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Profa. Dra. Camila Lima UNIDADE I História da Educação Unidade europeia baseada na religião: Cristandade. Progressivamente, as instituições educacionais do mundo antigo passam a dar espaço para novos locais de ensino e novas formas de se ensinar. Organização política e econômica marcada pela fragmentação territorial, predomínio da vida e da economia rural, sociedade estamental (de pouca mobilidade) e pequena parcela da população alfabetizada. Igreja Católica: detém grande poder político, cultural e econômico. Igreja: herdeira do mundo antigo romano, tem papel central na educação do período, com consequências e continuidades até a atualidade. Educação no Período Medieval – Alta Idade Média (séculos V a X) Importantes agentes educacionais: monges (clero regular). Escolas monásticas: escolas organizadas nos mosteiros, onde os monges ensinavam membros do clero e elites laicas. Mosteiros eram também locais de preservação das obras escritas antigas, pois havia monges responsáveis por fazer cópias manuscritas. Scriptorium (sing.) / scriptoria (pl.): local onde se realizavam as cópias dos livros nos mosteiros. Ensino nas escolas monásticas: baseado nos autores cristãos, como Santo Agostino e São Jerônimo, e autores antigos, para o ensino das Artes Liberais. Escolas Monásticas Artes Liberais (do intelecto, estudadas pelos homens livres) X Artes Manuais (conhecimento necessário para realizar a produção manual, como o ofício de marceneiro, ferreiro, construtor etc.). Artes Liberais: total de sete, divididas em dois grupos: Trivium: gramática, retórica e dialética (maior destaque na Alta Idade Média, pois auxiliavam na leitura da Bíblia). Quadrivium: aritmética, música, geometria e astronomia. Latim: língua da Igreja, dos documentos escritos (burocracia), do conhecimento (textos lidos e estudados nas escolas monásticas). Escolas Monásticas Renascimento Carolíngio: momento de valorização da cultura antiga e resgate dos autores e elementos culturais do Império Romano. O imperador franco Carlos Magno (coroado pelo papa no ano de 800) conquistou parte considerável da Europa. Empreende uma série de iniciativas que promovem a educação, a manutenção da cultura antiga e a conversão ao cristianismo dos povos conquistados. Fundação de muitos mosteiros – difusão do modelo das escolas monásticas. Padronização da escrita, para facilitar a leitura e compreensão dos manuscritos: minúscula carolina, ou minúscula carolíngia. Renascimento Carolíngio (século VIII-IX) Escola do Palácio: traz uma série de eruditos da época para serem professores na escola de seu palácio – Paulo (Diácono), Pedro de Pisa, Paulino de Aquilia e Alcuíno de York. Fundação de escolas em diversas cidades, como Tours, Fulda, Auxerre e Corbi. Grande preocupação com o ensino dos preceitos religiosos e a expansão do cristianismo em seus territórios. Aliança com o papa. Com a fragmentação do poder no Império Carolíngio após a morte de Carlos Magno, em 814, o poder papal ganharia muita força política como consequência das ações empreendidas de cristianização dos povos conquistados e difusão de um ensino cristão. Crescimento populacional e êxodo rural. Cruzadas: expedições militares e de peregrinação à Terra Santa (Jerusalém), motivadas pelo papa (Concílio de Clermont, 1095). As cruzadas geram uma série de consequências que transformaram profundamente a Europa a partir do século XI: Contatos com outros povos, principalmente muçulmanos. Crescimento do comércio e enriquecimento dos mercadores das cidades italianas. Fortalecimento do poder papal. Crescimento da população e da importância das cidades. Transformações da Baixa Idade Média (séculos XI ao XV) Crescimento urbano e aumento do comércio: pessoas passam a ter mais contato entre si. Transformações na Igreja e no Clero: maior controle da religião e combate às heresias. Heresias: posturas e crenças que estavam em desacordo com o que era definido pela Igreja como ortodoxia religiosa (o padrão, o que deve ser seguido). Tribunal da Inquisição: instituição criada e controlada pelo papa que tinha como função investigar e julgar aqueles que eram acusados de heresia. Os espaços de ensino se deslocam do campo para as cidades: escolas monásticas continuam a existir, mas as escolas ligadas às catedrais ganham maior destaque. Catedrais: ambiente urbano. Renascimento urbano e escolas das catedrais Comércio com o Oriente cresce após as Cruzadas: europeus passam a ter contato com a filosofia árabe, a Falsafa. Platão: autor antigo de destaque no pensamento da Alta Idade Média Europeia Cristã – valorização do mundo das ideias. Agostinho de Hipona (354-430), “A cidade de Deus” – platônico. Aristóteles: valorização dos sentidos como fonte de conhecimento. Aristóteles era o autor antigo de destaque nas obras dos filósofos árabes, que eram grandes comentadores de suas obras – Al-Kind (769-873), Al-Farabi (972-950), Ibn-Sina (980- 1037) e Ibn-Rushd (1126-1198). Além das escolas das catedrais, mestres passavam a ensinar de forma autônoma nas cidades, sobretudo a partir do século XII. Autores árabes passam a ser mais lidos nas cidades e, junto com eles, o pensamento de Aristóteles ganha maior influência, especialmente a dialética aristotélica. Universidades: associações de estudantes e mestres, ou apenas de estudantes (semelhantes às corporações de ofício), que surgem a partir do século XIII – não estão ligadas a um mosteiro ou catedral, por isso têm maior autonomia. Maioria dos estudantes e mestres pertencia ao clero – ensino ainda fortemente influenciado pela religião cristã. Universidades Medievais As universidades eram normalmente formadas por: Faculdade de Artes (filosofia). Faculdade de Medicina. Faculdade de Direito (civil e canônico). Faculdade de Teologia (dominada por franciscanos e dominicanos). Ensino nas universidades: escolástica – baseadas nas autoridades, na leitura de textos e em um método específico de exposição do conteúdo. Sobre as escolas monásticas, é incorreto afirmar: a) Localizavam-se no campo e estavam ligadas aos mosteiros. b) Destinavam-se apenas à formação dos membros do clero. c) Seu ensino se baseava em alguns autores antigos (gregos e romanos), nos textos sagrados e nos autores cristãos, como Jerônimo e Agostinho de Hipona. d) A preservação dos textos antigos, utilizados no ensino medieval, foi favorecida pela existência de scriptoria nos mosteiros. e) O estudo do Trivium tinha grande importância. Interatividade Sobre as escolas monásticas, é incorreto afirmar: a) Localizavam-se no campo e estavam ligadas aos mosteiros. b) Destinavam-se apenas à formação dos membros do clero. c) Seu ensino se baseava em alguns autores antigos (gregos e romanos), nos textos sagrados e nos autores cristãos, como Jerônimo e Agostinho de Hipona. d) A preservação dos textos antigos, utilizados no ensino medieval, foi favorecida pela existência de scriptoria nos mosteiros. e) O estudo do Trivium tinha grande importância. Resposta Jesuítas: herdeiros do pensamento escolástico e das universidades medievais; atuam também influenciados pelo Renascimento Cultural do início da Idade Moderna; surgem no contexto das Reformas Religiosas do século XVI. Renascimento Cultural: ocorre na passagem da Idade Média para a Idade Moderna – momento de valorização da cultura antiga dos gregos e romanos. Mas já não havia ocorrido outros renascimentos? Particularidades: leitura dos textos originais (em grego e latim); percepção do distanciamento histórico entre o mundo antigo e o momento em que viviam. Os Jesuítas e a Educação no Brasil Colonial Humanismo: valorização do Homem, de sua capacidade de compreender o mundo, a criação divina (atitude cristã), de transformar-se, de mudar o próprio destino. Humanismo – humanistas– studia humanitatis. Textos compreendidos como produto de seu tempo; línguas e culturas mudam. Leitura e interpretação da Bíblia ainda era restrita ao clero: crítica a essa postura iria desencadear as Reformas Religiosas: Martinho Lutero (1483-1546), João Calvino (1509- 1564), Ulrico Zuínglio (1484-1531), Henrique VIII da Inglaterra (1491-1547) etc. Igreja Católica: também faz reformas em suas instituições e cria estratégias de combater o avanço das novas religiões cristãs reformadas – Concílio de Trento (1545-1563). Jesuítas: missionários da Igreja Católica, atuam na Europa e nos territórios em que Portugal e Espanha se expandiam. Ligados diretamente à autoridade papal. Companhia de Jesus: surge em 1540, a partir de religiosos ligados à Universidade de Paris. Fundador: Inácio de Loyola (1491-1556). Expansão da fé: parte fundamental das justificativas para a expansão ibérica – atuam como missionários, catequizadores e professores das primeiras letras nas colônias. Têm enorme capacidade de adaptação a diferentes culturas para realizar a missão evangelizadora. Criação do Tribunal do Santo Ofício. Index dos Livros Proibidos – controle sobre os textos que poderiam ser estudados. Objetivos da Companhia de Jesus: Defesa e propagação da fé: pregação e exercícios espirituais. Educação cristã e dos mais humildes. Administração dos sacramentos e realização de obras de misericórdia. Jesuítas – vão passar a atuar nas universidades, especialmente em Portugal, controlando o ensino superior no reino – ensino baseado na II Escolástica. Chegada dos jesuítas ao Brasil: a partir de 1549 – maior controle da coroa sobre a colônia com o estabelecimento do Governo Geral, com sede na cidade de Salvador, na Bahia. Fazem parte daqueles que atuam para a manutenção do poder do rei português no Brasil. Mas também atuaram para tentar garantir certos direitos à população mais explorada. Divisão da população vivendo na colônia: colonizador: aqueles ligados à administração e ao poder metropolitano; colonos: proprietários rurais, constituem a elite local; colonizados: todos os que estão subordinados ao poder dos anteriores – indígenas, escravizados, mestiços, brancos pobres. Fundação de Colégios Jesuíticos: formação dos membros religiosos da companhia. Padronização do ensino: Ratio Studiorum. Catequização e ensino das primeiras letras aos indígenas: prevalece a primeira atividade. Adaptação ao modo indígena de educação – uso de brincadeiras, redução do uso de castigos e violência. Indígenas brasileiros, segundo o Sermão do Espírito Santo, de Padre Antônio Vieira, eram como a murta. Elites locais: ensino domiciliar para primeiras letras e ensino superior em universidades europeias, especialmente em Coimbra. Aldeamentos/aldeias: criadas a partir de 1566. Locais onde os indígenas buscavam abrigo sob proteção dos jesuítas. Buscavam resolver conflitos entre jesuítas e colonos – questão da mão de obra dos indígenas. Local de catequização e aculturação – reduz guerras. Ajuda a diminuir a mortalidade indígena pelo contato com os colonos (guerras e doenças). Primeiramente instaladas no litoral. Progressivamente passam a ser criadas no interior do território. Aldeamentos tinham: Escolas; Oficinas de artesanato; Cabanas para indígenas morarem; Capelas; Alojamento para os padres – normalmente dois por missão. Ensino jesuítico nas aldeias compreendia ofícios em geral, artes, a catequese, escrita e leitura. Jesuítas compunham também a elite letrada da colônia: Eram escritores, como o Padre Antônio Vieira. Estudavam a natureza das colônias. Estudavam as novidades científicas de seu tempo e faziam experimentos, como o Padre Bartolomeu de Gusmão. Mudanças na Europa, especialmente relacionadas ao poder dos reis, fariam com que o espaço alcançado pelos jesuítas em Portugal passasse a representar um problema para a monarquia, chegando ao ápice das tensões entre religiosos e rei com a expulsão dos jesuítas do reino e das colônias em 1759. Sobre os jesuítas, não é correto afirmar: a) Eram missionários na Europa e nas colônias portuguesas e espanholas. b) Tiveram papel central nos esforços papais em conter os avanços das novas religiões cristãs reformadas a partir do século XVI. c) Tiveram grande participação no ensino no Brasil Colonial. d) Sempre atuavam favorecendo os interesses dos colonizadores e colonos, mesmo quando isso prejudicava as populações indígenas. e) Muitas vezes eram também escritores e “cientistas”. Interatividade Sobre os jesuítas, não é correto afirmar: a) Eram missionários na Europa e nas colônias portuguesas e espanholas. b) Tiveram papel central nos esforços papais em conter os avanços das novas religiões cristãs reformadas a partir do século XVI. c) Tiveram grande participação no ensino no Brasil Colonial. d) Sempre atuavam favorecendo os interesses dos colonizadores e colonos, mesmo quando isso prejudicava as populações indígenas. e) Muitas vezes eram também escritores e “cientistas”. Resposta Revolução científica do século XVII. 1580-1640: União das Coroas Ibéricas. Consequências dos acordos entre Portugal e Espanha após o fim da União das Coroas Ibéricas no século XVII: crescimento do território português na América. 1750: Tratado de Madrid: América Portuguesa passa a ter fronteiras muito próximas ao que se tornou o Brasil hoje. Mineração no Brasil – desenvolvimento de uma sociedade mais urbanizada na região das minas do que ocorria anteriormente (a economia estava baseada na exploração da cana-de-açúcar). Reforma Pombalina – Antecedentes Século XVIII: Iluminismo e Despotismo Esclarecido. Iluminismo: Valorização da razão, da qual todo ser humano seria dotado. Questionamento sobre as tradições, privilégios (sociedade estamental, nobreza, poder do clero etc.). Defesa das liberdades: de expressão, de propriedade, de iniciativa... Questiona o autoritarismo dos reis (absolutismo) e o seu controle sobre a economia (mercantilismo). Alguns filósofos iluministas: Voltaire, Kant, Rousseau, D’Alambert, Diderot... Despotismo esclarecido: tentativa de alguns monarcas de implementar reformas que modernizavam seus governos baseados nos ideais iluministas. Sebastião José de Carvalho e Mello (1699-1782), Marquês de Pombal: foi o primeiro ministro do rei português D. José I (1714-1777); fez reformas em Portugal inspirado pelo Iluminismo, mas sem deixar de fortalecer um Estado monárquico e com características absolutistas; promoveu espaços científicos no Reino, inspirado nas novidades da Revolução Científica – novos métodos e instrumentos; atuou em um contexto de crise da produção colonial (declínio da mineração) – maior controle e racionalização da exploração do Brasil. Deseja tirar o monopólio dos jesuítas sobre a educação – empreende uma verdadeira perseguição à Companhia de Jesus 1759: jesuítas são proibidos de realizarem atividades educativas. 1759: jesuítas são expulsos de Portugal e de suas colônias. 1773: a Companhia de Jesus é extinta pelo papa (restaurada em 1814). Ensino elementar: Inicialmente não é modificado: Ensino domiciliar e aulas particulares. Atuação dos oratorianos e outras ordens religiosas. 1777: criação das aulas elementares para meninos – com aulas de ortografia e gramática da língua portuguesa, doutrina cristã, história da pátria, aritmética e normas de civilidade. Reformas de Pombal na Educação Ensino secundário – criação das aulas régias avulsas secundárias (1759): instituídas em todas as capitais de comarca; frequentadas pelos rapazes; contavam com aulas de gramática latina, grega e hebraica, retórica e filosofia; com professores que deveriam ser selecionados por concurso público; obras dos jesuítas proibidas; inserção de textos de autores inspirados no Iluminismo– Luis Antônio Verney, “O verdadeiro método de estudar” (defendia a importância das ciências experimentais modernas no ensino). Pombal também se ocupou da criação de instituições para a formação profissional: 1759: Aula de Comércio – para formar os negociantes do reino: aulas de caligrafia, contabilidade, escrituração comercial, línguas modernas etc. 1761: Colégio dos Nobres – grande fracasso, mas inspirou a reforma da Universidade de Coimbra – incorporava novas disciplinas e conteúdos baseados nas ciências modernas. 1772: Reforma da Universidade de Coimbra Criação de duas novas faculdades: de Matemática e de Filosofia (substituía a Faculdade de Artes). Criação de novos estabelecimentos científicos da universidade: jardim botânico, teatro astronômico, museu de História Natural, gabinete de Física Experimental, observatório astronômico, laboratório químico, dispensário farmacêutico. 1768 – criação da Mesa Censória: para controlar o pensamento e os livros e autores que poderiam ser lidos em Portugal e em seu império – censura prévia aos textos. Brasil: Continua sem ter universidades, mas há alguns cursos para formação profissional, especialmente de engenharia militar/fortificação (defesa do território). Filhos das elites econômicas brasileiras se dirigiam à Universidade de Coimbra para estudar, onde tinham contato com as ideias iluministas. São criadas 44 aulas avulsas régias (estudos menores): compreendiam as primeiras letras, gramática latina, retórica, gramática grega e filosofia. Recursos para manter a educação – imposto sobre a carne e a pinga – formava o subsídio literário. Surgem no Brasil, nesse momento, muitas sociedades cultas e de letrados – alguns dos membros atuam como professores pombalinos. Críticas às reformas pombalinas na educação no Brasil: Baixa remuneração dos mestres. Disputas entre textos que seriam utilizados no ensino. Disciplina autoritária e repressiva. Arrecadação insuficiente do subsídio literário. Falta de livros. Dificuldades em conseguir professores. Dificuldade para levar educação ao campo. Sobre as reformas empreendidas por Pombal em Portugal e no Brasil, é correto afirmar: a) Conseguiram garantir o monopólio do Estado no ensino, desde o ensino elementar até as universidades. b) Laicização do ensino, impedindo qualquer ordem religiosa de atuar na educação. c) Implantaram o Iluminismo em todos os seus aspectos, garantindo grande liberdade de pensamento aos professores e alunos. d) Havia censura de certos autores e textos. e) Promoveu o desenvolvimento do ensino superior no Brasil, criando as primeiras universidades na colônia. Interatividade Sobre as reformas empreendidas por Pombal em Portugal e no Brasil, é correto afirmar: a) Conseguiram garantir o monopólio do Estado no ensino, desde o ensino elementar até as universidades. b) Laicização do ensino, impedindo qualquer ordem religiosa de atuar na educação. c) Implantaram o Iluminismo em todos os seus aspectos, garantindo grande liberdade de pensamento aos professores e alunos. d) Havia censura de certos autores e textos. e) Promoveu o desenvolvimento do ensino superior no Brasil, criando as primeiras universidades na colônia. Resposta 1806: Napoleão ordenou o fechamento dos portos europeus a navios e mercadorias inglesas – passa a invadir Estados que não cumprissem essa ordem. Portugal: dependente das riquezas do Brasil. 1808: transferência da Corte portuguesa ao Brasil – controle desse território e de suas riquezas: 22 de janeiro de 1808: o príncipe regente, D. João, chega a Salvador; 28 de janeiro de 1808: abertura dos portos às nações amigas; fevereiro de 1808: criação da primeira escola de medicina no Brasil, que é transformada, em 1832, em Faculdade de Medicina da Bahia. 8 de março de 1808: Dom João chega ao Rio de Janeiro, capital da colônia; abril de 1808: criação da Academia Médico-Cirúrgica do Rio de Janeiro. Organização da Educação no Brasil: Corte no Brasil Primeiras iniciativas no Brasil com a criação de escolas de medicina tentavam sanar o problema da formação de profissionais dessa área na colônia (antes precisavam ir à Europa estudar). A Corte recebe inicialmente 10 mil pessoas vindas com a família real e mais 15 mil nos anos seguintes – é preciso criar uma série de instituições de cultura, lazer, serviços, produtos etc. para atender a essas pessoas. 1808: criação da imprensa régia – primeiros jornais e revistas produzidos no Brasil. Criação da Biblioteca Real, Teatro São João, Jardim Botânico, Escola de Música e de Canto Sacro da Capela. Passa a ser permitida a instalação de indústrias (proibidas por Pombal desde 1785). 1815: Brasil elevado a Reino Unido. 1816: “Missão Francesa” – grupo de franceses que vem ao Brasil após a derrota de Napoleão para oferecer seus serviços como artistas e artesãos e como professores dos ofícios que dominavam: Joaquim Lebreton (líder do grupo). Auguste-Marie Taunay (escultor). Nicolas Antoine Taunay (pintor). Jean-Baptiste Debret (pintor e desenhista). Auguste Henri Victor Grandjean de Montigny (arquiteto) etc. 1826: criação da Academia de Belas Artes (já com o país independente e durante o governo de Dom Pedro I). 1818: morte da rainha D. Maria I – Dom João VI é aclamado rei de Portugal ainda estando no Brasil. 1822: Independência do Brasil. Nesse momento se torna ainda mais importante reconhecer o território brasileiro, tanto para conhecer suas riquezas e potencialidades, quanto para criar boa defesa e manter a integridade do território. Imperatriz Leopoldina (1797-1826) – primeira esposa de Dom Pedro I (1798-1834): apadrinha cientistas para realizarem viagens ao Brasil. Educação no Brasil no Período Imperial Primeiras letras (ensino de leitura, escrita e contas): Ainda há predomínio da educação doméstica nas famílias mais abastadas. Mestres contratados pela família – têm grande controle do ensino dos filhos. Muitas vezes algum parente ensinava as várias crianças da família. Uso de castigos (vara de marmelo, palmatória). Métodos estrangeiros empregados (professores franceses, alemães etc.) – muitas vezes não eram adequados aos alunos brasileiros. Baseado na memorização de conteúdos. Método individual: mesmo que estejam várias crianças de diferentes idades no mesmo recinto e com o mesmo professor, cada uma é atendida individualmente. Meninas: preparadas para a vida adulta, aprendiam a ler, escrever, alguns conhecimentos de matemática básica; aprendiam também a bordar, coser, cortar, dançar etc. Meninos: ensinados a desenvolver conhecimentos sólidos das disciplinas para depois continuarem seus estudos, sobretudo, nas universidades europeias; educação que visava ao exercício de funções relevantes e de prestígio na sociedade, atuação política e participação na administração dos negócios da família. O Estado mantinha algumas aulas, além da participação de diversos grupos religiosos no ramo educacional, mas famílias mais abastadas ainda têm desconfiança do ensino mantido pelo Império. Apesar do predomínio da educação domiciliar, ganha maior destaque e força o discurso sobre o papel do Estado para a instrução pública. Discurso oficial do Império: a instrução pública contribui para o progresso da nação. Destaque para a ação das chamadas “nações civilizadas”. O ensino deve ser obrigatório e sob a tutela do Estado, ou ao menos o Estado deve cuidar de elaborar normas às quais as escolas privadas deveriam estar submetidas. Começam a aparecer também discussões sobre a educação popular, sobre a relação entre cidadania, voto e alfabetização. Também se iniciam as discussões sobre a necessidade da educação profissional, preparando trabalhadores para empregos necessários para a construção do Estado. Criação de faculdades de Direito (formação da elite política) 1827 – Faculdade de Direito em Olinda. 1827 – Faculdade de Direito em São Paulo. Ensino mútuo/Método Lancaster Muito utilizado no Exército (influência inglesa). Agrupamento de pessoas em um mesmo local e com poucos recursos para se realizar o ensino – barato. 1823: Dom Pedro I decretou que as aulas do ensino mútuo do Exército fossem abertas para todas as classes de súditos. Esperava-se que quem frequentasse essas aulas também pudesse aplicar o método em outras turmas (escolas do Exército também funcionavam como uma Escola Normal). Método simples para que qualquer pessoa letrada pudesse aplicá-lo. Conjunto de atividades realizadas pelos alunos de forma ordenada, com leitura, escrita e cálculo. Tempo controlado da forma mais produtiva possível. Uso de apitos e outros sinais sonoros para dar ritmo às atividades. Adulto que acompanhava as atividades – monitor. Muitas atividades realizadas oralmente, escritas em caixas de areia, uso de silabários impressos em quadros murais para atividades em grupo – reduz uso de materiais, reservados aos alunos mais adiantados. Ensino secundário: apenas uma instituição criada pelo Estado: 1837: Colégio Pedro II. Ensino secundário – liceus e ginásios secundários: criados pelas províncias e iniciativa privada. Apenas o Colégio Pedro II dava acesso direto às Academias. O ensino mútuo, ou método Lancaster, consistia em: a) Um método de ensino voltado exclusivamente ao Exército. b) Um método de ensino aplicado na educação domiciliar. c) O método empregado na criação das primeiras escolas primárias mantidas pelo Império. d) Uma forma barata de ensinar várias pessoas ao mesmo tempo, com poucos recursos e com o apoio de um monitor que coordena as atividades realizadas. e) Um método aplicado pelos professores e preceptores ingleses trazidos pelas famílias abastadas brasileiras para educarem seus filhos. Interatividade O ensino mútuo, ou método Lancaster, consistia em: a) Um método de ensino voltado exclusivamente ao Exército. b) Um método de ensino aplicado na educação domiciliar. c) O método empregado na criação das primeiras escolas primárias mantidas pelo Império. d) Uma forma barata de ensinar várias pessoas ao mesmo tempo, com poucos recursos e com o apoio de um monitor que coordena as atividades realizadas. e) Um método aplicado pelos professores e preceptores ingleses trazidos pelas famílias abastadas brasileiras para educarem seus filhos. Resposta ATÉ A PRÓXIMA!
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