Globalização SEMINARIO III

Prévia do material em texto

Globalização
Cultura e Estranhamento
Globalização
1
A globalização é um processo de interação, integração e unificação mundial por meio da transformação  econômica,social,cultural e política,  que alcançou pilares elevadíssimos, impulsionada pelo consumismo e redução de custos de produção, da otimização dos meios de transporte e comunicação dos países no final do século XX, e início do século XXI. Vivemos num mundo sem fronteiras !
Na visão da sociologia , alguns historiadores afirmam que este não é um fenômeno recente, ele iniciou-se com as grandes navegações, quando a expansão marítima européia “descobriu os novos mundos”, difundindo seus costumes , hábitos e objetos pessoais. Todavia há outra corrente de pensamentos históricos, ainda dentro da sociologia, que apontam seu nascimento na segunda metade do século XIX , quando as grandes economias mundiais capitalistas , iniciaram seus investimentos em outros países, o que foi denominado imperialismo. Existe também uma parte de historiadores que a reconhece na abertura da economia de alguns países ao investimento e produtos estrangeiros , na década de 80.
Sua expansão fortaleceu auspiciosamente a sociedade mundial , promovendo o avanço tecnológico, a facilidade de acesso ao conhecimento e a informação , a parceria econômica entre vários países, a redução do tempo e do espaço no que concerne ao transporte de passageiros e cargas. Um grande exemplo de globalização é a invasão mundial de produtos manufaturados chineses em países que os importam por não conseguirem produzi-los a um preço competitivo.
Entretanto, em outros aspectos, a globalização aparece como uma grande vilã, engendrando desigualdade e desemprego; estimulando o que chamamos de homogeneização cultural , que é a desvalorização das culturas locais em detrimento ‘as culturas mundiais, quando grandes potências econômicas influenciam com seus costumes a política, a cultura e a economia de países menos favorecidos economicamente. Exemplo disso é a expansão dos fast food´s e da culinária japonesa e italiana. Os valores regionais estão ameaçados no mundo globalizado.
A comunicação exerce um definitivo e fundamental papel, quando veicula músicas, filmes e propagandas comerciais, suscitando hábitos, modismos e vocabulário de um novo estilo de vida. Todavia, na contramão deste episódio , existe o fato , por exemplo, de um cantor porto-riquenho adquirir notoriedade mundial, com mais de 6,5 bilhões de visualizações somente no youtube, viralizando seu hit “ DESPACITO ”; e de o açaí tornar-se um hábito de consumo alimentar em todas as nossas cidades e no exterior, valorizando, neste caso, nossa cultura regional .
Outro fato verificado na globalização é a popularização e facilidade de aquisição de alimentos industrializados em contraste com a carência , quer seja pela indisponibilidade, quer seja pelo elevado custo, dos produtos orgânicos.
Na perspectiva da antropologia, a globalização é vista como uma expansão comercial e de bens de consumo, uma vez que consumir nos dá uma idéia de dignidade, de acesso ‘a ciência e tecnologia, a moda, a grifes, a produtos importados e a facilidade de exploração turístico-geográfica. Uma idéia atraente da sociabilidade e popularidade dos bens de consumo, desconstruindo o sujeito, tornando-o refém do consumismo.
O raciocínio da antropologia em relação ‘a globalização é como se responde a ela, observando-se a forma que a mídia propagandista expõe a obrigatoriedade de se consumir os produtos globalizados, gerando uma sociedade contemporânea psicologicamente dependente destes bens de consumo. Ou seja, um indivíduo só é apresentável, se adquirir esses bens.
Outro ícone antropológico da globalização é a questão da relação pessoal do indivíduo consigo mesmo e em relação ao tempo. O indivíduo moderno se “estranhou” ao perder a noção de seu espaço local e de seu tempo real, para produzir resultados globais em um ínfimo período de tempo. Ele não se reconhece, perdeu sua identidade regional, deixou de relacionar-se na esfera local, em benefício do contato virtual, gerando o estranhamento individual.
Antropologicamente, a globalização nos dá a idéia de bem estar social, de conforto e facilidade, mas esconde a toxina do não enraizamento de valores, uma vez que por ser ela mutável ou modista, produz um indivíduo com as mesmas características, volúvel e fragilizado por viver num mundo camaleônico, que muda de acordo com o ambiente, daí o surgimento da enfermidade global, a depressão . Devemos sintetizar o tradicional e o moderno, fazendo com que os valores morais dialoguem com os avanços tecnológicos. Vale aqui uma discussão apropriada do custo-benefício da globalização.
Debaixo dessa influência, o indivíduo moderno resiliente , passa a receber os valores globalizados, podendo vestir-se como um norte-americano, comer com um italiano e falar ou usar expressões vocais de um português. Tampouco existem sociedades como as indígenas,por exemplo, que não sofreram as mutações causadas pela globalização. A tradição cultural tornou-se estranha ao individuo globalizado, sendo suas raízes culturais motivo de vergonha para ele, fomentando um estado emocional frágil.
Este estranhamento deve-se basicamente ‘a busca de bater metas profissionais e tornar-se o primeiro da empresa ou prendendo-se a tela de um PC ou smartphone, perdendo seus valores, produzindo um vazio cultural, distanciando-se do outro e perdendo a noção do tempo. Por isso é tão comum ouvirmos : - Como o ano passou rápido !