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92 - APOSTILA - PLANEJAMENTO, PROGRAMAÇÃO E CONTROLE DE PRODUÇÃO

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Prévia do material em texto

Planejamento, Programação 
e Controle de Produção
Professora Mestre Lilian Gonçalves
AUTORA
Professora Mestre Lilian Gonçalves
●	 Mestrado	 em	 Gestão	 do	 Conhecimento	 nas	 Organizações	 pela	 Unicesumar	
(2018)	
●	 Bacharel	em	Ciências	Contábeis	pela	Universidade	Estadual	de	Maringá	(1998)	
●	 Curso	Superior	de	Tecnologia	em	Logística	pela	Unicesumar	(2017)	
●	 Licenciatura	em	Pedagogia	(2020)
●	 Licenciatura	em	Formação	de	Docente	para	à	Educação	Básica	–	Matemática	
(2019)
●	 Especialista	em	Consultoria	Organizacional	(2005)
●	 Especialista	em	Educação	a	Distância	e	Tecnologias	Educacionais	(2014)
●	 Projeto	de	Pesquisa	voltado	à	Iniciação	Científica	–	PIBIC	(2016).	
●	 Atuante	em	organizações	industriais	no	cargo	de	Gerente	Industrial	e	Logística	
e	Instituições	de	Ensino	Superior	como	docente	desde	2011.	
Link	do	Currículo	na	Plataforma	Lattes:	http://lattes.cnpq.br/0235956165366786
APRESENTAÇÃO DO MATERIAL
Caro(a)	estudante,
É	com	grande	satisfação	que	iniciamos	a	disciplina	de	Planejamento,	Programação,	
Controle	da	Produção	doravante	denominada	com	a	sigla	PPCP.	Essa	é	uma	disciplina	de	
suma	importância	para	compreender	de	que	maneira	a	organização	pode	aumentar	a	sua	
produtividade	com	qualidade,	no	tempo,	na	quantidade	e	custo	certo.	O	PPCP,	apesar	de	
trabalhar	com	a	produção,	é	considerado	pelos	autores	como	um	departamento	administra-
tivo	e	ao	longo	do	material	você	saberá	o	porquê.	
Realizei	uma	longa	pesquisa	de	fundamentação	teórica	sólida	que	irá	proporcionar	
a	compreensão	clara	dos	temas	que	serão	abordados.
Na	Unidade	I	iniciaremos	a	construção	do	conhecimento	com	os	conceitos	básico	
de	 PPCP,	 sua	 importância	 para	 o	 Planejamento	 Estratégico	 e	 Estrutura	Organizacional	
do	Planejamento	 Industrial.	 Essa	 noção	 é	 necessária	 para	 a	 compreensão	 da	 segunda	
unidade	da	apostila.
Na	Unidade	II	vamos	abordar	as	inter-relações	do	PPCP	com	as	demais	áreas	da	
empresa,	a	visão	holística	da	organização	é	essencial	para	o	planejamento	da	produção	de	
Planos	de	longo,	médio	e	curto	prazo.	Você	sabia	que	planejamento	da	produção	começa	
no	departamento	comercial	com	a	previsão	de	vendas	e	vendas	realizadas?		
Prosseguindo,	na	Unidade	III	abordaremos	a	importância	do	layout	da	fábrica	para	
o	PPCP	e	sua	influência	para	a	programação	de	célula	de	produção	e	principalmente	para	a	
logística	integrada	ao	PPCP.	Lembrando	que	a	logística	na	produção	se	refere	a	movimen-
tação	da	matéria	prima,	produto	semiacabado	e	produto	acabado,	entre	os	mais	diversos	
processos	de	fabricação.
Concluiremos	com	a	Unidade	IV	os	modelos	de	sistema	de	produção	empurrada	
e	puxada	e	métodos	para	controle	da	produção,	bem	como	o	conceito	e	 importância	do	
gerenciamento	de	gargalos/restrições	na	produção.
Assim	 será	 a	 nossa	 desafiadora	 jornada	 na	 construção	 do	 conhecimento	 sobre	
o	Planejamento,	Programação,	Controle	da	Produção.	Estarei	 ao	 seu	 lado	para,	 junto,s	
promovermos	o	aprimoramento	profissional	e	pessoal.	Conte	comigo!
Muito	obrigada	e	bom	estudo!
SUMÁRIO
UNIDADE	I	...................................................................................................... 5
Introdução ao Planejamento, Programação e Controle da Produção - 
PPCP
UNIDADE	II	................................................................................................... 23
MRP / MRPII, JIT e OPT
UNIDADE	III	.................................................................................................. 47
A influência dos tipos de produção e layout no PPCP
UNIDADE	IV	.................................................................................................. 71
Teoria das Restrições e Controle de Estoque
5
Plano de Estudo:
●	 Introdução	ao	PPCP	–	Planejamento,	Programação	e	Controle	da	Produção.
●	 Missão	e	as	Funções	do	PPCP.
●	 Conceitos	de	Planejamento,	Tempos	e	Métodos,	Hierarquia	de	Planejamento.	
●	 Planejamento	Estratégico	ao	PPCP,	S&OP	/	PMP	(Planejamento	Mestre	de	Produção).
●	 Estrutura	Organizacional	do	Planejamento	Industrial.
Objetivos de Aprendizagem:
●	 Conceituar	Introdução	ao	Planejamento,	Programação	e	Controle	da	Produção	
(PPCP).
●	 Abordar	sobre	a	Missão	e	as	Funções	do	PCP.
●	 Compreender	os	tipos	de	Conceitos	de	Planejamento,	Tempos	e	Métodos,	Hierarquia	
de	Planejamento.	
●	 Contextualizar	Planejamento	Estratégico	ao	PCP,	S&OP	/	PMP	(Planejamento	
Mestre	de	Produção).	
●	 Discorrer	sobre	a	Estrutura	Organizacional	do	Planejamento	Industrial.
UNIDADE I
Introdução ao Planejamento, 
Programação e Controle da 
Produção - PPCP
Professora Mestre Lilian Gonçalves
6UNIDADE I Introdução ao Planejamento, Programação e Controle da Produção - PPCP
INTRODUÇÃO
Olá,	estudante,	seja	bem-vindo(a)	à	Unidade	I	do	livro	da	disciplina	de	Planejamen-
to,	Programação	e	Controle	da	Produção!
Atualmente,	as	organizações	buscam	cada	vez	mais	qualidade	e	menor	custo	de	
processos	e	produtos,	elas	estão	investindo	em	medidas	mais	eficazes	para	obter	vanta-
gens	competitivas	(ANSOFF,	H.	I.	et	al,	1981).	
O	Planejamento,	Programação	e	Controle	da	Produção	é	considerado	uma	função	
administrativa	estratégica	na	empresa,	agregando	valor	e	competitividade.	Desta	 forma,	
foram	reunidos	conceitos,	definições	de	grandes	autores	que	abordam	o	tema	Gestão	da	
Produção,	que	servirão	de	base	para	sua	construção	do	conhecimento	em	PPCP.	Nesta	
unidade	explanarei	sobre	os	conceitos	e	Definições	de	Introdução	ao	Planejamento,	Pro-
gramação	e	Controle	da	Produção	(PPCP),	a	Missão	e	as	Funções	do	PPCP,	os	campos	
de	estudo	do	Conceitos	de	Planejamento,	Tempos	e	Métodos,	Hierarquia	de	Planejamento,	
tipos	de	Planejamento	Estratégico	ao	PPCP,	S&OP/PMP	(Planejamento	Mestre	de	Produ-
ção).	Finalizarei	a	unidade	com	a	estrutura	Organizacional	do	Planejamento	Industrial.
Esta	apostila	foi	organizada	de	maneira	a	contribuir	para	sua	formação	acadêmica	
e	profissional!
Bons	estudos!
7UNIDADE I Introdução ao Planejamento, Programação e Controle da Produção - PPCP
1 INTRODUÇÃO AO PPCP – PLANEJAMENTO, PROGRAMAÇÃO E CONTROLE DA 
PRODUÇÃO
Os	sistemas	de	Planejamento,	Programação	e	Controle	da	Produção	(PPCP)	tive-
ram	suas	evoluções	a	partir	do	avanço	da	ciência	da	administração	criada	por	Frederick	
W.	Taylor	e	Henri	Fayol.	De	acordo	com	Lustosa	et	al.	(2008,	p.	1),	[...]	“Taylor	elaborou	os	
princípios	da	administração	científica,	que	tratava	a	administração	como	ciência	baseada	
na	observação,	análise,	medição	e	aprimoramento	dos	métodos	de	trabalho”.
Foi	Henry	Gantt,	segundo	Montana	e	Charnov	(2010),	um	dos	primeiros	a	desen-
volver	um	sistema	de	PPCP,	baseado	em	gráficos	e	cálculos	que	eram	feitos	manualmen-
te	 para	 programação	 da	 produção,	 Henry	 Ford	 aplicava	 os	 conceitos	 da	 administração	
científica	na	linha	de	produção	de	automóveis,	começando,	então,	uma	nova	fase	na	era	
industrial.	Ford	inicia	a	fabricação	do	automóvel	conhecido	como	modelo	T,	em	1908,	que	
inicialmente	possuía	partes	de	madeira	e	metal	e	uma	única	cor	preta.	Para	Maximiano	
(2006),	o	empreendedor	norte	americano	Henry	Ford	(1863-1947)	está	associado	à	linha	
de	montagem	móvel,	sendo	responsável	em	elevar	ao	mais	alto	grau	dos	dois	princípios	da	
produção	em	massa,	que	é	fabricação	de	produtos	não	diferenciados	em	grande	quantida-
de:	peças	padronizadas	e	trabalhador	especializado.
8UNIDADE I Introdução ao Planejamento, Programação e Controle da Produção - PPCP
Figura 1 -		Linha	de	Produção	do	Ford	T
Fonte:	Tubino	(2007).
O	Planejamento,	Programação	e	Controle	 da	Produção	é	 um	departamento	 es-
tratégico	da	empresa.	De	acordo	com	Slack,	Chambers	e	Johnston	(2002),	o	propósito	do	
planejamento	e	controle	é	garantir	que	os	processos	da	produção	ocorram	eficaz	e	eficien-
temente	e	que	produzam	produtos	e	serviços	conforme	requeridos	pelos	consumidores.
Para	Vollmann	et	at.	(2006),	o	sistema	de	PPCP	se	ocupa	do	planejamento,	pro-
gramação	e	controle	de	 todos	os	aspectos	da	produção,	 inclusive	do	gerenciamento	demateriais,	da	programação	das	máquinas	e	pessoas	e	da	coordenação	de	 fornecedores	
e	 clientes-chave,	 garantindo,	 assim,	 um	 bom	 relacionamento	 com	 todos	 os	 setores	 da	
empresa.
Lustosa	 (2008)	 afirma	 que	 o	 planejamento	 e	 controle	 da	 produção	 envolvem	 a	
organização	e	planejamento	dos	processos	de	fabricação.	Especificamente	se	constituem	
do	planejamento,	do	sequenciamento	de	operações,	da	programação,	da	movimentação,	
da	coordenação,	da	inspeção,	do	controle	de	materiais,	métodos	e	tempos	operacionais.	
Com	o	propósito	de	atender	às	demandas	cada	vez	mais	exigentes	do	cliente.	De	forma	
complexa,	quando	se	envolve	desde	o	local,	maquinários,	pessoal	qualificado	e	produtos	
que	sejam	demanda	do	mercado.
Sendo	assim,	para	Tubino	(2007),	em	uma	organização,	para	atingir	os	objetivos	
pré-determinados,	é	preciso	que	os	sistemas	produtivos	exerçam	uma	série	de	 funções	
operacionais,	que	vão	desde	o		projeto	de	produtos,	até	o	controle	dos	estoques,	recru-
tamento,	 	 treinamento	e	capacitação	de	 funcionários,	aplicação	de	 recursos	financeiros,	
distribuição	dos	produtos.	Na	Figura	2,	segue	a	visão	geral	das	atividades	exercidas	no	
PPCP.
9UNIDADE I Introdução ao Planejamento, Programação e Controle da Produção - PPCP
Figura 2 –	Visão	geral	das	atividades	do	PPCP
	
Fonte:	Tubino	(2007).
O	planejamento	e	controle	da	capacidade	objetiva	é	assegurar	a	compatibilidade	
entre	a	capacidade	de	produção	disponível	em	centros	de	trabalhos	específicos	e	a	capa-
cidade	necessária	para	atender	a	produção	planejada	(SOUZA,	2004).
Você	deve	estar	se	perguntando,	mas	quais	são	as	atribuições	do	PPCP?
Sampaio	(2002)	ressaltam	uma	série	de	competências	ou	decisões	com	o	objetivo	
de	definir	o	que,	quanto	e	quando	produzir,	comprar	e	entregar,	além	de	quem	e/ou	onde	
e/ou	como	produzir,	constituem	o	processo	do	PCP.	De	acordo	com	esses	autores,	o	Pla-
nejamento	da	Produção	(PP)	se	ocupa	com	decisões	agregadas	em	um	universo	de	médio	
prazo,	em	geral	entre	03	e	18	meses.	O	Controle	da	Produção	 (CP)	é	 responsável	por	
regular	(planejar,	coordenar,	dirigir	e	controlar),	no	curto	prazo,	até	três	meses,	o	fluxo	de	
materiais	em	um	sistema	de	produção	por	meio	de	informações	e	decisões	para	execução.	
Na	prática,	o	PPCP	em	uma	organização	 reúne	 informações	de	vários	departa-
mentos,	que	serão	a	base	para	a	elaboração	do	planejamento	e	programação	da	produção.	
Conforme	 relatam	os	autores	Oliveira	 (2005),	o	sistema	de	Planejamento,	Programação	
e	Controle	 da	 Produção	 também	 é	 um	 sistema	 de	 transformação	 de	 informações,	 pois	
recebe	informações	sobre	estoques	existentes,	vendas	previstas,	vendas	realizadas,	linha	
de	produtos,	modelo	de	produzir	e	capacidade	produtiva.	O	PPCP	tem	a	responsabilidade	
de	gerar	ordens	de	produção	a	partir	destas	informações.	
Desta	forma,	o	PPCP	tem	função	administrativa,	que	se	inicia	no	planejamento	da	
quantidade	e	produtos	a	serem	produzidos,	controle	do	suprimentos	de	matérias	primas,	
gerar,	quando	necessário,	ordem	de	compra	de	materiais,	 tudo	 isso	a	fim	de	atender	as	
vendas	preestabelecidas.
10UNIDADE I Introdução ao Planejamento, Programação e Controle da Produção - PPCP
2 MISSÃO E AS FUNÇÕES DO PPCP
A	missão	do	PCP	é	apoiar	a	estratégia	de	produção	a	partir	da	estratégia	organi-
zacional.
Vamos	analisar	esta	situação?	 “[...]Se	um	 fabricante	microcomputadores	decidiu	
ser	o	primeiro	no	mercado	com	novos	produtos	inovadores,	sua	produção	precisa	ser	capaz	
de	enfrentar	as	mudanças	de	inovação	contínua	exigidas	[...]”	(SLACK,	1997,	p.	78	),	está	
correto?
Sim,	está	correto.	Para	 tanto,	o	 fabricante	deve	desenvolver	processos	flexíveis	
para	a	fabricação	dos	novos	produtos	ou	serviços,	com	mão	de	obra	especializada,	par-
cerias	com	fornecedores	capazes	de	responder	a	demanda	por	novos	componentes.	“[...]	
quanto	melhor	a	produção	fizer	essas	coisas,	mais	apoio	estará	dando	para	a	estratégia	
competitiva	da	empresa”	(HARRISON,	1997,	p.	55).	
Agora	leia	com	bastante	atenção!
Em	termos	simples,	o	planejamento	e	controle	da	produção	determina	o	que	vai	
ser	produzido,	quando	vai	ser	produzido,	como	vai	ser	produzido,	onde	vai	ser	produzido	e	
quem	vai	produzir	(VEGGIAN,	SILVA,	2015).
Assim	sendo,	no	Quadro	1	apresentam-se	as	funções	que	o	PPCP	define	sobre	as	
formas	de	produção.
11UNIDADE I Introdução ao Planejamento, Programação e Controle da Produção - PPCP
Quadro 1 –	Funções	do	PPCP
Fonte:	Tubino	(2000,	p.	23).
Assim,	fica	claro	que	as	funções	do	PCP	estão	encarregadas	de	administrar	com	
competência	o	fluxo	material,	a	utilização	de	máquinas,	mão	de	obra,	fornecedores	e	mé-
todos	que	serão	utilizados	para	a	fabricação	dos	produtos	ou	serviços	(WALLACE,	2004).
Segundo	Tubino	(2007),	os	sistemas	de	PCP	devem	ajustar-se	constantemente	a	
fim	de	conciliar	as	várias	as	mudanças	que	ocorrem	no	cenário	da	organização,	devido	à	
estratégia	adotada	em	relação	às	exigências	do	mercado.
12UNIDADE I Introdução ao Planejamento, Programação e Controle da Produção - PPCP
3 CONCEITOS DE PLANEJAMENTO, TEMPOS E MÉTODOS, HIERARQUIA DE PLANE-
JAMENTO
Vamos	refletir!	O	que	é	planejar?	Seria	se	organizar,	pensar	no	futuro,	se	preparar?
Planejar	significa	criar	um	esquema	para	agir	(CUNHA,	1996).	Segundo	Rosa	(2001),	
o	planejamento	estratégico	é	uma	metodologia	de	pensamento	participativo,	utilizada	para	
determinar	a	direção	que	a	organização	 irá	seguir,	por	meio	da	descoberta	de	objetivos	
válidos	e	não	subjetivos.	O	planejamento	 cria	 compromisso	de	execução	e	dá	o	 instru-
mental	para	cobrança.	Assim,	com	o	planejamento	estratégico	 também	pretende-se	não	
adivinhar	o	futuro,	mas	construí-lo,	evitando-se,	ao	máximo,	as	surpresas,	racionalizando	o	
processo	de	tomada	de	decisão,	garantindo	o	sucesso	da	empresa	em	seu	ambiente	futuro	
(SAMPAIO,	2002).	
De	que	forma	podemos	planejar	ou	criar	um	esquema,	um	plano	para	agir	no	PPCP?
De	acordo	com	Barnes	(1977),	o	estudo	de	tempos	e	métodos	tem	como	objetivo	
desenvolver	e	padronizar	o	sistema	e	o	método	escolhido,	determinar	o	tempo	gasto	por	
uma	pessoa	qualificada	e	devidamente	treinada,	trabalhando	num	ritmo	normal,	para	exe-
cutar	uma	tarefa	ou	operação	específica	e	orientar	o	treinamento	de	trabalho	no	método	
perfeito.	Barnes	(1977)	afirma	que	o	objetivo	de	melhorar	os	métodos	de	trabalho	é	aumen-
tar	a	produtividade	(aumentando	a	capacidade	de	produção	de	uma	operação	ou	grupo	de	
operações),	reduzir	os			custos	das	operações	e	melhorar	a	qualidade	do	produto.	Souto	
(2004)	complementa	que	analisa	o	trabalho	de	forma	sistemática,	objetivando	desenvolver				
13UNIDADE I Introdução ao Planejamento, Programação e Controle da Produção - PPCP
métodos	práticos	e	eficientes,	buscando	a	padronização	dos	processos,	que	são	essenciais	
para	uma	produção	eficaz.	Nesse	sentido,	segundo	Slack,	Chambers	e	Johnston	(2009),	o	
estudo	de	tempos,	ou	medição	do	trabalho,	trata-se	da	aplicação	de	técnicas	estabelecidas	
para	 determinar	 o	 tempo	 necessário	 em	 que	 um	 trabalhador	 qualificado	 e	 especificado	
venha	realizar	a	tarefa	em	um	nível	definido			de	desempenho.	Assim,	esse	tempo	é	deno-
minado	tempo	padrão	para	operação.
De	acordo	com	Souto	(2004),	a	engenharia	de	métodos	estuda	e	analisa	o	trabalho	
de	forma	sistemática,	objetivando	desenvolver	métodos	práticos	e	eficientes	na	busca	pela	
padronização	do	processo.	Logo,	a	engenharia	de	métodos	tem	como	finalidade	garantir	a	
utilização	dos	recursos	efetiva.
Nessa	 perspectiva,	 a	 hierarquia	 de	 planejamento	 nas	 organizações	 busca	 cada	
vez	mais	qualidade	e	menor	custo	de	processos	e	produtos	e	estão	investindo	em	medidas	
mais	eficazes	para	obter	vantagens	competitivas	(CUNHA,1996).	Segundo	Tubino	(2007,	p.	
2),	“as	atividades	do	PPCP	estão	classificadas	em	três	níveis	hierárquicos	de	um	sistema	
de	produção”:
● Nível estratégico:	são	estabelecidas	as	políticas	estratégicas	em	longo	prazo;	
o	PCP	é	essencial	para	formulação	do	planejamentoestratégico,	gerando	um	
plano	de	produção;
● Nível tático: exerce	os	planos	de	médio	prazo	para	a	produção;	o	PCP	desen-
volve	o	planejamento	mestre;
● Nível operacional:	 é	 preparado	 o	 programa	 de	 curto	 prazo	 de	 produção	 e,	
observando-o,	o	PCP	prepara	a	programação	da	produção.
14UNIDADE I Introdução ao Planejamento, Programação e Controle da Produção - PPCP
4 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO AO PPCP, PLANEJAMENTO DE VENDAS E OPE-
RAÇÕES (S&OP) E PLANEJAMENTO MESTRE DE PRODUÇÃO (PMP)
Toda	empresa	que	produz	bens	para	a	armazenagem	deve	ter	acima	de	tudo	um	
bom	planejamento	de	produção,	fundamentado	em	uma	avaliação	crítica	da	previsão	de	
demanda	futura.	Assim,	será	possível	estabelecer	com	mais	confiabilidade	o	que	produzir,	
as	quantidades,	como,	quem	e	quando	produzir.	A	oferta	e	a	procura	sofrem	com	as	incons-
tâncias	do	mercado,	tornando	o	grau	de	gerenciamento	da	demanda	muito	mais	complexo	
e	variável	de	negócio	para	negócio	(ROSA,	2001).
Planejar	estrategicamente	gera	uma	condição	muito	melhor	para	a	empresa,	pois	
permite	tomar	decisões	rapidamente	perante	oportunidades	e	ameaças,	aumentando	sua	
vantagem	competitiva	em	relação	ao	ambiente	concorrencial.	O	planejamento	visa	buscar	a	
maximização	das	operações	e	minimizar	os	riscos	da	tomada	de	decisões	(TUBINO,	2008).
De	acordo	com	Tubino	(2008,	p.	35),	 “o	 foco	do	planejamento	será	centralizar	a	
estratégia	de	produção	com	a	montagem	de	um	plano	de	produção	que	relacione	as	áreas	
de	decisão	do	sistema	produtivo”.
Para	Tubino	(2007),	após	a	elaboração	da	previsão	de	demanda,	 realizada	pelo	
setor	de	vendas,	cabe	ao	PCP	apurar	os	estoques	de	insumos,	comprar	o	que	estiver	em	
carência,	colocar	em	prática	os	planos	de	produção	e	controlar	a	fabricação	de	produtos	
em	elaboração	e	acabados.
15UNIDADE I Introdução ao Planejamento, Programação e Controle da Produção - PPCP
Para	Slack	et	al.	(2002),	a	harmonia	entre	a	oferta	e	a	procura	é	promovida	quando	
as	ações	de	planejamento	e	controle	propiciam	os	sistemas,	procedimentos	e	decisões,	
conformando	meios	capazes	de	fornecer	bens	e	serviços	para	a	demanda	que	foram	pro-
jetados	para	satisfazer.	
O	PPCP	dá	suporte	às	linhas	de	produção,	empregando	e	acompanhando	os	recur-
sos	a	fim	de	atingir	os	objetivos	traçados.	Assim,	fica	claro	que	o	PPCP	está	encarregado	
de	administrar	com	competência	o	fluxo	material,	a	utilização	de	máquinas,	mão	de	obra,	
fornecedores	e	métodos	que	serão	utilizados	para	a	fabricação	dos	produtos	ou	serviços	
(PECI,	2008).
Segundo	Ivert	(2012),	os	sistemas	de	PPCP	devem	ajustar-se	constantemente	a	
fim	 de	 conciliar	 as	 várias	mudanças	 que	 ocorrem	 no	 cenário	 da	 organização,	 devido	 à	
estratégia	adotada	em	relação	às	exigências	do	mercado.
Conforme	 Oliveira	 (2005),	 na	 fabricação	 de	 produtos,	 após	 o	 planejamento	 do	
número,	tipo	e	sequência	a	serem	produzidos,	é	vital	que	ocorra	o	controle	em	todas	as	
partes	que	compõem	o	processo,	para	um	eficiente	aproveitamento	dos	recursos	humanos	
e	 tecnológicos,	 em	 relação	 às	matérias-primas	 e	 componentes	 que	 serão	 consumidos.	
Segundo	 esses	 autores,	 as	 fases	 de	 planejamento,	 controle	 e	 correção	 dos	 erros,	 que	
possivelmente	ocorrerão,	é	tarefa	do	PPCP.	
O	que	é	Plano	Mestre	de	Produção?
Ghani	(2002,	p.	8)	definem	Plano	Mestre	(ou	Planejamento	Mestre)	como	sendo	
“um	processo	de	negócios	concebido	para	balancear	a	demanda	e	a	oferta	a	nível	detalha-
do	de	variedade.”	E	complementam	que	o	Planejamento	Mestre	é	
principalmente	um	processo	de	tomada	de	decisões	[...].	O	resultado	deste	
processo	é	o	Planejamento	Mestre	da	Produção	 -	PMP,	que	é	o	plano	de	
produção	antecipado	dos	produtos	(ou	peças	dos	produtos)	específicos	e	dos	
pedidos	dos	clientes.
Planejamento	 da	 produção:	 com	 base	 no	 PMP	 e	 nos	 registros	 de	 controle	 de	
estoques,	 “[...]	 a	 Programação	 da	 produção	 estabelece	 a	 curto	 prazo	 quando	 e	 quanto	
comprar,	fabricar	ou	montar	de	cada	item	necessário	à	composição	dos	produtos	finais	[...]”	
(TUBINO,	2007,	p.	66	).		
Agora	 veremos	 o	 Sales and Operations Planning	 (S&OP)	 ou	 Planejamento	 de	
Vendas	e	Operações,	que	pode	ser	conceituado	como	um	processo	de	planejamento	inte-
grado,	liderado	pela	alta	gerência	da	empresa,	que	tem	como	objetivo	principal	equilibrar	
as	 necessidades	 de	 demanda	 e	 suprimentos,	 através	 da	 coordenação	 de	 informações	
e	processos	entre	diferentes	áreas	 (PEDROSO;	SILVA,	2015;	TUOMIKANGAS;	KAIPIA,	
16UNIDADE I Introdução ao Planejamento, Programação e Controle da Produção - PPCP
2014).	A	questão	de	alinhamento	entre	as	áreas	funcionais	e	os	objetivos	da	empresa	(do	
plano	 tático	ao	estratégico)	é	uma	das	finalidades	de	S&OP	 (IVERT;	JONSSON,	2012),	
comumente	 implementado	em	organizações	que	 têm	possibilidade	de	previsibilidade	de	
demanda	em	médio	e	longo	prazo.
Então	qual	é	o	nível	de	importância	do	S&OP	para	o	planejamento	estratégico?	E	
por	quê?	
É	de	 total	 importância,	pois	processo	de	Planejamento	de	Vendas	e	Operações	
(S&OP)	objetiva	interligar	o	planejamento	estratégico	e	execução	horizontal	com	a	demanda	
e	oferta,	passando	também	pelos	departamentos	da	empresa.	Simultaneamente	o	S&OP	
desdobra	o	planejamento	estratégico	para	a	execução	e	nivela	oferta	e	demanda	–	conec-
tando	vendas	e	marketing	a	setores	como	produção,	suprimentos	etc.	(WALLACE,	2004).	
De	acordo	com	Cunha	(1996),	esse	processo	tem	por	função	gerenciar	os	riscos	
das	incertezas	da	relação	entre	expectativas	de	clientes	e	operações	internas.
17UNIDADE I Introdução ao Planejamento, Programação e Controle da Produção - PPCP
5 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DO PLANEJAMENTO INDUSTRIAL
O	posicionamento	do	PPCP	na	estrutura	organizacional	varia	de	uma	organização	
para	a	outra,	podendo	integrá-la	como	uma	área	de	apoio	(em	inglês,	staff)	à	área	industrial	
(TUBINO,	2000)	ou	como	um	setor	de	linha	desta	área	(BARNES,	1977)
Segundo	 Oliveira	 (2005),	 estrutura	 organizacional	 é	 definida	 pelo	 resultado	 da	
distribuição	de	autoridade,	pela	especificação	das	atividades	e	pelo	delineamento	de	um	
sistema	de	comunicação	que	permita	à	empresa	atingir	seus	objetivos.
A	Estrutura	Organizacional	(doravante	denominada	pela	sigla	-	EO)	de	uma	empresa	
indica	o	modo	como	as	atividades	são	ordenadas	para	possibilitar	o	alcance	dos	objetivos,	
essa	estrutura	específica,	os	papéis,	as	relações	e	os	procedimentos	organizacionais	que	
possibilitam	uma	ação	coordenada	de	seus	membros	(PECI,	SOBRAL,	2008).
Para	Shrivastava	 (1994),	a	Estrutura	Organizacional	 refere-se	ao	padrão	de	au-
toridade	e	às	 relações	de	 responsabilidade	que	existem	em	uma	organização.	Uma	EO	
nasce	para	resolver	ou	para	estabelecer	um	padrão	de	coordenação	das	atividades	de	uma	
organização	(MONTANA,	2010).
Para	Chiavenato	(2007),	há	três	tipos	básicos	de	Estrutura	Organizacional,	confor-
me	segue:
● Organização linear:	cada	superior	tem	autoridade	única	e	absoluta	sobre	seus	
subordinados	e	não	a	reparte	com	ninguém;
● Organização funcional:	 aplica	 o	 princípio	 da	 especialização	 das	 funções,	
em	 que	 cada	 superior	 tem	 autoridade	 parcial,	 relativa	 e	 decorrente	 de	 sua	
especialidade;
● Organização linha-staff:	é	a	combinação	dos	tipos	linear	e	funcional,	em	que	as	
unidades	de	linha	se	concentram	no	alcance	dos	objetivos	principais	da	empresa	
e	delegam	autoridade	sobre	serviços	especializados	e	atribuições	marginais	a	
outras	unidades	e	posições	da	empresa,	estas	se	denominam	assessoria	(staff).
O	que	é	departamentalização?
Para	Peci	e	Sobral	 (2008),	a	departamentalização	é	a	 forma	de	se	estruturar	as	
diferentes	atividades,	a	fim	de	alcançar	os	objetivos	da	empresa	da	forma	mais	eficiente	
possível,	permitindo	aumentar	a	eficiência	e	a	eficácia	da	administração,	contribuindo	para	
um	aproveitamento	mais	racional	dos	recursos	disponíveis	nas	organizações,	em	que	os	
critérios	usados	para	departamentalizar	devem	refletir	o	agrupamento	que	melhor	contribui18UNIDADE I Introdução ao Planejamento, Programação e Controle da Produção - PPCP
para	o	alcance	dos	objetivos	organizacionais,	consistindo	em	agrupar	e	 integrar	 tarefas,	
atividades	e	funcionários	em	departamentos,	a	fim	de	melhorar	a	coordenação.
Segundo	Chiavenato	(2007),	os	principais	tipos	de	departamentalização	no	Plane-
jamento	Industrial	são:
● Por produtos e serviços:	todos	os	principais	deveres	e	tarefas	relacionados	com	
um	produto	ou	serviço	são	reunidos	e	atribuídos	a	um	específico	departamento,	
no	sentido	de	coordenar	as	atividades	requeridas	para	cada	tipo	de	saída	ou	
resultado;
● Por processo:	a	diferenciação	e	o	agrupamento	se	fazem	pela	sequência	do	
processo	produtivo	ou	operacional	ou	pelo	arranjo	físico	e	disposição	racional	
do	equipamento	utilizado;
● Por projeto:	adapta	a	estrutura	da	empresa	aos	projetos	que	ela	se	propõe	a	
construir,	em	que	grupos	de	empregados	são	destacados	e	concentrados	em	
projetos	específicos.
SAIBA MAIS
O	Sebrae	disponibiliza	 informações	de	 forma	acessível	e	didática	sobre	a	Gestão	de	
Produção	com	foco	em	auxiliar	o	empreendedor,	alcançar	o	crescimento	do	seu	negócio	
com	base	no	planejamento	estratégico.
Fonte:		GONÇALVES,	M.	A gestão de produção é essencial para sua empresa crescer.	Sebrae.	2010
https://m.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/artigosOrganizacao/a-gestao-de-producao-e-essen-
cial-para-a-sua-empresa-crescer,4b73438af1c92410VgnVCM100000b272010aRCRD
REFLITA
“Eu	sou	parte	de	uma	equipe.	Então,	quando	venço,	não	sou	eu	apenas	quem	vence.	
De	certa	forma,	termino	o	trabalho	de	um	grupo	enorme	de	pessoas!”	(Ayrton	Senna).
Esse	deve	ser	o	espírito	de	trabalho	no	PPCP	de	uma	empresa!	
Trabalho	em	equipe	sempre!
19UNIDADE I Introdução ao Planejamento, Programação e Controle da Produção - PPCP
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Olá,	estudante!
Chegamos	ao	fim	da	Unidade	I!	
Segundo	Rosa		(2001),	na	fabricação	de	produtos,	após	o	planejamento	do	número,	
tipo	e	sequência	a	serem	produzidos,	é	vital	que	ocorra	o	controle	em	todas	as	partes	que	
compõem	o	processo,	para	um	eficiente	aproveitamento	dos	recursos	humanos	e	tecno-
lógicos,	em	relação	às	matérias-primas	e	componentes	que	serão	consumidos.	Segundo	
esses	autores,	as	fases	de	planejamento,	controle	e	correção	dos	erros,	que	possivelmente	
ocorrerão,	é	 tarefa	exclusiva	do	PPCP.	A	partir	dessa	análise	é	possível	compreender	a	
importância	do	PPCP	no	Estrutura	Organizacional	do	Planejamento	Industrial.
Na	próxima	unidade	serão	abordados	os	sistemas	utilizados	pelo	PPCP	e	a	lógica	
do	MRP/MRPII,	JIT	e	OPT.
20UNIDADE I Introdução ao Planejamento, Programação e Controle da Produção - PPCP
LEITURA COMPLEMENTAR
A automação da produção e a indústria 4.0
A	 automação	 da	 produção	 industrial	 pode	 gerar	muitos	 benefícios	 para	 o	 setor	
operacional	de	uma	empresa,	contribuindo	também	para	a	sua	gestão.	Isso	porque,	atual-
mente,	 passamos	pela	 chamada	quarta	 revolução	 industrial,	 ou	 Indústria	 4.0,	 que	 junta	
avanços	tecnológicos	em	atividades	manuais	e	analíticas.	Além	disso,	há	o	advento	de	In-
ternet of Things	 (IoT),	ou	Internet	das	Coisas,	que	abrange	a	possibilidade	de	máquinas	
e	outros	dispositivos,	que	não	só	de	informática	ou	eletrônica,	se	conectarem	à	Internet.	
Graças	a	isso,	equipamentos	industriais	conseguem	“conversar”	entre	si,	trocando	dados	
que	podem	ser	usados	para	coordenar	operações	e	melhorar	a	produção.	Aliás,	até	2022,	
conforme	previsões	da	Cisco,	as	conexões	M2M	(Máquina	a	Máquina)	corresponderão	a	
mais	da	metade	dos	equipamentos	e	das	conexões	globais	conectadas.	Basicamente,	a	
participação	 delas	 chegará	 a	 51%	—	em	 torno	 de	 14,6	 bilhões	 de	 conexões	M2M.	Em	
2017,	elas	correspondiam	a	34%.
A	Indústria	4.0	permite	o	aprimoramento	de	processos	que	envolvem	automação	
industrial,	como	veremos	adiante.	Acompanhe!
A	Indústria	4.0	envolve	automação	total,	controle	e	monitoramento	direcionados	à	
manufatura	—	inclusive,	à	distância	—	e	Tecnologia	da	Informação	(TI).	Além	disso,	sis-
temas	cyber-físicos,	a	 já	mencionada	 IoT	e	a	 Internet	dos	Serviços	 têm	grande	 impacto	
nesses	 itens,	permitindo	que	possam	ser	aplicados	com	eficiência.	Na	 Indústria	4.0,	 há	
foco	em	processos	cada	vez	mais	efetivos,	personalizáveis	e	autônomos,	o	que	demanda	
profissionais	multidisciplinares	que	consigam	lidar	com	isso.	Também	temos	o	surgimento	
das	chamadas	“fábricas	inteligentes”,	cujos	fluxos	de	trabalho	são	estruturados,	efetuados	
e	geridos	pelos	próprios	instrumentos	tecnológicos	empregados.	Tal	fato	é	possível	graças	
a	uma	série	de	soluções,	como:
●	 TI	otimizada,	com	sistemas	operacionais	e	gerenciais	integrados;
●	 automação	 total	 de	processos	não	só	 repetitivos	e	 “braçais”,	 como	acontece	
desde	 a	 3°	 revolução	 industrial.	 É	 possível	 automatizar	 também	 atividades	
analíticas	e	estratégicas	por	causa	das	evoluções	no	campo	da	computação	
cognitiva	e	da	Inteligência	Artificial	(IA);
https://www.totvs.com/blog/impactos-da-industria-40/
https://www.cisco.com/c/en/us/solutions/collateral/service-provider/visual-networking-index-vni/white-paper-c11-741490.html
https://www.totvs.com/blog/automacao-industrial/
https://www.totvs.com/blog/automacao-industrial/
https://www.totvs.com/blog/capacitacao-de-funcionarios/
https://www.totvs.com/blog/capacitacao-de-funcionarios/
https://www.totvs.com/blog/inteligencia-artificial-na-industria-2/
21UNIDADE I Introdução ao Planejamento, Programação e Controle da Produção - PPCP
●	 aumento	na	descentralização	de	processos	devido	à	automação	de	operações	
tanto	repetitivas	quanto	analíticas.	Isso	possibilita	que,	na	indústria	inteligente,	
módulos	consigam	atuar	de	maneira	independente	uns	dos	outros,	com	chance	
de	agilizarem	e	aprimorarem	as	suas	próprias	funções/atividades.
Benefícios da automação da produção
A	automação	da	produção	gera	uma	série	de	benefícios	para	a	indústria.	Confira	
alguns	dos	principais	a	seguir!
1.	Aumento	de	produtividade
A	automação	é	capaz	de	realizar	tarefas	repetitivas	e	manuais	rapidamente	e	com	
menos	erros,	o	que	permite	ampliar	a	produção.	Além	disso,	o	uso	de	sistemas	de	gestão	
para	administrar	as	máquinas	favorece	a	busca	contínua	de	processos	cada	vez	mais	efi-
cientes,	contribuindo	para	melhorar	ainda	mais	a	produtividade.
2.	Redução	dos	custos
Com	o	ganho	de	escala	na	produção	e	a	diminuição	de	erros	que	podem	gerar	
descartes	e	perdas	de	produtos,	ocorre	a	redução	nos	custos	unitários	de	produção.	Há,	
ainda,	uma	aplicação	mais	eficiente	dos	insumos	com	base	em	históricos	e	análises	que	
buscam	a	melhoria	nos	processos	fabris.
Muitos	sistemas	também	operam	de	forma	a	otimizar	o	consumo	energético,	isto	
é,	desligam	quando	não	se	encontram	em	uso	ou	 tentam	consumir	energia	de	maneira	
aprimorada	quando	estão	em	funcionamento.	Isso	também	contribui	para	diminuir	custos.
3.	Ganho	de	vantagem	competitiva
O	aumento	da	produtividade	e	a	 redução	de	custos	contribuem	para	a	empresa	
obter	 vantagem	competitiva	 perante	 a	 concorrência.	Afinal,	 poderá	 praticar	 preços	mais	
atrativos,	sem	que	haja	perda	de	qualidade	em	seus	produtos,	pois	a	automação	busca	
mantê-la	mesmo	que	a	quantidade	de	itens	fabricados	aumente	significativamente.
Fonte:	TOTVS	(2019).
22UNIDADE I Introdução ao Planejamento, Programação e Controle da Produção - PPCP
MATERIAL COMPLEMENTAR
LIVRO
Título:	Planejamento	e	Controle	da	Produção	Teoria	e	prática
Autor:	Dalvio	Ferrari	Tubino
Editora:	Atlas
Sinopse:	O	autor	Tubino	apresenta	o	modelo	de	PPCP	com	as	
funções	 revistas	 e	 atualizadas	 de	 planejamento	 estratégico	 da	
produção	(longo	prazo),	planejamento-mestre	da	produção	(médio	
prazo)	 e	 programação	 e	 acompanhamento	 da	 produção	 (curto	
prazo),	 esta	 obra	 demonstra	 a	 estratégia	 da	manufatura	 enxuta	
(lean)	e	une	os	atuais	conceitos	dessa	estratégia	com	os	de	PPCP.	
FILME/VÍDEO
Título:	Tempos	Modernos
Ano:	1936
Sinopse: Tempos	Modernos	é	um	filme	que	retrata	a	vida	urbana	
nos	 EstadosUnidos	 no	 ano	 de	 1930,	 demonstrando	 os	modos	
de	produção	 industrial	baseados	na	divisão	e	especialização	do	
trabalho	na	linha	de	montagem.
23
Plano de Estudo:
•	Inter-relações	do	PPCP	com	as	demais	áreas	da	empresa.
•	Sistemas	de	Produção	e	modelos.
•	Previsão	da	Demanda	–	Planos	de	longo,	médio	e	curto	prazo.
•	A	lógica	do	MRP	/	MRPII,	JIT	e	OPT.
•	Abordagem	sobre		os	Sistemas	utilizados	no	PPCP.
Objetivos de Aprendizagem:
•	Compreender	Inter-relações	do	PPCP	com	as	demais	áreas	da	empresa.
•	Aprender	os	tipos	de	Sistemas	de	Produção	e	modelos.
•	Estabelecer	a	importância	da	Previsão	da	Demanda	–	Planos	de	longo,	médio	e	curto	
prazo.
•	Discorrer	sobre	a	lógica	do	MRP	/	MRPII,	JIT	e	OPT.
•	Apresentar	os	Sistemas	utilizados	no	PPCP.
UNIDADE II
MRP / MRPII, JIT e OPT
Professora Mestre Lilian Gonçalves
24UNIDADE II MRP / MRPII, JIT e OPT
INTRODUÇÃO
Olá	estudante!
Vamos	à	Unidade	II!	Aqui	você	irá	compreender	a	importância	da	inter-relação	do	
PPCP	com	os	demais	departamento	da	empresa,	uma	vez	que	o	Planejamento	da	produ-
ção	envolve	os	departamentos:	comercial,	estoque,	compras,	financeiro,	RH	entre	outras.
Você	sabia	que	cada	tipo	de	empresa	e	produto	há	um	modelo	de	produção?	Vere-
mos	os	principais	modelos	de	Sistema	de	Produção.
A	seguir	a	Previsão	de	Demanda	com	Planos	de	longo,	médio	e	curto	prazo,	pois	
dificilmente	a	quantidade	de	itens	demandados	será	igual	à	quantidade	produzida	e	vice	
versa.	Vamos	descobrir	o	porquê?
No	dia	a	dia,	o	analista	de	programação	da	produção	precisa	tomar	decisões	que	
serão	determinantes	na	formação	dos	custos	de	produção,	sendo	necessário	a	utilização	
de	um	sistema	que	dê	suporte	às	 inúmeras	variáveis.	Sendo	assim,	chegamos	ao	 tema	
central	desta	unidade:	Planejamento	de	Necessidades	de	Materiais	-	MRP	I,	Planejamento	
de	Recursos	de	Manufatura	-	MRPII,	Just	in	time	(JIT)	e	Tecnologia	da	Produção	Otimizada	
(OPT).	Para	encerrar	a	unidade	abordaremos	os	Sistemas	utilizados	no	PPCP.
Bons	Estudos!
25UNIDADE II MRP / MRPII, JIT e OPT
1 INTER RELAÇÕES DO PPCP E DEMAIS ÁREAS DA EMPRESA
Planejamento,	Programação	e	Controle	da	Produção	 (PPCP)	é	 responsável	 por	
decidir	sobre	o	melhor	emprego	dos	recursos	de	produção,	assegurando	a	execução	do	
que	foi	previsto	no	tempo	e	quantidade	certa	e	a	utilização	dos	recursos	adequados.	Res-
ponsável	por	administrar	informações	que	chegam	até	ele	vindas	de	diversas	áreas,	com	o	
propósito	de	aumentar	a	eficiência	e	eficácia.
O	PPCP	deve	responder	às	seguintes	perguntas-chave	(ERDMANN,	2000):
● O que Produzir?	–	Que	está	diretamente	ligado	ao	custo	de	produção	da	peça	
ou	à	uma	determinação	da	administração,	da	área	estratégica	ou	até	mesmo	do	
marketing.
● Como Produzir?	–	Aqui	o	setor	de	PCP	precisa	ter	a	descrição	do	processo	de	
produção	do	produto,	para	que	saiba	a	sequência	de	etapas	necessárias,	bem	
como	as	matérias-primas	a	serem	utilizadas	e	quais	máquinas	serão	necessá-
rias.
● Quando Produzir?	–	Para	saber	quando	produzir,	deve-se	 levar	em	conta	a	
capacidade	da	organização	(quantidade	de	máquinas,	seu	pessoal	e	sua	capa-
cidade	financeira)	e	também	quando	o	mercado	(consumidor)	está	disposto	a	
comprar.
26UNIDADE II MRP / MRPII, JIT e OPT
Mas,	 para	 responder	 essas	 questões,	 o	PPCP	precisa	manter	 inter-relações	 di-
retas	e	indiretas	com	praticamente	todos	os	setores	da	empresa,	recebendo	informações	
e	transmitindo	de	várias	áreas	e	utilizando-as	para	que	a	elaboração	do	planejamento	e	
programação	saia	o	mais	correto	possível.	As	principais	 inter-relações	do	PPCP	com	os	
demais	setores	são	as	seguintes	(CHIAVENATO,	1990):
● Área de Engenharia Industrial:	o	PPCP	obtém	 informações	sobre	o	 funcio-
namento	de	máquinas	e	equipamentos	e,	por	sua	vez,	a	engenharia	agenda	a	
paralisação	das	máquinas	para	consertos	e	reparos.
● Área de Suprimentos e Compras:	o	PPCP	informa	a	utilização	dos	materiais	
necessários.	Caso	não	se	tenha	em	estoque,	o	departamento	de	compras	deve	
efetuar	a	compra	para	que,	posteriormente,	seja	estocado	pela	área	de	supri-
mentos.	Sendo	assim,	a	área	de	suprimento	e	compras	baseia-se	naquilo	que	
é	planejado	pelo	PPCP.
● Área de Recursos Humanos:	 o	 PPCP	 faz	 a	 programação	 da	 atividade	 de	
mão	de	obra,	 visando	à	quantidade	de	pessoas	que	serão	necessárias	para	
trabalhar	no	processo	de	produção.	Os	treinamentos,	recrutamento	e	seleção	
são	atividades	desenvolvidas	em	função	do	PPCP.
● Área Financeira:	o	PPCP	baseia-se	nos	cálculos	repassados	pela	área	finan-
ceira	para	estabelecer	os	níveis	desejáveis	de	estoque,	tanto	de	matéria	prima	
como	de	produtos	acabados.
● Área de Vendas:	o	PPCP,	analisando	a	previsão	de	vendas	 fornecidas	pela	
área	 de	 vendas,	 elabora	 o	 plano	 de	 produção	 da	 organização,	 bem	 como	a	
quantidade	que	será	produzida	de	cada	produto.
● Área de Produção:	o	PPCP	controla	e	planeja	todo	o	processo	de	atividade	da	
produção,	sendo	assim,	a	área	de	produção	é	um	setor	que	trabalha	de	acordo	
com	o	que	foi	planejado	e	programado	pelo	PPCP.
27UNIDADE II MRP / MRPII, JIT e OPT
Figura 1 -	As	inter-relações	do	PCP	com	as	demais	áreas	da	empresa
Fonte:	Chiavenato	(1990,	p.	26).	
É	importante	que	as	informações	que	são	compartilhadas	estejam	consolidadas,	ou	
seja,	só	será	possível	colocar	esta	estratégia	em	funcionamento	se	estiverem	compatíveis	
uma	com	as	outras,	 caso	 contrário	 de	nada	adiantará,	 pois	 o	 processo	não	 conseguirá	
atender	a	sua	função	(TUBINO,	2007).	
Logo,	para	Rentes	 (2008),	da	mesma	 forma	que	um	setor	bem	estruturado	 traz	
benefícios,	pode	se	tornar	um	grande	problema.	Se	não	realizar	as	atividades	corretamente	
o	PCP	pode	levar	a	um	mau	atendimento	ao	cliente,	sobrecarregar	o	estoque	ou	mesmo	
levar	à	falta	de	matérias-primas	e	mão-de-obra,	má	utilização	dos	equipamentos,	atrasos	
na	entrega	dos	produtos,	além	de	ter	um	alto	nível	de	problemas	dentro	da	produção	da	
organização.
28UNIDADE II MRP / MRPII, JIT e OPT
2 SISTEMAS DE PRODUÇÃO E MODELOS
Durante	o	século	XX,	deu-se	origem	aos	sistemas	de	produção,	em	que	define-
-se	 por	 “sistema	 de	 produção”	 o	 conjunto	 de	 atividades	 e	 operações	 inter-relacionadas	
envolvidas	na	produção	de	bens	(no	caso	das	indústrias)	e	serviços,	a	classificação	dos	
sistemas	de	produção,	principalmente	em	função	do	fluxo	do	produto,	reveste-se	na	grande	
variedade	de	técnicas	de	planejamento	e	gestão	da	produção	(MOREIRA,	1998).	
As	empresas	são	definidas	como	um	sistema	que	transforma,	através	de	processos,	
entradas	(insumos)	em	saídas	(produtos).	Esse	sistema	é	chamado	de	sistema	produtivo.	
Portanto,	para	que	esse	sistema	transforme	insumos	em	produtos,	é	necessário	estabe-
lecer	planos	e	prazos,	com	aplicação	de	ações	para	que,	após	esses	prazos,	os	eventos	
planejados	se	tornem	realidade	(TUBINO,2007).	
Diferenciam-se	no	sistema	de	produção	alguns	elementos	constituintes	fundamen-
tais,	como	os	insumos,	o	processo	de	criação	ou	conversão,	os	produtos	ou	serviços	e	o	
subsistema	de	controle	(MOREIRA,	1998).	Cada	tipo	de	processo	de	manufatura	implica	
uma	forma	diferente	de	organizar	as	atividades	das	operações	com	diferentes	caracterís-
ticas	de	volume	e	variedade	(SLACK	et	al.,	1997).	O	objetivo	dos	sistemas	de	produção	é	
de	organizar	a	forma	com	que	as	empresas	geram	bens	físicos	e	serviços,	analisando	a	
melhor	utilização	dos	recursos	necessários	e	disponíveis,	abrangendo	diversas	áreas	de	
produção,	não	apenas	indústrias.	Os	bens	e	serviços	são	gerados	pela	transformação	dos	
recursos	pelas	atividade	produtivas	em	processo	na	empresa	(ALMEIDA	JUNIOR,	2012).	
Zacarelli	(1979)	fala	sobre	classificação	de	indústrias	e	estabelece	duas	grandes	
classes,	cada	uma	com	subclasses:
29UNIDADE II MRP / MRPII, JIT e OPT
1. Indústrias do tipo contínuo:	os	equipamentos	executam	as	mesmas	operações	
de	maneira	contínua	e	o	material	se	move	com	pequenas	 interrupções	entre	
eles	até	chegar	a	produto	acabado.	Como	exemplo:	as	indústrias	de	celulose.	
Figura2 –	Fábrica	de	Celulose
Fonte: Tubino ( 2007)
Pode	se	subdividir	em:
1.1	Contínuo	puro:	uma	só	linha	de	produção,	os	produtos	finais	são	exatamente	
iguais	e	toda	a	matéria-prima	é	processada	da	mesma	forma	e	na	mesma	sequência;
1.2	Contínuo	com	montagem	ou	desmontagem:	várias	linhas	de	produção	contínua	
que	convergem	nos	locais	de	montagem	ou	desmontagem;
1.3	Contínuo	com	diferenciação	final:	características	de	fluxo	igual	a	um	ou	outro	
dos	subtipos	anteriores,	mas	o	produto	final	pode	apresentar	variações.
2. Indústrias do tipo intermitente:	diversidade	de	produtos	fabricados	e	tamanho	
reduzido	do	lote	de	fabricação	determinam	que	os	equipamentos	apresentem	
variações	frequentes	no	trabalho.	
Figura 3	-	Indústria	de	máquinas	e	ferramentas
Fonte: Tubino (2007)
30UNIDADE II MRP / MRPII, JIT e OPT
Subdividem-se	em:
2.1	Fabricação	por	encomenda	de	produtos	diferentes:	produto	de	acordo	com	as	
especificações	do	cliente	e	a	fabricação	se	inicia	após	a	venda	do	produto;
2.1	Fabricação	 repetitiva	dos	mesmos	 lotes	de	produtos:	produtos	padronizados	
pelo	fabricante,	repetitividade	dos	lotes	de	fabricação,	pode-se	ter	as	mesmas	característi-
cas	de	fluxo	existente	na	fabricação	sob	encomenda.
Moreira	 (1998)	define	o	que	é	um	sistema	de	produção	e	descreve	brevemente	
seus	elementos	e	suas	interações.	Apresenta,	então,	duas	classificações	mais	usuais	de	
sistemas	de	produção,	à	primeira	denomina	Classificação	Tradicional	e	à	segunda,	Classi-
ficação	Cruzada	de	Schroeder.
O	modelo	de	Classificação Tradicional,	em	função	do	tipo	de	processo	de	fabrica-
ção,	agrupa	os	sistemas	de	produção	em	três	grandes	categorias,	segundo	Moreira	(1998):
1. Sistemas de produção contínua ou de fluxo em linha:	apresentam	sequência	
linear	de	fluxo	e	trabalham	com	produtos	padronizados.	Esse	tipo	de	produção	tende	a	ter	
um	alto	grau	de	automatização	e	com	produtos	altamente	padronizados.	
i)	produção	contínua	propriamente	dita:	é	o	caso	das	indústrias	de	processo,	esse	
tipo	de	produção	tende	a	ter	um	alto	grau	de	automatização	e	a	produzir	produtos	altamente	
padronizados.	Na	Figura	4	temos	a	indústria	refinaria	de	petróleo	como	exemplo	da	produ-
ção	contínua
Figura 4 -	Refinaria	de	Petróleo
Fonte: Moura (1994)
ii)	produção	em	massa:	linhas	de	montagem	em	larga	escala	de	poucos	produtos	
com	grau	de	diferenciação	 relativamente	pequeno.	Como	exemplo	 são	as	 indústrias	de	
montadoras	de	carros.
31UNIDADE II MRP / MRPII, JIT e OPT
Figura 5 -	Indústria	montadora	de	carros
Fonte: Moura (1994)
2. Sistemas de produção intermitente (fluxo intermitente)
i)	por	lotes:	ao	término	da	fabricação	de	um	produto,	outros	produtos	tomam	seu	
lugar	nas	máquinas,	de	maneira	que	o	primeiro	produto	só	voltará	a	ser	fabricado	depois	de	
algum	tempo.	A	produção	em	lotes	é	realizada	antes	de	acontecer	a	venda	ou	a	encomenda	
de	algum	cliente.	Esse	sistema	de	produção	é	utilizado	em	um	grande	número	de	indús-
trias,	 incluindo	a	maioria	das	 indústrias	de	produtos	de	consumo,	como	roupas,	móveis,	
eletrodomésticos	etc.
Figura 6 -	Indústria	de	confecção	
	
Fonte: Tubino (2007)
ii)	por	encomenda:	o	cliente	apresenta	seu	próprio	projeto	do	produto,	devendo	ser	
seguidas	essas	especificações	na	fabricação.	Exemplo:	iates	de	luxo,	jatos	particulares
3. Sistemas de produção de grandes projetos sem repetição:	produto	único,	não	
há	rigorosamente	um	fluxo	do	produto,	existe	uma	sequência	predeterminada	de	atividades	
que	deve	ser	seguida,	com	pouca	ou	nenhuma	repetitividade.	Exemplo:	navios	de	grande	
porte,	seja	de	carga	ou	passageiros.
32UNIDADE II MRP / MRPII, JIT e OPT
Figura 7 -	Construção	de	navio	de	grande	porte
Fonte: Tubino (2007)
Segundo	Lopes	(2002),	o	modelo	de	Classificação Cruzada de Schroeder	é	deri-
vado	da	tipologia	clássica	ou	tradicional,	leva	em	conta	duas	ou	mais	dimensões	associadas	
aos	sistemas	do	processo	de	fabricação.	Essa	dimensão	geralmente	é	suficiente	para	os	
sistemas	 industriais,	mas	 incompleta	 se	aplicada	aos	serviços.	Por	 isso,	 a	 classificação	
cruzada	é	mais	completa	e	ajuda	a	entender	um	maior	número	de	casos	práticos	em	que	
existem	duas	classes:
1.	Sistemas orientados para estoque:	produto	é	fabricado	e	estocado	antes	da	
demanda	efetiva	do	consumidor.	Esse	tipo	de	sistema	oferece	atendimento	rápido	e	baixo	
custo,	mas	a	flexibilidade	de	escolha	do	consumidor	é	reduzida.	São	exemplo	as	indústrias	
alimentícias	e	autopeças.
Figura 8 -	Indústria	de	bolachas
Fonte: Moura (1994)
33UNIDADE II MRP / MRPII, JIT e OPT
2.	Sistemas orientados para a encomenda:	 neste	 sistema	 as	 operações	 são	
ligadas	a	um	cliente	em	particular	com	o	qual	se	discute	o	preço	e	o	prazo	de	entrega	da	
mercadoria.	A	medida	do	desempenho	nos	sistemas	por	encomenda	é	mensurada	pelo	
prazo	de	entrega,	que	o	cliente	deseja	saber	de	antemão	(MEDEIROS,	2002).	Como	exem-
plos:	grandes	motores,	edifícios,	máquinas	e	equipamentos	feitos	sob	encomenda.
Figura 9 -	Construção	de	edifício
Fonte: Tubino (2007)
	
Logo,	cada	segmento	de	produção	deve	ser	analisado	e	adotado	em	específico,	ou	
seja,	as	características	do	produto	e	processo.
34UNIDADE II MRP / MRPII, JIT e OPT
3 PREVISÃO DA DEMANDA – PLANO DE LONGO, MÉDIO E CURTO PRAZO
De	acordo	com	Favaretto	(2001),	a	gestão	da	demanda	é	a	integração	entre	cliente	
e	empresa,	sendo	responsável	pelo	planejamento	adequado	de	todas	demandas	geradas,	
externa	ou	internamente,	a	fim	de	se	obter	um	equilíbrio	entre	o	que	o	mercado	requer	e	o	
que	a	produção	pode	fornecer.
A	previsão	da	demanda	refere-se	a	um	processo	metodológico	com	o	objetivo	de	
determinar	dados	futuros	utilizando	meios	estatísticos,	matemáticos,	econométricos	e	até	
mesmo	a	subjetividade.	Essa	previsão	nada	mais	é,	como	o	próprio	nome	sugere,	que	uma	
atividade	em	que	se	deseja	prever	o	 futuro,	 tentando	minimizar	as	 incertezas	 relaciona-
das	ao	processo	empresarial	como	um	todo,	com	o	objetivo	final	de	melhorias	financeiras	
(GARCIA,	2011).	
Segundo	Côrrea	et	al.	(1997),	algumas	informações	devem	ser	consideradas	pelo	
sistema	de	previsão:	dados	históricos	de	vendas,	variáveis	que	podem	afetar	o	comporta-
mento	das	vendas	no	futuro;	situação	econômica	atual,	informações	sobre	comportamentos	
atípicos	de	vendas	passadas,	atuação	de	concorrentes	e	decisões	da	área	comercial.
Os	métodos	de	previsão	da	demanda	são	classificados	em	duas	grandes	classes:	
métodos	qualitativos	e	quantitativos.	Os	qualitativos	subdividem-se	em	métodos	de	avalia-
ção	subjetiva	e	exploratórios;	 já	os	quantitativos	subdividem-se	em	métodos	de	projeção	
histórica	e	causais	(MAKRIDAKIS;	WHEELWRIGHT;	HYNDMAN,	1998):
35UNIDADE II MRP / MRPII, JIT e OPT
1.	 Métodos	 qualitativos:	 são	 subjetivos	 e	 contam	 com	 o	 julgamento	 humano.	
Apropriados	quando	poucos	dados	históricos	estão	disponíveis	ou	quando	especialistas	
possuem	inteligência	de	mercado	que	possa	afetar	a	previsão	(CHOPRA;	MEINDL,	2011).	
O	uso	desse	método	é	muito	observado	quando	há	o	desenvolvimento	de	estratégias	de	
longo	e	médio	prazo	e	de	novos	produtos,	em	que	a	demanda	é	 incerta	(MAKRIDAKIS;	
WHEELWRIGHT;	HYNDMAN,	1998).	
2.	Métodos	quantitativos:	definem	explicitamente	como	a	previsão	é	determinada.	
A	lógica	é	claramente	diagnosticada	e	as	operações	são	matemáticas.	Os	processos	en-
volvem	verificação	de	dados	históricos	para	identificar	o	processo	(CAVALHEIRO,	2003).	
Desta	 forma,	 para	 a	 elaboração	 da	 previsão	 da	 demanda	 em	Planos	 de	 longo,	
médio	e	curto	prazo	é	necessário		que	as	necessidades	dos	clientes	e	a	capacidade	da	
empresa	 devem	 estar	 equilibradas,	 para	 obter	 como	 consequência	 a	 minimização	 das	
incertezas	de	oferta	e	demanda,	além	de	melhorias	no	nível	de	serviço	prestado	ao	cliente,	
redução	dos	níveis	de	estoque,	melhorias	na	utilização	dos	ativos	e	na	disponibilidade	de	
produto	(MELO;	ALCÂNTARA,	2011).	
A	seguir	você	verá	de	que	maneira	é	a	rotina	do	PPCP	em	relação	ao	planejamento	
e	a	previsão	da	demanda.	É	necessárioesclarecer	que	os	aspectos	do	planejamento	e	
controle	da	produção	mudam	ao	longo	do	tempo.	Slack	et	al.	(2008)	ilustram	a	natureza	do	
planejamento	e	controle	e	como	seus	aspectos	variam	de	importância	ao	longo	do	tempo,	
no	longo	prazo,	os	gerentes	de	produção	fazem	planos	relativos	ao	que	eles	pretendem	
fazer,	que	recursos	eles	precisam	e	quais	objetivos	eles	esperam	atingir.	
A	ênfase	está	mais	no	planejamento	do	que	no	controle,	porque	existe	ainda	pouco	
a	ser	controlado.	Eles	vão	usar	previsões	da	demanda	provável,	descritas	em	termos	agre-
gados.	O	planejamento	e	o	controle	de	médio	prazo	estão	preocupados	com	planejar	em	
mais	detalhes	(e	replanejar,	se	necessário).	Eles	olham	para	frente	para	avaliar	a	demanda	
global	que	a	operação	deve	atingir	de	forma	parcialmente	desagregada.	No	planejamento	
e	no	controle	a	curto	prazo,	muitos	dos	recursos	terão	sido	definidos	e	será	difícil	fazer	mu-
danças	de	grande	escala	nos	recursos.	Todavia,	intervenções	a	curto	prazo	são	possíveis	
se	as	coisas	não	correm	conforme	os	planos.	Nesse	estágio,	a	demanda	será	avaliada	de	
forma	totalmente	desagregada.
36UNIDADE II MRP / MRPII, JIT e OPT
4 LÓGICA DO MRP I / MRP II, JIT E OPT
O	Planejamento	da	Necessidade	de	Materiais	(MRP)	I	e	II	é	uma	forma	de	adminis-
trar	a	produção.	Está	entre	um	dos	três	principais	sistemas	de	Planejamento,	Programação	
e	Controle	da	Produção	(PPCP),	juntamente	com	Just in Time	(JIT)	e	Optimized Production 
Technology	(OPT).	Um	sistema	de	Planejamento	e	Controle	da	Produção	é	uma	“função	
de	apoio	de	coordenação	das	várias	atividades	de	acordo	com	os	planos	de	produção,	de	
modo	que	os	programas	preestabelecidos	possam	ser	atendidos	nos	prazos	e	quantidades”	
(RENTES,	2002,	p.	49).
4.1 Planejamento da Necessidade de Materiais - MRP 
Segundo	Esteves	(2001),	o	MRP	surgiu	na	década	de	60,	com	o	objetivo	de	auxiliar	
as	empresas	com	o	cálculo	das	necessidades	de	determinados	produtos.	O	MRP	“[...]	é	
uma	técnica	para	converter	a	previsão	de	demanda	de	um	item	de	demanda	independente	
em	uma	programação	das	necessidades	de	suas	partes	(estrutura)”	(ALBERTIN;	PONTES,	
2016,	p.	132).
“Uma	indústria	que	adota	sistema	do	tipo	MRP	necessita,	invariavelmente,	de	uma	
estrutura	 computacional	 (hardware	 e	 software)	 que	 possa	manter	 todos	 os	 registros	 de	
produção	(lista	de	materiais,	lead	times,	estoques,	entre	outros)	atualizados”	(BEZERRA,	
2014,	p.	86).
Conforme	Davis,	Aquilano	e	Chase	(2003	apud	BEZERRA,	2014),	os	objetivos	de	
um	sistema	MRP	estão	relacionados	a:
37UNIDADE II MRP / MRPII, JIT e OPT
● Estoque	–	encomendar	o	material	correto,	na	quantidade	necessária	e	no	mo-
mento	adequado;
● Prioridades	–	encomendar	na	data	correta	e	manter	válida	essa	data;
● Capacidade de produção	–	planejar	adequadamente	o	lote	completo	de	pro-
dução	e	os	próximos	lotes.
A	principal	informação	que	irá	alimentar	o	cálculo	das	necessidades	de	materiais	
(MRP)	é	o	plano	mestre	de	produção,	o	qual	se	refere	a	um	plano	de	produção	estabelecido	
em	horizonte	de	médio	prazo	para	as	demandas	independentes	(FENERICH,	2016,	p.	104)
Para	Vollmann	et.	al. (2006,	p.	224)	é	importante	salientar	que:	
Além	das	entradas	do	programa	mestre	de	produção,	o	MRP	 requer	duas	
entradas	básicas.	Uma	lista	de	materiais,	para	cada	número	de	peça,	quais	
outros	número	de	peças	são	necessários	como	componentes	diretos.	A	se-
gunda	entrada	básica	para	o	MRP	é	o	status	do	estoque.
É	 importante	 salientar	 que	 os	 principais	 aspectos	 de	 funcionamento	 do	 MRP	
segundo	Corrêa	e	Gianesi	(1999,	p.	106)	são:	
Parte-se	 das	 necessidades	 de	 entrega	 dos	 produtos	 finais	 (quantidades	 e	
datas);	Calculam-se,	para	trás,	no	tempo,	as	datas	em	que	as	etapas	do	pro-
cesso	de	produção	devem	começar	e	acabar;	e	Determinam-se	os	recursos,	
e	respectivas	quantidades,	necessários	para	que	se	execute	cada	etapa.
Lopes	et.	al. (2012)	comentam	que	o	sistema	MRP	auxiliou	os	gerentes	a	determi-
nar	a	quantidade	e	o	momento	das	compras	de	materiais,	preocupando-se	também	com	a	
lista	dos	materiais	comprados	e	com	o	controle	de	estoque.
Figura 10 -	Entradas	e	saídas	no	MRP
Fonte:	Gaither	e	Frazier	(2001,	p.	314	apud	ESTEVES	2007).
38UNIDADE II MRP / MRPII, JIT e OPT
Então,	qual	é	a	informação	principal	que	alimenta	o	sistema	MRP	I?
A	principal	informação	que	irá	alimentar	o	cálculo	das	necessidades	de	materiais	
(MRP	I)	é	o	plano	mestre	de	produção,	que	se	refere	a	um	plano	de	produção	estabelecido	
em	horizonte	de	médio	prazo	para	as	demandas	independentes	(FENERICH,	2016).	
Qual	a	característica	principal	do	MRP	I?
De	acordo	com	Fenerich	(2016),	é	“empurrar”	os	estoques	e	responder	rapidamente	
às	alterações	da	demanda	para	produção	do	produto	final.
Vamos	conhecer	o	MRP	I	no	cotidiano	do	PPCP?	
O	MRP	I	utiliza	como	dados	de	entrada	os	pedidos	em	carteira,	bem	como	a	previ-
são	de	vendas	que	é	passada	pela	área	comercial	da	empresa.	Exemplo:	imagine	que	você	
vai	fazer	uma	festa	para	40	pessoas	daqui	a	duas	semanas;	se	você	vai	oferecer	churrasco,	
salgados,	cerveja	e	refrigerantes,	antes	de	ir	às	compras,	você	deverá	fazer	uma	estimativa	
do	consumo	do	que	cada	pessoa	deve	consumir.	Se	você	 já	 tem	em	casa	alguns	 itens	
(estoque),	você	pode	descontar	esse	estoque	dos	itens	a	adquirir,	chegando	a	quantidade	
necessária	de	cada	 item.	Talvez	você	queira	que	alguns	 itens	fiquem	em	estoque	ou	se	
constituam	em	uma	reserva,	caso	os	convidados	consumam	mais	do	que	o	esperado	ou	
mesmo	que	venham	mais	pessoas	do	que	o	esperado	(SLACK,	2008).
Pode-se	destacar	como	vantagens	dos	sistemas	MRP	I	(ELIACY,	2016):	manuten-
ção	dos	níveis	de	estoque	de	segurança	e	redução	de	inventário;	identificação	de	falhas	de	
processo;	programação	da	produção	baseada	em	demanda	real;	adequação	da	produção	
por	lotes	ou	processos	de	produção.	
Já	como	desvantagens	podem-se	destacar	(ELIACY,	2016):	sistemas	de	informáti-
ca	pesados;	falta	de	avaliação	dos	custos	de	colocação	de	ordens	e	de	transporte;	sistema	
pouco	 sensível	 à	 influência	 de	 curto	 prazo	 de	 demanda;	 complexidade	 do	 sistema	 em	
algumas	situações,	sem	o	fornecimento	dos	resultados	esperados.
4.2 Planejamento dos Recursos da Manufatura - MRP II
Na	 década	 de	 70,	 Oliver	 Wight	 introduziu	 o	 MRP	 II	 (Manufacturing	 Resources	
Planning	 -	Planejamento	dos	Recursos	da	Manufatura),	que	 incorporou	ao	MRPI	outras	
funções	necessárias	para	a	meta	de	produção	(ALBERTIN,	2016).	Lopes	et.	al.	(2012,	p.	
5)	afirmam	que	“enquanto	que	o	MRP	tratava,	principalmente,	com	os	materiais,	o	MRP	II	
completa	a	integração	de	todos	os	aspectos	do	processo	de	fabricação,	incluindo	a	relação	
entre	materiais,	finanças	e	recursos	humanos.”
O	sistema	MRP	II	é	a	evolução	natural	da	lógica	do	sistema	MRP	I?
39UNIDADE II MRP / MRPII, JIT e OPT
Sim,		“a	extensão	do	conceito	de	cálculo	das	necessidades	ao	planejamento	dos	
demais	recursos	de	manufatura	e	não	mais	apenas	dos	recursos	materiais”	(DE	MELO;	DE	
MELLO	VILLAR;	SEVERIANO	FILHO,	2006).	
Qual	a	diferença	em	o	MRP	I	e	MRP	II?
Basicamente,	a	grande	diferença	entre	esses	dois	módulos	é	que	o	MRP	considera	
“O	QUE”	será	produzido,	“QUANDO”	e	“QUANTO”,	como	é	apresentado	na	Figura	10.	O	
MRP	II,	além	dessas	mesmas	decisões,	inclui	“COMO”.
Figura 11-	Diferença	entre	MRP	I	e	MRP	II
Fonte:	Fenerich	(2016,	p.	81).
Corrêa	 e	Gianesi	 (1993)	 listam	 cinco	módulos	 principais	 do	MRP	 II:	Módulo	 de	
Planejamento	da	Produção	(Production Planning);	Módulo	de	Planejamento	Mestre	da	Pro-
dução	(Master Production Schedule	-	MPS);	Módulo	do	Planejamento	das	Necessidades	
de	Materiais	(Material Requirement Planning	-	MRP);	Módulo	do	Planejamento	das	Neces-
sidades	de	Capacidade	(Capacity Requirement Planning	-	CRP);	e	Módulo	do	Controle	do	
Chão	de	Fábrica	(Shop Floor Control	-	SFC).
Uma	das	principais	vantagens	do	MRPII	é	a	sua	natureza	dinâmica.	Ele	permite	
reduzir	 custos	 com	 capacidade	 ociosa	 e	 estoques	 em	excesso,	mantendo	 os	 níveis	 deconfiabilidade	de	entrega	(CORRÊA;	GIANESI;	CAON,	1999).
No	ponto	de	vista	de	Melo	et	al.	(2011),	as	desvantagens	do	sistema	MRP	II	são:	a	
sua	complexidade	e	dificuldade	de	adaptá-lo	às	necessidades	das	empresas;	ao	nível	de	
acuracidade	exigida	dos	dados;	o	fato	do	sistema	assumir	capacidade	infinita	em	todos	os	
centros	produtivos;	não	enfatizar	o	envolvimento	da	mão-de-obra	no	processo.
4.3 Just In Time – JIT
Conforme	Ohno	(1988),	o	Just	in	time	(JIT)	surgiu	no	Japão	para	o	mundo	no	século	
XIX,	com	Taiichi	Ohno	e	o	Sistema	Toyota	de	Produção.	Em	japonês,	as	palavras	para	just 
in time significam	“no	momento	certo”,	“oportuno”.	Uma	melhor	tradução	para	o	inglês	seria	
em	tempo,	exatamente	no	momento	estabelecido.	In time,	em	inglês,	significa	“a	tempo”,	
40UNIDADE II MRP / MRPII, JIT e OPT
ou	seja,	“não	exatamente	no	momento	estabelecido,	mas	um	pouco	antes,	com	uma	certa	
folga”	(MOURA;	BANZATO,	1994).
Para	Lubben	(1989),	o	Just in time	é	uma	filosofia	de	manufatura,	ou	seja,	uma	
forma	de	abordar,	entender	e	conduzir	as	atividades	manufatureiras	de	uma	organização.	
A	base	dessa	filosofia	é	a	eliminação	planejada	e	sistemática	do	desperdício,	levando	a	um	
melhoramento	contínuo	da	produtividade.	Segundo	Ohno	(1998),	posteriormente	o	conceito	
de	JIT	se	expandiu,	e	hoje	é	uma	filosofia	gerencial	que	procura	não	apenas	eliminar	os	
desperdícios,	mas	também	colocar	o	componente	certo,	no	lugar	certo	e	na	hora	certa.	As	
partes	são	produzidas	em	tempo	de	atenderem	às	necessidades	de	produção,	ao	contrário	
da	abordagem	tradicional	de	produzir	para	caso	as	partes	sejam	necessárias.
O	JIT	leva	a	estoques	bem	menores,	custos	mais	baixos	e	melhor	qualidade	do	que	
os	sistemas	convencionais.
Qual	a	meta	a	ser	alcançada	no	JIT?	E	como	consegui-la?
Segundo	Lubben	(1989),	a	meta	do	JIT	é	desenvolver	um	sistema	que	permita	a	um	
fabricante	ter	somente	os	materiais,	equipamentos	e	pessoas	necessários	para	cada	tarefa.	
Para	se	conseguir	essa	meta,	é	preciso,	na	maioria	dos	casos,	seis	objetivos	básicos:	a)	
integrar	e	otimizar	cada	etapa	do	processo	de	manufatura,	com	o	auxílio	da	ferramenta;	b)	
produzir	produtos	de	qualidade;	c)	reduzir	os	custos	de	produção,	com	maior	valor	agrega-
do	ao	produto;	d)	produzir	somente	em	função	de	demanda;	e)	desenvolver	flexibilidade	de	
produção	e	estar	pronto	para	todas	as	situações;	f)	manter	os	compromissos	assumidos	
com	clientes	e	fornecedores,	evitando	constrangimento	em	ambas	as	partes.	Na	visão	de	
Corrêa	(1993),	as	metas	para	tal	ferramenta	têm	relação	aos	vários	problemas	que	aconte-
ce	na	área	de	produção,	cujo	objetivo	é	otimizar	os	processos	e	procedimentos	através	da	
redução	contínua	de	desperdícios,	que	são:
a)	estoque	zero;
b)	tempo	zero	de	preparação;
c)	zero	defeito;
d)	movimentação	zero;
e)	quebra	zero.
Qual	o	ponto	positivo	e	ao	mesmo	tempo	negativo	do	JIT?
É	a	redução	do	estoque	do	sistema	que	pode	aumentar	o	risco	de	interrupção	da	
produção	em	função	de	problemas	na	administração	de	mão	de	obra,	por	exemplo:	greves	
nos	transportes,	tudo	pode	ficar	parado,	com	isso	há	perda	de	tempo,	que	resulta	em	des-
41UNIDADE II MRP / MRPII, JIT e OPT
perdícios	e	custos	para	a	empresa,	do	mesmo	modo	o	risco	de	paralisação	por	quebras	de	
maquinas	(CORRÊA,	1993).
4.4 Tecnologia de Produção Otimizada – OPT
Conforme	Tubino	(2007),	Optimized Production Technology	(OPT)	é	uma	técnica	
de	gestão	desenvolvida	por	um	grupo	de	pesquisadores	israelenses,	do	qual	fazia	parte	o	
físico	Eliyahu	Goldratt,	que	acabou	por	ser	o	principal	divulgador	de	seus	princípios.	O	OPT	
foi	concebido	como	uma	técnica	de	planejamento	da	produção	com	ênfase	na	administra-
ção	de	gargalos	e	sincronização	da	manufatura	(VILLAR;	SILVA;	NÓBREGA,	2008).
Logo,	para	a	empresa	aumentar	a	 sua	 lucratividade,	é	preciso	que,	no	nível	da	
fábrica,	se	aumente	o	fluxo	e	ao	mesmo	tempo	se	reduzam	os	estoques	e	as	despesas	
operacionais.	Os	princípios	da	ferramenta	OPT,	enunciados	por	Garcia	(2011,	p.	146-155),	
são	os	seguintes:
1	-	Balancear	o	fluxo	e	não	a	capacidade.
2	-	O	nível	de	utilização	de	um	não-gargalo	não	é	determinado	pelo
seu	próprio	potencial,	mas	por	outras	imposições	do	sistema.
3	-	Utilização	e	ativação	de	um	recurso	não	são	sinônimos.
4	-	Uma	hora	ganha	num	recurso-gargalo	é	uma	hora	ganha	para	o
sistema	global.
5	-	Uma	hora	ganha	num	recurso	não-gargalo	é	um	engano.
6	-	O	lote	de	transferência	não	pode	ser	e,	frequentemente	não
deveria	ser,	igual	ao	lote	de	processamento.
7	-	O	lote	de	processamento	deve	ser	variável	e	não	fixo.
8	-	Os	recursos-gargalo	além	de	definirem	o	fluxo	do	sistema,	definem
também	o	seu	estoque.
9	-	A	programação	de	atividades	e	a	capacidade	produtiva	devem	ser
consideradas	simultaneamente	e	não	sequencialmente.	Os	lead-times
(tempos	de	espera	ou	preparação)	são	um	resultado	da	programação
e	não	podem	ser	assumidos	à	priori.
42UNIDADE II MRP / MRPII, JIT e OPT
5 ABORDAGEM SOBRE OS SISTEMAS UTILIZADOS NO PPCP
A	Tecnologia	 da	 Informação	 (TI)	 possibilita	 novas	 alternativas	 de	 estratégias	 de	
operações	e	de	negócios	para	o	Planejamento	e	Controle	da	Produção,	a	exemplo	disso,	
estão	os	sistemas	MRP,	MRP	II	e	ERP	(LAURINDO	et.	al.,	2002).	Já	Junior	(2012)	con-
sideram	a	área	de	PCP	chave	para	empresas	industriais	e	as	classificações	dos	tipos	de	
manufatura	devem	estar	relacionadas	à	escolha	dos	sistemas	de	informação	para	PCP	a	
serem	adotados.
A	 próxima	 evolução	 consiste	 na	TI	 integrando	 as	 diversas	 etapas	 da	 cadeia	 de	
suprimentos,	inicialmente	pelo	EDI	–	sigla	de	Electronic Data Interchange	–,	que	significa	
Troca	Eletrônica	de	Dados,	e	atualmente	via	e-commerce	B2B	–	business to business	(ME-
DEIROS	JUNIOR,	2002).	Lopes	(2012)	trazem	que	o	EDI	é	uma	ferramenta	estratégica	uti-
lizada	pelas	empresas,	podendo	ser	definido	como	o	movimento	eletrônico	de	informações	
entre	o	comprador	e	o	vendedor,	sendo	um	facilitador	nas	relações	comerciais.	Uma	linha	
que	liga	os	clientes	do	provedor,	proporcionando	uma	ligação	entre	os	sistemas	eletrônicos	
de	informação	entre	empresas,	não	levando	em	consideração	os	sistemas	e	procedimentos	
utilizados	no	interior	de	cada	uma	delas	(ELIACY,	2016).
Uma	alternativa	 recente	 para	 a	 integração	 de	 sistemas	é	 a	 estratégia	 chamada	
best of breed	(BoB)	ou	Melhor	da	Raça,	na	qual	as	melhores	soluções	são	adquiridas	(de	
diferentes	fornecedores)	para	cada	parte	da	empresa	e	posteriormente	integradas	(LIGHT;	
HOLLAND;	WILLS,	2001).	Um	exemplo	e	BoB	é	a	integração	de	aplicações	APS	(Advanced 
Planning and Scheduling)	com	sistemas	ERP	(Enterprise Resource Planning	–	Planejamen-
to	de	Recursos	Corporativos	em	português),	no	intuito	de	buscar	soluções	mais	elaboradas	
para	o	PCP	(WIERS,	2002).
43UNIDADE II MRP / MRPII, JIT e OPT
SAIBA MAIS
FERRAMENTAS QUE FACILITAM A ROTINA DO PPCP
Com	a	 indústria	4.0	se	tornando	cada	vez	mais	real,	é	comum	que	os	colaboradores	
tenham	medo	de	serem	substituídos	caso	suas	atividades	sejam	automatizadas.	No	en-
tanto,	para	a	área	de	PCP	as	ferramentas	de	automatização	não	excluem	a	necessidade	
da	análise	crítica	de	um	profissional.	Pelo	contrário,	ela	elimina	atividades	de	alto	risco	
que	demoram	horas	para	serem	realizadas.
Um	dos	pontos	principais	da	automatização	da	produção	é	justamente	economizar	tem-
po	eliminando	atividades	manuais.	Por	exemplo	preenchimento	de	planilhas	que	de-
manda	muito	 tempo,	precisam	ser	constantemente	atualizadas	com	dados	corretos	e	
ainda	sim,	possuem	alto	risco	de	falha.
Fonte:	QS	Consultoria	(2019).
REFLITA
“Seja	você	quem	for,	seja	qual	for	a	posição	social	que	você	tenha	na	vida,	a	mais	alta	ou	
a	mais	baixa,	tenha	sempre	como	meta	muita	força,	muita	determinação	e	sempre	faça	
tudo	com	muito	amor	e	com	muita	fé	em	Deus,	que	um	dia	você	chega	lá.	De	alguma	
maneira	você	chega	lá”	(Ayrton	Senna).
44UNIDADE II MRP / MRPII, JIT e OPT
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesta	unidade	aprendemos	como	a	inter-relação	do	PPCP	com	as	demais	áreas	daorganização	é	fundamental	para	o	objetivo	principal	da	empresa,	ou	seja,	atender	de	forma	
eficiente	e	eficaz	seus	clientes.
Estruturar	o	PPCP	com	sistemas	de	informação	de	forma	adequada	é	primordial,	
sendo	 essencial	 conhecer	 lógica	 do	MRP	 I	 /	MRP	 	 II,	 JIT	 e	OPT,	 suas	 contribuições	 e	
limitações	como	fonte	geradora	de	informação	para	o	PPCP.
O	conhecimento	que	abordamos	na	Unidade	II	é	importante,	porém	há	muito	mais	a	
aprender!	Na	próxima	unidade	iremos	integrar	o	conteúdo	das	unidades	já	estudadas,	pro-
movendo,	assim,	a	união	de	conhecimentos	sobre	o	complexo,	mas	maravilhoso,	mundo	
da	produção	de	produtos	e	serviços.
Sucesso!
45UNIDADE II MRP / MRPII, JIT e OPT
LEITURA COMPLEMENTAR
ERP, o que é e para que serve?
ERP	 (Sistema	 Integrado	de	Gestão	Empresarial)	é	um	software	corporativo	que	
tem	 como	 principal	 função	 apoiar	 as	 empresas	 no	 controle	 total	 de	 suas	 informações,	
integrando	e	gerenciando	dados,	recursos	e	processos	para	que	as	companhias	tenham	
maior	assertividade	na	tomada	de	decisão	e	sucesso	nos	negócios.
Num	mercado	cada	vez	mais	competitivo,	um	dos	principais	desafios	das	empresas	
têm	sido	manter	o	controle	de	todos	os	seus	processos	e	informações,	que	permitam	que	
essas	organizações	identifiquem	a	melhores	estratégias	que	possam	destacá-las	de	seus	
concorrentes,	com	custos	reduzidos	e	rentabilidade	elevada.	Essa	é	a	proposta	dos	softwa-
res	de	ERP,	capazes	de	mensurar	cada	detalhe	do	negócio	de	forma	automatizada	e	em	
tempo	real,	garantindo	agilidade	e	eficiência	às	rotinas	organizacionais.
Para	que	serve	um	ERP?
●	 simplificar	os	processos	operacionais	da	empresa;
●	 agregar	inteligência,	segurança	e	qualidade	para	as	informações;
●	 integração	dos	departamentos,	informações	completas	e	consistentes;
●	 automatização	das	atividades;
●	 controle	de	estoque;
●	 controle	de	custos;
●	 controle	de	prazos;
●	 controle	de	pessoal;
●	 gestão	integrada	e	especializada;
●	 eficiência	e	produtividade.
Com	o	respaldo	de	um	software	de	ERP	todas	as	informações	da	empresa	ficam	
concentradas	 em	 um	único	 lugar,	 integrando	 dessa	 forma	 departamentos	 e	 dados	 com	
mais	segurança	e	assertividade.	
Os	experts	consideram	que	o	valor	investido	na	contratação	de	um	bom	ERP	retor-
na	rapidamente	para	os	bolsos	da	empresa,	justamente	por	conta	do	controle,	economia	e	
informação	estratégica	que	o	software	proporciona,	tornando	a	empresa	mais	competitiva.
Fonte:	Augelli	(2017).
46UNIDADE II MRP / MRPII, JIT e OPT
MATERIAL COMPLEMENTAR
LIVRO 
•Título: Planejamento,	Programação	e	Controle	da	Produção
•	Autor: Irineu	G.	N.	Gianesi,	Mauro	Caon	e	Henrique	Luiz	Corrêa
•	Editora:	Atlas
•	 Sinopse: Os	 sistemas	 integrados	 de	 gestão	 do	 empreendi-
mento	MRP	II/ERP	são	hoje	os	mais	largamente	utilizados	pelas	
empresas	ao	redor	do	mundo	para	o	suporte	integrado	à	tomada	
de	decisão.	A	adoção	de	aplicativos	de	software	que	se	utilizam	da	
lógica	MRP	II/ERP,	como	o	SAP,	o	BAAN4,	o	ORACLE	ou	várias	
dezenas	de	outros	comercialmente	disponíveis,	está	hoje	no	topo	
da	lista	de	prioridades	de	grande	parte	dos	gestores	dos	processos	
empresariais	modernos.	Entretanto,	se	a	compra	de	um	aplicativo	
de	software	robusto	é	condição	necessária	para	o	sucesso	no	uso	
do	MRP	 II/ERP,	está	 longe	de	ser	condição	suficiente.	Antes	de	
tudo,	 as	 empresas	 devem	 compreender	 perfeitamente	 os	 seus	
conceitos	para	uma	implantação	de	sucesso.	Este	livro	traz	de	for-
ma	simples	e	clara	os	conceitos	essenciais	para	que	os	gestores	
gerenciem	e	participem	de	processos	de	implantação	e	gestão	de	
sistemas	MRP	II/ERP.
FILME/VÍDEO
•	Título:	Apollo	13
•	Ano:	1995
•	Sinopse: O	filme	que	narra	a	história	verídica	da	missão	Apollo	13,	
da	NASA,	traz,	segundo	Dario	Rais	Lopes,	professor	da	Escola	de	
Engenharia	da	Universidade	Presbiteriana	Mackenzie	e	assessor	
especial	do	Grupo	Ecorodovias,	a	essência	da	engenharia,	com	
aplicação	dos	conceitos	da	física,	o	trabalho	em	equipe,	a	criativi-
dade	a	construção	do	novo	e	a	sua	reconstrução	em	circunstâncias	
emergenciais.	“Foi	o	filme	que	mais	me	tocou	como	engenheiro.	A	
cena	da	construção	do	filtro	de	ar	adaptado	do	módulo	de	coman-
do	para	o	módulo	 lunar,	 feito	pelos	engenheiros	na	NASA,	mas	
só	com	os	materiais	que	havia	na	nave,	para	que	os	astronautas	
pudessem	reproduzir,	é	um	dos	exemplos	mais	bonitos	da	prática	
da	engenharia”.	A	habilidade	inovar,	adaptar,	trabalhar	sob	pressão	
são	habilidades	essenciais	para	o	programador	de	produção.
47
Plano de Estudo:
•	A	influência	dos	tipos	de	produção	e	arranjos	da	fábrica	(layout)	no	PPCP.
•	Fluxo	de	informações	através	das	unidades	do	PPCP.
•	A	visão	da	logística	integrada	no	PPCP.
•	Programação	de	uma	célula	de	produção.
•	Programação	e	controle	da	produção	com	Kanban.
Objetivos de Aprendizagem:
•		Estabelecer	a	importância	da	interferência	dos	modos	de	produção	versus	o	layout	da	
fábrica.
•		Apresentar	a	influência	da	trajetória	da	informação	nas	unidades	do	PPCP.
•		Entender	os	conceitos	da	logística	integrada	aplicada	nas	ações	do	PPCP
•		Conhecer	os	fatores	que	compõem	a	programação	de	uma	célula	de	produção.
•		Verificar	de	que	maneira	é	realizada	a	programação	e	controle	da	produção	com	o	
Kanban.
UNIDADE III
A influência dos tipos de produção e 
layout no PPCP
Professora Mestre Lilian Gonçalves
48UNIDADE III A influência dos tipos de produção e layout no PPCP
INTRODUÇÃO
Olá,	estudante!
Chegamos	à	terceira	unidade	da	apostila!	Iniciaremos	com	o	estudo	dos	modelos	
de	layout	de	fábrica	e	como	eles	influenciam	nos	vários	tipos	de	produção.	
A	seguir	você	será	apresentado(a)	à	importância	do	fluxo	de	informações	dos	diver-
sos	departamentos	da	empresa	com	o	departamento	de	PPCP.	Esses	fatores	são	essen-
ciais	para	o	bom	andamento	da	programação	da	produção.	Você	já	imaginou	uma	fábrica	
com	máquinas	espalhadas	por	todo	o	prédio,	sem	nenhuma	lógica	de	fluxo,	obrigando	os	
funcionários	a	andar	em	diferentes	sentidos	e	várias	vezes,	ou	que	o	programador	do	PPCP	
libere	ordens	de	produção	de	produtos	que	não	foram	vendidos	ou	com	as	especificações	
erradas.	Como	exemplo:	o	departamento	comercial	vendeu	100	blusas	femininas	azuis	e	o	
programador	emitiu	ordem	de	fabricação	de	200	blusas	masculinas	vermelhas	e	o	chão	de	
fábrica	produzir	300	blusas	femininas	laranjas?
Sabia	que	esse	erro	poderia	ser	evitado	com	a	logística	integrada	ao	PPCP?	Sim,	
pois	a	logística	integrada	garante	que	o	serviço,	produto	ou	informação	seja	entregue	na	
hora	correta,	no	departamento	correto,	com	o	custo	correto	ao	cliente	certo.
Por	 conseguinte,	 será	 estudado	 de	 que	maneira	 é	 realizada	 a	 programação	 de	
uma	célula	de	produção	e	finalizamos	com	o	conceito	de	Kanban	aplicado	à	programação	
e	controle	da	produção
Bons	Estudos!
49UNIDADE III A influência dos tipos de produção e layout no PPCP
1 A INFLUÊNCIA DOS TIPOS DE PRODUÇÃO E ARRANJOS DA FÁBRICA (LAYOUT) 
NO PPCP
Sabia	que	o	arranjo	 físico	ou	 layout	possui	grande	 influência	na	programação	e	
controle	da	produção?	A	escolha	do	arranjo	físico	deve	estar	de	acordo	com	as	caracterís-
ticas	do	produto	a	ser	fabricado.	Existem	fábricas	que	conseguem	aumentar	até	25%	da	
produção,	reduzir	custos	e	melhorar	o	aproveitamento	do	espaço	somente	através	de	um	
novo	arranjo	físico	da	fábrica	(SLACK	et	al.,	2009).
O	layout	pode	ser	definido	como	a	disposição	física	de	máquinas,	postos	de	traba-
lho,	equipamentos,	pessoas,	áreas	de	circulação,	entre	outros	fatores	que	ocupam	espaço	
na	 fábrica,	distribuindo-os	de	 forma	a	maximizar	a	 funcionalidade	do	processo	produtivo	
e	otimizar	o	ambiente	de	trabalho	(ROCHA,	1995).	Na	concepção	de	Slack	et	al.	(2009),	
o	 layout	de	uma	operação	produtiva	 leva	em	conta	a	 localização	 física	dos	 recursos	de	
transformação.
A	estruturação	do	layout,	conforme	Ferreira	(2013),	representa	uma	atividade	com-
plexa,	apresentando	uma	longa	duração	e	um	elevado	custo	devido	às	grandes	dimensões	
dos	equipamentos	a	serem	transferidos.Erros	no	projeto	de	layout podem	gerar	interrup-
ções	no	fornecimento,	levando	à	insatisfação	do	consumidor	interno	e	externo,	atrasos	na	
produção,	propiciando	filas	e	estoques	confusos	e	desnecessários,	além	de	altos	custos	
relacionados	à	ineficiência	da	criação	de	sinergia	entre	o	conjunto	do	arranjo	físico	(KAN-
NAN,	2010).	
50UNIDADE III A influência dos tipos de produção e layout no PPCP
Shingo	(1996),	por	sua	vez,	destaca	que	as	melhorias	no	layout trazem	os	seguintes	
benefícios:	eliminação	de	horas-homem	de	transporte;	feedback de	informação	referente	
à	qualidade	mais	rápido,	para	ajudar	a	reduzir	os	defeitos;	redução	de	horas-homem	ao	
diminuir	ou	eliminar	esperas	de	lote	ou	de	processo;	e	redução	do	ciclo	de	produção.	Já	
o	autor	Rocha	 (1995)	aponta	algumas	vantagens	que	a	melhoria	de	 layout pode	 trazer:	
utilizar	racionalmente	o	espaço	disponível;	reduzir	ao	mínimo	as	movimentações	de	ma-
teriais,	produtos	e	pessoas;	e	possibilitar	supervisão	e	obtenção	da	qualidade.	Segundo	
Gomes	(2004)	há	alguns	dos	fatores	qualitativos	que	afetam	na	definição	do	arranjo	físico:	
(i)	segurança;	(ii)	estética;	(iii)	mix	de	produtos.	A	decisão	do	tipo	de	layout	a	ser	utilizado,	
não	é	uma	definição	isolada.	Devem-se	levar	em	conta	os	tipos	de	processos	de	produção	
que	serão	utilizados	e	a	natureza	dos	materiais	utilizados.	Dessa	forma,	Gonçalves	(2007)	
propõe	a	definição	do	tipo	de	arranjo	físico,	em	relação	ao	tipo	de	produto	e	os	sistemas	de	
manufatura.
Quais	são	os	tipos	de	arranjos	físicos	ou	layout	em	uma	manufatura?
Moreira	(1993)	identificou	os	seguintes	tipos	de	layout	nos	sistemas	de	manufatura:	
Layout posicional ou posição fixa (project shop):	o	material	permanece	fixo	em	
uma	determinada	posição	e	as	máquinas	se	deslocam	até	o	local,	executando	as	opera-
ções	necessárias.	Peinado	e	Graeml	(2007)	citam	as	vantagens	desse	arranjo	físico:	não	
movimentação	do	produto	e	existência	da	possibilidade	de	terceirização	de	todo	o	projeto	
ou	 parte	 dele	 com	 prazos	 previamente	 fixados.	 Também	 as	 desvantagens,	 os	mesmos	
autores	 citam	 a	 complexidade	 na	 supervisão	 e	 controle	 de	mão-de-obra,	matéria-prima	
etc.	e	a	necessidade	de	áreas	externas	próximas	à	produção	para	submontagem,	guarda	
de	matérias	etc.	Aplica-se	a	projetos	e	a	grandes	projetos	com	alto	valor	agregado	e	baixa	
quantidade	de	produção.	Os	exemplos	de	uso	desse	arranjo	citados	por	Olivério	(1985)	são	
as	montagens	de	navios	e	de	grandes	alternadores;	Groover	(1987)	cita	aviões	de	grande	
porte	e	Black	(1991)	acrescenta	locomotivas,	prédios,	pontes	e	represas.
A	Figura	1	demonstra	o	layout	de	arranjo	posicional.
51UNIDADE III A influência dos tipos de produção e layout no PPCP
Figura 1 -	Layout	Posicional
Fonte:	Black	(1991).
Layout funcional ou por processo (job shop):	todas	as	operações,	montagens	
e	equipamentos	de	modelos	similares	são	desenvolvidos	na	mesma	área.	O	material	se	
desloca	buscando	por	diferentes	recursos.	Sua	característica	fundamental	é	o	agrupamen-
to	de	operações	de	um	mesmo	tipo	(OLIVÉRIO,	1985).	Black	(1991)	destaca	que,	devido	
a	sua	alta	flexibilidade,	esse	arranjo	físico	trabalha	na	produção	de	uma	grande	variedade	
de	produtos	em	pequenos	lotes,	normalmente	atendendo	a	pedidos	específicos	de	clientes	
(produção	sob	encomenda),	conforme	demonstra	a	Figura	2.
Figura 2 -	Layout	Funcional
Fonte:		Black	(1991).
Layout linear ou por produto (flow shop):	 no	 layout	 linear	 os	 equipamentos	
são	 dispostos	 de	 acordo	 com	 uma	 determinada	 sequência	 de	 operações,	 ficando	 fixos	
enquanto	os	materiais	se	movem	pelos	vários	equipamentos	(OLIVÉRIO,	1985).	É	utilizado	
na	produção	de	grandes	volumes,	como	exemplo	as	indústrias	de	celulose,	siderúrgicas,	
52UNIDADE III A influência dos tipos de produção e layout no PPCP
frigoríficos,	automobilística	e	confecções.	Na	Figura	3	é	possível	visualizar	a	disposição	das	
máquinas	em	linha	reta	neste	tipo	de	arranjo	físico.	
Figura 3 -	Layout	Linear
Fonte:		Black	(1991).
Layout celular:	também	é	denominado	arranjo	físico	linear,	product flow layout,	
product layout e	flow shop.	Black	(1991,	p.	36)	acrescenta	que,	“quando	o	volume	de	
produção	se	torna	muito	grande,	especialmente	na	linha	de	montagem,	esse	arranjo	físico	é	
chamado	de	produção	em	massa”.	A	disposição	dos	locais	de	trabalho	obedece	à	sequência	
de	processamento	do	produto,	buscando	otimizar	a	movimentação	de	material	(OLIVÉRIO,	
1985).	As	máquinas	e	equipamentos	são	distribuídos	normalmente	em	uma	configuração	
no	 formato	de	“U”.	Os	materiais	entram	na	célula,	passam	pelos	processos	necessários	
e	saem	produtos	acabados	(MOREIRA,	1993).	O	formato	de	“U”	pode	ser	visualizado	na	
Figura	4.	Esse	arranjo	físico	é	um	híbrido	dos	layout	linear	e	funcional,	sendo	utilizados	em	
empresas	moveleiras.
Figura 4 -	Layout	Celular
Fonte:	Black	(1991).
53UNIDADE III A influência dos tipos de produção e layout no PPCP
Prata	(2002)	lista	as	seguintes	vantagens	do	arranjo	tipo	celular:	
●	 Redução	de	matéria-prima,	de	estoque	em	processo	e	inventário	de	produtos	
acabados;	
●	 Tempo	de	setup	reduzido;	
●	 Os	produtos	são	movidos	de	forma	mais	eficiente;	
●	 Maior	produtividade;	
●	 Maior	aproveitamento	da	mão-de-obra	e	satisfação	dos	operadores;
●	 Flexibilidade	dos	produtos	e	do	tamanho	dos	lotes	a	serem	fabricados.
Porém	não	existem	somente	vantagens	neste	tipo	de	layout.	O	mesmo	autor	iden-
tifica	algumas	desvantagens:	
●	 As	máquinas	geralmente	possuem	baixa	utilização;	
●	 As	células	podem	requerer	investimentos	adicionais	pela	duplicação	de	equipa-
mentos;	
●	 Há	um	alto	custo	inicial	pela	realocação	das	máquinas;	
●	 É	exigida	mais	disciplina	para	evitar	peças	fora	da	família;
●	 Possibilidade	de	problemas	ergonômicos.
Layout Combinado, Misto ou Híbrido: para	Slack	et	al.	(2009),	o	layout	misto	se	
deve	a	um	elevado	número	de	operações,	combinando	elementos	básicos	de	cada	layout	
ou	o	processo	se	utiliza	de	layout	na	sua	forma	pura	em	diferentes	partes	da	operação.	O	
layout	misto	é	utilizado	para	aproveitar	as	vantagens	de	diversos	tipos	de	layout	de	uma	só	
vez,	em	que	é	utilizado	uma	combinação	geralmente	do	layout	por	produto,	por	processo	e	
celular	(PEINADO;	GRAEML,	2007).	
Um	exemplo	desse	tipo	de	arranjo	físico	pode	ser	visto	em	um	restaurante	em	que	
o	salão	de	festa	possui	o	layout	posicional,	os	aparadores	estão	no	formato	celular	(cada	
buffet	é	divido	em	entrada,	prato	principal	e	sobremesas)	e,	por	fim,	a	cozinha	tem	o	arranjo	
físico	de	processo	 (freezer,	 forno,	pia,	geladeira	e	outros).	Na	Figura	5	é	possível	ver	a	
disposição	dos	diferentes	arranjos	físicos	em	um	restaurante.	Na	próxima	vez	que	você	for	
a	um	restaurante,	observe	a	disposição	das	mesas,	buffet,	cozinha	e	a	movimentação	dos	
garçons.
54UNIDADE III A influência dos tipos de produção e layout no PPCP
Figura 5 -	Layout	Combinado,	Misto	ou	Híbrido
Fonte:	Prata	(2002).
Um	layout	correto	proporciona	um	fluxo	de	comunicação	entre	as	atividades	de	ma-
neira	mais	eficiente	e	eficaz,	melhorando	a	utilização	das	áreas	produtivas,	obtendo	maior	
facilidade	na	administração	das	tarefas,	diminuindo,	assim,	os	problemas	ergonômicos	e	
flexibilizando	os	processos	em	casos	de	mudanças	e	ou	adequações	(BLACK,	1991).
Dessa	 forma,	 depois	 de	 conhecer	 os	 vários	 tipos	 de	 layout,	 suas	 vantagens	 e	
desvantagens,	é	possível	perceber	a	influência	do	layout	no	PPCP	que	para	realizar	suas	
atividades	de	planejamento,	programação	e	controle	da	produção	necessita	ter	informações	
sobre	o	fluxo	de	materiais,	capacidade	produtiva	de	cada	máquina,	disposição	das	máqui-
nas,	quantidade	de	funcionários.	Além	de	que	o	layout	correto	para	o	tipo	de	produto	a	ser	
manufaturado	está	intimamente	ligado	à	eficácia	e	eficiência	do	cumprimento	de	prazos	de	
entrega	do	produto	acabado.
Logo,	o	planejamento	do	arranjo	físico	é	bastante	eficaz	e	suas	características	são	
evidentes	no	meio	produtivo	–	organização,	estruturação

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