confiável para um planejamento da margem de lucro, e assim gerir de forma
mais eficiente a empresa.
Antes da Revolução Industrial, não existia, de forma sistêmica, essa transformação em massa de
produtos pelo processo industrial ou fabril. Com o surgimento desse processo, veio uma
pergunta importante:
Para uma empresa comercial, a resposta é fácil: o produto custou o quanto foi pago para
comprá-lo a fim de revendê-lo. Porém, para uma empresa que utiliza diversas matérias-
primas e mão de obra para transformar tais materiais em um produto acabado, é muito
mais difícil calcular o custo de um produto específico, pois não existe uma transação
específica na qual o custo do produto pode ser calculado.
O principal desafio da Contabilidade de Custos é justamente alocar esses custos, sejam eles
custos “tangíveis”, tais como matérias-primas, ou custos “intangíveis”, sejam como mão de obra.
A Contabilidade de Custos, portanto, tem como objetivo primordial:
Oferecer um frameworknos quais os custos possam ser contabilizados e
repartidos entre os produtos, a fim de se obter um custo de produto
vendido o mais fiel possível à realidade.
Esses custos precisam ser fiéis à realidade porque, caso não sejam, o lucro que a empresa está
aferindo também não é real, e isso poderá gerar problemas de falta de capital no futuro, pois os
lucros estariam superestimados. Vejamos o exemplo a seguir:
Exemplo
Noticiários diversos, como o Jornal Valor Econômico e o Portal de Economia G1, publicaram reportagens em março de
2022 sobre o aumento no preço das passagens áreas. O setor enfrentava fortes promoções desde o início da pandemia da
covid-19, mas as passagens voltaram a subir no início de 2022 e um dos motivos apontados pelas companhias aéreas foi
o impacto da alta do petróleo, causado pela guerra na Ucrânica. O petróleo representa um custo significativo para esse
setor.
Podemos perceber diante desse aumento das passagens aéreas que o cálculo correto dos
custos é muito importante, pois, caso sejam calculados de maneira errada, podem afetar o
gerenciamento e o lucro de uma empresa. Essa é uma parte importante da Contabilidade de
Custos e utilizada tanto para a parte interna da empresa (Contabilidade Gerencial), como para
demonstrações de propósito geral (Contabilidade Financeira), cujo objetivo é informar usuários
externos. É justamente sobre isso que iremos falar a partir de agora: as diferenças entre a
Contabilidade de Custos e a Contabilidade Financeira.
Principais diferenças entre a contabilidade
�nanceira e a contabilidade de custos
Podemos definir a Contabilidade Financeira e a Contabilidade de Custos da seguinte maneira:
Quanto me custou o produto que eu estou vendendo? 
Contabilidade Financeira
Procura sistematizar a
contabilidade como um todo com a
finalidade de realizar
demonstrações de propósito geral.
Contabilidade de Custos
Busca entregar informações de
qualidade que serão utilizadas pela
Contabilidade Financeira para a
realização dessas demonstrações
de propósito geral.
A contabilidade de custos também entrega informações para a Contabilidade Gerencial, a fim de
preparar demonstrativos a serem utilizados internamente pelas empresas.
A Contabilidade Gerencial, diferentemente da Contabilidade Financeira, só é utilizada dentro da
organização que a prepara, não sendo utilizada fora da empresa. Assim sendo, não há conflito de
agência, pois quem prepara as informações são as mesmas pessoas que a utilizarão. Além disso,
não há de se falar em padronização, pois cada empresa pode decidir o que é melhor para ela e
como pode preparar as informações para serem consumidas de forma mais útil pela entidade.
Portanto, diferentemente da Contabilidade Financeira, a Contabilidade Gerencial não é regulada.
Já a Contabilidade de Custos é regulada pela NBC TG 16, que trata de estoques. Porém, essa
norma é bastante flexível, dando às entidades opções para calcularem os seus custos de formas
diferentes, sendo cada opção mais aplicável a uma situação.
Atenção!
Um ponto importante é que tanto a Contabilidade Financeira como a de Custos são históricas. Ou seja, são contabilidades
que têm como objetivo registrar e mensurar eventos passados. Já a Contabilidade Gerencial tem como objetivo ser um
apoio para a decisão da administração da entidade (empresa ou organização) e, assim, tem ênfase no futuro.
Adicionalmente, conforme já mencionado anteriormente, a Contabilidade Financeira é pública,
pois é tornada pública por meio da publicação das demonstrações contábeis de propósito geral
(também conhecidas como demonstrações financeiras). Porém, a Contabilidade Gerencial é
confidencial, pois é direcionada apenas para os usuários internos. Já a Contabilidade de Custos é
híbrida, pois suas informações alimentam a Contabilidade Financeira e, portanto, são públicas,
enquanto outra parte alimenta a Contabilidade Gerencial e, portanto, tais informações são
confidenciais. Assim sendo, vemos que:

 Contabilidade Financeira
Visa produzir demonstrações de propósito geral para usuários externos, é bastante regulada e é
pública.
 Contabilidade Gerencial
Tem como objetivo produzir demonstrações de propósito específico para usuários internos, não sofre
regulação e é confidencial.
 Contabilidade de Custos
B i f õ b t bilid d t t G i l Fi i
Híbrida
Parte das informações é pública e parte é confidencial
Diferenças entre contabilidade �nanceira e
contabilidade de custos
O especialista Paulo Roberto Miller Fernandes Vianna Junior fala sobre a origem da
Contabilidade Financeira e da Contabilidade de Custos, seus propósitos, seu público-alvo e suas
principais semelhanças e diferenças:
Importância da contabilidade de custos
Neste tópico, tivemos uma introdução à Contabilidade de Custos, bem como estudamos as
principais diferenças entre a Contabilidade Financeira, a Gerencial e a de Custos. Também
comentamos como a Contabilidade Financeira surgiu na Idade Média, enquanto a Contabilidade
de Custos só veio a surgir com a Revolução Industrial.
Comentário
A Contabilidade de Custos é uma ferramenta indispensável para empresas que precisam alocar os custos para produtos, a
fim de gerar relatórios gerenciais para tomada de decisão e cumprir com suas obrigações societárias e tributárias, tais
como cálculo de tributos e preparação das demonstrações financeiras.
Agora que já temos uma introdução à Contabilidade de Custos, os próximos módulos tratarão
das principais terminologias e princípios da Contabilidade de Custos.
Busca gerar informações para ambas as contabilidades, tanto a Gerencial como a Financeira e, por
isso, é um pouco regulada, já que também é híbrida.

Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
A empresa Multilaser divulgou, em março de 2022, que fabricará motos elétricas. O Jornal Valor
Econômico (2022) divulgou que a companhia está ampliando a produção local eletroportáteis
para reduzir os custos de importação da China, especialmente frete. No primeiro trimestre,
iniciou a produção de ventiladores em Extrema (MG) e pretende fabricar caixas de som, além de
ampliar a manufatura de TVs em Manaus, no segundo trimestre.Diante dessa declaração da
empresa, assinale a alternativa correta.
A
A contabilidade de custos será responsável pela elaboração das
Demonstrações Contábeis que será publicada pela empresa Multilaser.
B
A Contabilidade Financeira será responsável pelo envio das informações para
os usuários internos da empresa Multilaser.
Parabéns! A alternativa D está correta.
%0A%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%0A%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%
paragraph'%3EA%20Contabilidade%20de%20Custos%20%C3%A9%20respons%C3%A1vel%20por%20prestar%20informa%C3%A7%C3%B5es%20tanto
Questão 2
No dia 31 de março termina o prazo para as companhias de capital aberto entregarem seus
números (um mês antes das assembleias gerais ordinárias, que têm que acontecer até o fim de
abril). Como a maioria dos balanços já foi publicada, já se sabe que o aumento de custos fez
um estrago considerável e que esse problema está longe de terminar.
Diante da pubicação realizada pelo Jornal Valor Econômico, em 28 de março de 2022, assinale
a alternativa que representa a área da contabilidade que é responsável pela elaboração das
Demonstrações Contábeis das companhias de capital aberto.
Parabéns! A alternativa A está correta.
%0A%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%3Cp%20class%3D'c-
paragraph'%3EA%20contabilidade%20possui%203%20grandes%20%C3%A1reas%3A%20Financeira%2C%20de%20Custos%20e%20Gerencial%2C%20
C A Contabilidade Gerencial será responsável pelo envio de informações para os
usuários externos da empresa Multilaser.
D
A Contabilidade de Custos será responsável por prestar informações tanto para
a contabilidade financeira quanto para a contabilidade gerencial da empresa
Multilaser.
E
A Contabilidade Gerencial será responsável pelo envio de informações híbridas,ou seja, tanto para a contabilidade financeira, quanto para a contabilidade de
custos.
A Contabilidade Financeira
B Contabilidade de Custos
C Contabilidade Gerencial
D Contabilidade Pública
E Contabilidade de Entidades sem Fins lucrativos
2 - Princípios da contabilidade de custos
Ao �nal deste módulo, você será capaz de descrever a terminologia contábil e os princípios aplicados à Contabilidade de Custos.
Terminologias Contábeis
A fim de aplicarmos de forma correta a Contabilidade de Custos para controlar, classificar e
mensurar os custos para serem apropriados pelos produtos, precisamos entender as principais
terminologias contábeis, bem como os princípios aplicados à Contabilidade de Custos. Neste
módulo, trataremos de ambas as partes, tanto da terminologia contábil como dos princípios da
Contabilidade de Custos. Vamos começar pelas terminologias contábeis.
A NBC TG ESTRUTURA CONCEITUAL (2019) define ativo da seguinte forma: "Ativo é um
recurso econômico presente controlado pela entidade como resultado de eventos
passados. Recurso econômico é um direito que tern o potencial de produzir benefícios
econômicos". Exemplos de ativos são: caixa, imóveis, clientes a receber, veículos, e assim
por diante.
A NBC TG ESTRUTURA CONCEITUAL (2019) define passivo da seguinte forma: “Passivo é
uma obrigação presente da entidade de transferir um recurso econômico como resultado
de eventos passados”. Exemplos de passivos são: empréstimos, financiamentos e contas
a pagar.
Ativo 
Passivo 
Patrimônio Líquido 
O patrimônio líquido de uma entidade é a diferença entre os ativos e os passivos de uma
empresa, denotando, assim, o patrimônio da empresa que pertence aos cotistas ou
acionistas. Portanto, o valor do ativo de uma empresa é igual à soma do passivo com o
patrimônio líquido.
De acordo com a NBC TG 16 (2017), “estoques são ativos mantidos para venda no curso
normal dos negócios, em processo de produção para venda, ou na forma de materiais ou
suprimentos a serem consumidos ou transformados no processo de produção ou na
prestação de serviços”. Portanto, podemos ter estoques de produtos para vendas,
estoques de produtos que estão semiacabados (ou seja, ainda em processo de produção)
ou estoques de matérias-primas. Conforme descrito na NBC TG 16 (2017), os estoques
são contabilizados na conta de ativo da entidade.
Receitas são ingressos de recursos na entidade. A NBC TG ESTRUTURA CONCEITUAL
(2019) define receitas da seguinte forma: “Receitas são aumentos nos ativos, ou reduções
nos passivos, que resultam em aumentos no patrimônio líquido, exceto aqueles referentes
a contribuições de detentores de direitos sobre o patrimônio”. Ou seja, com a venda de um
produto, a empresa aufere receita, ou quando um banco cobra juros por um empréstimo, o
banco aufere receita. As “contribuições de detentores de direitos sobre o patrimônio” são
os valores que os sócios colocam na empresa, e não são classificadas como receita, mas,
sim, como capital social no patrimônio líquido.
Os gastos representam compra de um bem ou serviço que geram sacrifício financeiro
(MARTINS, 2018). Para a Contabilidade de custos tudo que uma empresa compra que
precisa pagar, entregando outro ativo, é chamado de gasto. Esses gastos são divididos
em Investimentos, Custos e Despesas.
Os investimentos representam Gastos Ativados em função da sua vida útil e de benefíciso
futuros atribuíveis (MARTINS, 2018). Ou seja, são gastos que vão para o ativo da empresa,
que tem durabilidade e ajudam a empresa a obter benefícios.
Podemos citar como exemplo de investimento as máquinas que as empresas adquirem.
Normalmente ao adquirir máquinas, a intenção das empresas é melhorar a capacidade
produtiva das operações, gerando benefícios para a entidade, além disso as máquinas
precisam ser ativadas (ser colocada no ativo) pela contabilidade. Erroneamente muitos
acreditam que os gastos com propaganda e publicidade representam investimento para
Estoques 
Receitas 
Gastos 
Investimentos 
as empresas, mas não podem ser classificadas assim porque não cabem no conceito do
termo.
Custo representa os gastos utilizados na produção de um bem ou serviço. A NPC (Norma
de Procedimento de Contabilidade) 2 do IBRACON (Instituto Brasileiro dos Auditores
Independentes) define custo da seguinte maneira: “Custo é a soma dos gastos incorridos
e necessários para a aquisição, conversão e outros procedimentos necessários para
trazer os estoques à sua condição e localização atuais, e compreende todos os gastos
incorridos na sua aquisição ou produção, de modo a colocá-los em condições de serem
vendidos, transformados, utilizados na elaboração de produtos ou na prestação de
serviços que façam parte do objeto social da entidade, ou realizados de qualquer outra
forma”. Exemplos de custos são: matéria-prima, mão de obra e qualquer outro gasto
utilizado para produzir um produto ou prestar um serviço.
Os custos vão sempre depender do tipo de operação da empresa. Por exemplo, quando
analisamos uma companhia aérea, chamamos de custos todos os gastos utilizados na
prestação do serviço da empresa, ou seja nas viagens. Podemos citar o combustível
utilizado pelo aviões como um custo porque são gastos que a empresa apresenta para
prestar o serviço em si. Assim como também todos os gastos com a tripulação, que
representam nessa situação a mão de obra da prestação do serviço.
Os custos são contabilizados nos estoques de produto em elaboração das empresas.
Quando os produtos ficam prontos, os custos são alocados para a conta de estoque de
produtos acabados e quando a empresa vende seus produtos ou presta seus serviços os
valores que foram alocados como custo passam a ser despesa e são lançadas na
Demonstração do Resultado como Custo dos Produtos Vendidos ou Custo dos Serviços
Prestados.
Despesas são saídas de recursos na entidade que ajudam a obter receitas. A NBC TG
ESTRUTURA CONCEITUAL (2019) define despesas da seguinte forma: “Despesas são
reduções nos ativos ou aumentos nos passivos, que resultam em reduções no patrimônio
líquido, exceto aqueles referentes a distribuições aos detentores de direitos sobre o
patrimônio”. Ou seja, quando a empresa paga uma conta de água ou de luz, um aluguel ou
juros de um empréstimo, está tendo despesas, desde que não sejam classificadas como
custo.
As despesas representam gastos, que de maneira direta ou indireta, auxiliam a obter
receitas. Por exemplo, uma empresa ao optar por gastar com propaganda e publicidade
está buscando obter vendas, ou seja, receita. Por esse motivo, gastos com propaganda e
publicidade representam despesas.
Ao observarmos os gastos de uma empresa, podemos entender que os gastos que são
ativos representam investimento, os que são utilizados na produção/prestação de serviço
são custos e os demais são despesas. Lembrando que as despesas precisam ser
registradas na Demonstração do Resultado e diminuem o resultado (lucro/Prejuízo).
Custo 
Despesas 
Balanço Patrimonial 
O Balanço Patrimonial é uma demonstração contábil e retrata a posição das contas de
ativo, passivo e patrimônio líquido de uma entidade. É uma “fotografia” da posição
patrimonial da empresa em determinado momento.
Conhecida como DRE, também representa uma demonstração contábil e retrata o lucro da
empresa como a diferença entre receitas e despesas. Se esse resultado for negativo,
significa que a empresa obteve prejuízo.
Aprender essas terminologias contábeis é muito importante, tendo em vista que, embora possa
parecer redundante, saber o que elas significam ajuda a empresa a tomar melhores decisões na
sua Contabilidade de Custos e, assim, fazer uma gestão mais eficaz e eficiente.
Conforme vimos, o custo representa os gastos que são utilizados na produção ou prestação do
serviço das empresas e quando os produtos são vendidos ou os serviços prestados esses
valores são registrados para despesas, diminuindo o lucro das empresas na Demonstração do
Resultado. Assim como existemgastos que são lançados diretamente para despesas, reduzindo
no mesmo momento o resultado. Portanto, ao se ter um controle mais profundo e atento dos
custos, é possível um ganho na lucratividade. Um controle mais profundo sobre os custos
também pode ajudar as empresas a tomarem decisões mais assertivas sobre seus negócios.
Vejamos um exemplo:
Exemplo
Um exemplo sobre como conhecer os custos pode ajudar as empresas a tomarem decisões mais assertivas sobre seus
negócios foi o caso das editoras brasileiras, que, em março de 2022 resolveram encolher as tiragens de livros e histórias
de quadrinhos por conta do aumento dos custos, principalmente o aumento no preço do papel.
Porém, um ponto importante da Contabilidade de Custos é justamente separar os custos das
despesas. Lembre-se os custos são os gastos utilizados na produção e as despesas não. Se
estivermos analisando a Tesla, a fabricante de carros elétricos, como exemplo, podemos citar
como custos todos os gastos utilizados na produção dos carros elétricos e as despesas aqueles
gastos que não tem relação com a produção. Saber diferenciar os custos das despesas pode
auxiliar as empresas a cortarem gastos de forma efetiva, por exemplo, em uma estratégia de
corte de gastos, o adequado é iniciar pelo corte das despesas para que a produção da empresa
não fique prejudicada.
Agora que já falamos das principais terminologias contábeis, abordaremos os princípios da
Contabilidade de Custos mais importantes.
Princípios aplicados à Contabilidade de Custos
Vamos analisar alguns princípios fundamentais da Contabilidade, porém, com um olhar
relacionado à Contabilidade de Custos. Vamos falar de três princípios norteadores da
Contabilidade de Custos:
  
Demonstração do Resultado 
Custo como base de
valor
Matching principle Materialidade
Assim sendo, vamos começar com o princípio do “custo como base de valor”. A Contabilidade é
uma ciência que busca registrar os fatos econômico-financeiros já ocorridos, portanto não é
surpresa que ela “olhe para trás”, ou seja, apenas registre gastos já ocorridos, e não potenciais
(apenas em situações específicas quando um gasto potencial se relaciona com um evento que já
aconteceu, tal como uma ação judicial).
Portanto, esse princípio se relaciona com o fato de que os custos são a base de valor de um
produto, e tal base de valor se relaciona apenas aos valores já pagos. Assim, o valor de um
estoque é a soma dos custos atribuídos aos produtos, custos esses que são incorridos em
períodos anteriores e são contabilizados nos produtos acabados.
Atenção!
Consequentemente, o princípio do “custo como base de valor” dita que apenas os custos efetivamente incorridos devem
ser incluídos no valor dos estoques, não levando em conta o valor de revenda do produto, tendo em vista que tal valor é
especulativo.
O matching principle dita que os custos devem ser reconhecidos na DRE quando da apuração da
receita. Ou seja, juntamente com o reconhecimento da receita de venda de produtos, é
reconhecido o custo dos produtos vendidos como despesa. Vejamos um exemplo:
Exemplo
A empresa Tesla apenas irá registrar os custos dos carros vendidos na Demonstração do Resultado quando vendê-los, ou
seja, no momento do registro da receita, também será registrado o custo dos produtos vendidos. Enquanto o produto não é
vendido, o valor correspondendo ao custo fica no estoque.
Finalmente, vamos falar do princípio da materialidade (relevância), o qual guia quais tipos de
custos devem ser contabilizados e alocados aos produtos. Tal princípio diz que a informação
contábil deve ser relevante e de valor material para ser reconhecida de forma separada. Caso
contrário, essa informação pode ser agrupada com outras em uma rubrica contábil generalista.
O principal motivo de existir esse princípio é a economicidade das demonstrações contábeis e
financeiras. Não faz sentido gastar recursos e tempo para preparar uma informação contábil que
não seja relevante ou material para os usuários. Portanto, para manter os custos da informação
contábil de uma maneira que não onere demais a instituição, deve-se utilizar esse princípio.
Obviamente, não se deve abusar desse princípio e agrupar contas que sejam relevantes ou
materiais para a empresa. Ao fazer isso, a informação contábil não iria representar de forma
fidedigna a realidade econômico-financeira da empresa.
O custo como base de valor, o matching principle e a materialidade são princípios da
contabilidade de custos que guiam uma contabilização de custos eficiente, a fim de gerar
informação correta e precisa, ao mesmo tempo que não onera muito as empresas ou
organizações.
Princípios da contabilidade de custos
O especialista Paulo Roberto Miller Fernandes Vianna Junior fala sobre os Princípios da
Contabilidade de Custos:

Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
O aumento dos custos superou o avanço de receita e volumes da fabricante de biscoitos e
massas secas M. Dias Branco no último trimestre de 2021, fazendo com que o lucro da
companhia recuasse quase na mesma proporção que a receita cresceu. No quarto trimestre do
ano passado, o lucro líquido foi de R$151,1 milhões, queda de 27,7% ante um ano antes.
A empresa brasileira M. Dias Branco é uma indústria e comércio de Alimentos que fabrica,
comercializa e distribui biscoitos, massas, mistura para bolos, dentre outros. Considerando a
atuação da empresa, encontre a alternativa que apresenta um exemplo de custo de produção
da empresa.
Parabéns! A alternativa A está correta.
%0A%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%3Cp%20class%3D'c-
paragraph'%3ETodas%20as%20demais%20alternativas%20representam%20despesa%20para%20a%20empresa.%3C%2Fp%3E%0A%20%20%20%20%
Questão 2
As passagens aéreas no Brasil já vêm aumentando por causa da alta do petróleo desde o ano
passado, mas o impacto maior ainda está por vir, com a nova escalada das cotações após a
guerra na Ucrânia. Segundo o presidente da Gol, Paulo Kakinoff, o combustível de aviação já
representa 50% do custo das companhias aéreas ‒ bem mais do que o patamar histórico de
35%.
Diante das informações apresentadas pelo Jornal Valor Econômico (2022), encontre a
alternativa que apresenta a terminologia contábil correta para o gasto que as companhias áreas
têm com o petróleo.
A Utilização da matéria-prima, como trigo.
B Combustível para entrega dos produtos vendidos.
C Salário dos vendedores das massas e bolos.
D Gasto com propaganda e publicidade para divulgação da empresa.
E Honorários do contador da empresa.
A Investimento
B Custo
C Despesa
D Passivo
Parabéns! A alternativa B está correta.
%0A%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%3Cp%20class%3D'c-
paragraph'%3EO%20petr%C3%B3leo%20representa%20para%20as%20companhias%20a%C3%A9reas%20custo.%3C%2Fp%3E%0A%20%20%20%20%
3 - Custos primário, de transformação e fabril
Ao �nal deste módulo, você será capaz de identi�car as nomenclaturas de produção (custos primários, de transformação e
fabris).
Custos Primários
Neste módulo, trataremos sobre algumas nomenclaturas aplicadas à produção, a saber: custos
primários, de transformação e fabris. Essas nomenclaturas são importantíssimas, pois são
necessárias para entendermos e classificarmos os custos de forma correta. Assim, poderemos
alocar os custos aos produtos de forma eficaz e eficiente.
Começaremos abordando os custos primários de produção. Depois, falaremos sobre o custo de
transformação e, em seguida, sobre o custo fabril. Por fim, abordaremos a relação entre esses
três tipos diferentes de custos e como eles podem ser calculados um a partir do outro.
Os custos primários de produção são aqueles que se enquadram como
matéria-prima direta ou mão de obra direta, ou seja representam os
primeiros custos de um produto.
Portanto, o custo primário de produtos pode ser calculado como a soma da matéria-prima com a
mão de obra direta (nesse caso, excluímos a mão de obra indireta).Podemos descrever a fórmula
do custo primário do seguinte modo:
E Receita
CP = MP +MOD
Onde CP é o custo primário, MP é a matéria-prima e MOD é a mão de obra direta.
Veremos a seguir um exemplo de como é feita a contabilização dos custos primários:
A partir das informações passadas acima, qual o valor dos custos primários de produção?
Para descobrir, vamos ter que achar a matéria-prima e a mão de obra direta. Nesse caso, a
matéria-prima é de R$18.000,00 e a mão de obra direta é de R$12.000,00 (apenas o salário dos
operários, já que os administradores não estão envolvidos na produção e representam despesas).
Portanto, o valor dos custos primários de produção é de R$18.000,00 + R$12.000,00 =
R$30.000,00.
Suponha que agora tenham sido produzidos 4.500 produtos:
Os custos primários unitários são de 30.000/4.500 = R$6,67. Nesse caso, para a
fabricação de cada produto acabado, são gastos R$6,67 de matéria-prima e mão de obra
direta.
 Aluguel da fábrica: R$10.000,00
 Telefone, internet, luz e água: R$6.000,00
 Matéria-prima: R$18.000,00
 Salário dos operários: R$12.000,00
 Salário dos gerentes e administradores: R$6.000,00
 Salário dos vendedores: R$2.000,00
Qual o valor do custo primário unitário? 
Veremos, a seguir, os custos de transformação e como eles se relacionam com os custos
primários.
Custos de Transformação
Os custos de transformação representam os custos incorridos pela empresa para transformar a
matéria-prima em produto acabado. Assim sendo, são a soma da mão de obra direta (que vimos
no custo primário), mais os custos indiretos de fabricação. Esse valor é, consequentemente, o
esforço econômico incorrido pela empresa na transformação industrial do produto.
Os custos indiretos de fabricação são a soma de todos os custos que não podem ser
diretamente atribuídos aos produtos e, portanto, são indiretamente ligados à produção, tais
como mão de obra indireta, aluguéis, energia elétrica, água e demais custos. Assim sendo,
podemos definir os custos de transformação da seguinte forma:
Onde CT é o custo de transformação, MOD é a mão de obra direta e CIF são os custos indiretos de fabricação.
Utilizando o mesmo exemplo anterior, calcularemos os custos de transformação com os
seguintes dados:
CT = MOD+ CIF
 Aluguel da fábrica: R$10.000,00
 Energia Elétrica da fábrica: R$6.000,00.
 Matéria-prima utilizada: R$18.000,00.
 Salário dos operários: R$12.000,00
 Salário dos administradores: R$6.000,00.
 Salário dos vendedores: R$2.000,00
Nesse caso, temos que a mão de obra direta é de R$12.000,00, conforme já vimos no cálculo do
valor dos custos primários. Os custos indiretos de fabricação são a soma dos demais custos
menos o salário dos administradores e vendedores, pois não atuam na produção do produto e
representam despesas. Os custos indiretos de fabricação somam, então, R$10.000,00 +
R$6.000,00 = R$16.000,00. Agora devemos somar a mão de obra direta para obter o custo de
transformação: R$16.000,00 + R$12.000,00 = R$28.000,00.
Conforme também já vimos no exemplo anterior, a empresa produziu 4.500 produtos. Nesse
caso, os custos de transformação unitários são de R$28.000,00 / 4.500 = R$6,22. Esse valor pode
ser interpretado da seguinte maneira: para cada produto, a empresa gasta R$6,22 para
transformar a matéria-prima em produto acabado.
Agora abordaremos o tema de custos fabris, que também são importantes para determinar os
custos de um produto.
Custos Fabris
Os custos fabris são a soma total dos custos associados à produção do bem. Ou seja, englobam
todos os custos, sejam eles mão de obra, matéria-prima ou custos indiretos de fabricação.
Portanto, os custos fabris representam todos os custos necessários para a produção do bem.
Assim sendo, podemos analisar o custo fabril utilizando a seguinte fórmula:
Onde CF é o custo fabril, MP é a matéria-prima, MOD é mão de obra direta e CIF são os custos indiretos de fabricação.
Veremos, então, o seguinte exemplo, que já utilizamos para calcular os dois casos anteriores, e
aplicaremos a fórmula apresentada para calcular o custo fabril. Assim sendo, utilizaremos
novamente os seguintes dados:
CF = MP +MOD+ CIF
 Aluguel da fábrica: R$10.000,00
 Energia elétrica da fábrica R$6.000,00.
 Matéria-prima utilizada: R$18.000,00.
Já sabemos, pelos cálculos anteriores, que a matéria-prima é R$18.000,00, a mão de obra direta é
de R$12.000,00 e os custos indiretos de fabricação são de R$ 16.000,00. Portanto, os custos
fabris são de R$18.000,00 + R$12.000,00 + R$16.000,00 = R$46.000,00. Assim sendo, os custos
totais em que a empresa incorreu na fabricação dos produtos foi de R$46.000,00.
Agora, como fizemos nos exemplos anteriores, calcularemos o custo fabril unitário. Lembre-se de
que foram produzidas 4.500 unidades de produtos. Portanto, ao dividirmos o valor de
R$46.000,00 por 4.500, teremos o custo fabril unitário, que, no caso, é de R$10,22.
Atenção!
Esse valor pode ser interpretado como os custos unitários do produto que englobam todos os custos associados à sua
produção. Assim sendo, a empresa deve, minimamente, cobrar acima desse valor, caso contrário, estaria vendendo um
produto abaixo do custo em que incorreu na fabricação.
Relação entre os custos primários, de
transformação e fabris
Conforme já verificamos, cada um dos três custos que estudamos tem um objetivo diferente e
comunica uma informação diferente. Vejamos melhor a seguir:
Custos Primários
Os custos primários são aqueles que são, primária e diretamente, associados ao produto. Uma análise desses
custos verifica quais são os custos “básicos” do produto. Ao alterarmos esses custos, mexeremos diretamente
no produto final. Portanto, uma redução nos custos primários pode afetar a qualidade do produto acabado.
 Salário dos operários: R$12.000,00
 Salário dos administradores: R$6.000,00.
 Salário dos vendedores: R$2.000,00
Custos de Transformação
Os custos de transformação trazem o esforço econômico e financeiro da empresa em transformar a matéria-
prima em produto final. A empresa pode, então, avaliar se pode reduzir esses custos se mudando para uma outra
localidade, alterando a estrutura administrativa ou gerencial ou mexendo em outros custos indiretos. Tais custos
podem ser alterados sem efeito “direto” no produto.
Custos Fabris
Os custos fabris são a totalidade dos custos, e esse valor ajuda a empresa a adotar uma política de formação de
preços que possa dar a ela uma margem de lucro satisfatória de modo a pagar pelos custos incorridos e gerar
uma remuneração aos acionistas.
Agora, trataremos da relação matemática entre os custos. Começaremos com as fórmulas que já
vimos, dos custos primários, de transformação e fabris:
Veja, então, que podemos determinar tanto o CT quanto o CF pelo CP, com alguns ajustes:
Podemos fazer a mesma coisa com o CT e o CF:
Além disso, como o custo fabril é a soma total dos custos dos produtos, podemos determinar o
CF com base no CT e no CP da seguinte forma:
Note que tivemos de retirar a mão de obra direta, tendo em vista que foi somada duas vezes nas
fórmulas. Vejamos um exemplo em que podemos aplicar essa fórmula:
Uma empresa tem custos primários de R$25.000,00 e custos de transformação de
R$40.000,00. Sabendo que a sua mão de obra direta custa R$7.000,00, qual é o seu custo
fabril?
CP = MP +MOD CT = MOD+ CIF CF = MP +MOD+ CIF
CT = CP −MP + CIF CF = CP + CIF
CP = CT +MP − CIF CF = CT +MP
CP = CF − CIF CT = CF −MP
CF = CP + CT −MOD
Exemplo 1 
Aplicamos a fórmula CF = CP + CT – MOD e chegamos ao valor de CF = R$25.000,00 +
R$40.000,00 – R$7.000,00 = R$58.000,00. Portanto, o custo fabril é de R$58.000,00.
Utilizando os mesmos dados do exemplo anterior (CP = R$25.000,00, CT = R$40.000,00 e
MOD = R$7.000,00), calcule o valor da matéria-prima utilizada, bem como os custos
indiretos de fabricação.
Sabemos que a fórmula do custo primário é CP = MP + MOD. Então, temos que
R$25.000,00 = MP + R$7.000,00, então MP = R$25.000,00 – R$7.000,00 = R$18.000,00.A partir disso, podemos calcular o CIF a partir da fórmula dos custos de transformação
(CT = CP – MP + CIF): R$40.000,00 = R$25.000,00 – R$18.000,00 + CIF, então temos que
CIF = R$40.000,00 – R$7.000,00 = R$33.000,00. Portanto, temos que a matéria-prima
utilizada na produção dos produtos é de R$18.000,00 e o custo indireto de fabricação é de
R$33.000,00.
Portanto, agora já podemos calcular cada um desses três custos a partir dos outros custos,
fazendo apenas pequenos ajustes, tal como a retirada dos custos de matéria-prima do valor do
custo fabril para chegarmos ao custo de transformação, e assim por diante.
Síntese sobre os custos
Vejamos a síntese dos custos a seguir:
Exemplo 2 
 Custos Primários
São aqueles mais diretamente associados aos produtos, a saber: a mão de obra direta e as matérias-
primas.
 Custos de Transformação
Os custos de transformação representam o esforço produtivo da empresa ao transformar a matéria-
prima em um produto acabado.
 Custos Fabris
São a soma de todos os custos, de forma a se determinar o custo total a ser apropriado para os
produtos. Tal custo é também importantíssimo para as empresas calcularem suas margens de lucro
e, assim, o seu preço final.
É importante perceber que esses três tipos de custos podem ser combinados a fim de se obter
um valor de custo a partir de outro. Isso é de vital importância, pois, a partir da comparação das
fórmulas, fica mais fácil se compreender a relação entre esses três principais tipos de custos e
quais tipos de informação eles trazem.
Relação entre os custos Primário, de
Transformação e Fabris
O especialista Paulo Roberto Miller Fernandes Vianna Junior fala sobre a relação entre os custos
primário, de transformação e fabris.

Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Apesar da inflação e da retração no poder de compra do consumidor, os grandes fabricantes de
chocolate terão, neste ano, uma produção de ovos maior do que na Páscoa de 2021, quando o
país ainda atravessava um momento difícil da pandemia.
A Mondelez, dona da Lacta, diz que elevou em 10% o volume. A empresa lançou uma linha de
pequenos ovos recheado, com preço mais baixo, e aposta na venda das caixas de bombom.
Diante dos dados divulgados pelo Jornal Valor Econômico (2022) referente à situação das
fábricas de chocolate, encontre a alternativa que representa os custos primários das empresas.
Parabéns! A alternativa B está correta.
%0A%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%3Cp%20class%3D'c-
paragraph'%3EO%20custo%20prim%C3%A1rio%20%C3%A9%20calculado%20como%20CP%20%3D%20MP%20%2B%20MOD.%20Temos%20que%20o
Questão 2
Uma empresa tem os seguintes custos: aluguel R$2.000,00; mão de obra direta R$8.000,00;
matéria-prima R$7.000,00. Quais os valores do custo primário, do custo de transformação e do
custo fabril, respectivamente?
A CP = MP + CIF
B CP = CF – CIF
C CP = CF + CIF
D CP = CF + MOD + CIF
E CP = CT – CIF
Parabéns! A alternativa A está correta.
%0A%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%3Cp%20class%3D'c-
paragraph'%3EPodemos%20calcular%20os%20custos%20da%20seguinte%20forma%3A%20CP%20%3D%20MP%20%2B%20MOD%2C%20CT%20%3D
Considerações �nais
Este conteúdo teve como objetivo contextualizar a Contabilidade de Custos e dar uma introdução
aos principais conceitos dessa área da Contabilidade e como ela se relaciona com a
Contabilidade Financeira e a Contabilidade Gerencial.
Primeiramente, abordamos as principais diferenças entre a Contabilidade Financeira e a
Contabilidade de Custos, explicando que a Contabilidade Financeira, embora gere informações
que aparecerem no balanço patrimonial e na demonstração de resultados do exercício da
empresa (além de informações para serem usadas na Contabilidade Gerencial), não gera nenhum
demonstrativo sozinha, apenas auxilia outras áreas da Contabilidade e da Administração.
Em seguida, estudamos as principais terminologias contábeis relacionadas com os custos, como
receita, despesa, custo e outras que são importantes de conhecer a fim de entender de forma
mais profunda os próprios princípios e as terminologias da Contabilidade de Custos. Ademais,
também falamos de três princípios extremamente importantes para a Contabilidade de Custos: o
custo como base de valor, o matching principle e a relevância/materialidade das informações
financeiras.
No último módulo, falamos sobre os custos primários, de transformação e fabris. Explicamos
seus objetivos e como são calculados, utilizando fórmulas que levam em conta os gastos com
matéria-prima, mão de obra direta e outros custos de fabricação. Também vimos como calcular
cada um desses três custos a partir dos outros. Abordamos também como dividir esses custos
pelo número de produtos produzidos e, assim, chegar ao valor unitário de cada um dos três tipos
de custos abordados.
Agora que você finalizou o estudo deste conteúdo, já está familiarizado com a terminologia
básica da Contabilidade de Custos, além de ter aprendido formas básicas de calcular alguns
tipos de custos que são muito usados na tomada de decisão das empresas.
A R$15.000,00, R$10.000,00, e R$17.000,00.
B R$10.000,00, R$15.000,00, e R$17.000,00.
C R$17.000,00, R$15.000,00, e R$10.000,00.
D R$10.000,00, R$17.000,00, e R$15.000,00.
E R$17.000,00, R$10.000,00, e R$15.000,00.
Podcast
Agora, o especialista Paulo Roberto Miller Fernandes Vianna Junior encerra respondendo o que é
a Contabilidade de Custos e como ela se diferencia da Contabilidade Financeira.
Explore +
Caso você queira aprender mais sobre a Contabilidade de Custos, recomendamos a leitura do
livro Contabilidade de Custos, da Editora Atlas, agora em sua 11ª edição. Esse livro é considerado
por muitos como o guia definitivo da Contabilidade de Custos no Brasil, sendo também um dos
mais antigos do gênero. O autor é Eliseu Martins, professor da Universidade de São Paulo (USP),
um dos expoentes em Contabilidade no Brasil, tendo servido em diferentes conselhos de
empresas e em posições governamentais na área contábil. O livro é um manual de fácil consulta
e leitura que aborda a Contabilidade de Custos de forma completa e profunda.
Referências
NORMA BRASILEIRA DE CONTABILIDADE NBC TG 16 (R2), de 24 de fevereiro de 2017.
NORMA BRASILEIRA DE CONTABILIDADE NBC TG ESTRUTURA CONCEITUAL, de 21 de novembro
de 2019.
GELBCKE, E.; DOS SANTOS, A.; IUDiCIBUS, S.; MARTINS, E. Manual de Contabilidade Societaria:
Aplicável a Todas as Sociedades de Acorda com as Normas lnternacionais e do CPC. 3. ed. Rio
de Janeiro: Atlas, 2018.
INSTITUTO DOS AUDITORES INDEPENDENTES DO BRASIL. IBRACON. Consultado na Internet em:
05 abr. 2021.
LEONE, G. S. G.; LEONE, R. J. G. Curso de Contabilidade de Custos. 4. ed. Rio de Janeiro: Atlas,
2010.
MARTINS, E. Contabilidade de Custos. 11. ed. Rio de Janeiro: Atlas, 2018.
MARTINS, E; ROCHA, W. Contabilidade de Custos: Livro de Exercfcios. 11. ed. Rio de Janeiro:
Atlas, 2015.

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