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Endocrinologia Clínica (Lúcio Vilar) - 6 Edição_Parte147

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Duração do tratamento
O tratamento com SA a princípio deve ser mantido indefinidamente; porém, em alguns estudos recentes, foi avaliada a
possibilidade de suspensão dos SA nos pacientes com doença controlada, principalmente em uso de doses baixas da medicação,
com aproximadamente 22% dos pacientes mantendo-se em remissão.37–40 Como os estudos apresentam número pequeno de
pacientes e curto período de seguimento, não se recomenda, até o presente momento, a suspensão dos SA em pacientes com
doença controlada, porém novos estudos podem modificar essa recomendação.
Efeitos colaterais
Os efeitos adversos geralmente são leves e transitórios. As alterações gastrintestinais (flatulência, aumento do trânsito
intestinal, náuseas) são os mais frequentes, ocorrendo em aproximadamente 50% dos pacientes. Colelitíase assintomática ocorre
em cerca de 15% dos pacientes. Deve ser realizada ultrassonografia de abdome superior antes de iniciar o tratamento, que deve
ser repetida em caso de clínica sugestiva de doença biliar.1 São também descritos queda transitória de cabelos, dor no local da
aplicação, hipotireoidismo central e bradicardia sinusal assintomática.41
Um efeito deletério sobre o metabolismo glicídico também pode ocorrer, por meio da inibição da secreção pancreática de
insulina.42 Em até 15% dos pacientes são observadas alterações do metabolismo glicídico; no entanto, estas são imprevisíveis,
pois muitos pacientes se beneficiam da redução dos níveis de GH, com melhora da glicemia (especialmente os pacientes
diabéticos nos quais o componente de resistência insulínica predomina sobre a insulinopenia).43 Os níveis de glicemia e HbA1c
devem ser monitorados periodicamente.
Análogos da somatostatina de segunda geração
O pasireotide é uma molécula do grupo dos SA com potencial de ligação a todos os SSTR, com exceção do SSTR4, ligando-
se ao SSTR1, ao SSTR3 e ao SSTR5 com afinidade 30, 5 e 40 vezes maior que a octreotida, respectivamente, e ligando-se ao
SSTR2 com afinidade 2 vezes menor.44
O pasireotide ainda não está aprovado para tratamento da acromegalia no Brasil.
Eficácia
Dois grandes estudos multicêntricos prospectivos avaliaram o tratamento com pasireotide LAR na acromegalia.45,46 Em um
primeiro estudo, 358 pacientes virgens de tratamento medicamentoso foram randomizados para tratamento com pasireotide
LAR 40 mg ou OCT-LAR 20 mg, com a possibilidade de ajuste da dose do pasireotide LAR para 60 mg e do OCT-LAR para
30 mg.45 Após 12 meses de tratamento, 36% dos pacientes no grupo do pasireotide LAR apresentaram controle da doença em
comparação com apenas 21% no grupo do OCT-LAR (p = 0,007).45
Um segundo estudo incluiu 198 pacientes resistentes ao tratamento com SA de primeira geração, que foram randomizados
em três grupos: um grupo manteve tratamento com os SA de primeira geração e outros dois grupos foram tratados com
pasireotide LAR 40 ou 60 mg.46 Após 24 semanas de tratamento, as taxas de controle foram 0%, 15% e 20% para os grupos de
SA de primeira geração, pasireotide LAR 40 mg e 60 mg, respectivamente.46 Dessa forma, demonstrou-se que o pasireotide
LAR pode ser uma opção para pacientes resistentes ao tratamento com SA de primeira geração.
Redução de volume tumoral maior do que 20% em pacientes virgens de tratamento foi observada em 81% dos pacientes
prospectivamente, com seguimento de 12 meses.45 Nenhum paciente apresentou crescimento tumoral significativo nesse mesmo
estudo.
Tratamento pré-operatório com SA
A utilização de SA de primeira geração por curto período de tempo (3 a 6 meses) antes da cirurgia já foi proposta na tentativa
de aumentar a chance de cura cirúrgica.47 Apesar de ser demonstrado benefício em estudos de curto prazo, o aumento da
probabilidade de cura cirúrgica não se confirmou a longo prazo e só foi verdadeiro em centros cujas taxas de cura cirúrgica
eram baixas em relação ao descrito nos centros com experiência em cirurgia hipofisária.47–49 Considerando esses dados, o uso
pré-operatório de SA por curto prazo não deve ser recomendado de rotina, por atrasar a cirurgia e aumentar os custos do
tratamento, sem ter um benefício bem estabelecido.1 O tratamento pré-operatório poderia também ser considerado em pacientes
clinicamente descompensados, visando melhorar as condições clínicas para a cirurgia (p. ex., reduzir o edema de vias
respiratórias facilitando a intubação orotraqueal), porém isso ainda não está completamente estabelecido na literatura.50,51
Pacientes com macroglossia importante que dificulte a intubação são também potenciais candidatos ao tratamento pré-
operatório (Figura 7.3).
Doses e forma de administração
O pasireotide LAR deve ser administrado por via intramuscular e a dose inicial é de 40 mg a cada 4 semanas. O controle do
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	Endocrinologia Clínica (Lúcio Vilar) - 6ª Edição

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