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…………………. Farmacologia das Drogas de Abuso …… ………….. TOXICOLOGIA SOCIAL “É a área da toxicologia que estuda os efeitos nocivos decorrentes do uso não médico de fármacos ou drogas, causando danos não somente aos indivíduos mas também a sociedade” Um problema de saúde pública. Está vinculada com criminalidade, doenças, prostituição e violência. Drogas de abuso são substâncias capazes de causar dependência, sejam elas lícitas ou ilícitas. Quanto maior o potencial de reforço, maior será o uso. Farmacodependência: Síndrome comportamental caracterizada pela perda de controle (compulsão) sobre o consumo do fármaco/droga mesmo com intensos prejuízos individuais e sociais. Sistema de Recompensa: sistema mesolímbico-dopaminérgico. (aumenta a liberação da dopamina, mesmo que por pouco tempo) um sistema neural que envolve a liberação de neurotransmissores que nos dão a sensação de prazer. Dependência comportamental: envolve a execução de um comportamento e a associação dele a ativação de um circuito neural de recompensa. Os rituais do TOC são comportamentos auto-reforçados, como exemplo dessa dependência psicológica. Efeito placebo pode ser entendido dessa forma, indiretamente. Potencial de Reforço Capacidade de um fármaco gerar a auto administração repetida sem a necessidade de outros mecanismos externos de indução (personalidade, situação socioeconômica, psicopatologia preexistente, etc). Claro que esse fatores influencia muito o quanto os indivíduos vão administrar a droga, apenas não entram aqui. Alto potencial de reforço: cocaína, heroína, morfina, nicotina. Classificação Agentes ● Opiáceos e opióides. ● Estimulantes: cocaína e anfetaminas. ● Depressores SNC: álcool, barbitúricos, BZD, inaladores. ● Canabinóides. ● Alucinógenos. ● tabaco. Casos registrados de intoxicação no Brasil em 2019 As pessoas usam essas drogas pelo potencial de reforço o que leva a intoxicação Óbitos registrados por intoxicação no Brasil em 2019 Segundo CEBRID PRINCIPAIS DROGAS DE ABUSO Etanol: Substância psicoativa mais consumida. Estima-se que 1/10 indivíduos apresentam problemas por consumo abusivo. C²H5OH Logo após a ingestão de bebidas alcoólicas, surtem efeito estimulantes, como euforia, desinibição e desembaraço. Seguem-se, com o passar do tempo, efeitos depressores, como falta de coordenação motora, descontrole e sonolência. Acidentes de trânsito, hepatopatias e dependência são os piores problemas. Segundo CEBRID: Farmacocinética As concentrações de álcool no sangue são influenciadas por: peso, composição corporal e taxa de esvaziamento gástrico. Absorção: 20% no estômago e 80% no intestino delgado. Pico plasmático: em 30-90 minutos. Quantidade máxima de álcool que está no sangue. *Ainda existe a discussão se tem diferença no sexo feminino. Atravessa a barreira hematoencefálica (células da glia e barreira da corrente sanguínea) muito facilmente e placentária. Metabolizado prioritariamente pelo fígado. Depende da sua atividade hepática, de quanto seu fígado está preparado para metabolizar e de seu peso. Álcool → álcool desidrogenase→Acetaldeído → aldeído desidrogenase → Acetato (excretado). *álcool desidrogenase- em mulheres tem funcionamento menor, o que explica a maior biodisponibilidade, com a idade seu funcionamento é reduzido. Quando o consumo é exagerado e frequente, o sistema enzimático denominado MEOS (microsomal ethanol oxidizing system) começa a funcionar. A indução dessas isoenzimas gera desequilíbrio metabólico pela formação de radicais livres, que são de grande importância na hepatotoxicidade induzida pelo etanol, e atrapalha a biotransformação de outras substâncias como, fármacos e vitaminas. É excretado pela urina e ar exalado. Mecanismo de Ação: Os neurotransmissores envolvidos, principalmente, são: Ácido Y-Aminobutírico (GABA), Dopamina, Serotonina, Glutamato, Acetilcolina e Opioides Endógenos. Um dos mecanismos de ação propostos para o álcool indica a estimulação de forma indireta dos opióides endógenos ao promover sua liberação (peptídeos endógenos: encefalinas e β-endorfinas) para a fenda sináptica. A atividade excitatória deles é responsável pela sensação de prazer e bem-estar, mediada pela liberação de dopamina no nucleus acumbens. Esse fenômeno, junto com a ação agonista GABA do etanol e o aumento da dopamina, contribui para os efeitos de reforço positivo e dependência alcoólica observados em alguns indivíduos usuários da substância. Modulador do receptor GABA depressores do SNC. Amplifica a atividade do GABA, amplifica a atividade inibitória no começo, depois inibe tudo. Efeitos Tóxicos: O que se observa no consumo de ingestão baixas são reações comportamentais imprevisíveis, variáveis e dependentes do ambiente e expectativas individuais. Qualquer que seja o comportamento, as funções cognitivas que envolvem memória e julgamento são prejudicadas, bem como as psicomotoras. Provoca sensação de aquecimento e rubor, devido à vasodilatação periférica. Agudos; 0,3- 0,5 DcL; Relaxamento, despreocupação, coordenação levemente afetada. 0,5- 0,8: Reflexos retardados, dificuldades de adaptação da visão a diferenças de luminosidade, capacidade de julgamento diminuída, risco e tendência à agressividade. 0,8 - 1,5: comprometimento de funções motoras. 1,5- 3,0: perda de equilíbrios, fala pastosa, confusão mental. 3,0- 5,0: inconsciência, coma e morte. Crônicos: Sistema gastrointestinal: aumento incidência de câncer, gastrite, úlceras, esteatose hepática (hepatite) cirrose. Sistema cardiovascular: aumento de AVC e IAM, hipertensão e aumento do colesterol. SNC: neuropatia, alterações cognitivas etc, Síndrome de korsakoff *. Síndrome fetal: abortos, malformações, baixo peso. Dependência: Desenvolvimento de tolerância e dependência, porém não tem a diminuição de danos por maior tolerância. Seu potencial de reforço não é direto, apenas quando tu toma quantidade suficientes para inibir os inibidores de liberação de dopamina. Porém existem muitos reforços comportamentais e sociais. Síndrome de abstinência: ● Ansiedade, tremor, insônia, desconforto gastrointestinal. ● Irritabilidade, agitação, sudorese, febre, taquicardia, aumento da PA, náusea e vômitos. ● Confusão mental, alucinações, distúrbios hidroeletrolíticos, convulsões. TABACO 90% das casos de câncer de pulmão. 75% dos casos de bronquite crônica e enfisema. 25% dos casos de infarto do miocárdio. Nos últimos anos aumento do número de mulheres usuárias. Folhas: contém cerca de 500 constituintes, quando queimadas pode chegar a 4800. Nicotiana Tabacum São encontradas diferentes formas de nicotina, no tabaco há 1-nicotina e d-nicotina, a primeira 100 vezes mais ativa farmacologicamente que a segunda.Fumaça é resultado da combustão incompleta: Gasosa: monóxido de carbono; Óxido de nitrogênio; Amônia; Aldeídos (acroleína); Nitrosaminas voláteis. Particulada: Nicotina; Água; Alcatrão (Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos, Nitrosaminas, Íons Metálicos, Etc). Apresentação do Tabaco: Cigarro: Pequena porção de tabaco enrolado em papel muito fino. Charuto: preparado com folhas curadas, envolvidos em uma folha seca. Cachimbo: Aparelho composto de um fornilho e de um tubo. Tabaco de mascar: Folhas secas muitas vezes adicionada de mentol, cravo. Narguile, vaporizadores, cigarros eletrônicos. Farmacocinética Cachimbo e charuto- fumaça alcalina, absorção bucal. Cigarro: fumaça ácida, o que faz com que não haja absorção na mucosa bucal, necessitando ser tragada e absorvida pelo pulmão. Cada cigarro fumado apresenta entre 7 e 9 mg de nicotina e cerca de 1 mg é absorvido pelo fumante. A nicotina absorvida no pulmão leva 10s para chegar ao encéfalo e tem meia-vida de 2h. Apenas 20-25% é inalada pela via pulmonar. Baixa biodisponibilidade oral, metabolismo pré-sistêmico. A biotransformação ocorre no fígado. Um dos seus metabólitos é a cotinina com meia-vida de 20h, utilizada como marcador detectado na saliva, sangue e urina. Apenas 5% da nicotina é excretada inalterada. A nicotina per se é um indutor de enzimas hepáticas (citocromo P450). Dessa forma, outras substâncias (fármacos) que se utilizam desse substrato têm seu metabolismo acelerado, o que acarreta menores efeitos farmacológicos, tendo em vista uma menor meia-vida biológica. Os fármacos afetados são: codeína, teofilina, heparina, warfarina, amitriptilina, imipramina, propranolol, clorpromazina, diazepam, clordiazepóxido e indometacina. Pensando assim, fumantes deveriam necessitar de doses diferenciadas desses medicamentos para obter o mesmo efeito terapêutico. Atravessa a barreira placentária e é excretada no leite. Mecanismo de Ação: A nicotina interage com os receptores colinérgicos nicotínicos presentes na junção neuromuscular, nos gânglios autonômicos e no SNC. No SNC, ela age como agonista destes receptores, atuando de forma rápida, ao ocasionar a abertura dos canais iônicos, provoca o influxo de cálcio (Ca+ e Na++). Localizados nos neurônios pré-sinápticos, aumenta a liberação de outros importantes neurotransmissores. Efeitos Tóxicos: Nicotina ● Liberação de catecolaminas. ● Aumento da PA. ● Aumento da produção de noradrenalina provoca aumento da frequência cardíaca, náusea, piloereção e estado de atenção. ● Aumento da acetilcolina melhora relativa da memória. ● Aumento da serotonina piora a ansiedade. ● Aumento da dopamina leva a euforia. ● Discreta diminuição no tônus muscular que causa sensação de relaxamento. Monóxido de C → hemoglobina→ Carboxiemoglobina. (impede o transporte de oxigênio) Após sinérgica: maior frequência esclerose, isquemia e trombose coronarianas. Bronquite Crônica e enfisema: substância irritantes (acroleína, fenóis, cresóis, ácidos orgânicos)→ redução dos movimentos ciliares dos brônquios. *Jovens morrem de pneumonia pelo uso de vaporizadores e cigarros eletrônicos, Câncer: hidrocarbonetos aromáticos policíclicos (benzopireno) e nitrosaminas (voláteis e não voláteis). Gravidez: aborto, redução da taxa de crescimento, síndrome de morte súbita infantil. Dependência: causada pela nicotina, ativa os sistemas de recompensa de maneira significativa. CANABINÓIDES Todos os ligantes dos receptores canabinóides. A cannabis sativa (maconha) é a droga ilícita mais cultivada, traficada e consumida no mundo. Apresenta aproximadamente 70 fitocanabinóides. Δ9THC -Δ9tetraidrocanabinol. Principal componente psicoativo. Sua quantidade determina mais ou menos efeitos. A variação depende do solo, clima, estação do ano, colheita e tempo de guarda da planta. II LENAD- Levantamento Nacional de Álcool e Drogas O perfil dos usuários de maconha no Brasil no ano de 2012: Destaques: 1 em cada 10 homens adultos já experimentou maconha na vida. Mais de 1% da população masculina brasileira é dependente de maconha Quase 40% dos adultos usuários de maconha é dependente. Dentre os usuários, os homens usam 3x mais que as mulheres. 1 em cada 10 adolescentes que usa maconha é dependente. Mais de 60% dos usuários experimentou maconha antes dos 18 anos. 75% da população não concorda com a legalização da maconha. Preparações: maconha (Brasil) Marijuana (EUA) Dagga (África do Sul) Planta inteira com proporções variáveis de folhas, inflorescências, caules e frutos 1-3% Haxixe Exsudato resinoso seco, coletado das inflorescênciais 1-2% Skunk ou Skank Cultivo em condições controladas de temperaturas, umidade, nutrientes, luminosidade até 35% Padrão de uso: fumada- “fininho” ou “baseado” contendo de 0,5 a 1,0g de erva. Farmacocinética do Δ9THC: Via de Administração oral pulmonar/ intravenosa Velocidade de absorção lenta e irregular muito rápida Biodisponibilidade (%) 4-12 8-24 Início (min) 30-60 3-10 ● 97- 99% de ligação a lipoproteína, transpõe membranas facilmente. ● Armazenamento em tecido adiposo. ● Biodisponibilidade do Δ9THC depende do volumento inalado e da duração da “tragada”. ● Biotransformação ocorre no fígado, e seus metabólitos apresentam maior meia-vida biológica, sendo lentamente eliminados. ● Cerca de 80-90% da dose é excretada em cinco dias, pelas fezes e urina. ● Seus metabólitos inativo THC-9-COOH e o ativo 11-OH-THC são os marcadores, encontrados na urina. Mecanismo de Ação: Em receptor endógenos chamados de CB1 e CB2. Os CB1 estão principalmente no SNC, na medula espinal e em tecidos periféricos. E os CB2 estão mais presentes nas células do sistema imunológico. Relação entre esses receptores e oΔ9THC é comprovada pela administração do antagonista seletivo desses receptores (SR-141716), bloqueando também os efeitos do Δ9THC. Farmacodinâmica: Receptores de canabinóides CB1: ● Ativação de proteína G. ● Inibição da adenilato ciclase e consequente diminuição de AMPcíclico. ● Redução da liberação de neurotransmissores, abertura de canais de potássio. ● Inibição da transmissão sináptica. Larica: redução da ligação nos receptores no hipotálamo. Neocortex: inibição da atividade em que a pessoa entra em um estado psicótico. Efeitos Tóxicos: Agudos: Físicos- hiperemia da conjuntiva (olhos vermelhos), xerostomia (boca seca), taquicardia, coordenação motora diminuída.; Psíquicos- euforia seguida de relaxamento, sonolência e depressão, hilaridade, prejuízos de memória e atenção, perda de discriminação de tempo e espaço, aumento do apetite. bad trip- angústia, sensação desagradável de perda de controle, mãos trêmulas e úmidas, delírios e alucinações. Crônicos: Sistema pulmonar- bronquite, câncer.; Sistema cardiovascular- aumentoda carboxihemoglobina, risco aumentado de ataque cardíaco. ● Desenvolvimento de tolerância: dessensibilização dos receptores. ● Dependência. COCAÍNA Após extraída é convertida em hidrocloreto de cocaína com auxílio do ácido hidroclorídrico. O sal da cocaína não pode ser fumado, pois perde a sua atividade. A cocaína é um éster componentes semelhantes à atropina e à escopolamina, sendo um potente anestésico local com propriedades vasoconstritoras. Erythroxylon coca. “coca, ipadú” O crack: base livre de cocaína, é utilizado na forma de pedra e fumado em cachimbos ou em latas. Para tanto, o hidrocloreto de cocaína é dissolvido em água, misturado a uma base forte (p. ex., bicarbonato de sódio ou amônia) e extraído com o auxílio de um solvente orgânico. Depois de evaporado e seco, transforma-se em pedra. Benzoilmetilecgonina “cocaína” Processo de Refino da Cocaína e seus Subprodutos: Aparência Física: Farmacocinética: Absorção depende da via de administração. Por via injetável, intravenosa, sua meia-vida biológica varia de 60 a 90 minutos. Por via oral (mucosa) ou nasal, pode se prolongar. Quando inalada ou injetada atinge o SNC rapidamente, em menos de 20 segundos. A limitação da absorção por via nasal é caracterizada por intensa vasoconstrição. Os picos de concentração plasmática são atingidos em 60 min e podem persistir por até 6 horas. Cerca de 80-90% da cocaína é metabolizada e hidrolisada de forma rápida pelas colinesterases plasmáticas. Alguns metabólitos: ecgonina e o norcaide. A forma inalterada da cocaína e seus metabólitos é excretada pela urina 6 a 14 horas após uso. Atravessa a barreira hematoencefálica, placentária. Interação com álcool produzindo o cocaetileno. O etanol prolonga as sensações da droga e minimiza a disforia. Mecanismo de Ação: Anestésico local. Bloqueia os canais de sódio dependentes de voltagem na membrana neuronal e exibe uma ação vasoconstritora que já foi muito usada na terapêutica. Bloqueia a recaptação de catecolaminas nos terminais pré-sinápticos. Aumenta a estimulação dos receptores noradrenérgicos, serotoninérgicos e principalmente dopaminérgico no SNC. Farmacodinâmica: 1. inibição da recaptura de norepinefrina, dopamina e serotonina. 2. aumento da liberação de dopamina. 3. apresenta elevado potencial de reforço pela ação no sistema mesolímbico-dopaminérgico. 4. desenvolvimento de tolerância. Dependência: Padrão “Bigue” Efeitos Tóxicos: Leva a sensação de poder e disposição. Agudos: Midríase (visão borrada), hipertermia, aumento da PA, taquicardia, estupor e depressão respiratória e cardíaca, convulsões, agitação, insônia, alucinações, arritmias cardíacas, edema pulmonar, coma, morte. Crônicos: Distúrbios psiquiátricos- psicose, distúrbios de memória, perda de noção da realidade, ansiedade, comportamento estereotipado, alucinações e delírios. Distúrbios respiratórios- intranasal infecções crônicas das cartilagens nasais, sinusite, perfuração do septo, crack, bronquite obstrutiva. Cardiovasculares: aumento incidência de infarto. Os efeitos em conjunto com o álcool podem ser aditivos e contribuir para o alto índice de mortalidade do uso concomitante. O metabólito, cocaetileno inibe o metabolismo da cocaína. Opiáceos São substâncias naturais contidas no ópio como a morfina, codeína e tebaína. Opióides Nome científico: Papaver somniferum. É uma denominação mais ampla, referindo-se a todos os compostos naturais, semisintético e sintéticos que interagem com os receptores opióides, quer agonista, quer antagonista. Padrão de uso O ópio é empregado na forma de goma de mascar ou em solução, pode ser fumado na forma de cachimbos especiais. Heroína administrada pela via intravenosa, inalatória e intranasal. Farmacocinética: São bem absorvidos pelo TGI, pela mucosa nasal vias aéreas e vias parenteral. Por meio da glucoronidação e da N-desmetilação dão origem aos metabólitos morfina-3-glucoronídeo (inativo) e morfina-6-glucoronídeo (ativo). Já a heroína é hidrolisada em 6-monoacetilmorfina e depois em morfina, dando origem aos mesmos metabólitos que a morfina. Atingem rins, fígado, pulmões e baço, com pequenas concentrações no cérebro e músculos, devido a sua baixa solubilidade lipídica. O que não ocorre com outros derivados sintéticos que são mais lipossolúveis, como a heroína, ligando-se a proteínas plasmáticas. Cerca de 90% do total da droga administrada são excretados nas primeiras 24 horas, sendo que a principal via de eliminação é a filtração glomerular. Mecanismos de Ação: Os receptores opioides são classificados em k (kappa), d (delta) e µ (mi), de acordo com sua localização e resposta a substâncias agonistas específicas. Os receptores µ estão envolvidos diretamente com os efeitos da morfina e da heroína, sendo assim agonistas específicos nesses receptores. Modulação da informação dolorosa. Estão amplamente distribuídos em todo o encéfalo, e sua função se relaciona com a integração motora-sensorial e a percepção dolorosa. Efeitos Farmacocinéticos: Analgesia, sonolência, alterações de humor e confusão mental, sem perda da consciência. Indivíduo sem dor pode produzir uma sensação de euforia, mas os efeitos nem sempre são agradáveis, resultando numa leve ansiedade ou sensação de medo. Em doses elevadas, observa-se potenciação dos efeitos de sonolência, náusea e vômito e depressão respiratória Efeitos no Organismo ● Neuroadaptação, um único uso já promove alteração nos receptores. Promove alteração estrutural do SNC ● Tolerância ● Dependência ● Crises de Abstinência, severas pelas alterações estruturais. DROGAS ADICIONAIS SEDATIVOS E HIPNÓTICOS: Benzodiazepínicos e barbitúricos. BZDs têm permitido um melhor tratamento dos transtornos de ansiedade e distúrbios do sono, além do tratamento de epilepsia, convulsões e convulsões associadas a abstinência alcoólica. Os BZDs possuem quatro grupamentos substituintes que podem ser modificados sem perda de sua atividade, compartilhando, assim, do mesmo mecanismo de ação. Farmacocinética Por via oral, possuem uma excelente absorção, podendo atingir o pico de concentração em até uma hora. O lorazepam e o midazolam, que são hidrossolúveis, diferentes dos demais, e possuem uma melhor absorção quando administrados por via intramuscular. O diazepam e o clordiazepóxido são altamente lipossolúveis e, quando administrados por via intramuscular, possuem uma distribuição errática, sendo, então, as vias oral e intravenosa as mais indicadas. Em situações de emergência, como síndrome do pânico, fobias e transtornos deansiedade aguda, os BZDs podem ser administrados por via sublingual. Os BDZs ligam-se a proteínas plasmáticas, sobretudo a albumina, e se depositam com facilidade no tecido adiposo, podem cruzar a barreira hematoplacentária e hematencefálica, difundindo-se rapidamente pelo SNC. Metabolizados no fígado por meio de isoenzimas catalisadoras. A eliminação dos BZDs depende de sua meia-vida ou da atividade do seu metabólito, sendo esses critérios utilizados para verificar o tempo de duração dos BZDs: curta duração (~< 10h: lorazepam, midazolam); duração intermediária (10 a 24h: clonazepam) ou longa duração (> 24h: clobazam, clorazepato e diazepam). Mecanismo de ação Aparentemente, o efeito ansiolítico dos benzodiazepínicos está relacionado com a potencialização da neurotransmissão do GABA no SNC. É capaz de atenuar as reações serotonérgicas responsáveis pela ansiedade. No entanto, seu uso constante pode causar alguns efeitos colaterais, como sonolência, confusão mental, amnésia e diminuição das habilidades motoras e, em caso de superdosagem aguda, pode ocasionar uma ação tóxica, além de produzir efeito paradoxal em idosos e crianças, como comportamento agressivo. Os BZDs interagem com alguns fármacos antiepiléticos (fenobarbital, carbamazepina), sedativos anti-histamínicos, opioides, antipsicóticos, além do álcool, sendo que esse último pode ocasionar uma depressão respiratória grave e fatal pelo sinergismo do efeito depressor. ALUCINÓGENOS: Dietilamida do Ácido Lisérgico (LSD), ,mescalina (fenilalquilamina), a psilocibina (indolalquilamina) e outros compostos a eles relacionados, como outras triptaminas alucinógenas. Farmacocinética Por via oral, sendo logo absorvido pelo trato gastrintestinal. Apenas uma pequena dose da droga (~ 25 µg) já é suficiente para produzir seus efeitos em humanos 30 minutos após sua ingestão. É distribuído por todo o organismo, e seus efeitos duram entre 6 e 12 horas. Apenas 1% da droga chega ao SNC. Metabolizado pelo fígado, e metabólitos eliminados pela bile e intestino. Mecanismo de ação Não está completamente esclarecido. Essa droga interage com diversos tipos de receptores de serotonina no cérebro, além de alterar a metabolização da serotonina (5-HT), o que é possível de ser verificado pelo aumento das concentrações cerebrais de seu principal metabólito, o ácido 5-hidroxiindolacético, que apresenta atividade agonista no receptor de serotonina. Efeitos são generalizados, no hipocampo, gânglios da base, sistema límbico, hipotálamo e córtex), o que influencia a atividade da dopamina. Atua principalmente como agonista do receptor da família 5-HT2, sobretudo o 5HT2C, receptor considerado um importante mediador dos efeitos alucinógenos. Também mimetiza a ação da serotonina sobre os autorreceptores 5-HT1, diminuindo a liberação de serotonina e ativando, então, os receptores 5-HT2. Efeitos Farmacológicos: Capaz de produzir desordens do pensamento, humor e distorção da percepção da realidade, alterando a consciência sem deprimir ou estimular as funções cerebrais, Mimetiza os efeitos das aminas que atuam no sistema nervoso autônomo simpático, causando midríase, taquicardia, piloereção e hiperglicemia. Efeitos imediatos: taquicardia e aumento da pressão arterial, dilatação da pupila, hiper-reflexia, piloereção e sudorese. E efeitos relacionados a emoções e sensações. Já foram descritos inúmeros casos de psicose duradoura (dias ou meses), além do reaparecimento espontâneo de alucinações após um período de tempo sem o uso da droga. O uso do LSD provoca uma rápida tolerância, contudo dura um curto período de tempo, e causa dependência. Os relatos sobre abstinência dessa droga são incertos. OUTRAS DROGAS DESCRITAS NO LIVRO: ● Psicoestimulantes. ● GHB. ● Cetamina. ● Solventes e Inalantes. REFERÊNCIAS: ● Slides -Farmacologia das Drogas de Abuso. ● Aula de Psicofarmacologia. Prof. Diego Carvalho. Dias 19, 26/05. ● BATISTA, Ilza Rosa; REIS, Marília Alves dos. Farmacologia das Substância Psicoativas. Cap. Tratamento Farmacológico para dependência Química. Diehl, Cordeiro, Laranjeira e cols.
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