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Endocrinologia Clínica (Lúcio Vilar) - 6 Edição_Parte515

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primário
Preferida em
pacientes com
doença ocular da
tireoide significativa
que não podem
usar drogas
antitireoidianas
Forma mais cara de
terapia
A longa duração do MMI (até 24 horas ou mais) torna possível sua administração em dose única diária, o que facilita a melhor
adesão ao tratamento. Em contrapartida, o PTU deve ser administrado, pelo menos inicialmente, em 2 a 3 tomadas diárias.5
Contudo, uma dose dividida pode ser mais efetiva inicialmente nos casos mais graves.2
Em comparação ao PTU, o MMI possibilita a obtenção do eutireoidismo de modo mais frequente e mais rápido, além de ser
mais bem tolerado e causar menos hepatotoxicidade.2,5,50 Por isso, as atuais diretrizes da Associação Americana de Tireoide
(ATA)5 e o último consenso do Departamento de Tireoide da SBEM31 recomendam que deve-se sempre escolher o MMI como
primeira opção. Duas exceções a essa norma são o primeiro trimestre da gravidez (ver adiante) e grave intolerância ao MMI.5,49
Mecanismo de ação
As tionamidas não inibem a captação do iodo pela tireoide nem afetam a liberação dos hormônios já sintetizados e estocados
dentro da glândula. Por isso, seu efeito terapêutico pleno é mais bem observado após cerca de 10 a 15 dias.50 O mecanismo de ação
principal desses fármacos é a inibição da síntese de tiroxina (T4) e tri-iodotironina (T3) dentro das células foliculares, por
interferirem na organificação (formação de MIT e DIT) e no acoplamento (junção de MIT e DIT para formar T3 e T4) das
iodotirosinas, pelo bloqueio da peroxidase tireoidiana, enzima responsável pela iodinação dos resíduos tirosínicos na
tireoglobulina.50,51 Além disso, PTU, mas não metimazol, inibe a conversão periférica de T4 em T3, com consequente queda nos
níveis séricos de T3 e aumento do T3 reverso, quando usado em doses elevadas (p. ex., > 600 mg/dia).31 Há, contudo, pouca
evidência de que esse efeito seja clinicamente relevante, exceto, possivelmente, em pacientes com tireotoxicose muito grave.6,7
As tionamidas também exercem efeitos imunossupressores que podem resultar de ação direta do fármaco ou indiretamente, em
função da diminuição na secreção hormonal.2,6–8 Entre esses efeitos, incluem-se a redução nos níveis séricos dos TRAb e de outras
moléculas imunologicamente importantes (p. ex., molécula de adesão intracelular, interleucina-2 solúvel e receptores para
interleucina-6). Além disso, há evidências de que as tionamidas possam induzir apoptose dos linfócitos intratireoidianos,
diminuição da expressão de HLA classe II e aumento da quantidade circulante de células T helper, células natural killer e células
T intratireoidianas.49–51
Posologia
A dose inicial usual é de 10 a 30 mg/dia de MMI ou 100 a 300 mg/dia de PTU, na dependência da gravidade do
hipertireoidismo (Quadro 30.10). Doses mais elevadas (p. ex., 30 a 40 mg/dia de MMI) podem propiciar normalização mais rápida
dos hormônios tireoidianos, mas são mais propensas a causar efeitos adversos.1,2,5 Assim, elas estão mais indicadas nos casos mais
graves (p. ex., FT4 > 3 vezes o limite superior da normalidade [LSN]).2
Quadro 30.10 Posologia das tionamidas.
Tionamida Dose inicial (mg/dia)
Dose de manutenção
(mg/dia) No de tomadas/dia
MMI 10 a 40 5 a 15 1
PTU 100 a 400 50 a 200 2 a 3
MMI: metimazol; PTU: propiltiouracil.
Após o início do tratamento, os pacientes devem ser avaliados a cada 4 a 6 semanas. Uma vez alcançado o eutireoidismo, a dose
da tionamida deve ser reduzida gradualmente até que se obtenha a menor dose que mantenha os pacientes eutireóideos. A partir
daí, as visitas ao médico passam a ser trimestrais. A dose usual de manutenção é de 5 a 10 mg/dia para o MMI e de 50 a 100 mg 2
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	Endocrinologia Clínica (Lúcio Vilar) - 6ª Edição

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