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Utilização de literatura nas aulas de história

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2
INTRODUÇÃO
A literatura desempenha um papel fundamental na compreensão da História e no seu ensino, fornecendo aspectos valiosos sobre a cultura e a sociedade de uma determinada época. Textos literários, como romances, poesias e diversos escritos, refletem frequentemente ideias, valores e preocupações de uma sociedade em um momento específico. Os historiadores podem utilizar a literatura como uma fonte para aprofundar sua compreensão do contexto cultural e social de uma época, bem como para explorar como as narrativas literárias influenciaram e foram influenciadas pelo ambiente histórico.
A associação entre a escrita literária e a história é um tema que tem gerado debates. Enquanto alguns defendem a literatura como um reflexo de seu tempo e, portanto, um testemunho histórico, outros enfatizam a autonomia do autor e de sua obra como formas de arte. No entanto, ambos os pontos de vista confirmam a interconexão entre história e literatura, e de maneira como ambas abordam questões que mobilizam a humanidade em diferentes épocas.
O ensino de história e literatura está intrinsecamente ligado, já que a literatura pode servir como uma janela para o passado, fornecendo visões sobre a cultura, os eventos e as experiências das pessoas em diferentes épocas. Além disso, ambas as disciplinas envolvem métodos de análise crítica e interpretação de narrativas, o que ajuda os alunos a desenvolverem habilidades valiosas de pensamento crítico e análise histórica.
A literatura desafia a distinção entre fato e ficção, levantando questões sobre como a História é construída e interpretada. Os estudantes podem ser desafiados a refletir sobre o papel da imaginação na descoberta do passado. O uso de livros didáticos e literatura em conjunto no ensino pode enriquecer a compreensão dos alunos sobre eventos históricos, culturas e sociedades, promovendo uma abordagem interdisciplinar que incentiva a apreciação da literatura como uma expressão artística que reflete a sociedade e a época em que foi escrita. Como também, destacam-se como ferramentas essenciais para estruturar o processo de ensino e aprendizagem, tornando-se uma fonte de conhecimento definida e um guia para os professores. Podendo, assim, se tornar uma possibilidade de diálogo, ligando e trazendo em seus conteúdos textos literaturas que vão corroborar com o ensino de história. 
Segundo Silva (2012), o livro didático vai além de ser apenas uma referência, pois oferece uma estrutura curricular regular às diretrizes educacionais teórico-políticas e de avaliação educacional. Além disso, é frequentemente contratado na formação contínua dos docentes, como evidenciado pelo aumento da importância dos cadernos de apoio aos professores.
O presente trabalho, irar trazer a temática de possíveis diálogos que existem entre o ensino de história e a literatura. Sendo abordado e explicado, com refecias de diferentes autores, durante os três capítulos, trazendo o ensino de história e literatura, a literatura como uma fonte histórica, os possíveis diálogos que podem ter a história e a literatura no ensino médio e como o livro didático pode se tornar uma ferramenta de ensino, neste assunto.
Durante o decorrer do trabalho, será realizada análises de trabalhos de alguns autores, sobre a temática, a metodologia utilizada, os resultados e discussões, abordados durante a monografia e sua conclusão. 
O ENSINO DE HISTÓRIA E A LITERATURA
O ensino de história envolve o estudo e a compreensão do passado humano, incluindo eventos, pessoas, sociedades e culturas que moldaram o mundo ao longo do tempo. A literatura muitas vezes, reflete o contexto histórico em que foi escrita. Romances, poemas e outras formas de escrita literária frequentemente incorporam eventos, valores culturais e questões sociais do período em que foram produzidos.
O ensino de história e literatura está interligado de várias maneiras, e ambos podem enriquecer a compreensão dos alunos sobre o passado humano, as sociedades e as mudanças ao longo do tempo. A análise crítica de textos literários pode ajudar a contextualizar eventos históricos, enquanto o conhecimento histórico pode aprofundar a compreensão da literatura e de suas influências.
Ensino de História
O ensino de história é uma disciplina fundamental dentro dos sistemas educacionais em todo o mundo. Ele se concentra na exploração e compreensão do passado, permitindo que os alunos analisem e interpretem eventos, tendências e contextos que moldaram a sociedade atual. Além disso, o ensino de história desempenha um papel fundamental na formação da consciência cultural, na promoção do pensamento crítico e na construção da cidadania ativa.
A história e suas ramificações sempre foram tema de debates e estudos durante anos, buscando entendimento de fatos e buscando novas formas que servissem de comprovação para tais acontecimentos. Nesse contexto, Barros faz as seguintes considerações:
O ensino de História pode desempenhar um papel importante na configuração da identidade ao incorporar a reflexão sobre o indivíduo nas suas relações pessoais com o grupo de convívio, suas afetividades, sua participação no coletivo e suas atitudes de compromisso com classes, grupos sociais, culturais, valores e com gerações passadas e futuras. (Barros, 2013, p.5).
Dessa forma, o ensino de história estimula o pensamento crítico, a capacidade de análise de fontes e a habilidade de argumentação, que são habilidades valiosas em diversas áreas da vida. Também permite que os alunos explorem suas próprias identidades culturais e compreendam as diferentes culturas e perspectivas que existem no mundo.
É preciso incorporar outras disciplinas, como geografia, literatura e arte, no ensino de história para fornecer uma compreensão mais abrangente dos eventos históricos, incentivar o uso de fontes primárias, como diários, cartas e documentos históricos, para dar aos alunos uma experiência mais autêntica e envolvente. 
Este ensino vem ganhando novas formas e espaço também. Segundo Barros (2013, p.6) “o ensino de História fornece aos seus alunos a capacidade de compreensão da construção do conhecimento histórico, oferecendo habilidades e competências para o seu aprendizado.”
Situar eventos históricos em seus contextos sociais, culturais, políticos e econômicos para uma compreensão mais profunda. Apresentar uma variedade de perspectivas e vozes na história, incluindo grupos, sub-representações e minorias, para evitar visões e promover a compreensão mútua.
Assim, procura-se entender uma nova forma de ensino em história, havendo uma ampliação dos objetos de estudo, tais como: os problemas, as temáticas e as fontes históricas. Assuntos até então debatidos apenas no ensino de graduação chegam ao Ensino Médio e Fundamental, mediados pela ação pedagógica de professores que não se contentam com a reprodução dos velhos manuais.
De acordo com Barros (2013), o ensino de história pode permitir ao aluno refletir a existência da história crítica e da história interiorizada e viver deliberadamente as especificidades de cada uma delas. Além disso, o estudo de sociedades de outros tempos e lugares pode contribuir para a formação da coletividade do cidadão comum, introduzindo o conhecimento sobre a dimensão do 'outro', de uma 'outra sociedade', 'outros valores e mitos', de diferentes momentos históricos. Dessa forma, Sobanski et al pontuam:
A Educação Histórica se preocupa com a busca de respostas referentes ao desenvolvimento do pensamento histórico e a formação da consciência histórica de crianças e jovens. Essa perspectiva parte do entendimento de que a História é uma ciência particular, que não se limita a compreender a explicação e a narrativa sobre o passado, mas possui uma natureza multiperspectivada, ou seja, contempla as múltiplas temporalidades pautadas nas experiências históricas desses sujeitos. Parte, também, dos referenciais epistemológicos da ciência da História como orientadores e organizadores teórico-metodológicos da investigação histórica (Sobanski et al, 2010, p. 10-11).
Em vezde se concentrar apenas nos eventos e figuras proeminentes do passado, o ensino de história vai analisar aspectos mais amplos e abrangentes da sociedade, incluindo o cotidiano das pessoas, as mentalidades, as estruturas sociais e culturais. Isso resultou em uma visão mais holística da história, onde os historiadores exploram conexões mais profundas entre diferentes áreas do conhecimento, incluindo a literatura.
A literatura desempenha um papel importante na História e em seu ensino, pois pode fornecer aspectos importantes sobre a cultura e a sociedade de uma época. Textos literários, como romances, poesias e escritos diversos, muitas vezes refletem as ideias, valores e preocupações de uma sociedade em um determinado período. Os historiadores podem usar a literatura como fonte para entender o contexto cultural e social de uma época específica, bem como para explorar como as narrativas literárias influenciaram e foram influenciadas pelo ambiente histórico. Nesse contexto, Litz observa que:
A História vem se integrando e interagindo com outras Ciências, como a Sociologia, a Antropologia, a Filosofia, as Artes, a Literatura e a Psicologia, abrindo caminhos para a interdisciplinaridade, sem deixar de atentar para as especificidades do trabalho do historiador. Essa aproximação, sem dúvida, serviu para que o conhecimento se tornasse mais dinâmico e inovador. Porém, ainda são poucas as iniciativas em que o uso do objeto iconográfico é estudado como uma unidade em si, como um documento ou uma fonte histórica, reflexo do período em que foi produzido, como a forma privilegiada que, como ferramenta, pode ser adotado de forma complementar no ensino sobre a história. (Litz, 2009, p.14).
A partir disso, é notório entender que a literatura se torna uma importante ferramenta de pesquisa e de exemplos para a história em seu ensino, desde o ensino fundamental até o médio, ajudando a entender, facilitando a compreensão de assuntos e períodos específicos. 
Ensino da Literatura
A literatura é uma forma de expressão artística que tem sido uma parte fundamental da cultura humana ao longo da história. Ela engloba uma ampla variedade de gêneros e estilos que refletem a criatividade, a experiência humana e a capacidade de comunicação. A literatura é um meio de contar histórias, explorar ideias, transmitir emoções e provocar reflexões, tornando-se uma parte vital da nossa herança cultural.
Ela tem raízes antigas e evoluiu ao longo dos séculos. Ela começou com mitos, lendas e narrativas orais que transmitem a história, a moral e a cultura de uma sociedade. Com o tempo, a escrita se desenvolveu, permitindo a criação de textos mais modificados e a preservação das histórias. Civilizações antigas, como a grega e a romana, produziram epopeias e tragédias que influenciaram a literatura ocidental.
A definição de literatura pode variar dependendo do contexto, mas geralmente pode ser descrita como a arte de criar, escrever ou contar histórias através do uso da linguagem. Ela vai além da mera comunicação e busca evocar respostas emocionais e intelectuais do leitor ou espectador. A literatura utiliza palavras de maneira criativa, muitas vezes empregando simbolismo, metáforas e outros dispositivos literários para transmitir significados profundos.
 A maioria das obras literárias inclui uma narrativa ou uma história. Essas histórias são fictícias, baseadas em fatos ou uma combinação de ambos. Muitas obras literárias documentam eventos históricos e sociais, ajudando a preservar a história e as memórias culturais. Uma literatura proporciona entretenimento e provoca emoções.
O uso das obras literárias como uma linguagem alternativa no ensino de história representa as minúcias de uma sociedade, sua leitura pode assumir o papel de uma narrativa histórica, e o mais interessante, podemos abordar as distintas interpretações quando vinculamos ao seu contexto histórico, observando o confronto dos dois tempos, aquele no qual a obra foi escrita e o contexto que se insere o leitor. (Soares, 2011, p. 3).
Através da literatura, as pessoas podem explorar diferentes perspectivas, experiências e culturas. Também desempenha uma função educacional. Ela apresenta questões morais, sociais e filosóficas que levam os leitores a refletirem sobre o mundo ao seu redor. Além disso, a literatura muitas vezes promove o desenvolvimento da empatia, permitindo que os leitores se identifiquem com personagens e situações diversas.
Ela é uma parte essencial da cultura e da experiência humana. Oferece uma janela para a complexidade do mundo e da psicologia humana, bem como uma plataforma para a expressão artística e social. À medida que a sociedade evolui, a literatura continua a evoluir e a desempenhar um papel vital na compreensão do mundo e de nós mesmos. Este artigo fornece uma visão geral abrangente da literatura, sua evolução e seu impacto na sociedade, destacando sua importância contínua em nosso mundo em constante mudança. É válido salientar que Mallard et al, fazem as seguintes observações nesse contexto discutido:
O texto literário como documento da história ou a história como contexto que atribui significado ao texto literário são caminhos que podem colidir no congestionamento da mão única por onde enveredam. Neste sentido, reflexo, expressão, testemunho, articulação, influência e termos similares são o léxico que costuma vincular o texto literário ao que há de coletivo e social para aquém e para além de suas páginas. Aliás, a escolha de um ou de outro termo já implica não só menor ou maior grau do entrelaçamento postulado entre literatura e história, como também e sobretudo o modo como se postula tal entrelaçamento (Mallard et. al, 1995, p. 21).
A associação entre a escrita literária e a história é crucial, já que a escrita literária é intrinsecamente subjetiva, tornando-a mais cativante e frequentemente dinâmica ao relatar eventos históricos. Essas narrativas podem ser uma ferramenta útil para os professores tornarem a sala de aula mais interativa, introduzindo novos conceitos sobre um tópico familiar por meio de narrativas literárias. Isso permite abordar o ensino de forma mais envolvente e atraente para os estudantes, utilizando projetos e seminários que relacionam obras literárias como fontes históricas, narrando as experiências de personagens e os contextos de eventos significativos. Isso chama a atenção dos alunos e simplifica o processo de aprendizagem por meio dessa abordagem inovadora.
De forma mais limitada, outros historiadores que usam da literatura como fonte deixam em segundo plano a autonomia do autor e de sua obra enquanto arte. Segundo os autores, para a História Social, a literatura é um reflexo do seu tempo, representando, portanto, a relação que o autor tem com a sua sociedade. Nas palavras dos pesquisadores “[...]a literatura é, enfim, testemunho histórico” (Chalhoub; Pereira, 1998, p. 7).
Assim como a música, poesia, obras de arte e outras fontes, que são muito interessantes para serem usados dentro das salas de aula, como um suporte e exemplos viáveis para o ensino de história, obtendo um melhor aproveitamento das aulas, o uso da literatura não é diferente, o ensino de história tem aspectos em comum, fazendo com que seja uma peça fundamental em seu estudo na interdisciplinaridade com os alunos. Pode ser usada como referência e em comparações que possibilitem uma abordagem representativa para o historiador. A respeito de explicar a realidade em aspectos temporais, Pesavento traz importantes considerações:
Ambas são formas de explicar o presente, inventar o passado, imaginar o futuro. Valem-se de estratégias retóricas, estetizando em narrativas os fatos dos quais se propõem falar. São ambas formas de representar inquietude e questões que mobilizam em cada época de sua história, e, nesta medida, possui um público destinatário e leitor. Isso tudo diz respeito às aproximações que unem a história e a literatura” (Pesavento, 2003, p. 46).
Conforme Soares (2011) observa, a literatura desempenha um papel fundamental ao desafiar o leitora perceber o contraste entre diferentes períodos temporais e o contexto histórico que os unem e os separam. Esse exercício de compreender a relação entre tempos diferentes possibilita uma análise mais aprofundada do assunto em questão. É crucial destacar que a utilização da literatura pretende despertar o interesse dos alunos pela leitura, ao mesmo tempo, em que contribui para o desenvolvimento de sua identidade como leitores, respeitando as particularidades de sua própria época, e nesse contexto, Mortatti menciona que: 
O ensino da literatura é um momento didático-pedagógico do ensino escolar formal, intencional e organizado, que, por sua vez, integra o processo de formação (integral), com a finalidade de contribuir para o processo de emancipação humana. Assim, na expressão “ensino da literatura”, tem-se, simultaneamente, a indicação de objeto de ensino escolar e de um momento específico de ensino e aprendizagem, que integra o processo educativo e que se refere ao lugar e à contribuição da literatura para a educação, por meio do ensino (Mortatti, 2014, p. 29).
A Literatura é fundamental para o ensino de história, um dos motivos é justamente seu uso como fonte histórica, podendo, assim, ser usada para exemplificações e trazer um olhar mais literal e cotidiano de diversas situações. O ensino de história e literatura está interligado, pois a literatura pode servir como uma janela para o passado, fornecendo percepções sobre a cultura, os eventos e as experiências das pessoas em diferentes épocas. Além disso, ambas as disciplinas contêm métodos de análise crítica e interpretação de narrativas, o que ajuda os alunos a desenvolverem habilidades valiosas de pensamento crítico e análise histórica.
2. O USO DA LITERATURA COMO FONTE HISTÓRICA 
A partir do século XX, houve uma ampliação no uso e na apreciação de diversas fontes, para além dos documentos, em diversas áreas do conhecimento, incluindo História, Linguística e Antropologia, que se tornaram mais interligadas. Este capítulo busca explorar como as fontes históricas adquiriram novas manifestações e significados cruciais para a pesquisa científica. Tendo como uma dessas fontes, o uso da literatura.
A literatura, quando usada como fonte histórica, pode fornecer fatos importantes sobre a cultura, a sociedade e a reflexão de uma determinada época. No entanto, é importante ter em mente que a literatura não é uma fonte objetiva, como documentos oficiais ou registros históricos, e, portanto, requer uma abordagem crítica.
2. Fontes históricas 
Segundo Barros (2013) as” fontes “ou” documentos históricos “são os textos escritos de todos os tipos, como também o são as fotografias, os objetos de cultura material ou quaisquer outros conteúdos e materiais que os historiadores utilizem como vestígios para apreender a história um dia vivido e para, concomitantemente, escreverem a História no outro sentido, o de produto de um campo de saber. Dessa forma, Assunção apresenta de uma forma mais clara, esse conceito:
‘Fonte Histórica’ é tudo aquilo que, por ter sido produzido pelos seres humanos ou por trazer vestígios de suas ações e interferências, pode nos proporcionar um acesso significativo à compreensão do passado humano e de seus desdobramentos no Presente. As fontes históricas são as marcas da história. (Assunção, 2019, p.1).
Um grande passo e avanço para a história começou a se desenvolver no século XIX, com o surgimento da escola metódica, onde está começou a dar um enfoque maior nas ciências e em suas comprovações, trazendo esses pontos significativos para os estudos históricos, que tornaram o método como algo importante em suas pesquisas. Tendo como um dos objetivos deixar mais de lado a filosofia e a teologia, focando os estudos no cientificismo. 
A escola metódica quer impor uma investigação cientifica, afastando qualquer especulação filosófica e visando a objetividade absoluta no domínio da história; pensa em atingir os seus fins aplicando técnicas rigorosas respeitantes ao inventário das fontes, à crítica dos documentos, à organização das tarefas na profissão. (Bourdè; Martin, 1990, p.97).
Outro aspecto que ganhou mais importância nesse século a partir dos avanços feitos pelo estudo do método e da história, no qual pode ser citado, é o documento, que traz aos fatos abordados uma veracidade, que se tratando de fontes históricas, é importantíssima. “A história se faz com documentos. [...] nada supre os documentos. Onde não há documentos, não há história” (Langlois; Seignobos, 1946, p. 184).
É indispensável o uso de documentos que comprovem a veracidade do assunto estudado no ensino de história, sendo trabalhado com os alunos, algumas tipos de fontes, fazendo com que possam ter percepções diferentes do mesmo assunto e instigá-los a uma procura e discussões a respeito do que está sendo visto. Mostrando probabilidades, circunstâncias diferentes e incongruências, deixando de lado os ceticismos, de maneira a desenvolver neles um gosto para a pesquisa. Nesse contexto, Schmidt e Cainelli pontuam:
Uma nova concepção de documento histórico implica, necessariamente, repensar seu uso em sala de aula, já que sua utilização hoje é indispensável como fundamento do método de ensino, principalmente porque permite o diálogo do aluno com realidades passadas e desenvolve o sentido da análise histórica. O contato com as fontes históricas facilita a familiarização do aluno com formas de representação das realidades do passado e do presente, habituando-o a associar o conceito histórico à análise que o origina e fortalecendo sua capacidade de raciocinar baseado em uma situação dada (Schmidt; Cainelli, 2009, p. 94).
Como destaca Martins (2015), as fontes históricas são indispensáveis ​​para o historiador, uma vez que fornecem visões valiosos sobre a vida e a cultura de diferentes povos ao longo da história. Essas fontes, por si só, são testemunhos do passado e servem como janelas que nos permitem observar as realidades de épocas passadas. Portanto, a análise de documentos textuais, vestígios destruídos, representações pictóricas e registros orais é fundamental para a construção do conhecimento histórico. Cada tipo de fonte histórica oferece perspectivas únicas e complementares, permitindo aos historiadores, uma visão mais completa e precisa do passado. 
2. . A literatura como fonte histórica servindo como um possível diálogo entre o ensino de história
A missão do historiador seria então a de compreender o autor/obra em um contexto social específico: assim, qualquer obra literária é evidência histórica objetivamente determinada. A literatura, no entanto, para alguns historiadores, é tida como um produto que é atrativo e traz mais preocupação com aquilo que poderia ou deveria ser a ordem das coisas, mas do que com seu estado mais real, sendo o que a história nos mostra.
A literatura desempenha um papel significativo na representação de acontecimentos históricos e culturais, oferecendo uma forma de documentação que captura a essência de um período ou tempo específico. No entanto, é importante ter em mente que uma literatura respeita a subjetividade do historiador, ou seja, ela não é uma mera ficção, mas pode apresentar uma visão romantizada dos fatos para torná-los mais atraentes para o leitor. Dessa forma, Martins considera:
Enquanto a história é investigativa e pode ser compreendida por diversos ângulos, onde está em evidenciar a visão de quem descreve, isso cheio de valores sociais e culturais. A literatura, mesmo que esses valores também estejam presentes, ela não tem o papel investigativo, mas sim, narrativo, descritivo, escreve os fatos ocorridos como foram revelados. A literatura é influenciada pela história e dessa forma caminham juntas, trabalhando com o processo de construção da mentalidade de um povo em determinada época e lugar. Pois como fruto cultural, sofre influência e influência. (Martins, 2015, p. 2).
Essa abordagem permite que a história seja mais acessível e próxima das pessoas, já que a literatura tem o poder de evocar emoções e criar conexõesemocionais com os eventos e personagens do passado. Portanto, a relação entre história e literatura é uma maneira eficaz de tornar a narrativa histórica mais cativante e compreensível para um público mais amplo, mantendo, ao mesmo tempo, a integridade dos fatos históricos.
A literatura é, no caso, um discurso privilegiado de acesso ao imaginário das diferentes épocas. Mas o que vemos hoje, nesta nossa contemporaneidade, são historiadores que trabalham com o imaginário e que discutem não só o uso da literatura como acesso privilegiado ao passado, logo, tomando o não-acontecido para recuperar o que aconteceu. (Pesavento 2006).
Introduzir aos estudantes a conexão entre história e literatura proporciona a oportunidade de explorar as funções distintas do historiador e do autor de uma obra literária. Este contraste muitas vezes pode ser confuso para os alunos. Ao evidenciar essas diferenças, que se manifestam principalmente na escrita e na abordagem dos eventos e contextos, estamos preparando-os para lidar com textos históricos e literários de forma mais eficaz, capacitando-os a distinguir entre os dois tipos de textos. A respeito da conexão entre história e literatura, Pesavento faz as seguintes considerações:
[...]são outras as questões que articulam o debate, que aproximam e entrecruzarn as narrativas histórica e literária, entendendo-as como discursos que respondem às indagações dos homens sobre o mundo, em todas as épocas. Narrativas que respondem às perguntas, expectativas, desejos e temores sobre a realidade, a História e a Literatura oferecem o mundo como texto” (Pesavento, 2006, p. 32).
Sendo assim, é possível notar a importância que a literatura pode alcançar, não apenas nas salas de aula, e sim na formação do imaginário das pessoas referentes a assuntos abordados por ela. A literatura é referências em novela, filmes, contos, peças, dentre outros espetáculos da dramaturgia. Também é peça importante para a construção historiográfica. 
A literatura tem encontrado um espaço cada vez mais significativo nos métodos de ensino e pesquisa, adotados como um recurso dinâmico e interdisciplinar em sala de aula. Nos últimos anos, os historiadores têm valorizado a literatura como uma fonte rica em detalhes sociais e culturais, oferecendo uma visão única das experiências de homens e mulheres em diversas épocas e situações por meio das obras literárias.
No entanto, ao optar por utilizar a Literatura enquanto fonte, o historiador deve tomar os mesmos cuidados que toma ao lidar com todas as categorias de fontes históricas, sendo necessário que se volte para ela de maneira adequada, e compreenda que um livro é expressão tanto de um autor quanto de sua época e de seus leitores, essa literatura estará cheia da forma como essas questões são tratadas. (Martins,2015, p, 10)
O estudo da literatura permite explorar o imaginário humano e descobrir aspectos que outras fontes talvez não revelem. Isso ocorre porque a literatura oferece uma perspectiva única e subjetiva dos eventos e das vidas das pessoas, permitindo aos estudantes e pesquisadores uma compreensão mais profunda e enriquecedora do passado e do presente. Portanto, a literatura complementa e enriquece o estudo histórico de maneiras que outras fontes não fornecem. Nesse contexto, Alves complementa:
É sobretudo importante reconhecer que os textos literários utilizam a linguagem e a ideologia (que talvez não sejam realidades diferentes) para um fim inédito: arrancando-as de certa maneira a si mesmas, dão-lhe finalidade diferente, pondo-as ao serviço duma realização que pertence ao domínio literário (Alves, 1971. p. 55).
Ao utilizar a literatura como fonte, é viável a que comece alguns questionários para compreender o público que o autor quer atingir e o que ele espera com sua escrita, atingindo pontos relevantes e pertinentes no seu meio social e intelectual. Assim como os demais documentos, é importante haver alguns questionamos dentro do seu trabalho, levando o historiador a fazer perguntas e trabalhar em junção dela, observando os aspectos sociais e culturais que ela apresenta, para comprovar sua eficácia como uma fonte documental e imprescindível para o tempo em que está situada, visto que a literatura não só colocar a presença das coisas, estaria também a interrogar essa presença, ou seja, colocá-la em questão que lhe dará força. 
Tanto a narração literária quanto a historiográfica pressupõe um processo e estratégias de organização da realidade, uma procura de uma coerência imaginada baseada na descoberta de laços e nexos, de relações e conexões entre os dados fornecidos pelo passado. Essa coerência – imaginada, fictícia – depende, claro, parcialmente, dos próprios dados, mas também da plausibilidade de uma significação possível, imaginada pelo escritor/historiador de tal maneira que o leitor possa reconstrui-la (SANTOS, 2007, p.6).
Um escritor que ressalta o uso das fontes literárias no ensino de história é Peter Lee, tratando como literacia histórica, que cabe ser compreendida como uma forma de ler o mundo. A literacia histórica considera as experiências cotidianas do aluno, contudo supera o senso comum, contribuindo no desenvolvimento de uma consciência histórica, de uma postura crítica que o faça intervir na realidade (Lee, 2006, p.135). 
De acordo Morais (2017), a literatura pode ser usada como fonte histórica, mas o historiador precisa perceber na obra, um material literário que possa fornecer um bom embasamento, juntamente com as fontes históricas. Em meio à revolução em relação ao uso da literatura como fonte de pesquisa, percebe-se que a escrita dela também serviu como fonte de pesquisa, e ambas as reuniões do mesmo interesse, que seria narrar acontecimentos. Ferreira assevera que qualquer assunto escolhido pelo historiador na área da literatura será exigido além dos métodos. A respeito da relação complementar entre ambas as áreas tratadas no presente estudo, Morais pontua:
A literatura pode e deve ser utilizada pelos historiadores como documento, pois ambas são narrativas, mas o historiador precisa relacionar o material pesquisado com outras fontes que permitam contextualização deles. E assim a história e a literatura vão se misturando e dando sentido a acontecimentos passados (Morais, 2017, p, 103).
Segundo Borges (2010), a Literatura, seja na forma de crônica, conto ou romance, é uma configuração poética do real que incorpora elementos imaginários, desempenhando um papel significativo como uma fonte especial na história cultural de uma sociedade. 
Tornando-se, assim, um diálogo importante entre o ensino de história e a literatura, pois, a partir dos assuntos vistos e abordados pela sociedade, pode gerar fontes importantes e serem usadas nos estudos históricos e na escola. 
1. O DIÁLOGO ENTRE O ENSINO DE HISTÓRIA E A LITERATURA NO ENSINO MÉDIO.
A literatura muitas vezes serve como um meio poderoso para a construção de narrativas históricas. Autores muitas vezes utilizam contextos históricos como pano de fundo para suas histórias, e isso permite que os leitores se envolvam com o passado de uma maneira mais emocional e envolvente. 
Há algumas diferenças existentes entre os discursos literários e históricos, onde cada um apresenta séries, domínio e um processo discursivo específico, cada qual reporta a sociedade trazendo os mesmos pontos de maneiras distintas. Sendo mais específicos à consciência estética, em aspectos sociais e científicos. Ficando ainda mais evidente na maneira em que se observa e que se faz a leitura. Existe uma diferença entre as mesmas, mais também uma inter-relação entre elas que fazem com que possam ser usadas para os mesmos trabalhos
Em ambos os discursos existem relações entre os sistemas ideológicos construídos na prática cotidiana. Mas cada qual um com a sua especificidade. Ou seja, a história pode trabalhar com o cotidiano de uma forma mais atrativa, uma forma de artes, também mostrando suas mudanças.
3. As possibilidades de diálogos existentes no ensino médio entre a história e a literaturaO ensino de história pode servir como contexto valioso para a compreensão da literatura. Ao explorar o contexto histórico de uma obra, os alunos podem obter percepções mais profundos sobre o significado e as motivações dos personagens e eventos na narrativa.
A literatura reflete a cultura e a sociedade de sua época, tornando-se uma fonte valiosa para estudiosos de História. É possível analisar como a literatura retrata questões culturais e sociais do período em que foi escrita, destacando como ela reflete os valores, normas e ideologias da época. Oferecer múltiplas perspectivas sobre eventos históricos e personagens, muitas vezes contraditórias. Isso proporciona uma oportunidade para os estudantes desenvolverem habilidades críticas de análise e interpretação. 
Segundo Ramos (2003), quando a literatura é inserida no ensino como uma fonte histórica ou documental, é importante haver uma relação com outras fontes do mesmo contexto. Podendo fazer com que seja observado diferentes visões da época e da sociedade estudada e como cada autor se reporta a fatos e com definições singulares e objetivas. Fazendo com que haja uma interdisciplinaridade, tão fundamental para o entendimento do aluno e uma forma do professor inerir meios dinâmicos para as aulas. Entretanto, não se trata de simplificar a análise histórica, mas sim de complexificá-la, a enriquecer seu rigor metodológico através da aceitação de seu papel literário e, simultaneamente, do valor da literatura como fonte complementar, e de forma complementar, Ferreira observa: 
Nas últimas décadas os textos literários passaram a ser vistos pelos historiadores como materiais propícios a múltiplas leituras, especialmente por sua riqueza de significados para o entendimento do universo cultural, dos valores sociais e das experiências subjetivas de homens e mulheres no tempo (Ferreira, 2012, p. 61).
A literatura desafia a distinção entre fato e ficção, levantando questões sobre como a História é construída e interpretada. Os estudantes podem ser desafiados a refletir sobre o papel da imaginação na descoberta do passado. 
A literatura está em toda parte, os literatos também são homens comuns e pagam um tributo a essa humanidade. E a vida, a vida humana, que é de interesse permanente para o historiador e igualmente para o produtor de literatura, está, portanto, na mira dos estudiosos das relações entre história e literatura. (Queiroz,2006, p.88).
De acordo com Morais (2017), a relação entre a história e a literatura era considerada inviável por muito tempo, porque a literatura era geralmente vista apenas como uma forma de entretenimento e, portanto, não era aceita como uma fonte legítima para pesquisa historiográfica. A crítica predominante em relação ao uso da literatura na história se baseava na percepção de que a literatura era principalmente uma expressão das emoções e frustrações humanas, sem um compromisso específico com a representação do real. No entanto, é possível estabelecer uma conexão entre história e literatura, uma vez que ambas se relacionam com a linguagem e estão intrinsecamente ligadas a contextos históricos específicos.
Com isso, é possível notar as grandes semelhanças que podem existir no campo da literatura e história, sendo interessante realizar diálogos entre eles, para ajudar o aluno a desenvolver melhor aprendizagem e interesse por ambas as matérias.
O diálogo entre história e literatura no Ensino Médio é uma maneira enriquecedora de abordar ambos os assuntos, pois permite aos alunos explorarem conexões específicas entre essas disciplinas e desenvolver uma compreensão mais profunda de eventos históricos, sociais e culturais. A respeito dos benefícios do diálogo entre história e literatura, Soares agrega o seguinte argumento:
O uso das obras literárias como uma linguagem alternativa no ensino de história representa as minúcias de uma sociedade, sua leitura pode assumir o papel de uma narrativa histórica, e o mais interessante, podemos abordar as distintas interpretações quando vinculamos ao seu contexto histórico, observando o confronto dos dois tempos, aquele no qual a obra foi escrita e o contexto que se insere o leitor. (Soares, ,2011, p. 3).
Possibilita, assim, que haja possíveis diálogos com projetos interdisciplinares, contextualização de obras literárias e estudos das biografias dos autores, como também, fazer estudos mais aprofundados sobre os movimentos literários e em quais épocas eles aconteceram. E esse diálogo se encontra com maior ênfase no Ensino Médio, devido ao contato maior que a literatura desempenha nesta fase. Por esse motivo, essas contribuições se tornam mais interessantes sendo abordadas nesta fase.
Como Soares (2011) comenta, a literatura age como um meio de instigar o leitor a perceber esse confronto de tempos e o contexto histórico que se iguala e divergem um do outro, e com isso fazer associações temporais, ocorrendo um melhor estudo do assunto. É importante ressaltar que o uso da literatura procura despertar no alunado, o interesse pela leitura, e ainda, ajuda em sua individualidade como leitor, respeitando as particularidades do seu tempo.
3. O livro didático sendo usado como um possível diálogo entre a história e a literatura 
Quando buscamos falar do livro didático, temos ciência que esse objeto utilizado em sala de aula já foi objeto de estudo de inúmeros trabalhos, e como pode ser abordado por diferentes visões em aspectos diferentes, tanto como método de ensino em seu uso cotidiano em sala de aula, ou com a sua formulação e função apresenta, tanto para o educador quanto para o educando. A importância e complexidade do uso do livro didático, não pode ser subestimada, e com os livros didáticos de história não cabe ser diferente. 
A função do livro didático é, segundo Gedda (2012), estruturar o projeto político pedagógico na escola e, ao mesmo tempo, auxiliar o professor na exposição de conteúdos e atividades que proporcionam maior facilidade na aprendizagem dos estudantes. Assim, os livros didáticos não são apenas considerados como uma metodologia de ensino, mas também como material pedagógico de auxílio ao professor. Entretanto, note-se que os livros didáticos assumem a responsabilidade de estruturar as aulas. Nesse contexto, Gedda nota um ponto importante:
Contudo, o livro didático se diferencia do livro comum por ser dirigido a um público específico, ou seja, cativo, é de consumo obrigatório. Sendo seu público diferenciado, torna-se um produto mercadológico, resultado do trabalho elaborado entre editoras, autores e os demais que obedecem às leis de mercado. Por ser identificado como material impresso para fins escolares, apresenta características específicas. (Gedda, 2012, p.34).
De acordo com Lajolo (1996), nos últimos anos, o livro didático tem fortalecido um papel de grande relevância, na prática de ensino no Brasil. Isso se torna particularmente evidente em países como o Brasil, onde a educação enfrenta desafios significativos. O livro didático acaba desempenhando um papel crucial na definição dos conteúdos a serem ensinados e na determinação das estratégias de ensino, influenciando de maneira substancial tanto o que é ensinado quanto como é ensinado. “O livro didático constitui um elo importante na corrente do discurso da competência: é o lugar do saber definido, pronto, acabado, correto e, dessa forma, fonte única de referência e contrapartida dos erros das experiências de vida.” (Vesentini, 1998, p.166).
É importante ressaltar que as discussões sobre os novos paradigmas da história não se limitam aos muros acadêmicos, há uma séria preocupação nos educadores da área em levar para sala de aula novos documentos além do livro didático, para possibilitar ao alunado uma compreensão mais abrangente dos conteúdos. (Soares, 2011, p. 2).
O ensino de história com literatura busca mostrar aos alunos que muitos dos acontecimentos abordados no livro didático servem para representar certos momentos históricos que resultaram em inquietações, e muitas das quais foram deixadas nasescritas literárias. Essas representações ressaltam que as mudanças dentro de diferentes aspectos sociais são registradas pelas obras literárias. Mostrando, assim, a relevância que tem no trabalho do outro. Tanto a literatura se insere em aspectos das histórias como está se faz vice-versa. A respeito dos desafios de literatura pontuam que:
Alguns dos grandes desafios para o ensino de literatura, nos diferentes níveis educacionais do país, referem-se à influência eurocêntrica do livro didático e à seleção literária de recomendação para o trabalho cotidiano em sala de aula. Dessa maneira, parte do ensino médio tende a ser preenchido com referências quase que exclusivas à história da literatura portuguesa, através do oferecimento de poéticas medievais, como fundamento de origem da produção brasileira. (Oliveira, A. V; Santos, L. S. C; Kuabarata, S. Y, 2016, p.163).
Como o ensino sobre a literatura começa no primeiro ano do Ensino Médio e os primeiros assuntos são voltados à Europa, que faz os estudantes a estranharem estudantes, estranharem visto que pode ocorrer um nível maior de dificuldades, um assim é muito mais interessante e indispensável, outra área fazer pontes e alusões sobre a temática, contribuindo para seu desenvolvimento. A respeito dos novos paradigmas da história, Soares pontua:
É importante ressaltar que as discussões sobre os novos paradigmas da história não se limitam aos muros acadêmicos, há uma séria preocupação nos educadores da área em levar para sala de aula novos documentos além do livro didático, para possibilitar ao alunado uma compreensão mais abrangente dos conteúdos. (Soares, 2011, p. 2).
Além de ser uma peça fundamental para o desenvolvimento da metodologia da pesquisa e sua principal fonte, o livro didático traz aspectos específicos sobre assuntos numa grande interface. O uso de livros didáticos como meio de diálogo entre a história e a literatura é uma abordagem educacional eficaz que pode enriquecer a compreensão dos alunos sobre eventos históricos, culturas e sociedades.
Os livros didáticos podem fornecer informações históricas que servem como pano de fundo para obras literárias. Também podem ser uma fonte de debate e análise críticas, incluindo muitas vezes documentos históricos, cartas e testemunhos que podem ser usados ​​como fontes primárias.
Os livros didáticos e a literatura podem ser usados ​​em conjunto para enriquecer o entendimento dos alunos sobre a história e a cultura de uma determinada época. Essa abordagem interdisciplinar promove uma compreensão mais profunda e contextualizada dos eventos históricos, ao mesmo tempo, em que incentiva a apreciação da literatura como uma expressão artística que reflete a sociedade e a época em que foi escrita.

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