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24/10/23, 23:02 Condutas Típicas https://moodle.ead.unifcv.edu.br/pluginfile.php/771236/mod_resource/content/2/unidade-2/condutas-tipicas.html 1/4 Condutas Típicas AUTORIA Ana Paula Francisca dos Santos 24/10/23, 23:02 Condutas Típicas https://moodle.ead.unifcv.edu.br/pluginfile.php/771236/mod_resource/content/2/unidade-2/condutas-tipicas.html 2/4 A nomenclatura “condutas típicas” é utilizada a partir da década de 90 e refere-se ao aluno que apresenta distúrbios comportamentais. No entanto atualmente essa nomenclatura é direcionada a alunos com “manifestações típicas de síndromes e quadros neurológicos, psicológicos ou psiquiátricos” (BRASIL, 1995). Dessa forma, caro(a) aluno(a), antes de falarmos sobre quem é o aluno com condutas típicas, é importante considerar o processo histórico no aspecto cultural, social e político quanto ao conceito de doença mental. Ao longo da Idade Média, a sociedade considerava pessoas com distúrbios comportamentais como loucas. Segundo o �lósofo da época, Foucault, citado por Andrade (2008), o Renascimento foi o período em que os considerados loucos viviam soltos, expulsos das cidades, entregues aos peregrinos e navegantes, sendo vistos como tendo um saber esotérico sobre os homens e o mundo, que revelava verdades secretas. Assim, Foucault considerava que a loucura signi�cava a ironia, a ilusão, o desregramento de conduta, o desvio moral, os quais tinham o erro como verdade, a mentira como realidade, o passado como oposição à razão. Nesse período, os loucos eram tratados da mesma maneira que os de�cientes, ou seja, eram sangrias, purgações, ventosas e banhos. Já nos séculos XVII e XVIII, pessoas com distúrbios comportamentais ainda eram diagnosticadas sobre aspectos que uniam a família, a igreja e a justiça. Somente na segunda metade do século XVIII iniciaram-se as re�exões médicas e �losó�cas que situavam a loucura como algo que ocorria no interior do próprio homem, como perda de sua própria natureza, considerada alienação (ANDRADE, 2008). De acordo com Andrade (2008), Foucault relata que as primeiras instituições direcionadas a atender pessoas com distúrbio surgiram entre o �nal do século XVIII e o início do século XIX. Nessa época, a sociedade acreditava que a terapia religiosa era a solução para a cura dos loucos. Tais ações eram voltadas à normatização desses sujeitos concebidos como capazes de se recuperar (ANDRADE, 2008). Assim, caro(a) aluno(a), os transtornos mentais são concebidos como síndrome, padrão comportamental ou psicológico, associação do sofrimento e da incapacitação. Dessa forma, essa nomenclatura foi desenvolvida para ser aplicável a uma ampla gama de contextos, sendo mundialmente utilizada (BRASIL, 2013). Assim, Suplino (2010) apresenta algumas das condutas típicas mais comumente encontradas no cotidiano escolar: Distúrbio de atenção Geralmente responde a qualquer dos estímulos presentes que estejam concorrendo com o estímulo relevante. Outros, embora atendam a estímulos relevantes, não conseguem manter a atenção a eles pelo tempo requerido pela atividade. São alunos que apresentam di�culdade em concentrar-se na execução de qualquer atividade. Outros, ainda, selecionam e respondem somente a aspectos limitados da realidade, como, por exemplo, crianças que não respondem a mais nada, mas informam ao professor cada vez que um determinado colega se levanta. Highlight 24/10/23, 23:02 Condutas Típicas https://moodle.ead.unifcv.edu.br/pluginfile.php/771236/mod_resource/content/2/unidade-2/condutas-tipicas.html 3/4 Hiperatividade A criança hiperativa apresenta fundamentalmente uma inabilidade para controlar seu comportamento motor de acordo com as exigências nas diversas situações. Assim, apresenta uma constante mobilidade e agitação motora, o que também se torna um grande empecilho para ação ou para realizar uma tarefa. Impulsividade Apresenta respostas praticamente instantâneas perante uma situação estímulo, não parando para pensar, re�etir, analisar a situação para tomar uma decisão e, então, se manifestar por meio de uma ação motora ou verbal. Geralmente, a hiperatividade e a impulsividade encontram-se juntas, num mesmo padrão comportamental. Alheamento Há crianças que se esquivam ou mesmo se recusam terminantemente a manter contato com outras pessoas ou com qualquer outro aspecto do ambiente sociocultural no qual se encontram inseridas. Em sua manifestação mais leve, encontram-se crianças que não iniciam contato verbal, não respondem quando solicitadas, não brincam com outras crianças ou mostram falta de interesse pelos estímulos ou acontecimentos do ambiente. Por outro lado, em sua manifestação mais severa, encontram-se crianças que não fazem contato com a realidade, parecendo desenvolver e viver em um mundo só seu, à parte da realidade. Agressividade física e/ou verbal Se constitui de ações destrutivas dirigidas a si próprio, a outras pessoas ou a objetos do ambiente. Inclui gritar, xingar, usar linguagem abusiva, ameaçar, fazer declarações autodestrutivas, bem como bater, beliscar, puxar os cabelos, restringir �sicamente, esmurrar, dentre outros comportamentos. A agressividade passa a ser considerada conduta típica quando sua intensidade, frequência e duração ultrapassam o esporádico, focal e passageiro. Ela pode variar desde manifestações negativistas, mal-humoradas, até atos de violência, brutalidade, destruição, causando danos físicos a si próprio e/ou a outras pessoas. Nesse sentido, a educação de sujeitos com distúrbio comportamental iniciou-se no século XIX, juntamente com a educação de pessoas com de�ciência, pois o distúrbio comportamental era e ainda é visto pela sociedade como uma “doença”. No entanto é válido ressaltar, caro(a) aluno(a), que todos os aspectos abordados nesta unidade se referem à de�ciência e não à doença, uma vez que consiste em uma alteração biológica no estado de saúde, a qual pode ser manifestada por um conjunto de sintomas perceptíveis ou não, podendo ser considerada como uma enfermidade, mal ou moléstia. E a de�ciência trata-se da insu�ciência ou ausência de funcionamento de um ou mais órgão. Highlight 24/10/23, 23:02 Condutas Típicas https://moodle.ead.unifcv.edu.br/pluginfile.php/771236/mod_resource/content/2/unidade-2/condutas-tipicas.html 4/4 Considerando todos os elementos que abordamos até aqui, caro(a) aluno(a), podemos dizer que tais abordagem podem subsidiar as ações pedagógicas desenvolvidas pelos docentes, sobre a concepção de uma educação inclusiva, em que cabe ao professor a obrigação de atribuir signi�cados a suas práticas pedagógicas. As signi�cações têm um papel fundamental na dinâmica das relações sociais e nas práticas porque elas respondem a funções essenciais, tais como: elas permitem compreender e explicar a realidade; elas de�nem a identidade e permitem as especi�cidades dos grupos; elas guiam os comportamentos e as práticas e permitem, a posteriori, as justi�cativas das tomadas de posição e dos comportamentos (MININI, 2009, p. 111). A prática docente direcionada a atender alunos com de�ciência é isenta de grandes investimentos e condições “privilegiadas” de trabalho, visto que, segundo os dados apresentados pelo Ministério de Educação e Cultura (MEC) e a Cartilha do Censo (BRASIL, 2010), as prática pedagógica direcionada aos alunos com de�ciência são aplicadas de maneira equivocada, di�cultando, assim, a inserção do aluno com de�ciência na rede regular de ensino, bem como sua permanência e aprendizagem. Dessa forma, podemos dizer que tanto a escola quanto o professor, aplicam ações inclusivas que efetivamente envolvem atender as necessidades da sociedade, da família e das políticas públicas, deixando de se pensar no desenvolvimento e na aprendizagem do aluno com de�ciência (CUNHA, 2014). Highlight
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