Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Planejar, organizar, comandar, coordenar e controlar De acordo com David Hampton, é uma “combinação intencional de pessoas e de tecnologia para atingir um determinado objetivo”. Os produtos movem-se ao longo de uma linha e são montados por operadores continuamente repetindo uma única tarefa. RESPOSTA – A RESPOSTA – A RESPOSTA – B RESPOSTA – B RESPOSTA – A RESPOSTA – C RESPOSTA – A RESPOSTA – C RESPOSTA – B RESPOSTA – D ALTERNATIVA CORRETA LETRA – D (PAGINA 334 DO LIVRO DE GESTÃO DA PRODUÇÃO INDUSTRIAL) RESPOSTA – B RESPOSTA – C CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 1 Administração da Produção e Serviços Aula 1 Profa. Gilvane Marchesi CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 2 Conversa Inicial Olá, caro aluno! Seja bem-vindo à primeira aula da disciplina Administração da Produção e Serviços! Você sabe quais são as definições de Organização, Administração e Produção? E Produção enxuta? Neste encontro, veremos conceitos relacionados a cada um desses termos e, ainda, abordaremos as funções gerenciais, a evolução dos sistemas produtivos e a distinção entre produtos. No material on-line, você irá conhecer a professora Gilvane Marchesi, que nos ensinará esses e outros importantes temas no decorrer de nossas aulas! Contextualizando O termo país desenvolvido é sinônimo de país industrializado. As nações que atingiram altos níveis de industrialização apresentam, também, as maiores rendas per capita, ou seja, são os países mais ricos, com condições de oferecer uma vida melhor para seus cidadãos em termos de saúde, educação e infraestrutura. A evolução não seria possível sem uma ordenação dos esforços coletivos de pessoas trabalhando com um objetivo comum, ou seja, por meio de uma organização. A mudança do trabalho individual realizado por um artesão, para um trabalho feito por um grupo de pessoas, trouxe importantes consequências: de um lado, o trabalhador é separado do produto de seu trabalho, de outro, acontece uma radical alteração na produtividade. Assim, pela associação de várias pessoas realizando parte de um todo, o custo do produto final fica reduzido a níveis que propiciam sua venda em massa. Acesse o material on-line para conhecer um pouco mais sobre os conteúdos que veremos neste encontro! CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 3 Pesquise Conceitos: Organização X Administração X Produção O mundo moderno é feito de organizações. Mas você sabe qual é a definição de organização? De acordo com David Hampton, é uma “combinação intencional de pessoas e de tecnologia para atingir um determinado objetivo”. Se este objetivo é atingido ou não, ou se foi eficientemente alcançado, isso dependerá da forma como esse esforço foi coordenado, fator que concerne à administração. Chiavenato afirma que a tarefa da administração é “interpretar os objetivos propostos pela empresa e transformá-los em ação empresarial por meio de planejamento, organização, direção e controle de todos os esforços realizados em todas as áreas e em todos os níveis a empresa, a fim de atingir tais objetivos”. Petrônio (1999) comenta que a função produção é entendida como “um conjunto de atividades que levam a transformação de um bem tangível em outro com maior utilidade, acompanha o homem desde sua origem.". A produção, portanto, pode ser entendida como um conjunto de atividades que levam à transformação de uma ideia, objeto ou serviço em um bem com maior utilidade/valor. A Administração da Produção e Operações é o campo de estudo dos conceitos de técnicas aplicáveis à tomada de decisões na função de Produção (empresas industriais) ou Operações (empresas de serviços). A Administração da Produção pode ser definida como sendo o processo empresarial que administra o fluxo de recursos materiais, humanos e informacionais entre um sistema predefinido, no qual esses recursos são reunidos e transformados, de uma forma controlada, a fim de agregar valor, de acordo com os objetivos da organização. Este processo é mostrado na figura a seguir: CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 4 Tais atividades, na tentativa de transformar insumos em produtos acabados e/ou serviços, consomem recursos e nem sempre agregam valor ao produto final. O objetivo da Administração de Produção e Operações é a gestão eficaz dessas atividades. Assista à videoaula deste tema em seu material on-line, para conhecer aspectos relacionados ao conceito de Administração da Produção. Tema 2 – Funções Gerenciais em Produção A Administração da Produção e Operações preocupa-se com o Planejamento, a Organização, a Direção e o Controle das operações produtivas, de modo a se harmonizarem com os objetivos da empresa. O Planejamento dá as bases para todas as atividades gerenciais futuras ao estabelecer linhas de ação que devem ser seguidas para satisfazer objetivos estabelecidos, bem como estipula o momento em que essas ações devem ocorrer. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 5 A Organização é o processo de juntar (combinar) os recursos produtivos: pessoal (mão de obra), matérias-primas, equipamentos e capital. Os recursos são essenciais à realização das atividades planejadas, mas devem ser organizados coerentemente para um melhor aproveitamento. A Direção é o processo de transformar planos que estão no papel em atividades concretas, designando tarefas e responsabilidades específicas aos empregados, motivando-os e coordenando seus esforços. O Controle envolve a avaliação do desempenho dos empregados, de setores específicos da empresa e dela própria como um bloco, e a consequente aplicação de medidas corretivas se necessário. O Planejamento e as tomadas de decisão que lhes são inerentes podem ser classificados em três grandes níveis, segundo a abrangência que terão dentro da empresa, afetando fatias maiores ou menores da companhia: Nível Estratégico Neste nível, planejamento e tomada de decisões são mais amplos em escopo, envolvendo políticas corporativas (grandes políticas da organização), escolha de linhas de produtos, localização de novas fábricas, armazéns ou unidades de atendimento, projeto de processos de manufatura etc. Os níveis estratégicos envolvem, necessariamente, horizontes de longo prazo e altos riscos. Nível Tático Este nível é mais estreito em escopo que o anterior e envolve, basicamente, a alocação e a utilização de recursos. Em indústrias, o planejamento tático ocorre em nível de fábrica, envolve médio prazo e moderado risco. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 6 Nível Operacional O planejamento e a tomada de decisões operacionais têm lugar nas operações produtivas, envolvem curtos horizontes de tempo e riscos relativamente menores. Para saber mais acerca das funções gerenciais da produção, não deixe de assistir à videoaula deste tema em seu material on-line! TEMA 3 – Evolução dos Sistemas Produtivos Antes do Século XVIII (até 1.764) A função produção acompanha o homem desde sua origem com a coleta de alimentos, passando pela caça, agricultura ou pastoreio. Quando polia a pedra a fim de transformá-la em utensílio mais eficaz, o homem pré-histórico estava executando uma atividade de produção. Nesse primeiro estágio, as ferramentas e utensílios eram utilizados por quem as produzia, não existindo o conceito de comércio. Com o passar do tempo, por meio da especialização de CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 7 algumas pessoas naprodução de um bem, a produção teve início conforme as solicitações e especificações apresentadas por terceiros. Surgiam, então, os artesãos como a primeira forma de produção organizada, que tinha as principais características de: Prazo de entrega Fixavam preços Especificações Davam preferência para clientes Revolução Industrial (Séculos XVIII E XIX) Com a descoberta da máquina a vapor em 1764 por James Watt, tem início o processo de substituição da força humana pela força da máquina. Os artesãos começaram a ser agrupados nas primeiras fábricas. Essa revolução trouxe drásticas mudanças sociais: Criação de fábricas Utilização intensiva de máquinas Movimentos sindicais Separação do trabalho manual do intelectual Problemas sociais Mudanças na maneira como os produtos eram fabricados Padronização de produtos Padronização de processos Treinamento e habilitação de mão de obra Hierarquias de comando interno Desenvolvimento de técnicas de administração CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 8 Administração Científica de Taylor (Séc. XIX) No fim do século XIX surgiram, nos EUA, os trabalhos de Frederick W. Taylor, considerado o pai da Administração Científica. Surge, então, o conceito de produtividade, isto é, a procura incessante por melhores métodos de trabalho e processo de produção, com o objetivo de se obter a melhoria da produtividade com o menor custo possível e a relação input/output. São ideias básicas do que ficou conhecido como Taylorismo: Administrar cientificamente Racionalização da produção Estudo dos tempos Divisão de trabalho Especialização Pagamento por peças Aborda aspectos principalmente de dimensão técnica Visão limitada do ser humano Na mesma época de Taylor, Fayol, na França, desenvolveu estudos que tinham foco nos aspectos administrativos e no processo, formulando os 14 princípios básicos que os norteiam. As teorias de Taylor e Fayol compõem o que ficou conhecida como a Teoria Clássica da Administração. 14 princípios universais: Divisão do trabalho Autoridade e responsabilidade Disciplina Unidade de comando Unidade de direção Subordinação Remuneração do pessoal Centralização de decisões CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 9 Hierarquia Ordem Equidade Iniciativa Estabilidade do pessoal Início do Século XX Na década de 1910, Henry Ford cria a linha de montagem seriada, revolucionando os métodos e processos produtivos até então existentes. Surge o conceito de produção em massa caracterizada por meio da padronização de todos os elementos que envolvem o processo produtivo: máquinas, materiais, matéria-prima, equipamentos, mão de obra e produtos, tornando esses veículos acessíveis às classes populares no início do século XX. Para Ford, deveria haver uma economia de movimento e de pensamento do operador, onde deveria fazer somente uma coisa com um só movimento. Essa busca da melhoria da produtividade por meio de novas técnicas definiu o que se denominou engenharia industrial. Novos conceitos foram introduzidos, tais como: Linha de montagem Posto de trabalho Estoques intermediários Monotonia do trabalho Arranjo físico Balanceamento de linha Produtos em processo Motivação Sindicatos Manutenção preventiva Controle estatístico da qualidade Fluxogramas de processos CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 10 Modelo Japonês de Produção – Toyotismo (A partir da década de 50) Após o final da Segunda Guerra, o Japão saiu devastado, sem recursos para investimentos para produção em massa, tal qual o modelo de Henry Ford. Além disso, o mercado interno era pequeno e demandava uma grande variedade de veículos: grandes (autoridades), pequenos (cidades lotadas) e caminhões (agricultura e indústrias). O sindicato se organizou e se fortaleceu, exigindo garantias de emprego. Além disso, conseguiu restringir os direitos das empresas de demitir, fato que ocorria com frequência em uma produção em massa. Para conseguir competir, então, nos grandes mercados, a Toyota precisaria modificar e simplificar o sistema da empresa americana Ford. Na procura por soluções para esse encaminhamento, Toyota e seu especialista em produção, Taichi Ohno, iniciaram um processo de desenvolvimento de mudanças na produção. Técnicas foram desenvolvidas para que fosse possível alterar as máquinas rapidamente durante a produção, de modo a ampliar a oferta e a variedade de produtos, pois, para eles, era onde se concentrava a maior fonte de lucro. Obtiveram excelentes resultados com essa ideia e esta passou a ser a essência do modelo japonês de produção. A partir de então, regras criteriosas foram incorporadas gradativamente à produção, caracterizando o que passou a ser chamado Toyotismo, (ou Ohnismo, devido aos nomes Toyota e Ohno). Esse princípio parte da ideia de que qualquer elemento que não agregasse valor ao produto deveria ser eliminado, pois era considerado desperdício. Este foi classificado da seguinte maneira: Tempo que se perdia para consertos ou refugo Produção maior do que o necessário Produção antes do tempo necessário Operações desnecessárias no processo de manufatura Transporte Estoque Movimento humano e espera CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 11 Esse modelo tem como características: Automatização Just-in-time Trabalho em equipe Administração por estresse Flexibilização da mão de obra Gestão participativa Controle de qualidade Subcontratação Para conhecer mais detalhes a respeito do sistema Toyota de produção e o histórico de produção, veja o texto indicado em seu material on-line, bem como a videoaula preparada pela professora Gilvane Marchesi! Produção enxuta Produção Enxuta (do original em inglês, “lean manufacturing”) é um termo cunhado no final dos anos 1980 por pesquisadores do MIT, para definir um sistema de produção muito mais eficiente, flexível, ágil e inovador do que a produção em massa fordista; habilitado a enfrentar melhor um mercado em constante mudança. Trata-se de um poderoso sistema de gerenciamento da produção, cujo objetivo é o aumento do lucro por meio da redução dos custos. Esse objetivo, por sua vez, só pode ser alcançado através da identificação e eliminação das perdas, isto é, atividades que não agregam valor ao produto. Em um mercado altamente competitivo, uma companhia não pode ter lucro, a menos que as perdas sejam absolutamente eliminadas. A Produção Enxuta introduziu, entre outros, os seguintes conceitos: a) Just-in-time: Processo que gerencia a produção, objetivando o maior volume possível, usando o mínimo de matéria-prima, embalagens, CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 12 estoques intermediários, recursos humanos, no exato momento que requerido, tanto pela linha de produção, quanto pelo cliente. É necessário um controle rígido para que o abastecimento aconteça exatamente quando solicitado, com qualidade, evitando-se gerar estoque em excesso, escassez ou desperdício do produto. b) Engenharia Simultânea: Conceito que se refere à participação de todas as áreas funcionais da empresa no desenvolvimento do projeto do produto. Tanto os clientes quanto os fornecedores são também envolvidos, com o objetivo de reduzir prazos, custos e problemas na fabricação e comercialização. c) Tecnologia de Grupo: Uma filosofia de engenharia e manufatura que identifica as similaridades físicas dos componentes com roteiros de fabricação semelhantes agrupando-os em processos produtivos comuns. d) Células de Produção: Unidade de manufatura e/ou serviços que consiste em uma ou mais estaçõesde trabalho, com mecanismos de transporte e de estoques intermediários entre elas. As estações de trabalho são geralmente dispostas em forma de “U”, com o objetivo de haver maior velocidade de produção. Exige que o funcionário seja polivalente, ou seja, participe de todo o processo com todos os funcionários estabelecendo a integração da equipe de trabalho. Visa à melhoria de controle da qualidade: o defeito pode ser detectado e corrigido na própria estação. e) Consórcio modular: É uma formatação de processo em que os diversos parceiros de uma indústria trabalham juntos dentro de uma planta, nos seus respectivos módulos, para a montagem do produto final. Ao trabalharem juntos, é necessário que haja uma padronização e especificação dos processos, uma vez que existem várias empresas com CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 13 culturas organizacionais distintas. Cada parceiro deve especificar os processos, prover recursos materiais, peças necessárias para a montagem, ferramentas e controles utilizados. Como principais vantagens, o consórcio modular permite a redução nos custos de produção e investimentos. Diminui, ainda, os estoques e o tempo de produção, aumentando a eficiência e a produtividade. f) TQC (Total Quality Control): O TQC (controle de qualidade total) tem como papel principal a satisfação total de ambas as partes. De um lado, fabricantes. De outro, os clientes, num ciclo mercadológico em que fatores diversos influirão neste ciclo de satisfação. O uso do TQC se dá em qualquer empresa ou estabelecimento que queira a otimização do serviço, por meio de técnicas de relacionamento, aperfeiçoamento, controle, padronização, entre outras que seguem no trabalho visando o aumento do lucro. g) Sistemas Flexíveis de Manufatura: Conjunto de máquinas de controle numérico interligadas por um sistema central de controle e por um sistema automático de transporte. Para saber mais sobre o sistema Lean Manufacturing e analisar exemplos da implementação de conceitos e ferramentas da produção enxuta, leia os textos indicados no material on-line desta aula. Aproveite para assistir à explicação deste tema com a professora Gilvane Marchesi! CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 14 Tema 5 – Distinção entre Produtos e Serviços A atividade industrial, em sua forma mais característica, implica na fabricação de um produto físico, tangível. Por sua vez, um serviço é prestado e implica em uma ação, embora meios físicos possam estar presentes para facilitar ou justificar o serviço. Para que produtos e serviços sejam oferecidos ao público, as atividades correspondentes devem ser planejadas, organizadas e controladas. Ramos tão diferentes podem ser estudados em conjunto. Em ambos os casos, é necessário determinar o tamanho da fábrica, do hospital ou da escola, a capacidade, o local e, finalmente, são comuns as atividades de programação da rotina diária e do seu controle. Algumas das diferenças mais marcantes entre produtos e serviços são: 1. A natureza do que se oferece ao cliente e do seu consumo A atividade de serviços obriga a um contato muito mais estreito com o cliente, se comparada à atividade industrial. A prestação de serviço pode se confundir com o seu consumo. No caso da indústria, existe, via de regra, uma separação maior entre a produção de um produto e o seu consumo. Produtos podem ser estocados, serviços não, embora os meios físicos para sua consecução possam implicando e haver uma distinção também nas técnicas de controle de estoque para cada tipo. 2. A uniformidade dos insumos necessários Na indústria, cada produto tem uma lista de insumos necessários, tais como matérias-primas e certas habilidades humanas e é possível controlar com algum rigor a qualidade desses insumos. Já nos serviços, com bastante frequência é muito variável dependendo da demanda do cliente. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 15 3. As possibilidades de mecanização A área de serviços é caracterizada “intensiva em mão de obra”, ou seja, mais dependente do trabalho humano, com tarefas mais difíceis de serem mecanizadas. 4. O grau de padronização daquilo que é oferecido, independentemente do cliente considerado. O próprio fato de as indústrias serem mais passíveis de mecanização faz com que os produtos oferecidos sejam mais padronizáveis que serviços em geral. Por outro lado, não há grande possibilidade de se prestar duas vezes o mesmo serviço exatamente da mesma maneira. O sistema de operações de serviços, em comparação com o sistema de manufatura, apresenta dificuldades especiais, como exemplificadas a seguir: a) Quanto à intangibilidade do serviço: Pouca objetividade na avaliação da qualidade Baixa padronização Descrição dependente da comunicação verbal Forte influência da imagem do prestador do serviço Pouca segurança antes da aquisição CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 16 b) Quanto à necessidade de participação do cliente: Espera pelo serviço Eventuais deslocamentos do cliente Presença do cliente Eventual uso obrigatório de tecnologia c) Quanto à simultaneidade entre produção e o consumo do serviço: Impossibilidade de estocar o serviço Balanceamento da demanda com a capacidade Ações corretivas na qualidade Interação com os prestadores do serviço Estas dificuldades típicas das operações de serviços exigem cuidados especiais, tanto no projeto, quanto na operação do sistema de serviço. As operações de uma empresa possuem interfaces com as diversas áreas da empresa, não envolvem muita movimentação de materiais; por outro lado, elas exigem maior interação entre pessoas de áreas funcionais distintas. Reconhecer quais são essas interações facilitam o projeto e o controle da qualidade do serviço. Que tal, agora, aprofundar seus conhecimentos sobre a distinção entre produtos e serviços? Para isso, assista à explicação da professora Gilvane Marchesi em seu material on-line! Trocando ideias Acesse o fórum desta disciplina, no Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) e compartilhe com seus colegas exemplos já vivenciados da aplicação dos temas que vimos nesta aula. Esta troca facilitará a fixação dos conteúdos e agregará mais conhecimentos sobre cada uma das temáticas! CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 17 Na Prática Acesse o material on-line para testar seus conhecimentos a respeito dos temas vistos nesta aula! Síntese Chegamos ao fim deste encontro! Hoje pudemos aprender as definições de Organização, Administração, Produção e Produção enxuta. Também estudamos as funções gerenciais, a evolução dos sistemas produtivos e a distinção entre produtos. Compartilhe com seus conhecidos os conteúdos vistos hoje e dissemine as informações que puder, para que todos conheçam a importância destes temas! Referências MARTINS, P. G.; LAUGENI, Fernando Piero. Administração da Produção. 1.ed. São Paulo: Saraiva, 1999. MOREIRA, D. A. Administração da Produção e Operações. São Paulo: Cengage Learning, 2006. PARANHOS FILHO, M. Gestão da Produção Industrial. 1 ed. Curitiba: Ibpex, 2007. SLACK, N.; CHAMBERSISON, S; JOHNSTON, R. Administração da Produção. 2 ed. São Paulo: Atlas, 2002. 1 Administração da Produção e Serviços Aula 1 Profa. Me. Gilvane Marchesi Administração da Produção de Serviços � Organização X Administração X Produção � Funções gerenciais � Evolução dos sistemas produtivos � Produção enxuta � Distinção entre produtos e serviços Vídeo 1 O que significa Administração da Produção? � Interpretar os objetivos propostos e transformá-los por meio de planejamento, organização, direção e controle Produção � Transformar � Ideia � Objeto � Serviço� Bem com maior utilidade/valor 2 Administração da Produção de Operações � Estudo de tomada de decisões • Função de produção (indústrias) • Operações (serviços) � Administra o fluxo de recursos materiais, humanos e informacionais que reunidos criam uma forma controlada de agregar valor Vídeo 2 Funções Gerenciais da Produção � Planejamento – define bases gerenciais futuras, linhas de ação e o momento � Organização: combina recursos � Direção: transforma planos em atividades concretas � Controle: avalia desempenho e corrige se necessário � Nível estratégico � Nivel tático � Nível operacional 3 Vídeo 3 Histórico da Produção � Século XVIII (1764) – artesãos � Revolução Industrial (XVIII e XIX) – máquina a vapor • Fábricas • Sindicatos • Padronização � Administração Científica de Taylor (século XIX) • Produtividade • Processos de produção � Início do século XX • 1910 Fordismo – produção em massa � Década de 50 – modelo japonês de produção – Toyotismo • Variedade de produção • Eliminar desperdícios Vídeo 4 Produção Enxuta – Qual sua Importância Produção Enxuta ou Lean Manufacturing � Just in time � Engenharia simultânea � Tecnologia de grupo � Células de produção � TQC � Sistemas flexíveis de manufatura 4 Vídeo 5 Distinção Entre Produtos e Serviços Característica Indústria Empresa serviços Produto Estoques Padronização dos insumos Influência da mão de obra Padronização dos produtos Físico Comuns Comum Média/Pequena Comum Intangível Impossível Difícil Grande Difícil CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 1 Administração da Produção e Serviços Aula 2 Profa. Gilvane Marchesi CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 2 Conversa Inicial Olá, caro aluno! Seja bem-vindo ao segundo encontro da disciplina Administração da Produção e Serviços! Agora que você viu aspectos sobre as funções gerenciais e a produção enxuta, que tal aprofundar seus conhecimentos a respeito dos sistemas de produção? Nesta aula, aprenderemos sobre suas variáveis, bem como questões concernentes à produtividade, tempos, movimentos e cálculos de tempos. Preparado para aprender mais sobre esses temas? Então, acompanhe a introdução de nossa aula com a professora Gilvane Marchesi no material on-line e bons estudos! Contextualizando Um controle eficaz dos processos produtivos é fator essencial para uma boa gestão de empresa. Desta forma, o estudo de tempos e métodos de trabalho está diretamente relacionado com a melhoria de qualidade, custos, cumprimento de prazos e outros fatores que uma organização necessita reunir. Quer saber como esse controle funciona na prática? Leia o artigo a seguir, que trata da aplicação do estudo de tempos dentro do âmbito de sistemas e métodos de trabalho: http://www.ufjf.br/ep/files/2014/07/2008_3_Juliana-Martins.pdf http://www.ufjf.br/ep/files/2014/07/2008_3_Juliana-Martins.pdf CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 3 PESQUISE Tema 1 – Sistemas de Produção Sistemas de produção são aqueles que têm por objetivo a fabricação de bens manufaturados, a prestação de serviços ou o fornecimento de informações. Todo sistema compõe-se de três elementos básicos: entradas (inputs) saídas (outputs) funções de transformação Fonte: MARTINS, 2006. Os inputs são os insumos, ou seja, o conjunto e todos os recursos necessários, tais como instalações, capital, mão de obra, tecnologia, energia elétrica, informações e outros. Os outputs (no caso do sistema de produção) são os produtos manufaturados, serviços prestados ou informações fornecidas. Produto/Serviço é o resultado dos sistemas produtivos, podendo ser um bem manufaturado, um serviço ou uma informação. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 4 Exemplos de Transformações nas Grandes Empresas CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 5 Insumos consistem na denominação mais usual entre economistas e administradores de empresas para representar todos os recursos usados na produção, sejam diretos – isto é, incorporam-se ao produto final – sejam indiretos, como máquinas, instalações, energia elétrica, tecnologia, entre outros. Sistema de Controle é a designação genérica que se dá ao conjunto de atividades que visa assegurar que programações sejam cumpridas, padrões sejam obedecidos, recursos estejam sendo usados de forma eficaz e que a qualidade desejada seja obtida. O sistema de controle promove a monitoração dos três elementos do sistema de produção (inputs, transformações e outputs). O sistema como um todo não funciona no vazio, isoladamente. Ele sofre influências, de dentro e de fora da empresa, que podem afetar seu desempenho. Ele sofre a influência de um ambiente externo e de um ambiente interno. O Ambiente interno é caracterizado quando o sistema encontra-se na esfera de influência das outras áreas funcionais da empresa (Marketing, Finanças, Recursos Humanos, etc.) e, para o qual, denominaremos subsistemas de controle, que você vê na figura a seguir: CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 6 Subsistemas de Controle Finanças são a Administração dos recursos financeiros da empresa. Seu envolvimento com a produção e planejamento e controle de produção é providenciar orçamento e o acompanhamento de receitas e despesas. Também deve administrar a provisão de fundos para atender este orçamento e a análise econômica dos investimentos produtivos. A função do Marketing é encarregada de abastecer a produção com informações sobre demanda, potenciais necessidades dos clientes visando desenvolvimento de novos produtos; vender e promover os produtos atuais, tomando decisões sobre estratégias de publicidade e estimativas de preços. O envolvimento do Suporte com a produção e planejamento e controle de produção deve prover o sistema com infraestrutura necessária para a produção. Como funções de suporte, podemos citar: recursos humanos, telecomunicações, informática, manutenção, compras/suprimentos, etc. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 7 Quatro dos mais importantes ambientes externos são: condições econômicas gerais do país; políticas e regulações governamentais; competição e a tecnologia. Os fatores econômicos incluem as taxas de juros, a inflação, maior ou menor disponibilidade de crédito, e assim por diante. Taxas de juros altas, bem como restrições ao crédito, tendem a inibir os investimentos e, consequentemente, o crescimento dos sistemas produtivos. As políticas de governo podem estimular ou coibir a produção, sejam elas a política fiscal, a política monetária, ou a cambial. Outra atuação do governo que causa influencia na produção são leis ambientais, como leis antipoluição. Outro fator altamente influenciador na produção é a fatia de mercado da empresa e como ela reage às estratégias competitivas dos concorrentes, que têm marcada influência nas linhas de produtos e nos processos afetos ao sistema de produção. Novas tecnologias em processos de manufatura, equipamentos e materiais podem afetar drasticamente projetos de produtos e métodos de produção. A busca por inovações e melhorias em produto e processo deve ser constante para a empresa se manter competitiva. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 8 Na matéria a seguir, são retratadas a queda da produção industrial e suas causas. A baixa confiança dos empresários e consumidores, o aumento do desemprego e a queda de renda das famílias são alguns desses fatores. Leia e conheça esse cenário de modo geral e suas motivações: http://economia.estadao.com.br/noticias/geral,producao-industrial-encolhe-6-3- no-1o-semestre-,1737725 Na videoaula deste tema, você verá aexplicação preparada pela professora Gilvane Marchesi sobre os subsistemas de controle. Acompanhe no material on- line. TEMA 2 – Variáveis do Sistema de Produção Todo processo produtivo funciona como um sistema, em que agem e interagem muitas variáveis. Existem algumas delas que são comuns a todos os processos produtivos industriais e devem ser analisadas sempre que houver a ocorrência de um problema. Essa metodologia foi inicialmente proposta por Imai, como a lista dos 6Ms que são os seguintes: 1. Mão de obra: esta variável é frequentemente indicada como sendo a causa da maioria dos erros de operação. Todavia, um estudo mais profundo, para uma busca real da causa de problemas relacionados à mão de obra, leva-nos a considerar outras causas, como treinamento, adaptação, tipo físico, competência e habilidade. O operador é qualificado para executar o processo? Houve seleção adequada em função da complexidade da tarefa? O operador está treinado ou apenas foi colocado ao lado de um funcionário mais experiente para aprender a operar o equipamento. O operador possui a experiência necessária compatível com a tarefa? http://economia.estadao.com.br/noticias/geral,producao-industrial-encolhe-6-3-no-1o-semestre-,1737725 http://economia.estadao.com.br/noticias/geral,producao-industrial-encolhe-6-3-no-1o-semestre-,1737725 CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 9 Os padrões de execução estão disponíveis de forma clara e o operador consegue entendê-las. As condições de trabalho são adequadas para a perfeita execução do processo? O operador sabe manejar os instrumentos de medida? 2. Material: esta variável aparece em todo processo de manufatura e é sempre motivo de muita atenção, pois existem muitos aspectos a serem considerados como qualidade, especificação, condições de armazenagem, entre outros. Existem erros de classificação? Existem erros de especificação? O material está em conformidade com o que foi especificado? O corte está correto? 3. Máquina: a variável máquina ou equipamento é mais fácil de ser identificada porque normalmente apresenta sinais visíveis quando há ocorrência de problemas. Atende às necessidades de tolerância? Atende a capacidade do processo? Está em perfeitas condições ou possui folgas que necessitam de compensações. Possui nível normal de vibração e de ruído? O layout é adequado com espaço para ser operado normalmente? CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 10 4. Método: um método técnico bem estudado pode fazer a diferença para a qualidade de um processo e minimização de falhas. A sequência do método está correta? Os padrões estabelecidos estão claros? O método é seguro? O método garante a qualidade do produto e a eficiência do processo? O layout foi bem estudado? Os dispositivos e ferramentas são adequados à execução? 5. Meio Ambiente: o meio ambiente influi na operação, tanto nos aspectos físicos como o frio, ou calor, ventilação ou qualquer outra alteração física, quanto no sentido de clima organizacional. a) Meio ambiente físico: é o local onde acontece o processo. A temperatura ambiente afeta as peças que estão sendo executadas? A ventilação influi no processo? A iluminação é adequada? A umidade do ambiente afeta o produto? b) Meio ambiente organizacional: é a esfera de influência das outras áreas da empresa e da cultura organizacional. O gerente entende o processo como um sistema e está preparado para administrá-lo? O supervisor é qualificado para administrar pessoas e o processo? O clima organizacional é saudável? Os conflitos são resolvidos de forma justa? 6. Medição: são os padrões pré-estabelecidos para que o produto ou serviços seja processado sempre dentro de uma conformidade. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 11 As instruções de medição estão corretas? As instruções são compreendidas pelo operador? Os instrumentos estão de acordo com o projeto da peça? O erro do instrumento está de acordo com a tolerância do projeto? Os instrumentos estão calibrados e há um plano de calibração periódico? Que tal aprofundar seus conhecimentos a respeito das variáveis do sistema de produção? Confira a videoaula com a professora Gilvane Marchesi, que explica detalhadamente este tema. Acesse no material on-line. TEMA 3 – Produtividade Dado um sistema de produção em que insumos são combinados para fornecer uma saída, a produtividade refere-se ao maior ou menor aproveitamento dos recursos nesse processo de produção. Um crescimento da produtividade implica um melhor aproveitamento de funcionários, máquinas, da energia e dos combustíveis consumidos, da matéria-prima, e assim por diante. A produtividade é a relação entre o volume de produção e o volume de recursos utilizados para obter esta produção. É, acima de tudo, uma medida de eficiência do processo de produção. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 12 Em 1950, a Comunidade Econômica Europeia apresentou uma definição formal de produtividade como sendo “o quociente obtido pela divisão do produzido por um dos fatores de produção”. Dessa forma, pode-se falar da produtividade do capital, das matérias-primas, da mão de obra e outros. a) Produtividade parcial: a relação entre o produzido, medido de alguma forma, e o consumido de um dos insumos (recursos) utilizados. Assim, a produtividade da mão de obra é uma medida de produtividade parcial. O mesmo é válido para a produtividade do capital. Exemplo: Determinar a produtividade parcial da mão de obra de uma empresa que faturou $ 70 milhões em certo ano fiscal no qual os 350 colaboradores trabalharam em média 170 horas/mês. Solução: Mão de Obra (input) = 350 homens. 170 horas/mês. 12mês/ano Input = 714.000 homens.hora/ano Output = $ 70.000.000,00/ano Produtividade = 70.000.000 / 714.000 homens.hora.ano = $ 98,04/ homem.hora b) Produtividade Total: a relação entre o output total e a soma de todos os fatores de input. Assim reflete o impacto conjunto de todos os fatores de input na produção do output. Exemplo: Determinar a produtividade total da empresa ABC, fabricante de autopeças, no período de um mês, quando produziu 35.000 unidades que foram vendidas a $ 12,00/unidade. Foram gastos $ 357.000,00 Solução: Output = 35.000/unidades x $ 12,00/unidade = $ 420.000,00 Input = $ 357.00,00 Produtividade = 420.000 / 357.000 = 1,18 ou 118% CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 13 Por que monitorar a produtividade na empresa? As medidas de produtividade são usadas como ferramenta gerencial: mede-se a produtividade para se detectar problemas ou verificar o acerto nas decisões tomadas. Mede-se, também, para atestar a utilidade de programas de treinamento, o acerto na introdução de novos produtos e de políticas de investimentos. As medidas são um termômetro, tanto para auxiliar no diagnóstico, quanto para acompanhar os efeitos nas mudanças gerenciais e de trabalho. As medidas de produtividade podem ser usadas como instrumento de motivação. Tal fator faz com que as pessoas passem a incorporar a produtividade em suas preocupações rotineiras de trabalho. As medidas servem para comparar o desempenho de unidades da mesma empresa, quando há o caso de organizações que possuem lojas ou fábricas em cidades, estados ou países diferentes e desejam ter uma ideia global de desempenhos comparados. Indicadores de desempenho a) Eficácia – “Fazer a coisa certa” Mede o grau de atingimento das metas programadas. b) Eficiência – “Fazer certo a coisa” Mede o grau de acerto na utilização dos recursos empregados. É a relação do que se obteve (output) e o que se consumiu em sua produção (input) medidosna mesma unidade. c) Lucratividade Mede a relação entre o valor ($) obtido pelas SAÍDAS GERADAS e o valor ($) gasto com as ENTRADAS CONSUMIDAS. d) Efetividade É a razão de ser do empreendimento. Mede o grau de utilidade dos “RESULTADOS ALCANÇADOS”. Procura medir se está realmente “valendo a pena” ter qualidade no dia a dia, sendo eficaz, eficiente, produtivo, lucrativo e competitivo. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 14 Fatores que determinam a produtividade de uma empresa Relação capital-trabalho: indicam o nível de investimento em máquinas, equipamentos, e instalações em relação à mão de obra. Escassez de recursos: este fator tem gerado problemas de produtividade como a energia elétrica em que o aumento de custos gera grande impacto nos processos industriais. Mudanças na mão de obra: decorrentes de alterações nos processos produtivos, há uma exigência de mão de obra especializada com maior grau de instrução. Inovação e tecnologia: são as grandes responsáveis pelo aumento da produtividade nos últimos anos. Investimentos em pesquisas e desenvolvimento são indicativos de produtividade. Restrições legais: tem imposto limitações a certas empresas, forçando-as a implantar equipamentos de proteção ambiental, com impactos na produtividade. Melhoria na qualidade: o aumento da produtividade está relacionado à satisfação do cliente, redução dos refugos e retrabalhos e redução nos estoques de matéria-prima. A administração da produtividade corresponde ao processo formal de gestão, envolvendo todos os níveis de gerência e colaboradores, a fim de reduzir os custos de manufatura, distribuição e venda de um produto ou serviço por meio da integração de todas as fases do ciclo da produtividade. As quatro fases que formam o ciclo da produtividade são: medida, avaliação, planejamento e melhoria. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 15 Fonte: MARTINS, 2006. Você pode conferir uma análise sobre a evolução da produtividade industrial e do trabalho no Brasil no vídeo a seguir, em que a diretora da ABDI, Maria Luisa Leal e o consultor legislativo do Senado Federal, Luiz Ricardo Cavalcante, explanam sobre o assunto: https://www.youtube.com/watch?v=jiciKLaWgvQ Na matéria a seguir, são mostrados pontos de um estudo que do IPEA, que fez a leitura do cenário econômico recente do Brasil para analisar os motivos pelos quais o país não obtém ganhos consistentes na produtividade da indústria. Acompanhe: http://economia.ig.com.br/2014-11-20/sem-mao-de-obra-qualificada- produtividade-nao-avanca-no-brasil-mostra-ipea.html Quer saber mais sobre a produtividade de mão de obra, de máquina e de custos, além das razões pelas quais é necessário monitorar a produtividade? Confira a explicação da professora Gilvane Marchesi, que também aborda os fatores determinantes desta temática, no vídeo disponível no material on-line. https://www.youtube.com/watch?v=jiciKLaWgvQ http://economia.ig.com.br/2014-11-20/sem-mao-de-obra-qualificada-produtividade-nao-avanca-no-brasil-mostra-ipea.html http://economia.ig.com.br/2014-11-20/sem-mao-de-obra-qualificada-produtividade-nao-avanca-no-brasil-mostra-ipea.html CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 16 Tema 4 – Tempos e Movimentos O estudo de movimentos analisa o movimento do corpo humano ao realizar uma operação, com os objetivos de tornar o trabalho menos enfadonho, aumentar a produtividade, eliminar movimentos desnecessários ou danosos e visualizar maneiras de melhorar o processo. Estuda a economia de movimentos, que analisa os movimentos de três formas: Uso do corpo humano: movimentos em linha reta que evitam acelerações e desacelerações fortes. Ambas as mãos devem iniciar e terminar os movimentos ao mesmo tempo e organizar o trabalho de modo que o ritmo seja o mais natural possível. Organização do ambiente de trabalho: organizar de maneira a economizar deslocamentos, minimizar esforços e propiciar conforto ao trabalhador. Ex: dispor ferramentas de maneira visível e ordenada, manter o local de trabalho limpo e iluminado, ajustar a posição de trabalho para a comodidade do operário. Projeto de equipamentos, ferramentas e instalações: Sempre que possível, projetar instalações que tornem o trabalho menos cansativo ou danoso à saúde Ex: projetar botões ou alavancas que exijam o mínimo de esforço para sua utilização, combinar ferramentas, aproveitar a utilização do pé para aliviar o esforço com as mãos etc. Finalidade do estudo de tempos As medidas de tempos e padrões de produção são dados importantes para: Estabelecer padrões para os programas de produção, planejar a fábrica e avaliar o desempenho de produção. Fornecer dados para a determinação dos custos padrões para levantamento de custos de produção, determinação de orçamento budgets, e estimativa do custo de um produto novo. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 17 Fornecer dados para o estudo de balanceamento de estrutura de produção, comparar roteiros de fabricação e analisar o planejamento da capacidade. O artigo a seguir apresenta um estudo de caso realizado em um salão de beleza para determinar a capacidade produtiva da atividade de parte de seus funcionários, por meio do estudo de tempos cronometrados. Confira: http://www.researchgate.net/profile/Vitor_Martins7/publication/269763032_Dete rminao_da_capacidade_produtiva_de_um_salo_de_beleza_atravs_do_estudo_ de_tempos_cronometrados/links/5495a3140cf29b9448241165.pdf Metodologia e equipamentos para estudo de tempos Equipamentos mais utilizados: cronômetro, filmadora, folha de observação, prancheta. Etapas para Determinação do Tempo Padrão: cronometragem preliminar, tempo médio (TM), avaliar o fator de ritmo da operação, tempo normal (TN) e tolerâncias para fadiga. Divisão da operação em elementos: verificação de um método de trabalho com a obtenção de uma medida precisa. Determinação do número de ciclos a serem cronometrados: deve ser feita uma amostragem de 10 a 20 cronometragens. Avaliação da velocidade do operador: Operações onde se tenha convencionado o tempo que representa a velocidade normal 100. A velocidade http://www.researchgate.net/profile/Vitor_Martins7/publication/269763032_Determinao_da_capacidade_produtiva_de_um_salo_de_beleza_atravs_do_estudo_de_tempos_cronometrados/links/5495a3140cf29b9448241165.pdf http://www.researchgate.net/profile/Vitor_Martins7/publication/269763032_Determinao_da_capacidade_produtiva_de_um_salo_de_beleza_atravs_do_estudo_de_tempos_cronometrados/links/5495a3140cf29b9448241165.pdf http://www.researchgate.net/profile/Vitor_Martins7/publication/269763032_Determinao_da_capacidade_produtiva_de_um_salo_de_beleza_atravs_do_estudo_de_tempos_cronometrados/links/5495a3140cf29b9448241165.pdf CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 18 do operador V é determinada pelo cronometrista e a denomina velocidade normal de operação. Tipos de tempos Tempo Real (TR): é aquele que decorre realmente quando é feita uma operação. É obtido por cronometragem direta do Operador em seu posto de trabalho e varia de Operador para Operador. Tempo Normal (TN): é o tempo requerido para um Operador completar a sua operação com velocidade normal. Velocidade normal é aquela que pode ser mantida por um Operador de eficiência média durante um dia típico de trabalho. Tempo Padrão (TP): é aquele requerido por uma operação quando as interrupções e condições normais de operação forem levadas em conta. São acrescentados ao tempo normal percentuais de Tempos, chamados tolerâncias, que ocorrem devido às condições com que o trabalho é realizado. Amostragem de trabalho A amostragem de trabalho foi introduzida na indústria em 1934 por Tippet e utiliza ferramentasmais simples de análise no chão de fábrica como grupos de círculo de controle de qualidade (CCQs), grupos-tarefa envolvidos em estudos de kaizen, etc., por ser uma avaliação mais simples. Conceito: Consiste em fazer observações intermitentes em um período consideravelmente maior do que no estudo de tempos por cronometragem. Envolve uma estimativa da proporção de tempo despendido em um dado tipo de atividade, em certo período, por meio de observações instantâneas intermitentes e espaçadas. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 19 O método tem as seguintes aplicações: Estimativa de tempo de espera inevitável, base de estabelecimento de tolerância e espera. Estimativa da utilização de máquinas em fábricas, equipamentos e transporte; Estimativa de tempos gastos em várias atividades Estimativa do tempo padrão pela combinação dos processos de avaliação e de amostragem do trabalho. Metodologia da amostragem do trabalho Estima-se ao acaso o tempo de que um grupo de trabalhadores gasta no trabalho e fora dele. Esse percentual é classificado em “trabalhando” ou “ocioso” e determina uma estimativa da taxa de desocupação do operário ou da máquina. A precisão da estimativa depende do número de observações e devem- se estabelecer limites de precisão e níveis de confiança. Agora é hora de aprofundarmos ainda mais a finalidade do estudo de tempos, sua metodologia e os equipamentos mais utilizados, que envolvem a determinação do tempo padrão, do número de ciclos e a avaliação da velocidade do operador. Pronto para saber mais sobre esses assuntos? CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 20 Acompanhe a videoaula disponível no material on-line. Tema 5 – Cálculo de tempos Determinação das tolerâncias Devem ser previstas interrupções no trabalho para as necessidades pessoais e para proporcionar um descanso. Necessidades pessoais: tempo entre 10 a 25 minutos por dia. Alívio da fadiga: resultam do trabalho realizado, condições ambientais no local de trabalho. A média de tolerância varia entre 15% e 20% do tempo, para trabalhos normais em ambientes industriais. Cálculo em função do tempo que a empresa se dispõe a conceder: determina-se a porcentagem do tempo p concedida em relação ao tempo de trabalho diário e calcula-se o fator de tolerâncias como sendo: FT = 1 / (1-p) Costuma-se adotar FT = 1,05 para escritórios e FT entre 1,10 a 1,20 em unidades industriais. Determinação do tempo padrão Calcular a média das n cronometragens válidas, obtendo-se o tempo cronometrado (TC), ou tempo médio (TM); Calcular o tempo normal (TN): TN = TC X V Calcular o tempo padrão (TP): TP = TN X FT CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 21 Tempo padrão com atividades acíclicas: Determinar o tempo padrão de cada operação em que a peça é processada. Somar todos os tempos padrões. Verificar a ocorrência de setups e o tempo de finalizações. Setups ou preparação: trabalho feito para colocar um equipamento em condição de produzir uma nova peça com qualidade em produção normal. O tempo do setup é o tempo gasto na preparação do equipamento até o instante em que a máquina é liberada, inclui-se neste tempo o try-out, ou seja, a produção das primeiras peças para verificar se o equipamento pode ser liberado para produção normal. O setup é considerado atividade acíclica dentro do processo de produção por ocorrer cada vez que é produzido um lote de peças, e não somente uma peça. A seguir, você verá um interessante vídeo que mostra a perfeição com que é realizada a manutenção do carro de fórmula 1, no exato momento de um pit- stop, graças ao uso otimizado do tempo. Confira! https://www.youtube.com/watch?v=aHSUp7msCIE Leia o artigo que se segue, em que são apresentados os resultados obtidos por meio da aplicação da metodologia TRF na operação de setup de uma empresa do setor de bebidas: http://www.revista-ped.unifei.edu.br/documentos/V10N01/04-1010-V10-N1- 2012.pdf https://www.youtube.com/watch?v=aHSUp7msCIE http://www.revista-ped.unifei.edu.br/documentos/V10N01/04-1010-V10-N1-2012.pdf http://www.revista-ped.unifei.edu.br/documentos/V10N01/04-1010-V10-N1-2012.pdf CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 22 Tempo padrão do produto = (TS/q) + (Σ TPi) + TF/L TS= tempo padrão de setup. q= quantidade de peças para as quais o setup é suficiente. TPi= tempo padrão da operação i. TF= tempo padrão das atividades de finalização. L= lote de peças para que ocorra a finalização. Os tempos de setups de finalização de uma operação devem ser separados do tempo de operação propriamente dito e devem ser objeto de cronometragem distintos. Tempo padrão para um lote da mesma peça Verificar o número de vezes que deve ser feito o setup e o número de finalizações que são feitas para o lote de peças. O Tempo padrão é: Tempo padrão lote = (n X TS) + p X (Σ X TSE) + (f X TF) n= número de setups que devem ser feitos. f= número de finalizações que devem ser feita. p= quantidade de peças do lote. Outra forma muito utilizada pelas empresas é o rateio do setup dividindo- o pela quantidade de peças para o qual o tempo de setup é valido. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 23 Tempo padrão por peça X Tempo para o lote Tempos Históricos Denominamos tempos históricos àqueles derivados dos próprios estudos de tempos da empresa, registrados em arquivos e/ou relatórios. VANTAGEM: dispensa a necessidade de cronometragem e elimina a necessidade de avaliar a eficiência do Operador, já que o tempo do arquivo já está normalizado ou é uma média de muitos registros feitos por operadores lentos e rápidos. DESVANTAGEM: é o cuidado exigido para manutenção de tal arquivo e sua constante atualização; além disso, pode perpetuar medidas erradas feitas no passado. Tempos predeterminados ou sintéticos É possível calcular o tempo padrão para um trabalho ainda não iniciado. Existem dois sistemas principais de tempos sintéticos: Work-factor: Fator de trabalho. Methods-time measurement (MTM) ou métodos de medidas de tempo. Identificam os micromovimentos que um operador executa para fazer uma operação. Para cada micromovimento são determinados tempos em função da distância e da dificuldade do movimento que se encontram tabelados. Obtém-se o tempo padrão somando os tempos de todos os micromovimentos. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 24 Uma análise de tempo padrão de acordo com o MTM irá classificar os micromovimentos em: Alcançar: levar as mãos até um objeto. Movimentar: mover um objeto. Girar: girar as mãos Agarrar: agarrar um objeto Posicionar: montar um objeto ou posicioná-lo Soltar: soltar um objeto Desmontar: desmontar um objeto Tempo para os olhos; tempo para que os olhos se voltem para determinado ponto. Leia o artigo a seguir, que faz uma breve revisão histórica dos estudos que levaram à formação da ferramenta Methods-Time Measurement (MTM), e suas atuais aplicações na indústria, especialmente no que diz respeito à redução de custos de produção, sendo a sua aplicação uma decisão estratégica. http://www.producaoonline.org.br/rpo/article/view/606/645 Tempo Padrão – Exemplo Calcular a média das n cronometragens válidas, obtendo-se o tempo cronometrado (TC), ou tempo médio (TM); Calcular o tempo normal (TN): TN = TC X V Calcular o tempo padrão (TP): TP = TN X FT Tempo padrão do produto = (TS/q) + (Σ TPi) + TF/1 TS = tempo padrão de setup. q = quantidade de peças para as quais o setup é suficiente. TPi = tempo padrão da operação i. TF = tempo padrão das atividades de finalização. 1 = lote de peças para que ocorraa finalização. http://www.producaoonline.org.br/rpo/article/view/606/645 CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 25 Exemplo: Um disco de freio é processado em 3 operações e que a soma dos tempos padrões é de 3,5 min. (TPi). O tempo padrão do setup é de 5,0 min. para 1000 peças (TS/q). As peças produzidas são colocadas em uma embalagem com capacidade para 100 peças, quando cheia é fechada e colocada ao lado. Gasta nesta atividade 1,50 min. (TF/1). Calcular o tempo padrão para o produto: (TS/q) + (soma TPi) + TF/1 (5,0/1000) + 3,5 + (1,5/100) = (0,005) + 3,5 + (0,015) = 3,52min.) Fórmulas: Tempo padrão lote = (n X TS) + p X (X TPi + (f X TF) n = número de setups que devem ser feitos f = número de finalizações que devem ser feita p = quantidade de peças do lote Para um lote de 1500 discos de freio são necessários 2 setups e 15 finalizações sendo: (n X TS) + p X ( X TPi + (f X TF) (2 x 5,0) + 1500 x (3,50) + (15 x 1,50) = (10) + 5250 + 22,5 = 5.282 min. Outra forma de cálculo: Tempo padrão por peça = 3,250 min./peça Tempo para o lote 1.500 peças = 1500 x 3,520 min. = 5,280 CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 26 Vamos aprender mais acerca dos setups e do tempo padrão do produto? Assista à videoaula deste tema disponível no material on-line, preparada pela professora Gilvane Marchesi. TROCANDO IDEIAS Agora é o momento de trocar informações sobre o seu aprendizado. Entre no fórum desta disciplina e responda: o que você entendeu sobre os fatores de influência da produtividade nos âmbitos industrial e empresarial? Participe através do Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA)! NA PRÁTICA Na sequência, aproveite para testar os conhecimentos adquiridos na aula de hoje! Caso fique com dúvidas, retorne ao conteúdo e às videoaulas e realize o teste novamente. 1. Descreva as funções de Produção, Marketing e Finanças para um sistema produtivo de bens (Malharia). Na função de Produção, descreva o processo colocando as Entradas, Transformações e Saídas. 2. Assinale a alternativa correta para a determinação com atividades acíclicas ou com setups do problema abaixo. Tempo padrão do produto = (TS/q) + (Σ TPi) + TF/ L Um produto industrial tem um tempo padrão do setup de 4,0 min para 1000 peças. O produto é processado em três operações corte =1 min, pintura =1,5 min, acabamento =1 min. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 27 As peças produzidas são colocadas em uma caixa com capacidade para 100 peças que, quando cheia, é fechada e colocada ao lado. O tempo necessário para essa atividade é de 1,20 min. Calcule o tempo padrão de cada peça. a) 3,504 minutos. c) 231,04 segundos b) 3,51 minutos. d) 7,51 minutos. SÍNTESE Chegamos ao fim de nosso encontro! Na aula de hoje pudemos aprender os aspectos relacionados aos sistemas de produção, como os cálculos de tempos e os movimentos. Assim, vimos questões concernentes aos fatores de influência da produtividade nos âmbitos industrial e empresarial. REFERÊNCIAS MARTINS, P. G.; LAUGENI, F. P. Administração da Produção. 1. ed. São Paulo: Saraiva, 1999 MOREIRA, D. A. Administração da Produção e Operações. São Paulo: Cengage Learning, 2006. PARANHOS FILHO, M. Gestão da Produção Industrial. 1. ed. Curitiba: Ibpex, 2007 CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 28 GABARITO 1. a) Sistema produtivo de bens: Malharia Função Produção A função Produção transforma insumos em roupas, por meio dos processos de conversão instalados. Função Marketing É responsável pela venda e divulgação do produto, tomando decisões sobre estratégias de publicidade e estimativas de preços. Também é encarregada de contatar o cliente e perceber as mudanças ocorridas no mercado, visando fornecer à Produção, a médio e curto prazo, informações sobre a demanda do produto, permitindo o planejamento e programação da produção, bem como, a longo prazo, buscar informações sobre futuras necessidades dos clientes, visando o projeto de novos produtos. Função Finanças Deve administrar os recursos financeiros e alocá-los onde forem necessários, bem como providenciar a orçamentação e acompanhamento de receitas e despesas, a provisão de fundos para atender a este orçamento, e a análise econômica dos investimentos produtivos. Periodicamente, junto com as funções Produção e Marketing, deve preparar um orçamento de longo prazo, considerando a necessidade de recursos para operacionalizar a capacidade produtiva projetada, além da provisão destes por meio de fontes de financiamento. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 29 2. O tempo de padrão para a produção deste produto, considerando os tempos de setup, estão nas alternativas B e C, estando ambas corretas. Uma está em minutos e a outra em segundos. 1 Administração da Produção e Serviços Aula 2 Profa. Me. Gilvane Marchesi Administração da Produção de Serviços � Sistemas de produção � Variáveis do sistema de produção � Produtividade � Tempos e movimentos � Cálculos de tempos Vídeo 1 Operação Entradas Transformação Saídas Linhas aéreas Aeronave pilotos comissários equipe de terra passageiros cargas Movimentação de passageiros e cargas (transformação de localização) Passageiros e cargas transportados Loja Bens à venda vendedores caixas consumidores Exibição de bens orientação de vendedores venda de bens (transformação de mudança de propriedade) Bens ajustados necessidades consumidores Subsistemas de controle 2 Vídeo 2 Processo de Transformação Material variável de recurso de transformação Produto resultado do processo de transformação Mão de obra Máquina Medição Meio ambiente Método Variáveis do processo Processo de transformação Vídeo 3 Produtividade Produtividade Quantidade de recursos produzidos = output Quantidade de recursos utilizados = input Produtividade de mão de obra 2000 peças produzidas = 100 pc/HH 5 funcionários x 4 horas Produtividade de máquina 6000 toneladas = 200 ton/TH 10 horas x 3 tornos 3 Produtividade custos 2.000.000 ton = R$ 45,45 ton/R$ R$ 44.000,00/mês Por que monitorar a produtividade? � Ferramenta gerencial � Detecta problemas e acertos � Políticas de investimento � Introdução de novos produtos � Compara desempenhos Fatores Determinantes da Produtividade � Relação capital-trabalho � Escassez de recursos � Mão de obra � Inovações � Qualidade Vídeo 4 Estudo de Tempos Finalidade do Estudo de Tempos � Padrões nos programas de produção � Planejar a fábrica e o desempenho � Fornecer dados para custos � Determinação de orçamento � Balanceamento de produção � Roteiros de fabricação � Analisar capacidade 4 Metodologia e Equipamentos Estudo de Tempos � Equipamentos mais utilizados � Determinação do tempo padrão � Determinação do número de ciclos � Avaliação da velocidade do operador Vídeo 5 Tempos e Setups Setups � Prepara o equipamento � Atividade acíclica Tempo padrão do produto (TS/q) + (Σ TPi) + TF/L � TS = tempo padrão de setup � q = quantidade de peças para um setup é suficiente � TPi = tempo padrão da operação i � TF = tempo padrão das atividades de finalização � L = lote de peças para que ocorra a finalização CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 1 Administração da Produção e Serviços Aula 3 Profa. Gilvane Marchesi CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 2 Conversa Inicial Olá, caro aluno! Seja bem-vindo ao segundo encontro da disciplina Administração da Produção e Serviços! Hoje vamos falar sobre os tipos de sistemas de produção, tipos de layout, arranjofísico e produção em massa. O objetivo desta aula é apresentar, de forma interligada, os tipos de sistemas de produção e como se moldam aos tipos de layout. Preparado para aprender mais sobre esses temas? Então, acompanhe a introdução de nossa aula com a professora Gilvane Marchesi no material on-line e bons estudos! Contextualizando Para o aprendizado dos temas desta aula, é importante lermos a respeito dos tipos de layout e suas definições. No texto disponível em seu material on-line, você poderá estudar sobre os objetivos, fatores de influência na produção e a relevância do arranjo físico. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 3 PESQUISE Tema 1 – Tipos e sistemas de Produção Os tipos de produção são classificados de acordo com a tecnologia empregada. Assim, podemos ter, para um mesmo produto, formas diferentes de fabricá-lo. Os produtos podem ser iguais e servir para a mesma finalidade, mas a tecnologia de produção pode ser diferente em função das quantidades a serem produzidas. O produto, o volume e a variedade requerida são condições primárias para definirmos que tipo de produção deve ser empregado. Além disso, temos algumas decisões a serem tomadas no momento da fabricação de um produto, as quais irão impactar no tipo de produção. Decisões em relação ao projeto do produto, volume e tecnologia de manufatura. Confira, na tela seguinte, quais são essas decisões: Projeto do produto: como será o produto, o seu projeto, de que materiais será composto, quais as tolerâncias de fabricação, quais normas deverão ser seguidas e que variedade de modelos serão ofertados. Volume: qual a quantidade de produtos a serem produzidos por unidade de tempo: dia, mês ou hora. Tecnologia de Manufatura: como será fabricado, que tecnologia de manufatura será empregada, que máquinas e quais processos serão utilizados na fabricação. Conheça as formas de classificação da produção mais usuais: Grau de padronização dos produtos: divide os produtos em: padronizados, quando existe um padrão para que um produto seja sempre idêntico aos outros, e sob encomenda, quando é específico para atender a uma necessidade. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 4 Tipo de operação: Encontramos dois tipos de sistemas de produção: produção de produtos discretos que se constitui de unidades isoladas, como peças para uma geladeira, um veículo ou um sapato, os quais podem, ainda, ser subclassificados em processo repetitivo em massa, em lotes e por projeto, e outro processo é a produção de produtos de forma contínua que são produtos que no resultado não podem ser identificados individualmente, como por exemplo, produtos químicos, refrigerantes e papel. Natureza dos produtos: essa classificação considera dois tipos de produção: a de bens manufaturados ou tangíveis e a de serviços ou bens intangíveis. Assim, podemos generalizar, para melhor entendimento, os principais sistemas de produção, como na figura Classificação dos sistemas de produção. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 5 Para estudarmos os sistemas de produção, o tipo de produto a ser utilizado nesse processo precisa ser analisado. Quer saber mais sobre os tipos de produtos? Acompanhe, em seu material on-line, a explicação preparada pela professora Gilvane Marchesi. TEMA 2 – Classificação dos tipos de Produção Embora alguns autores, como Tubino, prefiram distinguir a produção em massa de produção por lotes repetitivos, neste estudo vamos considerar a produção em lotes como um caso particular da produção em massa para quantidades consideradas baixas, mas ainda feitas em série. Estudaremos a seguinte classificação dos tipos de produção: 1. Artesanal Nesse sistema o produto é fabricado um por vez, pode ser desenvolvido ou mesmo alterado à medida que é reduzido e, sendo específico para determinada utilização, o volume normalmente é unitário, portanto um produto sempre é diferente do outro. Ex: produção de roupa em alfaiate. Características: Mão de obra habilidosa. Utilização de máquinas de uso geral. Volume de produção unitário ou muito baixo. Não padronização de produtos. Alto custo do produto. 2. Produção sob projeto Difere da Artesanal por ter como base um projeto concebido para um produto, como um prédio, uma ponte ou uma estrutura metálica. A variedade na produção sob projeto é alta, pois o produto é função do projeto e, de acordo com todas as exigências solicitadas pelo usuário, sob medida para aquela aplicação. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 6 Podendo, por vezes, ser alterado durante a sua produção (até certo estágio) em razão de situações não previstas. Características: Os produtos são projetados para uma finalidade específica. São produzidos unitariamente na maioria dos casos ou em um lote realizado a partir do mesmo projeto. Emprega-se mão de obra especializada. Utilizam equipamentos de uso geral. Embora o produto em si não seja padronizável, pois ele tem uma aplicação única, muitas de suas partes podem ser comuns a outros produtos e muitas soluções podem ser iguais, se o conjunto possuir as mesmas funções. As possibilidades de arranjos físicos da produção sob projeto são restritas, pois o pessoal da produção quase que obrigatoriamente atua em volta ou sobre o produto. A construção ou montagem é realizada no lugar definitivo, sendo impossível ou muito difícil removê-lo ou reaproveitá-lo por inteiro. Em alguns casos, partes podem ser reaproveitadas como as construções metálicas parafusadas. Os produtos discretos sob encomenda também podem ser de características precisas e de tamanho pequeno. Esses são produtos normalmente processados em equipamentos universais, os quais exigem alto nível de habilidade da mão de obra para sua operação. Um exemplo desse modelo de produção sob projeto e sob encomenda é o praticado pelas ferramentarias, em que, embora possuam itens padronizados, como colunas, pinos de fixação e bases, o produto é feito realmente de acordo com a aplicação específica do cliente. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 7 3. Produção por processamento contínuo Ocorre quando o seu processamento se inicia em um equipamento e é transferido através de tubulações para o seguinte e assim sucessivamente. O material, quando líquido ou pastoso, flui por meio do sistema, sofrendo alterações em seu estado físico ou químico e sendo alterado por adição de componentes ou submetido a diferenças de temperaturas ou processos, como aeração, alta rotação e filtração. Um exemplo são as indústrias de processamento de produtos químicos como a produção de óleos, refrigerantes, detergentes, produtos para limpeza e papel. Em razão da característica de processamento contínuo, com menos necessidade de mão de obra e mais controle por instrumentação, a estrutura organizacional desse tipo de empresa apresenta grande quantidade de níveis e alta qualificação de técnicos. O controle de qualidade é geralmente automatizado, pois o controle do processo pode ser feito por instrumentos e análises de amostras da produção, sendo o planejamento relativamente simples, pois o número de itens para serem processados é baixo. Por sua vez a manutenção de uma planta de processamento contínuo é complexa, pois o sistema todo simplesmente não pode parar. Características: A fábrica é projetada para o produto. O arranjo físico já nasce com a fábrica. Os funcionários são qualificados para operar instrumentos. Há necessidade de laboratórios de análises de amostras da produção O alto nível de pessoal da manutenção tem relevância e importância na operação. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico8 Agora, acompanhe a explicação deste tema em seu material on-line, com a professora Gilvane Marchesi. TEMA 3 – Produção em massa Dando continuidade na explanação sobre tipos de produção, faremos uma explanação mais detalhada sobre a Produção em massa, pois, por todas as suas características, ficam evidentes os motivos que fizeram com que esse tipo de processo seja, destacadamente, o mais utilizado por toda indústria e responsável pela disponibilidade de produtos dos mais variados. A produção em massa tem como característica constituir-se de um sistema de produção de grandes volumes de produtos idênticos. Os processos são previamente estudados e padronizados, para exigir o mínimo possível de habilidade e esforço do profissional que irá executá-lo, permitindo, assim, a utilização de mão de obra pouco especializada na maioria das atividades da produção. Essa condição, aliada a outras como a padronização da matéria-prima e a utilização de máquinas de grande potencial de produção, permite que esse sistema facilite a minimização do custo do produto. Nesse processo, o posto trabalho pode ser minuciosamente projetado para uma única operação com equipamentos de auxílio, dispositivos, ferramentas, processos estudados e padronizados, além de layout (arranjo físico) adequado. Tudo isso com a única finalidade de montar um componente específico em determinada estação de produção. Nessa operação, o montador adquire o conhecimento de forma mais rápida, para poder executar uma função repetitiva de montagem simplificada. O custo da mão de obra pode ser, assim, drasticamente reduzido, pois um ajustador com muita habilidade pode ser facilmente substituído por um montador sem conhecimento ou experiência anterior. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 9 Características: A fabricação intermitente realizada em lotes com montagem, na maioria das vezes, sequência e em linha. A exigência de mão de obra pouco habilidosa, treinada para a execução de tarefas repetitivas. A existência de uma evidente baixa motivação para o trabalho. A tendência à supervisão autoritária. A padronização das tarefas e dos processos. A padronização da matéria-prima. A padronização das peças. Os estudos de tempo e de métodos para cada micromovimento. A separação dos que pensam daqueles que fazem. As máquinas de uso geral são rápidas e por vezes dedicadas, em função dos volumes. Os altos volumes de estoques e os grandes lotes de fabricação. O desperdício excessivo no processo. A organização conta com muitos setores de apoio à produção. Um ferramental dedicado a cada operação. Produção em massa de baixo volume É uma produção intermitente de produtos padronizados, com média de 2.000 a 5.000 unidades por ano. A fabricação de colheitadeiras agrícolas, que gira em torno de 2.500 unidades/ano, servirá de exemplo desse volume. Uma operação de produção com esses volumes, embora em série, encontra dificuldades. Uma delas é a definição de seus equipamentos, que não podem ser dedicados, pois não justificariam os custos de aquisição do equipamento. Assim, são utilizadas máquinas universais (máquinas de uso geral, como centros de usinagem, tornos, furadeiras, etc.). Consequentemente, o tempo de execução é maior e o nível dos operadores é mais alto, por ser necessária habilidade de produção em diferentes peças. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 10 Essas variáveis impactam diretamente na complexidade da manufatura e no custo do produto, além de existirem dificuldades, pelo mesmo motivo – o de baixo volume – com fornecedores que exigem lotes mínimos de matérias-primas ou de componentes mais custosos. Produção em massa de volume médio É a produção de produtos padronizados com 15.000 a 20.000 unidades por ano. A produção de tratores, por exemplo, opera com volumes acima de 10.000 unidades/na. Nesse caso, a empresa pode adotar lotes maiores, justificando-se, assim, economicamente a utilização de alguns equipamentos dedicados, de alta produção, para o fabrico de peças comuns a vários modelos. Assim, somados os volumes, eles atingem quantidades que justificam a automatização. Esses processos podem ser automatizados com vantagens, pois reduzem significativamente os custos. Os custos com fornecedores ainda são altos nessa proporção de volumes, existindo exigência de lotes mínimos que levam a quantidade de material em estoque, além das dificuldades, nesse caso específico, com os fornecedores que são comuns às indústrias de alto volume – os quais, normalmente, priorizam estas em detrimento de produções médias. Produção em massa de alto volume É a produção de produtos padronizados acima de 200.000 unidades por ano. A indústria automobilística é um exemplo desse tipo de produção, pois fabrica grandes volumes de produtos idênticos. Ela apresenta redução no custo unitário por produto, como consequência, principalmente, do grande volume de produção, o que justifica investimentos em máquinas dedicadas em todo o seu processo de fabricação. São equipamentos produzidos sob encomenda para a produção de componentes específicos. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 11 Por exemplo, os fabricantes de automóveis encomendam máquinas projetadas exclusivamente para a fabricação de uma peça ou família de peças (peças semelhantes que apenas diferem em algumas medidas). Essas máquinas não produzem outras peças, por isso são dedicadas, e, se o projeto da peça mudar, a máquina não servirá mais. Um componente produzido em uma máquina dedicada ou em uma linha dedicada, como as linhas transfer (sequência de máquinas em que a matéria- prima é alimentada no início da linha e automaticamente transferida de uma estação próxima até a peça ser finalizada), o componente pode ser produzido até dez vezes mais rápido do que se tivesse sido feito em equipamentos de utilização geral. O tipo de fábrica a que nos referimos na produção em massa com alto volume constitui-se de muitas linhas transfer e com movimentação de material automatizada, bem como de robôs para operações repetitivas como as de solda a ponto (na própria linha de montagem), e nos processos de pintura, as linhas são frequentemente automatizados por completo, correndo a grandes velocidades. Relação entre os tipos de produção Finalizando a apresentação dos tipos de produção, apresentamos as principais características de um sistema produtivo: O volume de produção: quanto maior o volume, maior a chance de redução de custo e maior a padronização do quadro e do processo. O grau de padronização: quanto mais padronizado o produto e o processo, mais facilitada a gestão da produção. A flexibilidade: quanto menor for o volume, mais fácil para mudar de um modelo para o outro, sendo, assim, mais flexível. O custo: o custo é a função direta da padronização e do volume. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 12 A figura a seguir demonstra a relação entre os tipos de produção, o volume, a flexibilidade e o custo. RELAÇÃO DOS TIPOS DE PRODUÇÃO X VOLUME X FLEXIBILIDADE X CUSTOS Fonte: PARANHOS FILHO, 2007. A competitividade entre as empresas torna cada vez mais necessária uma estrutura orientada a processos de negócios. Os modelos de referência, nesse sentido, tornam-se relevantes para o correto mapeamento e a documentação dos processos de negócios. No artigo sugerido em seu material on-line, é apresentado um modelo de referência para o processo de negócio de Gestão da Produção, para empresas que montam seus produtos finais sob encomenda. Não deixe de conferir! Que tal aprofundar seus conhecimentos a respeito das classificações do sistema de produção e da produção em massa? Confira a explicação da professora Gilvane
Compartilhar