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22/11/2023, 00:30 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=FY9OBsn8MXglqvlJ%2b9Puog%3d%3d&l=MEgTeJvmuoQFJB5hMF0arw%3d%3d&cd=p7w… 1/58 SISTEMAS DE POTÊNCIASISTEMAS DE POTÊNCIA LINHAS DELINHAS DE TRANSMISSÃOTRANSMISSÃO CURTAS, MÉDIAS ECURTAS, MÉDIAS E LONGASLONGAS Au to r ( a ) : M a . R a f a e l a F i l o m e n a A l ve s G u i m a rã e s R ev i s o r : A l i n e Fra g a Tempo de leitura do conteúdo estimado em 1 hora e 45 minutos. 22/11/2023, 00:30 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=FY9OBsn8MXglqvlJ%2b9Puog%3d%3d&l=MEgTeJvmuoQFJB5hMF0arw%3d%3d&cd=p7w… 2/58 Introdução Olá, estudante! Neste material, vamos estudar a capacitância, parâmetro utilizado na simulação de linhas médias e longas em um Sistema Elétrico de Potência (SEP), por meio da adoção do modelo 𝜋 (pi) nominal, nome dado à forma que a linha de transmissão assume e que lembra o formato do símbolo 𝜋. Depois, vamos estudar os três tipos de linhas de transmissão que podemos encontrar em um SEP, a saber: linhas curtas, médias e longas; e a forma de classi�car e representar cada um desses tipos de linha. O equacionamento matemático vai �cando mais trabalhoso partindo das linhas curtas e chegando nas linhas longas. As linhas de transmissão em Corrente Alternada (CA), classi�cadas como longas, são linhas com distâncias de até 600 ou 800 km, porque, a partir dessa distância, a transmissão em Corrente Contínua (CC) torna-se mais vantajosa. O equacionamento das linhas longas exige o conhecimento de funções trigonométricas hiperbólicas que, geralmente, só são encontradas em calculadoras grá�cas, como as HPs 50G, ou similares, ou em softwares de resolução matemática, como o MatLAB (Matrix Laboratory). Na HP 50G, a função hiperbólica pode ser acessada em TRIG (seta laranja seguida do número 8 — é a primeira função no TRIG MENU). 22/11/2023, 00:30 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=FY9OBsn8MXglqvlJ%2b9Puog%3d%3d&l=MEgTeJvmuoQFJB5hMF0arw%3d%3d&cd=p7w… 3/58 Você sabia que capacitância é o parâmetro que se origina em função da tensão entre os condutores? Essa tensão faz surgir uma diferença de potencial entre os condutores de uma linha, que começam a funcionar como se fossem um capacitor. Esse parâmetro varia em função da distância e do tamanho das linhas de transmissão, tornando-se essencial na simulação de linhas longas, linhas maiores do que 240 km e menores do que 600 a 800 km. Mas, para linhas curtas, que são de�nidas como linhas de transmissão com uma extensão menor do que 80 km ou 100 km, esse efeito pode ser desprezado. Em linhas médias, de�nidas como linhas variando entre 80 e 100 e 240 e 300 km (essa classi�cação muda conforme alguns autores), esse efeito deve ser considerado. Campo elétrico em um condutor O campo elétrico é um importante fator de in�uência no cálculo da capacitância, assim como ocorre com o campo magnético no cálculo da indutância. A indutância in�uencia a capacidade de transmissão da potência ativa (que pode ser de�nida como a responsável pela realização do trabalho, Parâmetros de linhas de transmissão: capacitância 22/11/2023, 00:30 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=FY9OBsn8MXglqvlJ%2b9Puog%3d%3d&l=MEgTeJvmuoQFJB5hMF0arw%3d%3d&cd=p7w… 4/58 ou da transformação da energia elétrica em outra forma de energia) e a capacitância vai in�uenciar a potência reativa (responsável por manter o campo girante das máquinas funcionando ou acumular energia, para que o equipamento possa vencer a situação de inércia ou repouso). O campo elétrico tem origem no polo positivo, representado por uma carga positiva e vai em direção ao polo negativo, representado por uma carga negativa. Esse campo cria uma densidade de �uxo elétrico e sua unidade é o coulomb por metro quadrado (C /m2 ). O campo elétrico é regido pela lei de Gauss, que estabelece que o �uxo total através de uma superfície fechada, denominada por s, é igual ao total de carga elétrica existente no interior dessa superfície. Ao colocarmos um cabo elétrico em um meio como o ar, por exemplo, se esse cabo estiver conectado a uma fonte, aparecerá uma carga uniforme em seu comprimento com o �uxo em forma de círculos concêntricos, ou seja, em todos os pontos do círculo teremos a mesma distância do condutor (dada pelo raio) e esse condutor estará em um mesmo potencial de tensão (essa superfície cilíndrica é chamada de superfície de pontos equipotenciais), o que resulta que todos esses pontos tenham a mesma densidade de �uxo elétrico. Agora imagine que esse círculo esteja a uma distância de x metros do centro do condutor. Logo, a densidade do �uxo elétrico sobre essa superfície equipotencial será igual ao �uxo que sairá do condutor por metro de comprimento, dividido pela área da superfície contida em um comprimento cilíndrico com raio de um metro. A densidade de �uxo elétrico será obtida por meio da equação: D = q 2 π x (C /m 2) (Equação 2.1) Em que q é a carga no condutor em C/m de comprimento e x é a distância em metros do centro do condutor até o ponto onde deve ser calculada a densidade de �uxo elétrico. Essa carga, seu condutor e a distância x estão representados na Figura 2.1. 22/11/2023, 00:30 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=FY9OBsn8MXglqvlJ%2b9Puog%3d%3d&l=MEgTeJvmuoQFJB5hMF0arw%3d%3d&cd=p7w… 5/58 Figura 2.1 — Linhas de campo elétrico com origem na carga positiva q. Essas linhas estão distribuídas de forma uniforme sobre a superfície de um condutor isolado Fonte: Adaptada de Machen / Wikimedia Commons. #PraCegoVer: a imagem apresenta uma superfície equipotencial relacionada a uma carga q. Essa superfície está a uma distância x da carga q. As linhas de campo elétrico, representadas pela letra E, saem da carga q e vão até a distância x, formando um círculo. Depois, essas linhas ultrapassam o círculo, dando a ideia de que esse campo elétrico continua formando outras superfícies equipotenciais. A intensidade de campo elétrico é igual à densidade de �uxo elétrico dividida pela permissividade do meio. No Sistema Internacional de Unidades, a permissividade do meio adotado como o mais comum é o ar e, nesse caso, 𝜀 = 1, 00; já que a permissividade do vácuo k0 é igual a 8, 85x10 − 12 F/m e a permissividade relativa é obtida por meio da fórmula k = k/k . Para o ar seco, k = 1,00054, mas, muitas vezes, consideramos mesmo que 𝜀 = 1, 00. Logo, a intensidade do campo elétrico será obtida por meio da equação: 𝛿 = q 2 π x ε (V /m) (Equação 2.2) r 0 r 22/11/2023, 00:30 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=FY9OBsn8MXglqvlJ%2b9Puog%3d%3d&l=MEgTeJvmuoQFJB5hMF0arw%3d%3d&cd=p7w… 6/58 Diferença de potencial entre dois pontos devido a uma carga O trabalho realizado para mover uma carga q do ponto de potencial mais baixo, chamado de P1, para o ponto de potencial mais alto, chamado de P2, é dado pela integral de linha de força em newtons que age sobre essa carga positiva q igual a um coulomb colocada entre esses dois pontos. Agora imagine que esses pontos P1 e P2 estão afastados de uma distância dada por D1 e D2 metros do centro do �o e que esse �o seja reto e longo. Suponha, então, que é necessário mover essa carga de um ponto para outro: caso essas cargas sejam opostas, elas atraem-se e, se forem iguais, elas repelem-se. Esse deslocamento entre os pontos P1 e P2 é feito mediante a realização de trabalho dado em N.m. A diferença de potencial entre P até P é independente do caminho percorrido. Se realizamos trabalho, é porque uma parcela de energia elétrica foi transformada, devido a uma queda de tensão instantânea entre os pontos 1 e 2 dada por: 𝓋12 = ∫D2D1 δ dx = ∫D2D1 q 2 π k x dx = q 2 π k ln D2 D1 (V) (Equação 2.3) Em que q é a carga instantânea em um condutor, dada em C/m de comprimento. Logicamente, essa rede de energia também poderá receber trabalho (nesse caso, teremos a presença de reativos e, para isso, o deslocamento deve ocorrer no sentido contrário, do ponto P para o ponto P ). Capacitânciade uma linha a dois fios A capacitância de uma linha de transmissão formada por dois �os será obtida pela divisão da carga em C/m por meio da queda de tensão entre esses dois �os, sendo representada por: C = q v (V /m) (Equação 2.4) 1 2 2 1 22/11/2023, 00:30 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=FY9OBsn8MXglqvlJ%2b9Puog%3d%3d&l=MEgTeJvmuoQFJB5hMF0arw%3d%3d&cd=p7w… 7/58 Em que: Stevenson Junior (1986) a�rma, em seu livro intitulado “Elementos de análise de sistemas de potência”, que: Podemos obter a capacitância entre dois condutores substituindo na equação (2.4) o valor de v em função do valor de q dado pela equação (2.3). A tensão vab entre os dois condutores da linha a dois �os pode ser obtida determinando a diferença de potencial entre estes 2 condutores, calculando 1º a queda de tensão devida à carga qa do condutor a depois a queda de tensão devido à carga qb do condutor b. Pelo princípio da superposição, a queda de tensão entre o condutor a e o condutor b, devida à carga dos dois condutores, é a soma das quedas de tensão devidas a cada um deles (STEVENSON JUNIOR, 1986, p. 74). Agora vamos considerar a carga qa do condutor a. Vamos admitir, também, que o condutor b está descarregado e que esse condutor é simplesmente uma superfície equipotencial no campo elétrico criado pela carga do condutor a. A distorção das superfícies equipotenciais nas proximidades do condutor b será causada pelo fato de o condutor b ser também parte de uma superfície equipotencial. Essa distorção está ilustrada na Figura 2.2 de uma forma “exagerada”, para �car clara a in�uência que outra carga provoca em um campo elétrico. q é a carga sobre a linha (em C/m); 22/11/2023, 00:30 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=FY9OBsn8MXglqvlJ%2b9Puog%3d%3d&l=MEgTeJvmuoQFJB5hMF0arw%3d%3d&cd=p7w… 8/58 Figura 2.2 — O condutor a, representado em vermelho, provoca uma distorção no campo elétrico do condutor b (com cargas negativas) Fonte: Geek3 / Wikimedia Commons. #PraCegoVer: a imagem apresenta a distorção que uma carga negativa provoca no campo elétrico gerado por uma carga positiva. Do lado esquerdo, podemos ver linhas equipotenciais e, do lado direito, podemos ver linhas distorcidas, ou seja, que não seguem um padrão concêntrico. Essas linhas aproximam-se da carga negativa por meio de linhas de campo elétricas com distâncias diferentes, e essa distância aumenta conforme aumenta a distância entre as cargas. Quando a Equação 2.3 foi deduzida, as superfícies que estavam em um mesmo potencial, por causa da carga que estava distribuída de maneira uniforme, foram adotadas como cilíndricas e consideradas concêntricas ao raio do condutor. Essa consideração só não pode ser feita quando se está muito próximo do condutor b. Para chegar à carga b, pode-se partir da carga a e, por meio de superfícies de mesmo potencial, ir caminhando por meio dessas superfícies até chegar em b. O valor da tensão νab será o mesmo, não importando o caminho que se adotar. Seguindo o caminho pela região sem distorção, vê-se que as distâncias correspondentes a D2 e D1 da Equação 2.3 serão, respectivamente, D e ra, na determinação de νab, devido a qa. Da mesma forma, na determinação νab 22/11/2023, 00:30 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=FY9OBsn8MXglqvlJ%2b9Puog%3d%3d&l=MEgTeJvmuoQFJB5hMF0arw%3d%3d&cd=p7w… 9/58 devido a qb, as distâncias correspondentes a D2 e D1 da Equação 2.3 serão rb e D. Agora vamos converter essa equação para a notação fasorial (em que qa e qb serão representados por números complexos). Vab = qa 2 π k ln D ra + qb 2 π k ln rb D (V) (Equação 2.5) Como consideramos uma linha como o retorno da outra, então, qb = − qa. Desse modo, podemos escrever que a tensão Vab em notação fasorial será igual a: Vab = qa 2 π k ln D ra − ln rb D (V) (Equação 2.6) Se essa equação for rearranjada, obtém-se: Vab = qa 2 π k ln D2 ra rb (V) (Equação 2.7) Portanto, a capacitância entre esses condutores será obtida por: Cab = qa Vav = 2 π k ln D2 ra rb (F /m) (Equação 2.8) Se considerarmos que ra = rb = r, teremos: Cab = qa Vab = π k ln D r (F /m) (Equação 2.9) A Equação 2.9 fornece a capacitância entre os condutores a e b de uma linha a dois �os. Agora vamos calcular a capacitância entre um desses condutores e um ponto neutro, localizado entre eles. ( ) ( ) ( ) 22/11/2023, 00:30 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=FY9OBsn8MXglqvlJ%2b9Puog%3d%3d&l=MEgTeJvmuoQFJB5hMF0arw%3d%3d&cd=p7… 10/58 A capacitância em relação ao neutro para uma linha de transmissão a dois �os é o dobro da capacitância obtida para a relação entre os condutores. Cn = Can = Cbn = 2 π k ln D r (F /m) ao neutro (Equação 2.10) A Equação 2.10 corresponde à equação para a indutância, lembrando que o raio aqui é o raio real do condutor (já que não temos o efeito das mútuas na capacitância). As Equações 2.5 e 2.10 foram deduzidas a partir da Equação 2.3, equação esta baseada na suposição que existe uma distribuição uniforme de carga sobre a superfície do condutor. Mas a Equação 2.3 não será válida quando estiverem presentes outras cargas, porque, nesse caso, como pudemos observar na Figura 2.2, a distribuição de carga sobre a superfície do condutor não será mais uniforme, o que fará com que as equações deduzidas a partir da Equação 2.3 não sejam mais precisamente corretas. O bom é que esse erro pode ser desprezado porque representa somente 0,01% do valor total, mesmo se um condutor estiver afastado um do outro por meio de distâncias D/r iguais a 50. Precisamos corrigir o valor obtido por meio da Equação 2.10 porque os cabos utilizados em linhas de transmissão são cabos encordoados (ou seja, eles são formados por uma soma de vários cabos mais �nos trançados). Esse fator também é muito pequeno e pode ser desprezado, portanto podemos utilizar a mesma Equação 2.10 para calcular o valor da capacitância entre a fase e o neutro, pois essa equação também é válida para cabos encordoados. A Equação 2.10 foi obtida para uma permissividade relativa igual a k = 1. Podemos agora utilizar a mesma capacitância para calcular o valor da reatância capacitiva, ou seja, podemos escrever que: XC = 1 2 π f C = 2 , 862 f x10 9ln D r (Ω. m) ao neutro (Equação 2.11) ( ) r 22/11/2023, 00:30 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=FY9OBsn8MXglqvlJ%2b9Puog%3d%3d&l=MEgTeJvmuoQFJB5hMF0arw%3d%3d&cd=p7… 11/58 Sendo o valor C na Equação 2.11 dado em farad por metro (F/m), a unidade apropriada para XC será ohm-metro (Ω.m). Devemos, também, notar que a Equação 2.11 representa a reatância ao neutro para um metro de linha. Dividindo a Equação 2.11 por 1,609, podemos obter o valor da reatância capacitiva em Ω-milhas: XC = 1 , 779 f x10 6ln D r (Ω.milhas) ao neutro (Equação 2.12) Capacitância de uma linha trifásica com espaçamento simétrico Vamos considerar agora uma linha de transmissão formada por três condutores instalados de forma simétrica, conforme ilustrado na Figura 2.3, ou seja, esses condutores foram dispostos no formato de um triângulo, em que os lados desse triângulo são todos iguais (triângulo equilátero). A Equação 2.5 representa a tensão entre dois condutores a e b, devido à carga em cada um deles, logo, 𝓋ab será igual a: Vab = 1 2 π k qa ln D r + qb ln r D (Equação 2.13)( ) 22/11/2023, 00:30 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=FY9OBsn8MXglqvlJ%2b9Puog%3d%3d&l=MEgTeJvmuoQFJB5hMF0arw%3d%3d&cd=p7… 12/58 Figura 2.3 — Seção transversal de uma trifásica com espaçamento equilátero Fonte: Elaborada pela autora. #PraCegoVer: a imagem apresenta uma linha com os cabos a, b e c, dispostos em formato de um triângulo equilátero, em que todos os vértices estão afastados uns dos outros com uma mesma distância igual a D. A linha a está posicionada à esquerda; a linha b, em cima; e a linha c, à direita. Se incluirmos o efeito de qc a partir da Equação 2.3, vamos ter que a tensão Vab, devido à carga nafase c, será obtida por meio da equação: Vab = qc 2 π k ln D D (V) (Equação 2.14) Que será igual a zero, pois qc estará localizado a uma distância equivalente dos condutores a e b e, como ln 1 = 0, essa equação terá como resultado o zero. Mas, se quisermos ter uma melhor precisão matemática nesse cálculo, teremos que veri�car o efeito das três fases, ou seja: Vab = 1 2 π k qa ln D r + qb ln r D + qc ln D D (V) (Equação 2.15) Essa equação também pode ser reescrita por: ( ) 22/11/2023, 00:30 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=FY9OBsn8MXglqvlJ%2b9Puog%3d%3d&l=MEgTeJvmuoQFJB5hMF0arw%3d%3d&cd=p7… 13/58 Vac = 1 2 π k qa ln D r + qb ln D D + qc ln D r (V) (Equação 2.16) Se somarmos a Equação 2.16 à Equação 2.15, teremos: Vab + Vac = 1 2 π k 2 qa ln D r + qb + qc ln r D (V) (Equação 2.17) Nesses cálculos, não consideramos o efeito da terra, pois estamos adotando que a terra está localizada a uma grande distância das nossas três linhas trifásicas. Passando esses valores para a notação feita por meio de fasores e substituindo qb + qc por – qa na Equação 2.17, obtemos: Vab + Vac = 3 qa 2 π k ln D r (V) (Equação 2.18) As relações entre as tensões de fase e linha são dadas por: Vab = √3 Van(0, 866 + j0, 5) Vac = − Vca = √3Van(0, 866 − j0, 5) (Equação 2.19) Somando as equações dadas por meio da Equação 2.19, teremos: Vab + Vac = 3Van (Equação 2.20) Agora podemos substituir a Equação 2.20 na Equação 2.18, o que resultará em: Van = qa 2 π k ln D r (V) (Equação 2.21) Se lembrarmos a de�nição de capacitância em relação ao neutro, que é dada pelo quociente de uma carga em um condutor pela queda de tensão entre aquele condutor e o neutro, teremos: ( ) [ ( ) ] 22/11/2023, 00:30 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=FY9OBsn8MXglqvlJ%2b9Puog%3d%3d&l=MEgTeJvmuoQFJB5hMF0arw%3d%3d&cd=p7… 14/58 Can = qa Van = 2 π k ln D r F /m para o neutro (Equação 2.22) Se compararmos as Equações 2.22 e 2.10, podemos observar que as duas são idênticas. Elas representam a capacitância em relação ao neutro de linhas trifásicas com espaçamento simétrico e a capacitância para linhas monofásicas, respectivamente. Podemos utilizar o termo “corrente de carregamento” quando nos referirmos à corrente que é fruto da capacitância da linha. Se esse circuito for monofásico, essa corrente de carregamento será obtida pelo produto da tensão da linha pela susceptância linha-linha, matematicamente representado por: Ichg = j𝜔CabVab (Equação 2.23) Para uma linha trifásica, a corrente de carregamento é obtida multiplicando a tensão de fase pela susceptância capacitiva, só que agora relacionada ao neutro. Logo, essa corrente de carregamento para a fase a será dada por: Ichg = j𝜔CnVanA /mi (Equação 2.24) Como a tensão de alimentação dos circuitos elétricos é feita na forma de senoides, o valor instantâneo de 𝓋an varia, por isso, na maioria das vezes, utilizamos o valor e�caz da tensão ou o valor nominal da tensão da linha, como 230 ou 440 kV, por exemplo. Capacitância de uma linha trifásica com espaçamento assimétrico Esses valores variam de acordo com a distância entre as linhas a, b e c, que mudam de forma aleatória. Para diminuirmos essa assimetria, utilizamos a técnica da transposição das linhas. Assim, essa assimetria pode ser ( ) 22/11/2023, 00:30 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=FY9OBsn8MXglqvlJ%2b9Puog%3d%3d&l=MEgTeJvmuoQFJB5hMF0arw%3d%3d&cd=p7… 15/58 reduzida. Outra vantagem é que, mesmo que a linha não possa ser transposta, o erro de cálculo encontrado será insigni�cante, o que faz com que, muitas vezes, seja possível desprezar as assimetrias presentes nas linhas de transmissão. Agora vamos obter as três equações de Vab para as três posições diferentes no ciclo de transposição, conforme ilustrado na Figura 2.4. Com a fase a na posição 1, a fase b na posição 2 e a fase c na posição 3, temos: Vab = 1 2 π k qa ln D12 r + qb ln r D12 + qc ln D23 D31 (Equação 2.25) Figura 2.4 — Seção transversal de uma trifásica com espaçamento assimétrico Fonte: Elaborada pela autora. #PraCegoVer: a imagem apresenta uma linha com os cabos a, b e c, dispostos em formato de um triângulo, com todos os lados diferentes. A distância entre os cabos 1 e 2 é representada por D12, a distância entre os cabos 1 e 3 é representada por D31 e a distância entre os cabos 2 e 3 é representada por D23. O cabo 1 está posicionado à esquerda, o cabo 2, em cima, e o cabo 3, à direita. Com a fase a na posição 2, a fase b na posição 3 e a fase c na posição 1: [ ] 22/11/2023, 00:30 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=FY9OBsn8MXglqvlJ%2b9Puog%3d%3d&l=MEgTeJvmuoQFJB5hMF0arw%3d%3d&cd=p7… 16/58 Vab = 1 2 π k qa ln D23 r + qb ln r D23 + qc ln D31 D12 (Equação 2.26) E, com a fase a na posição 3, a fase b na posição 1 e a fase c na posição 2: Vab = 1 2 π k qa ln D31 r + qb ln r D31 + qc ln D12 D23 (Equação 2.27) As Equações 2.25 a 2.27 são semelhantes às equações que podem ser obtidas para enlaces de �uxo de um condutor instalado em uma linha transposta. Entretanto, nas equações para os enlaces de �uxo, notamos que a corrente em qualquer das fases é a mesma em qualquer parte do ciclo de transposição. Nas Equações 2.25 a 2.27, esse mesmo princípio pode ser aplicado se desconsiderarmos a queda de tensão ao longo da linha, pois, desse modo, a tensão obtida em relação ao neutro de uma fase, em um dado trecho do ciclo de transposição, será igual à tensão obtida até o neutro dessa mesma fase em outro trecho qualquer, mas que faça parte do mesmo ciclo de transposição. Logo, podemos a�rmar que a queda de tensão entre dois condutores quaisquer será a mesma em todas as partes do ciclo de transposição. Essa solução pode ser utilizada para os espaçamentos e para os condutores usuais, obtendo-se precisão su�ciente, apenas se supormos que a carga por unidade de comprimento da linha seja a mesma em qualquer seção do ciclo de transposição. Quando elaboramos esse raciocínio em relação à carga, precisamos levar em consideração que a diferença de potencial entre um par de condutores terá um valor diferente a cada transposição. O que permite calcular o valor médio das tensões por meio de operações de adição e divisão das Equações 2.25 a 2.27. Portanto a diferença de potencial média entre os condutores a e b, considerando que eles terão uma mesma carga sobre um condutor, de forma que não iremos depender da posição que estivermos considerando na transposição dessas linhas, será igual a: [ ] [ ] 22/11/2023, 00:30 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=FY9OBsn8MXglqvlJ%2b9Puog%3d%3d&l=MEgTeJvmuoQFJB5hMF0arw%3d%3d&cd=p7… 17/58 Vab = 1 6 π k qa ln D12 D23 D31 r3 + qb ln r32 D12 D23 D31 + qc ln D12 D23 D31 D12D23 D31 = 1 2 π k qa ln Deq r + qb ln r Deq (V) (Equação 2.28) Em que: Deq = 3 D12 D23 D31 (Equação 2.29) Equivalentemente, podemos calcular a queda de tensão entre o condutor a e o condutor c por meio da fórmula: Vac = 1 2 π k qa ln Deq r + qb ln r Deq (V) (Equação 2.30) Aplicando a Equação 2.21 para calcular o valor da tensão em relação ao neutro, teremos: 3Van = Van + VaC = 1 2 π k 2 qa ln Deq r + qb ln r Deq + qc ln r Deq (V) (Equação 2.31) Já sabemos que qa + qb + qc = 0 em um circuito equilibrado. Desse modo, podemos obter: 3Van == 3 2 π kqaln Deq r (V) (Equação 2.32) E: [ ] [ ] √ [ ] [ ] 22/11/2023, 00:30 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=FY9OBsn8MXglqvlJ%2b9Puog%3d%3d&l=MEgTeJvmuoQFJB5hMF0arw%3d%3d&cd=p7… 18/58 Cn == qa Van = 2 π k ln Deq r (V) (Equação 2.33) A Equação 2.33 para a capacitância ao neutro de uma linha trifásica transposta corresponde à equação para a indutância por fase de uma linha semelhante. Cabos múltiplos Para uma linha de cabos múltiplos, devemos considerar as cargas em todos os seis condutores individuais. Vamosconsiderar o circuito representado pela Figura 2.5, em que temos três cabos separados. Nesse caso, vamos considerar a carga nos seis condutores, no condutor um e no seu espelho ou na sua imagem. Também vamos adotar o mesmo procedimento para os condutores dois e três. ( ) 22/11/2023, 00:30 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=FY9OBsn8MXglqvlJ%2b9Puog%3d%3d&l=MEgTeJvmuoQFJB5hMF0arw%3d%3d&cd=p7… 19/58 Figura 2.5 — Linha de cabos múltiplos representada pelo método das imagens Fonte: Elaborada pela autora. #PraCegoVer: a imagem apresenta uma linha, com os cabos a, b e c e suas imagens, chamadas de a’, b’ e c’, a uma distância d. A distância entre as linhas a e b é representada por D12, a distância entre as linhas b e c é representada por D23 e a distância entre as linhas a e c é representada por D31. Essas distâncias são muito maiores que o valor de d. Os condutores de cada cabo estão em paralelo e são formados por a e a’, b e b’ e c e c’, por isso vamos considerar que a carga por cabo irá dividir-se de forma igualitária, já que esses cabos �cam afastados entre si mais de quinze vezes a distância entre as fases, o que leva a concluir que as distâncias D12, D23 e D31 serão muito maiores do que o valor da distância d. Esse raciocínio fará com que possamos substituir as expressões mais exatas obtidas no cálculo de Vab pelas distâncias entre os centros dos cabos múltiplos. Podemos demonstrar que até quando utilizarmos cinco ou seis algarismos signi�cativos nos cálculos eles não resultam em diferenças signi�cativas nos resultados �nais. 22/11/2023, 00:30 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=FY9OBsn8MXglqvlJ%2b9Puog%3d%3d&l=MEgTeJvmuoQFJB5hMF0arw%3d%3d&cd=p7… 20/58 Se a carga na fase a for qa, cada um dos condutores a e a’ terá uma carga igual a qa /2; e essa constatação pode ser estendida para as fases b e c. Então: Vab = 1 2 π k qa 2 ln D12 r + ln D12 d + qb 2 ln r D12 + ln d D12 + qc 2 ln D23 D31 + ln D23 D31 (V) (Equação 2.34) As letras sob cada termo logarítmico indicam o condutor cuja carga está sendo considerada. Se combinarmos os termos, teremos: [ ( ) ( ) ( )] 22/11/2023, 00:30 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=FY9OBsn8MXglqvlJ%2b9Puog%3d%3d&l=MEgTeJvmuoQFJB5hMF0arw%3d%3d&cd=p7… 21/58 Vab = 1 2 π k qa ln D12 √rd + qb ln √rd D12 + qc ln D23 D31 (V) (Equação 2.35) A Equação 2.35 é semelhante à Equação 2.27, com exceção da substituição de r por √rd. Se estendermos esse raciocínio e considerarmos que a linha seja transposta, �caremos com: Cn == 2 π k ln Deq √rd F /m para o neutro (Equação 2.36) O termo √rd é equivalente a Dbg para um cabo múltiplo de dois condutores, exceto pela substituição de D por r. Por essa razão, podemos concluir que é possível utilizar o método DMG modi�cado para calcular o valor da capacitância de uma linha trifásica de cabos múltiplos, se essa linha tiver dois condutores por fase. A modi�cação consiste no uso do raio externo no lugar do RMG de um condutor. O termo DMG é chamado de Distância Média Geométrica e o termo RMG é o Raio Médio Geométrico. Podemos expandir essa conclusão e aplicá-la em outras con�gurações de cabos múltiplos. Se usarmos a notação DbsC para o RMG modi�cado, podemos realizar os cálculos de capacitância de forma distinta da obtida para o Dbg , mas baseada no mesmo princípio. Portanto, teremos: Cn == 2 π k ln Deq DbsC F /m para o neutro (Equação 2.37) Se as linhas forem formadas por cabos múltiplo de dois condutores, teremos: DbsC = 4 √ (r x d)2 = √r d (Equação 2.38) ( ) ( ) g ( ) 22/11/2023, 00:30 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=FY9OBsn8MXglqvlJ%2b9Puog%3d%3d&l=MEgTeJvmuoQFJB5hMF0arw%3d%3d&cd=p7… 22/58 Se, em vez disso, essas linhas de transmissão tiverem cabos múltiplos de três condutores, o cálculo será: DbsC = 9 √ (r x d x d)3 = 3 √r d2 (Equação 2.39) E, para um cabo múltiplo de quatro condutores, obteremos: DbsC = 16 r x d x d x d x 21 / 2 4 = 1, 09 4 √r d3 (Equação 2.40) Desse modo, podemos calcular a distância média geométrica para qualquer composição das linhas de transmissão. A capacitância é utilizada para representar as linhas médias e longas e é desconsiderada no cálculo das linhas curtas. Conhecimento Teste seus Conhecimentos (Atividade não pontuada) Nas linhas de transmissão em adição às perdas de potência, devido a I2R na resistência série, existe uma pequena perda de energia, devido à corrente de fuga �uindo através do isolador. Esse efeito é ampli�cado devido ao efeito corona, no qual o ar próximo aos condutores é ionizado e um som sibilante pode ser escutado sob clima nebuloso e enevoado. O problema do efeito corona pode ser evitado incrementando-se o tamanho do condutor e pelo uso do condutor agrupado. Essas perdas podem ser representadas colocando-se uma condutância G em derivação (shunt) com a capacitância, √( ) 22/11/2023, 00:30 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=FY9OBsn8MXglqvlJ%2b9Puog%3d%3d&l=MEgTeJvmuoQFJB5hMF0arw%3d%3d&cd=p7… 23/58 pois tais perdas dependem aproximadamente do quadrado da tensão. Entretanto essas perdas são insigni�cantes e, por conseguinte, será negligenciada a presença de G. MOHAN, N. Sistemas elétricos de potência: curso introdutório. Tradução de Walter Denis Cruz Sanchez. Rio de Janeiro: LTC, 2016. Figura — Representação de uma linha de transmissão em forma de um triângulo Fonte: Elaborada pela autora. #PraCegoVer: a imagem mostra a representação de uma linha de transmissão em forma de um triângulo, com dois lados de 6 m, e o outro lado de 10 m. Os cabos estão �xados nas extremidades do triângulo. A �gura acima representa uma linha de transmissão com os cabos distantes entre si de 6, 6 e 10 m, respectivamente. Essa linha tem um raio médio geométrico, dado por Ds = 0, 01295m. Baseando-se nessas informações, calcule a capacitância em relação ao neutro dessa linha. Considere k = 8, 85x10 − 12. O valor da capacitância em relação ao neutro está contido no intervalo entre: 22/11/2023, 00:30 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=FY9OBsn8MXglqvlJ%2b9Puog%3d%3d&l=MEgTeJvmuoQFJB5hMF0arw%3d%3d&cd=p7… 24/58 a) 0 < Cn ≤ a2pF /m. b) 2 < Cn ≤ a4pF /m. c) 4 < Cn ≤ a6pF /m. d) Maior do que 8 pF/m. e) 6 < Cn ≤ a8pF /m. Cálculo de linhas de transmissão: representação de linhas de transmissão — linhas curtas 22/11/2023, 00:30 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=FY9OBsn8MXglqvlJ%2b9Puog%3d%3d&l=MEgTeJvmuoQFJB5hMF0arw%3d%3d&cd=p7… 25/58 Agora vamos estudar o modelo mais utilizado para simular e calcular as correntes e as quedas de energia nas linhas de transmissão. Pinto (2018, p. 63) de�ne as linhas de transmissão como “um dos principais componentes de um sistema elétrico de potência. Sua função primária é transportar a energia elétrica, com o mínimo de perdas do centro de geração aos centros de cargas, separados por distâncias elevadas”. Como conhecemos a tensão na geração ou no �nal da linha, pois esses valores são medidos pelas concessionárias (ou pela CCEE — Câmara de Comercialização de Energia Elétrica), conseguimos calcular essas perdas. Teoria básica As linhas de transmissão em corrente alternada podem ter um comprimento que varia entre alguns metros até em torno de 600 a 800 km. Já as linhas de transmissão em corrente contínua são linhas maiores do que 800 km. No Brasil, temos duas linhas de transmissão nessa condição — que têm distâncias maiores do que 2.000 quilômetros (essas duas linhas ligam as usinas do rio Madeira às cidades de Araraquara e Rio de Janeiro). O equacionamento matemático utilizado na representação de uma linha de transmissão, chamada de modelo, é feito de acordo com o tamanho da linha. De acordo com Pinto (2018, p. 64), as linhas de transmissão são classi�cadas em: Já Mohan (2016) divide as linhas de transmissão em: curtas (linhas de até 100 km); médias (de 100 a 300 km); e longas(mais de 300 km). Esse autor usa os parâmetros americanos, que são um pouco diferentes dos brasileiros, porque lá as distâncias são dadas em milhas. 22/11/2023, 00:30 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=FY9OBsn8MXglqvlJ%2b9Puog%3d%3d&l=MEgTeJvmuoQFJB5hMF0arw%3d%3d&cd=p7… 26/58 #PraCegoVer: o infográ�co estático, intitulado “Linha de transmissão”, apresenta três caixas de texto, com seus respectivos textos e imagens. A primeira caixa de texto tem o título “Estruturas metálicas”, a de�nição “as torres de transmissão são feitas de madeira, aço, concreto, alumínio e até plástico reforçado. A maioria das torres é fabricada com aço. Elas podem ser feitas de treliça ou de polos tubulares. Uma linha de transmissão pode, inclusive, apresentar vários tipos de torres ao longo do seu caminho. Os tipos de fundação utilizados por essas torres podem variar também, a saber: estacas-raiz, utilizadas em solos fracos; sapatas, utilizadas para solos bons, porém com lençol freático; grelhas, também utilizadas em solos bons, mas sem lençol freático, e tubulões, utilizados para solos bons, cujas estruturas irão suportar altos índices de carregamentos”; e a imagem de uma torre de transmissão de energia. A segunda caixa de texto tem o título “Isoladores”, a de�nição “os materiais dielétricos são usados como isolantes ou na fabricação de capacitores. Cerâmicas como o vidro, a porcelana, a esteadita e a mica são utilizadas para a fabricação de isoladores, que são instalados entre a torre metálica e a linha de transmissão”; e a imagem de três isoladores em �os de 22/11/2023, 00:30 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=FY9OBsn8MXglqvlJ%2b9Puog%3d%3d&l=MEgTeJvmuoQFJB5hMF0arw%3d%3d&cd=p7… 27/58 alta tensão. A terceira caixa de texto, tem o título “Condutores”, a de�nição “os condutores podem ser dispostos de forma triangular, vertical ou horizontal em uma torre e seus circuitos podem ser simples, duplos ou múltiplos. Instalam-se os cabos para-raios acima dos condutores para evitar o desligamento das linhas de transmissão. Esses condutores são aterrados e, em caso de uma descarga atmosférica, essa corrente será descarregada na terra”, e a imagem de três torres de transmissão de energia. Para construirmos uma linha de transmissão, precisamos instalar a torre de transmissão, os cabos, os isoladores, os cabos para-raios e, ainda, realizar a sinalização para evitar que pequenos aviões colidam com os cabos. No tópico a seguir, acesse o vídeo sobre a construção de uma das maiores linhas do mundo, que �ca no Brasil. 22/11/2023, 00:30 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=FY9OBsn8MXglqvlJ%2b9Puog%3d%3d&l=MEgTeJvmuoQFJB5hMF0arw%3d%3d&cd=p7… 28/58 Vamos começar nosso estudo pelas linhas de transmissão chamadas de curtas, ou seja, linhas com distâncias menores do que 80 km. Modelo para linhas de transmissão curtas Podemos representar as linhas de transmissão curtas por meio do modelo chamado de simpli�cado. Esse modelo está ilustrado na Figura 2.6 e, como podemos observar, ele é representado somente por meio de uma resistência, chamada de R, e de uma reatância indutiva, chamada de XL, o que resultará na impedância da linha, chamada de ZL = Z ′ = R + jXL(Ω/km). Geralmente, a carga é representada por um retângulo porque não sabemos como ela é formada. A corrente I será igual à corrente chamada de Icarga (pois esse circuito está ligado em série). Mas a tensão V ∠ 𝜃º V sofrerá uma queda até chegar na carga. Pinto (2018, p. 73) de�ne o modelo das linhas de transmissão como “o efeito do capacitor shunt pode ser desprezado, sendo considerada apenas a resistência e a reatância indutiva (parâmetros série)”. 22/11/2023, 00:30 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=FY9OBsn8MXglqvlJ%2b9Puog%3d%3d&l=MEgTeJvmuoQFJB5hMF0arw%3d%3d&cd=p7… 29/58 Figura 2.6 — Modelo simpli�cado representando uma linha de transmissão curta Fonte: Adaptada de Pinto (2018). #PraCegoVer: a imagem apresenta uma fonte de tensão V senoidal, alimentando uma carga por meio de uma linha, representada por uma resistência R, e uma reatância indutiva XL. A corrente I é igual à corrente Icarga , em razão de esse circuito estar ligado em série. Como o valor da impedância da linha é dado em Ω/km, multiplicamos o valor desses parâmetros pela distância da linha, para obtermos os valores que devem representar essa linha de transmissão. Agora, se aplicarmos a segunda lei de Kirchhoff para as tensões, teremos: V = Icarga(R + jXL) + IcargaZcarga V = Icarga(ZL + Zcarga) (Equação 2.41) Essa equação comprova que a tensão no gerador (muitas vezes, também chamada de Vs, do inglês, source, que quer dizer fonte) V ∠ 𝜃º V terá que suprir a queda de tensão na linha e alimentar a carga. 22/11/2023, 00:30 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=FY9OBsn8MXglqvlJ%2b9Puog%3d%3d&l=MEgTeJvmuoQFJB5hMF0arw%3d%3d&cd=p7… 30/58 Esse modelo é, muitas vezes, utilizado também na simulação rápida para representar linhas médias. Entretanto ele não pode ser usado para representar linhas longas. Conhecimento Teste seus Conhecimentos (Atividade não pontuada) Os parâmetros das linhas de transmissão dependem do nível de tensão para o qual foram projetadas, uma vez que linhas de alta tensão requerem valores elevados de distância entre condutores, de altura dos condutores e de sua separação da torre aterrada. Uma adequada distância mínima de segurança (clearance) é necessária para manter a intensidade do campo elétrico no nível do solo, abaixo das linhas de transmissão. MOHAN, N. Sistemas elétricos de potência: curso introdutório. Tradução de Walter Denis Cruz Sanchez. Rio de Janeiro: LTC, 2016. Vamos calcular a tensão no gerador necessária para manter a tensão na carga igual a 220 V. Essa carga absorve 100 kVA de potência com fator de potência igual a 0,8. A linha de transmissão que interliga esse sistema tem os seguintes parâmetros: R = 0, 0032Ω/km e L = 9, 59x10 − 6H /km. Essa linha percorre uma distância de 45 km. Esse circuito está representado na �gura a seguir: 22/11/2023, 00:30 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=FY9OBsn8MXglqvlJ%2b9Puog%3d%3d&l=MEgTeJvmuoQFJB5hMF0arw%3d%3d&cd=p7… 31/58 Figura — Modelo simpli�cado representando uma linha de transmissão curta Fonte: Adaptada de Pinto (2018). #PraCegoVer: a imagem apresenta uma fonte de tensão V senoidal, alimentando uma carga por meio de uma linha, representada por uma resistência R e uma reatância indutiva XL. A corrente I é igual à corrente Icarga , em razão de esse circuito estar ligado em série. A tensão no gerador tem um módulo inserido no intervalo: a) 150 a 200 V. b) 201 a 250 V. c) 301 e 350 V. d) 251 a 300 V. e) 351 e 400 V. 22/11/2023, 00:30 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=FY9OBsn8MXglqvlJ%2b9Puog%3d%3d&l=MEgTeJvmuoQFJB5hMF0arw%3d%3d&cd=p7… 32/58 As linhas médias são representadas pelo modelo denominado de 𝜋 (pi) nominal, que é mostrado na Figura 2.7. Para obter esse modelo, basta acrescentar um capacitor chamado de capacitor shunt ligado em paralelo com o modelo série. Esse capacitor é representado com ele dividido em duas partes iguais a Yc / 2 (a letra Y refere-se à admitância, no caso, a admitância capacitiva). A admitância é de�nida como o inverso da impedância capacitiva, que é dada por: XC = 1 2 π f C e Yc = 1 XC (Equação 2.42). Cálculo de linhas de transmissão — linhas médias 22/11/2023, 00:30 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=FY9OBsn8MXglqvlJ%2b9Puog%3d%3d&l=MEgTeJvmuoQFJB5hMF0arw%3d%3d&cd=p7… 33/58 Pinto (2018, p. 74) de�ne o modelo da linha média como “o efeito do capacitor shunt ( Yc ) é dividido em 2 partes iguais, dispostas no início e no �m da linha. Esta é representada também por um circuito monofásico, sendo chamada de con�guração 𝜋”. Figura 2.7 — Circuito equivalente de uma linha de transmissão média Fonte: Adaptada de Pinto (2018). #PraCegoVer: a imagem apresenta uma fonte de tensãosenoidal V, conectada a um capacitor em paralelo, dado por Yc /2, ligado em série a um resistor R e a uma indutância que tem uma impedância indutiva, dada por XL, e a outro capacitor em paralelo, dado por Yc /2. Esse circuito tem o formato da letra pi e está ligado a uma carga. Agora, a corrente I será diferente da corrente na carga dada por Icarga. 22/11/2023, 00:30 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=FY9OBsn8MXglqvlJ%2b9Puog%3d%3d&l=MEgTeJvmuoQFJB5hMF0arw%3d%3d&cd=p7… 34/58 Também podemos aplicar esse modelo à segunda lei de Kirchhoff para as tensões, o que resulta em: V = VCarga Yc 2 + ICarga Z + VCarga V = Z Yc 2 + 1 VCarga + ZICarga (Equação 2.43) Pretendemos calcular o valor de I. Para isso, temos que o valor da corrente na capacitância da barra receptora da linha de transmissão será dado por: Ishunt = Vcarga Yc 2 (Equação 2.44) Podemos somar essa corrente ao ramo em série. Portanto, obteremos: ICarga = V Yc 2 +VCarga YC 2 + ICarga (Equação 2.45) Agora vamos substituir a tensão V da Equação 2.43 na Equação 2.45. I = VCargaY 1 + Z YC 4 + Z YC 2 + 1 ICarga (Equação 2.46) Podemos representar as Equações 2.43 e 2.46 por meio de letras A, B, C e D. Essas letras são denominadas como constantes generalizadas do circuito da linha de transmissão. Elas são representadas por números complexos, portanto A e D serão números adimensionais (se a linha tiver as mesmas características, esses números são iguais) e B e C são dados em Ω e 1/Ω = ( ) ( ) ( ) ( ) 22/11/2023, 00:30 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=FY9OBsn8MXglqvlJ%2b9Puog%3d%3d&l=MEgTeJvmuoQFJB5hMF0arw%3d%3d&cd=p7… 35/58 1S (o S é o símbolo da unidade siemens). Então, as Equações 2.43 e 2.46 podem ser representadas como: V = AVCarga + BICarga (Equação 2.47) I = CVCarga + DICarga Desse modo, teremos: A = D = Z YC 2 + 1 (Equação 2.48) B = Z e C = YC 1 + Z YC 4 Existem algumas tabelas que fornecem diretamente essas constantes para algumas topologias de redes. Quando multiplicamos os valores da resistência, da impedância e da capacitância da linha pelo comprimento da linha, estamos utilizando uma técnica chamada de parâmetros concentrados, ou seja, concentramos o valor distribuído desses parâmetros em um único ponto da linha. praticar Vamos Praticar As linhas de transmissão trifásicas, considerando-as transpostas perfeitamente, podem ser tratadas por um modelo monofásico sob operação balanceada em regime permanente senoidal. As linhas de ( ) 22/11/2023, 00:30 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=FY9OBsn8MXglqvlJ%2b9Puog%3d%3d&l=MEgTeJvmuoQFJB5hMF0arw%3d%3d&cd=p7… 36/58 transmissão são projetadas para ter sua resistência tão pequena quanto seja economicamente viável. Desse modo, em linhas de transmissão de comprimento médio (valores próximos a 300 km) ou curto, é razoável supor que a resistência seja concentrada. MOHAN, N. Sistemas elétricos de potência: curso introdutório. Tradução de Walter Denis Cruz Sanchez. Rio de Janeiro: LTC, 2016. Vamos calcular a tensão no gerador necessária para manter a tensão na carga igual a 220 V. Essa carga absorve 100 kVA de potência com fator de potência igual a 0,8. A linha de transmissão que interliga esse sistema tem os seguintes parâmetros: R = 0, 0032Ω/km e L = 9, 59x10 − 6H /km e C = 5, 72x10 − 8F /km. Essa linha percorre uma distância de 130 km. Esse circuito está representado na �gura a seguir: 22/11/2023, 00:30 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=FY9OBsn8MXglqvlJ%2b9Puog%3d%3d&l=MEgTeJvmuoQFJB5hMF0arw%3d%3d&cd=p7… 37/58 Figura — Circuito equivalente de uma linha de transmissão média Fonte: Adaptada de Pinto (2018). #PraCegoVer: a imagem apresenta uma fonte de tensão senoidal V, conectada a um capacitor em paralelo, dado por Yc /2, ligado em série a um resistor R, e uma indutância, dada pela reatância indutiva XL e a outro capacitor em paralelo, dado por Yc /2. Esse circuito tem o formato da letra pi e está ligado a uma carga. Agora a corrente I será diferente da corrente na carga dada por Icarga. Considerando os dados apresentados, vamos calcular a tensão no gerador necessária para manter a tensão na carga igual a 220 V. 22/11/2023, 00:30 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=FY9OBsn8MXglqvlJ%2b9Puog%3d%3d&l=MEgTeJvmuoQFJB5hMF0arw%3d%3d&cd=p7… 38/58 Os parâmetros concentrados podem ser utilizados sem maiores problemas para linhas curtas e médias, mas, para linhas longas, devemos utilizar os parâmetros de forma distribuída. O modelo matemático utilizado para representar linhas de transmissão longas está representado na Figura 2.8. É claro que esse equacionamento torna-se muito mais difícil e complicado, pois, nesse modelo, são introduzidos os senos e as tangentes hiperbólicas. Cálculo de linhas de transmissão — linhas longas 22/11/2023, 00:30 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=FY9OBsn8MXglqvlJ%2b9Puog%3d%3d&l=MEgTeJvmuoQFJB5hMF0arw%3d%3d&cd=p7… 39/58 Figura 2.8 — Circuito equivalente de uma linha de transmissão longa Fonte: Adaptada de Pinto (2018). #PraCegoVer: a imagem apresenta uma fonte de tensão senoidal V, conectada a um capacitor em paralelo, dado por Y/2, vezes a tangente hiperbólica de gama vezes o comprimento dividido por 2. Toda essa função é dividida por gama vezes o comprimento dividido por 2, ligado em série a uma carga dada pela impedância Z multiplicada pelo seno hiperbólico de gama vezes o comprimento dividido por 2. Toda essa função é dividida por gama vezes o comprimento ligado a outro capacitor em paralelo (idêntico ao primeiro). Esse circuito tem o mesmo formato da letra pi e está ligado a uma carga. Agora a corrente I será diferente da corrente na carga dada por Icarga. Para linhas longas, o equacionamento matemático é o mesmo para o modelo obtido para linhas médias, o modelo chamado de 𝜋 nominal. Existe uma diferença nos cálculos dos parâmetros A, B, C e D. Nesse caso, precisamos calcular esses parâmetros com o seno e o cosseno hiperbólico. A = D = cosh𝛾ℓ B = ZCsenh𝛾ℓ C = Y = senh γ ℓ ZC (Equação 2.49) 22/11/2023, 00:30 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=FY9OBsn8MXglqvlJ%2b9Puog%3d%3d&l=MEgTeJvmuoQFJB5hMF0arw%3d%3d&cd=p7… 40/58 A variável 𝛾 é chamada de constante de propagação da onda e pode ser obtida por meio da raiz quadrada do resultado da multiplicação da impedância da linha vezes a admitância da linha, dada por: 𝛾 = √z y (Equação 2.50) O equacionamento das linhas de transmissão longas utiliza ondas viajantes, ondas estas que variam de acordo com o tempo e a frequência. Isso leva a que se chame de “ondas viajantes” as correntes e tensões dessas linhas, assim como as descargas atmosféricas que recaem sobre essas linhas. Para resolver esse complicado sistema de equações, teremos que recorrer à transformada de Laplace. Transformada de Laplace A transformada de Laplace é muito utilizada na resolução de equações diferenciais ordinárias. Ela permite escrever as equações diferenciais de primeira e segunda ordem referentes à corrente e à tensão, que é a maneira de obter as formas de onda da tensão e da corrente sem ter que considerar os domínios do tempo e da frequência. Vamos começar nosso equacionamento por meio da tensão que pode ser escrita por: ∫ ∞0 ∂v ∂xe − stdt = d dx ∫ ∞ 0 v (x, t) e − stdt ∫ ∞0 ∂v ∂xe − stdt = sV(x, s) − v(x, 0) (Equação 2.51) Vamos utilizar letras maiúsculas para indicar as transformadas de Laplace e letras minúsculas para indicar funções que variam no tempo. Esse raciocínio pode ser facilmente estendido para as correntes. Vamos agora adotar que, nas condições iniciais, o sistema esteja sem tensão e sem corrente, ou seja, I = 0 e V = 0. Desse modo, podemos escrever: ∂V ∂x = (r + sℓ)I(x, s) 22/11/2023, 00:30 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=FY9OBsn8MXglqvlJ%2b9Puog%3d%3d&l=MEgTeJvmuoQFJB5hMF0arw%3d%3d&cd=p7… 41/58 ∂I ∂x = (g + sc)V(x, s) (Equação 2.52) Agoravamos derivar a Equação 2.52 em relação a x e substituir a derivada da corrente na equação da corrente. Desse modo, obteremos: ∂2V ∂x2 = (r + sℓ)(g + sc)V(x, s) ∂2I ∂x2 = (r + sℓ)(g + sc)I(x, s) (Equação 2.53) Essas equações são facilmente resolvidas, pois conhecemos os parâmetros r, ℓ, c e g, que são a resistência, a indutância, a capacitância e a condutância, respectivamente. Já sabemos, por meio da Equação 2.50, que 𝛾 = √z y. Se “explodirmos” esses termos, teremos 𝛾 = √(r + s l) (g + s c). Também poderíamos ter resolvido a equação da tensão igualando a derivada parcial de segunda ordem a d2y /dx2 = 𝛾2y, cujo sistema apresenta como soluções as formas exponenciais dadas por e 𝛾 x e e − 𝛾 x. Assim, a resolução da equação da tensão resulta em: V(x, s) = A(s)e − 𝛾 x + B(s)e 𝛾 / x (Equação 2.54) E, por meio da Equação 2.52, podemos obter o valor da corrente, que será igual a: I(x, s) = A ( s ) ZC ( s ) e − 𝛾 x − B ( s ) ZC ( s ) e 𝛾 x (Equação 2.55) Em que: ZC(s) = r + s l g + s c (Equação 2.56) Os termos A (s) e B (s) são constantes em relação a x e serão chamados de condições de contorno no início e no �nal da linha. Já as funções 𝛾 (s) e ZC (s) serão denominadas de constante de propagação e de impedância √ 22/11/2023, 00:30 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=FY9OBsn8MXglqvlJ%2b9Puog%3d%3d&l=MEgTeJvmuoQFJB5hMF0arw%3d%3d&cd=p7… 42/58 característica da linha, respectivamente. É claro que a variável s é uma variável complexa. REFLITA O SIN (Sistema Interligado Nacional) representa a interligação de todo o Sistema Elétrico de Potência brasileiro (SEP). Temos um dos maiores e mais robustos sistemas interligados do mundo. Isso permite que o potencial de uma fonte de geração regional, como o excesso de ventos ou de chuvas, possa ser aproveitado por moradores de outras regiões diferentes daquela que está produzindo a energia pelo país, levando a uma redução nas tarifas de energia. Mas, durante muitos anos, a taxa de construção dessas linhas de transmissão �cou aquém do desejado. Caro(a) estudante, re�ita sobre algumas medidas de desregulamentação que poderiam ser cobradas pela sociedade para acelerar ainda mais a implantação dessas linhas de transmissão nas regiões mais afastadas do país, onde as constantes falhas no fornecimento de energia ainda trazem sofrimento para os moradores locais. 22/11/2023, 00:30 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=FY9OBsn8MXglqvlJ%2b9Puog%3d%3d&l=MEgTeJvmuoQFJB5hMF0arw%3d%3d&cd=p7… 43/58 Para algumas topologias especí�cas de linhas, Zc (s) pode se transformar em um valor constante na forma real, e isso signi�ca que essas linhas são consideradas linhas de transmissão sem distorção e sem perdas de energia. Para esse caso especí�co de linhas sem perdas, ou seja, sem resistência e condutância, em que r = 0 e g = 0, podemos escrever que 𝛾 = s√l c e Zc = l c . Então, as equações da tensão e da corrente podem ser escritas como: V(x, s) = A(s)e − s x v + B(s)e s x v I(x, s) = A ( s ) ZC e − s x v − B ( s ) ZC e s x v (Equação 2.57) Em que v = 1 √l c A condição necessária para que uma linha de transmissão seja de�nida como sem distorção é que: 𝛾(s) = √(r + s l) (g + s c) = √l c√(s + ∂)2 − σ2 = √ ( s + ∂ ) 2 − σ2 v (Equação 2.58) E: Zc(s) = l c = s + δ + σ s + δ − σ (Equação 2.59) Em que: Uma linha sem distorção pode ser de�nida como aquela em que o fator de distorção será igual a zero, ou seja, 𝜎 = 0. Desse modo, teremos 𝛾(s) = s + δ v e Zc = l c como valores independentes de s. Para simpli�car, também é √ √ √ √ 22/11/2023, 00:30 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=FY9OBsn8MXglqvlJ%2b9Puog%3d%3d&l=MEgTeJvmuoQFJB5hMF0arw%3d%3d&cd=p7… 44/58 possível utilizar a notação ZC, sem se referir ao (s) para representar uma linha de transmissão com ou sem distorção ou perdas. As Equações 2.54 e 2.55 poderão ser expressas como: V(x, s) = A(s)e − δ x v e − s x v + B(s)e δ x v e s x v I(x, s) = A ( s ) ZC e − δ x v e − s x v − B ( s ) ZC e δ x v e s x v (Equação 2.60) Comparando-se essa solução com as Equações 2.54 e 2.55, podemos entender a razão pela qual esse fator é chamado fator de atenuação. Linha semi-infinita — o conceito de onda viajante Araújo e Neves (2005, p. 143) de�nem uma “linha semi-in�nita como uma linha que tem uma das extremidades acessível – normalmente chamada de início da linha – e a outra inacessível, por encontrar-se no in�nito”. Dito de outra forma, uma linha semi-in�nita é aquela que começa com uma tensão dada por um gerador e no �nal da sua extensão — por ser in�nita, não tem tensão nenhuma. Vamos considerar, então, uma linha semi-in�nita sem perdas, que, no instante t = 0, estará sem energia, ou seja, desenergizada, em que aplicamos uma tensão dada por um degrau de tensão no tempo zero, como mostrado na Figura 2.9. A solução da Equação 2.60 será obtida somente se levarmos em consideração as condições de contorno e as condições iniciais do problema. Portanto, temos que utilizar essas condições para obter as constantes de integração de uma linha de transmissão. 22/11/2023, 00:30 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=FY9OBsn8MXglqvlJ%2b9Puog%3d%3d&l=MEgTeJvmuoQFJB5hMF0arw%3d%3d&cd=p7… 45/58 Figura 2.9 — Energização de uma linha semi-in�nita Fonte: Elaborada pela autora. #PraCegoVer: a imagem apresenta uma fonte de tensão igual a 1 volt, aplicada a um sistema, quando uma chave for fechada no instante t = 0 e na posição x = 0. Essa linha inicia em zero e segue para o in�nito. Considerando a equação da tensão: V(x, s) = A(s)e − s x v + B(s)e sδ x v (Equação 2.61) As constantes A (s) e B (s) – constantes apenas em relação à variável espacial – são determinadas a partir das seguintes considerações de�nidas por Araújo e Neves (2005, p. 144): Assim, colocando-se x = 0 na Equação 2.62 e igualando-se o resultado a 1/s, teremos que: V(0, s) = A(s) + B(s)( = 0) = 1 s ⇨ A(s) = 1 s (Equação 2.62) Portanto, a solução geral para a linha semi-in�nita sem perdas será obtida por meio da equação: 22/11/2023, 00:30 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=FY9OBsn8MXglqvlJ%2b9Puog%3d%3d&l=MEgTeJvmuoQFJB5hMF0arw%3d%3d&cd=p7… 46/58 V(x, s) = 1 s e − s x v (Equação 2.63) O teorema da translação da transformada de Laplace permite obter a solução dessa equação no domínio do tempo. Recordando esse teorema, que diz que a tensão será igual a: u (t) = 1, para t > 0 e u (t) = 0, para t ⩽ 0 (Equação 2.64) Logo, teremos: v(x, s) = L − 1[V(x, s)] = L − 1 1 s e − s x v = u t − x v (Equação 2.65) Ou seja: v(x, t) = u t − x v (Equação 2.66) Com base na de�nição da função degrau u (t), sabemos que v(x, t) = u t − x v = 1, se t − x v > 0 e u t − x v = 0 para os outros pontos. Quando conseguirmos fotografar a tensão em todos os pontos da linha em um determinado instante de tempo qualquer dado por t = T, o resultado será similar à Figura 2.10. Fotogra�as tiradas após o tempo t = T, ou seja, conforme o tempo vai passando, vão mostrar um valor unitário constante de tensão, que vai se propagando através da linha. [ ] ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) 22/11/2023, 00:30 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=FY9OBsn8MXglqvlJ%2b9Puog%3d%3d&l=MEgTeJvmuoQFJB5hMF0arw%3d%3d&cd=p7… 47/58 Figura 2.10 — Propagação de onda de tensão em linha semi-in�nita. Em a) Per�l de tensão e, em b), Tensão em um ponto Fonte: Elaborada pela autora. #PraCegoVer: a imagem apresenta: “(a) per�l de tensão” para x = 0 o valor da tensão será igual a 1 e se manterá até a distância vT, quando cai de forma abrupta para zero e permanece zero. Na �gura (b), temos que o valor da tensão é igual a 0 no instante t = 0. Essa tensão permanece em zero até o instante de tempo X/v, quando assume o valor igual a 1 para os tempos posteriores a esse. Se considerarmos agora duas fotogra�as tiradas em dois instantes, dados por T< T . Podemos ver, nessas fotogra�as, dois pontos, dados por X = 𝑣 T e X = 𝑣 T , sendo energizados pela tensão. A velocidade de propagação da tensão será obtida por meio da fórmula dada por X2 − X1 T2 − T1 = 𝑣. Desse modo, podemos concluir que o parâmetro dado v = 1 √l c será igual à velocidade com que o distúrbio de tensão se propagar através da linha. Se instalamos um voltímetro para medir a tensão em um determinado ponto da linha, chamado de X, e cronometramos o tempo a partir do instante em 1 2 1 1 2 2 22/11/2023, 00:30 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=FY9OBsn8MXglqvlJ%2b9Puog%3d%3d&l=MEgTeJvmuoQFJB5hMF0arw%3d%3d&cd=p7… 48/58 que a chave da Figura 2.7 recebe um comando para fechar, podemos constatar que: 𝑣(X, t) = u t − X v = 1, se t > X v ; 𝑣(X, t) = 0, se t ⩽ X v (Equação 2.67) Portanto, o voltímetro instalado em x = X terá uma medição correspondente a 𝑣 = 1, para tempos maiores que X v . A onda de tensão 𝑣 (x, t) ocorrerá juntamente com uma onda de corrente i (x, t), calculada por meio da Equação 2.60. Contudo, teremos que considerar que B (s) = 0, além de passar I (x, s), para o domínio do tempo, o que resultará na equação: i(x, t) = 1 s 1 ZC u t − x v = v ( x , t ) ZC (Equação 2.68) Essa equação mostra claramente a razão de Zc ser denominada impedância característica da linha – relação entre tensão e corrente (o nome impedância é indevido, pois, para as linhas sem perdas, ela é um número real, e não um número complexo como implica a de�nição de impedância). Agora vamos fazer um exercício considerando uma linha de transmissão longa com parâmetros distribuídos e valores calculados segundo a fórmula apresentada para o modelo 𝜋 nominal. praticar Vamos Praticar ( ) ( ) 22/11/2023, 00:30 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=FY9OBsn8MXglqvlJ%2b9Puog%3d%3d&l=MEgTeJvmuoQFJB5hMF0arw%3d%3d&cd=p7… 49/58 A potência natural (SIL) fornece uma referência em termos de quantidade de carga máxima em que uma linha de transmissão pode ser expressa. Essa carga é uma função do comprimento da linha de transmissão, de modo que certas restrições sejam satisfeitas. Essa capacidade de carga aproximada é uma função do comprimento da linha. Linhas curtas podem ser carregadas com mais de 3 vezes o SIL, com base em não exceder os limites térmicos. Linhas de comprimento médio podem ser carregadas com 1,5 a 3 vezes o SIL sem que a queda de tensão através delas exceda 5%. Linhas de comprimento longo podem ser carregadas com valores próximos ao do SIL, dado o limite de estabilidade, de modo que o ângulo de fase da tensão entre os dois terminais não exceda 40 a 45º. MOHAN, N. Sistemas elétricos de potência: curso introdutório. Tradução de Walter Denis Cruz Sanchez. Rio de Janeiro: LTC, 2016. Vamos calcular a tensão no gerador necessária para manter a tensão na carga igual a 220 V. Essa carga absorve 100 kVA de potência com fator de potência igual a 0,8. A linha de transmissão que interliga esse sistema tem os seguintes parâmetros: R = 0, 0032Ω/km e L = 9, 59x10 − 6H /km e C = 5, 72x10 − 8F /km. Essa linha percorre uma distância de 440 km. Esse circuito está representado na �gura a seguir: 22/11/2023, 00:30 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=FY9OBsn8MXglqvlJ%2b9Puog%3d%3d&l=MEgTeJvmuoQFJB5hMF0arw%3d%3d&cd=p7… 50/58 Figura — Circuito equivalente de uma linha de transmissão média Fonte: Adaptada de Pinto (2018). #PraCegoVer: a imagem apresenta uma fonte de tensão senoidal V conectada a um capacitor em paralelo, dado por Y/2, vezes a tangente hiperbólica de gama vezes o comprimento dividido por 2. Toda essa função é dividida por gama vezes o comprimento dividido por 2, ligado em série a uma carga dada pela impedância Z multiplicada pelo seno hiperbólico de gama vezes o comprimento dividido por 2. Toda essa função é dividida por gama vezes o comprimento ligado a outro capacitor em paralelo (idêntico ao primeiro). Esse circuito tem o mesmo formato da letra pi e está ligado a uma carga. Agora a corrente I será diferente da corrente na carga dada por Icarga. Considerando os dados apresentados, vamos calcular os parâmetros A, B, C e D e o valor da constante de propagação de onda dessa linha. F E E D B A C K 22/11/2023, 00:30 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=FY9OBsn8MXglqvlJ%2b9Puog%3d%3d&l=MEgTeJvmuoQFJB5hMF0arw%3d%3d&cd=p7… 51/58 Material Complementar F I L M E A guerra das correntes Ano: 2019 Comentário: Esse �lme retrata o surgimento do sistema de energia elétrica do modo como o conhecemos e mostra a guerra travada entre Thomas Edison — o inventor da lâmpada elétrica, que acreditava que a energia devia ser transmitida e distribuída em CC (corrente contínua) — e George Westinghouse e Nikola Tesla, que defendiam o sistema alternado (CA). Esse episódio �cou conhecido como a batalha ou a guerra das correntes. Para conhecer mais sobre o �lme, acesse o trailer disponível em: TRA I LER 22/11/2023, 00:30 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=FY9OBsn8MXglqvlJ%2b9Puog%3d%3d&l=MEgTeJvmuoQFJB5hMF0arw%3d%3d&cd=p7… 52/58 L I V R O Sistemas elétricos de potência: curso introdutório Autor: Ned Mohan Editora: LTC Capítulo 4 — Linhas de transmissão CA e cabos subterrâneos Ano: 2016 ISBN: 978-85-216-3279-5 Comentário: O Capítulo 4 descreve as linhas de transmissão CA e demonstra o cálculo dos diversos parâmetros utilizados na representação das linhas de transmissão, como a resistência, a indutância e a capacitância, além da demonstração das equações utilizadas em linhas longas de transmissão. 22/11/2023, 00:30 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=FY9OBsn8MXglqvlJ%2b9Puog%3d%3d&l=MEgTeJvmuoQFJB5hMF0arw%3d%3d&cd=p7… 53/58 22/11/2023, 00:30 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=FY9OBsn8MXglqvlJ%2b9Puog%3d%3d&l=MEgTeJvmuoQFJB5hMF0arw%3d%3d&cd=p7… 54/58 Conclusão Chegamos ao �nal do nosso estudo sobre os parâmetros utilizados para representar as linhas de transmissão. Como vimos, a capacitância é optativa para representar as linhas curtas. A partir da representação do modelo 𝜋 nominal, esse parâmetro precisa ser calculado e se torna essencial no cálculo das linhas longas. De�nimos as linhas de transmissão como curtas, médias e longas, a partir do seu comprimento e representamos cada um desses tipos de linha de transmissão com um modelo diferente. Os parâmetros chamados de constantes A, B, C e D devem ser calculados para serem utilizados na simulação das linhas de transmissão médias e longas. Esses equipamentos são os mais afetados por descargas atmosféricas e cobrem todo o país porque nosso sistema elétrico de potência (SEP) é todo interligado, por isso é fundamental que conheçamos e sejamos capazes de calculá-los corretamente na resolução de SEP. Referên cias A BATALHA DAS CORRENTES | Trailer O�cial (2019) Legendado HD. [S. l.: s. n.], 2020. 1 vídeo (3 min.) Publicado pelo canal Mundo 22/11/2023, 00:30 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=FY9OBsn8MXglqvlJ%2b9Puog%3d%3d&l=MEgTeJvmuoQFJB5hMF0arw%3d%3d&cd=p7… 55/58 dos Trailers. Disponível em: https://www.youtube.com/w atch?v=LKH9wJTH5yc. Acesso em: 12 abr. 2022. ALL Aluminium Conductor – AAC (KCMIL Series). Nexans, 2022. Disponível em: https://www.nexans.com.br/ .rest/catalog/v1/product/pdf /ID599079. Acesso em: 12 abr. 2022. ARAÚJO, A. E. A. de; NEVES, W. L. A. Cálculo de transitórios eletromagnéticos em sistemas de energia. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2005. LT 800 kV CC Xingu / Estreito. [S. l.: s. n.], 2019. 1 vídeo (4 min.) Publicado pelo canal Tabocas Participações Empreendimentos. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=HK24AGe232c. Acesso em: 12 abr. 2022. MOHAN, N. Sistemas elétricos de potência: curso introdutório. Tradução de Walter Denis Cruz Sanchez. Rio de Janeiro: LTC, 2016. (Disponível na Minha Biblioteca). PINTO, M. de O. Energia elétrica: geração, transmissão e sistemasinterligados. Rio de Janeiro: LTC: 2018. (Disponível na Minha Biblioteca). STEVENSON JUNIOR, W. D. Elementos de análise de sistemas de potência. 2. ed. São Paulo: MacGraw-Hill, 1986. https://www.youtube.com/watch?v=LKH9wJTH5yc https://www.nexans.com.br/.rest/catalog/v1/product/pdf/ID599079 https://www.youtube.com/watch?v=HK24AGe232c 22/11/2023, 00:30 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=FY9OBsn8MXglqvlJ%2b9Puog%3d%3d&l=MEgTeJvmuoQFJB5hMF0arw%3d%3d&cd=p7… 56/58 22/11/2023, 00:30 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=FY9OBsn8MXglqvlJ%2b9Puog%3d%3d&l=MEgTeJvmuoQFJB5hMF0arw%3d%3d&cd=p7… 57/58 22/11/2023, 00:30 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=FY9OBsn8MXglqvlJ%2b9Puog%3d%3d&l=MEgTeJvmuoQFJB5hMF0arw%3d%3d&cd=p7… 58/58
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