Buscar

livro

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 219 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 219 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 219 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Indaial – 2016
OrganizaçãO dO
TrabalhO indusTrial
Prof. Alfredo Pieritz Netto
1a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2016
Elaboração:
Prof. Alfredo Pieritz Netto
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
Impresso por:
 
338.64
P615o Netto; Alfredo Pieritz
 Organização do trabalho industrial/ Alfredo Pieritz Netto: 
UNIASSELVI, 2016. 209 p. : il.
 
 ISBN 978-85-5150-006-4
 1.Organização industrial – teoria econômica.
 I. Centro Universitário Leonardo Da Vinci. 
 
III
apresenTaçãO
Olá, caro acadêmico! Estamos iniciando uma nova disciplina em 
seu curso, e vivenciaremos juntos conceitos relativos a esta disciplina, 
apresentando as principais considerações referentes à organização do 
trabalho industrial, além de possibilitar a troca de experiências com você.
Daremos início aos estudos da disciplina de Organização do 
Trabalho Industrial. Estudaremos inicialmente os processos industriais, 
suas características e as diferentes formas de organizações, mas também 
discutiremos alguns pontos importantes para que o engenheiro possa 
compreender as organizações e o local em que possivelmente poderá 
trabalhar e desempenhar suas atribuições, possibilitando a você aplicar na 
prática os seus conhecimentos adquiridos nesta disciplina. 
Vale salientar que o conhecimento das organizações possibilitará a 
você, acadêmico, ter uma compreensão de como se dá a práxis profissional do 
engenheiro nas organizações industriais, além de lhe propiciar compreender 
melhor o mundo dessas empresas.
O profissional contemporâneo necessita desenvolver uma visão 
multidisciplinar em sua profissão, obtendo uma visão holística de tudo e de 
todos os processos intrínsecos da engenharia, assim, estaremos lhe auxiliando 
a conhecer um elo importante de sua profissão, ou seja, do engenheiro. Por 
conseguinte, proporcionaremos discussões referentes a temas relacionados 
à contemporaneidade da organização industrial brasileira e mundial, no 
intuito de enriquecer a sua visão sobre o tema proposto, pois pretende-
se trazer tópicos atuais relativos à profissão, uma vez que vivemos em 
constantes transformações e as técnicas organizacionais estão constantemente 
evoluindo, por isso o profissional que trabalha em organizações industriais 
precisa impreterivelmente estar se aperfeiçoando nos assuntos relativos ao 
seu fazer profissional.
Na primeira unidade você estudará questões relativas aos processos 
industriais, suas classificações e uma descrição dos processos contínuos e 
processos discretos de produção, que o acompanharão ao longo de sua vida 
profissional.
Na segunda unidade discutiremos os principais processos de 
fabricação mecânica utilizados nas indústrias de transformação, além 
de processos de enobrecimento dos materiais, permitindo assim um 
conhecimento prévio destes processos ao engenheiro.
IV
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para 
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há 
novidades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova 
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também 
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade 
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto 
em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
NOTA
Na terceira e última unidade você estudará a organização industrial e 
principais pontos relacionados à organização, como layout industrial, formas 
de organização, e traremos ainda, em discussão, as tendências modernas das 
novas organizações fabris. A relevância do tema está ligada à necessidade 
da modernização das unidades fabris atuais para o desenvolvimento da 
sociedade.
Pronto para começar a estudar sobre as organizações industriais?
Bons estudos!
Prof. Alfredo Pieritz Netto
V
VI
VII
UNIDADE 1 - INTRODUÇÃO AOS PROCESSOS INDUSTRIAIS ........................................... 1
TÓPICO 1 - PROCESSOS INDUSTRIAIS ....................................................................................... 3
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................... 3
2 PROCESSOS INDUSTRIAIS ........................................................................................................... 4
3 TIPOS DE PROCESSOS INDUSTRIAIS ....................................................................................... 7
LEITURA COMPLEMENTAR ........................................................................................................... 12
RESUMO DO TÓPICO 1.................................................................................................................... 14
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................. 15
TÓPICO 2 - PROCESSOS CONTÍNUOS ....................................................................................... 17
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 17
2 PROCESSOS CONTÍNUOS DE FABRICAÇÃO ........................................................................ 18
LEITURA COMPLEMENTAR ........................................................................................................... 26
RESUMO DO TÓPICO 2.................................................................................................................... 28
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................. 30
TÓPICO 3 - PROCESSOS DISCRETOS DE PRODUÇÃO ......................................................... 31
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 31
2 OS PROCESSOS DISCRETOS DE PRODUÇÃO ...................................................................... 32
3 EXEMPLOS DE LINHAS DISCRETAS DE PRODUÇÃO ........................................................ 39
LEITURA COMPLEMENTAR ........................................................................................................... 45
RESUMO DO TÓPICO 3.................................................................................................................... 50
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................. 52
UNIDADE 2 - PROCESSOS DE FABRICAÇÃO MECÂNICA ................................................... 53
TÓPICO 1 - PROCESSOS DE FABRICAÇÃO MECÂNICA ....................................................... 55
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................55
2 EVOLUÇÃO DOS PROCESSOS DE FABRICAÇÃO ................................................................ 55
3 CLASSIFICAÇÃO DOS PROCESSOS DE FABRICAÇÃO ...................................................... 60
RESUMO DO TÓPICO 1.................................................................................................................... 65
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................. 67
TÓPICO 2 - PROCESSO DE FABRICAÇÃO SEM REMOÇÃO DE CAVACOS ..................... 69
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 69
2 PROCESSOS SEM REMOÇÃO DE CAVACO ............................................................................ 69
2.1 FUNDIÇÃO .................................................................................................................................. 71
2.1.1 Fundição Em Molde De Areia ........................................................................................... 76
2.1.2 Fundição Com Matriz, Ou Fundição Com Pressão ....................................................... 80
2.1.3 Fundição De Precisão, Ou A Cera Perdida ..................................................................... 83
2.1.4 Fundição Contínua ............................................................................................................. 85
2.2 CONFORMAÇÃO ....................................................................................................................... 87
2.2.1 Laminação ............................................................................................................................ 91
sumáriO
VIII
2.2.2 Forjamento ........................................................................................................................... 93
2.2.3 Extrusão................................................................................................................................ 96
2.2.4 Trefilamento ........................................................................................................................ 98
2.2.5 Estampagem ........................................................................................................................ 99
2.3 SOLDAGEM ............................................................................................................................... 105
2.4 SINTERIZAÇÃO (METALURGIA DO PÓ) ........................................................................... 112
2.5 PROCESSOS DE FABRICAÇÃO COM MATERIAIS PLÁSTICOS ..................................... 117
2.5.1 Processo De Fabricação De Filmes Plásticos ................................................................. 118
2.5.2 Termoformação ................................................................................................................. 119
2.5.3 Injeção De Plástico ............................................................................................................ 123
2.6 PROCESSOS DE FABRICAÇÃO DE MATERIAIS CERÂMICOS ...................................... 126
RESUMO DO TÓPICO 2.................................................................................................................. 130
AUTOATIVIDADE ........................................................................................................................... 131
TÓPICO 3 - PROCESSO DE FABRICAÇÃO COM REMOÇÃO DE CAVACOS 
E ENOBRECIMENTO DE MATERIAIS ........................................................................................ 133
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................................... 133
2 PROCESSOS COM REMOÇÃO DE CAVACO ........................................................................ 133
2.1 TORNEAMENTO ...................................................................................................................... 134
2.2 FRESAMENTO ........................................................................................................................... 137
2.3 FURAÇÃO .................................................................................................................................. 138
2.4 APLAINAMENTO ..................................................................................................................... 139
2.5 SERRAMENTO .......................................................................................................................... 139
2.6 OUTRAS OPERAÇÕES DE USINAGEM ............................................................................... 140
3 PROCESSOS DE ENOBRECIMENTO DE MATERIAIS ........................................................ 141
3.1 TRATAMENTO TÉRMICO ...................................................................................................... 141
3.2 TRATAMENTO SUPERFICIAL ............................................................................................... 146
RESUMO DO TÓPICO 3.................................................................................................................. 149
AUTOATIVIDADE ........................................................................................................................... 150
UNIDADE 3 - ORGANIZAÇÃO INDUSTRIAL ......................................................................... 151
TÓPICO 1 - A ORGANIZAÇÃO INDUSTRIAL ......................................................................... 153
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................................... 153
2 OBJETIVOS DA ORGANIZAÇÃO INDUSTRIAL ................................................................. 154
3 A ORGANIZAÇÃO INDUSTRIAL E A ENGENHARIA INDUSTRIAL ............................ 160
LEITURA COMPLEMENTAR ......................................................................................................... 165
RESUMO DO TÓPICO 1.................................................................................................................. 166
AUTOATIVIDADE ........................................................................................................................... 167
TÓPICO 2 - LAYOUT INDUSTRIAL ............................................................................................. 169
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................................... 169
2 CONCEITUAÇÃO E TIPOS DE LAYOUT ................................................................................. 170
3 PROJETO DO LAYOUT INDUSTRIAL ...................................................................................... 178
LEITURA COMPLEMENTAR ......................................................................................................... 180
RESUMO DO TÓPICO 2.................................................................................................................. 183
AUTOATIVIDADE ........................................................................................................................... 184
TÓPICO 3 - FÁBRICAS MODERNAS .......................................................................................... 187
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................................... 187
2 FÁBRICA MODERNA E A POLUIÇÃO .................................................................................... 188
3 ANÁLISE DE PROBLEMAS EM PROCESSOS INDUSTRIAIS .......................................... 192
IX
E SOLUÇÕES ENGENHEIRADAS ................................................................................................ 192
LEITURA COMPLEMENTAR ......................................................................................................... 199
RESUMO DOTÓPICO 3.................................................................................................................. 202
AUTOATIVIDADE ........................................................................................................................... 203
REFERÊNCIAS ................................................................................................................................... 205
X
1
UNIDADE 1
INTRODUÇÃO AOS PROCESSOS 
INDUSTRIAIS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir desta unidade, você será capaz de:
• compreender as características dos processos industriais;
• aprofundar os conhecimentos acerca das características principais dos 
processos contínuos de produção;
• identificar as diversas questões relacionados ao processo discreto de 
produção.
A Unidade 1 está dividida em três tópicos e, ao final de cada um deles, você 
terá a oportunidade de fixar seus conhecimentos realizando as atividades 
propostas.
TÓPICO 1 – PROCESSOS INDUSTRIAIS
TÓPICO 2 – PROCESSOS CONTÍNUOS
TÓPICO 3 – PROCESSOS DISCRETOS DE PRODUÇÃO
2
3
TÓPICO 1
UNIDADE 1
PROCESSOS INDUSTRIAIS
1 INTRODUÇÃO
Prezado acadêmico, sabemos que as organizações industriais podem ser 
entendidas como organizações complexas e particulares em seu contexto, pois 
dificilmente encontraremos duas unidades fabris iguais entre si em seus processos 
de operacionalização. Devido à complexidade operacional, é importante o 
engenheiro estudar a sua forma de trabalho e conhecer de forma genérica os 
principais conceitos que envolvem os processos industriais.
Trabalhar de forma eficaz com outras partes da organização é uma das 
responsabilidades mais importantes da administração de produção 
e é um fundamento da administração moderna que as fronteiras 
funcionais não devam atrapalhar a eficiência dos processos internos 
(SLACK; CHAMBERS; JOHNSTON, 2009, p. 7).
Assim, duas montadoras de carros, apesar de terem um produto similar 
– automóvel –, as suas linhas de produção não serão iguais, poderão ter muita 
similaridade, no entanto, terão características específicas imputadas pela sua 
equipe de engenheiros, que trabalharam para o aprimoramento. Esta situação 
vale para qualquer tipo de empresa industrial.
FIGURA 1 - UNIDADE FABRIL DE MONTAGEM DE AUTOMÓVEL
FONTE: <http://www.totalqualidade.com.br/2013/09/principais-tipos-de-layout-em.html>. 
Acesso em: 18 jun. 2016.
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO AOS PROCESSOS INDUSTRIAIS
4
Conforme Slack et al. (2006, p. 36), o processo de transformação é um 
sequenciamento de input, processo e output, conforme explicitado na Figura 2, 
e serve de orientação para todo o nosso caderno de estudos. Assim, acadêmico, 
você precisa atentar ao que entra, no processo, aos trabalhos realizados sobre 
a matéria-prima e o resultado final. Estudaremos os principais processos de 
transformação, mas também questões relacionadas à organização, layout e 
alguns temas referentes às novas organizações industriais.
FIGURA 2 – MODELO DE TRANSFORMAÇÃO 
FONTE: Slack et al. (2006, p. 36)
O profissional que vai desenvolver trabalhos na área industrial precisa 
conhecer os mais diversos tipos de processos industriais para desenvolvê-los e 
aprimorá-los ainda mais.
Desdobraremos um pouco mais do universo das organizações industriais 
e seus processos de fabricação.
2 PROCESSOS INDUSTRIAIS
Prezado acadêmico, o universo industrial brasileiro e mundial é muito 
grande, compreende desde empresas pequenas, com fabricação de peças e 
materiais relativamente simples, a conglomerados industriais com processos 
de fabricação extremamente complexos, como a indústria automobilística, 
fabricantes de aviões, ou ainda, a indústria química em geral.
Podemos definir processo industrial como sendo uma sequência contínua 
TÓPICO 1 | PROCESSOS INDUSTRIAIS
5
de fatos ou fenômenos que apresentam certa unidade ou se reproduzem 
com certa regularidade dentro das indústrias para produção de produtos ou 
matérias-primas para outras indústrias.
As indústrias podem ter os mais diversos processos de fabricação e 
vemos que, desde os primórdios da era industrial, os engenheiros e técnicos 
sempre buscavam aprimorar os processos fabris, tornando as fábricas mais 
produtivas e menos estafantes para os operários.
Conforme Slack, Chambers e Johnston (2009), a modernização das 
indústrias está ligada diretamente à modernização dos processos organizacionais. 
O advento da industrialização está relacionado ao início das aglomerações 
humanas nas cidades, e principalmente pela descoberta da máquina a vapor e a 
busca constante pelo aumento da produtividade nas fábricas.
IMPORTANT
E
História do vapor como precursor da industrialização moderna
O aumento da produtividade não ocorria uniformemente em todos os setores da 
produção, o que criava a obrigatoriedade de procurar outras melhorias tecnológicas. O 
desenvolvimento da indústria mecânica concentrada em grandes unidades produtoras 
teria sido impossível sem uma fonte de energia maior do que podiam oferecer as forças 
humana e animal e que independesse dos caprichos da natureza. A solução foi encontrada 
num novo transformador de energia - a máquina a vapor - que dependia da exploração, 
em escala extraordinária, do carvão como fonte de energia.
A máquina a vapor foi fruto de uma série de aperfeiçoamentos das bombas hidráulicas 
usadas nas minas de carvão, principal fonte de energia na época. Nas proximidades das 
áreas ricas em carvão, inclusive, foi onde surgiram as primeiras indústrias na Inglaterra.
O sistema fabril não teria tido tão grande importância sem o aperfeiçoamento da máquina 
a vapor. As rodas hidráulicas eram vagarosas e nem sempre dispunham de cursos de água 
com força suficiente para movê-las. Outras formas de energia foram experimentadas, com 
resultados menos satisfatórios. O tear mecânico original, inventado por Cartwritgh, era 
movido por uma vaca, ao passo que seus sucessores empregaram cavalos e até cachorros.
O desenvolvimento de máquinas a vapor como uma fonte conveniente de energia 
produzida por movimento rotacional e a competição entre máquinas de vapor de alta e 
baixa pressão implicavam em questões de eficiência. O ideal de aproveitamento total da 
energia não podia ser obtido pela transformação de água em vapor. Aqui, a eficiência era 
medida pelo trabalho feito pelo consumo de um alqueire de carvão. Em lugares distantes 
de uma área de mineração de carvão isto teve importância comercial. Watt, pioneiro neste 
tipo de medida e em avanços no projeto de máquina a vapor, enfatizou ainda mais sua 
importância.
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO AOS PROCESSOS INDUSTRIAIS
6
FONTE: <http://www.confrariadasideias.com.br/Background%20(RI).htm>. Acesso em: 10 
jun. 2016.
FONTE: TAVARES, LUIZ ALBERTO: James Watt: A trajetória que levou ao desenvolvimento da 
máquina a vapor vista por seus biógrafos e homens de ciências. : <http://docplayer.com.br/7277954-
Pontificia-universidade-catolica-de-sao-paulo-puc-sp-luiz-alberto-tavares.html>. Acesso em: 15 
jun. 2016.
A evolução dos processos industriais caminhou tão rápido quanto 
a evolução da engenharia, e ganhou maior aceleração com a evolução dos 
computadores e das tecnologias de informação, permitindo uma troca saudável 
de conhecimentos em nível mundial, em que uma evolução tecnológica quase 
que imediatamente fica disponível a todos, através da internet. 
Podemos definir os processos industriais de fabricação como todo ato 
de transformação de um conjunto de matérias-primas em produtos acabados, 
através de diversos processos produtivos, utilizando-se de procedimentos 
definidos e padrões dentro das indústrias por meio de máquinas e equipamentos 
que auxiliam na produção dos mesmos (LESKO, 2004).
As necessidades da sociedade moderna estão cada vez maiores em 
relação a novos produtos e materiais, para supri-las surgem novas técnicas 
de fabricação, gerando assim uma enormidade de variedade de materiais e 
processos de fabricação.
http://docplayer.com.br/7277954-Pontificia-universidade-catolica-de-sao-paulo-puc-sp-luiz-alberto-tavares.htmlhttp://docplayer.com.br/7277954-Pontificia-universidade-catolica-de-sao-paulo-puc-sp-luiz-alberto-tavares.html
TÓPICO 1 | PROCESSOS INDUSTRIAIS
7
Esta grande variedade de materiais, processos industriais e de peças tem 
exigido desenvolvimentos cada vez mais dinâmicos e complexos de produção. No 
próximo tópico você irá estudar as duas grandes famílias de processos industriais 
e algumas aplicações.
Chiaverini (1986) ressalta ainda que a escolha correta do processo de 
fabricação vai depender de vários fatores intrínsecos que deverão ser atentados 
pelo engenheiro, como o tipo de material a ser trabalhado, a quantidade de peças 
a serem produzidas, o uso da peça e as suas dimensões, bem como a precisão e a 
qualidade necessária. Um ponto fundamental para a definição do melhor sistema 
produtivo, de acordo com o autor, é o seu custo de produção, pois muitas vezes 
é este o principal fator preponderante para a escolha do processo de fabricação.
DICAS
Caro acadêmico, a era industrial se mostrou uma revolução na forma de viver da 
humanidade, e seus princípios nortearam a civilização moderna. Assim, sugerimos a leitura do 
livro Administração da Produção para complementar o seu conhecimento sobre o assunto.
SLACK, N.; CHAMBERS, S.; JOHNSTON, R. Administração Produção. 3. ed. São Paulo: 
Atlas, 2009.
3 TIPOS DE PROCESSOS INDUSTRIAIS
A evolução dos processos industriais é notória aos profissionais ligados à 
área fabril, e atualmente a industrialização tem focado na evolução dos processos 
industriais, estes ajudados pelo advento dos computadores e a era da informação, 
assim os equipamentos e máquinas produtivos estão cada dia mais automatizados 
e precisos. Ao voltarmos um pouco no tempo (e não faz tanto tempo assim), 
observamos que os equipamentos eram movidos à tração animal, depois a vapor, 
e mais recentemente à energia elétrica, que foi uma grande evolução para a 
humanidade e para a industrialização. 
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO AOS PROCESSOS INDUSTRIAIS
8
FIGURA 3 – LINHA DE TORNOS DE PRODUÇÃO NO INÍCIO DO SÉCULO XX NUMA 
FÁBRICA NO BAIRRO DO BRÁS, EM SÃO PAULO
FONTE: <http://avferrari.blog.uol.com.br/arch2006-06-01_2006-06-15.html>. Acesso em: 15 
jun. 2016.
Na figura acima você pode ver tornos trabalhando, sendo acionados por 
um sistema de polias e correias tracionadas. Era muito comum tornos, furadeiras, 
fresas e outros equipamentos produtivos no século XVIII e XIX serem tracionados 
por rodas d’água e uma árvore de polias que transmitia a força aos equipamentos.
É importante ao estudante de engenharia conhecer que nem sempre 
tínhamos as comodidades de equipamentos acionados a energia elétrica, e 
ainda mais com as comodidades dos comandos CNC (Comando Numérico 
Computadorizado ou do inglês Computer Numeric Control).
FIGURA 4 – PAINEL CNC DOS TORNOS DA LINHA CENTER DO FABRICANTE ROMI 
FONTE: <file:///C:/Users/Adm/Downloads/cat_romi_centur_leves_po_am_042016-bx.pdf>. 
Acesso em: 20 jun. 2016.
TÓPICO 1 | PROCESSOS INDUSTRIAIS
9
Como você pôde perceber nos dois exemplos que apresentamos nas figuras 
3 e 4, a tecnologia em processos industriais tem evoluído muito nos últimos anos, 
e conforme Martins e Laugeni (2005), a evolução tecnológica está relacionada 
diretamente à evolução da engenharia e aos investimentos em pesquisa.
Conforme Moreira (2008, p. 8), um sistema de produção pode ser 
entendido como sendo um “conjunto de atividades inter-relacionadas envolvidas 
na produção de bens”, e podemos entender que todo processo produtivo é uma 
combinação de fatores produtivos e de processamento de matérias-primas e 
componentes de modo a obter um dado produto final. O autor ainda complementa 
que este conjunto de atividades está relacionado com o conceito do processo de 
transformação, que é o uso de recursos para mudar o estado ou condição de algo 
para produzir saídas.
FIGURA 5 - PROCESSOS BÁSICOS QUE COMPÕEM UM SISTEMA PRODUTIVO
FONTE: Moreira (2008, p. 8)
Moreira (2008, p. 8) apresenta estes conceitos como:
• Os INSUMOS são os recursos a serem transformados diretamente 
em produtos, como as matérias-primas, e mais os recursos que movem 
o sistema, como a mão de obra, o capital, as máquinas e equipamentos, 
as instalações, o conhecimento técnico dos processos etc.
• O PROCESSO DE CONVERSÃO, em manufatura, muda o formato 
das matérias-primas ou muda a composição e a forma dos recursos. 
Em serviços, não há propriamente transformação: o serviço é criado. 
Em serviços, diferente da manufatura, a tecnologia é mais baseada em 
conhecimento (know-how) do que em equipamentos. Comparativamente, 
dizemos que, em geral, as atividades de serviços são mais intensivas 
em mão de obra (pessoal), enquanto as atividades industriais são mais 
intensivas em máquinas e equipamentos (capital físico).
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO AOS PROCESSOS INDUSTRIAIS
10
• O SISTEMA DE CONTROLE é a designação genérica que se dá ao 
conjunto de atividades que visa assegurar que programações sejam 
cumpridas, que padrões sejam obedecidos, que os recursos estejam 
sendo usados de forma eficaz e que a qualidade desejada seja obtida. 
O sistema de controle promove a monitoração dos três elementos do 
sistema de produção (MOREIRA, 2008, p. 8).
Gonsalez (2016) apresenta um conceito complementar de sistema de produção: 
“é um conjunto de atividades e operações inter-relacionadas envolvidas na produção 
de bens ou serviços a partir do uso de recursos (inputs) para mudar o estado ou 
condição de algo para produzir saídas/resultados (outputs)”. Na Figura 6 apresentamos 
este conceito esquematizado conforme apresentado por Martins e Laugeni (2005).
FIGURA 6 - INPUT E OUTPUT DAS FUNÇÕES DE TRANSFORMAÇÃO PRODUTIVA
Fonte: Martins E Laugeni (2005, P. 11)
NOTA
Caro acadêmico, você já deve ter identificado que as palavras-chave para 
entender os processos industriais são os INPUTS (Entradas) e OUTPUTS (Saídas), e que os 
processos industriais são o elo que liga os dois, ou seja, a transformação gerada na matéria-
prima para chegar ao produto final.
TÓPICO 1 | PROCESSOS INDUSTRIAIS
11
Os sistemas de produção são classificados em três categorias, que são:
 
• Sistemas de Produção Contínua (fluxo em linha):
 Os sistemas de produção contínua, também chamados de fluxo em 
linha, apresentam uma sequência linear para se fazer o produto ou 
serviço; os produtos são bastante padronizados e fluem de um posto 
de trabalho a outro numa sequência prevista.
• Sistemas de Produção Intermitente (fluxo intermitente): 
A produção é feita em lotes. Terminando-se a fabricação do lote de um 
produto, outros produtos tomam o seu lugar nas máquinas. O produto 
original só voltará a ser feito depois de algum tempo, caracterizando-
se assim uma produção intermitente de cada um dos produtos.
• Sistemas de Produção para Grandes Projetos: 
Na verdade, cada projeto é único, não havendo, rigorosamente 
falando, um fluxo do produto (MOREIRA, 2008, p. 10-11).
Desta forma, aprendemos que os sistemas de produção são classificados 
em três categorias, mas neste material pedagógico o nosso interesse é 
desenvolver os conhecimentos dos sistemas de produção intermitente, 
conhecendo os principais processos de fabricação, e descrever também alguns 
pontos importantes do sistema de produção de fluxo contínuo, os quais iremos 
detalhar melhor a partir do próximo tópico de estudo.
Após estas considerações relativas à evolução dos processos industriais 
com o advento da Revolução Industrial, convido você, prezado acadêmico, 
a ler o texto a seguir para assim poder compreender um pouco mais deste 
universo. Boa leitura!
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO AOS PROCESSOS INDUSTRIAIS
12
REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
LEITURA COMPLEMENTAR
A Revolução Industrial foi um conjunto de mudanças que aconteceram 
na Europa nos séculos XVIII e XIX. A principal particularidade dessa revolução foi 
a substituição do trabalho artesanal pelo assalariado e com o uso das máquinas.
Até o final do século XVIII a maioria da população europeia vivia no 
campo e produzia o que consumia.De maneira artesanal, o produtor dominava 
todo o processo produtivo.
Apesar de a produção ser predominantemente artesanal, países como 
a França e a Inglaterra possuíam manufaturas. As manufaturas eram grandes 
oficinas onde diversos artesãos realizavam as tarefas manualmente, entretanto 
subordinados ao proprietário da manufatura.
A Inglaterra foi precursora na Revolução Industrial devido a diversos 
fatores, entre eles: possuir uma rica burguesia, o fato do país possuir a mais 
importante zona de livre comércio da Europa, o êxodo rural e a localização 
privilegiada junto ao mar, o que facilitava a exploração dos mercados ultramarinos.
Como muitos empresários ambicionavam lucrar mais, o operário era 
explorado sendo forçado a trabalhar até 15 horas por dia em troca de um salário 
baixo. Além disso, mulheres e crianças também eram obrigadas a trabalhar para 
sustentar suas famílias.
Diante disso, alguns trabalhadores se revoltaram com as péssimas 
condições de trabalho oferecidas, e começaram a sabotar as máquinas, ficando 
conhecidos como “os quebradores de máquinas“. Outros movimentos também 
TÓPICO 1 | PROCESSOS INDUSTRIAIS
13
surgiram nessa época com o objetivo de defender o trabalhador.
O trabalhador, em razão desse processo, perdeu o conhecimento de toda 
a técnica de fabricação, passando a executar apenas uma etapa.
A Primeira etapa da Revolução Industrial
Entre 1760 e 1860, a Revolução Industrial ficou limitada, primeiramente, 
à Inglaterra. Houve o aparecimento de indústrias de tecidos de algodão, com 
o uso do tear mecânico. Nessa época o aprimoramento das máquinas a vapor 
contribuiu para a continuação da Revolução.
A Segunda Etapa da Revolução Industrial 
A segunda etapa ocorreu no período de 1860 a 1900, e ao contrário 
da primeira fase, países como Alemanha, França, Rússia e Itália também se 
industrializaram. O emprego do aço, a utilização da energia elétrica e dos 
combustíveis derivados do petróleo, a invenção do motor a explosão, da locomotiva 
a vapor e o desenvolvimento de produtos químicos foram as principais inovações 
desse período.
A Terceira Etapa da Revolução Industrial 
Alguns historiadores têm considerado os avanços tecnológicos dos séculos 
XX e XXI como a terceira etapa da Revolução Industrial. O computador, o fax, a 
engenharia genética, o celular seriam algumas das inovações dessa época.
FONTE: <http://www.sohistoria.com.br/resumos/revolucaoindustrial.php>. Acesso em: 20 jun. 2016.
14
Neste tópico, foram abordados os seguintes itens:
• A sociedade moderna exige cada vez mais uma gama de novos produtos 
e materiais para o seu consumo, para supri-las surgem novas técnicas de 
fabricação, gerando assim uma enormidade de variedade de materiais novos e 
processos de fabricação.
• A escolha correta do processo de fabricação vai depender de vários fatores, como 
o tipo de material a ser trabalhado, a quantidade de peças a ser produzida, o 
uso da peça e as suas dimensões, bem como a precisão e a qualidade necessária.
• Os processos industriais de fabricação podem ser entendidos como a 
transformação de um conjunto de matérias-primas em produtos acabados 
através de processos produtivos utilizando máquinas ou equipamentos 
que auxiliam na sua produção.
• A evolução dos processos industriais está diretamente relacionada com a 
evolução da engenharia.
• Os sistemas de produção são classificados em três categorias: Sistemas de 
Produção Contínua (fluxo em linha); Sistemas de Produção Intermitente (fluxo 
intermitente); Sistemas de Produção para Grandes Projetos.
RESUMO DO TÓPICO 1
15
1 A Revolução Industrial foi um marco importante para a época moderna, e 
balizou o advento da tecnologia atual que estamos vivenciando em nossa 
vida moderna. Pelos estudos indicados a partir do texto e outros materiais 
que você poderá pesquisar na internet, redija um texto dissertativo de, 
no mínimo, 20 linhas, comparando as evoluções ocorridas dentro das 
organizações industriais no tocante aos processos de fabricação. Em seu 
texto aborde os seguintes aspectos:
a) Evoluções tecnológicas.
b) Condições de trabalho fabril.
2 O engenheiro busca sempre identificar qual o melhor processo de fabricação 
a ser utilizado para a obtenção de um produto pela organização industrial. 
Descreva quais são os fatores que o engenheiro deve considerar para definir 
os processos de fabricação para a obtenção de um novo produto para a sua 
linha de produção.
AUTOATIVIDADE
16
17
TÓPICO 2
PROCESSOS CONTÍNUOS
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Prezado acadêmico, agora que você já conheceu uma teoria básica e 
definições ligadas aos processos industriais, iremos estudar mais detalhadamente 
os processos contínuos. “Atualmente precisamos desenvolver as nossas empresas 
para se tornarem competitivas a nível mundial, fornecendo produtos a um custo 
acessível, de forma contínua e crescente no mercado” (PIERITZ, 2010, p. 25).
Os processos de fabricação contínuos têm importância fundamental 
na economia, pois geralmente envolvem produtos com grande consumo e 
de custos baixos, otimizados pelas condições de sua fabricação. Por serem 
estas características necessárias, precisamos de alta produtividade e volume 
de produção.
Temos diversos produtos que se utilizam de processos contínuos de 
produção, como exemplo inicial podemos citar o papel, a gasolina, entre outros 
produtos que destacaremos na continuidade do texto.
FIGURA 7 – FABRICAÇÃO CONTÍNUA DE PAPEL
FONTE: <http://www.suzanoblog.com.br/maquina-de-papel-de-mucuri-faz-20-anos/>. Acesso 
em: 21 jun. 2016.
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO AOS PROCESSOS INDUSTRIAIS
18
Vamos conhecer mais o processo de fabricação contínuo?! Bons estudos.
2 PROCESSOS CONTÍNUOS DE FABRICAÇÃO
A indústria moderna tem como principal problema em sua área fabril 
as questões relacionadas à demanda dos produtos e o volume de produção. 
Temos muitos produtos que realmente necessitam de processos intermitentes 
de produção, pois eles são compostos de diversos componentes que precisam 
ser fabricados individualmente ou de forma seriada para aumentar a sua 
produtividade e redução de custos de produção.
Existem famílias de produtos de consumo que, devido à sua alta 
demanda e descoberta de processos fabris otimizados, podem ser produzidas 
de forma contínua em linhas de produção, ou unidades fabris específicas de 
produção contínua.
 
A produção contínua, como já trabalhamos no tópico anterior, realmente 
se caracteriza por uma produção constante, sem interrupção de um produto ou 
matéria-prima, a baixo custo e grande volume de produção.
Vamos agora conhecer mais alguns conceitos apresentados por 
distintos autores:
Corrêa e Corrêa (2012) descrevem a produção contínua, ou fluxo em linha, 
como sendo uma sequência única e contínua do processo de produção, a qual 
pode ser, conforme Moreira (2008), pura (produto único) ou com diferenciação, 
caracterizada pelas linhas de montagem.
Moreira (2008, p. 10) define os sistemas de produção contínua, ou fluxo 
em linha, como “uma sequência linear para se fazer o produto ou serviço; os 
produtos são bastante padronizados e fluem de um posto de trabalho a outro em 
uma sequência prevista”.
Esses sistemas contínuos de produção apresentam, de acordo com 
Corrêa e Corrêa (2012), uma sequência linear na produção dos produtos com 
equipamentos exclusivos, arranjados sequencialmente conforme as etapas do 
processo de fabricação respeitando a sequência do processo produtivo, já que 
são produtos bastante padronizados. Os processos contínuos de produção são 
categorizados em dois grupos:
a) Produção contínua: são as indústrias que trabalham com processos contínuos de 
produção, possuem um alto grau de automatização e com produtos altamente 
padronizados. Temos como exemplo característico as empresas de refino de 
petróleo, algumas empresas de processamento e refinos químicos, a máquina 
de papel, aço, entre outros (CORRÊA; CORRÊA, 2012).
TÓPICO 2 | PROCESSOS CONTÍNUOS
19
FIGURA 8 – PRODUÇÃO CONTÍNUA - INDÚSTRIAPETROQUÍMICA
FONTE: <http://www.cosmos.com.mx/blog/1796/tendencia-de-la-industria-petroquimica-en-el-
mundo-oriente-medio>. Acesso em: 22 jun. 2016.
b) Produção em massa: linhas de fabricação que trabalham a montagem ou 
produção em larga escala, poucos produtos com grau de diferenciação num 
nível considerado de pequeno a médio (CORRÊA; CORRÊA, 2012).
FIGURA 9 – PRODUÇÃO EM MASSA - LINHA DE MONTAGEM AUTOMOBILÍSTICA
FONTE: <http://mercadoautomotivonet.blogspot.com.br/>. Acesso em: 22 jun. 2016.
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO AOS PROCESSOS INDUSTRIAIS
20
autoativida
de
Caro acadêmico, na sequência estaremos aprofundando cada um dos dois 
grupos, mas agora, tire um tempo para fazer uma pequena pesquisa bibliográfica ou pela 
internet para identificar características de cada um dos grupos, ou seja, produção contínua e 
produção em massa.
Produção contínua
Na produção contínua “os produtos são bastante padronizados e fluem 
de um posto de trabalho a outro em uma sequência prevista. As diversas etapas 
do procedimento devem ser balanceadas para que as mais lentas não retardem 
a velocidade do processo” (MOREIRA, 2008, p. 10). 
Conforme Tubino (2000), a produção contínua exige um grande volume 
de produção e baixa variedade de produtos, ou ainda, linhas dedicadas a um 
único produto, pela dificuldade existente na planta ou linha de produção para 
se modificar os processos produtivos. São linhas que geralmente trabalham 24 
horas por dia, 365 dias por ano, somente parando em determinados períodos 
para a execução de manutenções preventivas, ou em fatos isolados que gerem 
paradas de produção.
Slack et al. (2006, p. 106) complementam descrevendo que normalmente 
“operam por períodos muito mais longos”, pois imagine parar o processo 
contínuo do refino do petróleo bruto para obtenção de gasolina, que são plantas 
(fábricas) inteiras dedicadas ao processo de obtenção de gasolina e outros 
derivados do petróleo. Na Figura 10 apresentamos um desenho esquemático do 
processo contínuo para obtenção da gasolina e derivados do petróleo. Analise 
atentamente o fluxograma da figura: 
Este esquema de produção é, seguramente, o mais flexível e moderno 
de todos, por incorporar à configuração anterior o processo de 
hidrotratamento de frações médias geradas no coqueamento, 
possibilitando o aumento da oferta de óleo diesel de boa qualidade. 
Este esquema permite um maior equilíbrio na oferta de gasolina e 
de óleo diesel de uma refinaria, pois desloca parte da carga que ia 
do coqueamento para o FCC (processo marcantemente produtor de 
gasolina) e a envia para o hidrotratamento, gerando, então, mais óleo 
diesel e menos gasolina (ANP, 2016).
TÓPICO 2 | PROCESSOS CONTÍNUOS
21
Parte 1 - fluxograma
Parte 2 - Desenho esquemático
FIGURA 10 – PROCESSO CONTÍNUO PARA OBTENÇÃO DE GASOLINA E DERIVADOS DO PETRÓLEO
FONTE: Parte 1 : <http://www.anp.gov.br/?pg=7854&m=&t1=&t2=&t3=&t4= &ar=&ps= 
&cachebust=>. Acesso em: 4 jul. 2016. 
Parte 2: <http://quimica-petroleo.blogspot.com.br/>. Acesso em: 22 jun. 2016.
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO AOS PROCESSOS INDUSTRIAIS
22
Um ponto importante que o engenheiro deve atentar é que estas plantas 
fabris são exclusivas e de alto custo, projetadas para uma aplicação específica, ou 
seja, se em algum momento se desejar alterar o mix de produtos, os investimentos 
serão altos para a mudança do projeto.
No Quadro 1 apresentamos um resumo das principais características dos 
processos contínuos de produção, para que você possa assimilar mais facilmente.
QUADRO 1 – PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DO PROCESSO CONTÍNUO DE FABRICAÇÃO
CONTÍNUO
VOLUME DE PRODUÇÃO ALTO
VARIEDADE DE PRODUTOS PEQUENA
FLEXIBILIDADE BAIXA
QUALIFICAÇÃO DA MÃO DE OBRA BAIXA
SEQUÊNCIA LINEAR
AUTOMAÇÃO ALTA
LAYOUT POR PRODUTO
CAPACIDADE OCIOSA BAIXA
LEAD TIME BAIXO
FLUXO DE INFORMAÇÕES BAIXO
PRODUTOS CONTÍNUOS
CUSTO DA PLANTA (FÁBRICA) MUITO ALTO
FONTE: Adaptado de Tubino (2000)
Produção em massa
A produção em massa já é mais comum em nosso dia a dia profissional, 
pois estamos falando em uma produção em larga escala, e conforme colocado 
no conceito apresentado no tópico anterior: linhas de fabricação que trabalham 
a montagem ou produção em larga escala de poucos produtos com grau de 
diferenciação num nível considerado de pequeno a médio (CORRÊA; CORRÊA, 
2012). Moreira (2008, p. 10-11) complementa as características dos processos de 
produção quando explicita: 
Esses processos contínuos tendem a ser altamente automatizados e a 
produzir produtos com elevado grau de padronização, sendo qualquer 
diferenciação pouco ou nada permitida.
De uma forma geral, os sistemas de fluxo em linha são também 
caracterizados por uma alta eficiência e acentuada inflexibilidade. Essa 
TÓPICO 2 | PROCESSOS CONTÍNUOS
23
eficiência é derivada de uma substituição maciça de trabalho humano 
por máquinas, bem como a padronização do trabalho restante em 
tarefas altamente repetitivas. Grandes volumes de produção devem ser 
mantidos para se recuperar o custo de equipamentos especializados, 
o que requer um conjunto-padrão de produtos estabilizados ao longo 
do tempo. Dessa forma, é problemático modificar tanto a linha de 
produtos como o volume de produção, o que leva à inflexibilidade. 
É quase certo que, se as condições favoráveis ao alto volume e 
produção padronizada estiverem presentes, a competição forçará o 
uso da produção contínua por causa da eficiência. 
A produção em massa, nas chamadas linhas de montagens, é 
caracterizada pela fabricação, em larga escala, de poucos produtos 
com grau de diferenciação relativamente pequeno: automóveis, 
geladeiras, fogões, aparelhos de ar-condicionado etc. A produção em 
massa pode ser chamada de pura, quando existe uma linha ou um 
conjunto de equipamentos específicos para um produto final. E dita 
produção em massa com diferenciação quando adaptações na linha 
permitem a fabricação de produtos com algumas diferenças entre si.
Finalmente, alguns fatores devem ser cuidadosamente pesados antes 
da adoção de um sistema de fluxo em linha. Além da competição, 
já referida, pode-se citar o risco de obsolescência do produto, a 
monotonia dos trabalhos para os empregados e os riscos de mudança 
tecnológica no processo (que custa a se pagar). 
Caro acadêmico, a linha de produção seriada não é um conceito novo e 
foi inicialmente implantada por Henry Ford, isto mesmo, o fundador da Ford 
Company nos EUA, e a primeira linha desenvolvida foi no ano de 1914. 
Produção seriada – Ford
Com a evolução dos conhecimentos de dentro da fábrica, Henry 
Ford buscou tornar os produtos mais acessíveis à população em geral. 
Desenvolveu o conceito de produção em massa, criando, em 1914, uma 
linha de montagem para produção de automóveis. Conforme Megginson, 
Mosley e Pietri (1998), as contribuições de Ford foram muito importantes 
para a industrialização moderna, das quais citamos:
• Adoção da linha de montagem
• Intercambialidade de peças e de partes
• Montagem simplificada
• Redução do ciclo de tarefas executadas por um operário
• Divisão das tarefas (trabalho físico/mental) 
• Cria a figura do engenheiro industrial (Planejamento e Controle da 
Produção - PCP)
• Uma tarefa para cada trabalhador 
• Trabalho para redução do esforço humano
• Foco no aumento de produtividade
• Diminuição dos custos e barateando os produtos
• Aumento do volume produzido 
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO AOS PROCESSOS INDUSTRIAIS
24
FIGURA 11 - LINHA DE MONTAGEM DA FORD
FONTE: <http://www.ensp.unl.pt/lgraca/history_cars_jakob_highres.jpg>. Acesso em: 3 
mar. 2010.
FONTE: Pieritz, Alfredo Netto. Gestão de processos de produção. Centro Universitário Leonardo 
da Vinci – Indaial: Grupo UNIASSELVI, 2010.
Como você deve ter percebido, as características do Fordismo são muito 
similares às que estamos estudando no sistema de produção em massa, pois ele 
é o precursor do sistema moderno de produção em massa. Atualmente vemos 
algumas adaptações do sistema, principalmente pela influência do Toyotismo, 
afastando-se dosconceitos tradicionais desenvolvidos pelo engenheiro Frederick 
Winslow Taylor, autor do tradicional livro "Os Princípios da Administração 
Científica", publicado em 1911, e do qual Ford era seguidor. O maior ponto de 
discordância da teoria original está exposto por Chiavenato (2011): o funcionário 
era especializado unicamente em uma tarefa, enquanto que atualmente ainda 
verificamos esta situação, mas pelo conceito do Toyotismo com afazeres menos 
mecânicos, e sim mais humanizados, em que ele virou de “mero apertador de 
parafuso” para responsável por diversas atividades, com geração de estima para 
ele, ou seja, o “montador do conjunto motor do carro”. Complementarmente ao 
exposto, BWS Consultoria (2016) escreve que: 
A maioria dos sistemas de produção contínua caracteriza-se por 
um conceito de produção semi ou totalmente automatizada, o que 
requer uma grande dose de coordenação. Os sistemas dependem 
de intervenção humana, bem como os passos são monitorados por 
computador para se certificar de que tudo está ocorrendo como o 
TÓPICO 2 | PROCESSOS CONTÍNUOS
25
normal, conforme o planejado.
Os sistemas de produção contínuos são empregados quando existe alta 
uniformidade na produção e demanda de bens ou serviços, fazendo 
com que os produtos e os processos produtivos sejam totalmente 
interdependentes, favorecendo a sua automatização.
No Quadro 2 apresentamos um resumo das principais características dos 
processos de produção em massa.
QUADRO 2 – PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DO PROCESSO DE FABRICAÇÃO 
EM MASSA
PRODUÇÃO EM MASSA
VOLUME DE PRODUÇÃO ALTO
VARIEDADE DE PRODUTOS MÉDIA
FLEXIBILIDADE MÉDIA
QUALIFICAÇÃO DA MÃO DE OBRA MÉDIA
SEQUÊNCIA LINEAR
AUTOMAÇÃO ALTA
LAYOUT POR PRODUTO
CAPACIDADE OCIOSA BAIXA
LEAD TIME BAIXO
FLUXO DE INFORMAÇÕES MÉDIO
PRODUTOS EM LOTE
CUSTO DA PLANTA (FÁBRICA) ALTO
FONTE: Adaptado de Tubino (2000)
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO AOS PROCESSOS INDUSTRIAIS
26
LEITURA COMPLEMENTAR
PRODUÇÃO CONTÍNUA
Produção contínua é um método usado por muitas empresas de manufatura 
para fazer a maior quantidade de um produto no menor espaço de tempo possível. 
A ideia por trás deste conceito é a produção constante, sem qualquer tipo de pausa 
ou interrupção. É uma ideia muito complicada, pois requer uma grande dose de 
habilidade e competência para implementá-la com êxito. 
Produção contínua é exatamente o que parece: constante, sem interrupção 
de um bem ou produto. É mais frequentemente utilizada na produção que envolve 
plantas oleaginosas e outros produtos químicos, e em outros processos que não 
podem ou não devem jamais ser interrompidos. O tipo de contraste de produção 
para a produção contínua é chamado de produção em série. Uma das principais 
razões da escolha de uma em detrimento de outra é a necessidade de produzir 
uma quantidade constante ou muito grande de produtos sem uma pausa. Na 
maioria das cadeias de produção de fluxo contínuo o uso de produtos químicos ou 
outras reações pode continuar, independentemente de quanto tempo as matérias-
primas têm estado envolvidas no processo. Um exemplo disso é a produção de 
vidro. Uma vez que a areia de sílica usada para fazer o vidro foi derretida, ela 
precisa ficar assim até que seja concluída a moldagem do vidro, ou poderá haver 
atrasos graves no processo de fabricação.
Outro fator que determina o tipo de produção a ser utilizado é a qualidade 
exigida do produto. Alguns produtos terão sempre a mesma qualidade, desde que 
os ingredientes sejam os mesmos e o processo mantenha-se inalterado. Há outros 
produtos que podem variar muito de um lote para outro, e, assim, a produção do 
lote é necessária para garantir a qualidade. 
Muitas pessoas associam a produção contínua com operações de 
montagem de tipo de linha, onde há sempre um produto que está sendo feito. 
TÓPICO 2 | PROCESSOS CONTÍNUOS
27
A linha de montagem de um carro é um bom exemplo de produção contínua 
(embora este processo possa ser interrompido e iniciado facilmente). O tijolo 
é outro produto que utiliza métodos de produção contínua. Muitos alimentos 
processados também usam processos contínuos até o produto final. Eles são, de 
certa forma, uma combinação de produção contínua e em lotes. Os ingredientes 
são montados em um lote de acordo com certas medidas e se misturam, mas 
são depois colocados em uma máquina ou sistema que pode processá-los 
sistematicamente, sem interrupção. Muitos desses processos alimentares 
envolvem plantas muito grandes, e fornos extremamente longos, que funcionam 
a uma temperatura constante para garantir que o produto a cada lote seja o 
mesmo em todo o processo. Este tipo de produção exige uma grande dose de 
planejamento e, uma vez que um sistema tenha sido implementado, é muito 
difícil de resolver eventuais falhas no processo. 
A manutenção de um sistema de produção contínua é muito importante, 
pois qualquer atraso no processo requer que todos, tanto acima como abaixo da 
linha de produção, parem quando o problema for detectado para sua correção. 
Muitos produtos de alta tecnologia também estão usando os modelos de 
produção contínua, e os robôs e máquinas que operacionalizam a produção são 
muito sofisticados. 
A maioria dos sistemas de produção contínua caracteriza-se por um 
conceito de produção semi ou totalmente automatizado, o que requer uma 
grande dose de coordenação. Os sistemas dependem de intervenção humana, 
bem como os passos são monitorados por computador para se certificar de 
que tudo está ocorrendo como o normal, conforme o planejado. Eles também 
assumem que a produção pode parar ou continuar 24 horas por dia, sete dias por 
semana, 365 dias por ano. Esses sistemas exigem um grande investimento em 
projeto de máquinas e processos antes de qualquer coisa, mesmo quando sai da 
linha de montagem para um consumidor. Eles também exigem que as medidas 
de controle de qualidade sejam implementadas e constantemente avaliadas em 
vários pontos diferentes no processo.
FONTE: <http://www.bwsconsultoria.com/2011/05/producao-continua.html>. Acesso em: 28 
jun. 2016.
28
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, vimos que:
• A produção contínua, ou também conhecida como fluxo em linha, é 
caracterizada por sequência única e contínua do processo de produção, que 
pode ser pura (produto único) ou com diferenciação, caracterizada pelas linhas 
de montagem.
• Os sistemas de produção contínuos possuem uma sequência linear para se 
fazer o produto ou serviço; e estes são bastante padronizados e fluem de um 
posto de trabalho a outro em uma sequência prevista e bem definida.
• Os processos contínuos de produção são categorizados em dois grupos: 
Produção contínua; Produção em massa.
 Produção contínua: são as indústrias que trabalham com processos contínuos 
de produção, possuem um alto grau de automatização e com produtos 
altamente padronizados. Temos como exemplos as empresas de refino de 
petróleo, algumas empresas de processamento e refinos químicos, a máquina 
de papel, aço, entre outros.
 Produção em massa: linhas de fabricação que trabalham a montagem ou 
produção em larga escala de poucos produtos com grau de diferenciação 
num nível considerado de pequeno a médio.
• O quadro a seguir apresenta um resumo das principais características dos 
dois processos.
QUADRO – PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DO PROCESSO DE FABRICAÇÃO 
CONTÍNUO E EM MASSA
CONTÍNUO PRODUÇÃO EM MASSA
VOLUME DE PRODUÇÃO ALTO ALTO
VARIEDADE DE PRODUTOS PEQUENA MÉDIA
FLEXIBILIDADE BAIXA MÉDIA
QUALIFICAÇÃO DA MÃO DE OBRA BAIXA MÉDIA
SEQUÊNCIA LINEAR LINEAR
AUTOMAÇÃO ALTA ALTA
LAYOUT POR PRODUTO POR PRODUTO
CAPACIDADE OCIOSA BAIXA BAIXA
LEAD TIME BAIXO BAIXO
FLUXO DE INFORMAÇÕES BAIXO MÉDIO
29
PRODUTOS CONTÍNUOS EM LOTE
CUSTO DA PLANTA (FÁBRICA) MUITO ALTO ALTO
FONTE: Adaptado de Tubino (2000)
•	Henry Ford buscou tornar os produtos mais acessíveis à população em geral. 
Desenvolveu o conceito de produção em massa, criando, em 1914, uma linha 
de montagem para a produção de automóveis.
30
Faça uma resenhacom, no máximo, 20 linhas, comparando os 
processos de fabricação contínua e do processo de fabricação em massa. Para 
ampliar o seu aprendizado, busque fontes auxiliares. Aproveite para debater 
o tema com seus colegas de sala de aula, pois a troca de experiência e o falar 
sobre um assunto reforça o aprendizado e a memorização do mesmo. Para 
completar a atividade, elabore duas questões pertinentes ao assunto que 
você pesquisou e troque com os seus colegas, ampliando assim ainda mais o 
horizonte sobre o tema.
AUTOATIVIDADE
31
TÓPICO 3
PROCESSOS DISCRETOS DE PRODUÇÃO
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Tudo o que consumimos do mercado, um dia foi vendido por alguém, 
mas antes deve ter sido produzido ou manuseado por alguma empresa, ou 
por uma pessoa.
A frase anterior é bem inspiradora para nós, engenheiros, pois nos garante 
que todo produto passa por algum processo de fabricação, quer seja um processo 
sofisticado, quer seja um processo manual, como o ourives trabalhando uma peça 
de ouro manualmente.
Por todos os lugares vemos fábricas de produtos, desde as mais simples, 
como uma serralheria, ou complexos industriais com ambientes limpos, isentos 
de sujeiras, pós e contaminantes, controlados remotamente por um sistema 
informatizado de última geração. Esta é a ponta do iceberg do mundo industrial 
moderno, o que está submerso é representado por todo o universo fabril para se 
obter os produtos que todos nós consumimos, que vai da tecnologia dos celulares, 
computadores e notebooks, carros com toda a sofisticação eletrônica atual, ou 
produtos simples como um guardanapo, uma camisa, ou algo mais simples ainda 
na nossa concepção de meros consumidores, como uma porca ou parafuso de aço 
para fixar um quadro na parede, ou fixar a roda do carro.
Para nós, engenheiros, este universo não é tão simplório, pois até chegarmos 
a um produto simples, como o parafuso, o aço passou por diversas etapas de 
produção, como trefilação, estampagem, rosqueamento, tratamento térmico, 
tratamento superficial, embalagem, entre outros processos especiais pelos quais 
este aço pode ter passado, dependendo do tipo de parafuso, e é este universo que 
agora vamos estudar neste tópico, ou seja, vamos desenvolver o tema de processos 
industriais discretos. Conforme definido por Slack et al. (2006), é quando os 
produtos finais são compostos de diversas partes discretas quantificáveis.
Chiavenato (2011) detalha que o sistema de produção discreta é utilizado 
quando se tem por objetivo produzir diferentes tipos de produtos utilizando um 
conjunto de máquinas e equipamentos disponíveis na unidade fabril, para que 
cada operação possa ser realizada.
Vamos estudar os conceitos básicos dessa importante forma de produção, 
a produção discreta de produtos.
32
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO AOS PROCESSOS INDUSTRIAIS
Como exemplos deste tipo de sistemas pode-se citar a produção de 
eletrodomésticos, computadores, automóveis, aviões, tornos mecânicos, máquinas, 
ferramentas, livros, entre outros.
FIGURA 12 – PRODUTOS FABRICADOS POR PROCESSOS DISCRETOS
FONTE: O autor
Você, como futuro engenheiro, provavelmente irá desenvolver algum 
trabalho em empresa com produção discreta, e você deve ter percebido que muitos 
dos produtos que consumimos no dia a dia são produzidos de forma discreta. 
Vamos continuar com o nosso estudo!
2 OS PROCESSOS DISCRETOS DE PRODUÇÃO
Como você leu na introdução deste tópico, percebeu que muitos produtos 
são fabricados por processos discretos, ou seja, o produto ou peça precisa ser 
produzida operação por operação, mesmo que algumas operações tenham 
um foco de continuidade, como o exemplo de trefilação de fio máquina para 
calibragem de diâmetro para fabricação de parafusos ou porcas, ou o processo 
de tratamento térmico em fornos contínuos. Em cada um desses processos 
descritos temos a questão discreta de produção, porque eles são aplicados em 
produtos discretos.
TÓPICO 3 | PROCESSOS DISCRETOS DE PRODUÇÃO
33
FIGURA 13 – PROCESSO DE TREFILAÇÃO DE FIO MÁQUINA
FONTE: <https://www.youtube.com/watch?v=2qR-yuaST_g>. Acesso em: 22 jun. 2016.
Black (apud OLIVEIRA, 2007, p. 12) amplia o conceito apresentado por 
Slack et al. (2006), descrito anteriormente, para as condições de trabalho em 
manufaturas discretas, trazendo ainda características relacionadas aos elementos 
físicos e dos parâmetros mensuráveis do sistema.
QUADRO 3 – PROCESSO DE FABRICAÇÃO DISCRETO
FONTE: Black (apud OLIVEIRA, 2007, p. 12)
34
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO AOS PROCESSOS INDUSTRIAIS
Conforme você pôde ver, são muitos os parâmetros a serem analisados nos 
processos discretos, e o engenheiro precisa trazer essa bagagem de conhecimentos 
para que possa gerar os resultados necessários e, acima de tudo, melhorar a 
tecnologia de fabricação dos produtos. A tecnologia da organização industrial, 
atualmente, é um dos principais focos a ser trabalhado, pois é através dela que as 
empresas continuam competitivas no mercado.
Os processos de fabricação discretos são a chave das organizações que 
possuem uma grande variedade de produtos a ser produzida em uma mesma 
linha de produção simultaneamente. Apresentamos a seguir alguns conceitos 
para linha de produção discreta.
Conforme Oliveira (2007, p. 12), o sistema de manufatura (ou sistema de 
produção discreta) pode ser entendido como:
Tem por objetivo produzir um conjunto de tipos diferentes de produtos, 
os quais precisam seguir uma determinada sequência de operações 
(roteiro de produção), sendo que cada operação pode ser realizada 
por uma ou mais máquinas. O grande número de produtos a serem 
fabricados de forma simultânea e concorrente, as complexidades de 
cada produto, sua diversificação, a variação nas quantidades a serem 
fabricadas, variações nas demandas, a introdução de novos produtos 
etc. fazem dos sistemas de manufaturas um sistema complexo, 
sendo que esta complexidade inerente será tanto maior quanto 
mais complexos forem os produtos a serem fabricados, quanto mais 
complexa for a estrutura de produção vinculada a esses produtos e 
quanto mais limitadas forem as liberdades de custos e prazos para a 
realização da manufatura. 
Tubino (2000, p. 27) define os processos produtivos discretos como:
São aqueles em que a produção de bens e serviços podem ser isolados 
em lotes ou unidades. Não dependem do tipo de produto em si, mas 
da forma como os sistemas estão organizados para atender à demanda.
Esses tipos de sistemas podem ser divididos em:
• Produção em massa – utilizado para produção em larga escala, com 
produtos altamente padronizados, exigindo mão de obra altamente 
especializada na transformação do produto.
• Produção em lotes – esse processo é caracterizado pela produção 
de um volume médio de bens ou serviços padronizados em lotes. O 
lead time de processo é maior que nos outros casos, observando que 
as empresas trabalham com a lógica de estoques entre as fases do 
processo produtivo para garantir a etapa seguinte do processo de 
produção.
• Produção sob encomenda – a montagem desse sistema de 
produção é voltada para o atendimento das necessidades do 
cliente. O cliente é quem especifica como quer o produto. Exige-se 
alta flexibilidade dos recursos produtivos com foco no atendimento 
das necessidades dos clientes. 
Zacarelli (1979, p. 12) descreve as organizações com produção discreta 
como indústrias do tipo intermitente, e as define como organizações com uma 
“diversidade de produtos fabricados e tamanho reduzido do lote de fabricação, 
TÓPICO 3 | PROCESSOS DISCRETOS DE PRODUÇÃO
35
determina que os equipamentos apresentem variações frequentes no trabalho”, e 
os classifica como:
• Fabricação por encomenda de produtos diferentes: produto de 
acordo com as especificações do cliente e a fabricação se inicia após a 
venda do produto.
• Fabricação repetitiva dos mesmos lotes de produtos: produtos 
padronizados pelo fabricante, repetitividade dos lotes de fabricação, 
pode-se ter as mesmas características de fluxo existente na fabricação 
sob encomenda(ZACARELLI, 1979, p. 12).
Moreira (2008, p. 8) ainda descreve que, quando definimos uma produção 
por encomenda, “o cliente apresenta seu próprio projeto do produto, devendo 
ser seguidas essas especificações na fabricação”. Ao descrever a produção por 
lotes, detalha que “ao término da fabricação de um produto outros produtos 
tomam seu lugar nas máquinas, de maneira que o primeiro produto só voltará a 
ser fabricado depois de algum tempo”.
É importante conhecer estes conceitos, pois eles nos nortearam a 
identificação das características reais dos processos discretos.
autoativida
de
Caro acadêmico, existem variadas características intrínsecas aos processos 
produtivos discretos. Nós indicamos somente algumas, conforme os autores Oliveira (2007), 
Tubino (2000), Zacarelli (1979) e Moreira (2008). Aproveite para descansar um pouco e faça 
uma pesquisa em livros e na internet para identificar mais características específicas para os 
processos de fabricação discreta.
LEMBRE-SE: na atualidade o engenheiro precisa ser também autodidata e realizar pesquisas 
para o seu aperfeiçoamento. 
Boa pesquisa.
Barros (2006) apresenta um diagrama que nos traz uma visão da 
classificação dos sistemas discretos, e nos permite entender melhor os conceitos 
desenvolvidos até o presente momento. Não pretendemos encerrar o tema com 
estas visões apresentadas, mas elas são bem consistentes para o caminho que 
estamos desenvolvendo, assim, você poderá descobrir outras classificações 
também em uso com os autores até então trabalhados, ou com o seu próprio 
desenvolvimento profissional.
36
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO AOS PROCESSOS INDUSTRIAIS
FIGURA 14 – SISTEMAS DISCRETOS
FONTE: Cassandras (apud BARROS, 2006, p. 26)
IMPORTANT
E
Caro acadêmico, vamos entender um pouco melhor o conceito desenvolvido 
de evento determinístico e estocástico:
Modelo Determinístico: 
Um modelo é determinístico quando tem um conjunto de entradas conhecido e do qual 
resultará um único conjunto de saídas. Em geral, um sistema determinístico é modelado 
TÓPICO 3 | PROCESSOS DISCRETOS DE PRODUÇÃO
37
analiticamente, isto só não ocorre quando o modelo se torna muito complexo, envolvendo 
um grande número de variáveis ou de relações. 
Modelo Estocástico:
Fenômeno que varia em algum grau, de forma imprevisível, à medida que o tempo passa.
FONTE: <http://www.mat.ufrgs.br/~viali /estatistica/mat2274/material/laminaspi /
Comp_2_6.pdf>. Acesso em: 30 jun. 2016.
Com o que estudamos até o presente momento, mais as características dos 
processos produtivos apresentados por Tubino (2000), apresentamos um resumo 
das principais características dos processos de produção em lotes.
QUADRO 4 – PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DO PROCESSO DE FABRICAÇÃO 
EM LOTES
PRODUÇÃO EM LOTES
VOLUME DE PRODUÇÃO MÉDIA
VARIEDADE DE PRODUTOS GRANDE
FLEXIBILIDADE ALTA
QUALIFICAÇÃO DA MÃO DE OBRA ALTA
SEQUÊNCIA LINEAR OU PROCESSO
AUTOMAÇÃO MÉDIA/ALTA
LAYOUT POR PROCESSO
CAPACIDADE OCIOSA MÉDIA
LEAD TIME MÉDIO
FLUXO DE INFORMAÇÕES ALTO
PRODUTOS EM LOTE
CUSTO DA PLANTA (FÁBRICA) MÉDIA
FONTE: Adaptado de Tubino (2000)
38
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO AOS PROCESSOS INDUSTRIAIS
Caro acadêmico, você pode comparar os dados do quadro acima com 
as características do processo de fabricação por lotes, com o que você identificou em 
suas pesquisas. Pode ser que você tenha identificado ainda mais características, então 
parabenizamos você, pois este é o espírito incansável do engenheiro por busca de 
conhecimentos em sua área de especialização.
ATENCAO
FONTE: <http://not1.xpg.uol.com.br/mestres-do-saber-filosofos-e-suas ideias-muito-
estranhas-ciencia/>. Acesso em: 22 jun. 2016.
Atualmente os processos discretos têm recebido uma importância grande 
nas organizações fabris, pois, pela sua versatilidade e flexibilidade produtiva, 
têm se mostrado uma tendência futura para as organizações, devendo-se chegar, 
no futuro, à flexibilidade total de produção com as máquinas de produção 
individual, e como exemplo temos as impressoras 3D.
FIGURA 15 – IMPRESSORA 3D
FONTE: <http://www.tecmundo.com.br/impressora-3d/40248-13-impressoras-3d-ja-disponiveis-
no-brasil.htm>. Acesso em: 23 jun. 2016.
TÓPICO 3 | PROCESSOS DISCRETOS DE PRODUÇÃO
39
Os processos discretos de produção têm se adaptado às condições 
atuais de mercado e às suas demandas, por isto vemos tantas evoluções nos 
sistemas produtivos discretos, nos equipamentos e máquinas à disposição das 
organizações.
Vamos agora conhecer alguns exemplos de processos discretos.
3 EXEMPLOS DE LINHAS DISCRETAS DE PRODUÇÃO
Caro acadêmico, historicamente vimos a evolução dos sistemas discretos 
de produção, e cada vez mais a produção individualizada de produtos está se 
tornando o objetivo. Com o advento da internet, as pessoas têm tomado consciência 
da existência de produtos específicos para satisfazer as suas necessidades 
pessoais, e cada vez mais as empresas modernas têm facultado ferramenta para 
personalização dos produtos.
As tecnologias produtivas evoluíram bastante, desde os primórdios da era 
da industrialização até o período atual. A própria evolução das matérias-primas 
permite o desenvolvimento de novos produtos e novos processos de fabricação.
Lesko (2004) classifica os principais métodos de manufatura em quatro 
grandes famílias:
• Conformação
• Corte
• Junção/união
• Serramento
FIGURA 16 – CLASSIFICAÇÃO DOS MÉTODOS DE MANUFATURA
FONTE: Lesko (2004, p. 7)
40
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO AOS PROCESSOS INDUSTRIAIS
Existem outras formas de classificações dos processos de fabricação, como 
a que podemos desenvolver através da leitura do livro de Chiaverini (1986), onde 
podemos identificar a classificação dos processos. Ele apresenta duas grandes 
famílias: com remoção de cavacos e sem remoção de cavacos.
FIGURA 17 – CLASSIFICAÇÃO DOS PROCESSOS DE FABRICAÇÃO 
FONTE: Chiaverini (1986) 
Silveira (2016) tem como base a distinção de operações de processamento 
(fabricação) e de montagem.
TÓPICO 3 | PROCESSOS DISCRETOS DE PRODUÇÃO
41
FIGURA 18 – CLASSIFICAÇÃO DOS PROCESSOS DE OPERAÇÃO
FONTE: <http://www.mecanica.scire.coppe.ufrj.br/util/b2evolution/media/blogs/joseluis/1-
Processos-Fabricacao-Introducao-2016-1.pdf>. Acesso em: 23 jun. 2016.
Você deve ter percebido que não importa a classificação utilizada, seja a 
realizada por Lesko ou a de Chiaverini, ou ainda a de Silveira, todas terminam 
com o processo produtivo na base da classificação.
São muitas as peças e processos de manufatura discretos, e por isso, 
antes de prosseguirmos os nossos estudos, apresentaremos alguns exemplos de 
produtos e processos discretos:
•	Peça torneada 
42
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO AOS PROCESSOS INDUSTRIAIS
FIGURA 19 - PEÇA TORNEADA
FONTE: <http://portuguese.alibaba.com/product-gs/turned-parts-machined-parts-precision-
parts-10884337.html>. Acesso em: 30 jun. 2016.
• Peça conformada
FIGURA 20 – PEÇA CONFORMADA
FONTE: <http://mmborges.com/processos/Conformacao/cont_html/Forjamento.htm>. Acesso 
em: 30 jun. 2016.
• Peça plástica
FIGURA 21 – PEÇA PLÁSTICA
FONTE: <http://www.wkvariedades.com.br/utilidades-domesticas/kit-pratico-de-potes-com-10-
pecas-jaguar>. Acesso em: 30 jun. 2016.
TÓPICO 3 | PROCESSOS DISCRETOS DE PRODUÇÃO
43
• Processo de torneamento 
FIGURA 22 – TORNEAMENTO
FONTE: <http://www.ferrawidia.com.br/suporte-para-torneamento-externo.html>. Acesso em: 
30 jun. 2016.
• Montagem de automóvel 
FIGURA 23 – MONTAGEM DE AUTOMÓVEL
FONTE: <http://admfucamp.blogspot.com.br/2012/06/visita-tecnica-fabrica-da-fiat.html>. 
Acesso em: 30 jun. 2016.
IMPORTANT
E
Prezado acadêmico, apresentamos alguns exemplos de produtos e processos 
discretos, porém, o universo é muito grande, então amplie o seu conhecimento fazendo 
uma pesquisa para identificar mais produtos e processos de fabricação pouco usuais, como 
o brochamento, ou o corte de material metálico à água, ou processos de fabricação de 
peças a laser.
44
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO AOS PROCESSOS INDUSTRIAIS
FIGURA 24 – FABRICAÇÃO DE PEÇA COM CORTEA LASER
FONTE: <http://admfucamp.blogspot.com.br/2012/06/visita-tecnica-fabrica-da-fiat.html>. 
Acesso em: 30 jun. 2016.
ESTUDOS FU
TUROS
Prezado acadêmico, na próxima unidade você irá estudar e conhecer mais 
profundamente os principais processos de fabricação discretos, mas a sua curiosidade sobre 
os temas é fundamental para que você aprenda ainda mais sobre cada um dos processos.
FIGURA 25 – GERAÇÃO DE CONHECIMENTO
FONTE: <https://www.linkedin.com/pulse/20140615161103-125837292-qual-o-perfil-do-gestor-
de-conhecimento>. Acesso em: 30 jun. 2016.
TÓPICO 3 | PROCESSOS DISCRETOS DE PRODUÇÃO
45
Estamos chegando ao final do terceiro tópico e da primeira unidade, 
esperamos que você tenha aprendido mais sobre os processos industriais. O 
convidamos a completar o seu conhecimento com a leitura complementar que 
apresentamos a seguir, bem como a prosseguir os estudos, pois na próxima 
unidade estaremos apresentando os principais processos de fabricação.
LEITURA COMPLEMENTAR
TIPOS DE SISTEMAS DE PRODUÇÃO
Daniel Augusto Morreira
1 CLASSIFICAÇÃO TRADICIONAL
A classificação dos sistemas de produção, principalmente em função do 
fluxo do produto, reveste-se de grande utilidade na classificação de uma grande 
variedade de técnicas de planejamento e gestão da produção. É assim possível 
discriminar grupos de técnicas e outras ferramentas gerenciais em função do 
particular tipo de sistema, possibilidade essa que racionaliza a apresentação 
didática. Tradicionalmente, os sistemas de produção são agrupados em três 
grandes categorias:
a) sistemas de produção contínua ou de fluxo em linha;
b) sistemas de produção por lotes ou por encomenda (fluxo intermitente);
c) sistemas de produção para grandes projetos sem repetição.
1.1 SISTEMAS DE PRODUÇÃO CONTÍNUA (FLUXO EM LINHA)
Os sistemas de produção contínua ou fluxo em linha apresentam uma 
sequência linear para se fazer o produto ou serviço; os produtos são bastante 
padronizados e fluem de um posto de trabalho a outro em uma sequência 
prevista. As diversas etapas do procedimento devem ser balanceadas para que as 
mais lentas não retardem a velocidade do processo. Às vezes, os sistemas de fluxo 
em linha aparecem subdivididos em dois tipos:
a) a produção em massa, para linhas de montagem de produtos os mais variados 
possíveis;
b) a produção contínua propriamente dita, nome reservado nessa classificação 
para as chamadas indústrias de processo, como química, papel, aço etc. Esses 
processos contínuos tendem a ser altamente automatizados e a produzir 
produtos com elevado grau de padronização, sendo qualquer diferenciação 
pouco ou nada permitida.
De uma forma geral, os sistemas de fluxo em linha são também 
caracterizados por uma alta eficiência e acentuada inflexibilidade. Essa eficiência 
46
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO AOS PROCESSOS INDUSTRIAIS
é derivada de uma substituição maciça de trabalho humano por máquinas, bem 
como a padronização do trabalho restante em tarefas altamente repetitivas. 
Grandes volumes de produção devem ser mantidos para se recuperar o custo 
de equipamentos especializados, o que requer um conjunto-padrão de produtos 
estabilizados ao longo do tempo. Dessa forma, é problemático modificar tanto 
a linha de produtos como o volume de produção, o que leva à inflexibilidade. 
É quase certo que, se as condições favoráveis ao alto volume e produção 
padronizada estiverem presentes, a competição forçará o uso da produção 
contínua por causa da eficiência. 
A produção em massa, nas chamadas linhas de montagens, é caracterizada 
pela fabricação, em larga escala, de poucos produtos com grau de diferenciação 
relativamente pequeno: automóveis, geladeiras, fogões, aparelhos de ar-
condicionado etc. A produção em massa pode ser chamada de pura, quando 
existe uma linha ou um conjunto de equipamentos específicos para um produto 
final. E dita produção em massa com diferenciação quando adaptações na linha 
permitem a fabricação de produtos com algumas diferenças entre si.
Finalmente, alguns fatores devem ser cuidadosamente pesados antes 
da adoção de um sistema de fluxo em linha. Além da competição, já referida, 
pode-se citar o risco de obsolescência do produto, a monotonia dos trabalhos 
para os empregados e os riscos de mudança tecnológica no processo (que 
custa a se pagar).
1.2 SISTEMAS DE PRODUÇÃO POR LOTES (FLUXO INTERMITENTE)
Nesse caso, a produção é feita em lotes. Ao término da fabricação do lote 
de um produto, outros tomam o seu lugar nas máquinas. O produto original 
só voltará a ser feito depois de algum tempo, caracterizando-se assim uma 
produção intermitente de cada um dos produtos. Quando os clientes apresentam 
seus próprios projetos de produto, devendo a empresa fabricá-lo segundo essas 
especificações, temos a chamada produção intermitente por encomenda.
No sistema de produção intermitente, a mão de obra e os equipamentos 
são tradicionalmente organizados em centros de trabalho por tipo de 
habilidades, operação ou equipamentos. Dito de outra forma, os equipamentos 
e as habilidades, operação ou equipamentos e as habilidades dos trabalhadores 
são agrupados em conjunto, definindo um tipo de arranjo físico conhecido 
como funcional ou por processo. O produto flui, de forma irregular, de um 
centro de trabalho a outro. O equipamento utilizado é do tipo genérico, ou 
seja, equipamentos que permitem adaptações dependendo das particulares 
características das operações que estejam realizando no produto. A própria 
adaptabilidade do equipamento exige uma mão de obra mais especializada, 
devido às constantes mudanças em calibragens, ferramentas e acessórios. 
Embora esses equipamentos permitam uma grande facilidade para mudanças 
no produto ou no volume de produção, o tempo que se perde nos constantes 
rearranjos de máquina leva a uma relativa ineficiência.
TÓPICO 3 | PROCESSOS DISCRETOS DE PRODUÇÃO
47
A flexibilidade conseguida com o uso de equipamentos genéricos leva 
também a outros problemas, principalmente com o controle de estoques, com a 
programação da produção e com a qualidade; se a fábrica ou o centro de trabalho 
estiverem operando próximo da capacidade limite, haverá muito estoque de 
material em processamento, o que fatalmente aumentará o tempo das rodadas de 
produção, pois vários trabalhos irão requerer as mesmas máquinas ou a mesma 
mão de obra ao mesmo tempo.
Em suma, o que o sistema de produção intermitente ganha em flexibilidade 
diante da produção contínua, ele perde em volume de produção. Justifica-se, 
portanto, a adoção de um sistema intermitente quando o volume de produção 
for relativamente baixo. São sistemas comuns no estágio inicial de vida de 
muitos produtos e praticamente obrigatórios para empresas que trabalham com 
encomenda ou atuam em mercados de reduzidas dimensões.
1.3 SISTEMAS DE PRODUÇÃO PARA GRANDES PROJETOS
O sistema de produção para grandes projetos diferencia-se bastante dos 
tipos anteriores. Na verdade, cada projeto é um produto único, não havendo, 
rigorosamente falando, um fluxo do produto. Nesse caso, tem-se uma sequência 
de tarefas ao longo do tempo, geralmente de longa duração, com poucas ou 
nenhuma repetitividade. Uma característica marcante dos projetos é o seu alto 
custo e a dificuldade gerencial no planejamento e no controle. Exemplos de 
projetos incluem a produção de navios, aviões, grandes estruturas etc.
2 CLASSIFICAÇÃO CRUZADA DE SCHROEDER
Este modelo de classificação, devido a Schroeder (1981), torna claro 
que a tipologia clássica, apresentada anteriormente, leva em conta apenas uma 
dimensão associada aos sistemas: o tipo de fluxo do produto. Essa dimensão 
geralmente é suficiente para os sistemas industriais, mas incompleta se aplicada 
aos serviços. Por isso, a classificação cruzada é mais completa e ajuda a entender 
um maior número de casos práticos.
A classificação cruzada dá-se ao longo de duas dimensões. De um lado, 
temos a dimensão “por tipo de fluxo de produto” que coincide com a tipologia 
clássica já apresentada. De outro, temos

Outros materiais