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Prévia do material em texto

2012
SiStemaS de tratamento 
de efluenteS líquidoS
Prof.ª Catia Rosana Lange
Copyright © UNIASSELVI 2012
Elaboração:
Prof.ª Catia Rosana Lange
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
Impresso por:
363.73
L245s Lange, Catia Rosana
 Sistemas de tratamento de efluentes líquidos / Catia Rosana 
 Lange. Indaial : Uniasselvi, 2012.
 
 181 p. : il.
 
 ISBN 978-85-7830-534-5
1. Poluição; 2. Água - tratamento.
 I. Centro Universitário Leonardo da Vinci.
 
 
III
apreSentação
Prezados Acadêmicos! 
Estamos iniciando a disciplina de Sistemas de Tratamento de 
Efluentes Líquidos. Este Livro aborda desde conhecimentos básicos sobre 
água até os sistemas que compõem as Estações de Tratamento de Efluentes, 
a disposição final dos lodos e a reutilização das águas.
Sabe-se que os esgotos são constituídos de uma elevada parcela de 
água (99,9%) e uma parcela muito pequena de impurezas (0,1%), que são 
consideradas sólidas. Quando efetuamos os tratamentos, são estas impurezas 
que desejamos retirar, que, após efetuados todos os procedimentos, resulta 
no lodo.
Este assunto é de grande importância para o futuro da água no planeta 
e, embora seja tão importante, ainda se conhece pouco a respeito, no Brasil. 
Este Livro é dividido em três unidades, que buscam apresentar os 
principais aspectos referentes aos Sistemas de Tratamentos de Efluentes 
Líquidos. A primeira Unidade abordará o tema água e o seu tratamento, de 
maneira que poderemos estudar a água, suas fontes de poluição e as maneiras 
de tratamento para torná-la potável. Na segunda Unidade, estudaremos a 
caracterização dos esgotos e os seus sistemas de tratamento. Finalmente, na 
terceira Unidade, veremos os sistemas de tratamento dos efluentes líquidos, 
o tratamento e a disposição de lodos, o reúso de águas e a remoção dos 
micropoluentes presentes na água, para que esta possa ser descartada ou 
reutilizada.
Carl Sagan nos brinda com o seguinte pensamento:
Estamos perturbando nosso pobre planeta de maneiras sérias 
e contraditórias. Com nossa inteligência e tecnologia, devemos 
valorizar vantagens a curto prazo, poluindo a atmosfera, o solo 
e a água ou proteger os complexos sistemas de sustentação de 
vida de nosso planeta? A Terra é um mundo pequeno e frágil... 
necessita ser tratada com carinho!
Pense nisso e aproveite bem esta disciplina!
Prof.ª Catia Rosana Lange
IV
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para 
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há 
novidades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova 
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também 
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade 
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto 
em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
NOTA
V
VI
VII
UNIDADE 1 – A ÁGUA E SEU TRATAMENTO ............................................................................... 1
TÓPICO 1 – A ÁGUA .............................................................................................................................. 3
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 3
2 A ÁGUA .................................................................................................................................................. 3
2.1 ÁGUA NO BRASIL ......................................................................................................................... 6
3 QUALIDADE DA ÁGUA .................................................................................................................... 8
3.1 INDICADORES DE QUALIDADE QUÍMICA DA ÁGUA ....................................................... 10
4 CLASSIFICAÇÃO DAS ÁGUAS ....................................................................................................... 12
5 PADRÃO DE POTABILIDADE ......................................................................................................... 15
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 18
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 19
TÓPICO 2 – POLUIÇÃO E CONTAMINAÇÃO DAS ÁGUAS ..................................................... 21
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 21
2 TIPOS DE POLUIÇÃO ........................................................................................................................ 21
3 FONTES DE POLUIÇÃO E SEUS EFEITOS ................................................................................... 22
3.1 FONTE DE POLUIÇÃO INDUSTRIAL ........................................................................................ 25
3.2 FONTE DE POLUIÇÃO AGROPECUÁRIA ................................................................................ 26
3.3 FONTE DE POLUIÇÃO DOMÉSTICA ........................................................................................ 26
3.3.1 Definição de esgoto sanitário ................................................................................................ 28
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 32
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 36
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 37
TÓPICO 3 – TRATAMENTO DAS ÁGUAS ....................................................................................... 39
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 39
2 PROCESSOS DE TRATAMENTO DAS ÁGUAS ........................................................................... 39
2.1 ETAPAS DO TRATAMENTO DE ÁGUAS ................................................................................... 41
2.1.1 Pré-oxidação ............................................................................................................................ 41
2.1.2 Coagulação/Floculação.......................................................................................................... 42
2.1.3 Decantação ............................................................................................................................... 43
2.1.4 Filtração .................................................................................................................................... 43
2.1.5 Desinfecção .............................................................................................................................. 43
2.1.6 Fluoretação .............................................................................................................................. 44
2.1.7 Correção de pH (ajuste final) ................................................................................................ 44
2.1.8 Remoção da dureza ................................................................................................................ 45
2.1.9 Aeração ..................................................................................................................................... 45
2.1.10 Remoção de ferro e manganês ............................................................................................ 45
2.1.11 Remoção de sabor e odor ..................................................................................................... 45
2.1.12 Controle de corrosão ............................................................................................................ 46
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 49
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 50
Sumário
VIII
UNIDADE 2 – SISTEMAS DE TRATAMENTO DE ESGOTOS .................................................... 51
TÓPICO 1 – CARACTERIZAÇÃO DOS ESGOTOS ........................................................................ 53
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 53
2 CARACTERÍSTICAS QUANTITATIVAS ....................................................................................... 53
3 CARACTERÍSTICAS QUALITATIVAS ........................................................................................... 54
4 CARACTERÍSTICAS FÍSICAS .......................................................................................................... 56
4.1 TEMPERATURA .............................................................................................................................. 56
4.2 TURBIDEZ E COR ........................................................................................................................... 57
4.3 TEOR DE SÓLIDOS ......................................................................................................................... 57
4.4 ODOR ................................................................................................................................................ 58
4.5 VAZÃO .............................................................................................................................................. 59
5 CARACTERÍSTICAS QUÍMICAS .................................................................................................... 59
6 CARACTERÍSTICAS BIOLÓGICAS ............................................................................................... 61
7 AVALIAÇÃO DAS CARACTERÍSTICAS ....................................................................................... 62
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 65
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 66
TÓPICO 2 – SISTEMAS DE TRATAMENTO DE ESGOTOS ........................................................ 67
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 67
2 PROCESSOS FÍSICOS ........................................................................................................................ 68
2.1 GRADEAMENTO ............................................................................................................................ 69
2.2 PENEIRAMENTO............................................................................................................................ 69
2.3 CAIXAS DE AREIA ......................................................................................................................... 70
2.4 SEPARAÇÃO DE ÓLEOS E GORDURAS.................................................................................... 70
2.5 SEDIMENTAÇÃO/DECANTAÇÃO ............................................................................................. 71
2.6 FILTRAÇÃO ..................................................................................................................................... 73
2.7 FLOTAÇÃO ...................................................................................................................................... 74
3 PROCESSOS BIOLÓGICOS .............................................................................................................. 75
3.1 SISTEMAS AERÓBIOS .................................................................................................................... 76
3.1.1 Lagoas aeróbias fotossintéticas ............................................................................................. 76
3.1.2 Lodos ativados ........................................................................................................................ 76
3.1.3 Controle operativo em reatores biológicos ......................................................................... 83
3.1.4 Processos facultativos ............................................................................................................ 87
3.1.4.1 Biocontactores ............................................................................................................. 87
3.1.4.2 Biodiscos ....................................................................................................................... 87
3.1.4.3 Filtro biológico ............................................................................................................ 88
3.2 SISTEMAS ANAERÓBIOS ............................................................................................................. 89
3.2.1 Classificação dos sistemas anaeróbios ................................................................................. 90
3.2.2 Influência de Fatores Ambientais na Atividade dos Microrganismos ........................... 95
3.2.3 Parâmetros de Controle de Processo ................................................................................... 96
4 PROCESSOS QUÍMICOS ................................................................................................................... 99
4.1 CLARIFICAÇÃO QUÍMICA DOS EFLUENTES ........................................................................ 99
4.2 OXIDAÇÃO DE CIANETOS .......................................................................................................... 101
4.3 REDUÇÃO DO CROMO HEXAVALENTE ................................................................................. 101
5 ESCOLHA DO TIPO DE TRATAMENTO ....................................................................................... 102
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 106
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................108
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 109
IX
UNIDADE 3 – SISTEMAS DE TRATAMENTO DE EFLUENTES LÍQUIDOS ........................... 111
TÓPICO 1 – SISTEMAS DE TRATAMENTO DE EFLUENTES LÍQUIDOS ............................... 113
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 113
2 TRATAMENTO PRELIMINAR ......................................................................................................... 113
2.1 DETERMINAÇÃO DA VAZÃO COM CALHA PARSHALL ................................................... 116
3 TRATAMENTO PRIMÁRIO .............................................................................................................. 119
3.1 SEDIMENTAÇÃO PRIMÁRIA ...................................................................................................... 119
3.2 FLOTAÇÃO ...................................................................................................................................... 120
3.3 COAGULAÇÃO............................................................................................................................... 120
3.4 TANQUE IMHOFF .......................................................................................................................... 121
3.5 DIGESTÃO, SECAGEM E DISPOSIÇÃO DOS LODOS ............................................................. 121
4 TRATAMENTO SECUNDÁRIO ........................................................................................................ 121
4.1 SISTEMAS ANAERÓBIOS ............................................................................................................. 123
4.2 SISTEMAS AERÓBIOS .................................................................................................................... 123
5 TRATAMENTO TERCIÁRIO OU AVANÇADO ............................................................................ 124
5.1 FILTRAÇÃO ..................................................................................................................................... 124
5.2 CLORAÇÃO ..................................................................................................................................... 125
5.3 OZONIZAÇÃO ................................................................................................................................ 126
5.3.1 Características do ozônio ....................................................................................................... 126
5.4 ELETRODIÁLISE ............................................................................................................................. 127
5.5 OSMOSE REVERSA ........................................................................................................................ 128
5.6 TROCA IÔNICA .............................................................................................................................. 129
5.7 CARVÃO ATIVADO ....................................................................................................................... 131
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 133
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 138
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 139
TÓPICO 2 – TRATAMENTO E DISPOSIÇÃO DE LODOS ........................................................... 141
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 141
2 CONSTITUIÇÃO DO LODO ............................................................................................................. 141
3 ADENSAMENTO DE LODO ............................................................................................................. 142
4 DIGESTÃO DO LODO ....................................................................................................................... 142
5 DESAGUAMENTO DO LODO ......................................................................................................... 143
5.1 SECAGEM NATURAL .................................................................................................................... 143
5.1.1 Leitos de Secagem ................................................................................................................... 143
5.1.2 Lagoas de Lodo ....................................................................................................................... 145
5.2 SECAGEM MECÂNICA ................................................................................................................. 145
5.2.1 Filtro-Prensa ............................................................................................................................ 145
5.2.2 Prensa Desaguadora ............................................................................................................... 147
5.2.3 Centrífugas de Lodo ............................................................................................................... 148
6 SECAGEM DE LODO .......................................................................................................................... 150
7 DISPOSIÇÃO FINAL DE LODO ...................................................................................................... 151
7.1 DISPOSIÇÃO DE LODO EM ATERROS SANITÁRIOS OU INDUSTRIAIS ......................... 151
7.2 INCINERAÇÃO ............................................................................................................................... 152
7.3 APLICAÇÃO NA AGRICULTURA E EM FLORESTAS ............................................................ 152
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 153
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 154
TÓPICO 3 – REÚSO DA ÁGUA ........................................................................................................... 155
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 155
2 O REÚSO DA ÁGUA COMO TECNOLOGIA SUSTENTÁVEL ................................................ 155
X
3 IMPORTÂNCIA DE REÚSO .............................................................................................................. 158
4 TIPOS DE REÚSO ................................................................................................................................ 159
4.1 REÚSO INDIRETO NÃO PLANEJADO ...................................................................................... 159
4.2 REÚSO INDIRETO PLANEJADO ................................................................................................. 159
4.3 REÚSO DIRETO PLANEJADO ..................................................................................................... 159
4.4 RECICLAGEM DA ÁGUA ............................................................................................................. 159
5 REÚSO URBANO ................................................................................................................................. 160
6 REÚSO AGRÍCOLA ............................................................................................................................. 161
7 REÚSO INDUSTRIAL .........................................................................................................................162
8 APROVEITAMENTO DA ÁGUA DA CHUVA .............................................................................. 163
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 166
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 167
TÓPICO 4 – REMOÇÃO DE MICROPOLUENTES ......................................................................... 169
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 169
2 DESINFECÇÃO COM CLORO.......................................................................................................... 169
2.1 CLORO .............................................................................................................................................. 169
2.2 DIÓXIDO DE CLORO ..................................................................................................................... 169
2.3 HIPOCLORITO DE CÁLCIO ......................................................................................................... 171
2.4 HIPOCLORITO DE SÓDIO ............................................................................................................ 171
3 DESINFECÇÃO COM RADIAÇÃO ULTRAVIOLETA ................................................................ 171
4 DESINFECÇÃO POR OZONIZAÇÃO ............................................................................................. 172
RESUMO DO TÓPICO 4........................................................................................................................ 174
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 175
REFERÊNCIAS ......................................................................................................................................... 177
1
UNIDADE 1
A ÁGUA E SEU TRATAMENTO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, o(a) acadêmico(a) estará apto(a) a:
• conhecer as fontes de água existentes no planeta;
• identificar os itens de controle de qualidade das águas;
• conhecer a classificação das águas de acordo com o CONAMA;
• reconhecer as fontes de poluição das águas;
• entender o funcionamento de uma Estação de Tratamento de Águas.
Esta primeira unidade está dividida em três tópicos. No final de cada tópico, 
você encontrará atividades que contribuirão para sua reflexão e análise dos 
estudos já realizados.
TÓPICO 1 – A ÁGUA
TÓPICO 2 – POLUIÇÃO E CONTAMINAÇÃO DAS ÁGUAS
TÓPICO 3 – TRATAMENTO DAS ÁGUAS
2
3
TÓPICO 1
UNIDADE 1
A ÁGUA
1 INTRODUÇÃO
Neste momento, iniciamos o estudo dos recursos naturais, mais 
precisamente a água, que está presente em todo o planeta e ocupa cerca de 70% 
da superfície da Terra. A água pode ser encontrada nos três estados: sólido, 
líquido e gasoso. Sabemos também que milhões de pessoas morrem anualmente 
vítimas de doenças relacionadas à ingestão de água contaminada e da falta de 
saneamento.
Para o estudo desta disciplina, conhecer algumas características da água 
é de fundamental importância. Características químicas, biológicas, parâmetros 
e demais informações são de grande relevância, pois não se pode cuidar daquilo 
que não se conhece.
Para tanto, estudaremos, a partir deste tópico, alguns conceitos referentes 
à água para que possamos entender, no decorrer da disciplina, a importância 
do tratamento dos efluentes líquidos que são lançados nos mais diversos corpos 
receptores.
2 A ÁGUA
É do conhecimento de todos que a água é um elemento essencial para a 
vida em nosso planeta, da mesma forma que é a substância encontrada em maior 
abundância na Terra.
É uma substância vital presente na natureza e constitui parte importante 
de todas as matérias do ambiente natural. 
De acordo com Telles e Costa (2007, p. 1) “a água é imprescindível como 
recurso natural renovável, sendo de suma importância para o desenvolvimento 
dos ecossistemas e, por consequência, considerada um fator vital para toda a 
população terrestre”. Dessa forma, ela possui um valor econômico que reflete 
diretamente nas condições socioeconômicas das diversas populações mundiais.
UNIDADE 1 | A ÁGUA E SEU TRATAMENTO
4
A quantidade de água existente no planeta gira em torno de 1.386 milhão 
de km3, distribuídos de acordo com o quadro a seguir:
Os maiores consumidores da água disponível no planeta são a agricultura e as 
indústrias, que consomem, aproximadamente, 92% da água doce, restando, para uso 
doméstico, somente 8%.
Localização Área (106km2) Volume (106km2)
Porcentagem volumétrica da 
água total (%)
Oceanos 361,3 1338 96,5
Água subterrânea 134,8 23,4 1,7
Umidade do solo 0,016 0,0012 0,05
Calotas polares 16,2 24,1 1,74
Geleiras 0,22 0,041 0,003
Lagos 2,06 0,176 0,013
Pântanos 2,7 0,011 0,0008
Rios 14,88 0,002 0,0002
Biomassa 0,001 0,0001 0,003
Vapor da atmosfera 0,013 0,001 0,04
Total 532 1386 100
QUADRO 1 – DISTRIBUIÇÃO PORCENTUAL DA MASSA DE ÁGUA NO PLANETA
FONTE: Adaptado de: Braga et al. (2005, p. 73)
Caro(a) acadêmico(a), de acordo com as informações do quadro anterior, a 
quantidade disponível para o consumo humano no planeta é da ordem de 4.149.200 km3.
ATENCAO
Caro(a) acadêmico(a), você sabe quantos litros de água deveria consumir 
por dia? Farias (2005, p. 383) propõe que uma pessoa deve consumir em torno de 
50 litros de água por dia, e que esta é uma meta mínima universal de garantia de 
acesso à água. O quadro a seguir apresenta como utilizar estes 50 litros de água.
TÓPICO 1 | A ÁGUA
5
TIPO DE UTILIZAÇÃO LITROS POR PESSOA POR DIA
Água para beber 5
Água para saneamento pessoal 20
Água para banho 15
Água para preparação de comida 10
TOTAL 50
FONTE: FARIAS (2005, p. 383)
QUADRO 2 – QUANTIDADE DE ÁGUA BÁSICA PARA AS NECESSIDADES HUMANAS 
DOMÉSTICAS
A água é um recurso natural renovável finito, essencial à sobrevivência 
dos seres vivos. 
A água, além de ser excelente solvente, daí a denominação de solvente 
universal, é usada pelo homem para abastecimento público, uso 
industrial, irrigação, dessedentação de animais, conservação da fauna 
e flora, recreação, estética, pesca, geração de energia, transportes e 
diluição e depuração de despejos. (LEME, 2008, p. 17). 
“Dessedentação de animais” é o ato de matar a sede dos animais. FONTE: 
Disponível em: <http://www.achando.info/index.php?query=Dessedenta%E7%E3o+de+
animais&action=search>. Acesso em: 14 fev. 2012.
ATENCAO
Por ter tantas aplicações diferentes, a água deve ter o aspecto e a qualidade 
de acordo com suas necessidades específicas. Esta é uma preocupação que ocorre 
desde os primórdios da civilização.
Um comentário importante relacionado à água e aos rios é encontrado em 
um trecho do manifesto do Chefe Seattle ao então presidente dos Estados Unidos 
da América em 1855:
A límpida água que percorre os regatos e rios não é apenas água, mas o 
sangue de nossos ancestrais. Se vos vendermos a terra, tereis de lembrar a vossos 
filhos que ela é sagrada, e que qualquer reflexo espectral sobre a superfície dos 
lagos evoca eventos e fases da vida de meu povo. O marulhar das águas é a voz 
dos nossos ancestrais. Os rios são nossos irmãos, eles nos saciam a sede. Levam 
as nossas canoas e alimentam nossas crianças. Se vendermos nossa terra a vós, 
deveis vos lembrar e ensinar a vossas crianças que os rios são nossos irmãos, 
vossos irmãos também, e deveis a partir de então dispensar aos rios a mesma 
espécie de afeição que dispensais a um irmão. (LEME, 2008, p. 18).
UNIDADE 1 | A ÁGUA E SEU TRATAMENTO
6
O homem tem se preocupado e seesforçado para evitar a poluição dos 
recursos hídricos. O primeiro povo a se preocupar com o esgoto doméstico gerado 
nas cidades foi o povo grego. Este povo desenvolveu uma estrutura que levava 
o esgoto através de drenos e canais para fora da cidade e, então, era disposto nas 
áreas agrícolas, servindo de adubo para as lavouras.
2.1 ÁGUA NO BRASIL
O território brasileiro é considerado o quinto no mundo em extensão 
territorial, possui uma área de 8.547.403 km2, ocupando 20,8% do território das 
Américas e 47,7% da América do Sul, de acordo com dados do IBGE. Ainda 
de acordo com dados do IBGE, em 2010, a população brasileira totalizava 
aproximadamente 192 milhões de habitantes.
O Brasil se destaca no cenário mundial pela grande descarga de água 
doce nos seus rios, cuja produção hídrica é de 177.900 m3/s. Quando 
somada aos 73.100 m3/s da Amazônia internacional, representa 53% da 
produção de água doce do continente Sul-Americano (334.000 m3/s) e 
12% do total mundial (1.488.000 m3/s). (TELLES; COSTA, 2007, p. 6).
O quadro a seguir apresenta o panorama das bacias hidrográficas 
brasileiras.
Bacias Hidrográficas Área (km2) Principais afluentes Potencial hídrico
Bacia Amazônica 3.889.489,6 7000
23 mil km navegáveis 
e grande potencial 
hidrelétrico.
Bacia do Prata 1.393.115,6
Formada pelos rios 
Paraná, Paraguai e 
Uruguai.
Rio Paraná = o maior 
potencial hidrelétrico do país.
Rio Uruguai = potencial 
hidrelétrico.
Rio Paraguai = navegação.
Bacia do São Francisco 645.876,6 São Francisco
Única fonte de água 
da região semiárida do 
Nordeste brasileiro.
Potencial hidrelétrico 
razoável.
2 mil km navegáveis.
Bacia do Tocantins 808.150,1 Tocantins Potencial hidrelétrico.
QUADRO 3 – BACIAS HIDROGRÁFICAS BRASILEIRAS
FONTE: Telles; Costa (2007, p. 8)
Conforme visto no quadro anterior, são quatro as principais bacias 
hidrográficas brasileiras: Amazônica, Prata ou Platina, São Francisco e Tocantins. 
TÓPICO 1 | A ÁGUA
7
Comparação de disponibilidades hídricas por países
Países com maior
disponibilidade de água
Quantidade
(m3/habitante)
1° Guiana Francesa 812,121
2° Islândia 609,319
3° Suriname 292,566
4° Congo 275,679
5° Brasil 48,314
Países com menor
disponibilidade de água
Quantidade
(m3/habitante)
1° Kuwait 10
2° Faixa de Gaza (território palestino) 52
3° Emirados Árabes Unidos 58
4° Ilhas Bahamas 66
QUADRO 4 – COMPARAÇÃO DE DISPONIBLIDADE DE ÁGUA POR PAÍSES
FONTE: Telles; Costa (2007, p. 8)
Por muitos anos a água foi considerada um recurso infinito. Era comum 
crer em inesgotáveis mananciais, abundantes e renováveis. Atualmente, o 
mau uso aliado a um crescente desenvolvimento humano e à demanda vêm 
preocupando cada vez mais especialistas, pois é visível o decréscimo das 
reservas de águas limpas em todo o mundo.
O uso da água não se resume às necessidades biológicas, mas serve 
ao meio ambiente, à geração de energia, ao saneamento básico, à agricultura, 
pecuária, indústrias diversas, navegação e tantas outras aplicações.
FONTE: Adaptado de: <http://www.ebah.com.br/content/ABAAABaUcAK/qualidade-reuso-agua-
na-agropecuaria>. Acesso em: 14 fev. 2012.
2.2 CONSUMO DE ÁGUA
Mesmo possuindo grandes bacias hidrográficas, que totalizam cerca de 
80% de nossa produção hídrica, cobrindo 72% do território brasileiro, 
[...], o Brasil sofre com escassez de água, devido à má distribuição da 
densidade populacional dominante, que cresce exageradamente e 
concentra-se em áreas de pouca disponibilidade hídrica, [...]. Como 
exemplo, pode-se citar a Região Metropolitana de São Paulo, onde 
atualmente se verificam sérios problemas de quantidade de água a ser 
distribuída, devido à sua alta concentração populacional, destacando-
se também a grande degradação da qualidade destas águas. (TELLES; 
COSTA, 2010, p. 10).
No quadro a seguir, podemos observar uma comparação de 
disponibilidade de água em diferentes países:
UNIDADE 1 | A ÁGUA E SEU TRATAMENTO
8
De acordo com o quadro a seguir, é possível observar a evolução do 
consumo de água ao longo do tempo em âmbito mundial. Além disso, é possível 
verificar que o uso agrícola é, de longe, o maior e também o que tem crescido 
mais, requerendo absoluto controle, assim como incentivos para a implantação 
de tecnologias sustentáveis nos sistemas de irrigação.
Tipos de Uso
Evolução ao longo do tempo
1900 1920 1940 1960 1980 2000 2020*
Doméstico - - - 30 250 500 850
Industrial 30 45 100 350 750 1.350 1.900
Agrícola 500 705 1.000 1.580 2.400 3.600 4.300
Total 530 750 1.100 1.960 3.400 5.450 7.050
Obs.: (-) sem dados (*) previsão
QUADRO 5 – EVOLUÇÃO DO CONSUMO DE ÁGUA EM ÂMBITO MUNDIAL (km3/ano)
FONTE: Telles; Costa (2007, p. 15)
A evolução vista no quadro anterior nos sugere urgentes atitudes para 
garantir às gerações futuras o abastecimento de água para finalidades básicas.
3 QUALIDADE DA ÁGUA
Além dos problemas relacionados à quantidade de água, tais como: 
escassez, estiagens e cheias, há também aqueles relacionados à 
qualidade da água. A contaminação de mananciais impede, por 
exemplo, seu uso para abastecimento humano. A alteração da 
qualidade da água agrava o problema da escassez desse recurso. 
(BRAGA, et al., 2005, p. 74).
A organização Mundial de Saúde (OMS) estima que 25 milhões de 
pessoas no mundo morrem por ano devido a doenças transmitidas pela água, 
como cólera e diarreia. A OMS indica que, nos países em desenvolvimento, 70% 
da população rural e 25% da população urbana não dispõem de abastecimento 
adequado de água potável.
FONTE: Disponível em: <http://www.cdcc.usp.br/ciencia/artigos/art_32/atualidades.html>. 
Acesso em: 14 fev. 2012.
A caracterização da água é obtida através de diversos parâmetros que 
representam suas características físicas, químicas e biológicas.
• Cor: é resultante da existência de substâncias em solução como Ferro, Manganês, 
matéria orgânica, algas ou demais substâncias.
• Turbidez: é a presença de material em suspensão.
TÓPICO 1 | A ÁGUA
9
• Temperatura: este é um parâmetro que interfere nas propriedades da água. No 
pH, por exemplo.
• Sabor e odor: podem ser resultantes de causas naturais, como vegetais em 
decomposição, bactérias, fungos etc. e artificiais, como esgotos domésticos e 
industriais.
INDICADOR DESCRIÇÃO
pH
Potencial hidrogeniônico, mede o quanto ácido ou alcalino é o 
potencial da água.
Alcalinidade Causada por sais alcalinos, principalmente Na e Ca.
Dureza
Resulta da presença de materiais alcalino terrosos (Ca e Mg) ou 
de outros materiais bivalentes. Causa sabor desagradável e efeito 
laxativo. Provoca incrustações nas tubulações.
Cloretos Causam sabor salgado e efeitos laxativos.
Ferro e Manganês
Proporcionam coloração avermelhada à água, conferem sabor e 
propiciam o desenvolvimento de ferrobactérias que causam odor 
desagradável, coloração e incrustações.
Nitrogênio e Fósforo Causa eutrofização da água.
Fluoretos
Quando em concentrações adequadas combatem as cáries, porém 
em excesso, causam a fluorose dentária (manchas escuras nos 
dentes).
Oxigênio dissolvido Indispensável aos organismos aeróbios.
Matéria Orgânica
(DBO – DQO)
Necessária aos organismos heterótrofos, porém em concentrações 
elevadas causa problemas como odor, sabor, cor, turbidez além 
de consumir o oxigênio dissolvido.
Demais compostos 
inorgânicos e orgânicos
Vários são tóxicos aos organismos vivos.
FONTE: A autora
QUADRO 6 – INDICADORES DE QUALIDADE QUÍMICA DA ÁGUA
IMPORTANT
E
Eutrofização: É um fenômeno que ocorre em águas, provocado pelo excesso 
de nutrientes como o Nitrogênio, que causa a proliferação excessiva de algas que, quando 
entram em decomposição, fazem aumentar o número de microrganismos. Este aumento de 
microrganismos faz com que ocorra a deterioração de águas de rios, lagos etc.
UNIDADE 1 | A ÁGUA E SEUTRATAMENTO
10
3.1 INDICADORES DE QUALIDADE QUÍMICA DA ÁGUA
É muito importante saber que, para medir a concentração de poluição 
orgânica existente nas águas (residuárias ou não), o parâmetro mais usado é o 
ensaio de DBO (Demanda Bioquímica de Oxigênio). A DQO (Demanda Química 
de Oxigênio) também é utilizada para medir a concentração de matéria orgânica 
na água. Para entender melhor, vejamos o que diz Soares (2000, p. 12) sobre a 
DQO e a DBO:
• Demanda Química de Oxigênio (DQO): é a quantidade de oxigênio necessária 
para oxidar quimicamente toda a matéria orgânica, levando-a a CO2 e H2O. O 
método baseia-se na oxidação da matéria orgânica por dicromato de potássio 
em meio ácido (com ácido sulfúrico), contendo sulfato de prata como 
catalisador, e ebulição por duas horas.
• Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO): é a quantidade de oxigênio 
necessária para oxidar biologicamente a matéria orgânica, degradada no 
período de tempo (t), sob condições padrão (T = 20 °C).
Tanto quanto os indicadores de qualidade química, os indicadores de 
qualidade biológica da água também devem ser observados, conforme você 
poderá observar no quadro 4:
INDICADOR DESCRIÇÃO
Coliformes São indicadores de microrganismos patogênicos na água: 
coliformes totais e fecais.
Algas As algas são responsáveis por grande parte do oxigênio dissolvido 
na água. São responsáveis pelo processo de eutrofização.
FONTE: A autora
QUADRO 7 – INDICADORES DE QUALIDADE BIOLÓGICA DA ÁGUA
É importante saber que os coliformes fecais são microrganismos presentes 
nas fezes humanas e que os coliformes totais estão presentes nas fezes humanas 
e dos animais. 
A qualidade de uma água está diretamente ligada ao seu uso. Desta 
forma, quando se faz a análise da água, deve-se associar tal uso aos requisitos 
mínimos exigidos para cada tipo de aplicação. 
FONTE: Disponível em: <http://www.ebah.com.br/content/ABAAABaUcAK/qualidade-reuso-
agua-na-agropecuaria>. Acesso em: 14 fev. 2012.
No quadro a seguir, podemos analisar algumas aplicações:
TÓPICO 1 | A ÁGUA
11
Uso geral Uso específico Qualidade requerida
Abastecimento 
de água 
doméstico
-
- Isenta de substâncias químicas 
prejudiciais à saúde.
- Isenta de organismos prejudiciais à saúde.
- Adequada para serviços domésticos.
- Baixa agressividade e dureza.
- Esteticamente agradável (baixa 
turbidez, cor, sabor e odor; ausência de 
microrganismos).
Abastecimento 
Industrial
Água é incorporada ao 
produto (ex.: alimento, 
bebidas, remédios).
- Isenta de substâncias químicas 
prejudiciais à saúde.
- Isenta de organismos prejudiciais à saúde.
- Esteticamente agradável (baixa turbidez, 
cor, sabor e odor).
Água entra em contato 
com o produto.
- Variável com o produto.
Água não entra em 
contato com o produto 
(ex.: refrigeração e 
caldeiras).
- Baixa dureza.
- Baixa agressividade.
Irrigação
Hortaliças, produtos 
ingeridos crus ou com 
casca.
- Isenta de substâncias químicas 
prejudiciais à saúde.
- Isenta de organismos prejudiciais à saúde.
- Salinidade não excessiva.
Demais plantações.
- Isenta de substâncias químicas 
prejudiciais ao solo e às plantações.
- Salinidade não excessiva.
Dessedentação 
de animais
-
- Isenta de substâncias químicas 
prejudiciais à saúde dos animais.
- Isenta de organismos prejudiciais à saúde 
dos animais.
Preservação da 
flora e fauna
-
- Variável com os requisitos ambientais da 
flora e da fauna que se deseja preservar.
Recreação e 
lazer
Contato primário 
(contato direto com 
o meio líquido; ex.: 
natação, esqui, surfe).
- Isenta de substâncias químicas 
prejudiciais à saúde.
- Isenta de organismos prejudiciais à saúde. 
- Baixos teores de sólidos em suspensão, 
óleos e graxas.
Contato secundário 
(não há contato direto 
com o meio líquido; 
ex.: navegação de 
lazer, pesca, lazer 
contemplativo).
- Aparência agradável.
Geração de 
energia
Usinas hidrelétricas. - Baixa agressividade.
Usinas nucleares ou 
termelétricas (ex.: torres 
de resfriamento).
- Baixa dureza.
QUADRO 8 – ASSOCIAÇÃO ENTRE OS USOS DA ÁGUA E OS REQUISITOS DE QUALIDADE
UNIDADE 1 | A ÁGUA E SEU TRATAMENTO
12
Transporte -
- Baixa presença de material grosseiro que 
possa por em risco as embarcações.
Diluição de 
despejos
- -
É de grande importância conhecer as classificações das águas. O 
CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE – CONAMA, na RESOLUÇÃO 
CONAMA nº 357, de 17 de março de 2005, classifica as águas do território nacional 
em treze classes, distribuídas entre águas doces, salobras e salinas.
FONTE: Telles; Costa (2007, p. 26)
“Os padrões de qualidade para as diversas finalidades da água devem 
ser embasados em suporte legal, através de legislações que estabeleçam e 
convencionem os requisitos em função do uso previsto para a água”. (TELLES; 
COSTA, 2007 apud NEZ, 2010, p. 30).
4 CLASSIFICAÇÃO DAS ÁGUAS
Art. 2º Para efeito desta Resolução são adotadas as seguintes definições:
I- águas doces: águas com salinidade igual ou inferior a 0,5‰;
II- águas salobras: águas com salinidade superior a 0,5‰ e inferior a 30‰;
III- águas salinas: águas com salinidade igual ou superior a 30‰;
[...]
Art.3º As águas doces, salobras e salinas do Território Nacional são classificadas, 
segundo a qualidade requerida para os seus usos preponderantes, em treze 
classes de qualidade.
Parágrafo único. As águas de melhor qualidade podem ser aproveitadas em uso 
menos exigente, desde que este não prejudique a qualidade da água, atendidos 
outros requisitos pertinentes.
Art. 4º As águas doces são classificadas em:
I - classe especial: águas destinadas:
a) ao abastecimento para consumo humano, com desinfecção;
TÓPICO 1 | A ÁGUA
13
b) à preservação do equilíbrio natural das comunidades aquáticas; e,
c) à preservação dos ambientes aquáticos em unidades de conservação de 
proteção integral.
II - classe 1: águas que podem ser destinadas:
a) ao abastecimento para consumo humano, após tratamento simplificado;
b) à proteção das comunidades aquáticas;
c) à recreação de contato primário, tais como natação, esqui aquático e mergulho, 
conforme Resolução CONAMA nº 274, de 2000;
d) à irrigação de hortaliças que são consumidas cruas e de frutas que se 
desenvolvam rentes ao solo e que sejam ingeridas cruas sem remoção de 
película; e
e) à proteção das comunidades aquáticas em Terras Indígenas.
III - classe 2: águas que podem ser destinadas:
a) ao abastecimento para consumo humano, após tratamento convencional;
b) à proteção das comunidades aquáticas;
c) à recreação de contato primário, tais como natação, esqui aquático e mergulho, 
conforme Resolução CONAMA nº 274, de 2000;
d) à irrigação de hortaliças, plantas frutíferas e de parques, jardins, campos de 
esporte e lazer, com os quais o público possa vir a ter contato direto; e
e) à aquicultura e à atividade de pesca.
IV - classe 3: águas que podem ser destinadas:
a) ao abastecimento para consumo humano, após tratamento convencional ou 
avançado;
b) à irrigação de culturas arbóreas, cerealíferas e forrageiras;
c) à pesca amadora;
d) à recreação de contato secundário; e
UNIDADE 1 | A ÁGUA E SEU TRATAMENTO
14
e) à dessedentação de animais.
V - classe 4: águas que podem ser destinadas:
a) à navegação; e
b) à harmonia paisagística.
Art. 5º As águas salinas são assim classificadas:
I - classe especial: águas destinadas:
a) à preservação dos ambientes aquáticos em unidades de conservação de 
proteção integral; e
b) à preservação do equilíbrio natural das comunidades aquáticas.
II - classe 1: águas que podem ser destinadas:
a) à recreação de contato primário, conforme Resolução CONAMA nº 274, de 
2000;
b) à proteção das comunidades aquáticas; e
c) à aquicultura e à atividade de pesca.III - classe 2: águas que podem ser destinadas:
a) à pesca amadora; e
b) à recreação de contato secundário.
IV - classe 3: águas que podem ser destinadas:
a) à navegação; e
b) à harmonia paisagística.
Art. 6º As águas salobras são assim classificadas:
I - classe especial: águas destinadas:
a) à preservação dos ambientes aquáticos em unidades de conservação de 
proteção integral; e
TÓPICO 1 | A ÁGUA
15
b) à preservação do equilíbrio natural das comunidades aquáticas.
II - classe 1: águas que podem ser destinadas:
a) à recreação de contato primário, conforme Resolução CONAMA nº 274, de 
2000;
b) à proteção das comunidades aquáticas;
c) à aquicultura e à atividade de pesca;
d) ao abastecimento para consumo humano após tratamento convencional ou 
avançado; e
e) à irrigação de hortaliças que são consumidas cruas e de frutas que se 
desenvolvam rentes ao solo e que sejam ingeridas cruas sem remoção de 
película, e à irrigação de parques, jardins, campos de esporte e lazer, com os 
quais o público possa vir a ter contato direto.
III - classe 2: águas que podem ser destinadas:
a) à pesca amadora; e
b) à recreação de contato secundário.
IV - classe 3: águas que podem ser destinadas:
a) à navegação; e
b) à harmonia paisagística.
FONTE: CONAMA. Resolução nº 357, de 17 de março de 2005. Dispõe sobre a classificação 
dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece 
as condições e padrões de lançamento de efluentes, e dá outras providências. Disponível em: 
<http://www.crq4.org.br/downloads/resolucao357.pdf>. Acesso em: 15 fev. 2012.
5 PADRÃO DE POTABILIDADE
Caro(a) acadêmico(a), a água potável é aquela que conhecemos como água 
pura, ou seja, que podemos beber. Para que possa ser bebida, ela deve ser incolor 
(não possuir cor), insípida (não possuir sabor) e ser inodora (não possuir cheiro). 
Também deve estar isenta de microrganismos e de outros materiais considerados 
tóxicos. Porém, é importante que contenha sais minerais em quantidades 
suficientes para beneficiar a saúde.
UNIDADE 1 | A ÁGUA E SEU TRATAMENTO
16
A água potável pode ser encontrada pura na natureza, porém em pequenas 
quantidades, e esse recurso não é infinito. Para ser considerada potável, ou seja, 
própria para consumo humano, a água deve apresentar os seguintes parâmetros:
• pH entre 6,5 e 8,5;
• coliformes fecais: ausência em 100 ml de amostra;
• cloro residual livre: concentração mínima de 0,2 mg/l em qualquer ponto da rede 
distribuidora.
Quando um ser humano passa a consumir água sem tratamento, ou seja, 
sem que esteja dentro dos padrões de potabilidade, algumas doenças podem ser 
desenvolvidas devido à presença de organismos nocivos. No quadro a seguir, 
podemos observar algumas dessas doenças:
Quando não encontramos água pura para consumo humano disponível 
na natureza, faz-se necessário o seu tratamento.
Na figura a seguir, pode-se observar um esquema de Tratamento de Água 
para abastecimento público.
Doenças Agente causador
Cólera Vibrio cholerae
Disenteria bacilar Shiggella sp.
Febre tifoide Salmonella typhi
Hepatite infecciosa Vírus da Hepatite do tipo A
Febre paratifoide Salmonella paratyphil A, B e C.
Gastroenterite Outros tipos de Salmonella, Shiggella, Proteus sp.
Diarreia infantil Tipos enteropatogênicos de Escherichia coli
Leptospirose Leptospirose sp.
QUADRO 9 – PRINCIPAIS DOENÇAS RELACIONADAS À INGESTÃO DE ÁGUA CONTAMINADA E 
SEUS AGENTES CAUSADORES
FONTE: D’Águila et al. (2000, p. 793)
TÓPICO 1 | A ÁGUA
17
FONTE: Disponível em: <http://www.sobiologia.com.br/conteudos/Agua/Agua7.php>. Acesso 
em: 3 ago. 2011.
FIGURA 1 – ESQUEMA DE TRATAMENTO DE ÁGUA PARA ABASTECIMENTO PÚBLICO 
18
Caro(a) acadêmico(a)! Neste primeiro tópico, você estudou os seguintes 
aspectos:
• A água é a substância encontrada em maior abundância na Terra e é 
indispensável para a vida no planeta.
• A quantidade de água sobre o planeta é em torno de 1.370 km3, distribuída em 
97,4% nos oceanos, 2,3% nas geleiras polares e glaciais e águas subterrâneas 
profundas, 0,29% em águas subterrâneas de baixa profundidade e 0,01% em 
rios e lagos.
• As principais bacias hidrográficas brasileiras são: Amazônica, Prata, São 
Francisco e Tocantins.
• Os parâmetros que representam as características físicas, químicas e biológicas 
das águas são: cor, turbidez, temperatura, sabor e odor.
• Os indicadores de qualidade química são: pH, alcalinidade, dureza, cloretos, 
Ferro e Manganês, Nitrogênio, Fósforo, fluoretos, Oxigênio dissolvido, matéria 
orgânica e outros compostos inorgânicos e orgânicos.
• A qualidade da água está diretamente ligada ao seu uso final.
• Os conceitos de DBO (Demanda Bioquímica de Oxigênio) e DQO (Demanda 
Química de Oxigênio).
• A classificação das águas, de acordo com a Resolução do CONAMA, no que 
diz respeito às diferentes classes de águas no Território Nacional.
• Os padrões de potabilidade da água para consumo humano.
RESUMO DO TÓPICO 1
19
Olá! Chegamos ao final deste primeiro tópico. Para reforçar seus 
conhecimentos, sugiro que você busque em livros, revistas, sites ou demais 
fontes de informação assuntos referentes à água no planeta e escreva um texto 
a partir do que encontrou.
AUTOATIVIDADE
20
21
TÓPICO 2
POLUIÇÃO E CONTAMINAÇÃO DAS ÁGUAS
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Podemos considerar um curso de água poluído quando a sua composição, 
o seu estado ou a qualidade das águas é modificada por ações antrópicas diretas 
ou indiretas, ou seja, aquelas realizadas pelo homem.
Estas ações podem ter diferentes fontes: industrial, agropecuária ou 
doméstica, e causar efeitos diversos à água. O aumento da população, o aumento 
das atividades agrícolas e o desenvolvimento industrial são as principais causas 
de lançamento de resíduos líquidos no solo, nos rios, lagos e mares, destruindo a 
natureza e desequilibrando os ecossistemas.
Neste tópico, você estudará a poluição das águas e suas fontes poluidoras.
2 TIPOS DE POLUIÇÃO
Sabemos que as consequências da poluição são de grande gravidade, 
porém, nem todas as substâncias poluidoras são conhecidas pelo homem. 
Souza (2004, p. 56) diz que 
o principal fator de poluição dos recursos hídricos resulta de 
lançamentos de resíduos provenientes de atividades industriais, 
comerciais ou residenciais, consistentes de substâncias orgânicas ou 
minerais, naturais ou sintéticas, algumas das quais são mais ou menos 
biodegradáveis, e outras tóxicas para a flora e a fauna aquáticas assim 
como para o homem.
Lançadas em lagos, rios e mares em quantidade superior à capacidade 
natural de sua autodepuração, apresentam, segundo Cabral (apud SOUZA, 2004, 
p. 56), aspectos de:
UNIDADE 1 | A ÁGUA E SEU TRATAMENTO
22
Toxidez de numerosos compostos sintéticos, que alteram 
profundamente as funções vitais dos organismos aquáticos, podendo 
afetar a multiplicação celular, a reprodução etc.; radioatividade, que 
causa graves danos, inclusive alterações genéticas nos organismos 
aquáticos e no homem que os consumir; biodegradabilidade nula 
ou insuficiente, que se caracteriza por substâncias resistentes à ação 
dos organismos que as decompõem; como não são eliminadas (ou são 
eliminadas muito lentamente) do meio receptor pela autodepuração, 
seu teor pode sofrer um rápido aumento; eutrofização, que é a 
devida ao enriquecimento excessivo das águas por sais nutritivos, 
p. ex., nitratos, fosfatos, oriundos de detergentes, decorrentes de 
terras agrícolas ou de despejos industriais e urbanos; degradação 
das qualidades organolíticas das águas, pois os dejetos despejados 
dão à água gosto e cheiro desagradável, o que vem a repercutir nas 
qualidades alimentares dos organismos aquáticos, como, p. ex., os 
peixes, que se podem tornar inconsumíveis; temperatura, umavez 
que os dejetos de águas quentes oriundas de esgotos e de câmaras 
de resfriamento industrial modificam o regime térmico das águas, 
afetando a fauna e a flora aquática.
As impurezas da água podem estar na forma dissolvida ou em suspensão. 
A água possui cinco tipos básicos de contaminantes naturais, como podemos 
observar no quadro a seguir:
Contaminantes naturais da água
Sólidos em suspensão Silte, ferro precipitado, coloides etc.
Sais dissolvidos Contaminantes iônicos, tais como: sódio, cálcio, sulfato 
etc.
Materiais orgânicos 
dissolvidos
Trihalometanos, ácidos húmicos e outros 
contaminantes não iônicos.
Microrganismos Bactérias, vírus, cistos de protozoários, algas, fungos 
etc.
Gases dissolvidos Sulfeto de hidrogênio, metano etc.
QUADRO 10 – CONTAMINANTES NATURAIS DA ÁGUA
FONTE: Telles; Costa (2007, p. 27)
Quando se analisa a qualidade da água, é muito importante reconhecer 
dois tópicos: os sólidos (todos os contaminantes da água, exceto os gases 
dissolvidos) e os organismos presentes na água (reino vegetal, reino animal, 
protistas e monera).
3 FONTES DE POLUIÇÃO E SEUS EFEITOS
A água pode alterar o seu grau de pureza de acordo com os diferentes 
componentes que a ela são adicionados. De acordo com Sperling (apud TELLES; 
COSTA, 2007, p. 35), “entende-se por poluição da água a adição de substâncias ou 
de formas de energia que, direta ou indiretamente, alterem a natureza do corpo 
d’água de uma maneira tal que prejudique os legítimos usos que dele são feitos”.
TÓPICO 2 | POLUIÇÃO E CONTAMINAÇÃO DAS ÁGUAS
23
“O controle da poluição da água é de suma importância e varia de 
acordo com o uso a que ela é destinada, devendo-se analisar as principais fontes 
poluidoras juntamente com os seus efeitos degradantes”. (TELLES; COSTA, 2010, 
p. 37).
No quadro a seguir, é possível observar os principais agentes poluidores 
das águas, conforme os seus usos:
Poluentes
Principais 
parâmetros
Fonte
Possível efeito po-
luidor
Esgotos Drenagem Superficial
Domésticos Industriais Reutilizados Urbana
Agricultura 
e pastagens
Sólidos em 
suspensão
Sólidos em 
suspensão 
totais
xxx ~ xx x
- Problemas estéticos.
- Depósitos de Iodo.
- Adsorção de po-
luentes.
- Proteção de patogê-
nicos.
Matéria 
orgânica 
biodegradável
Demanda 
bioquímica de 
oxigênio
xxx ~ xx x
- Consumo de oxi-
gênio.
- Mortandade de 
peixes.
- Condições sépticas.
Nutrientes
Nitrogênio
Fósforo
xxx ~ xx x
- Crescimento excessi-
vo de algas.
- Toxicidade aos 
peixes.
- Doença em recém-
-nascidos.
- Poluição da água 
subterrânea.
Patogênicos Coliformes xxx xx x
- Doença de veicula-
ção hídrica
Matéria 
orgânica não 
biodegradável
Pesticidas, 
alguns 
detergentes e 
outros
~ xx
- Toxicidade.
- Espumas (deter-
gentes).
- Redução da transfe-
rência de oxigênio.
- Não biodegradabi-
lidade.
- Maus odores.
Metais 
pesados
Elementos 
específicos 
(As, Cd, Cr, 
Cu, Hg, Ni, Pb, 
Zn etc.)
~
- Toxicidade.
- Inibição do trata-
mento biológico dos 
esgotos.
- Problemas na dispo-
sição do lodo.
- Contaminação da 
água subterrânea.
Sólidos 
inorgânicos 
dissolvidos
Sólidos 
dissolvidos 
totais
Condutividade 
elétrica
xx x
- Salinidade excessiva.
- Prejuízo às planta-
ções.
- Toxicidade às plan-
tas.
- Problemas de per-
meabilidade de solo.
x: pouco xx: médio xxx: muito ~: variável em branco: usualmente não importantes
QUADRO 11 – PRINCIPAIS AGENTES POLUIDORES DAS ÁGUAS
FONTE: Telles; Costa (2007, p. 36)
UNIDADE 1 | A ÁGUA E SEU TRATAMENTO
24
O crescimento das cidades, seu aumento populacional e a característica 
do ser humano aglomera-se em localidades próximas a fontes de água auxiliou 
na poluição e na contaminação dos recursos hídricos.
As fontes de poluição podem ter várias origens, dentre elas os resíduos 
urbanos, os resíduos industriais e os rurais, que são despejados de forma 
voluntária ou involuntária nos corpos receptores – rios e lagos. Assim, ao mesmo 
tempo em que os cursos de água são fonte de abastecimento, o homem também o 
utiliza como veículo de escoamento de águas residuárias, seja de fonte doméstica, 
industrial ou rural.
Os principais efeitos causados pela poluição e contaminação nos recursos 
hídricos, segundo Leme (2008, p. 26), são:
• redução do padrão de qualidade da água usada para o abastecimento da 
população, na irrigação, na indústria, na criação de peixes e outros usos;
• destruição da fauna e flora aquática, resultando na redução do poder diluidor 
e autodepurador dos rios;
• redução do potencial hidráulico;
• redução das atividades esportivas e de lazer;
• redução do potencial de assentamentos urbanos e industriais;
• perigo à saúde pública, resultando no aumento das doenças veiculadas pela 
água;
• exigência de tratamento mais sofisticado e de custo mais elevado para garantir 
o padrão de potabilidade da água.
De acordo com cada fonte de poluição, diferentes danos podem ser 
causados à água. O quadro cinco aponta estes efeitos:
TÓPICO 2 | POLUIÇÃO E CONTAMINAÇÃO DAS ÁGUAS
25
FONTES DE 
POLUIÇÃO E 
CONTAMINAÇÃO
PARÂMETROS DE 
CARACTERIZAÇÃO
TIPOS DE 
ESGOTOS OU 
EFLUENTES
DANOS E 
CONSEQUÊNCIAS
Sólidos em suspen-
são
Sólidos totais em sus-
pensão (SST)
Domésticos
Industriais
- Problemas estéticos.
- Depósitos de lodo.
- Adsorção de poluentes.
- Proteção de patógenos.
Sólidos flutuantes Óleos e graxas
Domésticos
Industriais
- Problemas estéticos.
Matéria orgânica
Demanda bioquímica 
de oxigênio (DBO)
Domésticos
Industriais
- Consumo de oxigênio.
- Mortalidade de peixes.
- Condições sépticas.
Patogênicos Coliformes Domésticos - Doenças de veiculação hídrica.
Nutrientes
Nitrogênio
Fósforo
Domésticos
Industriais
- Doença em recém-nascidos.
- Crescimento de algas.
- Toxicidade em peixes.
Compostos não bio-
degradáveis
Agrotóxicos
Detergentes
Agrícolas
Industriais
- Toxicidade, espumas.
- Redução de oxigênio.
- Não biodegradabilidade.
- Emissão de odor.
Metais pesados
Arsênio, cádmio, cro-
mo, mercúrio, zinco e 
outros
Industriais
- Toxicidade.
- Inibição do tratamento bio-
lógico.
- Problemas de disposição de 
lodo no solo.
- Contaminação da água sub-
terrânea.
Sólidos inorgânicos 
dissolvidos
Totais de sólidos dis-
solvidos (STD)
Condutividade elétrica
Reutilizados
- Salinidade no solo.
- Toxicidade às plantas.
- Problemas com a permeabili-
dade (em razão do sódio).
QUADRO 12 – EFEITO DOS DIFERENTES TIPOS DE POLUIÇÃO E CONTAMINAÇÃO
FONTE: Leme (2008, p. 27-28).
A poluição das águas pode ser acidental ou ocasionada por diferentes 
fontes, sejam elas industriais, agropecuárias ou domésticas.
3.1 FONTE DE POLUIÇÃO INDUSTRIAL
As indústrias dos mais diversos setores podem ser consideradas as 
maiores fontes de poluição das águas. A água é utilizada em grande quantidade 
e em muitos processos de fabricação como, por exemplo, solventes, tinturarias, 
lavações diversas, resfriamento de máquinas etc. Porém, após o uso industrial, a 
água não é mais considerada própria para outras aplicações. Neste caso, ela passa 
a ser considerada poluída.
UNIDADE 1 | A ÁGUA E SEU TRATAMENTO
26
Se esta água for lançada, sem nenhum tipo de tratamento, diretamente 
nos corpos receptores, provocará grandes prejuízos e alterações nos ecossistemas, 
causando mortes de animais e espécies vegetais. É importante também observar 
que, se esta água for lançada no solo, contaminará as águas subterrâneas, 
provocando problemas de saúde pública, pois estas águas possuem poder de 
renovação muito lento.
3.2 FONTE DE POLUIÇÃO AGROPECUÁRIA
O uso de fertilizantes e pesticidas na agricultura, além de contaminar 
os solos, também poderácausar danos às águas, tanto superficiais quanto 
subterrâneas. A chuva e a água de irrigação conduzem os produtos tóxicos 
utilizados na agricultura para rios, lagos e para o subsolo, nos quais percorrerá 
caminhos até contaminar as águas subterrâneas, degradando-as.
Também a pecuária e a avicultura são fontes de contaminação de águas. 
Os mais variados tipos de resíduos lançados nos rios, sem tratamento prévio, 
podem causar contaminações. Estes resíduos podem ser: dejetos, restos de ração, 
sangue, vísceras, substâncias utilizadas para a lavação das instalações. Além 
da contaminação das águas, estes resíduos sem tratamento adequado causam 
também odores característicos e desagradáveis.
3.3 FONTE DE POLUIÇÃO DOMÉSTICA
Em áreas bastante povoadas, a poluição doméstica é bastante considerada. 
Os esgotos domésticos são ricos em matéria orgânica e microrganismos e estas 
águas, muitas vezes, são lançadas sem nenhum tratamento em rios e lagos, o que 
constitui grave ameaça à saúde pública.
Também o lixo produzido em grandes cidades e depositado em locais 
incorretos pode gerar a poluição das águas. Este lixo, ao receber água da chuva, 
libera substâncias tóxicas que podem infiltrar-se no solo, atingindo as águas 
subterrâneas e contaminando-as, conforme pode ser observado na figura a seguir.
TÓPICO 2 | POLUIÇÃO E CONTAMINAÇÃO DAS ÁGUAS
27
FONTE: Disponível em: <http://www.daebauru.com.br/site2006/material/imagens/
contamina-01.jpg>. Acesso em: 11 jun. 2011
FIGURA 2 – POLUIÇÃO DOMÉSTICA
De acordo com o site <www.portalsaofrancisco.com.br>:
A poluição química das águas dos países industrializados atingiu um 
nível tão elevado, que por todo o lado se observa uma degradação 
da qualidade das águas. O lançamento de resíduos nos rios não é um 
fenômeno novo, mas até há pouco tempo eles eram capazes de se 
defender pelos seus próprios meios, graças à ação de microorganismos 
que se alimentavam desses materiais. Mas a quantidade de resíduos 
industriais, agrícolas e domésticos aumentou de tal forma que os 
microorganismos dos rios já não conseguem depurar as suas águas, 
que passaram, assim, a conter substâncias não degradadas. Estas 
grandes quantidades de resíduos não degradados vão para o mar, a 
que se juntam os detritos das zonas costeiras e as muitas toneladas de 
petróleo lançadas anualmente pelos petroleiros.
Cada vez mais, as águas subterrâneas estão mais poluídas e menos 
potáveis. Como sua recuperação é lenta, uma vez contaminadas, estas águas 
permanecem desta forma por muito tempo, pois não contêm microorganismos 
específicos para a degradação das substâncias tóxicas. A poluição das águas é 
cada dia mais preocupante, pois recai sobre a saúde da humanidade e deve ser 
tratada com seriedade por todos os países.
UNIDADE 1 | A ÁGUA E SEU TRATAMENTO
28
UNI
Caro acadêmico, há uma diferença entre poluição e contaminação.
A poluição altera as características naturais de um ambiente.
A contaminação além de alterar as características naturais de um ambiente, apresenta 
fatores tóxicos e patogênicos. Por exemplo: contaminação química por metal pesado, ou por 
bactérias patogênicas.
3.3.1 Definição de esgoto sanitário
De acordo com a NBR 9648 (1986, p. 1), esgoto sanitário é o “despejo 
líquido constituído de esgotos doméstico e industrial, água de infiltração e a 
contribuição pluvial parasitária”.
Para Mello (2007, p. 4), esgoto doméstico é o despejo líquido resultante do:
uso da água para higiene e necessidades fisiológicas humanas; esgoto 
industrial é o despejo líquido resultante dos processos industriais, 
respeitados os padrões de lançamento estabelecidos; água de infiltração 
é toda água proveniente do subsolo, indesejável ao sistema separador 
e que penetra nas canalizações; contribuição pluvial parasitária é a 
parcela do deflúvio superficial inevitavelmente absorvida pela rede 
de esgoto sanitário.
O quadro a seguir apresenta a composição simplificada dos esgotos 
domésticos.
Tipos de substâncias Origem Observações
Sabões
Lavagem de louças e 
roupas
-
Detergentes (podem ser 
ou não biodegradáveis)
Lavagem de louças e 
roupas
A maioria dos detergentes 
contém o nutriente fósforo na 
forma de polifosfato.
Cloreto de sódio
Cozinhas e na urina 
humana
Cada ser humano elimina pela 
urina cerca de 7 a 15 gramas/dia.
Fosfatos
Detergentes e na 
urina humana
Cada ser humano elimina pela 
urina cerca de 1,5 grama/dia.
Sulfatos Urina humana
Carbonatos Urina humana
QUADRO 13 – COMPOSIÇÃO DOS ESGOTOS DOMÉSTICOS
TÓPICO 2 | POLUIÇÃO E CONTAMINAÇÃO DAS ÁGUAS
29
Ureia, amoníaco e ácido 
úrico
Urina humana
Cada ser humano elimina pela 
urina cerca de 14 a 42 gramas/dia.
Gorduras
Cozinhas e fezes 
humanas
Substâncias córneas, 
ligamentos da carne 
e fibras vegetais não 
digeridas
Fezes humanas
Vão se constituir na porção 
de matéria orgânica em 
decomposição, encontrada nos 
esgotos.
Porções de amido 
(glicogênio, glicose) e de 
proteicos (aminoácidos, 
proteínas, albumina)
Fezes humanas Idem
Urobilina, pigmentos 
hepáticos etc.
Urina humana Idem
Mucos, células de 
descamação epitelial
Fezes humanas Idem
Vermes, bactérias, vírus, 
leveduras etc.
Fezes humanas Idem
Outros materiais e 
substâncias: areia, 
plásticos, cabelos, 
sementes, fetos, madeira, 
absorventes femininos 
etc.
Areia: infiltrações 
nas redes de coleta, 
banhos em cidades 
litorâneas, parcela de 
águas pluviais etc.
Demais substâncias 
são indevidamente 
lançadas nos vasos 
sanitários.
-
FONTE: Telles; Costa (2007, p. 42)
As características físicas, químicas e biológicas do esgoto doméstico 
podem ser analisadas no quadro a seguir:
Parâmetro Descrição
Características Físicas
Temperatura
- Ligeiramente superior à da água de abastecimento.
- Variação conforme as estações do ano (mais estável que a 
temperatura do ar).
- Influência na atividade microbiana.
- Influência na solubilidade dos gases.
- Influência na viscosidade do líquido.
Cor - Esgoto fresco: ligeiramente cinza.
- Esgoto séptico: de cinza-escuro a preto.
QUADRO 14 – PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DO ESGOTO DOMÉSTICO
UNIDADE 1 | A ÁGUA E SEU TRATAMENTO
30
Odor
- Esgoto fresco: odor oleoso, relativamente desagradável.
- Esgoto séptico: odor fétido (desagradável), devido ao gás 
sulfídrico e a outros gases da decomposição.
- Despejos industriais: odores característicos.
Turbidez
- Causada por uma grande variedade de sólidos em suspensão.
- Esgotos mais frescos ou mais concentrados: geralmente 
apresentam maior turbidez.
Características Químicas
Sólidos Totais
 Em suspensão
 - fixos
 - voláteis
 
Dissolvidos
 Fixos
 - Voláteis
 
Sedimentáveis
Orgânicos e inorgânicos; suspensos e dissolvidos; sedimentáveis.
- Fração dos sólidos orgânicos e inorgânicos que não são filtráveis 
(não dissolvidos).
- Componentes minerais não incineráveis, inertes, dos sólidos em 
suspensão.
- Componentes orgânicos dos sólidos em suspensão.
- Fração dos sólidos orgânicos e inorgânicos filtráveis.
- Componentes orgânicos dos sólidos dissolvidos.
- Fração dos sólidos orgânicos e inorgânicos que sedimenta em 
uma hora no cone Imhoff. Indicação aproximada da sedimentação 
em um tanque de sedimentação.
Matéria 
Orgânica
Determinação 
indireta
DBO5
DQO
DBO última
Determinação 
direta - COT
Mistura heterogênea de diversos compostos orgânicos. Principais 
componentes: proteínas, carboidratos e lipídeos.
- Demanda Bioquímica de Oxigênio. Medida aos 5 dias, após 
incubação a 20°C. Está associada à fração biodegradável dos 
componentes orgânicos carbonáceos. É uma medida do oxigênio 
consumido após 5 dias pelos microrganismos na estabilização 
bioquímica da matéria orgânica.
- Demanda Química de Oxigênio. Representa a quantidadede 
oxigênio requerida para estabilizar quimicamente a matéria 
orgânica carbonácea. Utiliza fortes agentes oxidantes em 
condições ácidas.
- Demanda Última de Oxigênio. Representa o consumo total de 
oxigênio, ao final de vários dias. Requerido pelos microrganismos 
para a estabilização bioquímica da matéria orgânica. 
- Carbono Orgânico Total. É uma medida direta da matéria 
orgânica carbonácea. É determinada através da conversão do 
carbono orgânico a gás carbônico.
Nitrogênio 
Total
Nitrogênio
Orgânico
Amônia
Nitrito 
Nitrato
O nitrogênio total inclui o nitrogênio orgânico, amônia, nitrito e 
nitrato. É um nutriente indispensável para o desenvolvimento dos 
microrganismos no tratamento biológico. O nitrogênio orgânico e 
a amônia compreendem o denominado Nitrogênio Total (NTK).
- Nitrogênio na forma de proteínas, aminoácidos e ureia.
- Produzida como primeiro estágio da decomposição do nitrogênio 
orgânico.
- Estágio final da oxidação da amônia. Praticamente ausente no esgoto 
bruto.
- Produto final da oxidação da amônia. Praticamente ausente no 
esgoto bruto.
TÓPICO 2 | POLUIÇÃO E CONTAMINAÇÃO DAS ÁGUAS
31
Fósforo
 Fósforo 
orgânico
 Fósforo 
inorgânico
O fósforo total existe na forma orgânica e inorgânica. Nutriente 
indispensável no tratamento biológico.
- Combinado à matéria orgânica.
- Ortofosfato e polifosfatos.
pH
Indicador das características ácidas ou básicas do esgoto. Uma 
solução é neutra em pH 7. Os processos de oxidação biológica 
normalmente tendem a reduzir o pH.
Alcalinidade
Indicador da capacidade tampão do meio (resistência às variações 
do pH).
Devida à presença de bicarbonato, carbonato e íon hidroxila (OH-).
Cloretos Provenientes da água de abastecimento e dos dejetos humanos.
Óleos e graxas
Fração da matéria orgânica solúvel em hexanos. Nos esgotos 
domésticos, as fontes são óleos e gorduras utilizados nas comidas, 
esgotos de oficinas mecânicas e de postos de gasolina.
Principais microrganismos presentes nos esgotos
Bactérias
Organismos protistas unicelulares. Apresentam-se em várias 
formas e tamanhos. São os principais responsáveis pela 
estabilização da matéria orgânica. Algumas são patogênicas, 
causando, principalmente, doenças intestinais.
Fungos
Organismos aeróbios, multicelulares, não fotossintéticos, 
heterotróficos. De grande importância na decomposição da 
matéria orgânica. Podem crescer em condições de baixo pH.
Protozoários
Organismos unicelulares sem parede celular. A maioria é 
aeróbia ou facultativa. Alimenta-se de bactérias, algas e outros 
microrganismos. São essenciais no tratamento biológico para a 
manutenção de um equilíbrio entre os diversos grupos. Alguns 
são patogênicos.
Vírus
Organismos parasitas, formados por material genético (DNA ou 
RNA) e uma carapaça proteica. Causam doenças e podem ser de 
difícil remoção no tratamento da água ou do esgoto.
Helmintos
Animais superiores. Ovos de helmintos presentes no esgoto 
podem causar doenças.
FONTE: Telles; Costa (2007, p.3 8-39)
NOTA
Para conhecer mais sobre a poluição das águas, leia Poluição das Águas: 
poluição dos rios. O texto está disponível em: <http://br.geocities.com/econtato/pol_aguas.
html>.
UNIDADE 1 | A ÁGUA E SEU TRATAMENTO
32
LEITURA COMPLEMENTAR
Poluição da água subterrânea
Inúmeras atividades do homem introduzem no meio ambiente 
substâncias ou características físicas que ali não existiam antes, ou que existiam 
em quantidades diferentes. A este processo chamamos de poluição. Assim como 
as atividades desenvolvidas pela humanidade são muito variáveis, também o são 
as formas e níveis de poluição.
Estas mudanças de características do meio físico poderão refletir de 
formas diferentes sobre a biota local, podendo ser prejudicial a algumas espécies 
e não a outras. De qualquer forma, considerando as interdependências das 
várias espécies, estas modificações levam sempre a desequilíbrios ecológicos. 
Resta saber quão intenso é este desequilíbrio e se é possível ser assimilado sem 
consequências catastróficas. Recentemente, a grande imprensa noticiou que, em 
países europeus, o uso intensivo de defensivos agrícolas levou a uma diminuição 
dos microorganismos e insetos do solo a ponto de estar retardando a reciclagem 
das fezes animais.
De modo geral, os depósitos de água subterrânea são bem mais resistentes 
aos processos poluidores dos que os de água superficial, pois a camada de solo 
sobrejacente atua como filtro físico e químico. A facilidade de um poluente atingir 
a água subterrânea dependerá dos seguintes fatores:
a) Tipo de aquífero: 
Os aquíferos freáticos são mais vulneráveis do que os confinados ou 
semiconfinados. Aquíferos porosos são mais resistentes dos que os fissurais e, 
entre estes, os mais vulneráveis são os cársticos.
b) Profundidade do nível estático: (espessura da zona de aeração)
Como esta zona atua como um reator físico-químico, sua espessura tem 
papel importante. Espessuras maiores permitirão maior tempo de filtragem, além 
do que aumentarão o tempo de exposição do poluente aos agentes oxidantes e 
adsorventes presentes na zona de aeração.
c) Permeabilidade da zona de aeração e do aquífero:
A permeabilidade da zona de aeração é fundamental quando se pensa 
em poluição. Uma zona de aeração impermeável ou pouco permeável é uma 
barreira à penetração de poluentes no aquífero. Aquíferos extensos podem estar 
parcialmente recobertos por camadas impermeáveis em algumas áreas, enquanto 
em outras acontece o inverso. Estas áreas de maior permeabilidade atuam como 
zona de recarga e têm uma importância fundamental em seu gerenciamento.
TÓPICO 2 | POLUIÇÃO E CONTAMINAÇÃO DAS ÁGUAS
33
Por outro lado, alta permeabilidade (transmissividade) permite uma 
rápida difusão da poluição. O avanço da mancha poluidora poderá ser acelerado 
pela exploração do aquífero, na medida em que aumenta a velocidade do fluxo 
subterrâneo em direção às áreas em que ocorre a retirada de água. 
No caso de aquíferos litorâneos, a superexploração poderá levar à ruptura 
do frágil equilíbrio existente entre água doce e água salgada, produzindo o que se 
convencionou chamar de intrusão de água salgada.
d) Teor de matéria orgânica existente sobre o solo.
A matéria orgânica tem grande capacidade de adsorver uma gama 
variada de metais pesados e moléculas orgânicas. Estudos realizados no Estado 
do Paraná, onde está muito difundida a técnica do plantio direto, têm mostrado 
que o aumento do teor de matéria orgânica no solo tem sido responsável por 
uma grande diminuição do impacto ambiental da agricultura. Têm diminuído a 
quantidade de nitrato e sedimentos carregados para os cursos d’água. Segundo 
técnicos estaduais, isto tem modificado o próprio aspecto da água da represa de 
Itaipu.
e)Tipo dos óxidos e minerais de argila existentes no solo.
Sabe-se que estes compostos, por suas cargas químicas superficiais, têm 
grande capacidade de reter uma série de elementos e compostos.
Na contaminação de um solo por nitrato, sabe-se que o manejo de 
fertilizantes, com adição de gesso ao solo, facilita a reciclagem do nitrogênio 
pelos vegetais e, consequentemente, a penetração do nitrato no solo é menor. Da 
mesma maneira, a mobilidade dos íons nitratos é muito dependente do balanço 
de cargas. Solos com balanço positivo de cargas suportam mais nitrato. Neste 
particular, é de se notar que, nos solos tropicais, os minerais predominantes são 
óxidos de ferro e alumínio e caolinita, que possuem significativas cargas positivas, 
o que permite interação do tipo íon-íon (interação forte) com uma gama variada 
de produto que devem sua atividade pesticida a grupos moleculares iônicos e 
polares.
Um poluente, após atingir o solo, poderá passar por uma série reações 
químicas, bioquímicas, fotoquímicas e inter-relações físicas com os constituintes 
do solo antes de

Outros materiais