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Sociedades no Código Civil

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19/08/2023, 16:03 Sociedades no Código Civil
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/07319/index.html# 1/30
Sociedades no Código Civil
Prof. Alexandre Assumpção
Descrição
Teoria geral das sociedades no Código Civil e tipos simples, em nome coletivo, em comandita simples e cooperativa.
Propósito
O conhecimento das sociedades no Código Civil é essencial para a prática do profissional do direito tanto na área do contencioso societário quanto
no consultivo e na mediação e conciliação.
Preparação
Antes de iniciar seu estudo, você deve ter acesso ao Código Civil atualizado e à Lei nº 5.764/1971.
Objetivos
Módulo 1
Noções gerais de sociedades
Reconhecer o conceito de sociedade e seus elementos.
Módulo 2
Sociedades simples, em nome coletivo e em comandita simples
Distinguir os tipos societários simples, em nome coletivo e em comandita simples.
19/08/2023, 16:03 Sociedades no Código Civil
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Módulo 3
Sociedades cooperativas
Identificar as características da sociedade cooperativa.
Introdução
Estudaremos as noções gerais de sociedades previstas no Capítulo Único do Título II do Livro II da Parte Especial do Código Civil (CC), bem como
alguns tipos societários previstos no Subtítulo II, como as sociedades simples, em nome coletivo e em comandita simples.
Além disso, abordaremos as características fundamentais das sociedades cooperativas que lhe imprimem singularidade e alguns aspectos da
legislação especial, ou seja, da Lei nº 5.764, de 1971.
1 - Noções gerais de sociedades
Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer o conceito de sociedade e seus elementos.
Sociedade e seus elementos
De acordo com o art. 981, caput, do Código Civil (CC):

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O contrato de sociedade é realizado entre pessoas que se comprometem reciprocamente a contribuir, com o aporte
de bens ou de serviços, para o exercício de atividade econômica, sendo partilhados os resultados dessa atividade
entre eles.
Em complemento, o parágrafo único prevê que a atividade é capaz de restringir-se à realização de um ou mais negócios determinados, ou seja, a
sociedade pode ter um propósito específico para sua constituição e funcionamento.
Ao contrário do Código de 1916, o atual não atribui o nomen juris sociedade a qualquer associação de pessoas, submetendo-a a uma disciplina geral
e distinguindo as sociedades umas das outras de acordo com a atuação e as consequências de sua extinção. Portanto, as associações de fins não
econômicos não se incluem no conceito de sociedade, razão pela qual são disciplinadas na Parte Geral (arts. 53 a 61).
Como contrato, a sociedade é modalidade de negócio jurídico e deve respeitar os elementos para sua validade e os quatro elementos essenciais,
sendo três deles indicados no conceito legal.
Os elementos comuns
Os elementos comuns do contrato de sociedade são aqueles indicados no art. 104 do CC para a validade do negócio jurídico:

Agente capaz.

Objeto lícito, possível, determinado ou determinável.

Forma prescrita ou não defesa em lei.
Desse modo, tais exigências se refletem na capacidade do sócio, na licitude da atividade econômica e na forma dada ao contrato.
Capacidade
A capacidade civil plena é atingida aos 18 anos completos para a pessoa natural (art. 5º). Não se aplicam as normas de incapacidade para a pessoa
jurídica, ressalvando-se que ela pode ser sócia salvo vedação expressa de lei, desde que seja regular sua constituição.
Ao determinar às juntas comerciais o arquivamento de contratos ou suas alterações de sociedade que envolvam sócio incapaz, o CC admite a
participação de incapazes em sociedades (empresárias ou cooperativas) no art. 974, §3º, desde que sejam atendidos, de forma conjunta, os
seguintes pressupostos:
O sócio incapaz não pode exercer a administração da sociedade.
O capital social deve ser totalmente integralizado.
O sócio relativamente incapaz tem de ser assistido, e o absolutamente incapaz precisa ser representado por seus representantes legais.
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Por isso, o requisito da capacidade civil plena não será obstáculo para a participação nas referidas sociedades, exceto se algum dos requisitos
estiver ausente.
Outro destaque deve ser dado à restrição parcial da participação de pessoas casadas em sociedade. Embora o casamento seja uma causa legal de
emancipação (art. 5º, parágrafo único, II) e o art. 977 do CC reconheça a possibilidade de os cônjuges contratarem sociedade entre si ou com
terceiros, haverá vedação se eles tiverem casado no regime da comunhão universal de bens ou se lhes for imposta a separação obrigatória de bens
(art. 1.641).
Objeto
O objeto da sociedade, além de lícito, possível, determinado ou determinável, deve, por exigência do art. 981, constituir uma atividade econômica
(especulativa). O objetivo é diferenciar a sociedade de outras espécies de pessoas jurídicas que podem desempenhar atividades lícitas, mas sem
finalidade lucrativa.
Atenção!
Ressaltamos que o objeto não precisa ser uma empresa, pois o CC manteve a divisão das sociedades quanto ao objeto em simples e empresárias.
A forma do contrato
Não há forma obrigatória para a validade do contrato de sociedade. Entretanto, o CC distingue as sociedades em:
Personi�cadas (Subtítulo I)
Precisam ter contrato escrito.
Não personi�cadas (Subtítulo II)
Não precisam ter contrato escrito.
As sociedades não personificadas não possuem personalidade jurídica e os efeitos dela decorrentes, como a autonomia patrimonial em favor dos
sócios. As não personificadas são a sociedade em comum (arts. 986 a 990) e a sociedade em conta de participação (arts. 991 a 996).
A sociedade em comum é identificada pelo não cumprimento de alguma formalidade necessária ao seu funcionamento regular (um exemplo é a
falta de arquivamento do contrato) e permanecerá assim até que se regularize. A sociedade em conta de participação está dispensada do
cumprimento dessas formalidades, porém, em razão disso, não pode jamais adquirir personalidade jurídica.
Os elementos especí�cos
Da definição legal do art. 981, extraem-se três elementos específicos ao contrato de sociedade: pluralidade de contratantes (“pessoas”),
contribuição para o exercício de atividade econômica e coparticipação nos resultados. Há ainda um quarto elemento implícito no conceito, embora
fique ausente na redação do dispositivo: a affectio societatis.
Pluralidade de sócios e possiblidade de a sociedade ser unipessoal

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A pluralidade de contratantes decorre do próprio conceito de sociedade, que denota a reunião de pessoas para atingir fins comuns. O ato
constitutivo é um contrato plurilateral, em que cada sócio afigura-se titular de direitos e obrigações perante a sociedade, e não em relação aos
outros.
As manifestações de vontade e as prestações assumidas visam à realização dos objetivos comuns e à repartição entre os contratantes dos
resultados. Por conseguinte, as hipóteses e os efeitos da extinção da sociedade mostram-se diversos dos demais contratos, admitindo-se sua
resolução apenas em relação a certos sócios.
Atenção!
Excepcionalmente, admite-se a constituição de sociedades unipessoais tanto no CC (sociedade do tipo limitada, art. 1.052, §1º) quanto em
determinadas leis especiais: subsidiária integral (Lei nº 6.404/1976, art. 251), empresa pública (Lei nº 13.303/2016, art. 3º) e sociedade unipessoal
de advocacia (Lei nº 8.906/1994, art. 15). Nesse caso, o ato constitutivo não é um contrato, e sim um ato unilateral de vontade do sócio único.
A contribuição dos sócios
Os sócios são obrigados a contribuir para que a sociedade realize sua atividade econômica. Talcontribuição pode se dar em bens ou em serviços, a
depender da natureza da sociedade, isto é, simples ou empresária.
É obrigatória a existência de capital, todos os sócios precisam contribuir em bens e, se quiserem, adicionalmente em serviços. O capital deve
ser expresso em moeda nacional e declarado no contrato.
É possível a existência de sócio com contribuição em serviços, porém esse capital é obrigatório (art. 997, III). O capital pode ser dispensado
nas cooperativas (art. 1.094, I, CC).
A coparticipação nos resultados
Os sócios devem partilhar entre si os resultados (lucros e perdas) da atividade econômica desenvolvida pela pessoa jurídica. Nas sociedades sem
personalidade jurídica (sociedade em comum e em conta de participação), os lucros não decorrem das operações realizadas pela sociedade, e sim
por cada um dos integrantes individualmente ou pelo sócio ostensivo, ainda que no interesse comum.
A coparticipação nos lucros e nas perdas mostra-se essencial no contrato de sociedade, sendo direito do sócio a percepção do lucro e dever a
participação nas perdas. Será considerada nula a cláusula que deixar de atribuir parcela do lucro a um sócio ou exonerá-lo de participação nas
perdas com vistas à constituição de sociedade leonina (art. 1.008).
A a�ectio societatis
É o liame entre os sócios, elemento intencional presente na sociedade e ausente no estado de comunhão pelo qual cada participante
espontaneamente assume obrigações no interesse comum, ainda que os interesses particulares sejam perfeitamente identificáveis. Tal elemento
manifesta-se externamente na disposição dos contratantes em compartilhar os destinos da pessoa jurídica, participando de ganhos e perdas
comuns.
Trata-se do único elemento que não está presente no art. 981. Mesmo assim, ele influencia os destinos da sociedade.
Sociedades empresárias 
Sociedades simples 
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Exemplo
Quando o sócio se retira imotivadamente se a sociedade for contratada por prazo indeterminado (cf. art. 1.029).
A affectio societatis se destaca nas sociedades de estrutura personalista, constituídas por conta do caráter pessoal dos sócios. Não basta, no
entanto, o propósito de cooperar: os sócios precisam conjugar esforços direcionados a um fim comum.
Aquisição da personalidade jurídica pela sociedade
Embora a natureza de contrato seja atribuída à sociedade pelo art. 981, o instituto também é reputado como pessoa jurídica de direito privado pelo
art. 44, II. Ao contrário da pessoa natural, que possui personalidade independentemente de registro civil (art. 2º), as pessoas jurídicas de direito
privado, de acordo com o art. 45, adquirem personalidade com a inscrição de seus atos constitutivos em registro próprio.
Em linha com o art. 45, o art. 985 traz os mesmos requisitos para a aquisição da personalidade jurídica pela sociedade: inscrição do documento de
constituição, seja por instrumento público ou particular, no registro próprio, na forma da lei.
De acordo com o art. 986, enquanto não estiverem arquivados os atos constitutivos ou se o forem em desacordo com as prescrições legais, a
sociedade será denominada “em comum”, não personificada. Os sócios em comum respondem ilimitadamente pelas obrigações assumidas por
cada um no interesse coletivo, sendo excluído do benefício de ordem previsto no art. 1.024 aquele que contratou pela sociedade.
A referência ao art. 1.150 pelo art. 985 alerta para a dualidade de registros segundo o regime da sociedade. Atribui-se competência à junta
comercial para a inscrição do contrato, no caso de sociedade empresária, e ao Registro Civil de Pessoas Jurídicas, para as sociedades do tipo
simples.
O requerimento e as condições para o arquivamento deverão observar os preceitos da legislação especial em vigor. Para as sociedades empresárias
e cooperativas, a legislação aplicável é a do Registro Empresarial (Lei nº 8.934/1994 e Decreto 1.800/1996); para as sociedades do tipo simples, a
do Registro Civil de Pessoas Jurídicas (Lei nº 6.015/1973).
Sociedade e seus elementos
Confira como se caracteriza uma sociedade, como ela adquire personalidade e quais são os seus elementos.
Sociedade simples e sociedade empresária
Confira as distinções entre a sociedade simples e a empresária.

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Distinção entre sociedade simples e sociedade empresária
O art. 982 do CC preserva o critério tradicional no direito brasileiro ao adotar o objeto como elemento distintivo, porém sem estar mais baseado nos
atos de comércio para qualificar a sociedade como comercial, e sim no exercício de empresa. Dessa forma, salvo previsões legais específicas:
Toda sociedade cujo objetivo se traduzir no exercício profissional de atividade econômica organizada para a
produção ou circulação de bens ou de serviços será empresária.
Serão consideradas simples as sociedades que exercerem atividade não empresarial, como as que reúnem profissionais liberais, artistas, cientistas
e literatos, sem agregar elemento de empresa, nos termos do parágrafo único do art. 966.
Em oposição às sociedades empresárias, a referência à sociedade simples efetuada pelo art. 982 diz respeito à espécie societária. A expressão é
empregada pelo codificador com conotação distinta no art. 997, em que se refere à sociedade simples como tipo societário. Ao se referir ao objeto
da sociedade empresária, o art. 982 menciona o “empresário sujeito a registro” com remissão ao art. 967. A intenção do legislador é ressalvar o
tratamento diferenciado reservado às sociedades que exploram empresa rural, as quais seguem presumidamente o regime das sociedades simples.
Hipóteses dissonantes à regra estabelecida pelo artigo, a título exemplificativo, são a sociedade de advogados (Lei nº 8.906/1994, arts. 15 e 16) e
os aeroclubes (Lei nº 7.565/1986, art. 97). Ambos constituem sociedades simples independentemente da forma com que o objeto é exercido.
Prevalência do tipo sobre o objeto
O parágrafo único do art. 982 afasta o critério do objeto para distinguir as sociedades em simples e empresárias. Haverá prevalência do critério do
tipo (ou da forma jurídica) adotado(a) em relação ao objeto quando se tratar de cooperativas e sociedades por ações (expressão que engloba os
tipos sociedade anônima e sociedade em comandita por ações):
É sempre vinculada ao regime das sociedades simples, sendo regulada pelos arts. 1.093 a 1.096 do CC em conjunto com a Lei nº
5.764/1971, que disciplina a constituição, o funcionamento e a dissolução dela. Os arts. 3º e 4º dessa lei apresentam a cooperativa como
sociedade de natureza civil, com forma e regime jurídico próprios, sem fins lucrativos e não sujeita à falência, ainda que exerça atividade
empresária. Logo, a razão para o tratamento diferenciado decorre da lei especial de cooperativas.
É tradicionalmente considerada empresária (outrora denominada “mercantil”) independentemente de seu objeto por razões históricas ligadas
à sua origem, mostrando-se imprescindível a descrição no estatuto de uma ou mais atividades lucrativas não contrárias à lei, à ordem
pública e aos bons costumes (cf. art. 2º, caput, e §1º da Lei nº 6.404/1976).
Sociedade cooperativa 
Sociedade anônima ou companhia 
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Tratamento diferenciado para sociedade que explora
empresa rural
A sociedade que explora empresa rural, isto é, aquela cujo objeto é uma atividade própria de empresário rural, é considerada, a priori, sociedade
simples. Ela, assim, fica excluída do regime das sociedades empresárias, e o registro próprio é o Registro Civil de Pessoas Jurídicas.
Da mesma forma que aos empresários rurais individuais, faculta-se a essa sociedade a inscrição dos atos constitutivos no Registro Público de
EmpresasMercantis da respectiva sede, momento em que, a partir de inscrita, ela fica equiparada, para todos os efeitos, à sociedade empresária.
Nessas condições, a sociedade rural se sujeitará à legislação aplicável aos empresários e às sociedades empresárias, assim como à Lei de Falência
e Recuperação de Empresas (Lei nº 11.101/2005).
Para que a sociedade possa valer-se da faculdade que lhe é franqueada, o legislador impôs a adoção, quer no momento da constituição, quer por
meio de transformação, de um dos tipos próprios das sociedades empresárias, sendo excluídos desse rol os tipos companhia e em comandita por
ações.
Tipos societários
Confira detalhes sobre os tipos societários existentes no nosso direito.
A escolha do tipo societário pode ou não influenciar o regime jurídico da sociedade. Apenas nos casos de cooperativas e sociedades por ações não
existe impacto, já que o objeto não determina o regime. O art. 983 prevê cinco tipos societários para a sociedade empresária, cada um com regras
próprias:
Esse rol se considera exaustivo. O CC trata dos dois últimos de maneira genérica, cabendo à lei especial (Lei nº 6.404/1976) primazia sobre suas
disposições (arts. 1.089 e 1.090). A sociedade simples pode adotar qualquer um dos tipos de sociedade empresária ou um tipo próprio (também
denominado simples):
O regime jurídico está atrelado ao objeto (exceto se o tipo for companhia ou comandita por ações).
Em nome coletivo Em comandita
simples
Limitada Anônima
(ou companhia)
Primeiro caso 
Segundo caso 
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Será o regime simples, pois, apesar de o art. 983 permitir a constituição de sociedade simples por meio de qualquer um dos tipos regulados
nos arts. 1.039 a 1.092, tal escolha implicaria a atribuição do regime empresarial, porque o ordenamento brasileiro considera as companhias
e as sociedades em comandita por ações sociedades empresárias independentemente de seu objeto.
Verifica-se, desse modo, a incompatibilidade entre a natureza de sociedade simples e a adoção de qualquer uma dessas estruturas. Assim
constituída, a sociedade simples (em razão de seu objeto) será considerada obrigatoriamente empresária ainda que não exerça atividade
econômica organizada.
A escolha do tipo societário pode ser imposta por lei, como adverte o art. 983, parágrafo único.
É o caso da sociedade em conta de participação, uma sociedade não personificada que tem sua existência reconhecida em documento escrito de
constituição arquivado em qualquer registro; como tal, ela é dispensada das formalidades impostas às demais sociedades, sejam elas empresárias
ou simples.
Nessa estrutura, quem atua em proveito comum é o sócio ostensivo, em nome próprio e com responsabilidade pessoal e ilimitada. Por isso, o
legislador não atribuiu à sociedade em conta de participação a natureza de sociedade simples ou empresária, porque, de fato, a atividade social não
é exercida por ela.
As sociedades cooperativas constituem outra exceção. Sendo um tipo próprio, elas assumem a condição de sociedade simples por força de lei.
Trata-se de uma entidade constituída para atuar em benefício de seus membros, os cooperados, com características próprias enumeradas no art.
1.094.
A exploração de certas atividades pode vincular-se a um ou alguns tipos específicos de sociedade, conforme regra estabelecida em lei especial.
Nesses casos, o legislador exige requisitos suplementares para a constituição da sociedade a fim de proteger o público, os consumidores e os
credores, submetendo-a à fiscalização de órgão da administração pública direta ou indireta.
Podemos mencionar os seguintes casos:
As operadoras de seguros privados devem adotar a forma de sociedades anônimas ou cooperativas, tendo as cooperativas que atuar apenas em
seguros agrícolas, de saúde e de acidentes do trabalho (Decreto-Lei nº 73/1966, art. 24).
As entidades abertas de previdência privada operadoras de planos de benefícios de caráter previdenciário, concedidos em forma de renda
continuada ou pagamento único, devem adotar a forma de sociedade anônima (Lei Complementar nº 109/2001, art. 36).
Se adotar a forma de pessoa jurídica, a Empresa Simples de Crédito (ESC) tem de ser sociedade limitada (art. 2º da Lei Complementar nº
167/2019).
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
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João, com 15 anos, é o único herdeiro de Mathias, sócio de uma sociedade empresária. O contrato da sociedade permite que o herdeiro de
qualquer sócio o suceda independentemente do consentimento de qualquer sócio. A esse respeito, assinale a única alternativa correta.
Parabéns! A alternativa D está correta.
A resposta se fundamenta no art. 974, §3º, do CC: “I – o sócio incapaz não pode exercer a administração da sociedade; II – o capital social deve
ser totalmente integralizado; e III – o sócio relativamente incapaz deve ser assistido e o absolutamente incapaz deve ser representado por seus
representantes legais” (LEI nº 10.406, 2002).
Questão 2
Cinco amigos decidiram formar uma sociedade, mas não se preocuparam com as formalidades legais referentes à sua regularização. Nesses
termos, a sociedade é denominada pelo Código Civil (CC) como
Parabéns! A alternativa A está correta.
A
A junta comercial deve verificar se o capital da sociedade é superior a R$ 100.000,00, se está integralizado e se o contrato
contém cláusula permissiva da sucessão.
B
A junta comercial precisa verificar se o capital da sociedade é superior a R$ 100.000,00, se a João foi atribuída a administração
da sociedade e se a sociedade é por prazo indeterminado.
C
A junta comercial tem de verificar se o contrato contém cláusula permissiva da sucessão, se João está assistido por seu
representante legal e se a sociedade é por prazo determinado.
D
A junta comercial deve verificar se João não exercerá a administração da sociedade, se o capital social está totalmente
integralizado e se o herdeiro está assistido por seu representante legal.
E
A junta comercial precisa verificar deverá verificar se João não exercerá a administração da sociedade, se a sociedade é
enquadrada como microempresa e se o herdeiro está assistido por seu representante legal.
A em comum.
B personificada.
C por ações.
D em conta de participação.
E de fato.
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O art. 986 do CC denomina como em comum a sociedade constituída sem a observação das formalidades do art. 985.
2 - Sociedades simples, em nome coletivo e em comandita
simples
Ao �nal deste módulo, você será capaz de distinguir os tipos societários simples, em nome coletivo e
em comandita simples.
Sociedade simples
Caracterização da sociedade simples
Cabe apontar que o termo “simples” utilizado no Livro II do Código Civil (CC) para as sociedades tem três sentidos distintos.
O primeiro sentido se refere ao objeto desenvolvido pela sociedade, que se opõe ao termo “empresária” no caput do art. 982. O segundo diz respeito
ao regime imposto a certas sociedades, como a cooperativas, no parágrafo único do mesmo artigo. Por fim, a sociedade simples também é um tipo
societário não empresarial com regras próprias, de acordo com o caput do art. 983. Vamos nos concentrar agora sobre esse último sentido.
A sociedade simples é originária do direito suíço (Código de Obrigações de 1911, art. 530), sendo as disposições sobre ela fonte
subsidiária para os demais tipos societários quando eles não se revestirem de forma especial. Em linhas gerais, o CC seguiu a mesma
orientação, pois as normas das sociedades simples (arts. 997 a 1.038) podem servir, além de regramento próprio desse tipo, como
disciplina supletiva de outros empresariais ou não (cf. arts. 986, 996, 1.040, 1.046, 1.053, 1.089e 1.096). Decorre disso a relevância do
seu estudo e conhecimento.
A técnica adotada foi inovadora, pois tanto o Código Comercial quanto o anterior Código Civil tinham disposições e princípios gerais
que se aplicavam a todos os tipos de sociedades. O Código Civil atual almejou instituir uma regulamentação mínima para as
i d d á i ti d ti i l C i i d d i l t ú l í i d di it
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A sociedade simples apresenta características próprias das sociedades de pessoas, tais como:
Simplicidade do contrato social (apenas poucas cláusulas além das obrigatórias, em geral).
Administração exclusiva por sócios pessoas naturais.
Inexistência de órgãos sociais em caráter obrigatório.
Impossibilidade de cessão da quota-parte do sócio a quem não faça parte da sociedade e, quando possível, restrições à realização desse negócio
jurídico.
Possibilidade de resolução da sociedade em relação ao sócio por questões particulares dele (falência, insolvência, interdição, falecimento,
desentendimentos com os demais sócios etc.).
Impossibilidade de restrição ou eliminação do direito a voto nas deliberações.
Possibilidade de previsão de solidariedade entre os sócios pelas obrigações sociais de forma subsidiária.
Vedação de funcionamento permanente com um único sócio.
Quórum de maioria absoluta, no mínimo, ou unanimidade para alterações das cláusulas obrigatórias.
Contrato social: cláusulas obrigatórias e arquivamento
O contrato da sociedade simples deve ser escrito por se tratar de sociedade personificada, podendo assumir seu instrumento de forma pública ou
particular desde que contenha, no mínimo, as indicações do artigo 997. A ausência de contrato escrito impõe a aplicação das normas da sociedade
em comum até que a sociedade esteja regularizada nos termos do art. 985.
Além das cláusulas obrigatórias, a serem indicadas a seguir, é permitido aos sócios estabelecer outras necessárias ao funcionamento da sociedade,
à realização de seu objeto e às relações internas. Contudo, as disposições contidas em instrumento separado que sejam contrárias ao contrato ou
até mesmo aquelas firmadas verbalmente não produzirão efeitos em relação a terceiros em virtude da falta de publicidade imposta pela lei (art. 997,
parágrafo único).
Devem constar do contrato social:
A qualificação de todo os sócios pelo nome, nacionalidade, estado civil, profissão e residência se forem pessoas naturais. No caso de sócio
pessoa jurídica, é necessário constar o nome (social ou empresarial), a nacionalidade e a sede.
O objeto da sociedade, que tem de se conformar com o arts. 104 e 982.
A denominação social, que é o nome da pessoa jurídica. Embora não seja considerada nome empresarial, tal denominação, em razão da natureza
da sociedade, goza da proteção conferida a esse nome por força do art. 1.155, parágrafo único, do CC.
sociedades empresárias a partir do tipo simples. Com isso, a sociedade simples passou a representar um núcleo mínimo do direito
societário, isto é, o embrião de toda forma de estruturação das sociedades de pessoas. A partir dessa estrutura mínima de
organização, torna-se possível estabelecer particularidades para os demais tipos societários regulados tanto no CC como em leis
especiais.
De acordo com a sistemática adotada pelo CC, a sociedade simples destina-se ao exercício de atividades econômicas não
organizadas ou excluídas do conceito de empresa. É o caso das cooperativas (art. 4º da Lei nº 5.764/1971) e das sociedades de
advogados, que são definidas por lei como não empresárias (Lei nº 8.906/1994, art. 15), bem como das sociedades que exercem
pequenas atividades negociais sem organização.
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A sede da sociedade, ou seja, o município onde se centraliza a atividade e/ou onde se localiza a administração. A sociedade pode instituir filial,
seja no próprio ato de constituição ou por deliberação posterior dos sócios (art. 1.000).
O prazo de duração da sociedade, que pode ser determinado ou indeterminado, não suprindo a lei a vontade das partes em caso de omissão. A
escolha implica distintas soluções para os casos de retirada do sócio (art. 1.029) e de dissolução (art. 1.033, I).
A indicação do valor do capital, expresso em moeda corrente e formado pela contribuição em qualquer espécie de bem, móvel ou imóvel, corpóreo
ou incorpóreo, inclusive de direitos suscetíveis de avaliação e alienação, desde que sirvam à sociedade no desenvolvimento do objeto.
O valor da quota do sócio. O capital divide-se em quotas que podem ou não representar o mesmo valor. Se ele apresentar valor distinto, as
deliberações societárias deverão considerá-lo, pois o valor das quotas determina o cômputo dos votos (CC, art. 1.010). Os sócios podem decidir
representar fisicamente as quotas sociais. Nesse caso, cabe a eles decidir sobre a emissão de certificados.
A indicação, em caráter facultativo, das prestações em serviço assumidas por algum sócio para a realização do objeto social. Tal permissivo
restringe-se à sociedade simples, não se autorizando a contribuição à sociedade exclusivamente em serviços nos demais tipos societários, salvo
nas sociedades cooperativas. Na presença dessa espécie de sócio, o contrato deve estipular suas obrigações e as sanções ao sócio inadimplente
com tais deveres.
As pessoas naturais responsáveis pela administração da sociedade, bem como os poderes e as atribuições, especialmente quem poderá usar o
nome social e se haverá assunção conjuntiva ou disjuntiva de obrigações, sendo certo que, no caso omisso, considera-se disjuntiva a
administração.
As regras de participação de cada sócio nos lucros e nas perdas. Será vedada a exclusão de quaisquer sócios da participação nos resultados,
considerando-se nula a cláusula que assim dispuser (art. 1.008). A distribuição poderá ser proporcional ou não à participação no capital,
dependendo do que os sócios ajustarem no contrato (art. 1.007).
A última cláusula obrigatória refere-se à responsabilidade dos sócios pelas obrigações sociais, que pode ser subsidiária ou não. Pelo regime de
responsabilidade subsidiária, os bens particulares dos sócios, após a execução dos bens sociais, poderão ser chamados a responder perante
terceiros por dívidas sociais que excedam as forças do patrimônio da pessoa jurídica (art. 1.024), sem solidariedade entre si, salvo se ela for
prevista nos termos do art. 1.023. Do contrário, se a inexistência de responsabilidade subsidiária for expressamente consignada no contrato, os
sócios responderão apenas até o valor das respectivas quotas.
De acordo com o art. 998, compete ao Registro Civil de Pessoas Jurídicas do local da sede social o arquivamento do contrato. A ausência de
registro implica irregularidade da sociedade, a qual se considera sociedade em comum (art. 986). Nesses casos, a sociedade não assume
obrigações perante terceiros; no entanto, os sócios vinculam-se às obrigações entre eles estabelecidas no contrato (art. 990).
O contrato deve ser apresentado ao órgão no prazo de 30 dias. Após o decurso desse período, não se veda o arquivamento (art. 1.151); entretanto,
os efeitos do registro, quando ele for concedido, apenas retroagirão até a data do pedido de arquivamento, e não a da constituição.
Obrigações e direitos dos sócios
Embora o CC trate na Seção II (arts. 1.001 a 1.009) dos direitos e das obrigações dos sócios, há outros dispositivos fora dessa seção que também
abordam esse tema. Em razão do caráter geral das normas da sociedade simples, a relação de obrigações e de direitos apresentados se aplicará, no
que couber, a outros tipos.
A eficácia das obrigações dos sócios independe do arquivamento do contrato no Registro Civil de Pessoas Jurídicas (art. 1.001). Assim, a simples
assinatura vincula os sócios às prestações necessárias à integralização do capital e ao cumprimentodas formalidades para o funcionamento
regular da sociedade, salvo disposição expressa em sentido contrário. Da mesma forma, as obrigações por eles assumidas em relação à sociedade
persistem até sua plena liquidação, com o pagamento de todos os credores, ainda que não se exerça mais o objeto social.
A dissolução sem o pagamento aos credores ou a partilha fraudulenta do remanescente constitui um ato irregular e, sem embargo da extinção da
sociedade, não finda a responsabilidade dos sócios pelo passivo não solvido até o valor do que eles receberam em partilha.
Obrigações dos sócios
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A relação elencada a seguir é exemplificativa e tem por base as disposições do tipo simples. O contrato social ou as normas para determinado tipo
de sociedade podem trazer obrigações diversas ou novas.
O sócio admitido em sociedade já constituída é responsável pelas dívidas sociais anteriores à admissão, conforme a responsabilidade do
tipo societário (art. 1.001).
O sócio não pode ser substituído no exercício das suas funções sem o consentimento dos demais sócios, o qual é expresso em
modificação do contrato social (art. 1.002).
Os sócios são obrigados, na forma e prazo previstos no contrato, às contribuições estabelecidas. Aquele que deixar de fazê-lo nos 30 dias
seguintes ao da notificação pela sociedade se tornará remisso e responderá perante ela pelo dano emergente da mora. Quanto ao sócio
remisso, a maioria dos demais sócios pode preferir a exclusão dele em vez da indenização ou reduzir sua quota ao montante já realizado
(art. 1.004).
O sócio que, a título de integralização da quota social, transmitir domínio, posse ou uso responderá pela evicção tal qual o vendedor.
O sócio que transferir crédito responderá pela solvência do devedor (art. 1.005).
O sócio de serviços não pode, salvo convenção em contrário, empregar-se em atividade estranha à sociedade, sob pena de ser privado de
seus lucros e dela excluído (art. 1.006).
Com exceção do sócio de serviços, o sócio deve participar das perdas sofridas pela sociedade na proporção das respectivas quotas, salvo
estipulação de critério diverso (art. 1.007).
Os sócios respondem solidariamente perante a sociedade pelo recebimento de lucros ilícitos ou fictícios, conhecendo ou devendo
conhecer-lhes a ilegitimidade (art. 1.009).
O sócio que se retirou da sociedade ou dela foi excluído ou os seus herdeiros respondem pelas obrigações sociais anteriores até dois anos
após a resolução da sociedade averbada, assim como pelas obrigações sociais posteriores e no mesmo prazo, enquanto não se requerer a
averbação (art. 1.032). Tal obrigação é imposta aos ex-sócios ou aos herdeiros mesmo após a extinção do vínculo com a sociedade.
Direitos dos sócios
São direitos dos sócios, sem prejuízo de outros fixados em lei ou no contrato:
Participar dos lucros, na proporção das respectivas quotas, salvo estipulação em contrário. O sócio cuja contribuição consiste em serviços
somente participa dos lucros na proporção da média do valor das quotas (art. 1.007).
Votar nas deliberações sociais, sendo o quórum de deliberação aferido por maioria de votos, contados segundo o valor das quotas de cada
um (art. 1.010), exceto para as deliberações que modificarem cláusulas obrigatórias do contrato, situação na qual se exige unanimidade
(art. 999).
Os sócios têm direito de receber dos administradores contas justificadas de sua administração e precisam apresentar-lhes o inventário
anualmente, bem como o balanço patrimonial e o de resultado econômico (art. 1.020).
O sócio pode, a qualquer tempo, examinar os livros e os documentos, bem como o estado da caixa e da carteira da sociedade, salvo
estipulação que determine época própria (art. 1.021).
Acompanhe as obrigações aqui. 
Acompanhe os direitos aqui. 
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O sócio pode retirar-se da sociedade motivada ou imotivadamente. Na sociedade por prazo indeterminado, isso é feito mediante
notificação aos demais sócios com antecedência mínima de 60 dias. Já na de prazo determinado, o sócio tem de provar judicialmente
justa causa (art. 1.029).
O sócio retirante, o excluído ou os herdeiros do sócio têm direito de receber da sociedade o valor da(s) quota(s), considerado o montante
efetivamente realizado. A liquidação é feita, salvo disposição contratual em contrário, com base na situação patrimonial da sociedade à
data da resolução, a qual, por sua vez, é verificada em balanço especialmente levantado (art. 1.031).
Sociedade simples
Confira as principais características da sociedade simples.
Administração, resolução e dissolução da sociedade simples
Confira as principais questões sobre a gestão e o encerramento da sociedade simples.
Administração da sociedade simples
A sociedade se relaciona com terceiros por meio de sua administração, que é desempenhada pelos administradores. O administrador é o órgão (de
gestão) da pessoa jurídica por meio do qual seus atos jurídicos são aperfeiçoados.
Não se trata de um mandato, já que tal técnica pressupõe a existência de duas vontades: a do representante e a do representado. É a lei que atribui
ao administrador tal papel (art. 1.022), seja de modo disjuntivo ou conjuntivo (arts. 1.013 e 1.014).
Embora a designação da pessoa natural (ou pluralidade) que exercerá a administração deva constar do contrato, é possível que a nomeação ocorra
em instrumento separado após o arquivamento do contrato, que também deve ser levado a registro (art. 1.012). Como se trata de cláusula
obrigatória do contrato, a aprovação unânime do administrador eleito impõe-se (art. 999).
Atenção!
Somente o sócio poderá exercer a administração da sociedade simples, conclusão extraída do art. 1.013 (que faculta a administração a qualquer
dos sócios), caso não exista uma designação para atuação conjunta no contrato.
Não havendo restrição de poderes no contrato ou no ato separado de nomeação, os administradores podem praticar todos os atos pertinentes à
gestão da sociedade. Entretanto, a oneração ou a venda de bens imóveis dependerá do que a maioria dos sócios decidir, exceto se tais atos
constituírem objeto da sociedade (art. 1.015).
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Cumpre ao administrador, que deve ser pessoa natural (art. 997, VI) e sem impedimento legal para a função (cf. art. 1.011, §1º), atuar com diligência
na gestão social. Segundo o CC, “O administrador da sociedade deverá ter, no exercício de suas funções, o cuidado e a diligência que todo homem
ativo e probo costuma empregar na administração de seus próprios negócios” (LEI nº 10.406, 2002).
Espera-se que o administrador se paute pela gestão de seus negócios sociais do mesmo modo que conduz seus negócios particulares, guardadas
as devidas proporções e peculiaridades de gestão de uma sociedade e dos interesses envolvidos. Ao se afastar do dever de diligência e de outros a
eles relacionados, como o de lealdade, sigilo ou probidade, ele pratica ato ilícito e responde perante sociedade e terceiros prejudicados pelos danos
decorrentes (art. 1.016).
O CC enumera algumas condutas que ensejarão tal responsabilidade:
A distribuição de lucros ilícitos ou fictícios (art. 1.009).
A realização de operações pelo administrador, sabendo ou devendo saber que estava agindo em desacordo com a maioria (art. 1.013, §2º).
A aplicação sem consentimento escrito dos sócios de créditos ou de bens sociais em proveito próprio ou de terceiros, tendo de restituí-los à
sociedade, ou pagar o equivalente com todos os lucros resultantes, e, se houver prejuízo, responder por ele também (art. 1.017, caput).
Tomar parte, tendo em qualquer operação interesse contrário ao da sociedade, na correspondente deliberação (art. 1.017, parágrafo único).
Alémdas obrigações de prestar contas ao sócio e lhe franquear acesso a livros e documentos, é vedado ao administrador fazer-se substituir no
exercício de suas funções, ou seja, somente os sócios podem autorizar tal substituição. Por outro lado, o administrador está autorizado, nos limites
de seus poderes, a constituir mandatários da sociedade, especificando no instrumento os atos e as operações que poderão praticar.
Dica
Os poderes conferidos ao mandatário, que pode ser um sócio ou não, são revogáveis a qualquer tempo (art. 1.019).
Resolução e dissolução da sociedade simples
O vínculo jurídico entre a sociedade e os sócios pode ser extinto, total ou parcialmente, em determinadas situações. A extinção parcial não implica a
dissolução da sociedade nem a liquidação do seu patrimônio, mas altera o quadro social e impõe a liquidação da quota do ex-sócio.
Para tais situações, o CC utiliza a expressão “resolução da sociedade em relação a um sócio”. Já quando a sociedade cessa a realização de sua
atividade e iniciam-se a liquidação e o pagamento coletivo dos credores, o termo utilizado é “dissolução”.
A resolução da sociedade simples pode ocorrer:
Por morte de sócio, exceto se o contrato autorizar o ingresso do sucessor ou se, por acordo com os herdeiros, regular-se a substituição do sócio
falecido (art. 1.028).
Por ato de vontade do sócio, com ou sem justa causa (quebra de affectio societatis), desde que haja notificação aos demais sócios, com
antecedência mínima de 60 dias (art. 1.029).
Por decisão judicial em ação ajuizada por sócio, provando justa causa, no caso de sociedade constituída por prazo determinado (art. 1.029).
Por exclusão extrajudicial de sócio remisso deliberada pela maioria dos demais sócios (art. 1.004, parágrafo único).
Por exclusão judicial de sócio por falta grave ou por incapacidade superveniente (art. 1.030, caput).
De pleno direito, em razão da decretação da falência do sócio (art. 1.030, parágrafo único).
De pleno direito, em razão da liquidação integral da quota para pagamento a credor particular de sócio (art. 1.030, parágrafo único).
Em todas essas situações, a sociedade não se dissolve, mas ocorre a liquidação da quota do ex-sócio com apuração judicial ou extrajudicial de
seus haveres (art. 1.031), mantendo-se intocada a continuidade da sociedade com os remanescentes. A dissolução resulta na cessação da
atividade econômica e na posterior liquidação do patrimônio.
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A causa pode decorrer de lei (art. 1.033), de decisão judicial (art. 1.034) ou de previsão contratual, a ser verificada judicialmente quando contestada
(art. 1.035). A dissolução constitui sequência de atos praticados para a extinção da pessoa jurídica a partir de um fato jurídico que a desencadeia
(dissolução propriamente dita), vindo na sequência a realização do ativo, o pagamento do passivo, a partilha do remanescente entre os sócios e, por
fim, a extinção da sociedade.
Atenção!
Durante todo o processo de dissolução e posterior liquidação, a sociedade conserva sua personalidade jurídica, a qual somente se extingue após o
cancelamento de sua inscrição no registro próprio (art. 51 do CC).
O âmbito de incidência das disposições sobre a dissolução não se limita às sociedades simples, aplicando-se também a todas as sociedades de
pessoas, empresárias ou não, salvo as sociedades cooperativas (v. arts. 1.044, 1.051 e 1.087). Já as sociedades por ações possuem suas causas
dissolutórias reguladas em lei especial (Lei nº 6.404/1976, art. 206).
As causas de dissolução de pleno direito são as seguintes:
Término do prazo de duração, salvo se os sócios se mantiverem inertes após o decurso do prazo e a sociedade continuar em atividade. Nesse
caso, a lei considera a sociedade prorrogada por prazo indeterminado.
Consenso dos sócios na sociedade contratada por prazo determinado.
Deliberação dos sócios por maioria absoluta do capital na sociedade de prazo indeterminado.
Extinção da autorização para funcionar caso a sociedade dependa dela.
Graças ao requerimento de qualquer um dos sócios e mediante sentença proferida em ação pelo procedimento comum, a sociedade também
poderá ser dissolvida judicialmente quando for anulada sua constituição, exaurido o fim social ou verificada sua inexequibilidade. Por defeito do ato
respectivo, decai em três anos o direito de anular a constituição, contado o prazo da publicação de sua inscrição no registro (art. 45, parágrafo
único, CC).
Ocorrida a dissolução, cumpre aos administradores providenciar imediatamente a investidura do liquidante, que representará a pessoa jurídica até
sua extinção (art. 1.105), e restringir a gestão própria aos negócios inadiáveis, sendo vedadas novas operações, pelas quais eles responderão
solidária e ilimitadamente (art. 1.036).
Sociedade em nome coletivo
Confira agora sobre sociedade em nome coletivo e suas principais características.
Atualmente, a sociedade em nome coletivo é regulada no CC entre os arts. 1.039 a 1.044. Trata-se de uma sociedade de pessoas por excelência, ou
seja, a pessoa do sócio se apresenta como elemento fundamental não só nas relações internas da sociedade, como também perante terceiros. Um
de seus traços mais marcantes é o fato de que somente pessoas físicas podem tomar parte nela, sendo que todos os sócios respondem solidária e
ilimitadamente pelas obrigações sociais, diferenciando-se, portanto, da sociedade simples.
Dessa forma, os sócios de sociedade em nome coletivo podem sofrer execução sobre seu patrimônio pessoal pelas dívidas contraídas pela pessoa
jurídica. Além disso, respondem solidariamente entre eles, de modo que o credor pode acionar qualquer um deles para obter pagamento.
Os sócios não podem afastar a solidariedade, afigurando-se ineficaz em relação a terceiros a cláusula do contrato que assim disponha. Contudo,
eles estão autorizados a pactuar internamente sobre a responsabilidade de cada um, aumentando-a ou diminuindo-a em relação à proporção de
participação nas perdas.
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A espécie societária remonta às sociedades familiares existentes na Idade Média, nas quais só se admitia a participação de membros de
determinada família. Paulatinamente, tais sociedades assumiram características comerciais a partir da constituição de um patrimônio social
distinto do familiar, respondendo pelas obrigações assumidas por qualquer um dos sócios. Surgia, assim, a sociedade coletiva, o que
evidenciava a existência de um mandato recíproco entre os sócios pelo qual todos se encontravam autorizados a agir e obrigar a sociedade (o
patrimônio em comum) mediante o uso da firma.
Além da regulação própria, o art. 1.040 determina a aplicação supletiva das disposições referentes à sociedade simples. Com isso, o legislador
reafirma a natureza intuitu personae desse tipo societário.
Todavia, o tipo em nome coletivo não é necessariamente submetido ao regime das sociedades simples, já que o critério do objeto previsto no caput
do art. 982 se aplica a ele. Desse modo, a sociedade poderá ser simples ou empresária se exercer ou não empresa, o que inclui a opção de escolha
de registro no caso de empresa rural (cf. art. 984).

Por determinação do art. 1.041, as cláusulas do contrato da sociedade simples (art. 997), no que couber, se aplicam ao contrato da sociedade
em nome coletivo. Assim, devem ser respeitadas as disposições específicas do tipo.

Os sócios são necessariamente pessoas físicas, a “denominação” a que se refere o inciso II do art. 997 corresponde à firma social e as
contribuições em prestação de serviços às quais o sócio está obrigado (inciso V), caso existam, são realizadas adicionalmente à contribuição
ao capital (inciso III).
Por conta da regra própria de responsabilidade (art. 1.039), o inciso VIII é inaplicável; por isso, os sócios não podemafastar a responsabilidade
subsidiária no contrato.
Seja ou não empresária, a sociedade tem de adotar firma. No caso de sociedade empresária, precisa observar o art. 1.157 na formação da firma,
que pode ou não conter os patronímicos de todos os sócios, os quais, por sua vez, têm idêntica responsabilidade perante terceiros.
Caso não identifique individualmente todos os sócios, deve-se utilizar o aditivo “e companhia” por extenso ou abreviado, como Borges & Companhia.
Se os nomes de todos os sócios estão indicados, o uso de qualquer outro aditivo está dispensado, como no caso de Borges, Sá e Gomes.
Um aspecto nitidamente personalista da sociedade é o fato de que apenas os sócios podem ser
administradores (art. 1.042).
Como órgão da pessoa jurídica, o administrador está autorizado, na ausência de poderes especiais ou restrições contratuais, a praticar todos os
atos necessários à realização do objeto. Por aplicação supletiva do art. 1.018, os administradores podem constituir procuradores ad negotia para
atuar em nome da sociedade, com poderes revogáveis.

O art. 1.043 aponta um traço distintivo da sociedade em nome coletivo da simples. Nesse tipo, o credor particular de sócio pode liquidar sua
quota para realização do crédito (art. 1.026, parágrafo único). Aplica-se a mesma regra apenas para a sociedade em nome coletivo constituída

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por prazo indeterminado.

Na constituição por prazo determinado, o credor particular de sócio não pode, antes de a sociedade dissolver-se, pretender a liquidação da
quota do devedor, embora esteja autorizado a requerer a penhora de lucros ainda não distribuídos, já que, além do amparo no art. 1.026, caput,
do CC, não há empecilho para isso.
O impedimento à liquidação da quota deixa de existir caso ocorra uma das situações previstas no parágrafo único do art. 1.043, ou seja, a
prorrogação tácita da sociedade (inciso I) ou o acolhimento de pretensão por ele oposta dentro de 90 dias da prorrogação contratual (inciso II).
A prorrogação tácita da sociedade se dá quando os sócios não iniciam a dissolução após o término do prazo de duração da sociedade, passando a
funcionar por tempo indeterminado (art. 1.033, I). A segunda situação ocorre quando eles decidem pela prorrogação da sociedade com alteração
contratual e arquivamento no registro peculiar. Nesse caso, o ato dilatório deve ser publicado para que os credores do sócio saibam da continuidade
da pessoa jurídica, o que lhes, dentro de 90 dias, permite pleitear judicialmente o pagamento sobre a quota do sócio, justificando seu direito.
Por fim, o art. 1.044 dispõe que as causas de dissolução de pleno direito da sociedade em nome coletivo serão as mesmas da sociedade simples
(art. 1.033), com o acréscimo da hipótese de declaração de falência se a sociedade for empresária. Caso ela não seja, ocorrerá a dissolução pela
declaração de insolvência (art. 1.052 do CPC/2015 c/c art. 786 do CPC/1973).
Sociedade em comandita simples
Confira as principais características da sociedade em comandita simples.
A sociedade em comandita simples é regulada nos arts. 1.045 a 1.051 do CC. Sua característica fundamental é a presença simultânea de sócios
com responsabilidades distintas pelas obrigações. Veja a relação:

Sócio comanditário (pessoa natural ou jurídica)
Tem responsabilidade limitada ao valor de sua quota.

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Comanditado (apenas pessoa natural)
Tem responsabilidade ilimitada e responde de modo subsidiário pelas dívidas sociais, como os sócios em nome coletivo.
Por aplicação do art. 1.046, que impõe a disciplina da sociedade em comandita pelas normas da sociedade em nome coletivo e da simples, nessa
ordem, o contrato social também deverá seguir as cláusulas do art. 997, no que couber, e identificar cada um dos sócios, tornando pública, após o
registro, a extensão da responsabilidade de cada um.
A sociedade em comandita simples a depender da atividade por ela exercida (vide comentários ao art. 982), pode caracterizar-se como:

Simples (não empresária)

Empresária
Em qualquer caso, por aplicação do art. 1.046, a sociedade deverá adotar firma social e, se a sociedade for empresária, observar na formação a
regra do art. 1.057.
Como existe necessariamente um sócio de responsabilidade limitada, nem todos poderão ter seu patronímico na firma (apenas o sócio
comanditado). Por essa razão, a firma social conterá ao final o aditivo “& Companhia ou & Cia”, que indica a presença dos sócios omitidos na firma.
A administração da sociedade é privativa do sócio comanditado (art. 1.047).
A regra é um efeito da atribuição dada a ele da responsabilidade ilimitada. O legislador visa a impedir que a limitação de responsabilidade do
comanditário o estimule a obrigar a sociedade em operações arriscadas e de retorno duvidoso, levando a pessoa jurídica a um endividamento
progressivo e à insolvência patrimonial, além de garantir a terceiros que a administração é exercida por quem responde ilimitadamente pelos
débitos da sociedade.
Apesar de a norma impedir que os sócios comanditários representem a sociedade, eles podem os exercer poderes de fiscalização e participar da
administração interna da sociedade. Também é possível, com fundamento no art. 1.047, parágrafo único, que o comanditário seja constituído
procurador da sociedade para negócio determinado (mandatário ad hoc) e com poderes especiais, não se tornando, portanto, administrador. O
contrato pode impor-lhes outras restrições desde que não elimine ou restrinja direitos políticos essenciais derivados da titularidade das quotas.
Atenção!
O comanditário que, ultrapassando a proibição legal, negociar em nome da sociedade com terceiros ou fizer constar seu nome na firma social
responderá ilimitadamente pelas obrigações sociais.
Outra característica da sociedade em comandita simples diz respeito à resolução da sociedade em relação ao sócio comanditário e ao comanditado
por morte. Para cada um existe uma solução distinta.
No caso de morte de sócio comanditado, não há regra especí�ca na disciplina da sociedade.
A norma da sociedade simples que trata de resolução da sociedade por morte de sócio (art. 1.028) precisa ser aplicada subsidiariamente, ou seja,
há a liquidação da quota em favor dos sucessores, podendo o contrato dispor de modo diverso. Por sua vez, no caso de morte de sócio
comanditário, a sociedade, salvo disposição do contrato, continuará com seus sucessores, que designarão quem os represente (art. 1.050).

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Por fim, o art. 1.051 dispõe que as causas de dissolução de pleno direito da sociedade em comandita simples são as mesmas da sociedade em
nome coletivo (art. 1.044), havendo o acréscimo da hipótese de ausência de recomposição após o decurso de mais de 180 dias de uma das
categorias de sócio. Sobre tal situação, é preciso fazer alguns breves comentários.
Apesar de a presença dos sócios de natureza distinta – comanditário e comanditado – se mostrar essencial à sociedade em comandita simples, o
legislador admite, em homenagem ao princípio da preservação da sociedade e da atividade por ela desempenhada, a ausência temporária de um
deles. Durante o período legal (180 dias), caso a sociedade se mantenha apenas com sócios comanditários, os sócios precisam nomear um
administrador provisório, vedando-lhes a lei o exercício da administração da sociedade, sob pena de responderem ilimitadamente pelas obrigações
sociais
Após o decurso de tal período, caso não se supra a ausência, considera-se dissolvida a sociedade de pleno direito. O administrador provisório não
assumirá a condição de sócio, isto é, não responderá ilimitada e subsidiariamente pelas obrigações sociaispretéritas, bem como por aquelas
contraídas até o ingresso de novo sócio comanditado.
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Levando em consideração as características, a conceituação e os elementos da sociedade em nome coletivo, marque a alternativa correta.
Parabéns! A alternativa E está correta.
O art. 1.044 dispõe que as causas de dissolução de pleno direito da sociedade em nome coletivo serão as mesmas da sociedade simples (art.
1.033), havendo o acréscimo da hipótese de declaração de falência se a sociedade for empresária (art. 1.052 do CPC/2015 c/c art. 786 do
CPC/1973). Não possuindo tal natureza, a dissolução será por declaração de insolvência.
Questão 2
A A espécie societária remonta às sociedades familiares existentes na Idade Moderna.
B Além da regulação própria, o art. 1.040 determina a aplicação supletiva das disposições referentes à sociedade cooperativa.
C Qualquer pessoa, e não apenas os sócios, pode ser um administrador (art. 1.042).
D
O administrador só poderá praticar todos os atos necessários à realização do objeto da sociedade quando poderes especiais
lhe forem outorgados.
E Caso não seja sociedade empresária, ocorrerá a dissolução pela declaração de insolvência.
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Uma sociedade em comandita simples é formada por quatro pessoas naturais: Patrocínio Araguari e Esmeralda Passos são os sócios
comanditados; Leopoldina Formiga e Mateus Espinosa, os sócios comanditários. De acordo com a regra legal de formação tanto da firma como
dessa sociedade, aponte a única alternativa que indica corretamente um exemplo da firma.
Parabéns! A alternativa A está correta.
Com base no art. 1.157 do CC, a opção A está correta, pois contém o patronímico de sócio comanditado (Passos) e o aditivo (& Companhia) de
forma abreviada. As demais alternativas estão erradas por não observarem as regras do art. 1.057.
3 - Sociedades cooperativas
Ao �nal deste módulo, você será capaz de identi�car as características da sociedade cooperativa.
Origem das cooperativas e princípios do cooperativismo
A Passos & Cia.
B Formiga & Cia.
C Araguari, Passos, Formiga, Espinosa.
D Passos, Espinosa & Cia.
E Araguari, Passos, Espinosa.
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O que são cooperativas?
Entenda o que são as cooperativas e o que deu origem a este conceito.
A sociedade cooperativa regula-se pelos arts. 1.093 a 1.096 do Código Civil (CC) em conjunto com a Lei nº 5.764/1971, que disciplina a constituição,
o funcionamento e a dissolução dela. Os arts. 3º e 4º dessa lei apresentam a cooperativa como sociedade de natureza civil (atualmente, a natureza
é simples) com forma e regime jurídico próprios, sem fins lucrativos e não sujeita à falência, ainda que ela exerça atividade empresária. Desse modo,
a razão para o tratamento diferenciado decorre da lei especial de cooperativas.
Embora a Lei de Cooperativas afirme que a cooperativa é uma sociedade “sem fins lucrativos”, tal característica foi afastada pelo CC. Sendo assim:
A origem das cooperativas tem relação com o aparecimento, no século XIX, do movimento cooperativista. O cooperativismo foi uma reação de
trabalhadores da indústria têxtil inglesa contra as péssimas condições de trabalho e remuneratórias a que eles estavam sujeitos – em parte,
advindas do êxodo rural e da grande oferta de mão de obra.
Se a sociedade cooperativa mantivesse a finalidade puramente assistencial aos cooperados, ou seja, fosse uma “sociedade sem fins
lucrativos”, não se regularia pelo livro referente ao direito de empresa, e sim pela parte geral, em que estão disciplinadas as
associações (arts. 53-61).
Ao se referir à cooperativa, a lei sempre a identifica como sociedade; como tal, os sócios almejam o lucro proveniente da atividade
econômica explorada, havendo a partilha entre si dos resultados (art. 981).
A ressalva do art. 1.093 à legislação especial não pode levar à evidente incompatibilidade de vários dispositivos do CC com a
legislação especial.
Entre as características da sociedade cooperativa arroladas no art. 1.094, situa-se a distribuição dos resultados entre os cooperados
em proporção ao valor das operações efetuadas por eles com a sociedade (inciso VII).
Assim, a cooperativa é uma pessoa jurídica de direito privado da espécie sociedade, e não da espécie associação.
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No ano de 1844, na localidade de Rochdale, em Manchester, no interior da Inglaterra, 28 tecelões decidiram unir suas parcas economias a fim de
constituir uma sociedade denominada Sociedade dos Pioneiros Probos de Rochdale, que se dedicaria à compra e à venda de artigos adquiridos por
eles. O diferencial dela era a preocupação dos fundadores em não reproduzir internamente as mesmas características do modelo societário da
época (e até hoje vigente em sua quase totalidade), no qual o maior investidor tem o poder de controlar a sociedade, enquanto os demais sócios
ficam subordinados ao seu poder decisório.
Na elaboração dos estatutos da Sociedade dos Pioneiros Probos de Rochdale, estavam presentes valores, como honestidade, solidariedade, ajuda
mútua, responsabilidade, democracia, igualdade e equidade. Tais valores passaram a ser a base para a elaboração dos princípios do
cooperativismo:
Apenas os três primeiros itens foram incorporados ao direito cooperativo brasileiro como características das sociedades cooperativas. A despeito
dessa omissão, em 2012, a Lei nº 12.690, que dispõe sobre a organização e o funcionamento das cooperativas de trabalho, incorporou em seu art.
3º todos os atuais princípios do cooperativismo.
Desse modo, a Lei nº 12.690/2012 fez os seguintes acréscimos:
A preservação dos direitos sociais, do valor social do trabalho e da livre iniciativa.
A não precarização do trabalho.
O respeito às decisões da assembleia.
A participação na gestão em todos os níveis de decisão de acordo com o previsto em lei e estatuto.
As cooperativas e a legislação brasileira
Características das sociedades cooperativas
Confira detalhes sobre as características das sociedades cooperativas no direito brasileiro.
Os arts. 1.093 e 1.096 apontam uma hierarquia entre as disposições do Capítulo VII do Subtítulo II, dedicado à sociedade cooperativa em relação à
lei especial, e as disposições situadas em outros Capítulos, Títulos ou Livros do Código Civil (CC). O primeiro determina que a sociedade cooperativa
se rege pelo capítulo próprio, mas resguarda a legislação especial quando o CC é omisso no mesmo capítulo.
Adesão livre Controle democrático Distribuição do
excedente na
proporção das
operações
Pagamento de juros
limitados ao capital
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Desse modo, o CC não revoga a legislação especial, mas a complementa, já que a sociedade “reger-se-á pelo disposto no presente Capítulo” (LEI nº
10.406, 2002). Em aditamento, o art. 1.096 determina a aplicação das disposições da sociedade do tipo simples às cooperativas apenas em caso de
omissão da Lei nº 5.764/1971, ou seja, supletivamente. As características do art. 1.094, com isso, ficam preservadas.
Descreveremos a seguir as características trazidas pelo art. 1.094:
O dispositivo modificou parcialmente o art. 4º, II, da Lei nº 5.764/1971. Ele não autoriza a constituição de cooperativa sem capital, apenas
com capital mínimo e variável. Já a lei de 1971 admite tanto o capital variável quanto a ausência dele.
A falta de menção na lei especial à dispensa do capital deve ser interpretada como uma lacuna a ser preenchida pelo CCl.
Enquanto as demais sociedades devem ter obrigatoriamente o capital fixo (indicado pelo seu valor em moedanacional no contrato e
modificável em condições restritas sempre com alteração do ato constitutivo), a cooperativa precisa informar no estatuto o “capital mínimo”
(art. 21, III), de modo que, resguardado o capital mínimo, o ingresso ou a retirada de cooperados não torna obrigatória a alteração do
estatuto.
Se os sócios optarem pela dispensa de capital, a responsabilidade será ilimitada (art. 1.095, §2º). A responsabilidade limitada está vinculada
ao valor das quotas-partes (fração do capital), que é inexistente nesse caso.
Um dos princípios do cooperativismo é a adesão livre ou a não limitação ao número de sócios. Contudo, o CC estabelece, de modo genérico,
a necessidade de um mínimo, sem precisar qual seria, dizendo apenas que é o “necessário a compor administração da sociedade”.
Essa lacuna é suprida pelo art. 6º da Lei nº 5.764/1971, que adotou os seguintes quantitativos: 20 pessoas naturais nas cooperativas
singulares, 3 cooperativas singulares nas centrais e federações de cooperativas e 3 federações ou centrais de cooperativas nas
confederações de cooperativas.
Em consonância com a natureza de sociedade de pessoas, a vedação ao sócio de subscrever a quantidade de quotas que bem entender
configura uma característica da cooperativa. Para as cooperativas que se constituem com capital, a lei estabelece tanto um limite em relação
à quantidade quanto ao valor.
Com tal expediente, além da fixação de um mínimo de 20 sócios, não se pode caracterizar as cooperativas como sociedades de fachada,
alcunhadas dessa forma pela presença de mais de 1 sócio. Porém, na prática, elas são unipessoais, pois a quase totalidade do capital
pertence a uma única pessoa – e, por conseguinte, ela controla a sociedade com o peso de seu voto.
Caso a cooperativa tenha capital, os sócios poderão optar entre a responsabilidade ilimitada ou limitada. A responsabilidade limitada tem
como referencial o valor de suas quotas e o prejuízo verificado nas operações sociais, uma vez guardada a proporção de sua participação
nas mesmas operações (art. 1.095, §1º).
Nas sociedades cooperativas, vigora a regra mais restritiva quanto à cessão de quotas no direito societário, ou seja, não é permitida a
transferência dela a quem não faça parte da sociedade, mesmo que seja um sucessor causa mortis do sócio. Trata-se da adoção em grau
máximo do caráter intuitu personae e do aspecto ímpar de uma sociedade em que a figura do sócio é tão importante, porque, mesmo que a
unanimidade dos sócios consinta, nem assim o legislador permite o ingresso de um terceiro.
I - Variabilidade ou dispensa do capital social 
II - Concurso de sócios em número mínimo necessário a compor a administração da sociedade, sem limitação de número máximo 
III - Limitação do valor da soma de quotas do capital social que cada sócio poderá tomar 
IV - Intransferibilidade das quotas do capital a terceiros estranhos à sociedade, ainda que por herança 
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Tampouco é permitido regular a cessão das quotas-partes no estatuto, pois essa é uma característica do tipo cooperativa e não pode ser
afastada. A intransferibilidade das quotas não implica fechar a cooperativa ao ingresso de novos membros. Pelo contrário: a adesão é livre e
ilimitada, embora o sócio só possa ingressar por subscrição de quotas ou por sua transmissão a outro sócio, sem envolver estranhos.
Enquanto nas demais sociedades tanto o quórum de instalação quanto o de deliberação são fixados em função do valor da quota ou das
ações com direito a voto, nas cooperativas vigora uma igualdade formal entres os sócios típica de sociedades constituídas com intuitu
personae.
A cooperativa é o tipo societário no qual as decisões podem ter a alcunha de democráticas, já que serão tomadas por maioria de pessoas e
de votos. Isso só é possível pelo sistema do voto por cabeça, e não pelo valor da quota-parte. Tal regra está em perfeita consonância com o
“controle democrático” (princípio clássico do cooperativismo).
Os quóruns de instalação e deliberação são fixados na Lei nº 5.764/1971. Entretanto, existem matérias importantes, como a reforma do
estatuto ou a mudança do objeto, que não podem ser aprovadas pelo quórum de maioria de votos dos presentes, exigindo um quórum
qualificado de dois terços dos votos dos presentes (art. 46).
Em decorrência do princípio cooperativo do controle democrático, o voto é singular. Como a aferição do quórum nas votações é sempre por
cabeça, e não em relação ao total do capital ou ao valor da quota-parte, o voto nas referidas deliberações também segue a mesma regra, ou
seja, é computado por cabeça, sendo vedado tanto o voto plural (atribuir mais de um voto ao mesmo associado) quanto a utilização do valor
da quota-parte como parâmetro (art. 42 da Lei nº 5.764/1971).
A vontade deve ser coletiva, mas o voto é sempre singular. É na cooperativa que, em toda a sua plenitude, se concretiza o princípio
majoritário das deliberações, isto é, os sócios ausentes, os dissidentes e os que abstiveram ficam vinculados a elas, pois eles são, de fato,
minoritários no quadro social, e não porque suas quotas-partes representam uma parcela menor do capital.
Não se aplica às cooperativas a seguinte disposição do art. 1.007 do CC: o sócio participa dos lucros e das perdas na proporção das
respectivas quotas, salvo estipulação em contrário. Tal exceção se justifica em razão de uma das “regras de ouro” do cooperativismo, ou
seja, o 3º princípio, segundo o qual o excedente é distribuído na proporção das operações de cada cooperado. Com isso, o critério é o valor
das operações efetuadas pelo associado.
O objetivo dessa regra é estimular o trabalho em prol da coletividade e recompensar aqueles que tiveram a melhor produtividade nas
negociações com a cooperativa, ficando excluídas aquelas efetuadas com terceiros. Também é possível atribuir um juro fixo de até 12% ao
ano ao capital realizado, ou seja, ao valor integralizado das quotas-partes de cada integrante (art. 24, §3º, da Lei nº 5.764/1971).
Destinado a compensar perdas e atender ao desenvolvimento das atividades da cooperativa, o fundo de reserva é um elemento obrigatório
do seu patrimônio. A Lei nº 5.764/1971 também prevê o fundo de assistência técnica, educacional e social, cuja finalidade é prestar
assistência a associados e familiares, podendo ser estendido aos empregados se assim dispuser o estatuto (em linha com o art. 4º, X).
Outros fundos estatutários podem ser criados por autorização do art. 28, §1º, da Lei nº 5.764/1971. Contudo, caberá à assembleia geral
deliberar quais serão os recursos destinados à formação, à finalidade e à aplicação dos recursos e da liquidação.
V - Quórum para a assembleia geral funcionar e deliberar fundado no número de sócios presentes à reunião, e não no capital social
representado 
VI - Direito de cada sócio a um só voto nas deliberações, tenha ou não capital a sociedade, e qualquer que seja o valor de sua
participação 
VII - Distribuição dos resultados proporcionalmente ao valor das operações efetuadas pelo sócio com a sociedade, podendo ser
atribuído um juro fixo ao capital realizado 
VIII - Indivisibilidade do fundo de reserva entre os sócios, ainda que em caso de dissolução da sociedade 
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O fundo de reserva é formado por, no mínimo, 10% das sobras líquidas do exercício. Desse modo, a cooperativa deve reservar os recursos
para ele antes de efetuar a distribuição de participações nos resultados, inclusive em razão de sua indivisibilidade.
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Um dos princípios do cooperativismo é a adesão livre e voluntária dos membros. Entretanto, a Lei de Cooperativas estabelece números
mínimos de acordo com a categoria de cooperativa. Indique a única alternativacorreta.
Parabéns! A alternativa D está correta.
A alternativa D, segundo o art. 6º da Lei nº 5.764/1971, dispõe corretamente sobre os números mínimos de acordo com a categoria da
cooperativa.
Questão 2
A
Mínimo de 10 pessoas físicas nas cooperativas singulares, mínimo de 2 cooperativas singulares nas cooperativas centrais ou
federações de cooperativas e mínimo de 2 federações de cooperativas ou cooperativas centrais nas confederações de
cooperativas.
B
Mínimo de 50 pessoas físicas nas cooperativas singulares, mínimo de 15 cooperativas singulares nas cooperativas centrais ou
federações de cooperativas e mínimo de 15 federações de cooperativas ou cooperativas centrais nas confederações de
cooperativas.
C
Mínimo de 15 pessoas físicas nas cooperativas singulares, mínimo de 5 cooperativas singulares nas cooperativas centrais ou
federações de cooperativas e mínimo de 5 federações de cooperativas ou cooperativas centrais nas confederações de
cooperativas.
D
Mínimo de 20 pessoas físicas nas cooperativas singulares, mínimo de 3 cooperativas singulares nas cooperativas centrais ou
federações de cooperativas e mínimo de 3 federações de cooperativas ou cooperativas centrais nas confederações de
cooperativas.
E
Mínimo de 100 pessoas físicas nas cooperativas singulares, mínimo de 10 cooperativas singulares nas cooperativas centrais ou
federações de cooperativas e mínimo de 10 federações de cooperativas ou cooperativas centrais nas confederações de
cooperativas.
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Além de tipo societário, a cooperativa reflete os princípios do movimento cooperativista surgido no século XIX e cristalizado nos estatutos da
sociedade de homens probos de Rochdale. Das alternativas abaixo, assinale a única que contém corretamente alguns desses princípios.
Parabéns! A alternativa C está correta.
O ponto fulcral da criação Sociedade dos Pioneiros Probos de Rochdale foi a preocupação em distanciar-se do modelo societário típico da
época, construindo um tipo societário calcado em diversos valores, os quais, com o tempo, transformaram-se nos próprios princípios do
cooperativismo: adesão livre, controle democrático, distribuição do excedente na proporção das operações, pagamento de juros limitados ao
capital, neutralidade política e religiosa, vendas a dinheiro e à vista e fomento da educação.
Considerações �nais
Vimos que a sociedade pode ser fruto de um contrato plurilateral ou de um ato unilateral de vontade do sócio único. Quando a sociedade é
pluripessoal, certos elementos, como a affectio societatis, a reciprocidade de obrigações com a pessoa jurídica e a partilha dos resultados se fazem
presentes.
O Código Civil (CC) não regula todos os tipos de sociedades, pois tanto as sociedades cooperativas quanto as por ações são reguladas em leis
especiais. Ademais, as disposições do tipo simples servem de base normativa para outros tipos de sociedade, sejam elas personificadas ou não
personificadas. O CC, na verdade, regula as sociedades de pessoas, ou seja, aquelas nas quais a pessoa do sócio tem um papel preponderante para
a realização do objeto social.
A sociedade simples se trata daquela cujo objeto não é empresa ou é empresa rural, embora seus sócios arquivem o contrato no Registro Civil de
Pessoas Jurídicas. Nesse tipo de sociedade, podem tomar parte tanto as pessoas naturais quanto as jurídicas, enquanto os sócios podem ajustar
se respondem ou não subsidiariamente pelas obrigações sociais.
Já nas sociedades em nome coletivo e em comandita simples, a participação de pessoas jurídicas é vedada no primeiro tipo ou restrita aos sócios
comanditários no segundo. Além disso, não há possibilidade de escolha da responsabilidade pelas obrigações sociais, que é ilimitada na sociedade
em nome coletivo, enquanto na sociedade em comandita simples ela depende da categoria do sócio.
As sociedades cooperativas possuem muitas singularidades que se ajustam aos princípios do cooperativismo. Por essa razão, elas mereceram do
legislador um tratamento diferenciado, inclusive no tocante à imposição do regime jurídico simples qualquer que seja seu objeto.
A Adesão livre, intangibilidade do capital, fomento da educação.
B Distribuição do excedente na proporção das operações, voto plural, adesão livre.
C Venda a dinheiro e à vista, neutralidade política e religiosa, fomento da educação.
D Boa-fé objetiva, controle democrático, pagamento de juros limitados ao capital.
E Pagamento de juros limitados ao capital, affectio societatis, vendas a dinheiro e à vista.
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Para encerrar, ouça um resumo das diferentes espécies de sociedades reguladas pelo Código Civil.
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Confira a indicação que separamos especialmente para você!
Leia O cooperativismo no Brasil: da vertente pioneira à vertente solidária, de Pinho (2003).
Referências
BORBA. J. E. T. Variabilidade ou dispensa do capital socialDireito Societário. 19. ed. São Paulo: Atlas, 2022.
BERTOLDI, M. M.; RIBEIRO, M. C. P. Curso Avançado de Direito Comercial. 11. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2020.
BRASIL. Casa Civil. Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil.
COELHO, F. U. Novo manual de Direito Comercial. 31. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2020.
GONÇALVES NETO, A. de A. Lições de Direito Societário. São Paulo: Juarez de Oliveira, 2018.
MARTINS, F. Curso de Direito Comercial. 39. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2015.
NEGRÃO, R. Curso de Direito Comercial e de Empresa – teoria geral da empresa e Direito Societário. v. 1. 15. ed. São Paulo: Saraiva, 2019.
TEIXEIRA, T. Direito Empresarial sistematizado. 8. ed. São Paulo: Saraiva, 2019.
TOMAZETTE, M. Curso de Direito Empresarial – teoria geral e Direito Societário. v. 1. 11. ed. São Paulo: Saraiva, 2020.
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