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Prova 1 - Fernando e Ronaldo

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS / INSTITUTO DE BIOLOGIA
DEPARTAMENTO DE MICROBIOLOGIA E PARASITOLOGIA
DISCIPLINA DE Parasitologia / MEDICINA (Prova de helmintos de importância médica)
Nome: Fernando Henrique Tonsig Dizotti e Ronaldo Fontes de Paula Castanho Data: 09/11/2020
1) Um criança de nove anos, durante seu período de lazer, resolveu nadar em um riacho de água doce localizado em uma região de Alagoas. Pouco depois de sair da água, o jovem paciente referiu prurido na face anterior de ambas as pernas. Os pais do menino foram até o riacho e visualizaram pequenos caramujos com morfologia em espiral, suspeitando que o garoto tenha adquirido alguma parasitose. De posse de seus conhecimentos em parasitologia, responda:
a) Qual provável enfermidade parasitária o menino contraiu ao entrar na fonte de água?
Esquistossomose.
b) Qual o nome da forma evolutiva que infectou o paciente?
Cercária.
c) Qual o principal órgão acometido (aquele que mais sofre transtornos com a verminose)?
Fígado.
d) Cite duas formas de profilaxia para esta helmintose: fornecimento de saneamento básico; e controle da população de caramujos do gênero Biomphalaria.
e) Inclua uma imagem do verme adulto e uma imagem dos ovos deste verme, se preferir, pode desenhá-las.
2) No que tange o parasito Fasciola hepatica, marque V ou F.
(F) trata-se de um trematódeo adquirido através da ingestão de carne crua ou mal cozida.
(F) A cocção adequada de carne suína e bovina constitui método de profilaxia da parasitose.
(F) Tem como hospedeiro intermediário caramujos do gênero Biomphalaria.
(F) O verme adulto hospeda-se no intestino delgado, causando diarreia nos infectados.
(V) A infecção ocorre, por exemplo, a partir da ingestão de metacercárias com agrião.
3) Dentre os parasitos estudados, escolha um do filo nematoda e um da classe cestoda, indicando suas principais características morfológicas. Pode utilizar figuras e/ou desenhos.
Nematoda: Ancylostoma duodenale.
Possui um sistema digestório completo que começa na cápsula bucal, que possui pequenos dentes, e termina no ânus (fêmea) ou cloaca (macho). Possui um sistema nervoso simples formado por um anel nervoso, do qual partem 6 nervos. Possui sistema genital complexo, com as fêmeas apresentando útero e vagina (na metade do corpo), e os machos têm uma dilatação na porção distal (asas caudais ou bolsa copuladora).Fonte: https://blogdoenem.com.br/
Fonte: https://ibapcursos.com.br/
Cestoda: Taenia solium. 
A tênia tem 3 porções claramente divididas: o escólex (cabeça), que possui ventosas, as quais o parasita utiliza para se ancorar à mucosa intestinal; o pescoço, uma região não segmentada; e, por fim. os proglotes (segmentos). Os proglotes são mais diferenciados quanto mais próximos da região distal; são hermafroditas, compostos por órgãos sexuais masculino e feminino. São eliminados os proglotes mais distais contendo ovos. A tênia não possui sistema digestório, se alimentando por absorção.Fonte: https://www.msdmanuals.com
			
4) Um paciente que apresenta queixa de prurido anal, quais os parasitos que você suspeitaria e como proceder o diagnóstico?
Oxiúro (Enterobius vermicularis), tênia (Taenia sp.) e tênia-anã (Hymenolepis nana). Diagnóstico: examinar a região perianal, a fim de encontrar ovos ou vermes, para diagnóstico diferencial. Para a detecção dos ovos, usaria-se uma fita de celofane na região perianal, pela manhã, e, então. a face interna da fita seria analisada em microscopia óptica.
Além dos parasitos já estudados em aulas até agora, outros parasitos poderiam causar o prurido anal. Entre eles, o ácaro Sarcoptes scabiei (escabiose) - se encontrassemos lesões cutâneas em forma de pápulas eritematosas e túneis, confirmada pela visualização por microscopia de ácaros ou ovos no raspado obtido; e o inseto Phthirus pubis (pediculose pubiana), se for possivel observar piolhos ou lêndeas na base dos pelos ou na pele da região anal.
5) Diferencie as síndromes larva migrans visceral (LMV) da Larva migrans cutânea (LMC), quanto ao agente etiológico, formas de infecção, localização e sinais clínicos.
Síndromes de larva migrans são causadas quando parasitos de animais silvestres ou domésticos infectam humanos, não conseguindo completar o ciclo de vida normal, uma vez que para isso precisariam encontrar o hospedeiro específico. Assim, o parasito é fadado a permanecer na sua forma mais joven e a migrar pelo tecido subcutâneo e visceral por algum tempo, até morrer (remissão espontânea). Na LMV, o agente etiológico geralmente é o Toxocara canis ou T. Catis, cuja infecção se dá por ingestão de ovos. As larvas, então, atravessam o tecido intestinal e migram através dos tecidos, o que leva a uma reação inflamatória. Porém, a maioria dos portadores não apresentam sinais e sintomas; quando há sintomas, são muito variados e comuns a outras doenças (tosse, febre, dor abdominal, hepatomegalia e lesões da pele).
Já na LMC, o parasito é o Ancylostoma caninum ou o Ancystoloma brasiliensis, e a infecção ocorre pelo contato direto da pele com o solo contaminado pelas fezes de animais infectados. O parasito se instala no tecido subcutâneo, deixando uma marca vermelha no local da entrada e, então, a larva começa a migrar, deixando linhas de tecido escavado e inflamado. Comumente, ocorre tambem prurido e sensação de movimento sob a pele.
6) Está correto, como medida profilática, indicar não consumir carne crua ou mal cozida de ovinos e bovinos para controle da hidatidose? Justifique sua resposta.
Essa medida profilática não é indicada para controle da hidatidose. Nessa parasitologia, o humano é hospedeiro intermediário acidental, substituindo outras espécies, como ovelhas e bois. O hospedeiro definitivo é o cão.
O ciclo da hidatidose envolve a ingestão dos ovos do Echinococcus granulosus liberados nas fezes dos cães, por qualquer um dos hospedeiros intermediários, que pode ser o humano.
Portanto, o consumo de carne crua ou mal cozida de ovinos e bovinos não faz parte do ciclo da hidatidose, uma vez que, nessas espécies, o que está presente é o cisto e não o ovo, que é a forma infectante para humanos.
7) Sobre a teniose e neurocisticercose indique:
A) Parasito (s) envolvidos nestas infecções: para a teniose, Taenia solium e Taenia saginata; para a neurocisticercose, apenas a T. solium.
B) Formas de transmissão: para a teniose, a forma de transmissão é a ingestão de carne bovina e suína crua ou mal cozida infestada com cisticercos; para a neurocisticercose, as formas de transmissão são a ingestão dos ovos da T. solium e a autoinfecção causada por movimentos antiperistálticos de um humano infectado pela tênia ou até mesmo pela ingestão de ovos expelidos nas próprias fezes.
C) Fatores epidemiológicos importantes na transmissão e estabelecimento destas parasitoses em uma população: consumo de carne crua ou mal cozida e não inspecionada, condições de higiene própria e dos alimentos, destinação correta das fezes, saneamento básico, criação de porcos e bois soltos com acesso a ambiente contaminado, uso de água contaminada para regar hortaliças ou lavar qualquer comida e presença de insetos carreadores.
8) Esquematize o ciclo biológico do Ascaris lombricoides, indicando o tipo de migração realizada pelo parasito.
Migração hepato-traqueal
ovos nas fezes c/ células germinativas
L3
45 dias
ingestão dos ovos com larvas L3
eclosão dos ovos no intestino delgado
larvas atravessam parede intestinal, até a circulação
larvas chegam ao fígado
coração
pulmão
larvas rompem capilares e chegam aos alvéolos
L4
árvore brônquica
faringe
larvas expelidas
larvas deglutidas
intestino delgado
maturação sexual
9) No caso de infecções por Strongyloides stercoralis, quais os grupos de risco para estes parasitos? Quais os principais sinais clínicos e achados laboratoriais que auxiliariam no direcionamento do diagnóstico?
Os grupos de risco para a infecção por Strongyloides stercoralis são as populações socialmente carentes e imunossuprimidas.
Para o diagnóstico da infecção, diarreia, dor abdominal, urticária e eosinofilia são achados clínicosque podem levantar suspeita. A pesquisa laboratorial de larvas em fezes e secreções podem confirmar a infecção. Além disso, exames hematológicos, imunológicos e de imagem podem ser complementares no diagnóstico.
10) Após nosso estudo sobre as geohelmintoses intestinais que acometem os humanos, qual sua opinião sobre a importância do ambiente na transmissão e manutenção destas parasitoses?
O ambiente é fator preponderante na transmissão e manutenção dessas parasitoses. Primeiramente, os parasitos, muitos dos quais já são naturalmente bastante resistentes, com ovos que duram mais de um ano, são favorecidos por ambientes úmidos e sem tratamento sanitário. Sua transmissão também pode ser favorecida por redes de esgoto e de água não tratadas.
Em segundo lugar, a presença dos hospedeiros intermediários também é determinada pelas condições ambientais. O amplo acesso dessas espécies a locais infectados é essencial para que haja continuidade do ciclo, até chegar ao hospedeiro definitivo. Além disso, a própria concentração desses hospedeiros intermediários pode ser vista como um fator ambiental. É possível, por exemplo, fazer um controle da população de moluscos do gênero Biomphalaria em determinado local para impedir a propagação da esquistossomose.
Ainda abordando os hospedeiros intermediários, ao se restringir para aqueles que consumimos em nossa dieta, como bovinos e suínos, é de extrema importância a inspeção e higiene em toda cadeia de produção para evitar que nós, humanos, consumamos produtos inadequados e infectados.
Pensando agora no ambiente mais residencial, podemos ressaltar as condições de higiene da casa e dos moradores, como a lavagem das mãos e dos alimentos, para não permitir a disseminação nesse microambiente. Também, no caso de haver plantio nas residências, a irrigação com águas limpas e até mesmo o uso de agrotóxicos pode evitar pragas e parasitos.
Por fim, se encararmos o próprio humano como um ambiente para os parasitos, o estado de saúde do hospedeiro pode ser visto como um fator ambiental determinante para o combate aos geohelmintos, com um sistema imune fortalecido.

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