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N
NR-6: Equipamento de Proteção
Individual
R-6: Equipamento de Proteção Individual
 
São apresentadas a seguir, a definição e aplicações conceituais
acerca do tema equipamento de proteção individual, partindo da matriz
normativa NR-6.
 
Definição 
Equipamento de Proteção Individual - EPI é todo dispositivo ou produto de
uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos
suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho, composto por
vários dispositivos, que o fabricante tenha associado contra um ou mais
riscos que possam ocorrer simultaneamente e que sejam suscetíveis de
ameaçar a segurança e a saúde no trabalho.
O uso deste tipo de equipamento só deverá ser feito quando não for
possível tomar medidas que permitam eliminar os riscos do ambiente em
que se desenvolve a atividade laboral, ou seja, quando as medidas de
proteção coletiva não forem viáveis, eficientes e suficientemente capazes
de atenuar os riscos, bem como quando não oferecerem a completa
proteção contra os riscos de acidentes do trabalho e/ou de doenças
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profissionais e relacionadas às práticas desenvolvidas na atividade
laboral.
Por outro lado, existem também os equipamentos de proteção coletiva -
EPC que são dispositivos utilizados no ambiente de trabalho com o
objetivo de proteger os trabalhadores dos riscos inerentes aos processos,
tais como o enclausuramento acústico de fontes de ruído, a ventilação dos
locais de trabalho, a proteção de partes móveis de máquinas e
equipamentos, a sinalização de segurança, dentre outros.
Assim, podemos dizer que o EPC sempre estará presente e nas
circunstâncias em que não forem suficientemente capazes de promover
ao trabalhador segurança, o EPI será obrigatório.
 
Características 
As características dos EPIs estão discriminadas na NR-06. Basicamente,
elas existem porque eles precisam seguir um determinado padrão para
que cumpram o seu papel, ou seja, o equipamento de proteção individual
deve estar em total acordo com os riscos e condições de trabalho a que o
trabalhador esteja exposto.
Isso significa dizer que, OBRIGATORIAMENTE, devem contar com
características que atendam a essas necessidades, do contrário, poderá
colocar em risco a sua eficácia no ambiente de trabalho.
Adequação às normas de fabricação é outra característica fundamental.
Saber se foi realmente fabricado conforme as recomendações ou normas
técnicas vigentes é responsabilidade do empregador que adquire o
equipamento. Via de regra, isso é verificado a partir de testes que
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verificam se o material é capaz de evitar acidentes de trabalho e garantir
maior segurança ao trabalhador.
Em alguns casos, o processo de verificação se dá pela conferência de
certificados do fabricante, geralmente indicado por agências
regulamentadoras.
É importante que os EPIs, atendam as necessidades de ergonomia e
produtividade, ou seja, não basta simplesmente que previnam acidentes,
mas também é importante que melhorem a capacidade laborativa do
trabalhador, aumentando o seu desempenho e produtividade.
Outra característica, muitas vezes ignorada, é a formatação do layout
(desenho) do ambiente, possibilitando ao trabalhador executar suas
funções de maneira confortável, sem diminuir a qualidade e seu bem-
estar.
Por fim, a aderência em relação a gravidade do risco, de modo que o EPI
esteja em acordo com a gravidade do risco a que ele se propõe minimizar.
Por exemplo, se o trabalhador desenvolve uma atividade que o expõe a
ruídos, não faria sentido que lhe seja oferecido um equipamento de
proteção para a cabeça. O EPI deve atuar para minimizar o risco exposto,
não havendo possibilidade de equivalências.
 
EPI – Equipamentos de Proteção Individual: Aspectos Gerais
É importante também verificar a qualidade do EPI, com o objetivo de
analisar se ele realmente é capaz de minimizar a gravidade do risco.
A - Origem
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Embora os historiadores digam que os EPIs surgiram há séculos e que
mesmo sem essa nomenclatura e regras definidas, seu conceito já era
algo ligado as nossos ancestrais, eles decolaram na Revolução Industrial,
sobretudo, por causa do surgimento das metalúrgicas, mineradoras e
fundições.
Desse modo, a revolução industrial e também alguns fenômenos datados
na Primeira Grande Guerra se apresentam como eventos
transformadores para a evolução dos EPIs, pois, foram nesses cenários
que os riscos ficaram evidenciados e partir daí nasce, ainda com muita
timidez, alguns valores que mais tarde o mundo conheceria como cultura
de conscientização para necessidade de proteção do trabalhador.
Fruto de estudos desenvolvidos por sociólogos e antropólogos, o balanço
entre guerra e indústria, mostrou que grande parte da incapacitação
humana acontecia no trabalho, o que levou à elaboração de medidas
preventivas.
No Brasil, podemos protagonizar Getúlio Vargas, por ser o incentivador do
crescimento da Indústria de Base e, com ele, os riscos ocupacionais. Isso
motivou a criação do Ministério do Trabalho, em 26 de novembro de 1930,
que passou a ser o órgão regulamentador de normas dessa natureza.
Todavia, essa evolução não foi rápida, seu progresso ocorria em passos
lentos e marcados por eventos historicamente distantes.
1943 – APÓS 13 ANOS DE DISCUSSÃO, NASCEU A CLT, COM O
INTUITO DE UNIFICAR A LEGISLAÇÃO TRABALHISTA BRASILEIRA;
1966 – CRIOU-SE A FUNDACENTRO, COM O OBJETIVO DE
ESTUDAR E AVALIAR OS PRINCIPAIS PROBLEMAS TRABALHISTAS,
ASSIM COMO APONTAR POSSÍVEIS SOLUÇÕES;
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1978 – FORAM APROVADAS AS NORMAS REGULAMENTADORAS
DE SEGURANÇA NO TRABALHO, AS FAMOSAS NRs.
B - Quem adquire
A responsabilidade de adquirir os equipamentos de proteção individual é
da empresa, porém, se trata de uma via de mão dupla, pois a empresa
tem a prerrogativa de cobrar do funcionário o valor do equipamento se
ficar caracterizado o mau uso. Todavia, essa cobrança só será possível se
o funcionário for previamente avisado e a empresa deve possuir termos
de uso com essas especificações por escrito, assinado pelo funcionário.
Do contrário, pode ser considerado um abuso por parte da empresa e um
desconto irregular para o funcionário. Lembrando que é usual que essa
cobrança ocorra após a segunda compra fora do período de troca,
prezando por uma tolerância. Assim, ao elaborar o orçamento, é
importante considerar ao menos um terço acima do necessário para cobrir
eventuais trocas.
C – Conservação
Ao falar em conservação, obrigatoriamente, essa matéria deve ser
encarada como uma via de mão dupla, pois é de responsabilidade tanto
do empregador, quanto do empregado, manter o estado de conservação
do EPI para que ele atenda a finalidade proposta, qual seja, minimizar a
exposição aos riscos durante o exercício de uma atividade laboral.
A empresa é obrigada a fornecer aos empregados, GRATUITAMENTE,
EPI adequado ao risco, em perfeito estado de conservação e
funcionamento, nas seguintes circunstâncias:
a) sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa
proteção contra os riscos de acidentes do trabalho ou de doenças
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b) enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo
implantadas; e
c) para atender a situações de emergência.
Em caso de haver particularidades, ou seja, situações extraordinárias, elas
devem ser atendidas, levando em consideração cada atividade
profissional, e observado o disposto no item 6.3, o empregador deve
fornecer aos trabalhadores os EPI adequados, de acordo com o disposto
no ANEXO I desta NR.
6.4.1 As solicitações para que os produtos que não estejam relacionados
no ANEXO I, desta NR, sejam considerados como EPI, bem como as
propostas para reexame daqueles ora elencados, deverão ser avaliadas
por comissão tripartite a ser constituída pelo órgão nacional competente
em matéria de segurança e saúde no trabalho, após ouvida a CTPP,
sendo as conclusões submetidas àquele órgão do Ministério do Trabalho
e Emprego para aprovação.
6.5 Compete ao Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e
em Medicina do Trabalho - SESMT, ou a Comissão Interna de Prevenção
de Acidentes - CIPA, nas empresas desobrigadas de manter o SESMT,
recomendar ao empregador o EPI adequado ao risco existente em
determinada atividade.
D - Obrigações do empregador
É da natureza do empregador assumir o risco da atividade desenvolvida
por sua empresa e, portanto, assume também os ônus decorrentes do
exercício dessa atividade em questão. Em contrapartida, por explorar a
atividade, também é quem goza dos resultados (lucro). Assim,
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ressaltamos que para que a empresa tenha alta produtividade, bom
desempenho e diminuição de riscos ligados à atividade desenvolvida, os
empregadores são submetidos a uma série de obrigações. São elas:
a) adquirir o adequado ao risco de cada atividade;
b) exigir seu uso;
c) fornecer ao trabalhador somente o aprovado pelo órgão nacional
competente em matéria de segurança e saúde no trabalho;
d) orientar e treinar o trabalhador sobre o uso adequado, guarda e
conservação;
e) substituir imediatamente, quando danificado ou extraviado;
f) responsabilizar-se pela higienização e manutenção periódica; 
g) comunicar ao MTE qualquer irregularidade observada; e
h) registrar o seu fornecimento ao trabalhador, podendo ser adotados
livros, fichas ou sistema eletrônico.
E - Obrigações do empregado
Os empregados, por outro lado, devem atender aos padrões
estabelecidos na política das empresas (criados com base na legislação
vigente). É importante ressaltar que, se o empregado não estiver
enquadrado nesses padrões, caso venha a se acidentar, a
responsabilidade da empresa pode ser afastada por negligência de
conduta do funcionário.
O ideal é que haja sempre supervisão das atividades e reforço contínuo
quanto aos procedimentos de segurança, que configuram as obrigações
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do empregado. São elas:
a) usar, utilizando-o apenas para a finalidade a que se destina;
b) responsabilizar-se pela guarda e conservação;
c) comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio
para uso; e
d) cumprir as determinações do empregador sobre o uso adequado.
F - Certificado de aprovação 
A certificação nos casos dos EPIs não simboliza apenas uma boa
referência de mercado, reputação da empresa fabricante, mas uma
obrigatoriedade para comercialização. Ou seja, é um atestado de
qualidade do produto e um requisito para sua utilização.
Para fins de comercialização, o Certificado de Aprovação concedido aos
EPI terá validade:
a) de 5 (cinco) anos, para aqueles equipamentos com laudos de ensaio
que não tenham sua conformidade avaliada no âmbito do SINMETRO;
b) do prazo vinculado à avaliação da conformidade no âmbito do
SINMETRO, quando for o caso;
Embora esses prazos sejam os mais usuais, em algumas exceções, o
órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no
trabalho, mediante justificativa, poderá estabelecer prazos especiais,
sempre em função da atividade desenvolvida.
 
 
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Atividade extra
Ler o texto: “ ANEXO I - LISTA DE EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO
INDIVIDUAL"
Link para a atividade :
http://www.normaslegais.com.br/legislacao/trabalhista/nr/nr6.htm
 
Referências Bibliográficas
BARSANO, Paulo Roberto; BARBOSA, Rildo Pereira; SOARES,
Suerlane Pereira da Silva. Equipamento de Segurança. São Paulo:
Editora Érica, 2013.
JUNIOR, Cosmo Palasio de Moraes. Manual de Segurança e Saúde No
Trabalho: Normas Regulamentadoras – NRs: Principais Legislações
Trabalhistas Aplicáveis à Área de Segurança e Saúde no Trabalho. São
Paulo: Difusão Editora, 2016.
PEREIRA, Alexandre Demetrius. Tratado de Segurança e Saúde
Ocupacional: Aspectos Técnicos e Jurídicos – VOL. 1. São Paulo:
Saraiva, 2014.
OLIVEIRA, Uanderson Rébula de. Cartilha de Equipamento de Protoção
Individual. São Paulo: Saraiva, 2017.
BRASIL Portaria MTb n º 3 214 de 08 de junho de 1978 disponível <
http://www.normaslegais.com.br/legislacao/trabalhista/nr/nr6.htm

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