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Medicamentos na Prática Clinica - Barros - 1ed_Parte135

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Formas de administração. Mascada ou in-
gerida na forma de chás (folha), fumada 
(pasta de coca, crack), cheirada ou injeta-
da ( cloridrato). 
Farmacocinética. A absorção varia de acor-
do com a via de administração, sendo que o 
fumo e a inalação possuem uma ação mais 
rápida (em tomo de 5 a 10 segundos) e 
uma duração de efeito mais curta (10 a 15 
minutos); a inalação tem um início de efei-
to a partir de 2 a 3 minutos, com duração 
de 30 a 45 minutos. A cocaína é metaboli-
zada pelo fígado, sendo a metil éster ecgo-
nina e a benzoilecgonina os principais me-
tabólitos; o tempo de meia-vida da cocaína 
é curto, 1,5 horas, da benzoilecgonina é de 
4 a 7 horas e da metil éster ecgonina é de 
3 a 4 horas; a excreção é renal. 
Farmacodinâmica. Inibidor da recapta-
ção da dopamina e da noradrenalina das 
junções nervosas, com aumento da ativi-
dade simpática, associada à estimulação 
central. 
Efeitos clínicos agudos. Euforia, desini-
bição, aumento da atividade motora, alu-
cinações, diminuição do cansaço, altera-
ções do pensamento, sensação de maior 
competência e habilidade, hipervigília. 
Efeitos clínicos crônicos. Convulsões, ce-
faleia, hemorragia cerebral, impotência, 
perda de peso, congestão nasal, epistaxe, 
diminuição do olfato, perfuração do septo 
nasal, dependência e síndrome de absti-
nência: depressão, ansiedade, irritabilida-
de, insônia ou hipersonia, cansaço, agita-
ção psicomotora. Distúrbios psiquiátricos: 
alucinações, paranoia, depressão. 
Sinais clínicos. Aumento da temperatura, 
aumento da pressão arterial (com poste-
rior hipertensão), taquicardia, arritmias 
cardíacas, midríase. 
Diagnóstico laboratorial. Seus metabóli-
tos, benzoilecgonina, metil éster ecgoni-
na, norcocaína e ecgonina, são dosados 
na urina, principalmente a benzoilecgoni-
na, que aparece por 24 a 72 horas após 
uma única dose e permanece por 7 a 12 
dias em usuários crônicos. Também se 
Medicamentos na prática clínica 135 
pode fazer dosagem no sangue, no suor e 
no cabelo. 
Tratamento 
Uso abusivo com intoxicação. Manter as 
vias aéreas e assistência ventilatória se 
necessário; tratar coma, agitação, hiper-
termia, arritmias e hipertensão; monitorar 
sinais vitais e ECG por várias horas. Após 
ingestão: lavagem gástrica; administrar 
carvão ativado e catártico. Tratamento de 
suporte com benzodiazepínicos. 
Nos casos de dependência. Não existe 
um medicamento específico para o trata-
mento da dependência de cocaína; alguns 
medicamentos são utilizados para aliviar 
os sintomas da abstinência, como antide-
• pressivos. 
Interações com: Inibidores seletivos da re-
captação da serotonina, antidepressivos; 
ecstasy, álcool, norepinefrina e dopamina. 
~xtase (MDMA) 
Classificação. Possui dupla classificação, 
situando-se entre estimulante e alucinóge-
no. Tem estrutura química anfetamínica. 
Formas de administração. Via oral por com-
primidos; cápsulas; ou pó, misturado aos lí-
quidos, também aspirado ou injetado. 
Farmacocinética. Para uso oral, o início do 
efeito ocorre em 30-60 minutos; o tempo 
de meia-vida é de 7 horas (dose-depen-
dente); a duração do efeito é em torno de 
4 a 8 horas; apresenta cinética de ordem 
não linear, com metabolismo hepático: 
MDA 7%, 65% MDMA inalterado, e o res-
tante 28% possui natureza desconhecida. , 
E excretado na urina após 24 horas. 
Farmacodinâmica. Os efeitos do êxtase 
(3, 4-metilenodioximetanfetamina-MDMA) 
envolvem as vias neurais da serotonina 
(5-HT), dopamina e noradrenalina. A 
5-HT tem papel fundamental. Os neurô-. ., . - . , . 
nios serotoninergicos sao mais suscetíveis 
à neurotoxicidade do êxtase. 
Efeitos clínicos agudos. Taquicardia, hi-
pertensão, diminuição do apetite, tremor, 
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