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geral. Complicações respiratórias Complicações respiratórias respondem por 25% das mortes registradas na acromegalia (segunda causa mais comum).15 Prognatismo, lábios grossos, macroglossia e hipertrofia das estruturas nasais podem obstruir as vias respiratórias. Hipertrofia da mucosa e da cartilagem laringianas, calcificação traqueal e artropatia da junta cricoaritenóidea contribuem para a fixação uni ou bilateral das cordas vocais ou estenose laríngea, o que pode levar a mudanças no timbre da voz, obstrução de vias respiratórias superiores e, até mesmo, à necessidade de uma traqueostomia. Dificuldade na intubação traqueal pode ocorrer durante a indução anestésica.15 Pneumomegalia, por aumento do número de alvéolos, pode também acontecer.57 Apneia do sono é observada em até 70% dos pacientes acromegálicos (com predomínio no sexo masculino) e em mais de 90% daqueles que roncam.15,57 Além disso, a apneia do sono parece favorecer o aparecimento de HAS, arritmias cardíacas (desde bradicardia sinusal até taquicardia ventricular e assistolia), doença coronariana e acidente vascular cerebral (AVC). Ela é predominantemente obstrutiva; porém, em cerca de um terço dos casos, há também um componente central.15,58 Tais pacientes têm níveis mais elevados de GH e IGF-1. Um defeito ventilação-perfusão com hipoxemia pode também ocorrer em acromegálicos.58 Complicações endócrinas A hiperprolactinemia, com ou sem galactorreia, é encontrada em cerca de um terço dos pacientes com acromegalia. Ela resulta de cossecreção de prolactina pelo tumor ou por compressão da haste hipofisária. Geralmente, os níveis de prolactina situam-se abaixo de 100 ng/mℓ;59 contudo, valores tão altos quanto 5.250 ng/mℓ ou 6.400 ng/mℓ já foram relatados em casos de cossecreção de GH e PRL.60 Galactorreia ocasionalmente é encontrada na ausência de hiperprolactinemia, resultante de um estímulo direto do GH sobre os locais de ligação da PRL na mama.15,37 Hipopituitarismo pode surgir por compressão do tumor sobre o tecido hipofisário normal adjacente ou sobre a haste. Amenorreia ou disfunção erétil são encontradas em cerca da metade dos casos de acromegalia, enquanto até 20% podem desenvolver insuficiência adrenal ou tireoidiana secundárias. Disfunção gonádica pode resultar em osteopenia.15 Bócio é um fenômeno comum na acromegalia (ocorre em 25 a 92% dos casos), podendo ser difuso ou, mais comumente, multinodular.15 Entre 258 pacientes acromegálicos, 202 (78%) estavam acometidos por distúrbios da tireoide (27% no grupo- controle; p < 0,0001); 103 pacientes (39,9%) apresentavam bócio nodular não tóxico; 46 (17,8%), bócio difuso não tóxico; 37 (14,3%), bócio nodular tóxico; 12 (4,6%), tireoidite de Hashimoto; 1 (0,4%), bócio difuso tóxico; e 3 (1,2%), câncer de tireoide.61 Em dois pacientes evidenciou-se um adenoma hipofisário cossecretor de TSH.61 Complicações metabólicas Em razão dos efeitos diretos anti-insulínicos do GH, podem surgir intolerância aos carboidratos e diabetes melito (DM). Foram relatados, respectivamente, em 16 a 46% e 19 a 56% dos pacientes, de acordo com diferentes séries.15,62 Entre 200 pacientes, ao diagnóstico, 13% tinham glicemia de jejum alterada (IFG), 25,5% apresentavam tolerância alterada à glicose e 15,5%, DM.15 Dislipidemia com padrão altamente aterogênico pode também surgir na acromegalia e contribuir para aumento no risco cardiovascular dessa doença. Caracteriza-se por redução do HDL-colesterol, hipertrigliceridemia, elevação da Lp(a) e achados de partículas de LDL pequenas e densas.63,64 Hipercalcemia e hipercalciúria são, também, achados comuns.15 Avaliando prevalência de fatores de risco cardiovascular clássicos e não clássicos em 62 indivíduos com acromegalia, constatamos que 14,5% tinham DM; 26%, IFG; e 32%, resistência insulínica (avaliada pelo HOMA-IR).63 Também foi verificado que tanto as alterações na sensibilidade insulínica e tolerância à glicose como os distúrbios no perfil lipídico foram significativamente mais frequentes nos pacientes com acromegalia ativa do que naqueles com acromegalia controlada e no grupo-controle.63 Complicações neoplásicas Um risco aumentado de câncer, particularmente de cólon, tem sido sugerido em pacientes com acromegalia, principalmente por estudos retrospectivos, embora esse achado seja controverso.65 Uma metanálise de estudos populacionais estimou em 2 a 3 vezes o aumento no risco para câncer colorretal em acromegálicos.66 Também se observou ser mortalidade do câncer de cólon 66 file:///C|/Users/AnaMilk/Desktop/Vilar/Endocrinologia%20Cl%EDnica,%20Sexta%20edi%E7%E3o%20(123).html#bib15 file:///C|/Users/AnaMilk/Desktop/Vilar/Endocrinologia%20Cl%EDnica,%20Sexta%20edi%E7%E3o%20(123).html#bib15 file:///C|/Users/AnaMilk/Desktop/Vilar/Endocrinologia%20Cl%EDnica,%20Sexta%20edi%E7%E3o%20(123).html#bib57 file:///C|/Users/AnaMilk/Desktop/Vilar/Endocrinologia%20Cl%EDnica,%20Sexta%20edi%E7%E3o%20(123).html#bib15 file:///C|/Users/AnaMilk/Desktop/Vilar/Endocrinologia%20Cl%EDnica,%20Sexta%20edi%E7%E3o%20(123).html#bib57 file:///C|/Users/AnaMilk/Desktop/Vilar/Endocrinologia%20Cl%EDnica,%20Sexta%20edi%E7%E3o%20(123).html#bib15 file:///C|/Users/AnaMilk/Desktop/Vilar/Endocrinologia%20Cl%EDnica,%20Sexta%20edi%E7%E3o%20(123).html#bib58 file:///C|/Users/AnaMilk/Desktop/Vilar/Endocrinologia%20Cl%EDnica,%20Sexta%20edi%E7%E3o%20(123).html#bib58 file:///C|/Users/AnaMilk/Desktop/Vilar/Endocrinologia%20Cl%EDnica,%20Sexta%20edi%E7%E3o%20(123).html#bib59 file:///C|/Users/AnaMilk/Desktop/Vilar/Endocrinologia%20Cl%EDnica,%20Sexta%20edi%E7%E3o%20(123).html#bib60 file:///C|/Users/AnaMilk/Desktop/Vilar/Endocrinologia%20Cl%EDnica,%20Sexta%20edi%E7%E3o%20(123).html#bib15 file:///C|/Users/AnaMilk/Desktop/Vilar/Endocrinologia%20Cl%EDnica,%20Sexta%20edi%E7%E3o%20(123).html#bib37 file:///C|/Users/AnaMilk/Desktop/Vilar/Endocrinologia%20Cl%EDnica,%20Sexta%20edi%E7%E3o%20(123).html#bib15 file:///C|/Users/AnaMilk/Desktop/Vilar/Endocrinologia%20Cl%EDnica,%20Sexta%20edi%E7%E3o%20(123).html#bib15 file:///C|/Users/AnaMilk/Desktop/Vilar/Endocrinologia%20Cl%EDnica,%20Sexta%20edi%E7%E3o%20(123).html#bib61 file:///C|/Users/AnaMilk/Desktop/Vilar/Endocrinologia%20Cl%EDnica,%20Sexta%20edi%E7%E3o%20(123).html#bib61 file:///C|/Users/AnaMilk/Desktop/Vilar/Endocrinologia%20Cl%EDnica,%20Sexta%20edi%E7%E3o%20(123).html#bib15 file:///C|/Users/AnaMilk/Desktop/Vilar/Endocrinologia%20Cl%EDnica,%20Sexta%20edi%E7%E3o%20(123).html#bib62 file:///C|/Users/AnaMilk/Desktop/Vilar/Endocrinologia%20Cl%EDnica,%20Sexta%20edi%E7%E3o%20(123).html#bib15 file:///C|/Users/AnaMilk/Desktop/Vilar/Endocrinologia%20Cl%EDnica,%20Sexta%20edi%E7%E3o%20(123).html#bib63 file:///C|/Users/AnaMilk/Desktop/Vilar/Endocrinologia%20Cl%EDnica,%20Sexta%20edi%E7%E3o%20(123).html#bib64 file:///C|/Users/AnaMilk/Desktop/Vilar/Endocrinologia%20Cl%EDnica,%20Sexta%20edi%E7%E3o%20(123).html#bib15 file:///C|/Users/AnaMilk/Desktop/Vilar/Endocrinologia%20Cl%EDnica,%20Sexta%20edi%E7%E3o%20(123).html#bib63 file:///C|/Users/AnaMilk/Desktop/Vilar/Endocrinologia%20Cl%EDnica,%20Sexta%20edi%E7%E3o%20(123).html#bib63 file:///C|/Users/AnaMilk/Desktop/Vilar/Endocrinologia%20Cl%EDnica,%20Sexta%20edi%E7%E3o%20(123).html#bib65 file:///C|/Users/AnaMilk/Desktop/Vilar/Endocrinologia%20Cl%EDnica,%20Sexta%20edi%E7%E3o%20(123).html#bib66 file:///C|/Users/AnaMilk/Desktop/Vilar/Endocrinologia%20Cl%EDnica,%20Sexta%20edi%E7%E3o%20(123).html#bib66 Endocrinologia Clínica (Lúcio Vilar) - 6ª Edição
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