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PARASITOLOGIA BÁSICA 
 
CONCEITOS BÁSICOS EM PARASITOLOGIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Kashima 
Farmacêutico Bioquímico Citopatologista 
 
 2 
 
GLOSSÁRIO DE PARASITOLOGIA 
▪ AGENTE ETIOLÓGICO – É o agente causador ou responsável pela origem da doença. 
Desencadeia sintomas e sinais. Normalmente precisa de um vetor para completar o ciclo; 
▪ AGENTE INFECCIOSO – Parasito capaz de produzir infecção ou doença infecciosa. 
▪ CEPA – Grupo ou linhagem de um agente infeccioso, de ascendência conhecida, 
compreendida dentro de uma espécie e que se caracteriza por alguma propriedade biológica 
e/ou fisiológica. 
• CICLO SILVESTRE e CICLO URBANO – Os vírus que causam a febre amarela urbana e a 
silvestre são exatamente os mesmos. Isso significa mesmos sinais, sintomas e evolução da 
doença, ou seja, tudo igual. A diferença está “apenas” nos mosquitos transmissores e na 
forma de contágio. 
Exs: 
→ Febre Amarela Silvestre: é transmitida pelos mosquitos Haemagogus e Sabethes, que 
vivem nas matas (ou parques com matas) e na beira dos rios. Estes mosquitos que vivem 
nas matas picam macacos contaminados e levam o vírus no seu corpo. Quando picam uma 
pessoa suscetível, inoculam o vírus na corrente sanguínea e transmitem a doença. 
 
 
 
 
 
 
 
→ Febre Amarela Urbana: é transmitida quando o mosquito urbano, o Aedes aegypti, pica 
uma pessoa doente e depois pica outra pessoa suscetível, transmitindo a doença. 
Exatamente como acontece com a dengue, zika e chikungunya. 
- O vírus é o MESMO e a doença é a MESMA. 
 
 
 
 
 
 
 
▪ ENDEMIA – Doença infecciosa que ocorre habitualmente e com incidência significativa em 
dada população e/ou região. É a prevalência usual de uma doença com relação à área. 
 
 
 3 
▪ EPIDEMIA – doença de caráter transitório, que ataca simultaneamente grande número de 
indivíduos em uma determinada localidade, ou seja, surto periódico de uma doença 
infecciosa em dada população e/ou região. 
▪ ESTÁDIO – É a fase intermediária ou intervalo entre duas mudas de larva de um artrópode 
ou helminto. Cada uma das fases evolutivas através das quais se dá o desenvolvimento de 
um organismo. Intervalo entre cada duas mudas consecutivas das formas larvárias de um 
nematóide ou de um artrópode. 
▪ ESTÁGIO – É a fase ou forma evolutiva que se encontra um organismo durante seu ciclo 
biológico, ou seja, é a forma de transição de um artrópode ou helminto para completar o ciclo 
biológico. Ex.: estágio de ovo, larva ou pupa (crisálida), portanto, o estágio larva pode passar 
por dois ou três estádios. 
▪ FASE AGUDA – É o período após a infecção em que os sintomas clínicos são mais 
marcantes. É um período de definição: o indivíduo se cura, entra na fase crônica ou morre. 
▪ FASE CRÔNICA – É aquela que se segue à fase aguda; caracteriza-se pela diminuição da 
sintomatologia clínica e existe um equilíbrio relativo entre o hospedeiro e o agente infeccioso. 
▪ HOSPEDEIRO – É um organismo que aloja o parasito. Ex: Intermediário e Definitivo. 
▪ HOSPEDEIRO DEFINITIVO – É o que apresenta o parasito em fase de maturidade ou em 
fase de atividade sexual. 
▪ HOSPEDEIRO INTERMEDIÁRIO – É aquele que apresenta o parasito em fase larvária ou 
assexuada. 
▪ HOSPEDEIRO PARATÊNICO – serve de refúgio temporário e de veículo até que o parasito 
atinja o hospedeiro definitivo. Ex: Ancyslotoma caninum ou Ancylostoma brasilienses – larva 
migrans cutânea / Toxocara canis ou Toxocara catis – larva migrans viceral. 
▪ INCIDÊNCIA – É a freqüência com que uma doença ou fato ocorre num período de tempo 
definido e com relação à população. 
▪ INFESTAÇÃO – é o estado de ser invadido ou dominado por pestes ou parasitas. Também 
pode se referir à animais vivendo em ou dentro de um hospedeiro. Pode ser Ativa: quando 
somos infestados ao pisar em solo contaminado. Passiva: quando ingerimos alimentos 
contaminados. Infestações podem ser classificadas como internas ou externas, dependendo 
da localização do parasito em seu hospedeiro. 
→ Infestação Externa: condição em que o parasito vive primariamente na superfície do corpo 
de seu hospedeiro. Ex: ácaros, carrapatos, piolhos, pulgas e percevejos. 
→ Infestação Interna: Condição em que o parasito habita primariamente o interior do corpo 
de seu hospedeiro e incluem, principalmente, infestações causadas por vermes. Ex: Ascaris 
lumbricóides, Taenias, entre outros. 
Obs: Na medicina, o termo "infestação" é usado apenas para infestações ectoparasiticas, 
enquanto o termo infecção é mais usado para se referir infestações endoparasiticas. 
• JANELA IMUNOLÓGICA – intervalo entre o início da infecção e a possibilidade de 
detecção de anticorpos, por meio de técnicas laboratoriais. 
• MORBIDADE – Expressa o número de pessoas doentes com relação à população. 
• MORTALIDADE – Determina o número geral de óbitos em determinado período de tempo e 
com relação à população. 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Pestes
https://pt.wikipedia.org/wiki/Parasitas
https://pt.wikipedia.org/wiki/Hospedeiro
https://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81caros
https://pt.wikipedia.org/wiki/Cimicidae
https://pt.wikipedia.org/wiki/Medicina
https://pt.wikipedia.org/wiki/Infec%C3%A7%C3%A3o
 4 
• PANDEMIA – qualquer epidemia de doença infecciosa que se espalhe por uma grande 
região geográfica, como um continente ou até mesmo todo o mundo, ou seja, uma epidemia 
que se alastra descontroladamente, matando um grande número de pessoas. Ex: o HIV, 
H1N1(gripe suína), o vírus EBOLA (que leva a uma doença altamente contagiosa e mortal) 
ainda não é considerado uma pandemia, mas possuí grandes chances de se tornar uma no 
futuro. 
• PARASITEMIA – refere-se à presença de parasitos na corrente sanguínea do hospedeiro 
refletindo a gravidade da doença. Ex: na fase aguda da Doença de Chagas, a parasitemia 
pode ser muito elevada. A medição da parasitemia pode ser importante no diagnóstico de um 
paciente com uma infecção parasitária 
• PARASITA OBRIGATÓRIO – é um parasita que não é capaz de completar seu ciclo de 
vida fora de um hospedeiro adequado, necessitando do hospedeiro para atingir a maturidade 
e se reproduzir. 
Estes parasitas possuem diversas estratégias desenvolvidas para colonizar o 
hospedeiro, uma vez que é mais vantajoso que o hospedeiro permaneça vivo e que 
seu sistema imunológico não detecte a infecção. Essas estratégias podem ocorrer antes, 
durante e depois da entrada no hospedeiro, e a morte do hospedeiro pelo parasita ocorre 
apenas quando esta é necessária para a sua transmissão ou reprodução, constituindo um 
grupo de parasitas chamados de parasitóides. 
Alguns parasitos obrigatórios desencadeiam mudanças no comportamento do 
hospedeiro após a infecção, visando beneficiar sua transmissão. Esse fenômeno pode ser 
observado no comportamento de atração de ratos à urina de gatos, ou até mesmo ao próprio 
gato, após a infecção por Toxoplasma gondii, considerado uma estratégia para se 
estabelecer no seu hospedeiro primário, o gato. 
• PARASITO ACIDENTAL – é o que exerce o papel de parasito, porém habitualmente possui 
vida não-parasitária. Ex: larvas de moscas que vivem em frutos ou vegetais em 
decomposição e acidentalmente atingem humanos. Ex: Dipylidium caninum parasitando 
humanos 
• PARASITO ERRÁTICO – é o que vive fora do seu hábitat ou de seu hospedeiro normal. 
Ex: Adulto de Enterobius vermicularis em cavidade vaginal. 
• PARASITO FACULTATIVO – é o que pode viver parasitando um hospedeiro ou não, isto é, 
pode ter hábitos de vida livre ou parasitária. Ex: as larvas de moscas Sarcophagiae 
(varejeira) podem provocar miíases humanas, desenvolver-se em cadáveres ou ainda fezes. 
▪ PATOGENIA ou PATOGÊNESE – é o mecanismo de os agentes etiopatogénicos agridem 
o nosso organismo e os sistemas naturais de defesa reagem, surgindo mesmo assim, lesões 
e disfunções das células e tecidos agredidos, produzindo-se a doença, ou seja, é a 
capacidade de um agente etiológico causar doença em um hospedeiro suscetível. 
A sua finalidadeé estudar os acontecimentos que se desencadeiam a partir da ação 
de um fator etiológico e que chegam até à manifestação da doença. 
▪ PERÍODO DE INCUBAÇÃO – Antecede o período de latência. É o período decorrente 
entre o tempo de infecção e o aparecimento dos primeiros sintomas clínicos, ou seja, é o 
período entre a exposição ao agente etiológico e as manifestações dos primeiros sinais e 
sintomas de uma doença. Neste período não há doença e o hospedeiro não manifesta 
sintomas, pois todo o processo está acontecendo no âmbito celular. 
https://www.infoescola.com/doencas/doenca-infecciosa/
https://www.infoescola.com/sistema-imunologico/
https://www.infoescola.com/biologia/parasitoides/
https://www.infoescola.com/mamiferos/ratos/
https://www.infoescola.com/gatos/
 5 
Ex1: período de incubação do HIV varia de 5 a 30 dias. Este é o período que vai do momento 
que a pessoa é contaminada pelo HIV até o início dos primeiros sintomas da doença. Esses 
sintomas iniciais do HIV desaparecem espontaneamente após 2 ou 3 semanas. Depois, vem 
um longo período de latência, no qual o vírus se multiplica no organismo, mas sem causar 
sintomas. 
Ex2: período de incubação da Dengue varia entre de 2 a 7 dias, mas pode ser maior, ou seja, 
quando surge a doença significa que a fêmea do mosquito picou pelo menos a 2 dias. 
• PERÍODO DE LATÊNCIA – Período nos quais os sintomas de uma doença desaparecem 
apesar do hospedeiro estar infectado, e ser capaz de transmitir a doença. 
• PERÍODO PRÉ-PATENTE – É o período que decorre entre a infecção e o aparecimento 
das primeiras formas detectáveis do agente infeccioso. 
• RESERVATÓRIO – Onde vive e se multiplica um agente infeccioso. 
• VETOR – Transporta o agente etiológico, ou seja, veículo para transmissão. Sem o vetor 
torna-se impossível transmissão para o hospedeiro definitivo. O parasito pode ou não 
desenvolver-se enquanto encontra-se no vetor. Pode ser um artrópode (animais 
invertebrados), molusco (caramujo de água doce - Esquistossomose) ou outro veículo que 
transmite o parasito entre dois hospedeiros. 
→ Vetor Biológico: é aquele que no qual, obrigatoriamente, se passa uma fase do 
desenvolvimento de determinado agente etiológico, ou seja, quando o agente etiológico se 
multiplica ou se desenvolve no vetor. Uma vez eliminado o vetor biológico, desaparece a 
doença que ele transmite. Ex: os vetores anofelíneos que transmitem a malária; 
→ Vetor Mecânico: quando o parasito não se multiplica ou se desenvolve no vetor, esse 
simplesmente serve de transporte ao parasito. Sua eliminação retira apenas um dos 
componentes da transmissão da doença. Ex: as moscas, que podem transmitir agentes 
eliminados pelas fezes, à medida que os transportam em suas patas ou asas após pousarem 
em matéria fecal. 
• VIRULÊNCIA – é a capacidade e rapidez que uma bactéria ou vírus se multiplica em um 
organismo provocando lesões. 
 
PROTOZOÁRIOS 
Malária 
Malária ou paludismo é uma doença de países de clima tropical e subtropical 
transmitida por um mosquito. Repelente e mangas compridas são necessários em zonas 
endêmicas. 
Malária é uma doença prevalente nos países de clima tropical e subtropical. Também 
conhecida como sezão, paludismo, maleita, febre terçã e febre quartã, o vetor da doença é o 
anofelino (Anopheles), um mosquito parecido com o pernilongo que pica principalmente ao 
entardecer e à noite. 
Existem mais de cem tipos de plasmódio, o parasita da malária. Dos que infectam o 
homem, quatro são os mais importantes: Plasmodium vivax, Plasmodium falciparum, 
Plasmodium malariae e Plasmodium ovale. A doença provocada pelo vivax é a mais comum 
e a provocada pelo malariae, a menos grave. Já a provocada pelo ovale é típica da África. 
 6 
A Amazônia é a região do Brasil onde ocorrem 98% dos casos de malária do país. 
 
Transmissão 
A transmissão da malária pode ocorrer pela picada do mosquito, por transfusão de 
sangue contaminado, através da placenta (congênita) para o feto e por meio de seringas 
infectadas. Os esporosoítas do Plamódium é a sua forma infectante da doença. 
 
Ciclo Biológico 
O ciclo da malária humana é homem-anofelino-homem. Geralmente é a fêmea que 
ataca porque precisa de sangue para garantir o amadurecimento e a postura dos ovos. 
Depois de picar um indivíduo infectado, o parasita desenvolve parte de seu ciclo no mosquito 
e, quando alcança as glândulas salivares do inseto, está pronto para ser transmitido para 
outra pessoa. 
O plasmódio desenvolve um ciclo sexuado dentro do organismo do mosquito e um 
assexuado no organismo humano. Depois de 30 minutos que entrou na circulação sanguínea 
do homem, alcança o fígado e vai-se multiplicando dentro das células hepáticas até que elas 
arrebentam. Então, eles se espalham no sangue e invadem os glóbulos vermelhos, onde se 
reproduzem a tal ponto que eles se rompem também. 
 
Sintomas 
 Febre alta; 
 Calafrios intensos que se alternam com ondas de calor e sudorese abundante; 
 Dor de cabeça e no corpo; 
 Falta de apetite; 
 Pele amarelada (icterícia); 
 Cansaço. 
Dependendo do tipo de malária, esses sintomas se repetem a cada dois ou três dias. 
 
Diagnóstico 
 período de incubação depende do tipo de malária, mas varia de 7 a 28 dias a partir do 
momento da picada. 
Caso a pessoa tenha febre depois de ter visitado áreas de risco, a possibilidade de ter 
contraído malária deve ser levada em consideração. Para confirmar o diagnóstico, existe um 
exame de lâmina, também chamado de gota espessa ou esfregaço, que consiste em 
puncionar a ponta de um dedo para obter uma gota de sangue e analisá-lo. 
 
 
 
 7 
Entamoeba histolytica 
 Entamoeba histolytica é uma espécie de protozoário. Possui um ciclo de vida simples, 
dividido em dois estágios: trofozoíto, alimentação altamente móvel e cisto, estágio com baixa 
atividade metabólica, resistente e infectante. Causa disenterias (diarréias) graves com 
sangue e muco. Pode progredir para abcesso amebiano do fígado, a amebíase. Transmitida 
via fecal-oral por cisto maduro. 
Prevalência em zonas tropicais e subdesenvolvidas, onde há precárias condições 
socioeconômicas e higiênicas. Não tem relação com clima, pois em regiões de clima frio e 
que são subdesenvolvidas, há alta ocorrência de amebas. 5-50% pop. mundial têm 
amebíase, sendo que 10% apresentam sintomas clínicos segunda causa de mortes no 
mundo. Incidência na África, Ásia, América Latina. 
 
Ciclo Biológico 
Seu ciclo evolutivo é monoxênico, ou seja, a Entamoeba histolytica completa seu 
intervalo em apenas um hospedeiro. O ciclo de vida deste parasito inicia-se com sua 
ingestão pelo ser humano (via fecal-oral) na forma de cisto (presente em água ou alimentos 
contaminados), pois nesta forma o parasito apresenta parede cística, capaz de resistir ao ph 
ácido do suco gástrico. Resistido ao suco gástrico, o cisto diferencia-se na forma de 
trofozoíto na porção final do intestino delgado e passa a viver como comensal, alimentando-
se de bactérias ou restos celulares. Este comportamento é denominado não patogênico. 
Esses trofozoítos que permanecem no intestino sob a forma comensal, reduzem o 
seu metabolismo, armazenam reservas energéticas e secretam uma parede cística ao seu 
redor, formando os cistos, que são eliminados através das fezes. Dentro do cisto o parasito 
realiza divisão binária formando quatro novos indivíduos que desencistam quando chegam 
ao intestino de um novo hospedeiro. Os cistos podem permanecer viáveis fora do hospedeiro 
por cerca de 20 dias caso as condições de temperatura e umidade sejam adequadas, logo 
eles são as formas de resistência do parasito no meio ambiente. Os trofozoítos, entretanto, 
são lábeis no ambiente. De acordo com sua morfologia, apresentam 4 fases: trofozoíto (ou 
forma vegetativa), cisto (ou forma de resistência), pré-cisto (forma entre trofozoíto e cisto) e 
metacisto (forma que dá origem ao trofozoíto). 
 
Ciclo patogênico 
Através de mecanismos ainda desconhecidos, mas possivelmente relacionados com aruptura do equilíbrio intestinal (baixa de imunidade local, alteração da flora intestinal etc.), os 
trofozoítos tornam-se patogênicos e invadem a parede intestinal. Aderidos nesta mucosa 
intestinal, eles secretam enzimas proteolíticas que provocam a lise do tecido, causando uma 
úlcera no local onde começam um intenso processo reprodutivo. Com esse hematoma 
formado, alguns trofozoítos podem cair na corrente sanguínea alimentando-se de hemácias e 
posteriormente invadir os órgãos (o órgão mais comum a ser atacado é o fígado, mas pode 
atingir os pulmões e o cérebro). 
 
Sintomas 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Protozo%C3%A1rio
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ameb%C3%ADase
https://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81frica
https://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81sia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Am%C3%A9rica_Latina
https://pt.wikipedia.org/wiki/Hospedeiro
https://pt.wikipedia.org/wiki/Metabolismo
https://pt.wikipedia.org/wiki/Trofozo%C3%ADto
https://pt.wikipedia.org/wiki/Imunidade
 8 
A maioria das pessoas com amebíase é assintomática, mas transmite os cistos nas 
fezes de forma crônica. 
Os sintomas da invasão dos tecidos no cólon são: 
 Alternância entre contipação e diarréia 
 Flatulência 
 Dor abdominal em cólica 
Podem ocorrer sensibilidade no fígado ou cólon ascendente e febre, e as fezes podem 
conter muco e sangue. 
 
Diagnóstico 
A maneira mais comum de se realizar o diagnóstico é através do exame de fezes, 
onde é realizada uma busca via microscopia óptica (lentes de 100x e 400x). A presença de 
trofozoítos ou cistos do parasita confirmam sua patogenia. Tal busca pode ser feita através 
do método direto (salina/Lugol), do método de Hoffman (sedimentação espontânea) ou do 
método de Faust, todos utilizando critérios de comparação morfológica. Outras maneiras de 
se detectar o parasito são a endoscopia, a proctoscopia ou rectoscopia e a técnica de ELISA. 
Nesse caso o teste baseia-se na detecção da adesina (lectina inibidora de N-acetil-D-
galactosamina), presente na membrana do parasito e que faz a mediação da ligação dos 
trofozoítos às células da mucosa intestinal. 
 
Tripanossoma cruzi 
 A doença de Chagas não se transmite pela picada do barbeiro, e sim quando fezes 
contaminadas pelo Trypanosoma cruzi penetram no orifício da picada do inseto. 
Doença causada pelo protozoário parasita Trypanosoma cruzi que é transmitido pelas 
fezes de um inseto (triatoma) conhecido como barbeiro. O nome do parasita foi dado por seu 
descobridor, o cientista Carlos Chagas, em homenagem ao também cientista Oswaldo Cruz. 
Segundo os dados levantados, esse inseto de hábitos noturnos vive nas frestas das casas de 
pau-a-pique, ninhos de pássaros, tocas de animais, casca de troncos de árvores e embaixo 
de pedras. 
 
Ciclo biológico 
O ciclo de vida do T. cruzi inicia quando o barbeiro, ao se alimentar do hospedeiro 
vertebrado, elimina suas fezes e urina, onde podem estar presentes as formas 
tripomastigotas. 
Os parasitas tripomastigotas penetram na pele e infectam as células do hospedeiro, 
onde transformam-se para a forma amastigota. 
Quando as células estão repletas de parasitos, eles novamente mudam para a forma 
tripomastigotas. Por estarem com grande quantidade de parasitos, as células se rompem e 
os protozoários atingem a corrente sanguínea, atingindo outros órgãos. 
Nessa fase, se o hospedeiro vertebrado for picado pelo barbeiro, os protozoários 
serão transmitidos ao inseto. No intestino do barbeiro, mudam sua forma para epimastigotas, 
 9 
onde multiplicam-se e tornam-se novamente tripomastigotas, as formas infectantes aos 
vertebrados. 
Transmissão 
A doença de Chagas não é transmitida ao ser humano diretamente pela picada do 
inseto, que se infecta com o parasita quando suga o sangue de um animal contaminado 
(gambás ou pequenos roedores). A transmissão ocorre quando a pessoa coça o local da 
picada e as fezes eliminadas pelo barbeiro penetram pelo orifício que ali deixou. 
A transmissão pode também ocorrer por transfusão de sangue contaminado e durante 
a gravidez, da mãe para filho. No Brasil, foram registrados casos da infecção transmitida por 
via oral nas pessoas que tomaram caldo-de-cana ou comeram açaí moído. Embora não se 
imaginasse que isso pudesse acontecer, o provável é que haja uma invasão ativa do parasita 
diretamente através do aparelho digestivo nesse tipo de transmissão. 
 
Sintomas 
 Febre 
 mal-estar 
 inflamação e dor nos gânglios 
 vermelhidão 
 inchaço nos olhos (sinal de Romanã) 
 hepatomegalia e esplenomegalia 
 febre (Com freqüência, a febre desaparece depois de alguns dias e a pessoa não se 
dá conta do que lhe aconteceu, embora o parasita já esteja alojado em alguns órgãos. 
 meningite e encefalite são complicações graves da doença de Chagas na fase aguda, 
mas são raros os casos de morte. 
Como nem sempre os sintomas são perceptíveis, o indivíduo pode saber que tem a 
doença, 20, 30 anos depois de ter sido infectado, ao fazer um exame de sangue de rotina. 
 
Diagnóstico 
O período de incubação vai de cinco a 14 dias após a picada e o diagnóstico é feito 
através de um exame de sangue (sorologia), que deve ser prescrito, principalmente, quando 
um indivíduo vem de zonas endêmicas e apresenta os sintomas acima relacionados. 
 
Leishmaniose 
Mesmo com o aumento do número de casos no Brasil, tratamento da leishmaniose 
visceral ainda é negligenciado. 
A Leishmaniose Visceral (LV) é uma doença causada por um protozoário da espécie 
Leishmania chagasi. O ciclo evolutivo apresenta duas formas: amastigota, que é 
obrigatoriamente parasita intracelular em mamíferos, e promastigota, presente no tubo 
 10 
digestivo do inseto transmissor. É conhecida como calazar, esplenomegalia tropical e febre 
dundun. 
A Leishmaniose Visceral é uma zoonose de evolução crônica, com acometimento 
sistêmico e, se não tratada, pode levar a óbito até 90% dos casos. Mais de 47 países são 
considerados como regiões endêmicas, o que significa que aproximadamente 200 milhões 
de pessoas correm o risco de ser infectadas. Noventa por cento dos novos casos ocorrem 
em seis países: Bangladesh, Brasil, Etiópia, Índia, Sudão do Sul e Sudão. Segundo pesquisa 
realizada pelo Ministério da Saúde, em 2016 havia 3.200 casos no Brasil, quase dois casos a 
cada 100 mil habitantes. 
A doença tem predominância no Nordeste do país, mas ficou extinta no Estado de São 
Paulo por décadas, até reaparecer na região de Araçatuba e Bauru, no meio da década de 
1980, com a mudança da cultura de cultivo de alimentos (houve desmatamento para 
implementar plantações de milho, por exemplo). Desse modo, os flebotomíneos, que são os 
insetos vetores da leishmaniose, chegaram à região. 
 
Ciclo biológico 
O ciclo de vida do parasita é heteroxênico, necessitando de dois tipos de hospedeiro, 
um inseto e outro vertebrado. A Leishmania é transmitida para o vertebrado através da 
picada da fêmea de um inseto da subfamília Phlebotominae, que é hematófaga. Durante o 
repasto sanguíneo de uma fêmea de flebotomíneo infectada em um hospedeiro vertebrado, 
as promastigotas metacíclicas são regurgitados e o dano causado pelo aparelho bucal do 
vetor recruta células de defesa para o local da picada, dando início à fagocitose dos 
parasitos. 
O inseto injeta sangue com a forma infecciosa, os promastigotas (flagelados), no 
vertebrado. Os promastigotas são fagocitadas principalmente por macrófagos, onde são 
internalizadas em um vacúolo parasitóforo e se diferenciam em amastigotas. Estas se 
multiplicam por divisão binária simples aumentando o número de parasitos no interior do 
macrófago, que pela quantidade de amastigotas e pela destruição citoplasmática produzida, 
rompe-se liberando os parasitas no meio intercelular ou corrente sanguínea, fazendo com 
que outras células sejam infectadas. O inseto se contamina ao ingerir sangue com células 
parasitadas por amastigotas. 
No intestino do vetor, os parasitas são liberados e se transformam em promastigotas. 
Essas formas se multiplicampor mitose no intestino médio ou posterior, dependendo da 
espécie da Leishmania, atravessam a membrana peritrófica (que rodeia a refeição 
sanguínea), fixam-se na parede do intestino do vetor e, eventualmente, migram para a 
válvula estomodeal do vetor, onde formam um tampão que degrada a válvula e impede a 
ingestão. O inseto, ao realizar outra refeição, é obrigado a ejetar os promastigotas para a 
pele, de modo a conseguir ingerir sangue, completando, assim, o ciclo. 
 
Transmissão 
Leishmaniose visceral, ou calazar, é uma doença transmitida pelo mosquito-palha ou 
birigui (Lutzomyia longipalpis) que, ao picar, introduz na circulação do hospedeiro o 
protozoário Leishmania chagasi. A doença é sistêmica e se dissemina no interior dos órgãos, 
principalmente fígado, baço e medula óssea. 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ciclo_de_vida
https://pt.wikipedia.org/wiki/Phlebotominae
https://pt.wikipedia.org/wiki/Hemat%C3%B3fago
https://pt.wikipedia.org/wiki/Fagocitose
https://pt.wikipedia.org/wiki/Macr%C3%B3fago
https://pt.wikipedia.org/wiki/Divis%C3%A3o_bin%C3%A1ria
https://drauziovarella.uol.com.br/doencas-e-sintomas/leishmaniose-visceral-calazar/
https://drauziovarella.uol.com.br/corpo-humano/figado/
https://drauziovarella.uol.com.br/corpo-humano/baco/
 11 
A doença não é contagiosa nem se transmite diretamente de uma pessoa para outra, 
nem de um animal para outro, nem dos animais para as pessoas. A transmissão do parasita 
ocorre apenas através da picada do mosquito fêmea infectado. 
 
Sintomas 
A Leishmaniose Visceral é uma doença infecciosa sistêmica. Os principais sintomas 
da doença são: 
 febre de longa duração; 
 aumento do fígado e baço; 
 perda de peso; 
 fraqueza; 
 redução da força muscular; 
 anemia. 
 
Diagnóstico 
O diagnóstico da leishmaniose visceral pode ser realizado por meio de técnicas 
imunológicas e parasitológicas. 
 
Diagnóstico imunológico 
Baseia-se na detecção de anticorpos anti-Leishmania. Existem diversas provas que 
podem ser utilizadas no diagnóstico da LV, e dentre elas podemos citar duas técnicas 
disponibilizadas pelo Sistema Único de Saúde. 
1 – Reação de Imunofluorescência Indireta (RIFI) – consideram-se como positivas as 
amostras reagentes a partir da diluição de 1:80. Nos títulos iguais a 1:40, com clínica 
sugestiva de LV, recomenda-se a solicitação de nova amostra em 30 dias. 
2 – Teste rápido imunocromatográfico – são considerados positivos quando a linha controle e 
a linha teste C e/ou G aparecem na fita ou plataforma (conforme Nota Informativa Nº 3/2018-
CGLAB/DEVIT/SVS/MS. 
É importante ressaltar que títulos (anticorpos) variáveis dos exames sorológicos 
podem persistir positivos por longo período, mesmo após o tratamento. Assim, o resultado de 
um teste positivo, na ausência de manifestações clínicas, não autoriza a instituição de 
terapêutica. 
 
Toxoplasma gondii 
Toxoplasmose é uma doença infecciosa, congênita ou adquirida, causada pelo 
protozoário Toxoplasma gondii, facilmente encontrado na natureza, sobretudo nas regiões de 
clima temperado e tropical. Trata-se de um parasita intracelular que pode infectar pássaros, 
roedores, animais silvestres e um número grande de mamíferos (bovinos, suínos, caprinos, 
ovinos), inclusive os seres humanos de todas as idades. Na maioria dos casos por via oral – 
 12 
ou seja, ela ingestão de carnes cruas ou mal passadas de hospedeiros intermediários que 
contêm cistos do protozoário. 
O gato e outros felídeos são os únicos hospedeiros definitivos do T.gondii. Ou seja, 
nesses animais o ciclo reprodutivo do parasita se completa nas células da mucosa intestinal, 
e eles eliminam ovos (oocistos) nas fezes durante a fase aguda da infecção. No solo, depois 
de esporulados, eles se tornam infectantes. 
Homens e os outros animais são apenas hospedeiros intermediários do parasita que 
penetra pelo tubo digestivo e, através da corrente sanguínea, pode alojar-se em diferentes 
tecidos do corpo. 
O parasita da toxoplasmose está espalhado pelo mundo. Embora não seja transmitido 
de uma pessoa para outra, qualquer um de nós pode ser infectado, desde que não tome 
alguns cuidados elementares com a prevenção. 
 
Ciclo biológico 
1. Os ovos de Toxoplasma são eliminados nas fezes de gato. Muitos ovos são eliminados, 
mas geralmente durante apenas uma a duas semanas. Depois de um a cinco dias no 
ambiente, os ovos conseguem causar infecção. Os gatos podem ser reinfectados ao 
consumir alimentos ou outros materiais contaminados com os ovos. 
2. Outros animais (como pássaros silvestres, roedores, veados, porcos e ovelhas) podem 
consumir os ovos em solo, água, material de plantas ou areia para gatos contaminada e 
contrair a infecção. 
3. Pouco depois que os ovos forem consumidos, esses ovos liberam formas do parasita que 
podem se mover (chamados taquizoítos). 
4. Os taquizoítos se disseminam pelo corpo do animal e formam cistos no tecido nervoso e 
muscular. 
5. Os gatos são infectados depois de comer animais que contêm esses cistos. 
6. As pessoas podem ser infectadas ao comer carne mal cozida contendo esses cistos. As 
pessoas também podem infectar-se se ingerirem alimentos, água ou outros materiais (como 
solo) contaminados com fezes de gato ou tocar em areia para gatos domésticos e depois 
levar a mão à boca. 
7. Em casos raros, as pessoas são infectadas ao fazerem uma transfusão de sangue ou 
transplante de órgão que contenha o parasita. 
8. Em casos raros, a infecção é transmitida da mãe para o feto. 
9. Nas pessoas, os parasitas formam cistos em tecidos, geralmente no músculo e no 
coração, cérebro e olhos. Os cistos podem permanecer na pessoa pelo resto da vida sem 
causar sintomas. Eles podem se tornar ativos e causar sintomas se o sistema imunológico da 
pessoa estiver enfraquecido por um distúrbio ou medicamento. 
 
Transmissão 
A toxoplasmose não é contagiosa. Na grande maioria dos casos, a doença é adquirida 
por via oral, isto é, pela ingestão de carnes cruas ou mal passadas de hospedeiros 
 13 
intermediários que contêm cistos do parasita, ou pelo consumo de água, frutas e verduras 
cruas que abriguem oocistos do Toxoplasma gondii. O contágio pode ocorrer também pela 
manipulação de alimentos ou utensílios de cozinha (facas e tábuas, por exemplo) por ele 
contaminados. 
A toxoplasmose pode ser transmitida da mãe para o feto durante a gestação através 
da placenta (toxoplasmose congênita) ou, num número menor de casos, por transfusão de 
sangue e pelo transplante de órgãos, se os doadores estiverem infectados. 
 
Sintomas 
A toxoplasmose pode ser uma doença assintomática. Se o sistema imunológico 
estiver fortalecido, o parasita pode permanecer inativo em tecidos do corpo do portador por 
toda a vida, sem que ele sequer saiba que foi infectado. Alguns poucos, porém, podem 
apresentar sinais discretos da infecção semelhantes aos de um quadro viral comum, como 
dor no corpo e de cabeça, febre, cansaço e linfonodos inflamados. 
No entanto, se o sistema de defesa estiver debilitado, a infecção pelo Toxoplasma 
gondii pode espalhar-se pelo cérebro, coração, fígado, músculos, pulmões, olhos, ouvidos, 
etc. Nesses casos, merecem destaque os seguintes sintomas: 
 Dor de cabeça e garganta; 
 Manchas pelo corpo: exantema máculo-papular (vermelhidão em forma de pequenas 
manchas e pápulas); 
 Confusão mental; 
 Convulsões; 
 Encefalite; 
 Aumento do fígado e do baço; 
 Moléstias pulmonares (pneumonite) e cardíacas (miocardite); 
 Linfonodos aumentados, ou seja, gânglios espalhados pelo corpo; 
 Dificuldade para enxergar que pode evoluir para cegueira; 
 Problemas de audição; 
 Lesões na retina (coriorretinite). 
 
Diagnóstico 
Tanto para a toxoplasmose congênita quanto para a toxoplasmose adquirida, a 
pesquisa de anticorpos específicos por intermédio de testes sorológicos constitui o método 
habitualmente utilizado para a confirmação diagnóstica. Os testes sorológicos mais usados 
são a imunofluorescência indireta e o teste imunoenzimático(ELISA) detectando anticorpos 
da classe IgG, IgM e IgA. A demonstração de anticorpos IgM geralmente é utilizada como 
diagnóstico de toxoplasmose recente, e serve para considerar o risco de transmissão para o 
feto. Os anticorpos IgG anti-Toxoplasma aumentam após duas semanas de doença, e 
geralmente ficam positivos por toda a vida. O aumento de 4 vezes no título de IgG pode 
significar reativação de doença em pacientes imunocomprometidos. Embora os anticorpos da 
https://drauziovarella.uol.com.br/doencas-e-sintomas/dor-de-cabeca-cefaleia/
 14 
classe IgM signifiquem doença recente, em alguns casos eles podem permanecer elevados 
por até um ano. Nesses casos pode-se utilizar a pesquisa de IgA anti-Toxoplasma, que 
costuma normalizar dentro de 6 meses após a infecção 
Na toxoplasmose ocular, encontra-se no soro apenas baixos títulos de IgG e ausência 
de IgM-anti-Toxoplasma gondii. Na neurotoxoplasmose de pacientes com Aids, os anticorpos 
da classe IgG encontram-se geralmente em baixa concentração no sangue, e os das classes 
IgM, IgA e IgE não são detectados, dificultando o diagnóstico sorológico. 
O teste da avidez de IgG é outro exame que também pode ajudar no diagnóstico de 
infecção recente, particularmente em gestantes, sabendo-se que na fase aguda da doença 
os anticorpos da classe IgG apresentam baixa avidez, aumentando assim que se afasta da 
infecção aguda. 
A reação em cadeia da polimerase pode ser importante nos pacientes com Aids, 
apresentando alta sensibilidade e especificidade, seja a realizada no sangue como no líquido 
céfalo-raquidiano. Este teste é usado como de escolha para o diagnóstico da toxoplasmose 
congênita. 
 
Giárdia lamblia 
Giardíase é uma infecção no intestino delgado causada pelo protozoário Giardia 
lamblia. A infecção ocorre principalmente quando a pessoa ingere cistos do protozoário 
(forma que o parasita adquire para resistir a condições ambientais desfavoráveis até 
conseguir um hospedeiro) presentes em alimentos contaminados por fezes e água sem 
tratamento. 
A ingestão do parasita também pode ocorrer por falta de higiene, ao não lavar as 
mãos adequadamente, por exemplo, ou pelo contato sexual com uma pessoa infectada. 
No trato intestinal, o protozoário se aloja na primeira porção do intestino delgado 
(duodeno e início do jejuno) 
 
Ciclo biológico 
A infecção ocorre pela ingestão de cistos em água ou alimentos contaminados. No 
intestino delgado, os trofozoítos sofrem divisão binária e chegam à luz do intestino, onde 
ficam livres ou aderidos à mucosa intestinal, por mecanismo de sucção. A formação do cisto 
ocorre quando o parasita transita o cólon, e neste estágio os cistos são encontrados nas 
fezes (forma infectante). No ambiente podem sobreviver meses na água fria, através de sua 
espessa camada. 
 
Transmissão 
Giardíase é causada pela ingestão de água e alimentos contaminados por um parasita, e tem 
como principal sintoma a diarréia. 
 
 
 
https://drauziovarella.uol.com.br/corpo-humano/intestino-delgado/
https://drauziovarella.uol.com.br/corpo-humano/duodeno/
https://drauziovarella.uol.com.br/corpo-humano/jejuno/
 15 
Sintomas 
A maioria das infecções ocorre em crianças e é assintomática, mas mesmo sem 
sintomas o paciente elimina cistos que podem infectar outras pessoas. Quando a infecção é 
sintomática, o paciente costuma apresentar: 
 Cólicas abdominais; 
 Flatulência; 
 Distensão abdominal; 
 Náuseas; 
 Eliminação de fezes gordurosas e fétidas; 
 Perda de peso; 
 Diarréia. 
Sem tratamento, a diarréia pode persistir durante semanas e interferir na absorção de 
nutrientes. No caso de crianças, o desenvolvimento normal pode ser prejudicado. 
 
Diagnóstico 
O diagnóstico de giardíase é feito por meio de exames laboratoriais de fezes para 
detectar proteínas (antígenos) liberadas pela Giardia lamblia. 
Devido aos cistos de Giárdia serem muito pequenos e leves a metodologia 
parasitológica de Faust é a mais indicada para diagnóstico da Giardíase. 
 
Trichomonas sp 
O protozoário Trichomonas vaginalis pode causar sintomas logo após entrar na 
vagina, ou os protozoários podem permanecer na vagina ou no colo do útero (a parte inferior 
do útero que se abre para a vagina) durante semanas ou meses, sem causar nenhum 
sintoma. A bexiga também pode ser infectada. Em homens, os protozoários geralmente não 
causam sintomas e podem permanecer no trato urinário por alguns dias ou semanas sem 
causar nenhum sintoma. Assim, tanto as mulheres como os homens podem não saber que 
estão infectando seus parceiros sexuais. 
 
Ciclo biológico 
Ciclo biológico monoxênico, pois o ser humano é o único hospedeiro do T. 
vaginalis, como já foi relatado ele é transmitido através da relação sexual e pode sobreviver 
por mais de uma semana sob o prepúcio do homem sadio após o coito com mulher 
infectada. O patógeno pode ser encontrado em assentos sanitários, roupas íntimas, duchas 
contaminadas, pois pode sobreviver fora de seu habitat por algumas horas se exposto a altas 
condições de umidades. Logo, entra no organismo do homem ou da mulher e se aloja no 
trato urogenital, encontrando condições propícias para sobrevivência o protozoário se 
reproduz por divisão binária e dão origem a colônias e uma infecção estará iniciada, o 
período de incubação do T. vaginalis varia entre 3 e 20 dias. 
 
https://drauziovarella.uol.com.br/doencas-e-sintomas/diarreia/
 16 
Transmissão 
A tricomoníase é transmitida por meio do contato sexual desprotegido, ou seja, sem o 
uso de preservativos. 
Essa infecção genital pode atingir mulheres e homens, embora seja mais comum em 
pessoas do sexo feminino. 
Ainda que seja menos comum, ela também pode ser transmitida pelo contato com o 
parasita em banheiros públicos, roupas íntimas, toalhas, etc. 
Assim, as secreções da pessoa contaminada em roupas íntimas, por exemplo, podem 
facilmente contaminar outras. 
A tricomoníase pode ocorrer em crianças. Se isso acontecer, a causa pode ser o 
abuso sexual. 
 
Sintomas 
A mulher com vaginite por Trichomonas pode ter um corrimento vaginal verde ou 
amarelo, que às vezes é espumoso, abundante, ou ambos. Ele pode ter odor de peixe. É 
possível haver coceira na área genital e a vagina pode ficar vermelha e dolorida (irritada). 
Como resultado, a relação sexual pode ser dolorida. A micção pode também ser dolorida se 
a bexiga for infectada. 
A infecção pode dar origem à doença inflamatória pélvica e, em mulheres grávidas, 
causar trabalho de parto e parto prematuros. 
 
Diagnóstico 
 Avaliação médica 
 Análise de uma amostra do corrimento e/ou do líquido do colo do útero 
 Se a menina ou a mulher tiver um corrimento vaginal que seja incomum ou dure mais 
de alguns dias ou tiver outros sintomas vaginais, ela deve consultar um médico. 
O médico suspeita da presença de vaginite por Trichomonas com base nos sintomas, 
como corrimento espumoso de cor verde ou amarela. Depois disso, ele faz perguntas sobre 
o corrimento, outros sintomas e possíveis causas (como doenças sexualmente 
transmissíveis). 
O médico faz um exame pélvico para confirmar o diagnóstico. Ao examinar a vagina, o 
médico coleta uma amostra do corrimento com um cotonete. A amostra é examinada por 
microscopia. Munido das informações geradas por esse exame, o médico geralmente 
consegue identificar o micro-organismo causador dos sintomas. 
Normalmente, o médico também usa um swab para coletar uma amostra de líquido do 
colo do útero para examiná-lo quanto à presença de outras doenças sexualmente 
transmissíveis. 
Para determinar se existem outras infecções na pelve, o médico verifica o útero e os 
ovários, inserindo os dedos indicador e médio utilizando luva dentro da vagina e 
pressionando do lado de fora da parte inferior do abdômen com a outra mão. Se essa 
https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/problemas-de-sa%C3%BAde-feminina/infec%C3%A7%C3%B5es-vaginais-e-doen%C3%A7a-inflamat%C3%B3ria-p%C3%A9lvica/doen%C3%A7a-inflamat%C3%B3ria-p%C3%A9lvica-dip
https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/problemas-de-sa%C3%BAde-feminina/complica%C3%A7%C3%B5es-do-trabalho-de-parto-e-do-parto/trabalho-de-parto-prematurohttps://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/problemas-de-sa%C3%BAde-feminina/diagn%C3%B3stico-de-dist%C3%BArbios-ginecol%C3%B3gicos/exame-ginecol%C3%B3gico
 17 
manobra provocar dor substancial ou se estiver presente febre, outras infecções podem estar 
presentes. 
Se uma criança tiver vaginite por Trichomonas, o médico a avalia para determinar se a 
causa pode ter sido abuso sexual. 
 
Balantídium coli 
A balantidiose é uma protozoose, ou seja, uma doença transmissível causada por 
protozoários. O responsável por tal moléstia é chamado Balantidium coli, um protozoário 
ciliado com alto grau de complexidade. É comum encontrar este parasita em ambientes onde 
há criação de animais, principalmente suínos. 
O Balantidium coli se instala no intestino grosso onde sofre desencistamento e 
liberação dos trofozoítos – forma infectante do parasita. É geralmente comensal da luz do 
intestino de suínos, obtendo sua nutrição por absorção de matéria orgânica dissolvida e se 
reproduzindo de modo sexuado ou assexuado. Além disso, pode ainda invadir a mucosa 
intestinal, caso esteja lesada. 
 
Trofozoíto do Balantidium coli 
Com o desenvolvimento e multiplicação destes protozoários no hospedeiro, novos 
cistos são liberados ao meio ambiente através das suas fezes contaminadas. Os cistos são 
considerados como uma resistência às adversidades do meio. E caso o homem possua 
carências nutricionais, ausência de condições sanitárias adequadas ou falta de higiene com 
sua alimentação e principalmente com as mãos, facilmente contamina-se o solo, a água, e 
consequentemente, outros homens e também animais; em especial os porcos, por serem os 
hospedeiros naturais do Balantidium. Outros animais também podem ser atingidos, como os 
macacos, chimpanzés, cães, ratos e cobaias. 
A pessoa que possui balantidiose pode ser assintomática (ausência de sintomas) ou 
sintomática, com surtos de diarréia. Em aproximadamente 50% dos casos, as pessoas são 
assintomáticas. Já nas sintomáticas, a infecção se manifesta através de febre, diarréia, 
náuseas, vômito, anorexia, fraqueza, disenteria evoluindo até para desidratação e 
hemorragias intestinais. 
O homem que ingere cistos presentes no ambiente por meio da ingestão de água ou 
alimentos contaminados sofre então uma infecção chamada colite, além de cólicas 
intestinais, tenesmos (sensação dolorosa e desejo contínuo de urinar ou evacuar, embora 
sem êxito) e diarréia. 
A profilaxia inclui cuidados de higiene corporal, cuidado e cozimento no preparo dos 
alimentos, fervura da água, saneamento básico, engenharia sanitária para impedir que fezes 
entrem em contato com o sistema de abastecimento de água, tratamento dos doentes, além 
dos cuidados de higiene para trabalhadores em ambiente rural que têm constante contato 
com suínos, possíveis reservatórios do parasita. 
O diagnóstico clínico é feito através da avaliação dos sintomas, enquanto o 
diagnóstico laboratorial ocorre por exames de fezes pelos métodos usuais ou, quando 
necessário, fazer cultura de fezes para verificar as formas. O tratamento envolve a adoção 
de dieta láctea por alguns dias ou em alguns casos o uso de medicamentos recomendados 
pelo médico. 
https://escolaeducacao.com.br/as-8-principais-doencas-causadas-por-protozoarios/#8_Balantidiose
 18 
 
HELMINTOS 
 
Shistosoma mansoni 
A esquistossomose é uma doença parasitária causada pelo Schistosoma 
mansoni. Inicialmente a doença é assintomática, mas pode evoluir e causar graves 
problemas de saúde crônicos, podendo haver internação ou levar à morte. No Brasil, a 
esquistossomose é conhecida popularmente como “xistose”, “barriga d’água” ou “doença dos 
caramujos”. 
A pessoa adquire a infecção quando entra em contato com água doce onde existam 
caramujos infectados pelos vermes causadores da esquistossomose. Os vermes, uma vez 
dentro do organismo da pessoa, vivem nas veias do mesentério e do fígado. A maioria dos 
ovos do parasita se prende nos tecidos do corpo humano e a reação do organismo a eles 
pode causar grandes danos à saúde. 
O período de incubação, ou seja, tempo que os primeiros sintomas começam a 
aparecer a partir da infecção, é de duas a seis semanas. 
 
As espécies principais, para a patologia humana são: 
a) Shistosoma mansoni - causa a esquistossomíase intestinal ou mansônica e é a única que 
ocorre no Brasil, visto não existirem aqui os moluscos vetores das demais espécies. 
b) Shistosoma haematobium - causa a esquistossomíase urinária ou hematóbica, da África e 
Oriente Médio. 
c) Shistosoma japonicum – causa a esquistossomíase japônica, da Ásia. 
 
Ciclo biológico 
O ciclo é do tipo heteroxênico. O ovo do S. mansoni mede 150 micrômetros e é 
eliminado nas fezes do homem, sendo a forma diagnóstica de esquistossomose encontrada 
no Exame Parasitológico de Fezes. 
Eliminados e alcançando a água, os ovos eclodem originando miracídios, que medem 
0,15mm, e vão parasitar o hospedeiro intermediário: um caramujo do gênero Biomphalaria. 
No caramujo, o miracídio se desenvolve, dando origem a cercárias. Um miracídio pode dar 
origem a 100.000 cercárias. Na água, as cercárias parasitam o homem, penetrando-lhe a 
pele. Depois da penetração, as cercárias passam a se chamar esquistossômulos. Esses 
ganham à circulação venosa, chegam ao pulmão, coração, artérias mesentéricas e sistema 
porta. A maturação sexual ocorre nesse local após cerca de 30 dias da penetração, 
originado machos e fêmeas de 1 a 1.5cm de comprimento. Há reprodução e ovipostura. Os 
ovos, após passarem da submucosa para a luz intestinal, são eliminados nas fezes. O tempo 
entre a penetração cutânea e o aparecimento dos ovos nas fezes é de 3 a 4 semanas. 
No ciclo da esquistossomose estão envolvidos dois hospedeiros: 
- Hospedeiro definitivo: o homem é o principal hospedeiro definitivo. Nele, o parasita 
desenvolve a forma adulta e reproduz-se sexuadamente. Os ovos são eliminados por meio 
http://www.ufrgs.br/para-site/siteantigo/Imagensatlas/Animalia/Schistosoma%20mansoni.htm#1
http://www.ufrgs.br/para-site/siteantigo/Imagensatlas/Animalia/Schistosoma%20mansoni.htm#4
http://www.ufrgs.br/para-site/siteantigo/Imagensatlas/Animalia/Schistosoma%20mansoni.htm#5
http://www.ufrgs.br/para-site/siteantigo/Imagensatlas/Animalia/Schistosoma%20mansoni.htm#6
 19 
das fezes no ambiente, ocasionando a contaminação das coleções hídricas naturais 
(córregos, riachos, lagoas) ou artificiais (valetas de irrigação, açudes e outros). 
- Hospedeiro intermediário: o ciclo biológico do S. mansoni depende da presença do 
hospedeiro intermediário no ambiente. Os caramujos gastrópodes aquáticos, pertencentes à 
família Planorbidae e gênero Biomphalaria, são os organismos que possibilitam a reprodução 
assexuada do helminto. No Brasil, as espécies Biomphalaria glabrata, Biomphalaria 
straminea e Biomphalaria tenagophila estão envolvidas na disseminação da 
esquistossomose. Há registros da distribuição geográfica das principais espécies em 24 
estados, localizados, principalmente, nas regiões Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste. 
 
Transmissão 
A transmissão da esquistossomose ocorre quando o indivíduo infectado elimina os ovos do 
verme por meio das fezes humanas. Em contato com a água, os ovos eclodem e liberam 
larvas que infectam os caramujos, hospedeiros intermediários que vivem nas águas doces. 
Após quatro semanas, as larvas abandonam o caramujo na forma de cercarias e ficam livres 
nas águas naturais. O ser humano adquire a doença pelo contato com essas águas. 
Destaca-se que a transmissão da esquistossomose não ocorre por meio do contato direto 
com o doente. Também não ocorre “autoinfecção”. 
 
Sintomas 
A maioria dos portadores são assintomáticos. No entanto, na Fase Aguda, o paciente 
infectado por esquistossomose pode apresentar diversos sintomas, como: 
 febre; 
 dor de cabeça; 
 calafrios; 
 sudoreses; 
 fraqueza; 
 falta de apetite; 
 dor muscular; 
 tosse; 
 diarréia. 
 
IMPORTANTE: Em alguns casos, o fígado e o baço podem inflamar e aumentar detamanho. 
Na Fase Crônica da doença, a diarréia se torna mais constante, alternando-se com 
prisão de ventre, e pode aparecer sangue nas fezes. Além disso, o paciente pode apresentar 
outros sinais, como: 
 tonturas; 
 sensação de plenitude gástrica; 
 20 
 prurido (coceira) anal; 
 palpitações; 
 impotência; 
 emagrecimento; 
 endurecimento e aumento do fígado. 
Nos casos mais graves, o estado geral do paciente piora bastante, com emagrecimento, 
fraqueza acentuada e aumento do volume do abdômen, conhecido popularmente como 
barriga d’água. 
 
Diagnóstico 
Considerando o extenso espectro clínico da esquistossomose, o diagnóstico de 
certeza só é estabelecido através de exames laboratoriais. 
Diante da suspeita, baseada nos dados clínicos e epidemiológicos, está indicada a 
realização da avaliação laboratorial, que é relativamente rápida e de fácil execução. Métodos 
parasitológicos 
A constatação da presença de ovos nas fezes é o modo mais empregado na prática 
clínica e imunológicos podem ser utilizados. A biópsia retal e a hepática constituem métodos 
auxiliares menos usuais atualmente, sendo reservados para o esclarecimento diagnóstico em 
situações particulares. 
 
Exames parasitológicos 
No diagnóstico parasitológico é fundamental o exame de fezes, com especial 
importância para as técnicas de Lutz e Kato-Katz, esta última um método quantitativo, com 
grande aplicabilidade na inferência da carga parasitária, detectando a presença de ovos nas 
fezes, o que ocorre após o 45º dia de infecção. Há importantes variações na positividade do 
exame de fezes, na dependência de fatores tais como carga parasitária, experiência do 
laboratorista e tempo de infecção (quanto mais antiga a infecção, no geral, menor é a 
presença de ovos nas fezes). 
O exame de fezes possui baixa sensibilidade, sobretudo em áreas nas quais 
predominam as infecções por S. mansoni com pequena carga parasitária. Recomendam-se a 
realização de exames laboratoriais com um mínimo de três amostras seqüenciais de fezes, 
coletadas em dias distintos, com intervalo máximo de 10 dias entre a primeira e a última 
coleta. 
Os ensaios imunológicos são necessários em algumas situações, sendo mais 
empregadas na fase crônica da doença (são positivas a partir do 25º dia). As principais são 
intradermoreação (apropriada para inquéritos epidemiológicos e para o diagnóstico dos 
pacientes não oriundos de área endêmica, com quadro sugestivo de alterações relacionadas 
à fase pré-postural), reações de fixação do complemento, imunofluorescência indireta, 
técnica imunoenzimática (Enzyme linked immunosorbent assay – ELISA) e ELISA de 
captura. A positividade dos exames imunológicos não indica necessariamente infecção ativa 
por S. mansoni, pois os anticorpos circulantes permanecem após a cura da doença. Desta 
feita, tais provas não são úteis para comprovação da eficácia do tratamento medicamentoso. 
 21 
 
Trichuris trichiura 
A tricuríase é uma verminose causada pelo parasito Trichuris trichiura, um nematódeo 
de aproximadamente 4 cm de comprimento, que habita o intestino grosso dos indivíduos 
infectados. 
A infecção pelo T. trichiura costuma ser assintomática na maioria dos indivíduos, mas 
ela pode provocar diarreia crônica nos pacientes contaminados com uma carga de centenas 
de parasitos. 
A tricuríase é uma parasitose muito comum em países subdesenvolvidos, onde as 
condições de saneamento básico são precárias. 
O Trichuris trichiura é um parasito que não se adapta bem a locais áridos ou muito 
frios, por isso, as regiões tropicais, onde o clima é úmido e quente, são as que apresentam 
maior número de casos desta verminose. 
Em todo mundo, estima-se que mais de 1 bilhão de pessoas estejam infectadas com 
esse parasito, a maioria delas sem apresentar qualquer tipo de sintoma. 
Devido ao fato do Trichuris trichiura viver em ambientes com características 
semelhantes aos do parasito Ascaris lumbricoides, é muito comum a co-infecção por ambos 
nematódeos. O Trichuris trichiura é um verme morfologicamente parecido com o Ascaris 
lumbricoides, porém, ele é bem menor, medindo, em média, cerca de 4 cm contra os 
habituais 30 cm do áscaris. 
 
Ciclo biológico 
O ciclo de vida do Trichuris trichiura pode ser resumido da seguinte forma: um 
indivíduo infectado libera milhares de ovos do parasito a cada evacuação. Se as fezes 
entrarem em contato com o solo, os ovos encontram um local propício para amadurecer. 
Após cerca de 2 ou 3 semanas, os ovos passam a conter um embrião do verme capaz de 
infectar quem o consumir. 
A ingestão de ovos que foram eliminados recentemente nas fezes não é capaz de 
contaminar outras pessoas, pois o embrião no seu interior precisa deste tempo de 2 
semanas de amadurecimento no solo para poder completar o seu ciclo de vida. 
 
Transmissão 
A tricuríase é uma doença de transmissão fecal-oral. Um indivíduo se contamina com 
o Trichuris trichiura quando ingere acidentalmente ovos do parasito contidos em alimentos, 
água ou no solo. 
Em ambientes úmidos e com pouca exposição solar direta, os ovos do Trichuris 
trichiura podem permanecer viáveis por vários meses. Por outro lado, em locais secos, muito 
quentes ou com exposição solar direta, o ovo sofre desidratação e o embrião em seu interior 
morre rapidamente. 
As duas formas mais comuns de contaminação são através do contato da boca com 
mãos que manipularam solo infectado ou por consumo de alimentos plantados em terra 
adubada com fezes humana. 
 22 
Uma vez ingeridos, os ovos do parasito conseguem atravessar incólumes o estômago 
e eclodem ao chegar ao intestino delgado, liberando as larvas do verme. 
Após cerca de 3 meses, as larvas se tornam vermes adultos e migram para o intestino 
grosso, onde irão habitar definitivamente. 
No intestino grosso, o Trichuris trichiura pode viver por até 5 anos. A fêmea do 
parasito é capaz de colocar mais de 20 mil ovos por dia, que serão eliminados pelas fezes, 
dando início a um novo ciclo. 
 
Sintomas 
A imensa maioria dos pacientes contaminados com o Trichuris trichiura não apresenta 
sintomas. 
Em geral, somente os indivíduos com os intestinos infestados com centenas de 
parasitos é que desenvolvem sintomas de tricuríase. Nestes casos, o quadro clínico mais 
comum é de diarreia crônica, que pode ou não vir acompanhada de muco ou sangue 
misturado às fezes. Distensão abdominal, enjoos, perda de peso, flatulência e anemia são 
outros sinais e sintomas possíveis. 
Um sinal físico comum é o baqueteamento digital, que é um alargamento da ponta dos 
dedos e da unha. 
Outro sinal típico, geralmente presente em crianças com contaminação maciça, é o 
prolapso retal, uma protusão de parte do reto através do ânus. Nestes casos, é comum 
conseguirmos ver vermes aderidos à mucosa do reto que está exteriorizada 
 
Diagnóstico 
O diagnóstico da tricuríase é feito habitualmente pelo exame parasitológico de fezes, 
no qual é possível identificar a presença de ovos do Trichuris trichiura. 
Em alguns casos, o diagnóstico pode ser feito durante a realização de uma colonoscopia, 
pois os vermes são facilmente encontrados aderidos à mucosa do intestino grosso. 
 
Strongylóides stercoralis 
O parasita Strongyloides stercoralis e possui maior prevalência em regiões quentes 
(com temperatura entre 25 a 30º C) e com bastante umidade. Os nematódeos são 
encontrados em solo arenoso e podem viver indefinidamente no solo como formas livres. 
A forma parasita deste verme possui corpo cilíndrico, filiforme, esbranquiçada, com as 
extremidades afiladas. Na porção anterior encontramos a boca com três pequenos lábios. 
Possui esôfago estreito e cilíndrico (filarióide), e mede de 2 a 3 mm de comprimento. 
Quanto à forma de vida livre, o parasita possui a seguinte morfologia: 
Larva rabditóide mede aproximadamente 0,25 mm, possui esôfago rabtitóide, vestíbulo bucal 
curto e primórdio genital visível. 
 23 
A larva filarióide mede cerca de 0,5 mm e contém esôfago cilíndrico que se estende 
quaseaté a metade do corpo da larva. Possui vestíbulo bucal e a cauda termina como uma 
pequena bifurcação. 
O macho e a fêmea possuem boca com três pequenos lábios, esôfago do tipo 
rabditóide e vestíbulo bucal curto. A fêmea é maior (1,5mm) e possui extremidade posterior 
delgada e voltada ventralmente, apresentando duas espículas pequenas. 
 
Ciclo biológico 
O ciclo de vida do Strongyloides é mais complexo do que o da maioria dos 
nematódeos por causa da sua alternância entre ciclos parasitário e de vida livre, e seu 
potencial de autoinfecção e multiplicação no hospedeiro. 
1. Larvas rabditiformes são excretadas nas fezes e no solo. 
2. Lá, as larvas rabditiformes podem tornar-se adultos de vida livre ou tornarem-se larvas 
filariformes infecciosas que penetram à pele humana. 
3. Os vermes adultos se acasalam, e as fêmeas produzem ovos. 
4. Larvas rabditiformes eclodem dos ovos. 
5. Essas larvas podem se transformar em adultos de vida livre ou em larvas filariformes 
infecciosas. 
6. As larvas filariformes penetram a pele humana. 
7. As larvas migram pela circulação sanguínea até os pulmões, penetram nos capilares 
pulmonares, acendem pela árvore brônquica até a faringe, são deglutidas e alcançam o 
intestino delgado, onde se transformam em adultos. 
8. No intestino delgado, as fêmeas adultas produzem ovos. 
9. Os ovos eclodem em larvas rabditiformes. A maioria dessas larvas é excretada nas fezes. 
10. Algumas larvas tornam-se larvas filariformes no intestino grosso, penetram na parede 
intestinal (autoinfecção interna) ou na pele perianal (autoinfecção externa) e seguem o ciclo 
infeccioso normal. 
 
Transmissão 
A transmissão da doença acontece pela penetração das larvas filarióides na pele 
(geralmente nas áreas da pele mais fina dos pés), ingestão de alimentos contaminados por 
larvas, autoinfestação interna (mudança das larvas rabditóides para filarióides na região 
perianal infestando o hospedeiro). 
 
Sintomas 
A estrongiloidíase pode ser assintomática. 
Larva currens (infecção rastejante) é uma forma de larva migrans cutânea específica 
da infecção por Strongyloides; resulta da autoinfecção. A erupção geralmente começa na 
região perianal e é acompanhada por prurido intenso. Tipicamente, larva currens é uma 
 24 
lesão cutânea eritematosa, urticariforme, linear ou serpiginosa, de migração rápida. Erupções 
maculopapulares ou urticariformes inespecíficas também podem ocorrer. 
Sintomas pulmonares são incomuns, embora infecções intensas possam produzir a 
síndrome de Löffler, com tosse, sibilos e eosinofilia. Sintomas GI incluem anorexia, dor e 
sensibilidade epigástricas, diarreia, náuseas e vômitos. Em infecções graves, má absorção e 
enteropatia perdedora de proteína podem resultar em perda ponderal e caquexia. 
 
Diagnóstico 
Para diagnóstico da estrongiloidíase, pode-se usar o exame parasitológico de fezes, 
porém os métodos mais utilizados são o de Baermann-Moraes ou o de Rugal, que são 
bastantes eficazes. Para esses exames de fezes não se deve usar conservadores para não 
matar as larvas. Vale ressaltar que nas fezes somente são encontradas larvas rabditóides e 
não ovos, como em outras verminoses. 
 
Wuchereria bancroft 
A Wuchereria bancrofti é o parasita responsável pela Filariose linfática, popularmente 
conhecida como elefantíase, que é uma doença mais comum em regiões de clima quente e 
úmido, principalmente Norte e Nordeste do Brasil. 
 
Ciclo biológico 
A Wuchereria bancrofti possui duas forma evolutivas, a microfilária e o verme adulto. A 
microfilária corresponde à forma juvenil do parasita e é a forma que é encontrada na corrente 
sanguínea e nos linfonodos, já a forma adulta do parasita está presente nos vasos linfáticos 
e produzem mais microfilárias, que são liberadas na corrente sanguínea. 
Apresenta dois ciclos de vida, sendo um no mosquito e outro nas pessoas. O 
mosquito Culex quinquefasciatus, ao picar uma pessoa infectada, inspira microfilárias, 
também chamadas de L1, que desenvolvem-se por um período de 14 a 21 dias no intestino 
do mosquito até a fase L3 e depois migram para a boca. 
Ao picar outra pessoa, o mosquito transmite a larva L3, que migra para os vasos 
linfáticos e desenvolvem-se até o estágio L5, que corresponde ao estágio adulto e de 
maturação sexual. A larva L5, após período de incubação, começa a liberar as microfilárias 
que ficam circulantes no sangue. 
 
Transmissão 
Esse parasita é transmitido através da picada do mosquito do gênero Culex sp. 
infectado, que libera larvas infectantes na corrente sanguínea da pessoa que se deslocam 
até os vasos linfáticos, resultando em resposta inflamatória e nos sintomas característicos da 
filariose linfática, como inchaço de perna, braço ou outra região do corpo em que o parasita 
está presente, febre e dor muscular, por exemplo. 
 A fêmea do mosquito do gênero Culex ingere a forma microfilária durante a picada da 
pessoa infectada. As microfilárias, na cavidade geral do mosquito (sofrem mudas até larvas 
infectantes), dirigem-se para a probóscide, rasgando-a e penetrando a pele do hospedeiro 
http://www.ufrgs.br/para-site/siteantigo/Imagensatlas/Athropoda/Culex.htm
http://www.ufrgs.br/para-site/siteantigo/Imagensatlas/Animalia/Wuchereria%20bancrofti.htm#1
 25 
por alguma abrasão. Atingem a circulação, permanecendo aí até a fase de L5, quando 
dirigem-se para os linfáticos e começa a liberação de microfilárias, se houver acasalamento. 
Se não, a forma adulta provoca obstrução linfática. O período pré-patente é de um ano. 
 
Sintomas 
O período de incubação pode ser de um mês ou vários meses. A maioria dos casos é 
assintomática, contudo existe produção de microfilárias e o indivíduo dissemina a infecção 
através dos mosquitos que o picam. 
Os episódios de transmissão de microfilárias (geralmente a noite, a depender da 
espécie do vetor) pelos vasos sanguíneos podem levar a reações do sistema imunitário, 
como prurido, febre, mal estar, tosse, asma, fatiga, exantemas, adenopatias (inchaço dos 
gânglios linfáticos) e com inchaços nos membros, escroto ou mamas. Por vezes causa 
inflamação dos testículos (orquite). 
A longo prazo, a presença de vários pares de adultos nos vasos linfáticos, com 
fibrosação e obstrução dos vasos (formando nódulos palpáveis) pode levar a acumulações 
de linfa a montante das obstruções, com dilatação de vasos linfáticos alternativos e 
espessamento da pele. 
Esta condição, dez a quinze anos depois, manifesta-se como aumento de volume 
grotesco das regiões afetadas, principalmente pernas e escroto, devido a retenção de linfa. 
Os vasos linfáticos alargados pela linfa retida, por vezes arrebentam, complicando a 
drenagem da linfa ainda mais. Por vezes as pernas tornam-se grossas, dando um aspecto 
semelhante a patas de elefante, descrito como elefantíase. 
 
Diagnóstico 
Clínico-epidemiológico, quando há manifestações sugestivas e o indivíduo é oriundo 
de área endêmica. 
Diagnóstico Específico 
O teste de rotina é feito pela pesquisa da microfilária no sangue periférico, pelo 
método da gota espessa (periodicidade noturna, das 23h a 1h). Pode-se, ainda, pesquisar 
microfilária no líquido ascítico, pleural, sinovial, cefalorraquidiano, urina, expectoração e 
gânglios, sendo, entretanto, restrito a casos específicos. Pela presença do verme adulto no 
sistema linfático, genitália ou em outras lesões (essa forma de diagnóstico não é realizada 
como rotina). 
Sorologias 
Podem ser realizados os testes de Elisa ou testes imunocromatográficos para 
pesquisa de antígenos circulantes. 
Diagnóstico por Imagem 
Nos homens, é indicada a ultrassonografia da bolsa escrotal; em mulheres, a 
ultrassonografia da mama ou região inguinal e axilar deve ser avaliada. 
 
 
 26 
Ancylostoma duodenali / Necatur americanus 
A ancilostomose é uma helmintíase que pode ser causada tanto pelo Ancylostoma 
duodenale como pelo Necatur americanus. 
Ambos são vermes nematelmintes (asquelmintes), de pequenas dimensões, medindo 
entre 1 e 1,5cm. A doença pode também ser conhecida popularmente como "amarelão", 
"doença do jeca-tatu", "mal-da-terra", "anemia-dos-mineiros, "opilação", etc. 
As pessoas portadoras desta verminose são pálidas, com a pele amarelada, pois os 
vermes vivem no intestino delgado e, com suas placas cortantes ou dentes, rasgam as 
paredes intestinais, sugam o sangue e provocam hemorragias e anemia. 
A pessoa se contagia ao manter contato com o solo contaminado por dejetos. As 
larvas filarioides penetram ativamente através da pele (quando ingeridas, podem penetrar 
através da mucosa). As larvas têm origem nos ovos eliminados pelo homem. 
Os vermes adultos vivem no intestino delgado do homem. Depois do acasalamento, 
os ovos são expulsos com as fezes (a fêmea do Ancylostoma duodenale põe até 30 mil ovos 
por dia, enquanto que a do Necator americanus põe 9 mil). Encontrando condições 
favoráveis no calor (calor e umidade), tornam-se embrionados 24 horas depois da expulsão. 
 
Ciclo biológico 
1- As larvas filarióides penetram ativamente através da pele, atingem a circulação e 
executam uma viagem semelhante àquela realizada pelas larvas da lombriga, migrando do 
coração para os alvéolos pulmonares. 
2- Dos alvéolos, seguem para os brônquios, traqueia, laringe, faringe, esôfago, estômago e 
intestino delagado, local em que se transformam em adultos. 
3- Após acasalamento no intestino, as fêmeas iniciam a posturas dos ovos, que, misturados 
as fezes, são eliminados paara o solo. A diferença em relação à ascaridíase é que, neste 
caso, os ovos eclodem no solo e liberam uma larva. 
4- Em solo úmidos e sombrios, as larvas permanecem vivas e se alimentam. Sofrem muda 
na cutícula durante esse período. 
 
Transmissão 
Após rompimento do ovo a larva originada denomina-se rabditoide. Abandona a casca 
do ovo, passando a ter vida livre no solo. Depois de uma semana, em média, transforma-se 
numa larva que pode penetrar através da pele do homem, denominada 
larva filarioide infestante. 
Quando os indivíduos andam descalços nestas áreas, as larvas filarioides penetram 
na pele, migram para os capilares linfáticos da derme e, em seguida, passam para os 
capilares sanguíneos, sendo levadas pela circulação até o coração e, finalmente, aos 
pulmões. 
Depois, perfuram os capilares pulmonares e a parede dos alvéolos, migram pelos 
bronquíolos e chegam à faringe. Em seguida, descem pelo esôfago e alcançam o intestino 
delgado, onde se tornam adultas. 
 27 
Outra contaminação é pela larva filarioide encistada (pode ocorrer o encistamento da 
larva no solo) a qual, se é ingerida oralmente, alcança o estado adulto no intestino delgado, 
sem percorrer os caminhos descritos anteriormente. 
 
Sintomas 
No local da penetração das larvas filarioides, ocorre uma reação inflamatória 
(pruriginosa). No decurso, pode ser observada tosse ou até pneumonia (passagem das 
larvas pelos pulmões). Em seguida, surgem perturbações intestinais que se manifestam por 
cólicas, náuseas e hemorragias decorrentes da ação espoliadora dos dentes ou placas 
cortantes existentes na boca destes vermes. Estas hemorragias podem durar muito tempo, 
levando o indivíduo a uma anemia intensa, o que agrava mais o quadro. 
Poderão ocorrer algumas complicações, tais como: caquexia (desnutrição profunda), 
amenorreia (ausência de menstruação), partos com feto morto e, em crianças, transtornos no 
crescimento. 
 
Os sinais e sintomas da ancilostomose incluem: 
 Lesão no local da pele onde a larva penetrou com vermelhidão, coceira e irritação; 
 Tosse; 
 Respiração com ruído; 
 Dor de barriga; 
 Diarréia; 
 Perda de apetite e perda de peso; 
 Anemia e palidez; 
 Atraso no crescimento e desenvolvimento mental em crianças. 
 
Esta doença é conhecida como amarelão, pois a anemia provocada pela ação dos 
vermes no intestino pode provocar uma palidez ou um tom de pele amarelado. 
 
Diagnóstico 
O diagnóstico da ancilostomose é feito através da detecção de ovos do parasita nas 
fezes. Após a invasão da pele pelo parasito, os primeiros ovos podem só aparecer 2 meses 
depois. Quando a infecção é provocada pelo A. duodenale, o primeiros ovos podem demorar 
até 1 ano para surgirem nas fezes. 
Portanto, quando há suspeita clínica de ancilostomose, vários exames de fezes 
podem ser necessários até que um ovo possa ser identificado. 
No hemograma, a presença de anemia e eosinofilia (aumento do número de 
eosinófilos), associado a um quadro gastrointestinal suspeito, é uma dica importante para o 
diagnóstico. 
 
 28 
Ascaris lumbricoides 
A ascaridíase é uma doença infecciosa causada pelo parasita Ascaris lumbricoides, 
popularmente conhecido como lombriga, que no intestino causam desconforto abdominal, 
dificuldade para defecar ou diarreia e vômitos. Apesar de ser encontrado com mais 
frequência no intestino, o Ascaris lumbricoides também pode se desenvolver em outros 
locais do corpo, como coração, pulmão, vesícula biliar e fígado, principalmente se não 
houver diagnóstico ou se o tratamento não for feito corretamente. 
 
Ciclo biológico 
O ciclo do Ascaris lumbricoides tem início quando as fêmeas adultas presentes no 
intestino colocam seus ovos, que são eliminados para o ambiente juntamente com as fezes. 
Esses ovos passam por um processo de maturação no solo para que se torne infectante. 
Devido à permanência no solo, os ovos podem ficar grudados em alimentos ou serem 
transportados pela água, podendo haver contaminação das pessoas. 
Após serem ingeridos, a larva infectante presente no interior do ovo é liberada no 
intestino, o perfura e se desloca para os pulmões, onde sofre processo de maturação. Após 
desenvolvimento nos pulmões, as larvas sobrem para a traquéia e podem ser eliminadas ou 
deglutidas. Quando são deglutidas, sofrem processo de diferenciação em macho e fêmea, 
reproduzem-se e ocorre novamente a liberação de ovos pela fêmea do Ascaris lumbricoides. 
 
Transmissão 
A transmissão da ascaridíase acontece por meio da ingestão de ovos contendo a 
forma infectante do parasita em água e alimentos contaminados. 
 
Sintomas 
Os sintomas de ascaridíase estão relacionados com a quantidade de parasitas no 
organismo e há principalmente sintomas intestinais, sendo os principais: 
 Dor ou desconforto abdominal; 
 Náuseas e vômitos; 
 Diarreia ou presença de sangue nas fezes; 
 Cansaço excessivo; 
 Presença de vermes nas fezes. 
 
Além disso, como o parasita pode se espalhar para outros locais do corpo, também 
podem surgir outros sintomas específicos de cada local afetado, como tosse e sensação de 
falta de ar, quando se desenvolve nos pulmões, ou vômitos com vermes, quando surge no 
fígado ou na vesícula, por exemplo. 
Em alguns casos, o parasita pode estar presente mesmo que não existam sintomas, pois 
é necessário que se desenvolvam e estejam presentes em grande número para que 
comecem os primeiros sinais. Por essa razão, muitos médicos recomendam tomar um 
 29 
antiparasitário uma vez por ano, para eliminar possíveis parasitas que possam estar 
crescendo, mesmo que não existam sintomas. 
 
Diagnóstico 
Na maioria dos casos, a ascaridíase pode ser diagnosticada apenas por meio da 
avaliação dos sintomas pelo clínico geral ou infectologista, no entanto é importante que seja 
realizado um exame de fezes para que seja confirmado o diagnóstico e se possa iniciar o 
tratamento. Através do exame de fezes é possível identificar a presença de ovos de Ascaris 
lumbricoides e, em alguns casos, a quantidade. Além disso, é realizado exame macroscópico 
nas fezes, podendo ser observados vermes adultos em caso de infecção. 
Quando há outros sintomas além dos intestinais, o médico pode solicitar a realização 
de um raio-X para que seja verificado se o parasita está se desenvolvendo em outros locais 
do corpo, além de saber a gravidade da infecção. 
 
Enterobius vermicularis – Oxiurus 
Infestação intestinal causada por helminto. Pode cursar assintomática ou apresentar, 
como característica principal, o pruridoperianal, frequentemente noturno, que causa 
irritabilidade, desassossego, desconforto e sono intranquilo. As escoriações provocadas pelo 
ato de cocar podem resultar em infecções secundárias em torno do ânus, com congestão na 
região anal, ocasionando inflamação com pontos hemorrágicos, onde se encontram, 
frequentemente, fêmeas adultas e ovos. Sintomas inespecíficos do aparelho digestivo são 
registrados, como vômitos, dores abdominais, tenesmo, puxo e, raramente, fezes 
sanguinolentas. Outras manifestações, como vulvovaginites, salpingites, ooforite e 
granulomas pélvicos ou hepáticos, têm sido registradas, esporadicamente. 
 
Ciclo biológico 
Monoxênico: Após a cópula, os machos morrem e são eliminados junto com as fezes. 
As fêmeas então com ovos vai para o ânus para ovoposição, pricipalmente à noite (causando 
o prurido anal noturno), pois esperam diminuir o metabolismo do hospedeiro. Para a 
liberação dos ovos, o tegumento da fêmea fica bem fino. Os ovos se tornam infectantes em 
6h e são ingeridos pelo hospedeiro. As larvas rabditóides eclodem no intestino delgado, 
sofrendo 2 metamorfoses até o ceco, onde se transformam em adultos. Depois de 1 a 2 
meses as fêmeas vão para a região perianal e se não houver reinfecção, o parasitismo se 
extingue aí. A sobrevida do verme é de 2 meses. 
 
Transmissão 
Predominantemente fecal-oral. São diversos os modos de transmissão: 
 Autoinfecção externa ou direta – Do ânus para a cavidade oral, por meio dos dedos, 
principalmente nas crianças, doentes mentais e adultos com precários hábitos de 
higiene. 
 Autoinfecção indireta – Ovos presentes na poeira ou alimentos atingem o mesmo 
hospedeiro que os eliminou. 
 30 
 Heteroinfecção – Os ovos presentes na poeira ou alimentos atingem um novo 
hospedeiro. 
 Retroinfecção – Migração das larvas da região anal para as regiões superiores do 
intestino grosso, chegando até o ceco, onde se tornam adultas. 
 Autoinfecção interna – Processo raro no qual as larvas eclodem ainda dentro do reto 
e depois migram até o ceco, transformando-se em vermes adultos. 
 
Período de Incubação 
O ciclo de vida do parasito dura de 2 a 6 semanas. A sintomatologia aparece quando existe 
um número de vermes resultante de infestações sucessivas, que ocorre alguns meses após 
a infestação inicial. 
 
Período de Transmissibilidade 
Dura enquanto as fêmeas grávidas expulsam ovos na pele perianal, que permanecem 
infectantes por 1 ou 2 semanas fora do hospedeiro. 
 
Sintomas 
A maioria dos infectados não apresenta sintomas ou sinais, mas alguns experimentam 
prurido perianal e desenvolvem escoriações perianais. Em alguns casos, a fêmea migra pelo 
trato genital feminino humano, causando vaginite e, em raras ocasiões, lesões peritoneais. 
Muitas outras condições são atribuídas à infestação por oxiuros (p. ex., dor abdominal, 
insônia, convulsões), mas uma relação causal é improvável. Além de obstruem o lúmen do 
apêndice, em casos de apendicites, mas a presença dos parasitas pode ser coincidência. 
 
Diagnóstico 
Em geral, clínico, devido ao prurido característico. O diagnóstico laboratorial reside no 
encontro do parasito e de seus ovos. Como dificilmente é conseguido nos parasitológicos de 
fezes de rotina, sendo achado casual quando o parasitismo é muito intenso, deve-se 
pesquisar diretamente na região perianal, o que deve ser feito pelos métodos de Hall 
(swab anal) ou de Graham (fita gomada), cuja colheita é feita na região anal, seguida de 
leitura em microscópio. Também podem ser pesquisados em material retirado de unhas de 
crianças infectadas, que oferecem alto índice de positividade. 
 
Taenia solium / saginata 
Tênia ou solitária é o nome comum dado aos vermes platelmintos das ordens 
Pseudophilidae e Ciclophylidae, que pertencem à classe Cestoda, que inclui os vermes 
parasitas de diversos animais vertebrados, inclusive do homem. A Taenia solium e a Taenia 
saginata são as mais conhecidas por parasitarem o intestino delgado do homem. Os seus 
hospedeiros intermediários são o porco, no caso da Taenia solium, o boi no caso da Taenia 
saginata . Além de ser o hospedeiro definitivo, quando tem o lúmen do intestino parasitado, 
(de forma quase sempre benigna) causando a doença Teníase, o homem também pode se 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Verme
https://pt.wikipedia.org/wiki/Platelminto
https://pt.wikipedia.org/wiki/Cestodaria
https://pt.wikipedia.org/wiki/Porco
https://pt.wikipedia.org/wiki/Boi
https://pt.wikipedia.org/wiki/Taenia_saginata
https://pt.wikipedia.org/wiki/Taenia_saginata
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ten%C3%ADase
 31 
tornar hospedeiro intermediário, sendo acometido por uma doença mais grave, 
a Cisticercose, somente causada pela Taenia solium. 
 
Ciclo biológico 
As proglótides localizadas na extremidade da cadeia geralmente são as mais maduras 
e são mais compridas que largas. Estas proglótides possuem no seu útero ramificado entre 
80.000 e 100.000 ovos. Os ovos são dispersos quando a proglótide se destaca do animal no 
lúmen intestinal, junto das fezes, ou no exterior quando a proglótide se desintegra. Os 
animais que se alimentam de detritos (suínos) ou pastagens (gado) contaminados são 
infectados. Nestes animais, ou acidentalmente no homem, os ovos irão eclodir e os zigotos 
se irão se diferenciar em oncosferas, que por sua vez irão penetrar na mucosa intestinal, 
disseminando-se pelo sangue até os tecidos, onde se enquistam principalmente no músculo, 
fígado e cérebro; nesse estágio as oncosferas são denominadas cisticercos. Quando o 
homem ingere esta carne infectada mal cozida, o cisticerco se aloja no seu intestino e aí se 
desenvolve, dando a origem a uma tênia adulta, fechando o ciclo. 
 
Transmissão 
A Teníase ocorre quando o homem se infecta ingerido as larvas cisticercos ao 
consumir carne crua ou mal-cozida (vermelha, mesmo que não tenha sangue) de suíno, 
bovino ou peixe da água doce. A larva cisticerco evolui para a forma adulta no intestino do 
homem. 
A Cisticercose ocorre quando seres humanos ingerem água, terra ou alimentos 
contaminados com ovos de Taenia solium presentes em fezes humanas. Em alguns países o 
hábito de fertilizar o solo com fezes humanas aumenta muito o risco. Também pode ocorrer 
por infecção fecal oral como em determinadas práticas sexuais, ou até por autoinfecção do 
mesmo indivíduo. 
A autoinfecção pode ser externa ou interna. Na autoinfecção interna, os proglotes 
grávidos podem alcançar o estômago por retroperistaltismo, liberando grande quantidade de 
embriões, que invadem a circulação sanguínea, disseminando-se pelo organismo humano. 
Na auto ingestão externa, o próprio indivíduo ao defecar, contamina suas mãos ou fômites, 
que leva à boca, ingerindo os ovos eliminados nas próprias fezes. 
 
Sintomas 
A teníase intestinal (o homem como hospedeiro definitivo da forma adulta do helminto) 
é frequentemente assintomática, mas em algumas pessoas pode causar sintomas de reação 
imunológica como eosinofilia, náuseas, vômitos, diarréia ou obstipação, dor abdominal, 
sensação de movimento intestinal, sons e alterações do apetite. Em indivíduos subnutridos 
pode agravar a desnutrição. A infecção não dá imunidade a reinfecção. 
A Cisticercose é devida à ingestão acidental de ovos de tênia em água ou comida 
contaminadas com ovos do parasita: o ser humano é acidentalmente tomado como 
hospedeiro intermediário. Os ovos eclodem no lúmen intestinal e as oncosferas invadem a 
mucosa intestinal, alcançando a corrente circulatória sanguínea. A maioria migra para os 
músculos, onde se encista, mas algumas podem enquistar-se em órgãos delicados como 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mucosa
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ten%C3%ADase
https://pt.wikipedia.org/wiki/Eosinofilia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Obstipa%C3%A7%C3%A3o
https://pt.wikipedia.org/wiki/Dor
 32 
o olho e o cérebro, causando sintomas como alterações visuais, convulsões epilépticas e 
outros distúrbios neurológicos. No coração podem agravar insuficiência cardíaca. 
 
Diagnóstico

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