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TA B + D I A G N Ó S T I C O S D I F E R E N C I A I S & I N T O X I C A Ç Ã O P O R L Í T I O Monitoria 8°p – Khilver Doanne TAB E TRANSTORNOS RELACIONADOS Segundo o DSM-5, incluem: 1. Transtorno bipolar tipo I; 2. Transtorno bipolar tipo II; 3. Transtorno ciclotímico; Monitoria 8°p – Khilver Doanne OBS.!!! Vamos combinar algo em comum à TODAS AS DOENÇAS PSIQUIÁTRICAS, não desse MARC, mas de todos os que virão segundo os critérios do DSM-V?!? Para ser classificada como um transtorno mental, a patologia deve SEMPRE: Ñ SER EXPLICÁVEL por uso de alguma substância, ou outra condição médica! DEVEM SEMPRE causar sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social / profissional e/ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo! Ñ É EXPLICÁVEL por outro transtorno mental! ESTES CRITÉRIOS FAZEM PARTE DE TODAS! Monitoria 8°p – Khilver Doanne TRANSTORNO BIPOLAR TIPO I Critérios diagnósticos do transtorno bipolar tipo I: 1. Presença de um episódio maníaco; Como definir um ep maníaco então? Período de humor anormal e persistentemente elevado, expansivo ou irritável e aumento anormal e persistente da atividade dirigida a objetivos ou da energia, com duração mínima de uma semana e presente na maior parte do dia, quase todos os dias. . . Mas exatamente o quê nesse período de perturbação do humor e aumento de energia ou atividade estão notavelmente presentes? PELO MENOS, 3 ou + dos seguintes aspectos: Monitoria 8°p – Khilver Doanne Critérios diagnósticos do transtorno bipolar tipo I: PELO MENOS, 3 ou + dos seguintes aspectos: Monitoria 8°p – Khilver Doanne TRANSTORNO BIPOLAR TIPO I Critérios diagnósticos do transtorno bipolar tipo I: + os critérios gerais de TODO TRANSTORNO MENTAL observados no 3° slide! Ok, mas não pode haver hipomania ou episódio depressivo maior aqui? SIM! A hipomania / episódio depressivo pode preceder ou ocorrer de forma seguida à mania! HIPOMANIA 1. Período distinto de humor anormal e persistentemente elevado, expansivo ou irritável e aumento anormal e persistente da atividade ou energia, com duração mínima de quatro dias consecutivos e presente na maior parte do dia, quase todos os dias. Monitoria 8°p – Khilver Doanne TRANSTORNO BIPOLAR TIPO I Critérios diagnósticos do transtorno bipolar tipo I: HIPOMANIA Há a presença de 3 ou + de: O episódio está associado a uma mudança clara no funcionamento que não é característica do indivíduo quando assintomático e é observável por outras pessoas Monitoria 8°p – Khilver Doanne TRANSTORNO BIPOLAR TIPO I Critérios diagnósticos do transtorno bipolar tipo I: EPISÓDIO DEPRESSIVO MAIOR 1. Cinco ou + dos seguintes sintomas presentes durante duas semanas representando mudança em relação ao funcionamento anterior onde pelo menos um dos sintomas é humor deprimido ou perda de interesse ou prazer: Monitoria 8°p – Khilver Doanne TRANSTORNO BIPOLAR TIPO I Critérios diagnósticos do transtorno bipolar tipo I: EPISÓDIO DEPRESSIVO MAIOR 1. Cinco ou + dos seguintes sintomas presentes durante duas semanas representando mudança em relação ao funcionamento anterior onde pelo menos um dos sintomas é humor deprimido ou perda de interesse ou prazer: Monitoria 8°p – Khilver Doanne TRANSTORNO BIPOLAR TIPO I Critérios diagnósticos do transtorno bipolar tipo I: RESUMINDO . . . Para fechar diagnóstico de TAB tipo I, é necessário preencher critérios para um episódio maníaco APENAS! A hipomania e depressão maior (episódios de um ou ambos) costumam estar presentes mas não são OBRIGATÓRIOS para seu diagnóstico ok? Monitoria 8°p – Khilver Doanne TRANSTORNO BIPOLAR TIPO I Critérios diagnósticos do transtorno bipolar tipo II: - DEVE HAVER hipomania + ep depressivo maior! HIPOMANIA 1. Presença de um período distinto de humor anormal e persistentemente elevado, expansivo ou irritável e aumento anormal e persistente da atividade ou energia, com duração de pelo menos quatro dias consecutivos e presente na maior parte do dia, quase todos os dias; Durante este período, há presença de 3 ou + de: Monitoria 8°p – Khilver Doanne TRANSTORNO BIPOLAR TIPO II Critérios diagnósticos do transtorno bipolar tipo II: HIPOMANIA Durante este período, há presença de 3 ou + de: 2. O episódio está associado a uma mudança clara no funcionamento que não é característica do indivíduo quando assintomático; Monitoria 8°p – Khilver Doanne TRANSTORNO BIPOLAR TIPO II Critérios diagnósticos do transtorno bipolar tipo II: HIPOMANIA 3. A perturbação no humor e a mudança no funcionamento são observáveis por outras pessoas; + Os critérios gerais de TODO TRANSTORNO MENTAL observados no 3° slide! EPISÓDIO DEPRESSIVO MAIOR 1. Cinco (ou mais) dos seguintes sintomas presentes durante o período de duas semanas e representam uma mudança em relação ao funcionamento anterior, sendo que um dos sintomas é humor deprimido ou perda de interesse ou prazer: Monitoria 8°p – Khilver Doanne TRANSTORNO BIPOLAR TIPO II Critérios diagnósticos do transtorno bipolar tipo II: EPISÓDIO DEPRESSIVO MAIOR + Os critérios gerais de TODO TRANSTORNO MENTAL observados no 3° slide! Monitoria 8°p – Khilver Doanne TRANSTORNO BIPOLAR TIPO II Critérios diagnósticos do transtorno bipolar tipo II: RESUMINDO . . . Para o diagnóstico de TAB tipo II é PRECISO ter um episódio hipomaníaco e um depressivo maior sem JAMAIS ter ocorrido um episódio MANÍACO! Diferente do TAB tipo I, em que apenas o episódio de mania já era suficiente para fechar o diagnóstico! Monitoria 8°p – Khilver Doanne TRANSTORNO BIPOLAR TIPO II Critérios diagnósticos do transtorno ciclotímico: 1. 2 anos (adolescentes e crianças apenas 1 ano) com presença de vários períodos com sintomas hipomaníacos que não satisfazem os critérios para episódio hipomaníaco e vários períodos com sintomas depressivos que não satisfazem os critérios para episódio depressivo maior. . . Como assim? Não são precisos 4 dias consecutivos pra fechar diagnóstico de hipomania? Ou 2 semanas para fechar diagnóstico de episódio depressivo maior? Então... Estes pacientes não permanecem a quantidade de tempo necessário para fechar completamente estes diagnósticos! Isso os põem na classificação de transtorno ciclotímico!!! Monitoria 8°p – Khilver Doanne TRANSTORNO CICLOTÍMICO Critérios diagnósticos do transtorno ciclotímico: 2. Durante o período antes citado de dois anos, os períodos hipomaníaco e depressivo estiveram presentes por pelo menos metade do tempo, e o indivíduo não permaneceu sem os sintomas por mais que dois meses consecutivos; 3. (como já dito) Os critérios para um episódio depressivo maior, maníaco ou hipomaníaco nunca foram satisfeitos; ++ Os critérios gerais de TODO TRANSTORNO MENTAL observados no 3° slide! RESUMINDO o paciente “cicla” entre hipomania e depressão sem fechar seus critérios totalmente. . . Não preenche o tempo suficiente de cada um separadamente nunca! Fica no “limbo”, ciclando entre os sintomas de um e o outro sem ficar + de 2 meses sem esses sintomas! Monitoria 8°p – Khilver Doanne TRANSTORNO CICLOTÍMICO Monitoria 8°p – Khilver Doanne Uma observação importante antes de falarmos do tratamento geral dos transtornos bipolares já descritos é a diferença geral e resumida do transtorno depressivo maior UNI x BIPOLAR! A depressão pode vir sozinha e não faz parte desta aula! É a aula de transtornos depressivos em si! MASS, como vimos, os episódios depressivos estão presentes obrigatoriamente na TAB II e geralmente presente na TAB I! QUAL A DIFERENÇA ENTÃO DA DEPRESSÃO BI X UNIPOLAR? Na bipolar devemos tratar SEMPRE associado com lítio! Pois pode haver a virada maníaca! Ou seja, no meio do tratamento da depressão, na melhora do quadro, o paciente entra em mania! Preciso me prevenir e já estar fazendo uso da terapia do lítio! Monitoria 8°p – Khilver Doanne TRATAMENTO Uma observação importante antes de falarmos do tratamento geral dos transtornosbipolares já descritos é a diferença geral e resumida do transtorno depressivo maior UNI x BIPOLAR! Ademais, podemos notar outros pontos: Na depressão UNIPOLAR, o histórico familiar é + forte! Na depressão BIPOLAR, costuma haver refratariedade aos ISRS em MONOTERAPIA! Episódios depressivos antes dos 25 anos costumam ser BIPOLARES! Virada maníaca só ocorre em transtorno depressivo BIPOLAR! Monitoria 8°p – Khilver Doanne TRATAMENTO Agora vamos ao TRATAMENTO em si: PRIMEIRA LINHA 1. LÍTIO sempre! Em monoterapia mesmo! E SE HOUVEREM SINTOMAS DEPRESSIVOS? 1. LÍTIO (já disse que sempre estará no tto da TAB!) + associar com ISRS! OBS!! CUIDADO COM A VIRADA MANÍACA! Ocorreu? Retiro ISRS imediatamente! Não posso usar o lítio. . . “O que coloco no lugar”? Divalproato (anticonvulsivante) OU olanzapina (antipsicótico)! Divalproato mulheres na menacme? Cuidado! Má formação fetal! Monitoria 8°p – Khilver Doanne TRATAMENTO MEDICAÇÃO? CARBONATO DE LÍTIO Para a formulação de liberação imediata, recomenda-se a dose de 300 mg três a quatro vezes por dia (totalizando 900 a 1.200 mg), e para a formulação de liberação prolongada, 450 mg duas vezes por dia (totalizando 900 mg) administrar com alimento! Atua reduzindo neurotransmissão excitatória e estimulando neurotransmissões inibitórias! Ou seja,“relaxa” o ritmo das neurotransmissões do SNC! Em CASOS AGUDOS, posso realizar dose de ataque: três doses individuais de 10 mg/kg de uma preparação de liberação prolongada administrada a intervalos de 2 horas. Em seguida, o tto pode ser continuado com carbonato de lítio. IMPORTANTE!!! Só faço este tto agudo se o pcte tiver função renal normal! IMPORTANTE: não utilizar diuréticos tiazídicos junto com o lítio (vamos já entender por quê...)! Monitoria 8°p – Khilver Doanne TRATAMENTO MEDICAÇÕES / ESQUEMASTERAPÊUTICOS POSSÍVEIS? EXTRA “Vários fármacos antiepiléticos, incluindo carbamazepina, ácido valproico e lamotrigina, foram aprovados como estabilizadores do humor para transtornos bipolares. Outros fármacos que podem amenizar os sintomas de mania incluem os antigos (clorpromazina e haloperidol) e os novos antipsicóticos. Os antipsicóticos atípicos risperidona, olanzapina, ziprasidona, aripiprazol, asenapina e quetiapina também são usados no tratamento da mania. Quetiapina, lurasidona e a combinação de olanzapina e fluoxetina foram aprovadas para depressão bipolar.” Farmacologia ilustrada, 6. ed. Monitoria 8°p – Khilver Doanne TRATAMENTO POR QUÊ OCORRE?!? Monitoria 8°p – Khilver Doanne INTOXICAÇÃO PELO LÍTIO! LÍTIO? SÓDIO? ORGANISMO DO PACIENTE: LÍTIO? SÓDIO? POR QUÊ OCORRE?!? O organismo olha para o lítio. . . Olha para o sódio. . . E enxerga A MESMA COISA! Qual a consequência disso? HIPONATREMIA! Se os níveis de lítio aumentam. . . O corpo entende que estou passando por um quadro de “hipernatremia” (falsamente, claro!)! Qual a resposta fisiológica? Começo a liberar sódio na urina para resolver a “hipernatremia”!! Obs.: mesma fisiopatologia da diabetes insipidus (DI)!!! O lítio é o principal causador de DI farmacológico! LOCAIS DE MAIOR CONCENTRAÇÃO?!? MM esquelético, fígado, tireoide, cérebro!! Monitoria 8°p – Khilver Doanne INTOXICAÇÃO PELO LÍTIO! SINAIS E SINTOMAS: X. NEUROLÓGICOS: cefaleia, tremor fino nas mãos, tonturas, fadigas, sedação, xerostomia, polidipsia, polifagia; EM NÍVEIS PLASMÁTICOS + ELEVADOS: ataxia, fala enrolada, tremores grosseiros, confusões e convulsões!; X. RENAL: poliúria; Obs.: o lítio é eliminado pelos rins, LOGO, ter cautela ao administrá-lo em pacientes com IR! X. TIREOIDE: HIPOTIREOIDISMO! A função tireoidiana pode diminuir! Deve ser monitorada! X. CARDIOLÓGICO: achatamento da onda T; prolongamento de QT e onda U presente! portanto cuidado ao administrá-lo em pacientes com IC! +. Reações dérmicas, distúrbios GI Monitoria 8°p – Khilver Doanne INTOXICAÇÃO PELO LÍTIO! VALORES NORMAIS? Os níveis normais de lítio devem estar entre: 0,6 e 1,2 mEq/L X. Níveis > 1,5 já são tóxicos! MANEJO DA INTOXICAÇÃO Infelizmente NÃO HÁ ANTÍDOTO para o lítio! Portanto, realizo medidas de suporte: ABCDE Garantir vias aéreas; INTUBAR se necessário! Posso tentar carvão ativado? SIM, SE for feito em até 1h após intoxicação! Monitoria 8°p – Khilver Doanne INTOXICAÇÃO PELO LÍTIO! MANEJO DA INTOXICAÇÃO Infelizmente NÃO HÁ ANTÍDOTO para o lítio! Portanto, realizo medidas de suporte: ABCDE Garantir vias aéreas; INTUBAR se necessário! Posso tentar carvão ativado / lavagem gástrica? SIM, SE for feito em até 1h após intoxicação! Após isso não há mais efeito. . . Realizar dosagem da litemia de 6/6 horas! Quando indicar HEMODIÁLISE?!? Quando os valores de lítio estiverem >4! Quadro permanece deteriorando? UTI! Monitoria 8°p – Khilver Doanne INTOXICAÇÃO PELO LÍTIO! OBS.: É importante saber os “perfis” dos pacientes que estão intoxicados! Isso pode me indicar um possível Bom X Mau prognóstico e, portanto, me auxiliar na conduta / avaliação geral do quadro: 1. Quadro agudo + paciente virgem de tratamento Bom prognóstico! 2. Quadro agudo + paciente em tratamento crônico Mau prognóstico! 3. Quadro crônico + paciente em tratamento crônico + Mau prognóstico! Esse paciente inclusive é o que tem maior possível necessidade de diálise! Monitoria 8°p – Khilver Doanne INTOXICAÇÃO PELO LÍTIO! E OS DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS DOS TAB’S? Os diagnósticos diferenciais dos transtornos bipolares são os TRANSTORNOS DE PERSONALIDADE! O DSM-V os reúnem em 3 grupos, CLUSTER A, B e C: A. Transtornos da personalidade paranoide, esquizoide e esquizotípica (semelhantes ao quadro de TOC). Indivíduos com esses transtornos frequentemente parecem esquisitos ou excêntricos; B. Transtornos da personalidade antissocial (psicopata), borderline, histriônica (indivíduo “escandaloso”, provoca para chamar atenção, emoções superficiais e influenciável) e narcisista. Indivíduos com esses transtornos costumam parecem dramáticos, emotivos, erráticos ou maléficos (estes se autovitimizam, ideações suicidas, relações intensas seguidas de falta de prazer); C. Transtornos da personalidade evitativa, dependente e obsessivo- compulsiva. Indivíduos com esses transtornos com frequência parecem ansiosos ou medrosos. Monitoria 8°p – Khilver Doanne E OS DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS DOS TAB’S? Os diagnósticos diferenciais dos transtornos bipolares são os TRANSTORNOS DE PERSONALIDADE! TEM CURA? NÃO!!! São transtornos de personalidade. . . Estão “fixos”, “enraizados” no indivíduo! O tratamento com terapia pode amenizar, mas não há farmacoterapia que possa mudar as personalidades descritas! O paciente em alguns desses casos pode ter insight, procurar ajuda e se tornar um indivíduo sociável! Mas sempre haverá traços e ele nunca receberá “alta”! O DSM-5, guia padrão para conceituar transtornos mentais em psiquiatria, define TP geral como um padrão global e inflexível de comportamentos estáveis e duráveis ao longo do tempo, e que estão fora das normas culturais, que se desenvolve na adolescência ou no início da vida adulta. Monitoria 8°p – Khilver Doanne REFERÊNCIAS DSM V. WHALEN, Karen; FINKEL, Richard; PANAVELIL, Thomas A. Farmacologia Ilustrada. 6.ed. Porto Alegre: Artmed, 2016. BRUNTON, Laurence L.; CHABNER, Bruce A.; KNOLLMANN, Bjorn C. As Bases Farmacológicas da Terapêutica de Goodman & Gilman. 13. ed. São Paulo: AMGH, 2018.
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