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PROVAS MICROBIOLOGIA - ATM 271 P2 prof Dulce 4. Existe uma molécula bacteriana que é capaz de induzir processos inflamatórios... respostas febris, em mamíferos. Explique onde é encontrada esta molécula na célula bacteriana, apontando se tanto bactérias Gram negativas como bactérias Gram positivas a possuem em suas estruturas. (Há um espaço, caso queira utilizar para esquematizar algum desenho estrutural que facilite a explicação). Sim, existem moléculas bacterianas que são capazes de induzir processos inflamatórios em mamíferos. Essas moléculas são conhecidas como PAMPs (Padrões Moleculares Associados a Patógenos) e são reconhecidas pelo sistema imunológico do hospedeiro como sinais de invasão por microrganismos. A resposta inflamatória é uma das maneiras pelas quais o sistema imunológico combate a infecção. Um exemplo de PAMP é o lipopolissacarídeo (LPS), que é encontrado na parede celular de bactérias Gram negativas. O LPS é uma molécula complexa composta por três componentes principais: o lipídio A, o oligossacarídeo central e o polissacarídeo O. O lipídio A é uma das partes mais tóxicas do LPS e é responsável por desencadear a resposta inflamatória. Quando as bactérias Gram negativas morrem, o LPS é liberado e pode desencadear uma resposta inflamatória sistêmica, conhecida como sepse. Já nas bactérias Gram positivas, outra molécula que pode induzir uma resposta inflamatória é a lipoteicoico ácido (LTA), que é encontrado na parede celular dessas bactérias. O LTA é composto por uma cadeia glicerol-fosfato e uma cadeia de açúcar ramificada. Assim como o LPS, o LTA é reconhecido pelo sistema imunológico como um sinal de invasão por microrganismos e pode desencadear uma resposta inflamatória. Portanto, tanto as bactérias Gram negativas quanto as bactérias Gram positivas possuem moléculas capazes de induzir processos inflamatórios em mamíferos. O LPS é encontrado na parede celular de bactérias Gram negativas, enquanto o LTA é encontrado na parede celular de bactérias Gram positivas. É importante ressaltar que existem outras moléculas bacterianas capazes de desencadear respostas inflamatórias, mas o LPS e o LTA são exemplos bem estudados na literatura microbiológica. 5. Micro-organismos bacterianos são classificados em diferentes categorias em termos de termofilia, como psicrófilos, psicotróficos, mesófilos, termófilos e hipertermófilos. Explique,sob conceitos microbiológicos, a importância de se acondicionar alimentos em ambientes refrigerados (geladeira 4 a 8 graus), considerando os micro organismos alvo e os riscos que se pretende minimizar, ou mesmo eliminar. (Há um espaço, caso queira utilizar para esquematizar algum desenho estrutural que facilite a explicação Os micro-organismos bacterianos possuem diferentes requisitos de temperatura para seu crescimento e sobrevivência, e são classificados de acordo com sua capacidade de crescer em diferentes faixas de temperatura. Essa classificação é baseada na temperatura ótima de crescimento e inclui as seguintes categorias: psicrófilos, psicotróficos, mesófilos, termófilos e hipertermófilos. Os psicrófilos são micro-organismos que crescem em temperaturas abaixo de 20°C, enquanto os psicotróficos crescem em temperaturas de 0-30°C. Os mesófilos crescem em temperaturas de 20-45°C, enquanto os termófilos crescem em temperaturas de 45-80°C e os hipertermófilos crescem em temperaturas acima de 80°C. A importância de se acondicionar alimentos em ambientes refrigerados (geladeira 4 a 8 graus) é minimizar ou mesmo eliminar o crescimento de micro-organismos alvo, especialmente aqueles que são patogênicos ou deteriorantes. A refrigeração é capaz de diminuir a taxa de crescimento microbiano, uma vez que as baixas temperaturas reduzem a atividade metabólica e a reprodução bacteriana. Os micro-organismos psicrófilos e psicotróficos são os mais comuns em alimentos refrigerados, e sua presença pode causar deterioração e contaminação dos alimentos, reduzindo sua vida útil e qualidade sensorial. Eles são capazes de crescer em temperaturas abaixo de 7°C, portanto, a refrigeração é uma forma eficaz de controlar seu crescimento e minimizar os riscos de intoxicação alimentar. Além disso, a refrigeração também pode ser útil para controlar o crescimento de patógenos mesófilos, como a Salmonella spp. e a Listeria monocytogenes, que são capazes de crescer em temperaturas de refrigeração, mas têm sua taxa de crescimento reduzida. Esses patógenos podem causar doenças graves em humanos, portanto, a refrigeração adequada dos alimentos é uma medida de segurança importante para prevenir a infecção. Em resumo, a refrigeração é uma forma eficaz de minimizar o crescimento microbiano em alimentos, especialmente aqueles que são patogênicos ou deteriorantes. A temperatura de refrigeração (4-8°C) é capaz de diminuir a taxa de crescimento de micro-organismos alvo, minimizando os riscos de intoxicação alimentar e prolongando a vida útil dos alimentos. 1. O relato de caso, em que em outubro/14, a paciente referiu ter apresentado um quadro de fraqueza muscular e prostração, que persistiu por 30 dias, seguidas pelo aparecimento de lesões nodulares, vinhosas, não pruriginosas, em joelho esquerdo, que, posteriormente, ulceraram. Trinta dias após, a paciente notou o aparecimento de lesões similares na região maxilar direita, face anterior e posterior do antebraço direito. A paciente referia que vivia em zona rural e tinha contato íntimo com gatos doentes por esporotricose. Trouxe os seguintes exames: sorologia para Sporothrix spp Paracoccidioides brasiliensis, VDRL e intradermorreação para leishmania negativos. Foi realizada a biópsia de pele. A figura abaixo, demonstra que a peça fora acondicionada em 2 frascos distintos, contendo no primeiro formalina, e no segundo solução fisiológica estéril. Explique a importância de se acondicionar a peça fragmentada nestes 2 frascos coletores, sendo um de solução salina e outro em formalina, o que se espera avaliar com cada um destes fragmentos acondicionados em soluções distintas, em termos microbiológicos. O acondicionamento da peça fragmentada em dois frascos coletores, um contendo formalina e outro solução fisiológica estéril, é importante para avaliar diferentes aspectos microbiológicos. A formalina é um fixador comumente utilizado para preservar tecidos e células para análise histopatológica. Isso significa que a amostra de tecido colhida para biópsia foi acondicionada no frasco com formalina para que o tecido seja preservado, evitando a deterioração das células. Dessa forma, o frasco com formalina permite a análise histopatológica para identificação de lesões, inflamação ou qualquer outra alteração estrutural que possa estar presente no tecido. Por outro lado, a solução salina é utilizada para transporte e conservação de micro-organismos vivos. Se a paciente estivesse infectada com algum agente microbiológico, o frasco com solução salina pode ser usado para avaliar a presença desses micro-organismos. Essa técnica é conhecida como cultura microbiológica, onde o tecido é colocado em uma placa de cultura e as bactérias ou fungos são cultivados em condições controladas para avaliar sua presença e identificação. Em resumo, a utilização de dois frascos coletores é importante para permitir a análise histopatológica do tecido preservado em formalina e para a cultura microbiológica de micro-organismos vivos que podem estar presentes na amostra, conservada em solução salina. Dessa forma, o acondicionamento adequado dos fragmentos da peça biopsiada permite a avaliação precisa e completa da amostra, proporcionando um diagnóstico mais preciso e um tratamento mais adequado para a paciente. 2. Menino de 2 anos de idade, frequentador diário de creche comunitária, com história de vómito e diarreia nas últimas 24 horas. Apresentava-se apático e letárgico, apesar da mãe referir que normalmente era uma criança esperta e alegre. Ao exame físico mostrou-se moderadamente desidratado, com temperatura de 37.5°C. Os exames de ouvido, nariz e gargantaforam normais, bem como a ausculta pulmonar. Foi verificado abdômen flácido e sensibilidade moderada em baixo ventre. A pediatra solicitou hemograma, uréia, eletrólitos, urocultura e coprocultura. Como são conhecidos os tipos de Escherichia coli que causam gastroenterites? Qual(is) o(s) tipo(s) provavelmente envolvido(s) neste caso? Justifique sua consideração. A Escherichia coli é uma bactéria gram-negativa que pode colonizar normalmente o trato intestinal humano, mas também pode causar uma variedade de infecções, incluindo gastroenterites. Existem vários tipos de Escherichia coli que podem causar gastroenterites, incluindo: E. coli enterotoxigênica (ETEC): produzem toxinas que causam diarreia aquosa em humanos, frequentemente associadas à ingestão de alimentos ou água contaminados com fezes humanas. E. coli enteropatogênica (EPEC): causa diarreia em crianças em países em desenvolvimento, geralmente afetando crianças menores de 2 anos. E. coli enteroinvasiva (EIEC): invade o revestimento intestinal e causa uma doença semelhante à disenteria, frequentemente associada à ingestão de alimentos ou água contaminados com fezes humanas. E. coli produtora de toxina Shiga (STEC): causa diarreia sanguinolenta e pode levar a complicações graves, como a síndrome hemolítica-urêmica (SHU), associada à ingestão de carne mal cozida, vegetais crus ou água contaminada com fezes animais. Com base na história clínica apresentada, é possível que o paciente esteja sofrendo de uma gastroenterite bacteriana causada por E. coli enterotoxigênica (ETEC) ou E. coli produtora de toxina Shiga (STEC). A ETEC é uma causa comum de diarreia em crianças que frequentam creches, enquanto a STEC é frequentemente associada à ingestão de alimentos contaminados com fezes animais. Para confirmar qual tipo de E. coli pode estar causando a gastroenterite no paciente, a pediatra solicitou a coprocultura. A coprocultura é um teste que permite o crescimento e identificação de bactérias no material fecal, permitindo a confirmação do diagnóstico e a seleção do tratamento adequado. Além disso, a urocultura também foi solicitada para descartar outras possíveis infecções bacterianas que podem estar associadas aos sintomas do paciente. 3. Doente do sexo masculino, 43 anos de idade, natural e residente na ilha da Madeira, emigrado na Venezuela há 6 anos. Em Março de 2009, recorre a consulta de Dermatologia por aparecimento de lesão pápulo-crostosa de bordos regulares eritematosos, indolor, pruriginosa, com dimensões de 4,5 x 3 cm, localizada no dorso, com 2 meses de evolução (Figura 1). O restante exame objetivo não tinha alterações. Em Março de 1996, o doente refere história de lesão da mucosa oral ulcerada cujo exame histopatológico foi compatível com paracoccidioidomicose (PCM). A Paracoccidioidomicose (PCM) é uma micose sistêmica causada pelo fungo dimórfico Paracoccidioides brasiliensis, que é endêmico em regiões da América Latina, incluindo a Venezuela. A infecção geralmente ocorre por inalação de esporos do fungo que se encontram em solo contaminado. O fungo pode se disseminar pelo corpo e afetar vários órgãos, incluindo pulmões, pele, mucosas, fígado e baço. O caso descrito apresenta um homem de 43 anos que reside atualmente na Venezuela, mas é natural e morava na Ilha da Madeira. Ele apresentou uma lesão pápulo-crostosa eritematosa no dorso, que era pruriginosa, indolor e tinha 4,5 x 3 cm, com 2 meses de evolução. Ele também tem história de uma lesão oral ulcerada compatível com PCM em 1996. O diagnóstico da PCM pode ser confirmado por meio de cultura, microscopia e reação em cadeia da polimerase (PCR) de amostras de tecido ou fluidos corporais. O exame histopatológico da lesão oral do paciente em 1996 foi compatível com PCM, sugerindo que ele possa ter sido infectado com o fungo naquela época. Além disso, a lesão atual do dorso apresentada pelo paciente é sugestiva de uma lesão cutânea de PCM. O tratamento da PCM envolve o uso de medicamentos antifúngicos, como itraconazol, sulfametoxazol-trimetoprim, anfotericina B e fluconazol. O tratamento é individualizado e depende da gravidade da doença e dos órgãos envolvidos. A duração do tratamento pode variar de alguns meses a vários anos, dependendo da resposta do paciente. Em resumo, o caso descrito sugere uma infecção por Paracoccidioides brasiliensis com envolvimento cutâneo e oral em um paciente que vive em uma região endêmica para PCM. O diagnóstico pode ser confirmado por meio de cultura, microscopia e PCR, e o tratamento envolve o uso de medicamentos antifúngicos. 4. Mulher, 31 anos de idade, negra, natural de Abaetetuba - PA, procedente do Pronto Socorro Municipal do Guamá PA, doméstica, com escolaridade de 1-3 anos. Admitida no Hospital Universitário João de Barros Barreto em Belém-PA com tosse seca, febre e dispnéia Grau 1 (Escala de Dispnéia do MRC Modificada), referindo que o quadro perdurava há, aproximadamente, 2 meses. Havia sido internada no Hospital Ophir Loyola 3 meses antes, em virtude de quadro convulsivo, cefaléia holocraniana de forte intensidade, associado à hemiplegia à esquerda. O lavado brônquico mostrou além de bacilos Gram negativos e cocos Gram positivos (compatível com microbiota daquele sítio), com ausência de BAAR e presença de leveduras encapsuladas. Frente ao resultado laboratorial, descrito, qual o agente patogênico compatível com o achado apresentado. Descreva a forma de transmissão do agente, apontando como este micro-organismo infecta o hospedeiro susceptível, bem como a forma de infecção. A referência de cefaléia holocraniana de forte intensidade, estaria compatível com os achados laboratoriais? O resultado do lavado brônquico revelou a presença de bacilos Gram negativos, cocos Gram positivos e leveduras encapsuladas, indicando uma infecção pulmonar fúngica. A presença de leveduras encapsuladas sugere fortemente a presença do fungo Cryptococcus neoformans, um patógeno oportunista comumente encontrado em indivíduos imunossuprimidos. O Cryptococcus neoformans é transmitido por meio da inalação de esporos do fungo presentes em fezes de pombos e outros animais, bem como em solo contaminado. Uma vez inalado, o fungo pode infectar os pulmões e se disseminar pelo corpo, afetando principalmente o sistema nervoso central. Em indivíduos com sistema imunológico comprometido, como o caso da paciente, o Cryptococcus pode causar infecções graves, como meningite fúngica. A cefaleia holocraniana de forte intensidade descrita pela paciente pode estar relacionada à infecção fúngica, uma vez que o Cryptococcus neoformans é conhecido por causar meningite fúngica e outros distúrbios neurológicos em indivíduos imunossuprimidos. No entanto, outros exames clínicos e laboratoriais devem ser realizados para confirmar essa hipótese. Em resumo, o resultado do lavado brônquico sugere a presença de Cryptococcus neoformans como o agente patogênico responsável pela infecção pulmonar da paciente. A transmissão ocorre por meio da inalação de esporos do fungo presentes em fezes de pombos e solo contaminado. A infecção pode se disseminar pelo corpo, afetando principalmente o sistema nervoso central e causando distúrbios neurológicos em indivíduos imunossuprimidos. 5. Em um processo infeccioso, podendo ser bacteriano ou fúngico, aponte 5 fatores de virulência e suas ações no processo infeccioso. Os fatores de virulência são características moleculares ou celulares presentes em patógenos que lhes conferem a capacidade de infectar um hospedeiro e causar doença. Esses fatores podem variar dependendo do tipo de patógeno e do tecido ou órgão alvo da infecção. A seguir, serão descritos 5 fatores de virulência comuns em bactérias e fungos, juntamente com suas ações no processo infeccioso: Adesinas: são proteínas ou glicoproteínas na superfície da célula do patógeno que se ligam a receptores específicos na superfície das células do hospedeiro. As adesinas permitem que o patógeno se fixe e se mantenha no tecido infectado, evitando sua remoção por meio da corrente sanguíneaou da ação do sistema imunológico. Toxinas: são moléculas produzidas por patógenos que causam danos celulares ou teciduais ao hospedeiro. As toxinas podem ter diversos efeitos, como necrose, hemorragia, paralisia ou alteração da função celular. Algumas toxinas, como a toxina diftérica e a toxina botulínica, têm ação específica em determinados tecidos ou órgãos. Cápsula: é uma camada de polissacarídeos ou proteínas na superfície do patógeno que impede que ele seja fagocitado pelos leucócitos do sistema imunológico. A cápsula é um importante fator de virulência em muitas bactérias, incluindo Streptococcus pneumoniae e Haemophilus influenzae tipo B. Enzimas de degradação: algumas bactérias e fungos produzem enzimas que degradam proteínas, carboidratos e outros componentes do tecido do hospedeiro. Essas enzimas permitem que o patógeno se dissemine pelos tecidos infectados e obtenha nutrientes a partir dos tecidos do hospedeiro. Exemplos de enzimas de degradação incluem as colagenases, elastases e hialuronidases. Resistência a antimicrobianos: muitos patógenos desenvolveram mecanismos para resistir a antimicrobianos, como antibióticos e antifúngicos. A resistência a antimicrobianos pode resultar de mutações genéticas, transferência horizontal de genes de resistência ou uso inadequado de antimicrobianos. A resistência a antimicrobianos torna o tratamento de infecções mais difícil e aumenta o risco de disseminação de patógenos resistentes. Esses são apenas alguns exemplos de fatores de virulência comuns em patógenos bacterianos e fúngicos. Existem muitos outros fatores de virulência que podem contribuir para a capacidade de um patógeno de infectar e causar doenças em um hospedeiro. O estudo desses fatores é importante para o desenvolvimento de estratégias terapêuticas e profiláticas contra infecções.
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