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22/11/2023, 00:24 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=FY9OBsn8MXglqvlJ%2b9Puog%3d%3d&l=MEgTeJvmuoQFJB5hMF0arw%3d%3d&cd=p7w… 1/86 SISTEMAS DE POTÊNCIASISTEMAS DE POTÊNCIA REPRESENTAÇÃO DOSREPRESENTAÇÃO DOS TRANSFORMADORESTRANSFORMADORES Au to r ( a ) : M a . R a f a e l a F i l o m e n a A l ve s G u i m a rã e s R ev i s o r : A l i n e Fra g a S i l va Tempo de leitura do conteúdo estimado em 2 horas e 30 Sminutos. 22/11/2023, 00:24 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=FY9OBsn8MXglqvlJ%2b9Puog%3d%3d&l=MEgTeJvmuoQFJB5hMF0arw%3d%3d&cd=p7w… 2/86 Introdução Olá, estudante! Neste material, vamos estudar dois dos principais equipamentos utilizados em Sistemas Elétricos de Potência (SEP): os transformadores e os geradores síncronos. Iniciaremos nosso estudo pela modelagem de um transformador ideal para chegarmos em um transformador real e no seu circuito equivalente. Depois, estudaremos a modelagem dos bancos de transformadores monofásicos utilizados em usinas de geração até chegarmos nos transformadores trifásicos utilizados em subestações, passando pelos autotransformadores, equipamentos muito adotados por serem uma forma barata e e�caz de correção das tensões na distribuição. Mais adiante, iniciaremos uma abordagem sobre os softwares de simulação, com ênfase no Power World, que nos permitirá simular vários circuitos em SEP. Finalmente, encerraremos este estudo abordando os geradores síncronos, equipamentos que recebem essa denominação por serem responsáveis por manter a frequência do SEP em 60 Hz. Vamos lá? 22/11/2023, 00:24 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=FY9OBsn8MXglqvlJ%2b9Puog%3d%3d&l=MEgTeJvmuoQFJB5hMF0arw%3d%3d&cd=p7w… 3/86 Mohan (2016, p. 84) a�rma que “os transformadores são absolutamente essenciais para tornar viável a transferência de potência em grande escala por longas distâncias. A função primária dos transformadores é alterar o nível de tensão”. As usinas transformam a energia fornecida por uma fonte, como a mecânica, em energia elétrica por meio de tensões primárias ao nível de 13,8 kV (podendo chegar até 20 kV). Se transmitirmos a potência com esse nível de tensão, as perdas térmicas dadas por I R2 teriam valores extremamente elevados, então a energia é transmitida com tensões de 230, 345, 440, 500 e 750 kV. Mohan ainda complementa que em sistemas de potência, as tensões são transformadas aproximadamente 5 vezes entre a geração e a entrega aos usuários �nais. Por isso, a potência total em MVA instalada dos transformadores chega a ser 5 vezes maior que a dos geradores (MOHAN, 2016, p. 84). O modelo de um transformador é feito por meio da representação de um circuito equivalente, assim como o seu equacionamento matemático. Em sistemas elétricos de potência, costumamos desprezar os efeitos da corrente Modelagem de transformadores: transformador ideal – transformador real – circuito equivalente 22/11/2023, 00:24 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=FY9OBsn8MXglqvlJ%2b9Puog%3d%3d&l=MEgTeJvmuoQFJB5hMF0arw%3d%3d&cd=p7w… 4/86 de magnetização nos transformadores de potência e os representamos através da sua resistência e da sua impedância em série. Transformador ideal Vamos começar nosso estudo pelo transformador ideal. Para isso, vamos observar um que possua um enrolamento primário chamado de N , sendo ele o número de espiras, e um enrolamento secundário chamado de N , retratado na Figura 3.1. Nesse modelo, vamos adotar como positivo o sentido da corrente secundária saindo no enrolamento secundário. Note que esse sentido é oposto ao sentido da corrente primária, que está entrando do enrolamento primário. A corrente secundária resultará em uma fmm (força magnetomotriz) de sentido oposto à produzida pela corrente no enrolamento primário. Os pontos em cima do sinal de positivo representam a polaridade da corrente desses enrolamentos. 1 2 22/11/2023, 00:24 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=FY9OBsn8MXglqvlJ%2b9Puog%3d%3d&l=MEgTeJvmuoQFJB5hMF0arw%3d%3d&cd=p7w… 5/86 Figura 3.1 – Transformador ideal com carga Fonte: Umans (2014, p. 70). #PraCegoVer: a imagem apresenta um transformador ideal com o núcleo retratado por dois retângulos, um maior e outro menor. O lado esquerdo, chamado de primário, está conectado a uma fonte alternada. Esse lado possui uma tensão “𝓋 ” (lemos V1). O núcleo está envolvido por “N ” (N1) espiras. O lado da direita é chamado de secundário e está ligado à carga. Esse lado possui uma tensão chamada de “𝓋 ” (V2). O núcleo está envolvido por “N ” (N2) espiras. As tensões “𝓋 ” (V1) e “𝓋 ” (V2) estão representadas pelos sinais de positivo (“+”) em cima e de negativo (“-”) embaixo. Acima do primeiro sinal de “+” da tensão “𝓋1” (V1), há um ponto informando que a corrente “i ” (I1) está entrando no enrolamento, ou seja, ela sai da fonte e entra no equipamento. No sinal de “+” da tensão “𝓋 ” (V2), há um ponto informando que a corrente “i ” (I2) sai do equipamento em direção à carga. Dentro do núcleo está representado o �uxo “𝜑” (�) gerado pelas espiras. Esse transformador é chamado de transformador ideal, porque vamos considerar que as resistências dos enrolamentos, formadas pelas espiras N1 e N2, são valores próximos de zero, portanto, podem ser desprezados. Assim como temos que considerar que todo o �uxo está restrito ao núcleo que é enlaçado completamente por essas espiras (assim, não teremos �uxos 1 1 2 2 1 2 1 2 2 22/11/2023, 00:24 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=FY9OBsn8MXglqvlJ%2b9Puog%3d%3d&l=MEgTeJvmuoQFJB5hMF0arw%3d%3d&cd=p7w… 6/86 dispersos), o que nos leva a concluir que não haverá perdas no núcleo e que a permeabilidade do material utilizado para a sua construção será tão alta que fará com que tenhamos uma única fmm de excitação para criar o �uxo e que esse valor seja insigni�cante. No momento em que uma tensão variando senoidalmente no tempo chamada de 𝓋1 for aplicada aos terminais do primário, surgirá um �uxo chamado de 𝜑 no núcleo, de tal modo que esse �uxo ocasione uma fcem (força contra eletromotriz) chamada de e1, que será igual à tensão 𝓋1. Matematicamente, podemos escrever que: (Equação 3.1) Esse mesmo �uxo do núcleo está enlaçando o enrolamento secundário, mas, nesse caso, ele produzirá uma fem (força eletromotriz) induzida e e uma outra tensão senoidal chamada de 𝓋 nos terminais do secundário, o que também nos permite escrever a equação: (Equação 3.2) Se dividirmos a Equação (3.1) pela Equação (3.2), teremos: (Equação 3.3) Logo podemos concluir que um transformador ideal transforma a tensão do primário na tensão do secundário na razão direta do número de espiras do primário dividido pelo número de espiras do secundário. Vamos considerar agora que a corrente de carga chamada de i na Figura 3.1 irá produzir uma fmm igual a N i no secundário desse transformador. A tensão aplicada no enrolamento primário N irá determinar o �uxo no núcleo de acordo com a Equação (3.1), logo o �uxo no núcleo não irá se alterar com a corrente i . Como a fmm líquida que irá atuar no núcleo deve ser igual a zero, podemos escrever que: N i - N i = 0 ou N i = N i (Equação 3.4) 𝓋1 = =e1 N1 dφ dt 2 2 𝓋2 = =e2 N2 dφ dt =1 2 N1 N2 2 2 2 1 2 1 1 2 2 1 1 2 2 22/11/2023, 00:24 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=FY9OBsn8MXglqvlJ%2b9Puog%3d%3d&l=MEgTeJvmuoQFJB5hMF0arw%3d%3d&cd=p7w… 7/86 Como os sentidos das correntes i e i são opostos, a Equação (3.4) representará o modo pelo qual o enrolamento primário é informado de que há uma carga no enrolamento secundário. Portanto, como a�rma Umans (2014, p. 70), “qualquer mudança na fmm que circula no secundário, resultante de uma carga, se faz acompanhada de uma mudança correspondente na fmm do primário”. Como as fmm estão em sentidos opostos, devido aos enrolamentos N e N e por causa do sentido adotado para as correntes i1 e i , podemos reescrever a Equação (3.4) como: (Equação3.5) A relação das correntes entre as entradas primária e secundária de um transformador ideal é dada pelo inverso da divisão entre os números de espiras do primário e do secundário. Assim, podemos concluir, por meio das equações (3.3) e (3.5), que: 𝓋 i = 𝓋 i (Equação 3.6) Esse fato que faz o transformador ser tão utilizado, porque o equipamento mantém a potência igual no seu lado primário e secundário, mas permite que, com a correta escolha das espiras, possamos ter uma tensão diferente no primário em relação à tensão do enrolamento secundário. Transformador real O modelo real de um transformador de potência pode ser mais ou menos aproximado, dependendo da necessidade de precisão do cálculo que estivermos realizando. Esse modelo deve considerar os efeitos das resistências dos enrolamentos primário e secundário, os �uxos dispersos devido às indutâncias mútuas e os efeitos da permeabilidade do núcleo, que, na prática, é �nita e possui um comportamento não linear. Tudo isso precisa ser considerado em simulações de condições transitórias, como as resultantes de descargas atmosféricas ou de chaveamentos de trechos do sistema elétrico de potência (SEP). 1 2 1 2 2 =i1 i2 N2 N1 1 1 2 2 22/11/2023, 00:24 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=FY9OBsn8MXglqvlJ%2b9Puog%3d%3d&l=MEgTeJvmuoQFJB5hMF0arw%3d%3d&cd=p7w… 8/86 O �uxo real pode ser dividido em dois componentes, a saber: Na Figura 3.2, temos uma ilustração esquemática de todos os �uxos dispersos e mútuos que podem surgir em um transformador devido às correntes primária e secundária. A diferença entre o transformador ilustrado pela Figura 3.1 e esse, que representa um verdadeiro, é que os enrolamentos são dispostos, muitas vezes, uns sobre os outros, o que faz com que os �uxos se sobreponham. 22/11/2023, 00:24 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=FY9OBsn8MXglqvlJ%2b9Puog%3d%3d&l=MEgTeJvmuoQFJB5hMF0arw%3d%3d&cd=p7w… 9/86 Figura 3.2 – Representação esquemática dos �uxos mútuos e dispersos em um transformador real. O sinal “x” representa o sentido entrando da corrente e o ponto “⦁”, o sentido saindo Fonte: Umans (2014, p. 74). #PraCegoVer: a imagem apresenta o núcleo de um transformador formado por dois retângulos, um maior e outro menor. Dentro do retângulo menor, existe a representação do enrolamento chamado de “1” e de “2”, que são representados por retângulos bem pequenos dentro do retângulo menor. A �gura indica um �uxo disperso ao redor desses enrolamentos, representados pelos números “1” e “2”. Englobando os retângulos “1” e “2” e o retângulo menor estão representadas duas linhas de �uxo chamadas de �uxo mútuo resultante, representado pela letra “𝜑” (�). Ao lado do número “1”, mais à esquerda, e ao lado do número “2”, mais à direita e fora do retângulo maior, ou seja, na parte externa do transformador, estão representados o �uxo disperso pelo primário e o �uxo disperso pelo secundário. No primeiro retângulo, a corrente está representada por um ponto, que indica que ela está saindo do equipamento, no segundo retângulo, a corrente é representada por um “x”, o que indica que ela está entrando no enrolamento, o mesmo acontece com o enrolamento secundário. Tanto o �uxo disperso do secundário quanto o do primário são formados pelo �uxo que está no ar, assim como o interno ao equipamento. 22/11/2023, 00:24 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=FY9OBsn8MXglqvlJ%2b9Puog%3d%3d&l=MEgTeJvmuoQFJB5hMF0arw%3d%3d&cd=p7… 10/86 O �uxo disperso presente no ar irá induzir uma tensão, que será somada à tensão produzida pelo �uxo mútuo. Esse �uxo irá variar de forma linear com a corrente do primário I (representada agora na forma fasorial). Chamaremos de a indutância de dispersão do primário (o termo l refere-se ao termo em inglês leakage, que signi�ca dispersão). Com isso, poderemos calcular o valor da reatância de dispersão do primário, chamada de , obtida através da fórmula: (Equação 3.7) Agora, vamos considerar a resistência do enrolamento primário, que será chamada de R . A tensão no enrolamento primário, por sua vez, será chamada de V (também escrita na sua forma fasorial). Essa tensão pode ser decomposta em três partes, uma devido à queda de tensão no resistor dada por I R , outra devido à queda produzida pela impedância indutiva de dispersão dada por j I e outra pela fem E (também escrita na forma fasorial), induzida no primário graças ao �uxo mútuo (devido às indutâncias do primário e do secundário). Esse circuito está ilustrado na Figura 3.3 e pode ser considerado como o primeiro passo na obtenção do circuito equivalente de um transformador real. 1 Ll1 Xl1 = 2πfXl1 Ll1 1 1 1 1 1 Xl1 1 22/11/2023, 00:24 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=FY9OBsn8MXglqvlJ%2b9Puog%3d%3d&l=MEgTeJvmuoQFJB5hMF0arw%3d%3d&cd=p7… 11/86 Figura 3.3 – Primeiro passo para o desenvolvimento do circuito equivalente de um transformador real Fonte: Umans (2014, p. 75). #PraCegoVer: a imagem apresenta uma parte do circuito formada por uma resistência “R ” (chamada de R1) e uma reatância indutiva “ . É indicada uma tensão chamada de “V ” (V1) antes do resistor e uma tensão chamada de “E ” (E1) após a reatância, sendo que elas possuem sinal positivo na parte superior do circuito e sinal negativo na parte inferior. A corrente está indicada por “I ” (I1) e sai do resistor com o sentido indo para a reatância. A corrente do primário, de acordo com Umans (2014, p. 76), deve “não só magnetizar o núcleo, como também fornecer corrente para a carga conectada ao secundário”. Então podemos decompor essa corrente em duas componentes, a saber: A fmm líquida que é igual a N I pode ser escrita como: (Equação 3.8) Ou seja: (Equação 3.9) 1 ”(Xl1)Xl1 1 1 1 1 𝜑 = − =N1Iφ N1I1 N2I2 ( − ) −N1 I1 I ′2 N2I2 =I ′2 N2 N1 I2 22/11/2023, 00:24 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=FY9OBsn8MXglqvlJ%2b9Puog%3d%3d&l=MEgTeJvmuoQFJB5hMF0arw%3d%3d&cd=p7… 12/86 O que nos leva a concluir que a componente da carga da corrente do primário é igual à corrente do secundário referida ao primário em um transformador ideal. A corrente de excitação I , na sua forma fasorial, pode ser dividida em dois vetores: um vetor correspondente às perdas no núcleo chamado de I ; um vetor correspondente à componente de magnetização chamada de I e atrasada 90o em relação à fmm E . O circuito que representa a magnetização do transformador é composto por uma resistência RC em paralelo com uma indutância de magnetização L . A reatância indutiva será dada por: I ′2 SAIBA MAIS O vídeo publicado pelo canal Amazon Sat mostra o passo a passo da produção de transformadores de distribuição. O aluno deve assistir a esse vídeo e considerar as observações feitas pelo gerente da fábrica, imaginando como a fabricação de um transformador de potência, que é muito maior, pode ser difícil. A S S I S T I R 𝜑 c m 1 m 22/11/2023, 00:24 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=FY9OBsn8MXglqvlJ%2b9Puog%3d%3d&l=MEgTeJvmuoQFJB5hMF0arw%3d%3d&cd=p7… 13/86 X = 2 𝜋 f L (Equação 3.10) O resistor R e a reatância X serão chamados de impedância de magnetização e representados por Z . Portanto, as perdas no núcleo serão dadas em função de e a reatância X irá variar em função da saturação do núcleo do transformador, que é produzido a partir de uma liga de ferrossilício. A Figura 3.4 retrata esse circuito e pode ser o segundo passo na obtenção do circuito equivalente de um transformador real. Note que a impedância de magnetização é ilustrada em paralelo com a de dispersão. Figura 3.4 – Segundo passo para o desenvolvimento do circuito equivalente de um transformador real Fonte: Umans (2014, p. 75). #PraCegoVer: a imagem apresenta uma parte do circuito formado por uma resistência “R ” (chamada de R1) e uma reatância indutiva “ ”(X l 1) ligadas em série. É indicada uma tensão chamada de “V ” (V1) na entrada do circuito. Após a reatância, foi desenhadoum circuito em paralelo composto por uma resistência “R ” (Rc) e uma impedância indutiva “X ”(Xm). Por “R ” (Rc), passa uma corrente chamada de “I ” (Ic) e por “X ” (Xm) passa uma corrente chamada de “I ” (Im). Depois do paralelo, está representada uma corrente chamada de “I' '” (I2 linha) e uma tensão de saída chamada de “E1”. m m c m 𝜑 E21 m 1 Xl1 1 c m c c m m 2 22/11/2023, 00:24 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=FY9OBsn8MXglqvlJ%2b9Puog%3d%3d&l=MEgTeJvmuoQFJB5hMF0arw%3d%3d&cd=p7… 14/86 Se considerarmos que X possui um valor constante, a corrente I também será constante e será independente da frequência, possuindo uma relação direta e proporcional ao �uxo mútuo resultante. Por isso, podemos determinar os valores de R e X por meio dos valores nominais de tensão e de frequência. Agora, vamos representar o transformador real a partir das suas perdas juntamente com um transformador ideal. Vamos começar representando o �uxo mútuo resultante chamado de 𝛷, que induz uma fem E (forma fasorial) no secundário. Esse �uxo irá concatenar os dois enrolamentos, então a divisão entre os �uxos será dada pela divisão entre o número de espiras do primário pelo do secundário. Logo podemos escrever que: (Equação 3.11) m m c m 2 =E1 E2 N1 N2 22/11/2023, 00:24 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=FY9OBsn8MXglqvlJ%2b9Puog%3d%3d&l=MEgTeJvmuoQFJB5hMF0arw%3d%3d&cd=p7… 15/86 Figura 3.5 – Terceiro passo para o desenvolvimento do circuito equivalente de um transformador real Fonte: Umans (2014, p. 75). #PraCegoVer: a imagem apresenta dois circuitos que formam o primário e o secundário do transformador. No primário, há uma resistência “R ” (chamada de R1) e uma reatância indutiva ”(X l 1) ligadas em série. É indicada uma tensão do primário chamada de “V ” (V1) antes do resistor. Após a reatância, foi desenhado um circuito em paralelo composto por uma resistência “R” (Rc) e uma impedância indutiva “X ” (Xm). Antes do paralelo, chega uma corrente chamada de “I ” (I �). Depois do paralelo, está representada uma corrente chamada de “I' ” (I2 linha), que sai da interseção da impedância em série com a reatância e vai no sentido de uma tensão chamada de “E ” (E1). Depois dessa tensão, está representado um transformador ideal em que o primário, por meio das espiras do primário chamadas de “N ” (N1), estão conectadas ao circuito. O lado secundário do transformador com “N ” (N2) espiras possui uma tensão “E ” (E2) e está conectado a uma reatância indutiva chamada de “ ” (X l 2) ligada em série com um resistor “R ” (R2). Depois do resistor, está representada a tensão “V ” (V2). A Equação (3.11) é a mesma que obtivemos para um transformador ideal, dado pela Equação (3.3). Desse modo, podemos introduzir um transformador 1 “Xl1 1 m 𝜑 2 1 1 2 2 Xl2 2 2 22/11/2023, 00:24 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=FY9OBsn8MXglqvlJ%2b9Puog%3d%3d&l=MEgTeJvmuoQFJB5hMF0arw%3d%3d&cd=p7… 16/86 ideal na representação do circuito equivalente de um real, conforme ilustrado pela Figura 3.5, que pode ser considerado o terceiro passo na obtenção do circuito equivalente de um transformador real. Como a fem E não representa a tensão nos terminais do secundário devido à resistência R e à corrente I , que faz surgir um �uxo disperso nele, como pode ser visto na Figura 3.2, teremos que introduzir uma correção dada pela diferença de tensão entre a do secundário, representada por V , e a induzida no secundário, dada por E . Essa tensão é devido à resistência do secundário R e à presença da reatância de dispersão do secundário, chamada de (que corresponde à indutância de dispersão do enrolamento secundário ), como podemos ver pela impedância dada por desenhada à direita de E na Figura 3.5. Portanto, podemos concluir que o circuito equivalente de um transformador real é igual ao de um transformador ideal acrescido das impedâncias externas devido à dispersão do �uxo. Podemos escrever e representar esse circuito referido ao primário, como feito na Figura 3.6, que pode ser considerado o quarto e último passo na obtenção do circuito equivalente de um transformador real, ou podemos referir todos esses valores ao secundário. Como podemos observar, não é necessário representar o transformador ideal no circuito equivalente, precisamos apenas referir todas as tensões, correntes e impedâncias ao enrolamento do secundário ou do primário, conforme mostrado na equação: e (Equação 3.12). 2 2 2 2 2 2 Xl2 Ll2 + jR2 Xl2 2 =X ′ l2 ( )N1 N2 2 Xl2 =R ′ 2 ( ) N1 N2 2 R2 22/11/2023, 00:24 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=FY9OBsn8MXglqvlJ%2b9Puog%3d%3d&l=MEgTeJvmuoQFJB5hMF0arw%3d%3d&cd=p7… 17/86 Figura 3.6 – Quarto passo para a obtenção do circuito equivalente de um transformador real Fonte: Umans (2014, p. 75). #PraCegoVer: a imagem apresenta o circuito equivalente de um transformador real. O lado primário é formado por uma resistência “R1” e uma reatância indutiva “Xl1” ligadas em série. Também é indicada a tensão primária, chamada de “V1”. Após a reatância, foi desenhado um circuito em paralelo composto por uma resistência “Rc” e uma impedância indutiva “Xm”. No paralelo, chega uma corrente chamada de “I ” (I �). Depois do paralelo, está representado o lado secundário, com uma corrente chamada de “I2’” (I2 linha) e uma reatância indutiva “Xl2'” (XL linha) com uma ligação em série com um resistor “R2'” (R2 linha). Na saída do circuito, está representada a tensão secundária “V2'” (V2 linha). Conhecimento 𝜑 22/11/2023, 00:24 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=FY9OBsn8MXglqvlJ%2b9Puog%3d%3d&l=MEgTeJvmuoQFJB5hMF0arw%3d%3d&cd=p7… 18/86 Teste seus Conhecimentos (Atividade não pontuada) Leia o excerto a seguir: “Um transformador é um dispositivo que converte, por meio da ação de um campo magnético, a energia elétrica CA de uma dada frequência e nível de tensão em energia elétrica CA de mesma frequência, mas outro nível de tensão. Ele consiste em duas ou mais bobinas de �os enroladas em torno de um núcleo ferromagnético comum. Essas bobinas não estão conectadas diretamente entre si. A única conexão entre as bobinas é o �uxo magnético comum presente dentro do núcleo”. CHAPMAN, S. J. Fundamentos de máquinas elétricas. 5. ed. Porto Alegre: AMGH, 2013. Agora, vamos considerar um transformador de distribuição de 100 kVA, 13,8 k/220 V e 60 Hz, com uma impedância de dispersão de 0,72 + j 0,92 Ω no enrolamento de alta tensão e 0,0070 + j 0,0090 Ω no de baixa tensão. Na tensão e frequências nominais, a impedância Z𝜑 do ramo em derivação (igual à impedância de R e jX em paralelo) é responsável pela corrente de excitação 6,32 + j 43,7 Ω, quando vista do lado de baixa tensão. Com essas informações, podemos a�rmar que a relação de espiras do transformador com N dividida por N é um número que está contido em um dado intervalo. Escolha a alternativa correta que faz referência a esse intervalo. a) 0 < relação de espiras ⩽ 20. b) 20 < relação de espiras ⩽ 40. c) 60 < relação de espiras ⩽ 80. d) 40 < relação de espiras ⩽ 60. e) Relação de espiras > 80. c m 1 2 22/11/2023, 00:24 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=FY9OBsn8MXglqvlJ%2b9Puog%3d%3d&l=MEgTeJvmuoQFJB5hMF0arw%3d%3d&cd=p7… 19/86 Umans (2014, p. 91) a�rma que “três transformadores monofásicos podem ser conectados para formar um banco trifásico de transformadores”. Isso pode ser feito por meio de conexões: Modelagem de transformadores: banco de três transformadores monofásicos – autotransformador – transformador trifásico Y - 𝛥: nesse caso, a tensão entre a fase e o neutro, chamada de V , será igual à tensão fase-fase chamada de VAB dividida pela raiz quadrada de 3, ou seja, para o lado Y. AN =VAN VAB 3√ 22/11/2023, 00:24 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=FY9OBsn8MXglqvlJ%2b9Puog%3d%3d&l=MEgTeJvmuoQFJB5hMF0arw%3d%3d&cd=p7… 20/86 Desse modo, devemos semprenos atentar para o jeito que o transformador foi ligado, pois, se ele foi ligado em Y ou em 𝛥, temos que inserir uma defasagem da corrente igual a 30º para Y e -30º para 𝛥 no momento de con�gurarmos os softwares de simulação. A maioria deles já divide o valor das tensões e das correntes por √3, quando se faz necessário. REFLITA O Brasil já instalou usinas hidrelétricas nas principais bacias dos rios localizados nas regiões Nordeste, Sudeste e Sul. Agora, para instalarmos novas usinas hidrelétricas, temos que realizar esse tipo de obra nas regiões Norte e Centro-Oeste, onde estão localizadas a Floresta Amazônica e o Pantanal, o que pode prejudicar esses biomas tão especí�cos. No entanto podemos realizar o retro�t ou a repotencialização das usinas instaladas e aumentar a nossa capacidade de produção de energia em 30% sem provocarmos nenhum dano a esses locais tão únicos no mundo. Para isso, bastaria que trocássemos os materiais e equipamentos fabricados em sua maior parte nas décadas de 70 e 80 por equipamentos fabricados com novos materiais e tecnologias. Por que você considera que essa política pública ainda não foi adotada por nossos governantes? 22/11/2023, 00:24 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=FY9OBsn8MXglqvlJ%2b9Puog%3d%3d&l=MEgTeJvmuoQFJB5hMF0arw%3d%3d&cd=p7… 21/86 A representação das linhas e das fases desses circuitos é mostrada na Figura 3.7. Os enrolamentos primários estão representados à esquerda e os secundários à direita. Note que o neutro só está acessível para tensões ligadas em Y. O fator a da �gura é dado por: (Equação 3.13) Fonte: Adaptado de Goldemberg e Lucon (2007). a = N1 N2 22/11/2023, 00:24 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=FY9OBsn8MXglqvlJ%2b9Puog%3d%3d&l=MEgTeJvmuoQFJB5hMF0arw%3d%3d&cd=p7… 22/86 Figura 3.7 – Tipos de conexões trifásicas de transformadores em que os seus enrolamentos são indicados pelas linhas em negrito. Em a) temos a conexão Y - 𝛥, em b), a conexão 𝛥 - Y, em c), a conexão 𝛥 - 𝛥 e em d), a conexão Y - Y Fonte: Umans (2014, p. 92). #PraCegoVer: a imagem apresenta um circuito ligado em “Y - delta” em a) em que a primeira parte é ligada na forma dessa letra com a tensão de linha representada pela letra “V”, passando em cada uma das pontas do “Y”. O centro da letra “Y” é o ponto do neutro e, nele, a corrente entre a fase e a linha é dada pela tensão dividida por raiz de 3. Na ligação em delta, a corrente de linha sai dos vértices do triângulo e a corrente de fase circula entre o delta, nos lados. Essa corrente é igual à corrente de linha dividida por raiz de 3. No item b), temos uma conexão invertida, ou seja, dada por “delta - Y”. No item c), temos uma conexão “delta - delta” e, no item d), uma conexão “Y - Y”. As tensões no “Y” são representadas por tensões de linha e de fase e os seus valores são iguais. Já no delta, as correntes são representadas por correntes de linha e de fase e os seus valores são iguais. Se observarmos a Figura 3.7 atentamente, poderemos concluir que: As tensões e correntes nominais do primário e do secundário do banco trifásico de transformadores dependem da conexão utilizada, 22/11/2023, 00:24 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=FY9OBsn8MXglqvlJ%2b9Puog%3d%3d&l=MEgTeJvmuoQFJB5hMF0arw%3d%3d&cd=p7… 23/86 mas o valor nominal em kVA do banco trifásico é igual a 3 vezes o dos transformadores monofásicos individuais, independente do tipo de conexão (UMANS, 2014, p. 91). A conexão Y - 𝛥 (conhecida por estrela-triângulo) é muito usada em transformadores abaixadores de tensão (localizados em subestações perto de clientes). Isso ocorre porque podemos utilizar um neutro para aterramento do lado de alta tensão. A conexão contrária a essa, 𝛥 - Y (conhecida por triângulo-estrela), é utilizada em transformadores elevadores (localizados nas subestações das usinas de geração). Já a conexão 𝛥 - 𝛥 (triângulo-triângulo) proporciona a vantagem de podermos retirar um dos três transformadores para manutenção e o banco ainda funcionar, mas com um valor de potência reduzido a 58% do valor de projeto do banco. A conexão Y - Y (estrela-estrela) quase nunca é utilizada devido a problemas apresentados pela corrente de excitação. Autotransformadores Os autotransformadores são de�nidos por Mohan (2016, p. 93) como equipamentos “utilizados muito frequentemente em sistemas de potência para a transformação de tensões onde a isolação elétrica não é necessária para a seleção de derivações de espiras (tap-changing)”. Podemos considerar um autotransformador como um transformador ideal, inclusive desprezando as impedâncias de dispersão e a corrente de excitação. A Figura 3.8, no seu item a), ilustra a representação esquemática de um transformador de dois enrolamentos com N espiras no primário e N espiras no secundário. Já em b) temos a representação desse mesmo transformador, mas agora ele está conectado como um autotransformador, o que é feito conectando o enrolamento bc a ambos os enrolamentos primário e secundário. Na fabricação desses equipamentos, esse enrolamento é fabricado de tal forma que ele consegue suportar a tensão de funcionamento do autotransformador. Outra diferença que vale ressaltar é o fato de que o enrolamento ab irá precisar de uma isolação extra contra a plena tensão 1 2 22/11/2023, 00:24 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=FY9OBsn8MXglqvlJ%2b9Puog%3d%3d&l=MEgTeJvmuoQFJB5hMF0arw%3d%3d&cd=p7… 24/86 máxima do autotransformador. Com isso, os autotransformadores irão possuir menores reatâncias de dispersão, perdas mais baixas e irão necessitar de menores correntes de excitação, o que implica que terão um custo menor do que um transformador comum de dois enrolamentos. Figura 3.8 – Em a), temos a representação de um transformador de dois enrolamentos e, em b), a representação desse mesmo transformador conectado como um autotransformador Fonte: Umans (2014, p. 88). #PraCegoVer: a imagem apresenta um transformador de dois enrolamentos chamados de “N ” (N1) e “N ” (N2), representados na letra a) com a indicação da corrente entrando nos enrolamentos por meio de um ponto. Na letra b), esses enrolamentos estão ligados por meio de um autotransformador com “N ” (N1) ligado entre os pontos b e c e “N ” (N2) ligado entre os pontos a e b. Entre os pontos a e c, temos a soma dos enrolamentos “N ” (N1) e “N ” (N2). Nos terminais a e b, são indicadas as polaridades das correntes. Transformadores trifásicos 1 2 1 2 1 2 22/11/2023, 00:24 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=FY9OBsn8MXglqvlJ%2b9Puog%3d%3d&l=MEgTeJvmuoQFJB5hMF0arw%3d%3d&cd=p7… 25/86 Os transformadores trifásicos são mais baratos. Umans (2014, p. 92) nos relata que “um banco trifásico pode consistir em um transformador trifásico tendo os 6 enrolamentos em um núcleo comum de pernas múltiplas e contido em um único tanque”. A Figura 3.9 ilustra um desses transformadores de potência trifásicos, muito comuns em subestações localizadas perto dos centros de consumo. Figura 3.9 – Transformador de potência Fonte: STM guanajuato / Wikimedia Commons. #PraCegoVer: a imagem apresenta um transformador de potência, que é um equipamento imenso formado por vários ventilados, um para cada fase. Um tanque no formato retangular, composto por três retângulos em cada lado do equipamento, um tanque de formato cilíndrico de expansão para o óleo isolante, três buchas imensas de alta tensão e três buchas menores de baixa tensão instaladas de forma inclinada no topo do equipamento. Esse transformador possui pelo menos uns oito metros de comprimento por uns dois de largura e uns três de altura, ele é um equipamento muito grande e pesado. Um circuito equilibrado conectado em 𝛥 com dado em Ω/fase será equivalente a um circuito equilibrado conectado em Y com dado em ZΔ ZY 22/11/2023, 00:24 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=FY9OBsn8MXglqvlJ%2b9Puog%3d%3d&l=MEgTeJvmuoQFJB5hMF0arw%3d%3d&cd=p7… 26/86 Ω/fase pormeio da relação: (Equação 3.14) Agora que vimos como é fabricado um transformador, vamos calcular o seu circuito equivalente a partir dos dados de ensaio do equipamento a vazio e em curto-circuito. =ZY 13 ZΔ SAIBA MAIS O vídeo publicado pela UFJF (Universidade Federal de Juiz de Fora) traz o passo a passo do ensaio a vazio e do curto-circuito de um transformador trifásico. Esse ensaio é feito para determinar os valores das impedâncias do equipamento quando não sabemos os seus dados, seja porque sua placa com os dados está avariada ou porque o relatório de ensaio fornecido junto com o equipamento foi perdido. Para saber mais, acesse a seguir: Fonte: Adaptado de Ensaio… (2021). A S S I S T I R 22/11/2023, 00:24 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=FY9OBsn8MXglqvlJ%2b9Puog%3d%3d&l=MEgTeJvmuoQFJB5hMF0arw%3d%3d&cd=p7… 27/86 praticar Vamos Praticar Leia o trecho a seguir: “No ensaio a vazio ou de circuito aberto, um enrolamento do transformador é deixado em circuito aberto e o outro enrolamento é conectado à tensão nominal plena de linha. Nestas condições toda a corrente de entrada deve circular através do ramo de excitação do transformador. Os elementos em série são pequenos demais em comparação aos demais, para causar uma queda de tensão signi�cativa, de modo que essencialmente toda a tensão de entrada sofre queda no ramo de excitação. No ensaio de curto-circuito, os terminais de baixa tensão do transformador são colocados em curto- circuito e os terminais de alta tensão são ligados a uma fonte de tensão variável. A tensão de entrada é ajustada até que a corrente no enrolamento em curto-circuito seja igual ao seu valor nominal. A tensão, a corrente e a potência de entrada são novamente medidas”. CHAPMAN, S. J. Fundamentos de máquinas elétricas. 5. ed. Porto Alegre: AMGH, 2013. p. 90-91. Um transformador monofásico de 230/13,8 kV, 1 MVA e 60 Hz foi submetido aos ensaios de vazio e curto-circuito, obtendo-se. Ensaio de vazio: alimentação com tensão nominal pela baixa tensão; corrente absorvida: 4 A; potência absorvida 24 kW. 22/11/2023, 00:24 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=FY9OBsn8MXglqvlJ%2b9Puog%3d%3d&l=MEgTeJvmuoQFJB5hMF0arw%3d%3d&cd=p7… 28/86 Ensaio de curto-circuito: alimentação pela alta tensão com corrente nominal; tensão de alimentação: 10,6 kV; potência absorvida de 30 kW. Baseado nessas informações, calcule o circuito equivalente desse transformador em valores pu. Há vários programas utilizados para a simulação do SEP. Alguns deles, como o MatLAB, são pagos e bem caros, porque seu preço é cotado em dólar, como o módulo Power Systems representa no Simulink do MatLAB. Outro programa utilizado pelas concessionárias e usinas é o ANAREDE (disponível somente para essas empresas ou para universidades). Aula prática: representação de sistemas elétricos de potência 22/11/2023, 00:24 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=FY9OBsn8MXglqvlJ%2b9Puog%3d%3d&l=MEgTeJvmuoQFJB5hMF0arw%3d%3d&cd=p7… 29/86 O programa apresentado no box acima permite simular o SEP sem a necessidade de termos um computador com muita memória e um bom processador, funcionando de maneira e�ciente. No cadastro, também disponível no box acima, você deve informar seus dados, como nome, sobrenome, e-mail e nome da companhia onde trabalha (ou estudante), conforme ilustra a Figura 3.10. 22/11/2023, 00:24 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=FY9OBsn8MXglqvlJ%2b9Puog%3d%3d&l=MEgTeJvmuoQFJB5hMF0arw%3d%3d&cd=p7… 30/86 Figura 3.10 – Tela com os dados solicitados para o cadastro do software Power World Fonte: Elaborada pela autora. #PraCegoVer: a imagem mostra o formulário feito no Google Forms para que possamos fazer o nosso cadastro e utilizar o Power World. As informações obrigatórias são: nome, sobrenome, e-mail e nome da companhia onde trabalha (ou estudante). Assim que você receber um e-mail do software, basta clicar em “Click here to be redirected to the download site” para ser redirecionado ao site que você pode fazer o download do programa. O e-mail de con�rmação terá a aparência do e-mail retratado pela Figura 3.11. 22/11/2023, 00:24 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=FY9OBsn8MXglqvlJ%2b9Puog%3d%3d&l=MEgTeJvmuoQFJB5hMF0arw%3d%3d&cd=p7… 31/86 Figura 3.11 – E-mail de con�rmação enviado pelo site Power World Fonte: Elaborada pela autora. #PraCegoVer: a imagem mostra o e-mail para con�rmação recebido. Ele é enviado pelo software e já vem com o link que deve ser clicado para que o download possa começar. Se o link não estiver funcionando, copie-o em uma nova aba do seu navegador, que o software começará a ser baixado. Depois de baixá-lo e instalá-lo, aparecerá um ícone chamado de Simulator Education-Evaluation 22. Quando clicar nesse ícone, o programa se iniciará com a página inicial do software retratada na Figura 3.12. 22/11/2023, 00:24 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=FY9OBsn8MXglqvlJ%2b9Puog%3d%3d&l=MEgTeJvmuoQFJB5hMF0arw%3d%3d&cd=p7… 32/86 Figura 3.12 – Tela com os dados solicitados para o cadastro do software Power World Fonte: Elaborada pela autora. #PraCegoVer: a imagem na tela inicial do programa, onde uma mensagem do desenvolvedor do software Power World Corporation e os seus dados são exibidos. Esse software é de fácil utilização, o nosso maior desa�o será nos acostumarmos com os termos em inglês utilizados por ele. Depois que �zermos nossa ambientação no espaço de simulação, conseguiremos simular vários tipos de con�gurações encontradas no SEP (Sistema Elétrico de Potência). SAIBA MAIS O vídeo publicado pelo engenheiro Luis Cesar Emanuelli intitulado “Fluxo de potência no Power 22/11/2023, 00:24 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=FY9OBsn8MXglqvlJ%2b9Puog%3d%3d&l=MEgTeJvmuoQFJB5hMF0arw%3d%3d&cd=p7… 33/86 Agora, vamos simular um circuito clicando em “File” – “New Case” (Abrir um novo arquivo), depois em “Draw” (Desenho) e, na sequência, em “Network”, conforme ilustra a Figura 3.13. Figura 3.13 – Tela com o passo a passo para inserção de um barramento (bus) Fonte: Elaborada pela autora. #PraCegoVer: a imagem na aba inicial do programa com os comandos de Case, Information e Draw. Clicamos em Draw e uma aba com várias opções, como desenhos de barras, geradores, cargas, linhas e transformadores, aparece para que possamos começar a nossa simulação. World – Aula 01” traz o passo a passo para a simulação desse circuito. Só é preciso tomar cuidado, porque, no vídeo, utilizam a versão 19 do software e nós estamos instalando a versão 22 (mais atualizada). A S S I S T I R 22/11/2023, 00:24 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=FY9OBsn8MXglqvlJ%2b9Puog%3d%3d&l=MEgTeJvmuoQFJB5hMF0arw%3d%3d&cd=p7… 34/86 O próprio programa irá nomear um novo documento chamado de “NewOne1”. Esse programa funciona em dois modos. Na aba Draw (Desenho), clicando em Network (Rede), podemos desenhar: barramentos da linha (chamados de Bus); geradores (chamados de Generator); inserir cargas (chamadas de Load); inserir capacitores em derivação (chamadas de Switched Shunt); inserir linhas de transmissão (Transmission Line); inserir transformadores (chamados de Transformer). Esses elementos podem ser vistos na Figura 3.14. Figura 3.14 – Tela com equipamentos que podem ser simulados pelo Power World Fonte: Elaborada pela autora. #PraCegoVer: a imagem apresenta as principais opções da aba Draw, como: a inserção de barras (bus), geradores (generator), load (carga), transmission line (linhas de transmissão) e transformer (transformador). 22/11/2023, 00:24 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=FY9OBsn8MXglqvlJ%2b9Puog%3d%3d&l=MEgTeJvmuoQFJB5hMF0arw%3d%3d&cd=p7… 35/86 Para iniciarmos nossa simulação, temos que alterar o sistema de medidas do software (que vem programado, originalmente, para o sistema inglês). Para isso, temos que clicar em “Options” e, nasequência, em “Simulation Options”. Depois, clicamos em “Environment” (Ambiente). Aí basta mudar o ícone “Measurement Systems” de “English” para “Metric” (SI), conforme está ilustrado pela Figura 3.15. Depois é só clicar em “Ok”. Figura 3.15 – Tela com o passo a passo da con�guração dos parâmetros de medida em inglês para o sistema internacional (SI) Fonte: Elaborada pela autora. #PraCegoVer: a imagem mostra a parametrização que deve ser feita. Clicamos em “Simulator Options” e, depois, em “Environment”. Aí, teremos que alterar o “Measurement System” de “English” para “Metric” (SI). Na sequência, temos que ir em “Oneline Options”, na aba chamada de “Animated Flows”, e selecionar a opção “Actual MW & MVAr Power Flow” (para que o programa nos mostre os �uxos de potência ativa e reativa), conforme vemos na Figura 3.16. Devemos clicar em “Apply” (Aplicar) e depois em “Ok”. 22/11/2023, 00:24 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=FY9OBsn8MXglqvlJ%2b9Puog%3d%3d&l=MEgTeJvmuoQFJB5hMF0arw%3d%3d&cd=p7… 36/86 Figura 3.16 – Tela com o passo a passo da con�guração dos parâmetros do software para mostrar as potências ativa e reativa calculadas para o SEP Fonte: Elaborada pela autora. #PraCegoVer: a imagem mostra o próximo item a ser parametrizado. Devemos clicar em “Oneline Options” e, depois, em “Animated Flows” e em “Actual MW e MVAr Power Flow”. Agora, nós vamos desenhar uma linha com um gerador, uma linha de transmissão e uma carga. Devemos começar sempre pelas barras. Para selecionar uma barra, devemos clicar em “Draw” e depois em “Bus”. Aparecerá um quadro para informarmos o nome da barra – por exemplo, barra A, com o valor de tensão de 330 kV. Todas as barras devem ter sua tensão de�nida como 1 ∠ 0 º pu. Esse passo a passo está retratado na Figura 3.17. 22/11/2023, 00:24 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=FY9OBsn8MXglqvlJ%2b9Puog%3d%3d&l=MEgTeJvmuoQFJB5hMF0arw%3d%3d&cd=p7… 37/86 Figura 3.17 – Tela com o passo a passo para a con�guração de um barramento Fonte: Elaborada pela autora. #PraCegoVer: a imagem mostra a aba de con�guração de uma barra. No caso, devemos alterar a “Nominal Voltage” de 138 para 330 kV. A orientação da barra deve estar selecionada como “Up”. Para que nossa simulação funcione, uma das barras do sistema deve ser adotada como referência. Para isso, devemos clicar em “Bus Information” e setar uma barra, como a “System Slack Bus” (só precisamos setar uma barra como referência), conforme está ilustrado pela Figura 3.18. 22/11/2023, 00:24 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=FY9OBsn8MXglqvlJ%2b9Puog%3d%3d&l=MEgTeJvmuoQFJB5hMF0arw%3d%3d&cd=p7… 38/86 Figura 3.18 – Tela com o passo a passo para a escolha do barramento de referência (“Slack Bus”) Fonte: Elaborada pela autora. #PraCegoVer: a imagem mostra que devemos escolher a aba “Bus Information” e selecionar o ícone “System Slack Bus”. Vamos inserir três barras no sistema, a primeira chamada de 1, a segunda de 2 e a terceira de 3. A tensão na barra 1 vai ser de 330 kV, mesma tensão na barra 2, e a tensão na barra 3 vai ser de 220 kV. Adotaremos a barra 1 como a de referência. Depois disso, vamos inserir uma linha de transmissão entre as barras 1 e 2. Para isso, basta clicarmos em “Draw” e depois em “Transmission Line”. Agora, devemos clicar na barra 1 para indicarmos o início da linha e na barra 2 para indicarmos o seu �nal. Assim que �zermos isso, o programa irá abrir uma caixa de diálogo para que possamos inserir os dados da linha, como a resistência e a reatância. Vamos adotar que essa linha seja igual a Z’ = 0,001 + 0,015 j pu. O software irá desenhar um amperímetro que podemos diminuir de tamanho. Esses valores já são os valores em pu. Se tivermos os valores em Ohms, precisamos clicar em “Calculate Impedances” e inserir os valores 22/11/2023, 00:24 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=FY9OBsn8MXglqvlJ%2b9Puog%3d%3d&l=MEgTeJvmuoQFJB5hMF0arw%3d%3d&cd=p7… 39/86 em Ohms e o comprimento da linha. Note que o software é capaz de simular o modelo 𝜋 nominal da linha, conforme ilustra a Figura 3.19. Figura 3.19 – Tela com o passo a passo para a con�guração da linha de transmissão Fonte: Elaborada pela autora. #PraCegoVer: a imagem mostra a con�guração de uma linha de transmissão em que devemos inserir a “Series Resistance” (R) e a “Series Reactance” (X). Agora, vamos inserir um transformador entre as barras 2 e 3. Para isso, temos que ir em “Draw”, escolher o elemento “Transformer” e clicar nas barras 2 e 3. Vamos considerar que nosso transformador tenha uma impedância igual a 0,03 + j 0,08 pu. Como você pode observar, o próprio software já considera esse equipamento como um transformador abaixador de tensão devido às tensões da linha. A Figura 3.20 detalha o procedimento. 22/11/2023, 00:24 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=FY9OBsn8MXglqvlJ%2b9Puog%3d%3d&l=MEgTeJvmuoQFJB5hMF0arw%3d%3d&cd=p7… 40/86 Figura 3.20 – Tela com o passo a passo para a con�guração do transformador Fonte: Elaborada pela autora. #PraCegoVer: a imagem mostra a con�guração do transformador em que devemos inserir a “Series Resistance” (R) e a “Series Reactance” (X). Os quadrados em vermelho, que aparecem ao lado do amperímetro, são disjuntores que podemos utilizar para realizar simulações de manobras na linha, como abrir e fechar. Depois do transformador ser inserido, temos que dar um duplo clique nele para ajustarmos a sua potência. Vamos considerar um transformador de 100 MVA, como pode ser observado na Figura 3.21. 22/11/2023, 00:24 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=FY9OBsn8MXglqvlJ%2b9Puog%3d%3d&l=MEgTeJvmuoQFJB5hMF0arw%3d%3d&cd=p7… 41/86 Figura 3.21 – Tela com o passo a passo para a con�guração da potência nominal de um transformador Fonte: Elaborada pela autora. #PraCegoVer: a imagem mostra a con�guração da potência do transformador por meio da opção “MVA Rating”. Agora, vamos inserir, na barra 2, uma carga igual a , ou seja, P = 30 MW e Q = 12 MVAr. Lembrando que sempre podemos ajustar o tamanho dos elementos do mesmo modo com que ajustamos uma �gura em um documento do Word, conforme está ilustrado pela Figura 3.22. = 30 + 12(MVA)Scarga 22/11/2023, 00:24 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=FY9OBsn8MXglqvlJ%2b9Puog%3d%3d&l=MEgTeJvmuoQFJB5hMF0arw%3d%3d&cd=p7… 42/86 Figura 3.22 – Tela com o passo a passo para a con�guração de uma carga na barra 2 Fonte: Elaborada pela autora. #PraCegoVer: a imagem mostra a con�guração de uma carga na barra 2 com a mudança do valor “MW Value” para “30” e do valor “MVAr Value” para “12”. Agora, vamos inserir um gerador no nosso sistema. Para isso, temos que ir em “Draw” e, depois, em “Generator”. Precisamos sempre especi�car um valor para o item “MW Setpoint” no Power Control, senão o programa não aceita o comando. Podemos, inclusive, escolher o valor zero, conforme está ilustrado na Figura 3.23. 22/11/2023, 00:24 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=FY9OBsn8MXglqvlJ%2b9Puog%3d%3d&l=MEgTeJvmuoQFJB5hMF0arw%3d%3d&cd=p7… 43/86 Figura 3.23 – Tela com o passo a passo para a con�guração de um gerador Fonte: Elaborada pela autora. #PraCegoVer: a imagem mostra a con�guração do gerador com o parâmetro “MW Setpoint” setada em 0. Depois de o elemento ser inserido, podemos aumentar o número de casas decimais mostradas pelo software para três, por exemplo, apenas clicando duas vezes seguidas no valor 0 MW e substituir o número 0 por 3 no campo “Digits to Right of Decimal”. Devemos repetir o mesmo procedimento para o valor 0 MVAr, conforme ilustra a Figura 3.24. 22/11/2023, 00:24 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=FY9OBsn8MXglqvlJ%2b9Puog%3d%3d&l=MEgTeJvmuoQFJB5hMF0arw%3d%3d&cd=p7… 44/86 Figura 3.24 – Tela com o passo a passo para a con�guração da precisão nos valores calculados de potência ativa e reativa pelo software Fonte: Elaborada pela autora. #PraCegoVer: a imagem mostraa con�guração da precisão aos valores calculados para o gerador por meio de um duplo clique no número “0 MW” e na mudança de 0 para 3 no campo “Digits to Right of Decimal”. Agora, vamos inserir uma carga na barra 3, que será igual a , ou seja, P = 70 MW e Q = 15 MVAr, conforme exempli�cado pela Figura 3.25. = 70 + j15MVAScarga 22/11/2023, 00:24 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=FY9OBsn8MXglqvlJ%2b9Puog%3d%3d&l=MEgTeJvmuoQFJB5hMF0arw%3d%3d&cd=p7… 45/86 Figura 3.25 – Tela com o passo a passo para a con�guração de uma carga Fonte: Elaborada pela autora. #PraCegoVer: a imagem mostra a con�guração de uma carga com a mudança do valor “MW Value” para 30 e do valor “MVAr Value” para 12. Desse modo, nosso circuito de simulação �cou da maneira mostrada na Figura 3.26. 22/11/2023, 00:24 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=FY9OBsn8MXglqvlJ%2b9Puog%3d%3d&l=MEgTeJvmuoQFJB5hMF0arw%3d%3d&cd=p7… 46/86 Figura 3.26 – Tela com o SEP a ser simulado no Power World Fonte: Elaborada pela autora. #PraCegoVer: a imagem mostra o circuito sendo simulado com um gerador ligado a uma barra 1, que está interligada a uma barra 2 por meio de uma linha de transmissão. A barra 2 possui um transformador abaixador, que está conectado a uma barra 3. Tanto a barra 2 como a 3 possuem cargas. Agora, podemos simular alterando o modo para “Run Mode”, clicando em “Tools” e na seta verde. O valor da potência do gerador será mostrado, assim como o sentido em que a energia elétrica está sendo utilizada, ou seja, saindo do gerador e sendo consumida na carga. O resultado da simulação está ilustrado na Figura 3.27. 22/11/2023, 00:24 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=FY9OBsn8MXglqvlJ%2b9Puog%3d%3d&l=MEgTeJvmuoQFJB5hMF0arw%3d%3d&cd=p7… 47/86 Figura 3.27 – Dados da simulação calculada pelo software Fonte: Elaborada pela autora. #PraCegoVer: a imagem mostra o resultado da simulação com uma potência gerada de “101,789 MW” e “33,184 MVAr” Agora, vamos alterar os dados do circuito apresentado na �gura acima para que você possa simular novamente. praticar Vamos Praticar Vamos simular o circuito da �gura abaixo e encontrar a energia gerada pelo gerador. A tensão da barra 1 é igual a 440 kV, mesma tensão da barra 2, e a tensão da barra 3 é de 138 kV. O valor da potência consumida pela carga na barra 2 é igual a 45 + j 24 MVA e na barra 3 é igual a 55 + j 20 MVA. Os parâmetros das linhas de transmissão não foram alterados. 22/11/2023, 00:24 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=FY9OBsn8MXglqvlJ%2b9Puog%3d%3d&l=MEgTeJvmuoQFJB5hMF0arw%3d%3d&cd=p7… 48/86 Depois de desenhar o circuito da �gura abaixo, encontre a potência que deve ser produzida pelo gerador para suprir a carga. Figura: Circuito a ser simulado no Power World Fonte: Elaborada pela autora. #PraCegoVer: a imagem mostra o circuito que está sendo simulado com um gerador ligado a uma barra 1, que está interligado a uma barra 2 por meio de uma linha de transmissão. Essa barra 2 possui um transformador abaixador, que está conectado a uma barra 3. Tanto a barra 2 como a 3 possuem cargas. Modelagem de geradores: circuito equivalente – i 22/11/2023, 00:24 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=FY9OBsn8MXglqvlJ%2b9Puog%3d%3d&l=MEgTeJvmuoQFJB5hMF0arw%3d%3d&cd=p7… 49/86 Os geradores síncronos são modelados a partir do ponto de vista do cálculo do �uxo de carga com base nos seus limites operacionais. Esses limites têm in�uência sobre a capacidade de geração de potência ativa e reativa do Sistema Elétrico de Potência (SEP) e são representados por: (Equação 3.15) Ou seja, um gerador só poderá funcionar entre um intervalo especi�cado gerando uma potência reativa mínima, representada por , uma potência ativa mínima, dada por (geralmente, dada pelo custo mínimo para esse equipamento operar), uma potência reativa máxima, representada por , e uma potência ativa máxima, chamada de , que é dada pelo limite de transformação do equipamento. Se considerarmos esses valores como �xos e independentes entre si, a região de operação de um gerador k será obtida por uma região retangular, representada na Figura 3.28. gerador sobre-excitado – gerador sub-excitado ≤ Qk ≤Qm ní k Qm xá k ≤ Pk ≤Pm ní k Pm xá k Qm ní k Pm ní k Qm xá k Pm xá k 22/11/2023, 00:24 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=FY9OBsn8MXglqvlJ%2b9Puog%3d%3d&l=MEgTeJvmuoQFJB5hMF0arw%3d%3d&cd=p7… 50/86 Figura 3.28 – Limites aproximados de geração ativa e reativa Fonte: Elaborada pela autora. #PraCegoVer: a imagem apresenta um retângulo, denominado de região viável, cortado ao meio pelo eixo y, que está referenciado em “MW”. O retângulo possui dois lados, o primeiro localizado em cima da potência reativa mínima, chamada de “Qmin”, e o outro lado chamado de “Qmax”. O eixo x é dado por “MVAr”. O primeiro ponto que o retângulo intercepta no eixo y é chamado de “Pmin” e o último é chamado de “Pmax”. Essa simpli�cação não pode ser utilizada na maioria das aplicações práticas devido aos limites de capacidade de um gerador síncrono serem dados por meio de curvas de capacidade, cuja representação está ilustrada pela Figura 3.29. 22/11/2023, 00:24 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=FY9OBsn8MXglqvlJ%2b9Puog%3d%3d&l=MEgTeJvmuoQFJB5hMF0arw%3d%3d&cd=p7… 51/86 Figura 3.29 – Curva de capacidade de um gerador síncrono de polo liso Fonte: Elaborada pela autora. #PraCegoVer: a imagem apresenta um eixo x, chamado de “MVAr”, e outro eixo y, chamado de “MW”. Está desenhada uma semicircunferência entre esses eixos, com origem no ponto central. Da direita para a esquerda, temos que o primeiro limite é chamado de excitação máxima (devido ao aquecimento), ele é um pouco inferior ao raio da circunferência. Depois, o segundo limite é chamado de corrente máxima de armadura, também devido ao aquecimento dos enrolamentos, mas agora ele coincide com o segundo pedaço da circunferência. Imagine que a circunferência tenha sido cortada em um ângulo de 45º. Até uns 80º, esse limite é válido, depois, começa o limite de potência (fonte primária). Esse limite é dado em formato de uma reta e se localiza abaixo da circunferência. Ele vai até, mais ou menos, um ângulo de 100º. Depois ocorre o mesmo, mas com os ângulos crescendo depois de 90º. O primeiro limite é o da corrente máxima de armadura, o segundo, o de estabilidade, e o terceiro, muito perto de 180º, é o da excitação mínima. No lado positivo do eixo x, a máquina síncrona funciona como fornecedora de reativo e, no lado negativo, ela o absorve. Isso ocorre porque, geralmente, para resolvermos um sistema de �uxo de potência, conhecemos as tensões desejadas nas linhas e queremos calcular 22/11/2023, 00:24 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=FY9OBsn8MXglqvlJ%2b9Puog%3d%3d&l=MEgTeJvmuoQFJB5hMF0arw%3d%3d&cd=p7… 52/86 as correntes injetadas no sistema (principalmente, no caso da potência reativa). A geração de potência reativa obedece aos limites de aquecimento da máquina e a de potência ativa obedece o limite de estabilidade do gerador. Os limites de geração de potência reativa dependem dos limites de geração da ativa (por isso, essa variável é considerada dependente). Nos problemas reais de cálculo de �uxo de potência, os limites de potência ativa e reativa podem oscilar entre os valores máximo e mínimo, aliás, muitas vezes estamos interessados em encontrar o �uxo em que esses valores serão considerados como ideias ou otimizados. Máquinas síncronas Os geradores utilizados para transformar uma forma de energia, geralmente mecânica, mas também a hidráulica, a térmica e a eólica, em energia elétrica são os geradores síncronos. Umans (2014, p. 262) de�ne uma máquina síncrona como “aquela na qual uma corrente alternada �ui no enrolamento de armadura e um �uxo CC de rotor é produzido por uma excitação CC no enrolamento de campo”. Normalmente, instalamos o enrolamento de campo no estator que, em geral,é trifásico. Os turbogeradores, com frequência, possuem rotores cilíndricos e têm dois ou quatro polos. Já os geradores hidrelétricos são feitos de múltiplos polos salientes. Em SEP, temos três tipos de máquina síncrona: os geradores, os motores e os compensadores síncronos, utilizados para compensação da energia reativa, porque essas máquinas operam com potência ativa igual a 0, ou seja, nula. O livro “Introdução a sistemas de energia elétrica”, escrito por Monticelli e Garcia, de�ne o torque mecânico no eixo de uma máquina síncrona como o: torque devido à interação de 2 campos magnéticos girantes: um desses campos é produzido pela corrente no enrolamento de campo que se move a uma velocidade constante (localizado no rotor); o outro campo girante é produzido pelas correntes trifásicas nos enrolamentos da armadura (�xos no estator) (MONTICELLI; GARCIA, 2011, p. 157). 22/11/2023, 00:24 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=FY9OBsn8MXglqvlJ%2b9Puog%3d%3d&l=MEgTeJvmuoQFJB5hMF0arw%3d%3d&cd=p7… 53/86 A potência no eixo é calculada em termos do produto da velocidade angular, dada por 𝜔 pelo torque. Para geradores, o torque mecânico fornece a rotação necessária para a transformação de uma fonte de energia em elétrica. No caso de motores, a energia elétrica fornece o torque mecânico a uma carga movimentada pelo eixo da máquina. A Figura 3.30 ilustra o diagrama de uma máquina síncrona. Figura 3.30 – Esquema de uma máquina síncrona Fonte: Michele Pozzi / Wikimedia Commons. #PraCegoVer: a imagem apresenta um motor formado por uma estrutura cilíndrica giratória, chamada de rotor, e uma �xa, chamada de estator. O estator possui aletas para realizar trocas de temperatura com o meio ambiente. Esse motor possui 12 polos com indicação de corrente saindo. O eixo do rotor é representado por duas circunferências, sendo uma maior do que a outra. Os polos estão representados por linhas de �uxo que os envolvem. O eixo é representado pelo círculo menor, na cor cinza, e simboliza a potência entregue pelo eixo. Esses geradores, normalmente, são movidos por turbinas hidráulicas ou a vapor. Os geradores hidráulicos são fabricados com polos salientes e 22/11/2023, 00:24 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=FY9OBsn8MXglqvlJ%2b9Puog%3d%3d&l=MEgTeJvmuoQFJB5hMF0arw%3d%3d&cd=p7… 54/86 funcionam com baixa rotação, os a vapor, por sua vez, funcionam com alta rotação e possuem polos lisos. Um gerador síncrono simples irá atuar como uma fonte de tensão, e sua frequência poderá ser calculada pela velocidade do seu acionador mecânico primário. Essa tensão será gerada de forma proporcional à velocidade de rotação do rotor da máquina e da corrente de campo. A vantagem dos geradores síncronos é a sua operação em paralelo, ou seja, eles podem adicionar potência ao SEP. Como a soma da potência gerada por todos os geradores é muito maior do que a potência adicionada por um único gerador, chamamos de barra in�nita essa soma da potência, que irá determinar a frequência elétrica chamada de f do sistema. No caso brasileiro, essa frequência é igual a 60 Hz. Desse modo, essa barra determinará a tensão e a frequência nos terminais de armadura do equipamento, o que determinará que o �uxo magnético aconteça a partir de uma rotação que faz com que o gerador opere em sua velocidade síncrona. Para isso, temos que ter um conjugado unidirecional entre o estator e o rotor, o que ocorrerá quando os seus campos girarem na mesma velocidade, ou seja, o rotor deve possuir a mesma velocidade síncrona imposta pelo SEP. Desse modo, vamos considerar uma máquina conectada a um barramento in�nito. O torque de uma máquina síncrona atuando em regime permanente é dado por: (Equação 3.16) Onde: é o �uxo resultante por pólo no entreferro; F é a fmm (força magnetomotriz) do enrolamento CC de campo (a letra f é oriunda do inglês �eld, que pode ser traduzida como campo); é o ângulo de fase elétrica entre os eixos magnéticos de e F . e T = ΦRFfsenδRFπ2 ( ) polos 2 2 𝛷R f 𝛿RF 𝛷R f 22/11/2023, 00:24 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=FY9OBsn8MXglqvlJ%2b9Puog%3d%3d&l=MEgTeJvmuoQFJB5hMF0arw%3d%3d&cd=p7… 55/86 A Equação (3.16) possui um sinal negativo, que foi propositadamente omitido porque nos diz apenas que o sentido de atuação do conjugado fará com que os campos �quem alinhados entre si. Portanto, quando o gerador estiver trabalhando em condição normal e em regime permanente, esse conjugado irá se contrapor ao conjugado mecânico aplicado ao eixo do equipamento. Nos geradores, o conjugado irá atuar no sentido de rotação do rotor, o que fará com que a onda da fmm esteja à frente do �uxo de entreferro resultante. Desse modo, podemos obter um grá�co, conforme vemos pela Figura 3.31, que ilustra a curva de conjugado de acordo com o ângulo. Nesse caso, consideramos a corrente de campo (ou a fmm do rotor) e o �uxo no entreferro como tendo valores constantes. Na �gura, podemos observar que valores positivos de conjugado equivalem a um gerador, e valores negativos do ângulo 𝛿RF equivalem a um motor, ou seja, uma mesma máquina pode funcionar tanto como um gerador quanto como um motor. 22/11/2023, 00:24 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=FY9OBsn8MXglqvlJ%2b9Puog%3d%3d&l=MEgTeJvmuoQFJB5hMF0arw%3d%3d&cd=p7… 56/86 Figura 3.31 – Característica do conjugado x ângulo Fonte: Umans (2014, p. 264). #PraCegoVer: a imagem representa o eixo x, chamado de “𝛿RF” (delta minúsculo R F), com os pontos “0”, “90º” e “180º” no lado positivo e negativo. No eixo y, temos o torque “T”. Além disso, uma senoide é desenhada bem no meio dos eixos, o que faz com que a parte positiva se relacione com um gerador e a negativa com um motor. Em “0”, o torque vale “0”, em “90º”, o torque é máximo e, em “180º”, vale “0” de novo. Os mesmos valores são obtidos, mas de forma negativa. Um gerador irá perder o sincronismo quando o ângulo 𝛿RF tornar-se maior que 90º (nesse ângulo, temos o conjugado máximo em sincronismo). A partir desse ângulo, o conjugado da máquina motriz não poderá ser contraposto por um respectivo aumento no conjugado eletromecânico síncrono, o que pode levar o gerador a desenvolver velocidades perigosas, por isso, uma proteção irá desligá-lo. Isso ocorre porque a corrente de campo do equipamento é limitada pela capacidade de refrigeração da máquina, e o �uxo presente no entreferro é limitado pela própria saturação do ferro. 22/11/2023, 00:24 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=FY9OBsn8MXglqvlJ%2b9Puog%3d%3d&l=MEgTeJvmuoQFJB5hMF0arw%3d%3d&cd=p7… 57/86 Circuito equivalente de uma máquina síncrona Uma máquina síncrona, com três fases e rotor cilíndrico, está desenhada na Figura 3.32. Ela possui dois polos e bobinas a e a’, b e b’, c e c’, que representam enrolamentos distribuídos ao longo do rotor. Esses enrolamentos irão produzir ondas senoidais de fmm e de densidade de �uxo no entreferro. A corrente entrando é representada por ⊗ e a corrente saindo por ⦿. O enrolamento composto por f e f’ ilustra o enrolamento de campo no rotor e fará com que haja o surgimento de uma fmm de formato senoidal e de densidade de �uxo centrada no eixo magnético. 22/11/2023, 00:24 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=FY9OBsn8MXglqvlJ%2b9Puog%3d%3d&l=MEgTeJvmuoQFJB5hMF0arw%3d%3d&cd=p7… 58/86 Figura 3.32 – Diagrama de uma máquina síncrona trifásica de rotor cilíndrico com dois polos Fonte: Umans (2014, p. 266). #PraCegoVer: a imagem mostra um diagrama de uma máquina síncrona em que o estator está representado pelo círculo maior e o rotor pelo círculo menor. Entre o estator e o rotor, há um espaço vazio preenchido pelo ar, representado por um círculo em branco. A �gura mostra os polos a e a’ (a linha) situados 180º um do outro, com o pólo a situado na posição de 90º e o polo a’ situado na posição de 270º. Depois, temos os polos c’ (c linha) e c e os polos b e b’ (b linha), todos situados 180º um do outro. Portanto, é como se tivéssemosuma circunferência dividida em seis partes e, em cada uma das sextas partes, colocássemos um pólo. A tensão “+ 𝑣a” (mais va) é mostrada na parte superior vertical do desenho e a tensão “- 𝑣a” (menos va) é mostrada na parte inferior vertical. Junto com a tensão também é mostrada a corrente “ia” (ia) entrando no ponto a e saindo do ponto a’ (a linha). O eixo gira com uma rotação “𝜔” (letra grega ômega). Entre o eixo magnético da fase a e o eixo magnético do rotor, há um ângulo dado por “𝜃m = 𝜔 t + 𝜃0” (teta m é igual a ômega vezes t mais teta zero). O enrolamento composto por f e f’ (f linha) ilustra o enrolamento de campo no rotor. 22/11/2023, 00:24 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=FY9OBsn8MXglqvlJ%2b9Puog%3d%3d&l=MEgTeJvmuoQFJB5hMF0arw%3d%3d&cd=p7… 59/86 Podemos representar os �uxos concatenados das fases de armadura a, b e c do enrolamento de campo por meio das indutâncias e das correntes. Desse modo, teremos que: (Equação 3.17) Podemos obter, assim, as tensões induzidas pela Lei de Faraday, sendo que dois índices iguais tipo ii representam uma indutância própria e dois índices diferentes tipo ij indicam uma indutância mútua. O valor da indutância própria do enrolamento de campo não irá depender da posição do rotor, chamada de 𝜃 . Logo: (Equação 3.18) Sendo que: FF0 corresponde à porção de devido à componente espacial de �uxo de entreferro (que pode ser obtida a partir das dimensões do entreferro e do enrolamento); corresponde à porção do �uxo de dispersão devido ao enrolamento de campo. Se a máquina estiver trabalhando na velocidade síncrona e as correntes forem equilibradas, o �uxo terá uma amplitude constante e será produzido pelas correntes de armadura que estão girando em sincronismo com o rotor, o que fará com que o �uxo não varie com o tempo. Logo ele não irá induzir nenhuma tensão no enrolamento de campo. Se aplicarmos uma tensão CC, de valor constante igual a , nos terminais do enrolamento de campo, a corrente de campo será contínua e poderá ser calculada pela Lei de Ohm. = + + +λa 𝓛aaia 𝓛abib 𝓛acic 𝓛afif = + + +λb 𝓛baia 𝓛bbib 𝓛bcic 𝓛bf if = + + +λc 𝓛caia 𝓛cbib 𝓛ccic 𝓛cf if = + + +λf 𝓛faia 𝓛fbib 𝓛fcic 𝓛ff if m = = +𝓛ff Lff Lff0 Lfl 𝓛ff Lfl Vf If 22/11/2023, 00:24 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=FY9OBsn8MXglqvlJ%2b9Puog%3d%3d&l=MEgTeJvmuoQFJB5hMF0arw%3d%3d&cd=p7… 60/86 Já as indutâncias mútuas irão variar de forma periódica com 𝜃 , que é dado pelo ângulo elétrico entre o eixo magnético do enrolamento de campo e o ângulo da fase a. Se a fmm e a distribuição de �uxo no entreferro tiverem a forma de senoides, a indutância mútua entre o enrolamento de campo f e o da fase a irá variar de forma proporcional a 𝜃 e poderá ser calculada por: (Equação 3.19) É claro que esse raciocínio pode ser estendido às fases b e c, somente teremos que substituir por e por , respectivamente. Como o rotor irá girar na velocidade síncrona, chamada a partir de agora de 𝜔s, o ângulo do rotor 𝜃 será dado por: (Equação 3.20) 𝛿0 sendo o ângulo do rotor quando o tempo t for igual a 0. Logo: (Equação 3.21) e será a frequência elétrica; 𝛿e0 será o ângulo elétrico do rotor para o tempo t = 0. O que nos leva a: (Equação 3.22) Como o rotor da nossa máquina síncrona possui a forma cilíndrica, o valor de 𝜃m não irá depender da geometria do entreferro, o que nos leva a concluir que as indutâncias próprias do estator terão valores constantes iguais a: (Equação 3.23) sendo a componente de indutância própria devido ao �uxo espacial de entreferro e a componente adicional devido ao �uxo disperso do me me = = cos𝓛af Lfa Laf θme θme − 120ºθme θme + 120ºθme m = ωst + δ0θme = ( ) = ωet +θme polos2 θm δe0 ωe = ( )ωspolos2 = = cos(ωet + δe0)𝓛af Lfa Laf = = = = +𝓛aa 𝓛bb 𝓛cc Laa Laa0 Lal Laa0 Lal 22/11/2023, 00:24 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=FY9OBsn8MXglqvlJ%2b9Puog%3d%3d&l=MEgTeJvmuoQFJB5hMF0arw%3d%3d&cd=p7… 61/86 enrolamento de armadura. Umans (2014, p. 268) a�rma que “a indutância mútua no entreferro de 2 enrolamentos idênticos deslocados de 𝛼 graus elétricos é igual à componente de entreferro de suas indutâncias próprias multiplicadas por cos 𝛼”. E como as fases da armadura estão defasadas entre si em 120º elétricos e cos (± 120º) = -½, as indutâncias mútuas entre as fases de armadura serão obtidas por: (Equação 3.24) Se substituirmos as Equações (3.22) e (3.24) na equação do �uxo concatenado, teremos: (Equação 3.25) Como as correntes ia, ib e ic são trifásicas e equilibradas, podemos escrever que: (Equação 3.26) Se substituirmos a Equação (3.26) na Equação (3.25), obteremos: (Equação 3.27) Agora, podemos de�nir a indutância síncrona chamada de L como sendo: (Equação 3.28) e o �uxo �cará sendo: (Equação 3.29) Como a tensão nos terminais da fase a é dada pela soma da queda de tensão obtida por Ra ia na resistência da armadura e da tensão induzida, e como a = = = == =𝓛ab 𝓛ba 𝓛ac 𝓛ca 𝓛bc = −𝓛cb 1 2 Laa0 = ( + ) −λa Laa0 Lal ia 12 Laa0 ( + ) +ib ic 𝓛afif + + = 0ia ib ic + = −ib ic ia = ( + ) −λa Laa0 Lal ia + =12 Laa0ia 𝓛afif ( + ) +32 Laa0 Lal ia 𝓛afif s = = +Ls 32 Laa0 Lal = +λa Lsia Lafif 22/11/2023, 00:24 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=FY9OBsn8MXglqvlJ%2b9Puog%3d%3d&l=MEgTeJvmuoQFJB5hMF0arw%3d%3d&cd=p7… 62/86 tensão induzida pelo �uxo do enrolamento de campo é obtida da derivada em relação ao tempo da Equação (3.29) quando a corrente de armadura for igual a zero e considerando I a corrente de excitação CC do enrolamento de campo, podemos escrever, a partir da Equação (3.22), que: (Equação 3.30) Simpli�cando-a por meio da Equação (3.29), obteremos: (Equação 3.31) A tensão possui uma frequência dada por 𝜔e, que tem a mesma magnitude da frequência elétrica da tensão de terminal do gerador. A amplitude e�caz dessa tensão é dada por: (Equação 3.32) Como a corrente e o �uxo concatenado irão variar no tempo por meio de formas senoidais, podemos escrever a tensão na fase a em termos das amplitudes complexas e�cazes dadas por: (Equação 3.33) sendo que é chamada de reatância síncrona da máquina. Como: (Equação 3.34) sendo que a sigla Re signi�ca a parte real do fasor. Portanto, podemos simbolizar a tensão gerada pelo fasor: (Equação 3.35) eaf f = ( ) =eaf d dt 𝓛afif −ωe sen(ωet + δe0)LafIf 𝓋a = + =Raia d λa dt + +Raia Ls d ia dt eaf eaf =Eaf ωe Laf If 2√ = + j + (motor)Va RaIa XsIa Eaf = − − j + (gerador)Va RaIa XsIa Eaf = ωeXs Ls = [ ]eaf Re 2 –√ Eaf ej tωe eaf = j( )Eaf ωe Laf If 2√ ejδe0 22/11/2023, 00:24 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=FY9OBsn8MXglqvlJ%2b9Puog%3d%3d&l=MEgTeJvmuoQFJB5hMF0arw%3d%3d&cd=p7… 63/86 O circuito equivalente para essa máquina está ilustrado pela Figura 3.33. O sentido da corrente no circuito recebe a denominação de sentido de referência do tipo gerador. Figura 3.33 – Circuito equivalente de um gerador síncrono Fonte: Umans (2014, p. 270). #PraCegoVer: a imagem mostra o circuito equivalente de um gerador síncrono em que uma tensão senoidal chamada de “ ” (Eaf) alimenta uma reatância indutiva chamada de “ ” (Xs) e uma resistência de “ ” (Ra). Dessa resistência sai uma corrente chamada de “ ” e, nesse ponto, é representada a tensão “ ”. Agora, o circuito equivalente para a máquina síncrona, ilustrando as componentes de entreferro e de dispersão para a reatância síncrona e a tensão de entreferro, é mostrado na Figura 3.34. Ia Eaf Xs Ra Ia Va 22/11/2023, 00:24 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=FY9OBsn8MXglqvlJ%2b9Puog%3d%3d&l=MEgTeJvmuoQFJB5hMF0arw%3d%3d&cd=p7… 64/86 Figura 3.34 – Circuito equivalente de um gerador síncrono com as componentes de entreferro e de dispersão para a reatância síncrona e a tensão de entreferro Fonte: Umans (2014, p. 271). #PraCegoVer: a imagem mostra o circuito equivalente de um gerador síncronoem que uma tensão senoidal chamada de “E ” (Eaf) alimenta uma reatância indutiva chamada de “X ” (X �). Nesse ponto, é referenciada uma tensão chamada de “Er”. Essa reatância indutiva “X ” (X �) está ligada a outra reatância indutiva chamada de “X ” (Xal) e uma resistência de “R ” (Ra). Depois da resistência, é marcada a tensão “V ” (Va). Isso nos leva a escrever a Equação (3.33) como sendo: (Equação 3.36) onde é a reatância de dispersão da armadura; é a reatância correspondente ao �uxo girante no entreferro produzido pelas três correntes de armadura. Essa reatância X é chamada de reatância de magnetização efetiva do enrolamento de armadura. O mesmo raciocínio pode ser estendido para as fases b e c, basta que os ângulos sejam deslocados em , respectivamente. A af 𝜑 𝜑 al a a = ωe = ωe + ωe ( ) =Xs Ls Lal 32 Laa0 +Xal Xφ = ωeXal Lal = ωe ( )Xφ 32 Laa0 𝜑 −120º e + 120º 22/11/2023, 00:24 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=FY9OBsn8MXglqvlJ%2b9Puog%3d%3d&l=MEgTeJvmuoQFJB5hMF0arw%3d%3d&cd=p7… 65/86 potência trifásica total é dada pela potência da fase a multiplicada por 3. Nas análises em pu, utilizamos a potência total trifásica como a potência da fase a. Gerador subexcitado Em SEP, utilizamos os dados de um gerador síncrono em termos de sua potência (geralmente em kVA ou MVA). Esses valores são fornecidos para situações em que a máquina opera de forma contínua e sem superaquecimento (o superaquecimento diminui a vida útil do equipamento), em que também são fornecidos os valores de tensão e fator de potência, por exemplo, cos 𝜑 = 0,8; 0,85 ou 0,9 atrasado (porque esses geradores são fabricados com indutores). Esses equipamentos operam com valores de tensão variando entre ± 5% da tensão nominal. Como conhecemos os valores da potência ativa e da carga, e a tensão tem seu valor considerado �xo, a potência reativa do gerador vai variar dentro de limites dados pelo aquecimento dos enrolamentos da armadura ou do enrolamento de campo. Por isso que um gerador é apresentado na forma de curvas de capacidade, porque seus valores são simulados para diferentes valores de carregamento máximo de potências reativas, conforme ilustrado pela Figura 3.35. 22/11/2023, 00:24 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=FY9OBsn8MXglqvlJ%2b9Puog%3d%3d&l=MEgTeJvmuoQFJB5hMF0arw%3d%3d&cd=p7… 66/86 Figura 3.35 – Diferentes tipos de curva de capacidade para um turbogerador, refrigerado com H e cos 𝜑 = 0,85. A relação de curto-circuito desse equipamento é igual a 0,80 e a potência de base foi feita para a pressão de 0,5 psig de H Fonte: Umans (2014, p. 271). #PraCegoVer: a imagem mostra, no eixo x, a potência por unidade de um turbogerador e, no eixo y, a potência reativa por unidade (indutiva). O eixo x varia de 0 a 1,3 em graduações de 0,1 e o eixo y varia de 0 a 1,1, também em graduações de 0,1. A primeira curva é dada para um aquecimento de campo de “0,5 psig H ” (Hidrogênio), a segunda curva é dada para um aquecimento de campo de “15 psig H ” e a terceira curva é dada para um aquecimento de campo de “30 psig H2” (Hidrogênio). O fator de potência varia de 0,98; 0,95; 0,90 e é uma reta em 0,85 (a referência do grá�co), depois ele cai para 0,80; 0,75 e 0,70. O limite de aquecimento do campo é limitado por “psig” e o limite de aquecimento de armadura é limitado pelo “fator de potência”. Assim, o fator limitante para o fornecimento de um alto valor de potência reativa será o aquecimento do enrolamento de armadura. Da mesma forma que, para valores de potência reativa muito baixos, o aquecimento do enrolamento de campo será o fator limitante. 2 2 2 2 22/11/2023, 00:24 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=FY9OBsn8MXglqvlJ%2b9Puog%3d%3d&l=MEgTeJvmuoQFJB5hMF0arw%3d%3d&cd=p7… 67/86 A potência desse gerador será dada por: (Equação 3.37) sendo P a potência ativa, dada em valores pu, e Q a potência reativa, também fornecida em valores pu. Baseado na análise da Figura 3.34 e da Equação (3.37), podemos perceber, segundo Umans (2014, p. 295), que “a potência aparente constante corresponde a um círculo cujo centro está na origem do grá�co versus a potência ativa”. Além disso, podemos observar que a potência aparente poderá ser obtida por um valor constante, que irá corresponder a uma corrente dada pelo enrolamento de armadura de valor constante, o que resultará em um aquecimento do enrolamento de armadura, também de valor constante. Esse círculo é retratado na Figura 3.36. S = =VaIa + P 2 Q2 − −−−−−−− √ 22/11/2023, 00:24 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=FY9OBsn8MXglqvlJ%2b9Puog%3d%3d&l=MEgTeJvmuoQFJB5hMF0arw%3d%3d&cd=p7… 68/86 Figura 3.36: Passo a passo utilizado para obtermos a curva de capacidade de um gerador síncrono Fonte: Umans (2014, p. 295). #PraCegoVer: a imagem mostra um grá�co em que o eixo x é chamado de “P” e o eixo y de “Q”. Nesse grá�co, é desenhada a parte direita de um semicírculo. O ponto inicial mais embaixo do semicírculo é dado por “ ” (menos Va elevado ao quadrado dividido por Xs). Desse ponto, parte um vetor que passa pelo eixo “P” e para em um ponto do eixo Y, que vai indicar o valor nominal da máquina. Quando esse ponto se conectar com a projeção do eixo x, o raio que sai do eixo y é chamado de “limite do aquecimento do campo”. O raio desse vetor é dado por “ ” (Va vezes Eaf dividido por Xs). O limite de aquecimento da armadura sai do ponto (0,0) e é formado por um vetor que vai até uns -30º do eixo P. O raio desse vetor é dado por “Va Ia” (Va vezes Ia). Agora, vamos considerar que a tensão do terminal tenha um valor constante e que a corrente de campo e a tensão gerada E sejam limitadas a um valor máximo, que será de�nido por meio de limites de aquecimento do enrolamento de campo. Desse modo, teremos: (Equação 3.38) − V 2a Xs Va Eaf Xs af P − jQ = VaIa 22/11/2023, 00:24 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=FY9OBsn8MXglqvlJ%2b9Puog%3d%3d&l=MEgTeJvmuoQFJB5hMF0arw%3d%3d&cd=p7… 69/86 Adotando , vamos obter: (Equação 3.39) Dessa forma, teremos: (Equação 3.40) A Equação (3.40) equivale ao círculo centrado em “ ” na Figura 3.35, que vai determinar o limite de aquecimento do enrolamento de campo. Além disso, temos outras limitações, como quando consideramos a potência reativa menor do que 0, ou seja, Q < 0, o que faz com que essas limitações estejam relacionadas com o aquecimento nas regiões terminais do núcleo do estator quando um gerador estiver operando em condições de subexcitação. Uma família de curvas V para um gerador síncrono pode ser vista na Figura 3.36, considerando várias cargas de potência ativa. Desse modo, podemos controlar o fator de potência com que uma máquina irá operar por meio da potência ativa da carga e da tensão nominal do gerador. Isso é feito ajustando-se o valor da corrente de armadura por meio da excitação do seu campo. As linhas tracejadas na Figura 3.36 indicam locais de fator de potência constante, chamadas de curvas compostas, e é por meio delas que podemos saber o valor de variação da corrente de campo para mantermos o fator de potência constante. Umans (2014, p. 297) a�rma que “pontos à direita da curva composta de fator de potência unitário correspondem a uma sobre-excitação e a fator de potência atrasado, pontos à esquerda correspondem a uma subexcitação e fator de potência adiantado”. Assim, em um motor, os locais referentes ao fator de potência adiantado e atrasado seriam trocados com os locais referenciados na Figura 3.37. = 0Ra = + jEaf Va XsIa P2 + =(Q + )V 2 a Xs 2 ( ) Va Eaf Xs 2 Q = −( )V 2 a Xs 22/11/2023, 00:24 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=FY9OBsn8MXglqvlJ%2b9Puog%3d%3d&l=MEgTeJvmuoQFJB5hMF0arw%3d%3d&cd=p7… 70/86 Figura 3.37 – Formas típicas das curvas V para um gerador síncrono Fonte: Umans (2014, p. 297). #PraCegoVer: a imagem mostra várias curvas V para um gerador síncrono. O eixo x é chamado de “corrente de campo” e o eixo
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