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Tema 06 - Sistema de Custeio Tradicional

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Sistema de Custeio Tradicional
Apresentação
Os sistemas de custeio constituem uma série de métodos que representam um conjunto de 
técnicas e procedimentos para organizar e formar o custo de produtos e serviços. Desde a 
aprovação da Lei n.o 6.404/1976, consideravam-se dois métodos, também chamados de 
tradicionais: o custeio por absorção e o custeio variável.
As atuais normas fiscais e contábeis, assim como os registros feitos para fins de imposto de renda, 
aceitam somente a apresentação de demonstrações contábeis, custos diretos, indiretos, variáveis e 
fixos. Como o custeio variável considera somente os custos diretos e indiretos que sejam variáveis, 
classificando os fixos como despesas, esse método deixou de ser aceito, restando somente o 
custeio por absorção como aceitável. Contudo, muitas empresas utilizam os dois métodos — o 
custeio por absorção para registro e o custeio variável para a tomada de decisão.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai saber o que compõe cada um desses métodos de 
custeio, com exemplos práticos, mostrando a aplicação de cada um deles. Também poderá verificar 
em quais momentos cada um deles é mais indicado ou não, dependendo dos objetivos da empresa.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Reconhecer os critérios dos métodos de custeio por absorção e custeio variável.•
Elaborar o custeio de produtos pelos métodos de custeio por absorção e custeio variável.•
Listar vantagens e desvantagens dos métodos de custeio por absorção e custeio variável.•
Desafio
Para um profissional que atua com custos, alocar corretamente os custos apurados dentro do 
sistema de custeio escolhido representa um grande desafio. É preciso saber sobre a natureza de 
cada um dos custos para poder classificá-los e elencar de forma correta seus valores, obtendo o 
custo total.
Uma indústria está passando por uma reestruturação na sua administração e o novo diretor 
ordenou que apenas os dois itens de maior volume de produção permanecessem ativos em 
produção.
Os dois produtos são o "Ka" e o "Li". Com a estratégia de alavancar os negócios, o diretor chamou 
você para prestar uma consultoria. Considere os dados da empresa e a lista de materiais a seguir.
Seu trabalho será definir o custo unitário total de cada produto, utilizando o sistema de custeio por 
absorção e o critério de rateio como sendo a quantidade produzida.
Infográfico
Independentemente do sistema de custeio escolhido, existem diferenças positivas ou negativas 
para cada um deles. É essencial para o profissional que atuará com custos considerar cada uma 
delas na hora de escolher o sistema certo para aplicação. Em algumas empresas, dois ou mais 
métodos são utilizados em conjunto, de forma a extrair as vantagens de cada um deles e minimizar 
as desvantagens.
Veja, no Infográfico, as vantagens e desvantagens do custeio variável, que considera apenas os 
custos variáveis para formação dos custos dos produtos vendidos.
Conteúdo do livro
Segundo Padoveze (2010), duas metodologias de apuração do custo dos produtos são as 
consideradas clássicas na teoria de contabilidade de custos: custeio direto/variável e custeio por 
absorção. Ambas foram desenvolvidas com base nos conceitos de custos, com comportamentos 
diferentes em relação ao volume de produção.
A grande diferença entre esses sistemas de custeio é o tratamento dos custos fixos. O custeio 
variável considera somente os custos variáveis, deixando para lançar no resultado os custos fixos. 
Já, no custeio por absorção, todos os custos dos produtos, sejam eles variáveis, fixos, diretos ou 
indiretos, são lançados, considerando somente as despesas para serem lançadas nos resultados.
No capítulo Sistema de custeio tradicional, base teórica desta Unidade de Aprendizagem, você vai 
estudar as duas metodologias utilizadas para a formação do custo total do produto, além de ver 
com exemplos práticos como elas se aplicam e em quais situações cada uma deve ser utilizada. 
Boa leitura.
GESTÃO DE 
CUSTOS 
INDUSTRIAIS 
Gustavo Antoni 
Sistema de custeio 
tradicional
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Reconhecer os critérios dos métodos de custeio por absorção e custeio 
variável.
 � Realizar o custeio de produtos pelos métodos de custeio por absorção 
e custeio variável.
 � Listar vantagens e desvantagens dos métodos de custeio por absorção 
e custeio variável.
Introdução
Você sabe como uma indústria distribui seus custos indiretos em seus 
produtos? Há muitos métodos na literatura de gestão de custos, e os 
mais tradicionais são os métodos de custeio variável e o método de 
custeio por absorção. Este capítulo vai abordar o método de custeio 
por absorção e o de custeio variável, suas vantagens e desvantagens. No 
entanto, o método recomendado por lei para determinação dos custos 
dos produtos vendidos para demonstração de resultado do exercício é 
o método por absorção.
Neste capítulo, você vai conhecer as definições dos sistemas de custeio 
por absorção e variável, além de conferir um passo a passo para definição 
do custo unitário de um produto através destes dois métodos e, depois, 
as vantagens e desvantagens de cada um deles.
Definição de custeio por absorção 
e custeio variável
Você vai conhecer, a seguir, as definições de custeio por absorção e custeio 
variável.
Custeio por absorção
No capítulo “Fundamentos de sistemas de custeio”, você leu que um dos 
sistemas de custeio tradicional é o custeio por absorção, que define como 
são atribuídos os custos industriais, sejam fixos ou variáveis, diretos ou indi-
retos ao volume de produtos fabricados em um período (WERNKE, 2005). 
Conforme o autor:
Esse método é mais adequado para finalidades contábeis, como avaliar 
estoques e determinar valor total de custo dos produtos vendidos a ser 
registrado na Demonstração de Resultado do Exercício (DRE). (…) Sua 
utilização tem sido exigida pela legislação brasileira e por determinação 
legal devem compor o custo dos bens ou serviços vendidos:
a) os valores gastos com matérias-primas e quaisquer outros bens ou 
serviços aplicados ou consumidos na produção;
b) os valores despendidos com a mão-de-obra utilizada na produção, 
até mesmo de supervisão direta, manutenção e proteção das instalações 
fabris;
c) o montante relativo aos custos de locação, manutenção e reparo, 
bem como os encargos de depreciação de bens aplicados na produção, 
como prédios, máquinas, ferramentas, etc.;
d) o valor dos encargos de amortização diretamente relacionados 
com a produção, além dos encargos de exaustão dos recursos naturais 
empregados para produzir bens e serviços. (WERNKE, 2005, p. 19).
175Sistema de custeio tradicional
De acordo com Coelho (2013, p. 22): 
Pelo método do custeio por absorção, também denominado funcional, 
as despesas do período são classificadas em produção, administrativas, 
vendas e financeiras. 
Nas despesas relacionadas com a produção são considerados os custos 
fabris diretos e indiretos, estes alocados aos produtos por algum critério 
de rateio, relacionados aos produtos que geraram as receitas do período. 
Neste método não há a preocupação em classificar previamente os 
custos em fixos e variáveis, pois a ordem é a segregação das despesas 
do período por funções.
A Lei nº 1598/77, artigo 13, alíneas a a e, define o custo de produção a ser considerado 
pelas empresas industriais. Neste artigo, a lei deixa claro o uso do sistema de custeio 
por absorção, pois relaciona como integrantes dos produtos, além dos custos diretos, 
também os indiretos. 
Fonte: Mota (2010).
Custeio variável
Segundo Dutra (2010), o custeio variável, também chamado de custeio di-
reto, envolve todos os custos variáveis necessários à obtenção dos produtos, 
independentemente de serem custos diretos ou indiretos. O custeio variável, 
então, engloba não só a matéria-prima e a mão de obra direta, mas também 
qualquer despesa ou custo proporcionaisao volume.
Gestão de custos industriais176
Conforme Dutra (2010, p. 244):
O custeio direto é baseado na margem de contribuição, conceituada como 
a diferença total da receita e a soma dos custos e despesas variáveis, e 
possui a faculdade de tornar bem mais facilmente visível a potencialidade 
de cada produto de absorver custos fixos e proporcionar lucro. A margem 
de contribuição mostra como cada um desses produtos contribui para, 
primeiramente, amortizar os custos e despesas fixos e, depois, formar 
propriamente o lucro. O conceito de margem de contribuição é associado 
à identificação do custo imediatamente “emergente” quando se inicia a 
atividade de venda. É, pois, o custo que varia de acordo com o volume 
vendido, ou seja, o que surge em função da ocorrência efetiva da atividade 
e que se chama variável, possibilitando o cálculo da margem.
No livro Gestão de Custos (UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL, 
2009) custeio variável é definido como:
Filosofia que define que os custos e as despesas indiretas fixas não devem 
ser incluídos nos estoques e nos custos dos produtos vendidos. Elas são 
consideradas como despesas do período e lançadas diretamente no 
Demonstrativo de Lucros e Perdas, qualquer que seja o nível de atividade 
da empresa.
No custeio direto, custos e despesas fixos são considerados prejuízo, pois, 
no caso de a empresa estar parada ou sem atividade, despesas e custos variáveis 
continuarão existindo e, portanto, gerando resultado negativo (DUTRA, 2010).
177Sistema de custeio tradicional
Utilizando os sistemas de custeio
Você vai descobrir, agora, como são utilizados os sistemas de custeio.
Custeio por absorção
Para fixação do método de custeio por absorção, confira o exemplo, extraído 
de Wernke (2005, p. 21).
O gerente da empresa Tubaronense deseja conhecer o custo dos produtos que co-
mercializa. Para tanto, decidiu utilizar o custeio por absorção e começou a coletar 
os dados necessários. Inicialmente, pesquisou o consumo de matérias-primas de 
cada item fabricado, obtido por meio das fichas técnicas, em que verificou os dados 
constantes na Tabela 1:
Fonte: Wernke (2005, p. 22).
Produtos
Quantidade 
produzida
Custo unitário de 
matéria-prima ($)
Alfa 400 2,00
Beta 500 4,00
Certa 200 6,00
Delta 1.000 10,00
Tabela 1. Base de dados.
Gestão de custos industriais178
O montante dos custos variáveis do período é obtido multiplicando-se a quantidade 
de matéria-prima consumida pelos produtos, como pode ser visto na Tabela 2:
Fonte: Wernke (2005, p. 22).
Fatores/produtos Alfa Beta Certa Delta Total
a) Quantidade 
produzida
400 500 200 1.000 2.100
b) Custo unitário de 
matéria-prima ($)
2 4 6 10
(c = a x b) 
Matéria-prima ($)
800 2.000 1.200 10.000 14.000
Tabela 2. Custos variáveis dos produtos.
Posteriormente, foram levantados os custos fixos mensais da empresa, como pode 
ser visto na Tabela 3.
Fonte: Wernke (2005, p. 22).
Fatores Valor mensal ($)
Salários e encargos sociais dos 
funcionários da produção
120.000
Depreciações das máquinas industriais 15.000
Manutenção industrial 23.300
Total 158.300
Tabela 3. Custos fixos mensais.
179Sistema de custeio tradicional
O critério de rateio dos custos fixos escolhido pela empresa foi o “percentual de horas 
trabalhadas para cada produto”. Ao final do período, o número de horas trabalhadas 
por produto está evidenciado na Tabela 4.
Fonte: Wernke (2005, p. 23).
Produtos Alfa Beta Certa Delta Total
Horas de mão 
de obra
400h 500h 400h 2.000h 3.300 h
Percentual 
do total (%)
12,12 15,15 12,12 60,61 100
Tabela 4. Consumo de horas de mão-de-obra.
Baseado nos dados das Tabelas 1 e 2, podemos calcular o valor do custo variável 
unitário. Confira a Tabela 5.
Fonte: Wernke (2005, p. 23).
Itens/
produtos Alfa Beta Certa Delta Total
1. Quantidade 
produzida
400 500 200 1.000 2.100
2. Custos 
variáveis:
Consumo total 
de matérias-
primas ($)
800 2.000 1.200 10.000 14.000
(3 = 2/1) 
C, Variável 
unitária ($)
2,00 4,00 6,00 10,00
Tabela 5. Custos variáveis unitários dos produtos.
Gestão de custos industriais180
O próximo passo é determinar os custos fixos pertinentes aos produtos. Por opção 
da empresa, o rateio do valor total de custos fixos ($ 158.300) aos produtos é realizado 
pelo “percentual de horas trabalhadas para cada produto”, conforme a Tabela 4. O valor 
que cabe aos produtos está representado na Tabela 6.
Fonte: Wernke (2005, p. 23).
Itens/
produtos Alfa Beta Certa Delta Total
Percentual (%) 12,12 15,15 12,12 60,61 100
a) Custos fixos 
totais ($)
158.300,00 158.300,00 158.300,00 158.300,00
b) Custos fixos 
rateados ($)
19.185,96 23.982,45 19.185,96 95.945,63 158.300,00
c) Quantidade 
produzida
400 500 200 1.000 2.100
d) Custos fixos/
unidade ($)
47,96 47,96 95,93 95,95
Tabela 6. Rateio dos custos fixos aos produtos pelo critério de horas trabalhadas.
A seguir, na Tabela 7, vamos determinar o custo total por unidade fabricada, que 
é a soma dos custos variáveis unitários (Tabela 5) e dos custos fixos rateados aos 
produtos (Tabela 6).
Fonte: Wernke (2005, p. 24).
Itens/produtos Alfa Beta Certa Delta
1. Custos variáveis/
unidade ($)
2,00 4,00 6,00 10,00
2. Custos fixos/
unidade ($)
47,96 47,96 95,93 95,95
(3=1+2) Custo 
total/unidade ($)
49,96 51,96 101,93 105,95
Tabela 7. Custo unitário total por produto.
Fonte: Wernke (2005, p. 24).
Tabela 7. Custo unitário total por produto.
181Sistema de custeio tradicional
Custeio variável
Para fixação do método de custeio variável, vamos usar o exemplo a seguir, 
extraído de Dutra (2010, p. 245).
Considere uma empresa que comercializa três diferentes produtos (“X”, “Y” e “Z”), e 
que os dados destes produtos estão na Tabela 8.
Fonte: Dutra (2010, p. 245).
Produto
Custos/Despesas Variáveis ($) Preço de 
Venda ($)
Margem de 
contribuição ($)Diretos Indiretos Soma
X 2.400,00 460,00 2.860,00 5.200,00 2.340,00
Y 3.000,00 600,00 3.600,00 6.000,00 2.400,00
Z 3.200,00 2.000,00 5.200,00 8.000,00 2.800,00
Tabela 8. Valores de custos, preço e margem de contribuição.
Na Tabela 8, verifica-se que cada unidade dos produtos “X”, “Y” e “Z” contribui, 
respectivamente, com $ 2.340,00, $ 2.400,00 e $ 2.800,00, valores que não representam 
lucro, mas a margem de contribuição unitária, pois os custos e as despesas fixas não 
foram ainda consideradas.
As margens de contribuição unitárias, multiplicadas pelas quantidades vendidas 
de cada um dos produtos, constituem as margens de contribuição totais de cada 
um deles, e o somatório dessas resulta na margem de contribuição total da empresa.
Vamos considerar que o nível normal de atividade da empresa seja a produção e 
venda de 100, 50 e 25 unidades dos produtos “X”, “Y” e “Z”, respectivamente. Multipli-
cando esses volumes pelos dados da Tabela 8, teremos os valores totais, como você 
pode ver na Tabela 9.
Gestão de custos industriais182
Fonte: Dutra (2010, p. 246).
Produto
Custos/despesas variáveis ($)
Receita ($)
Margem de 
contribuição 
($)Diretos Indiretos Soma
X 240.000,00 46.000,00 286.000,00 520.000,00 234.000,00
Y 150.000,00 30.000,00 180.000,00 300.000,00 120.000,00
Z 80.000,00 50.000,00 130.000,00 200.000,00 70.000,00
Total 470.000,00 126.000,00 596.000,00 1.020.000,00 424.000,00
Tabela 9. Valores totais de custos, preço e margem de contribuição.
O valor total da margem de contribuição serve para pagar as despesas e os custos 
fixos e, após isso, gerar o lucro da empresa.
Vantagens e desvantagens dos sistemas de 
custeio
Neste tópico, você vai conhecer as vantagens e 
desvantagens de cada sistema de custeio.
Vantagens do custeio por absorção
O custeio por absorção não é uma verdade absoluta, mas um modelo de cus-
teio, com suas vantagens e desvantagens. Confira agora algumas vantagens 
e desvantagens do método.
183Sistema de custeio tradicional
Wernke (2015, p. 19) afirma que: 
entre as vantagens que podem ser associadas ao custeio por absorção, merecem 
ser enfatizados os seguintes pontos:
I. Atende a legislação fiscal (imposto de renda)e deve ser utilizado quando 
a empresa busca o uso do sistema de custos integrado à contabilidade. 
A integração do sistema de custos à contabilidade ocorre quando (i) os 
valores apropriados de custos estão inseridos na Contabilidade, (ii) quando 
a apropriação é realizada com a observância dos Princípios Contábeis e 
(iii) os valores de custo de cada produto estão apoiados em registros, 
cálculos e mapas que evidenciam o trajeto desde a origem (registros 
contábeis) até o destino (produtos acabados ou em elaboração);
II. Permite a apuração dos custos por “centros de custo”, pois, para ser 
adotado, o custeio por absorção requer que a empresa seja dividida 
contabilmente em “centros de custos”. Com isso, é possível avaliar o 
desempenho de cada departamento da organização;
III. Por absorver todos os custos de produção (independentemente do 
tipo de custos), permite a apuração do custo total de cada produto.
Desvantagens do custeio por absorção
O custeio por absorção recebe críticas pela real capacidade de gerar infor-
mações de uso gerencial, como é citado por Wernke (2015, p. 20): 
Para adequar-se à legislação vigente, deve seguir os princípios contábeis. 
Decorre daí a obrigatoriedade de usar valores que podem merecer con-
testações quanto a sua adequação ao aspecto gerencial. É o que acontece, 
por exemplo, no caso da avaliação de estoques pelo preço médio e da 
depreciação com base em taxas predeterminadas legalmente.
Gestão de custos industriais184
Taxas de depreciação determinadas legalmente podem gerar distorções com a re-
alidade. Por exemplo, uma máquina de costura, pelas normas contábeis, deveria 
ser depreciada à taxa de 10% ao ano. Logo, em termos contábeis, a máquina tem 
uma vida útil de 10 anos. No entanto, se empresa tiver uma diretriz de renovação de 
máquinas diferente do período previsto em lei, deveria considerar outra forma de 
cálculo, pois, nestas situações, acredita-se que o correto é considerar a vida útil do 
bem e o respectivo valor de mercado.
Fonte: Wernke (2005).
Outra desvantagem do sistema de custeio por absorção é a utilização de 
rateios para distribuir custos entre os departamentos e/ou produtos. Como os 
critérios de rateio não costumam ser adequados a todos os fatores de custo, 
a rentabilidade dos produtos acaba ficando distorcida, pois alguns produtos 
são beneficiados e outros, penalizados (WERNKE, 2005). Um exemplo de 
inadequação de rateios pode ser visto no exemplo a seguir.
185Sistema de custeio tradicional
A inadequação dos rateios pode ser exemplificada com uma situação hipotética com 
três clientes juntos em um restaurante.
O cliente A consumiu apenas uma água no valor de R$ 2,00. O cliente B consumiu 
um lanche e um suco, totalizando R$ 14,00. O cliente C tomou dois refrigerantes, no 
valor total de R$ 5,00. Ao pedir a conta, o caixa informa que o total consumido foi de 
R$ 21,00, e, efetuando o rateio entre eles, cabe a cada um o valor de R$ 7,00.
O rateio realizado penaliza o cliente A, pois este teve que desembolsar um valor muito 
maior do que ele consumiu, e o cliente B foi favorecido, pois desembolsou um valor 
menor do que consumiu (WERNKE, 2005). Ainda conforme o autor (WERNKE, 2005, p. 20): 
Constata-se que o uso do custeio por absorção, caracterizado pelo emprego de 
um ou poucos critérios de rateio, muitas vezes sem ligação estreita com o fator 
de custo que está sendo distribuído aos produtos, pode implicar na distorção 
do valor dos custos alocado aos bens elaborados. Pode, como evidenciado no 
exemplo do restaurante, aliviar a carga de custos atribuída a alguns produtos 
em detrimento de outros componentes do mix de produção.
Fonte: Wernke (2005).
Gestão de custos industriais186
Vantagens do custeio variável
Moura (2005 apud ALVARENGA, 2013) e Santos (1990 apud ALVARENGA, 
2013) destacam algumas vantagens do custeio variável. Confira:
1. O custo do produto é mensurável objetivamente e não sofre distorção 
em função de rateios.
2. A apresentação é clara e imediata da margem de contribuição de cada 
produto.
3. A margem de contribuição ajuda a administração a decidir que produtos 
devem merecer maior esforço de venda ou ser colocados em planos 
secundários ou até descontinuados.
4. A margem de contribuição ajuda os gestores a entenderem a relação 
custo x volume x lucro, proporcionando melhores decisões sobre preços.
Martins (2009 apud ALVARENGA, 2013) cita que esse método destaca 
os custos fixos (que independem do nível de atividade) e informa o ponto de 
equilíbrio.
Desvantagens do custeio variável
Moura (2005 apud ALVARENGA, 2013) destaca algumas desvantagens do 
custeio variável:
1. A exclusão dos custos fixos pode causar uma subavaliação e alterar o 
resultado em um período.
2. De maneira geral, o custeio variável é utilizado na tomada de decisões 
de curto prazo, o que, de certa forma, pode prejudicar a organização 
em projetos de longo prazo.
Martins (2009 apud ALVARENGA, 2013) cita que o método não é aceito 
em relatórios contábeis, pois não atende os princípios fundamentais da 
contabilidade.
187Sistema de custeio tradicional
ALVARENGA, G. B. Vantagens e desvantagens do custeio variável. 22 jun. 2013. Disponível 
em: <http://www.webartigos.com/artigos/vantagens-e-desvantagens-do-custeio-
-variavel/109669/>. Acesso em: 25 abr. 2017.
COELHO, F. S. Curso de gestão estratégica de custos. Porto Alegre, 2013. Disponível em: 
<http://fabianocoelho.com.br/material-academico.html>. Acesso em: 10 abr. 2017.
DUTRA, R. G. Custos: uma abordagem prática. 7.ed. ver. ampl. São Paulo: Atlas, 2010.
Gestão de Custos (2009)
MOTA, A. G. Noções de contabilidade de custos. 18 ago. 2010. Disponível em: https://
pt.slideshare.net/simuladocontabil/a-postila-contabilidade-de-custos?next_sli-
deshow=1. Acesso em 12/04/2017. 
WERNKE, R. Análise de custos e preços de venda: ênfase em aplicações e casos nacionais. 
São Paulo: Saraiva, 2005.
Leitura recomendada
PADOVEZE, C. L. Contabilidade gerencial: um enfoque em sistema de informação 
contábil. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
188Sistema de custeio tradicional
Dica do professor
O método de custeio por absorção visa a garantir que todos os custos sejam absorvidos sem perder 
nenhum deles de vista. Por isso, ele é ideal para empresas que desejam definir com precisão o custo 
final de cada produto ou serviço e utilizar esses valores para planejar a longo prazo.
Além disso, ele é um método menos complexo de ser aplicado e pode ser apresentado 
externamente, por exemplo, para obtenção de crédito bancário, participação de licitações, 
apresentações financeiras a acionistas e diversas outras que tenham como objetivo comprovar os 
resultados da empresa.
Nesta Dica do Professor, você vai ver o passo a passo para realizar o custeio por absorção, além de 
conhecer as suas vantagens e desvantagens.
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Exercícios
1) O custeio variável considera a relação das despesas de forma proporcional ao volume 
produzido, o que também ocorre no custeio por absorção. Contudo, neste último, as 
despesas são classificadas de acordo com as suas funções, que são quatro.
Avalie as alternativas a seguir e assinale aquela que representa as quatro categorias:
A) Manutenção; marketing; vendas; logística.
B) Financeiro; recursos humanos; administrativo; logística.
C) Produção; recursos humanos; comercial; limpeza.
D) Recursos humanos; marketing; comercial; manutenção.
E) Produção; administrativo; vendas; financeiro.
2) A grande diferença entre o custeio por absorção e o custeio direto é o tratamento dos 
custos e das despesas fixos. Avalie as assertivas a seguir e a relação entre elas:
I. Isso ocorre porque, no custeio variável, os custos e as despesas fixos são considerados 
como prejuízo.
PORQUE
II. Independentemente de a empresa vender ou não, custos fixos como aluguéis, salários e 
depreciação continuarão existindo.
Assinale a alternativa correta.
A) A assertiva I está corretae a segunda, incorreta.
B) Ambas assertivas estão corretas e a segunda justifica a primeira. 
C) A assertiva I está incorreta e a segunda, correta.
D) Ambas as assertivas estão incorretas.
E) Ambas as assertivas estão corretas, porém a segunda não justifica a primeira.
3) No custeio variável, a margem de contribuição representa o valor do faturamento total 
menos os custos e despesas variáveis totais. Portanto, todos os produtos ou serviços de uma 
empresa contribuem para o cálculo da margem de contribuição.
João precisa calcular a margem de contribuição do produto A. Ele já sabe que os custos e as 
despesas variáveis diretos e indiretos somam R$ 14.000,00 e que o preço de venda é R$ 
4,00 a unidade.
Sabendo que foram vendidas 10.000 unidades no período, assinale a alternativa correta 
quanto à margem de contribuição do produto A:
A) R$ 32.000,00.
B) R$ 14.000,00.
C) R$ 26.000,00.
D) R$ 10.000,00.
E) R$ 8.000,00.
4) Os dois métodos de custeio tradicionais — custeio variável e custeio por absorção — 
apresentam vantagens e desvantagens. A empresa precisa avaliar cuidadosamente o seu 
momento atual e o seu objetivo antes de adotar um dos métodos. É possível também adotá-
los conjuntamente e utilizar os seus resultados para finalidades diferentes.
Apesar disso, somente o custeio por absorção é aceito nos relatórios contábeis. Isso ocorre 
porque:
I. Ele atende a todos os sistemas contábeis na apropriação dos custos. 
II. Ele atende à legislação fiscal do imposto de renda. 
III. Ele absorve todos os custos de produção (independentemente do seu tipo). 
IV. Ele utiliza taxas de depreciação que consideram a vida útil do produto.
Assinale a alternativa correta.
A) Somente as afirmativas I e II estão corretas. 
B) Somente as afirmativas II e III estão corretas. 
C) Somente as afirmativas I e IV estão corretas. 
D) Somente as afirmativas I, II e III estão corretas. 
E) Somente as afirmativas II, III e IV estão corretas.
5) Uma das grandes vantagens do custeio variável é alocar o custo do produto de forma clara e 
objetiva sem utilizar rateios que possam onerar mais uma das partes que a outra. Veja este 
exemplo:
Ana Clara saiu para almoçar com duas amigas. Por estar sem fome, ela pediu somente uma 
salada, que custou R$ 10,00. As amigas pediram um lanche e um suco, custando 
respectivamente R$ 24,00 e R$ 32,00.
Após analisar a situação de Ana Clara, assinale a alternativa correta sobre quanto ela teria 
que pagar, considerando a aplicação de cada método de custeio tradicional:
A) Custeio por absorção: R$ 10,00; custeio variável: R$ 22,00.
B) Custeio por absorção: R$ 12,00; custeio variável: R$ 25,00.
C) Custeio por absorção: R$ 10,00; custeio variável: R$ 32,00.
D) Custeio por absorção: R$ 24,00; custeio variável: R$ 32,00.
E) Custeio por absorção: R$ 22,00; custeio variável: R$ 10,00.
Na prática
A principal diferença entre uma demonstração de resultado que utilize o custeio por absorção e o 
custeio variável é dentro da apropriação do custo fixo, especialmente dos materiais que ficam em 
estoque.
Enquanto o custo variável joga esse valor diretamente para as despesas, incluindo o estoque, o 
custeio por absorção irá considerar esse valor dentro do cálculo de custo, porém, uma vez que ele 
considera somente as mercadorias vendidas, não irá contar com itens que tenham ficado em 
estoque.
Acompanhe, neste Na Prática, um exemplo.
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Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
Aplicação dos métodos de custeio por absorção e variável para 
formação do preço de venda em uma indústria de confecções de 
lingeries
Avaliar as aplicações dos métodos de custeio em diferentes indústrias é importante, uma vez que o 
custo é diferente para cada uma delas. Este artigo traz uma aplicação dos métodos de custeio 
tradicional para a formação de preço de venda em uma empresa fabricante de lingeries.
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Custeio absorção e custeio variável
Cada um dos métodos de custeio irá utilizar dados diferentes da apuração de custos da empresa. 
Assista ao vídeo a seguir para entender melhor a diferença na utilização dos dados para cada 
método de custeio escolhido.
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Gerenciamento estratégico de custos
Saber diferenciar um método de custeio tradicional do outro é importante para aplicar de forma 
adequada cada um deles na tomada de decisão. Veja, neste artigo, uma diferenciação prática entre 
eles e quando é possível aplicar o custeio por absorção e o custeio variável.
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