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Resumo geral para disciplina de Semântica da Língua Portuguesa

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SEMÂNTICA
A semântica busca descrever o significado (sentido, significação) das palavras e de uma sentença. É a área da linguística que estuda o significado e a sua relação com o significante. O significado está associado ao sentido ao conteúdo e ao contexto; o significante está associado à forma linguística (de palavras ou de sinais, de grafia ou de som, ou seja: morfemas, vocábulos, locuções, sentenças) A Semântica está atrelada a aspectos da INTERPRETAÇÃO, a qual depende exclusivamente dos sistemas de língua, e não como as pessoas a colocam em USO. A Semântica investiga o significado na SENTENÇA.
OBJETO DE ESTUDO DA SEMÂNTICA = A menção das sentenças (sentidos) e das palavras, isoladas de seu contexto.
O estudo do significado, no âmbito da semântica subdivide-se em:
· Semântica cognitiva (Mentalista);
· Semântica formal (Referencial, estrutural);
· Semântica da enunciação (argumentativa);
SEMÂNTICA COGNITIVA
Age de dentro para fora - é motivada. Relaciona o movimento corpóreo (esquemas imagéticos espaciais - caminho ou recipiente. Relaciona a metáfora - relações de semelhança com a família. Metonímia - estende as categorias feitas pela metáfora. 
Faz relações mentais acerca do significado. O significado é construído na mente do sujeito com os processos mentais. 
Os principais princípios da semântica cognitiva são:
· Essa gramática manifesta uma concepção do mundo mantida em uma cultura;
· Esse conhecimento da linguagem é adquirido e contextual;
Alguns conceitos importantes da semântica cognitiva (abordagem mentalista) = estrutura da mente + linguagem:
Polissemia: Palavras que possuem mais de um significado para o mesmo significante: Manga, (fruta) e manga (da camiseta).
Metáfora: é um elemento essencial para a nossa categorização do mundo e para os nossos processos mentais. Metáfora é uma comparação, na qual há uma identificação de semelhanças e transferências dessas semelhanças de um conceito para outro. 
· Características: convencionalidade - grau de novidade da metáfora; sistematicidade - maneira que a metáfora estabelece um campo de comparações; assimetria - natureza direcional de uma metáfora; abstração - relaciona-se à assimetria. 
· Relação de FONTE e ALVO - “Eu demoli o argumento dele” - “demoli” - fonte, “argumento” - alvo. - metáfora. 
Papéis temáticos: são representações mentais e dizem respeito à ligação entre conceito mental e sentido. É o verbo que estabelece uma relação de sentido com o sujeito. Tipos:
· Agente: o desencadeador de alguma ação capaz de agir com controle;
Maria correu. 
· Causa: o desencadeador de alguma ação, sem controle; 
As provas preocupam Maria. 
· Instrumento: o meio pelo qual a ação é desencadeada. 
João colou o vaso com cola. 
· Paciente: a entidade que sofre o efeito de alguma ação, havendo mudança de estado. 
João quebrou o vaso. 
· Tema: a entidade deslocada por uma ação.
A bola atingiu o alvo. 
· Experienciador: ser animado que mudou ou está em determinado estado mental, perceptual ou psicológico.
João pensou em Maria. 
· Beneficiário: a entidade que é beneficiada pela ação descrita. 
João pagou Maria. 
· Objetivo (Objeto estativo): a entidade a qual se faz referência, sem que esta desencadeie algo, ou seja afetado por algo. 
João leu um livro.
· Locativo: o lugar em que algo está situado ou acontece. 
Eu nasci em SP.
· Alvo: a entidade para onde algo se move.
Eu joguei a bola para você.
· Fonte: a entidade de onde algo se move. 
João voltou de Paris.
Protótipos: Um membro típico, dentro de uma categoria. Exemplar que traz maior número de características principais da categoria que estou me referindo, ou seja, que vão configurar aquele objeto. Quase um estereótipo. “Pode ser um modelo”. Ave -animal, que tem penas, bicos, asas, pode ser um bem te vi- quero-quero- pica pau. Pássaro – pardal, bem te vi....
Conceituando protótipo: São definidos a partir de um grupo de condições necessárias e suficientes. Nem todo falante ou ouvinte partilha todas as condições necessárias.
Esquemas de imagem: uma memória de movimento - muitos esquemas derivam diretamente de nossas experiências corpóreas no mundo. Por exemplo, o esquema de estar dentro e fora de algum lugar, chamado RECIPIENTE; o esquema do CAMINHO, dá sentido de estar em locomoção. 
Estamos quase na reta final - esquema de trajetória
Os alunos estão na sala - esquema de recipiente
(Alguém fala algo e criamos uma imagem mental em nossa imagem de forma metafórica)
SEMÂNTICA FORMAL - SENTENÇA
A relação da linguagem com o mundo é fundamental. Relação de sentido e referência - linguagem e mundo (verdade); 
SENTIDO (é o que nos permite chegar a um referente no mundo// se é verdadeiro) e REFERÊNCIA. Está ligada diretamente a uma abordagem da semântica da condição de verdade, que foi postulada pelos lógicos na busca pelo significado das línguas naturais. É o estudo da relação que existe entre expressões linguísticas e o mundo.
- O significado da palavra não está unicamente na linguagem, mas na linguagem e na sua relação com o mundo. ex: Vênus - tem um sentido = planeta, mas também pode ser chamado de um outro sentido = estrela da manhã, ilha da magia.  Ambos os sentidos tomam uma referência = planeta vênus.
semântica = significado // formal = forma
Semântica formal = sentença
CONCEITOS IMPORTANTES:
Campo semântico: Conjunto de significados, conceitos que uma palavra possui. Um mesmo termo pode ter vários sentidos os quais são definidos a partir do contexto abordado. As palavras são definidas em relação às outras. São elas:
Sinonímia: Relação semântica entre duas ou mais palavras com o mesmo significado- dependendo do contexto, pode ser usado um no lugar do outro. Exemplo: Belo - Bonito. Precisam ter o mesmo teor de verdade, mesma relação de sentidos.
Antonímia: Oposição entre dois termos. Exemplo: Belo - feio. 
Hiponímia: Relação entre um vocábulo específico – fim do nível hierárquico, algo desmiuçado para chegar na palavra final da sentença (Gato, médico, flauta).
Hiperonímia: relação entre palavras, quando o sentido de uma está incluído no sentido de outra. É uma relação linguística que estrutura o léxico das palavras em classes. O mais GERAL (animal, fruta)
Paráfrase= A paráfrase é caracterizada como sendo uma reafirmação de um tema trabalhado pelo autor. Embora sejam utilizadas outras palavras, estruturas ou estilos, as ideias transmitidas no texto original são conservadas, ou seja, são sentenças que possuem o mesmo conteúdo ou equivalem semanticamente.
Anomalia: Sentenças boas gramaticalmente, mas claramente incoerentes ou totalmente sem sentido, que não geram nenhum tipo de acarretamento. Há sentenças com um grau maior ou menos de anomalia, indo até aquelas altamente anômalas. 
Exemplo: “A raiz quadrada de uma mesa” ou “Hoje a noite vamos sair beber mesas e comer cadeiras” - não existe. Causa estranheza.
Anáfora: Identifica objetos, pessoas, momentos, lugares, ações anteriormente mencionados no discurso ou na sentença. - Meu gato é gordo. Ele come demais. 
A conotação: Sentidos diversos. É a forma de uso e manifestação da linguagem em seu sentido figurado. Ex: O carro voava pelas ruas da cidade.
Contradição: ligada à noção de acarretamento. Há fatos que não podem ser realizados ao mesmo tempo e nem nas mesmas circunstâncias. - João beijou Maria, mas Maria não foi beijada por João. - Não são verdadeiros ao mesmo tempo. 
Acarretamento: O significado da sentença relaciona-se apenas com o que está na expressão linguística. Duas sentenças mostram uma relação de acarretamento se: 
- A sentença (a) for verdadeira, a (b) também é.
- A informação da sentença (b) está contida na informação da sentença (a);
- A sentença (a) e a negação da sentença (b) são sentenças contraditórias.
Exemplo: João matou Pedro acarreta que Pedro morreu. A primeira informação condiz com a segunda então é verdadeira.
Pressuposição: Os conteúdos preposicionais são semelhantes ao acarretamento, porém, as pressuposições sobrevivem à mudança de valores de verdade da sentença. Na pressuposição, o conhecimento da sentença é feitoentre o falante e o ouvinte, em que uma cadeia de implicações é usada para determinar se a segunda sentença pertence ao mesmo contexto de seu antecedente, tornando-a verdadeira. Uma sentença B é pressuposta por uma sentença A se tanto a verdade de A, assim como a não verdade de A, exigem a verdade de B. Para definir se uma sentença é pressuposta por outra, recorremos à negação, e o teste deve incluir a negação. Assim, a pressuposição resiste à negação. A pressuposição antecede a produção da sentença propriamente dita.
Exemplo: Pedro desistiu de ir ao futebol. Essa frase pressupõe que Pedro pensou em ir a um jogo de futebol.
Quando tem dupla possibilidade gera ambiguidade.
Dêixis: Os elementos dêiticos permitem identificar pessoas, coisas, momentos e lugares a partir da situação da fala, ou seja, a partir do contexto. Os elementos dêiticos, de uma maneira mais geral, associam-se aos pronomes demonstrativos, aos pronomes pessoais, aos tempos de verbos e aos advérbios de lugar e de tempo.
São marcações no nível da frase que remetem a uma informação extra linguísticos.
SÃO ELEMENTOS DÊITICOS: 
· Os pronomes pessoais que indicam os participantes da comunicação (eu/tu); 
· Os marcadores de espaço como advérbio de lugar e os pronomes demonstrativos (aqui/lá/este/esse/aquele);
· Os marcadores de tempo (Agora/ hoje/ontem)
Ambiguidade: Possibilidade de acessar dois ou mais sentidos, existindo diversas formas de ambiguidade. É a maneira que nós interpretamos as coisas. O contexto especificará qual o sentido deve ser selecionado.
Ambiguidade lexical: está em uma palavra que possui vários sentidos. “Ficamos sem rede ontem.” - rede de internet, vôlei…?
Ambiguidade com preposições: ocorre por conta de uma preposição. "O burro do Paulo anda doente.". "Do" - O uso da preposição está ambíguo. 
Ambiguidade sintática: acontece quando são feitas várias interpretações de uma única oração. "O policial prendeu o bandido em sua casa". Na casa do policial ou do bandido?
Ambiguidade de escopo: uma estrutura sintática que possibilita dupla leitura. "Os alunos dessa sala falam duas línguas." Todos falam os mesmos 2 idiomas ou idiomas diferentes?
Ambiguidade de correferência: é gerada pelo fato de os pronomes e elementos fóricos poderem ter diversos antecedentes. "José falou com seu irmão.” Irmão dele ou meu?
Atribuição de papéis temáticos: Por exemplo: "A Maria fez as unhas.” Ela fez as unhas de alguém, ela fez as próprias unhas ou alguém fez as unhas dela?
Construções com gerúndio: leitura temporal ou causativa. “João não entrou na sala quando estava atrasado ou porque estava atrasado.”
Ambiguidades múltiplas: cacofonia - "Eu me instruo.”
Vagueza: São palavras que nos permitem não ter uma precisão semântica. É uma imprecisão. Está atrelada à implicatura conversacional. inespecificidade das palavras
A palavra "aproximadamente" gera vagueza, por exemplo: Aproximadamente 15 alunos vão reprovar.
Adjetivos causam vagueza. Ela é muito magra (depende do que estou comparando), ou seja, varia a partir da minha percepção de referência do mundo.
Aproximadamente Alguns, grandes, alto, magro, gordo, bom, ruim. Palavras que geram vagueza - Não possui limite, você não sabe. 
Homonímia: Está atrelada ao processo de formação das palavras. A homonímia é a relação entre diferentes palavras (ou expressões) que têm significantes iguais (forma igual na escrita, no som ou em ambos), mas significados distintos. A homonímia pode ser dividida em três partes: Homógrafos, homófonos e perfeitos.
- Homógrafos: Palavras que tem a mesma escrita, porém som e significados diferentes. (sabia, sábia, sabiá)
- Homófonos: Possuem o mesmo som (pronúncia) mas com escrita diferente como em “assento”, “acento”.
- Perfeitos: Possuem a mesma escrita e o mesmo som, porém com significados diferentes. Depende do contexto, como por exemplo em “Manga (fruta) e manga (camiseta)”. 
Paronímia: Refere-se a palavras com significados diferentes, mas significantes (estrutura) parecidos. Exemplos: comprimento e cumprimento, soar e suar.
Escopo: Componente gramatical que determina a interpretação de um predicado. Relação em que um operador atua sobre um certo domínio em uma sentença.
SEMÂNTICA DA ENUNCIAÇÃO - ARGUMENTAÇÃO
Preocupação com a pluralidade de vozes que estão atrás de uma sentença. Diferente do estruturalismo, “mesa”, na semântica da enunciação significa as diversas possibilidades de encadeamento argumentativo das quais a palavra pode participar.
- A semântica da enunciação é uma atividade social, interacional que coloca a linguagem em funcionamento:
- Estamos sempre inseridos na linguagem;
- Falamos para convencer o outro;
- Diferentes leituras/ambiguidade;
O PRESSUPOSTO na semântica da enunciação ainda está relacionado com a semântica formal, porém, na semântica da enunciação o pressuposto abre espaço para a noção de enunciador. No pressuposto também entra a pragmática, considerando o indivíduo que fala. A pressuposição abre a caminhos para a polifonia e para várias vozes presentes no enunciado. Exemplo: Ele lia muitos livros. Pressupõe que ele lia. Posto = que não lê mais.
POLIFONIA: Presença de vozes encapsuladas de uma sentença que ali emerge.
PRAGMÁTICA:
É a linguagem em USO. É a análise de situações CONCRETAS de fala. 
O ponto de partida da Pragmática foram os trabalhos dos filósofos da linguagem particularmente John Austin e Paul Grice. O primeiro diz que a linguagem não tem uma função descritiva, mas uma função de agir. Ao falar, o homem realiza atos. Por exemplo, ao dizer “Eu lhe prometo”, o ato da promessa é realizado quando se diz “Eu lhe prometo". Grice mostra que a linguagem natural comunica mais do que aquilo que se significa num enunciado, pois, quando se fala, comunicam-se também conteúdos implícitos. Quando alguém diz a outro, que está se aprontando para sair, “São oito horas,” ele não está fazendo uma simples constatação sobre o que marca o relógio, mas dizendo Apresse-se; Vamos chegar atrasados. 
Objeto de estudo da Pragmática: uso das palavras e das sentenças inseridas em determinado contexto. O estudo do uso é absolutamente necessário, pois há palavras e frases cuja interpretação só pode ocorrer na situação concreta de fala. 
- Cabe a pragmática os estudos de:
1) Dêixis 
2) Atos de fala 
3) Implicaturas conversacionais
4) Princípios da interação conversacional 
5) Princípios do uso da língua 
6) Polidez 
7) Pressupostos e subentendidos. 
1)Dêixis : Expressão de referenciação linguística que tem por função relacionar, no ato de enunciação, certas unidades gramaticais às coordenadas espaço-temporais. 
SÃO ELEMENTOS DÊITICOS: 
· Os pronomes pessoais que indicam os participantes da comunicação (eu/tu); 
· Os marcadores de espaço como advérbio de lugar e os pronomes demonstrativos (aqui/lá/este/esse/aquele);
· Os marcadores de tempo (Agora/ hoje/ontem)
2) Atos de fala:
Segundo Austin, ao se dizer algo, três atos são performados ao mesmo tempo:
1) O ato locucionário (senso/Referência) = Produzir/emitir sons ou escrever.
2) O ato Ilocucionário (Promessa, oferta, aviso) = A pessoa fala para alguém, direciona-se a algum interlocutor. O falante tem uma certa intenção quando fala, quer informar, comprimentar, avisar, ameaçar, prometer...
3) O ato Perlocucional (O efeito no interlocutor)
Para Austin, na teoria dos Atos de Fala, como explica Roldão, a linguagem não tem função meramente descritiva, mas é ação em si e promove ação ao ser utilizada. Provocamos e efetuamos ações por meio da fala mais do que descrevemos o mundo que nos rodeia. O autor exemplifica a teoria através de exemplos como a sentença: “declaro a aberta a sessão”, sendo um ato locucionário com efeitos declarativos da sentença, provocando ações, sendo assim, o ato ilocucionário. Roldão apresenta, ainda, outros exemplos que contribuem para o entendimento da teoria em nosso cotidiano, atentando a importância do contexto de fala, do emissor e do receptor do enunciado para sua interpretação. 
3) Implicaturas conversacionais 
Grice ([1975]/1982), chama de Implicatura aquilo que nãoé literalmente dito, mas é insinuado pelo falante e compreendido pelo ouvinte através de inferências. Ou seja, aquilo que é dito + as implicaturas (se houver) = significação total do enunciado. 
Podem ser divididas em: Implicaturas Convencionais e as Implicaturas Conversacionais. 
Nas implicaturas convencionais, a significação é gerada internamente, dentro do contexto linguístico, significado convencional, usual, não canceláveis. Para esta implicatura podemos usar o exemplo: “Ana é muito trabalhadora, porém é pobre”. No exemplo citado, implica-se convencionalmente que Ana sendo trabalhadora, não deveria ser pobre, no entanto, é. O uso literal dos termos nos dá ideia exata do que está sendo dito através da conjunção apesar. Percebe-se, assim, que as implicaturas convencionais não dependem de contextos específicos para interpretação, e, com isso, não precisam ocorrer necessariamente na conversação. Logo, “a implicatura convencional ocorre da própria força significativa das palavras, sendo assim, pressentida pelos interlocutores sem dificuldades. ” (MIRANDA & LINS, 2015).
Grice chama de implicaturas conversacionais, “uma certa subclasse de implicaturas não convencionais, classificando-as como essencialmente conectadas com certos traços gerais do discurso” ([1975]1982, p. 86). 
4) Máximas conversacionais:
O Princípio da Cooperação e as Máximas Conversacionais, teoria do filósofo americano Paul Grice, entende que a comunicação entre dois sujeitos deve ser um processo cooperativo, para que ambos possam entender a mensagem do interlocutor. As máximas são assim classificadas: 
a) Máxima da qualidade: a sua contribuição deve ser verdadeira; “não diga o que você pensa que seja falso”;
 b) Máxima da quantidade: a sua contribuição deve conter somente o necessário; “não diga nem mais nem menos do que o exigido”; 
c) Máxima da relevância: a sua contribuição deve ser relevante; “não diga o que não for importante”;
 d) Máxima de modo: a sua contribuição deve ser clara o suficiente para ser entendida; “fale de maneira ordenada e sem obscuridades”. (GRICE apud MENEGUSSO, 2008, p.5). 
5) Princípios do uso da língua: 
O princípio da pragmática defende que não é possível fazer a interpretação de um enunciado baseado na informação linguística, uma vez que existe todo um conjunto de informações extralinguísticas, não linguísticas e contextuais que interferem na produção e interpretação de cada enunciado.
6) Polidez:
A perspectiva da Pragmática concebe a polidez como uma atividade social que objetiva contribuir para que as interações transcorram de modo equilibrado e harmônico, amenizando os conflitos passíveis de existir quando os falantes não compartilham dos mesmos interesses.
7) Pressupostos e subentendidos. 
O pressuposto, encontra-se intrinsecamente inscrito no enunciado, é dizer, a pesar de não apresentar-se abertamente posto, pode ser inferido porque a própria informação posta é elaborada fundamentando-se nos pressupostos. “O que é dito explicitamente pode ser questionado. Os pressupostos, no entanto, devem ser verdadeiros ou, ao menos, tomados como tal. Os explícitos são constituídos sobre os pressupostos.” (FIORIN, 2010, p. 182). 
Os subentendidos, “são informações veiculadas por um dado enunciado, cuja atualização depende da situação de comunicação” (FIORIN, 2010, p. 184). Ou seja, o subentendido não forma a base sobre a qual o explícito é constituído pois não está relacionado com o enunciado, precisando que os interlocutores precisam do conhecimento de mundo para relacionar com os fatos extralinguísticos aos quais remetem. 
Exemplo: - Infelizmente, meu marido continua trabalhando fora do país
Pressuposto: O marido está trabalhando fora do país e a mulher não está satisfeita com essa situação.
Subentendido: Talvez por ter melhor salário fora do país ou por não encontrar trabalho no seu país.
Acarretamento: (campo da semântica, do sistema, da estrutura linguística gramatical) - faz parte da estrutura frasal e opera como sentido literal d a frase. Está dito o que está nela, o que foi dito. “O joão chegou a festa” - Alguém que se chama joão chegou 
Pressuposto (semântica, pois estamos operando com a estrutura frasal + pragmática): Se dá a partir de uma informação que é prévia e partilhada pelos interlocutores - “Há uma festa e João já chegou na festa.” “Já” - demonstra um pressuposto, não se espera que ele chegou, ou chegou de forma antecipada.
Subentendido: pragmático - informações de contexto e cultural. “João chegou à festa e pediu ao cozinheiro, ‘tem fogo?’”. Subtende-se que ele quer acender um cigarro.

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