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Juliana Vieira Queiroz Almeida Farmacologia I Juliana Vieira Juliana Vieira Queiroz Almeida 1 “Tudo o que fizerem, seja em palavra ou em ação, façam-no no nome do Senhor Jesus, dando por meio dele graças a Deus Pai”. Colossenses 3:17 (NVI). Juliana Vieira Queiroz Almeida 2 Sumário 1. Introdução à matéria & Introdução à Farmacologia .............. página 04 2. O que é farmacologia? ......................................................... página 05 3. Divisão da Farmacologia ...................................................... página 09 4. Mecanismos de Ação de um Fármaco ................................... página 11 5. Absorção .............................................................................. página 13 6. Depuração ............................................................................ página 17 7. Distribuição .......................................................................... página 18 8. Biotransformação ................................................................. página 23 9. Farmacodinâmica ................................................................. página 28 10. Aplicação dos princípios da Farmacodinâmica ..................... página 34 a. Ligação fármaco-receptor .............................................. página 37 11. Anatomia do Sistema Nervoso Autônomo ............................ página 42 a. Exemplo de medicamentos ............................................ página 44 b. Particularidades ............................................................. página 48 c. Receptores nicotínicos e muscarínicos ............................ página 49 12. Fármacos colinérgicos ........................................................... página 50 a. Controle da acetilcolina ................................................. página 53 13. Fármacos parassimpatomiméticos & parassimpáticos ............. página 54 14. Diuréticos e Fármacos que atuam nos rins ............................. página 55 15. Sistema Nervoso Simpático ................................................... página 59 16. Anatomia e Fisiologia da dor ................................................ página 74 17. AINES – Anti-inflamatórios Não Esteroidais ........................... página 79 18. AIES – Anti-inflamatórios Esteroidais ou corticoides ............... página 86 19. Farmacologia dos opioides – OSCE ....................................... página 92 20. Controle da Hipertensão Arterial .......................................... página 98 21. ICC – Insuficiência Cardíaca Congestiva ............................... página 111 22. Antiarrítmicos ..................................................................... página 119 Farmacologia prática 23. Farmacologia prática – Introdução à matéria ...................... página 129 24. Aulas práticas .................................................. (a partir da) página 131 25. Aula diuréticos .................................................................... página 142 26. Apresentação de trabalhos .................................................. página 145 - Juliana Vieira Queiroz Almeida 3 “Não fui eu que ordenei a você? Seja forte e corajoso! Não se apavore nem desanime, pois o Senhor, o seu Deus, estará com você por onde você andar”. Josué 1:9 (NVI). Juliana Vieira Queiroz Almeida 4 Farmacologia I – Teórica 1º Semestre 2019 FAMINAS – Prof. Eliane Sa Lopes Estudante: Juliana Vieira Queiroz Almeida Introdução à matéria Livro para farmacologia: Farmacologia Básica e Clínica, 12ª Edição – Bertram G. Katzung O que se quer dizer na prova com “um fármaco é agonista colinérgico?”, como esse age na fisiologia. Deve- se saber que os sistemas colinérgico e simpático fazem parte da nossa vida, não temos controle sobre esses por serem autónomos, eferentes, que controlam nossos batimentos cardíacos, o movimento do intestino. - Mesmo que você tente segurar a diarreia de forma autônoma, vai chegar um momento que você não conseguirá mais. - Efeitos colaterais de remédios para depressão, alteram o funcionamento do intestino, o deixando preguiço, de forma que a pessoa tem constipação. Muitas vezes, por esse motivo, os indivíduos pedem o médico para mudar o medicamento (muitas vezes o que não causa constipação é mais caro). “O desejo de ingerir medicamentos é a principal característica que distingue o homem dos animais” William Osler (médico canadense). - Por que? Para melhorar sua qualidade de vida, aliviar ou se possível abolir a dor e para prolongar a vida. Entretanto, nem sempre logram o resultado desejado, de forma que só se alcança o alívio ou consolo do paciente. - Do ponto de vista histórico existem relatos muito antigos sobre o uso de drogas no tratamento de enfermidades. - Porque nós temos sistemas para metabolizar e expulsar medicamentos? Por causa de xenobióticos (substâncias presentes no ambiente – de plantas, animais, vegetais). # A parede do intestino tem bloqueios para expulsar medicamento. Introdução à Farmacologia É uma palavra de origem grega “farmakon” que quer dizer “droga” + “logos” que quer dizer “estudo”. - A palavra “droga” não quer dizer o que parece, pois é uma palavra ambígua, pois há uma generalização, sendo quase toda “droga”, ao ser chamada assim, se remete a uma substância ilícita. Na imagem ao lado vemos alguns termos que devem ser entendidos. Droga: é a substância bruta / matéria-prima, presente em animais, vegetais e minerais, que vão ser fonte / contém alguns fármacos. Ou seja, é o elemento que não é refinado. Fármaco: é o princípio ativo, que está presente em um medicamento; substância de estrutura química definida que quando em um sistema biológico, modifica uma ou mais funções fisiológicas. - Fármaco não é sinônimo de medicamento. Ao se falar paracetamol/acetominofeno se fala do fármaco, mas ao se falar de “tilenol” é o nome comercial do remédio que tem como princípio ativo o paracetamol, neste também há os excipientes (conservantes, estabilizantes que não são princípios ativos e dão melhor cor e/ou gosto e/ou facilitam a absorção do medicamento). # Os excipientes também podem dar reação alérgica, de forma que quando há reação, não pode se assumir que foi por causa do princípio ativo. Juliana Vieira Queiroz Almeida 5 Placebo: é aquilo que não possui um princípio ativo definido. - Exemplo: colocar farinha em uma cápsula, dar para alguém e dizer que a pessoa vai dormir melhor por causa daquilo (ela não tem reação cientificamente comprovada que melhore o sono, mas pode causar tal pois psicologicamente esta foi influenciada pelo fato de tomar algo). - Não se pode privar alguém de um tratamento, por exemplo, dando a alguém farinha no lugar do medicamento para hipertensão. Remédio: é toda forma que se utiliza para melhorar o sintoma, ou prognóstico, de uma doença, ou seja, qualquer forma de terapêutica. Não é necessariamente um medicamento. - Acupuntura, yoga, leitura, dormir mais, conversar mais, ouvir música, entre outros. Fases do estudo/teste de um medicamento Fase 1 – Teste da segurança do medicamento - A primeira conclusão que se deve chegar é que o medicamento não vai fazer mal. Deve-se lembrar que o princípio da medicina e farmacologia é “primeiro não prejudicar”. - Isso é feito em animais de laboratório, sendo observado se eles não morreram, não houveram efeitos colaterais graves. Fase 2 – Teste de eficácia Fase 3 – Trabalho com (um grupo pequeno) humanos Fase 4 – É a prática, é estar usando, em grandes grupos populacionais, sendo estudos multicêntricos (em vários hospitais do mundo todo).- Estudos multicêntricos são importantes, pois a genética interfere na resposta ao medicamento dos pacientes. A nossa é mais parecida com a dos europeus, mas não tem muito do alemão, inglês, entre outros. # O Paracetamol no Brasil é de 500 a 750mg, e no Estados Unidos é de 325mg, de forma que se o indivíduo toma inadvertidamente altas doses ainda está longe dos 4g (quantidade hepatotóxica) (não é indicada para pacientes com lesão hepática, o que está na bula). Dipirona não é usada nos USA e na Europa, pois a sua venda proibida pela incidência de anemia aplásica (incidência menor do que a de lesão hepática do paracetamol), além disso, a dipirona é extremamente barata, o que não é interessante para eles. - Começa-se a aparecer efeitos que não haviam se manifestado tanto anteriormente. Quando um medicamento é liberado ele tem uma patente, essa começou na fase 1, sendo essas fases processos demorados. Uma patente dura em médica 20 anos. - Um medicamento com patente é chamado de medicamento referência. Esse costuma ser caro, pois a indústria gastou muito para produzir o medicamente e tem pouco tempo antes que a patente acabe, que é quando pode-se começar a haver a produção de genéricos. Genéricos: tem o mesmo princípio ativo e passou pelos testes de bioequivalência. - O cuidado que se teve ter com genéricos é porque aquele que passou a “receita” (a empresa patente) não passou os macetes, de forma que assim o remédio da patente continua sendo melhor (ela não revela seus segredos). # Não se fala como que foi organizado tudo, como foi produzido o comprimido, como foi ajustado a textura, de forma que o genérico tende a quebrar a cabeça para conseguir a textura, entre outros. Em seguida deve ser provado que o genérico tem a mesma absorção, distribuição e cinética, igual ao da referência. Isso é validado pela ANVISA (a bioequivalência). Ele é mais barato pois ele não passou por todas as fases de teste como o da patente. O remédio similar ainda não passou pelo teste de bioequivalência. # O problema é que tem medicamento que tem o “referência” a R$100 e o “genérico” a R$80. Ai o similar coloca o preço a R$50, entretanto não se há garantia da ação deste. Isso não é bom para o indivíduo. Juliana Vieira Queiroz Almeida 6 - Alguns médicos não confiam em genéricos, mas isso varia de área em área. Por exemplo, na anestesia não há mais nenhum medicamento que tem a patente existente, de forma que os outros medicamentos funcionam assim como medicamento referência. O que é Farmacologia? É o estudo dos efeitos das substâncias químicas sobre os sistemas biológicos, ou seja, é a ciência que estuda como os medicamentos interagem com os organismos vivos. Farmacocinética Farmacocinética estuda todo o percurso que a medicação faz no corpo humano (Absorção, distribuição, metabolismo e eliminação). De forma simplista estuda o que o corpo faz com o fármaco. - Estuda a meia-vida (tempo que reduz em 50% a concentração do fármaco no sangue), metabolismo, biotransformação, eliminação renal, via de administração. - Aprendemos que alguns aminoácidos são ácidos e outros básicos, podendo esses serem fortes ou fracos, dependendo do seu pkA. Os medicamentos que utilizamos são ácidos (tem o seu hidrogênio que pode ser perdido) ou bases fracas (pode ter recebido um hidrogênio), não sendo comercializados os fortes, para não causar dano ao organismo. # As bases ou ácidos fracos podem estar na sua conformação neutra ou ionizada, sendo que o determinam a serem ionizados ou não é o pH do meio, pois cada um deles tem sua identidade (pkA). Se eu sou um ácido ou uma base, eu quero ficar neutro. Quando um ácido fraco chega no estômago (pH 1 – 3), onde tem muito H+ → recebe prótons → fica neutro → fica lipossolúvel (substância apolares) → maior facilidade de atravessar o epitélio estomacal → estômago tem o pH favorável, mas tem pouca área de absorção → absorção importante no duodeno → chegando lá o pH é equivalente a 8 → há a ionização por haver pouco H+ na região → dificulta a absorção, mas o grau de ionização intensa acaba sendo superado pela grande área de absorção. A base, ao chegar no estômago (pH 2) → recebe prótons → fica ionizada → fica hidrossolúvel → absorção da base não existe praticamente no estômago → ao chega no duodeno, de pH básico, com pouco hidrogênio, a base fica neutra e fica propícia a absorção. # Indivíduo chega no pronto socorro após tomar grande quantidade de ácido fraco → circulação sanguínea (absorvido um pouco pelo estômago + duodeno) → pH sanguíneo é de 7,4 → por ser um ácido fraco, ao chegar no sangue, onde há pouco hidrogênio quando comparado ao estômago → ele fica na forma ionizada → tem dificuldade de entrar na célula (lipossolúvel), mas a maioria dos medicamentos não precisa entrar na célula para fazer efeito, só se ligar em receptores que estão na membrana → pode se ligar a diversos sítios. Há várias formas de um medicamento atuar, 3 são se ligando a membrana e só uma é atuando em receptores intracelulares (deve estar lipossolúvel. O medicamento citado no exemplo acima jamais vai atuar nos receptores intracelulares por estar extremamente ionizado no sangue, hidrossolúvel. Geralmente somente os hormônios atuam nesses receptores. Medicamento agora vai para o rim (que só não filtra moléculas ligadas a proteínas – em indivíduo saudável): a molécula passa, mas o pH urinário é em torno de 5 → molécula está em ambiente ácido (ambiente com muito hidrogênio) → formação da forma neutra → ele volta para o sangue nessa forma → encontra novamente o pH sanguíneo → vai para o rim. X Fica assim até o Fígado metabolizar. Para acelerar o processo de eliminação deste, pode-se alcalinizar a urina, usando-se uma base fraca → urina em pH 7 ou 8 → medicamento continua lá e pode até se ionizar mais, e assim não é absorvido por ser hidrossolúvel → é excretado. Ou seja, quando se quer aumentar a excreção de um ácido fraco, se administra uma base fraca. Se a intoxicação ocorre por base fraca, se administra um ácido fraco. Isso é valido para medicamentos com grande excreção renal, pois não adianta fazer isso se o medicamento for muito metabolizado no fígado (90%) e só 10% é excretado no rim, de forma que se deve esperar o fígado metabolizar e estimular vômito, por exemplo. Medicamento eliminado in natura: medicamento que não sofreu nenhuma transformação no fígado; sem ter sua fórmula mudada. Juliana Vieira Queiroz Almeida 7 Farmacodinâmica Farmacodinâmica estuda os efeitos bioquímicos e fisiológicos dos fármacos e seus mecanismos de ação. De forma simplista estuda o que o fármaco faz no organismo. - Como que o medicamento afeta a função das células (podendo ser antagonista ou agonista). A farmacocinética e a farmacodinâmica são estudadas separadamente, mas agem juntas. Toma-se remédio para dor de cabeça por via oral → esôfago → estômago (absorve um pouco) → maior parte da absorção ocorre no duodeno (maior área de absorção) e jejuno → cai na circulação → fígado (pelo sistema porta) → medicamento pode ter um metabolismo muito grande (90%, por exemplo) no primeiro momento que passa no fígado → somente 10% vai para a circulação sistêmica, sendo esses 10% chamados de biodisponibilidade (ou seja, é um medicamento bem absorvido, porém extremamente metabolizado; efeito de primeira passagem grande) → os 10% são suficientes para atravessar a barreira hematoencefálica e melhorar a dor? Ou será necessário fazer outra coisa para aumenta a biodisponibilidade? → Se não é suficiente pode-se alterar a via de administração → via venosa (mais invasiva) → medicamento deverá ser administrado a nível hospitalar (indivíduos com enxaqueca costumam ir ao hospital para tomar dipirona na veia). - Nem sempre é indicado aumentar a dose, pois pode sobrecarregar o fígado, o que pode ser um limitador. Pessoas com problemas hepáticos podem necessitar de remédios diferentes, pois um podenão sobrecarregar o órgão de alguém saudável, mas de outro indivíduo com problemas hepáticos sim. Biodisponibilidade: é a quantidade de medicamento que está disponível para atuar (pode ser entendido como aquele que vai para a circulação sistêmica). Essa depende da absorção e da metabolização. Efeito de primeira passagem: se refere a metabolização do medicamento pelo fígado ao ser absorvido. Vias de administração: Endovenosa (biodisponibilidade de 100%, a única que garante 100%), sublingual (absorção por veias que serão drenadas pela veia cava superior e vai cair no AD → VD → AE → VE → sistema), retal (tem um pouco de efeito de 1ª passagem – em torno de 20% –, pois uma parte da drenagem venosa do reto vai para a mesentérica inferior → cava inferior → átrio direito, e outra pequena parte vai da mesentérica inferior para o sistema porta), intramuscular, subcutânea e oral. Vemos que cada fármaco é de um jeito (é um princípio ativo), sendo os mostrado um quadrado, um triangulo ou um círculo (primeiros mensageiros; trazem a mensagem) → se encontram com receptores e tem que encaixar de forma ajustada a esses → ao lado vemos que o receptor verde se encaixa com o fármaco verde → esse receptor manda novas informações para a célula (libera segundos mensageiros) → a mensagem mandada por ser de aumentar ou diminuir a atividade da célula ou de eliminação (bloqueia o receptor, só o ocupa, impedindo a ativação desse receptor por um elemento endógeno ou de outro fármaco que atua no mesmo sítio). - O fármaco deve ter afinidade com o receptor para se conectar a ela (sendo capaz de fazer uma atividade intrínseca). Ele pode ser chamado de: # Agonista: aquela substância que tem capacidade de aumentar ou continuar o estímulo na célula. É uma molécula que tem afinidade e atividade intrínseca; molécula que se liga ao receptor e o estabiliza em determinada conformação ativa. A célula tem receptores que se encontram ativados e receptores inativados, ou seja, ela tem uma atividade basal, sendo que cerca de 50% dos nossos receptores estão trabalhando e cerca de 50% estão dormindo, mas alguns estão viajando (sendo chamados de receptores reservas – será explicado mais para a frente). O fármaco agonista, ao ativar um receptor que já está ativado ele não muda nada; mas ele também pode se ligar a um que estava desativado e o ativar; se ele ativar 50% dos receptores que Juliana Vieira Queiroz Almeida 8 estavam desativados (ativando 100% de atividade), ele é chamado de agonista total/pleno (aquele que consegue o máximo de efeito – não é potência – sendo o mais eficaz por recrutar todos os receptores inativos); se ele recrutar apenas 10%, 20%, entre outros, até chegar a 99,99% ele é chamado de agonista parcial (de forma que ele ativa os receptores, mas não consegue ativar todos). O antagonista ele se liga ao que está dormindo e impede que o agonista se ligue (não permite que a atividade seja de 100%), não fazendo nada; o antagonista na ausência de um agonista, não muda nada na célula (continua 50% ativada e 50% desativada). Exemplo: Beta-bloqueador – é um antagonista que bloqueia/se liga a receptores beta, de forma que diminui a frequência cardíaca do indivíduo (a adrenalina e a noradrenalina são os agonistas que tem sua ação impedida, não permite que essas recrutem esses receptores). # Agonista inverso: apresentam seletividade pelo estado de repouso do receptor. Tem afinidade. Faz com que os receptores ativos fiquem inativos, diminuindo a atividade basal/constitucional da célula. # Antagonista: aquela substância que não faz nada no receptor, apenas se conecta ao receptor, impedindo que outro fármaco ou fator endógeno vá lá e atue. Tem afinidade, mas não tem nenhuma atividade intrínseca; molécula que inibe a ação do agonista, mas não exerce nenhum efeito na ausência do agonista. Na imagem ao lado se tem o receptor ativado completamente, um fármaco parcial, um antagonista (que só funciona quando tem o agonista) e o agonista inverso (que retira aquilo que se tinha de atividade basal – devido aos 50% dos receptores, os inativando; ele suprime a célula). - A maioria dos medicamentos não são agonistas inversos (são poucos os exemplos), mas sim agonistas totais, parciais e antagonistas. Especificidade: é a capacidade de um fármaco reconhecer apenas um alvo. - Ao aumentar a dose de um medicamento, ele perde a especificidade, ligando a outros receptores, surgindo os efeitos / manifestações inespecíficas. Afinidade: é tendência de um fármaco se ligar ao seu alvo. Eficácia: é a capacidade do fármaco, uma vez ligado, de gerar uma ação biológica. - O antagonista (sozinho não faz nada) e o agonista inverso não têm eficácia. Somente o agonista total ou parcial tem eficácia. A ligação do fármaco a um receptor pode ser fraca ou forte. A mais forte que temos é a ligação covalente, de forma que o medicamento vai ter longa duração de ação, podendo ser dito que esse atua de forma irreversível (a dosagem no sangue pode ser nula, mas o medicamento ainda pode estar presente no organismo, ligado ao sítio de ação); é a mais importante a ser estudada. A ligação também pode ser eletrostática, sendo as fortes as iônicas, mais seletivas, seguidas pelas de lig. de hidrogênio, e as mais fracas as de van der Waals. As ligações hidrofóbicas são substâncias lipossolúveis, sendo consideradas ligações fracas. Farmacocinética + Farmacodinâmica Descrição da imagem a seguir: The relationship between dose and effect can be separated into pharmacokinetic (dose-concentration) and pharmacodynamic (concentration-effect) components. Concentration provides the link between pharmacokinetics and pharmacodynamics and is the focus of the target concentration approach to rational dosing. The three primary processes of pharmacokinetics are absorption, distribution, and elimination. Juliana Vieira Queiroz Almeida 9 - Essa mostra que não tem como falar de farmacocinética sem falar de farmacodinâmica, que tendem a atuar simultaneamente, porém a farmacocinética sempre ocorre primeiro. - O medicamento também chega a outros lugares, como gordura e músculo, e não faz diferença lá (se for um para dor de cabeça, por exemplo), mas serve como reserva/estoque, de forma que ele pode durar mais. De tempo em tempo o estoque é liberado e pode manter o efeito no cérebro, mas, caso esse seja muito metabolizado no fígado, ao estoque ser solto na circulação, o fígado já age. São vários os fatores que atuam na duração do medicamento. - No sítio de ação ocorre a farmacodinâmica, de forma que o efeito pode ser tóxico ou eficaz. Divisão da Farmacologia É importante saber como funciona os medicamentos para explicar o motivo da aquisição deste para o hospital. - A codeína é um pró- fármaco (não é um fármaco ativo, tende a se transformar em um ativo no fígado) e algumas pessoas tem uma alteração genética no citocromo B oxidase (sistema enzimático que faz a biotransformação dos medicamentos) e não consegue transformar a codeína em morfina. Então a farmacogenômica tenta resolver esses problemas, por que cada paciente responde de forma diferenciada a um medicamento (efeitos colaterais, entre outros). Farmacologia e suas vertentes Farmacoepidemiologia: considera-se quando, por exemplo, vários anestesistas tentam fazer raquianestesia e não dá certo, deve-se conferir o lote do medicamento, entre outros. Farmacogenética: trata-se do estudo das influências genéticas sobre as respostas a fármacos. Originalmente, tratava das reações farmacológicas idiossincrásicas (respostas imprevisíveis) familiares, em que os indivíduos afetados exibiam uma resposta anormal – habitualmente adversa – a uma classe de fármaco. Hoje abrange variações mais amplas na resposta a fármacos onde a base genética é mais complexa. Farmacogenômica: superpõe-se à farmacogenética, descrevendo o uso da informação genética paraorientar a escolha da terapia farmacológica numa base individual. Possibilidade de prever diferenças na resposta a agentes terapêuticos entre indivíduos a partir de sua constituição genética podendo permitir a individualização das escolhas terapêuticas com base no genótipo do indivíduo. A farmacogenômica é, em sua essência, um ramo da farmacogenética, e ainda está sendo desenvolvida. - Uso de um medicamento antibiótico off-label para se tratar dor de cabeça: o medicamento não é para isso, não está na bula, mas está começando a ter artigos científicos que mostram esse efeito dele. - Drogas órfãs/medicamentos órfãos: as vezes as pessoas têm doenças raríssimas, e alguns medicamentos Juliana Vieira Queiroz Almeida 10 tem alguns efeitos nessas doenças, mas os laboratórios não têm interesse em comercializadas por serem caras e pouca comercializada (devido a sua raridade). Farmacoepidemiologia: estudo dos efeitos dos fármacos em nível populacional. Ocupa-se com a variabilidade dos efeitos farmacológicos entre indivíduos de uma determinada população e entre populações. É decisivo para saber se determinado fármaco pode ou não ser aprovado para uso terapêutico. Os estudos farmacoepidemiológicos também consideram a aderência do paciente ao tratamento e outros fatores pertinentes quando o fármaco é utilizado em condições reais. Farmacoeconomia: ramo da economia da saúde visa quantificar, em termos econômicos, o custo e o benefício das substâncias utilizadas terapeuticamente. Surgiu em decorrência da preocupação de muitos governos em fornecer uma assistência à saúde levando em consideração as questões financeiras. Farmacologia e Toxicologia Aquilo que tem um efeito benéfico é chamado de fármaco e é estudo na farmacologia. Aquilo que tem efeito adverso é chamado de agente tóxico e é estudado na toxicologia. 0No pronto socorro tem uma parte de toxicologia, onde o paciente que chega intoxicado vai direto para lá, pois eles são especializados para saber como expulsar o medicamento do organismo, tendo toda a estratégia. Reforçando alguns conceitos Droga: substância ou matéria-prima que tenha a finalidade medicamentosa ou sanitária; É frequentemente associada a substâncias que causam dependência, narcóticas ou que alteram a consciência. Princípio ativo: é a substância que deverá exercer efeito farmacológico. Um medicamento, alimento ou planta pode ter diversas substâncias em sua composição, porém somente uma ou algumas destas conseguirão ter ação no organismo. Fármaco: é uma substância química de estrutura conhecida, que não seja um nutriente ou um ingrediente essencial da dieta, o qual, quando administrado a um organismo vivo, produz um efeito biológico. Medicamento: é uma preparação química que, em geral, mas não necessariamente, contém um ou mais fármacos, além de excipientes, conservantes, solventes. É administrado com a intenção de produzir determinado efeito terapêutico. Forma farmacêutica: é o estado final que as substâncias ativas apresentam depois de serem submetidas às operações farmacêuticas necessárias, a fim de facilitar a sua administração e obter o maior efeito terapêutico desejado. - É como o medicamento estará disponível para comercialização, podendo ser sólido, líquido, ou em gás. - Comprimido é comprimido sem o revestimento da drágia; não tem tanto problema de partir (quantos miligramas tem em cada porção é um problema) X Drágia tem um revestimento exterior que serve para tirar o gosto ruim do medicamento, impede que ele comece sua metabolização no esôfago e estômago para que sua absorção seja feita no intestino; não se pode partir, pois os lados ficarão expostos X Cápsula é um revestimento de plástico com pó ou grânulos no seu interior. Remédio: é qualquer recurso utilizado para obter cura ou alívio do sofrimento. Placebo: é qualquer substância que seja ministrada a um paciente ou a um enfermo que trate de seu problema de saúde sem que essa substância seja realmente indicada para o seu problema e mesmo assim produz efeitos positivos. Biodisponibilidade: é definido como a velocidade e extensão da absorção do fármaco a partir de uma determinada forma farmacêutica, tornando-se disponível no local de ação. Bioequivalência: é um termo utilizado para avaliar a equivalência biológica esperada in vivo de duas preparações diferentes de um medicamento. Posologia: é a forma de utilizar os medicamentos, ou seja, o número de vezes e a quantidade de medicamento a ser utilizada a cada dia. Droga ou fármaco: podem ser lícito ou ilícito. Usa-se fármaco para evitar a confusão. Fármaco: pode ser terapêutico, paliativo (FPT – fora de possibilidade terapêutica; são quadros mais avançados, de forma que o uso do fármaco é para evitar a evolução da doença, mas sem fim de cura) ou profilático. Juliana Vieira Queiroz Almeida 11 Mecanismos de ação de um fármaco HA A- + H+ BH+ B + H+ - Vemos acima ácidos e bases ionizados e não ionizados. O medicamento tem que passar por um processo simultâneo, sendo a Farmacocinética um processo que envolve a absorção, distribuição, biotransformação e excreção de fármacos e, a farmacodinâmica o que estuda os efeitos fisiológicos bioquímico e mecanismo de ação dos fármacos. Não tem como um medicamento chegar no local de ação sem antes ter passado pelos processos de iniciais até chegar ao local de ação (simultaneamente, ao chegar, ele já começa a ser eliminado pelo fígado e rim, principalmente). O fígado, muitas vezes, muda somente a solubilidade dos medicamentos, de forma que ele continua o mesmo, mas fica fácil de ser excretado nos rins. Nós aprendemos que um fármaco ionizado é hidrossolúvel, e um não ionizado é lipossolúvel. Quando temos um ácido ionizado (A-) é hidrossolúvel, ele é excretado e não tem tendência de ser absorvido. Também pode ocorrer o contrário, alguns fármacos podem estar protonados (HA), sendo lipossolúveis, de forma que são reabsorvidos e voltam para a corrente sanguínea, não sendo excretados. O fígado, tem a função de fazer modificações / transformações na molécula para ela ficar permanentemente hidrossolúvel e assim ser excretado corretamente. - O metabolismo é uma palavra que deve ser evitada, pois parece que todo composto que passa no fígado é metabolizado e se torna inerte, desapareceu no organismo. # Codeína, ela é inerte e precisa ser transformada em morfina, para se tornar ativa. - O acetominofeno pode causar lesão hepática por ser um metabólito hiper-reativo (pois é um composto que liga no hepatócito e causa uma lesão neste, causando hepatite; como se fosse um radical livre). # A biotransformação foi o que gerou o metabólito. Temos que entender que o medicamento não desapareceu, mas as vezes foi biotransformado em uma molécula menos eficaz. # Um metabólito, que não é ativo, pode ser acumulado em alguém com insuficiência renal e pode levar a convulsão. Isso ocorre, pois a excreção não é possível, sendo necessário olhar todos esses fatos antes de recomendar um remédio. Metabolismo de primeira passagem está relacionado com a absorção por meio da veia porta. Um fármaco que se liga a proteínas não consegue ir para o tecido, pois essa não permite que esse sai dos vasos sanguíneos. Isso faz com que o fármaco não passe para o feto (em uma gestante). - Se o fármaco tem 90% de ligação com proteínas, tem uma parte que fica livre, sendo chamado de fármaco livre. Esse pode gerar metabólitos, ser metabolizado pelo fígado e, assim, excretado pelo rim. A proteína serve como uma forma de estoque quando esse se liga muito a ela, do mesmo modo quando esse se liga ao tecido adiposo por exemplo, que também serve como reservatório. # O tempo que esse fármaco vai permanecer no nosso organismo aumenta, assim como sua ação, pois o fármaco no estoque vai ser colocado na circulação aos poucos. # O que pode aumentar a duração do fator de um fármaco: doença renal,de forma que a filtração é diminuída, assim como a retirada do fármaco da circulação, e esse vai ficar mais tempo livre para agir e pode atuar mais em locais inesperados. # A dose do fármaco, a velocidade de depuração, o volume de distribuição e a meia vida do fármaco são o que determinam a ação dele. - Para a maioria dos fármacos, existe uma relação entre os efeitos farmacológicos e a concentração disponível do fármaco no sangue ou no plasma. Juliana Vieira Queiroz Almeida 12 # Vemos no gráfico ao lado que a concentração plasmática aumentou rapidamente no sangue, de forma que a via foi endovenosa. Não queremos que a concentração ultrapasse o nível terapêutico, sendo tóxico e não fique no subótimo. A concentração está caindo devido ao metabolismo do fígado e excreção pelo rim. # Quando o laboratório fala qual a dose a ser tomada de um certo medicamento, essa é feita pelo média da população. Nós sabemos que 95% vão agir conforme o esperado, mas 5% não metabolizam ou não tem absorção igual aos outros, de forma que esse fármaco no indivíduo pode ficar no nível tóxico ou no subótimo. # Um medicamento pode ter mais efeito devido a ação de um outro fármaco, devido a uma interação farmacocinética de ambos, dessa forma um pode levar o outro a ser tóxico ou subótimo. Essa integração pode ser em qualquer um dos processos (absorção, distribuição, metabolismo e/ou excreção). # Se for um antibiótico, deve-se usar uma nova dose para que ele não caia da fase terapêutica para a subótima, pois, caso isso aconteça, esse pode não ter o efeito esperado. Por isso que há remédios que se deve tomar de 12 em 12 horas, ou 8 em 8, pois está relacionada a essas curvas. O medicamento de hipotireoidismo deve ser tomado em jejum, para que não haja a interação com outro fármaco ou alimentos. Dose de ataque: dose inicial para obter um efeito mais rápido. Importância do entendimento dos parâmetros 1. Avaliar criticamente os esquemas de tratamentos propostos. 2. Estabelecer esquemas terapêuticos racionais. 3. Adequar os tratamentos às particularidades de cada paciente. 4. Obter eficácia terapêutica nos melhores prazos. 5. Prever a possibilidade de insucessos ou reações adversas aos tratamentos propostos. 6. Evitar o desenvolvimento de eventos que possam desencadear efeitos tóxicos durante o tratamento. 7. Estar sempre a procura de melhorar a terapia e reduzir os efeitos colaterais. Objetivos dos estudos farmacocinéticos Os estudos farmacocinéticos tentam estabelecer uma relação quantitativa entre dose e efeito. O objetivo terapêutico é promover o efeito farmacológico sem efeito adverso e objetivo clínico é determinar e/ou ajustar a dose. Os 4 parâmetros mais estudados e importantes são: - Biodisponibilidade: fração do fármaco absorvido sem alterar na circulação sistêmica. - Depuração: eficácia do organismo na eliminação dos fármacos da circulação sistêmica. - Volume de distribuição: medida do espaço aparentemente disponível no organismo para conter o fármaco. - Meia vida de eliminação: medida da taxa de remoção do fármaco do organismo. Fatores que podem influenciar fatores Fatores relacionadas ao paciente Fatores relacionados ao estado fisiológico Idade Anemias Sexo Disfunção hepática Tabagismo Doenças renais Consumo de álcool Insuficiência cardíaca Infecção Uso de outros medicamentos Queimaduras Febre Juliana Vieira Queiroz Almeida 13 Momentos da farmacocinética - Absorção É a etapa que compreende a administração do fármaco até sua chegada à circulação sanguínea local. Para isso o fármaco tem que atravessas barreiras biológicas. A permeação de drogas pelas barreiras depende do mecanismo de passagem, do grau de ionização, do coeficiente de partição óleo-água e via de administração. - Quando se usa o medicamento por via sublingual se leva o medicamento diretamente para a circulação sistêmica e se burla o efeito de 1ª passagem (mesmo que parte seja deglutida – o que leva a biodisponibilidade a não ser 100%). Membrana plasmática: composta por bicamada lipídica (hidrofílica-fora, hidrofóbica dentro); desta forma, para passar pela membrana, fluída – moléculas individuais se movem lateralmente –, este deve se lipossolúvel. - Essa apresenta proteínas, que são alvos de fármacos; é relativamente impermeável às moléculas polares. - Devemos pensar na camada no momento de absorção, pois, LEMBRANDO, o medicamento não tem que ir para a célula para fazer efeito. Barreira hematoencefálica: é uma estrutura de permeabilidade altamente seletiva (fármaco não pode ser grande e não pode estar ionizado – lipossolúvel) que protege o SNC de substâncias presentes no sangue e sendo essencial para a função metabólica normal do cérebro. - É composta de células endoteliais, estreitamente unidas, astrócitos, periquitos e diversas proteínas, isso é uma proteção muito eficiente. - A DOPA, que se dá por via oral, consegue ser absorvida pelo sistema hematoencefálico, e chega ao SNC, atuando neste. - Cerca de 98% dos medicamentos em potencial não ultrapassam essa barreira, sendo esse um dos principais desafios na terapêutica de SNC. Barreira placentária: alguns transportadores placentários podem transportar moléculas grandes para dentro da placenta. Outras transportadores podem aumentar a eliminação de fármacos da circulação placentária. - Heparina não fracionada (ionizada) é importante para trata TVP na gestante, pois não chega ao feto devido sua ionização e seu alto peso molecular. Ela causaria sangramento no feto. - Além disso, há maior taxa de filtração glomerular pelas grávidas pelo próprio corpo, pois ela excreta mais facilmente qualquer fármaco. - O tamanho do fármaco também influencia sua entrada na placenta: peso molecular entre 250 e 500, atravessam facilmente; peso molecular entre 500 e 1000, atravessam lentamente; peso molecular acima de 1000, muita dificuldade para atravessar. Juliana Vieira Queiroz Almeida 14 Mecanismos para transporte através da membrana - Mecanismos de passagem: # Difusão passiva: obedecendo um gradiente de difusão. # Difusão por poros: obedecendo um gradiente de difusão. Exemplo: aquaporinas. # Difusão Facilitada: obedecendo um gradiente de difusão. Carreador aumenta a velocidade de transporte. # Transporte ativo: contra o gradiente de difusão. Exemplo: transportador glicoproteína-P. Lei da Difusão – Fick: Ele matematicamente conseguiu colocar a facilidade ou dificuldade de um fármaco em atravessar uma membrana. C1: concentração de um lado. C2: concentração do outro lado. Coeficiente de permeabilidade: ionizado ou não Area: área de exposição do fármaco (maior a área, mais ele é absorvido). Thickness: espessura (quando maior a espessura, mais difícil) No edema agudo de pulmão a espessura da membrana alveolo-capilar aumenta, de forma que é mais difícil a troca gasosa. Hidrossoolubilidade e lipossolubilidade OBS: Quando a base fica protonada, ela se encontra hidrossolúvel. Exemplo 1: Fármaco (ácido fraco) no estômago log (HÁ / A-) = pkA – Ph → log (HÁ / A-) = 3,4 – 1,4 → log (HÁ / A-) = 2 → eleva o 10 ao número achado, no caso o número 2 → log = 100. 100 partes desse ácido estará na forma protonada ou hidrossolúvel. Exemplo 2: Fármaco (ácido fraco) no intestino log (HÁ / A-) = 3,4 – 7,4 → log (HÁ / A-) = -4 → log = 10-4 → 10 mil partes estão ionizadas, hidrossolúveis, para uma parte lipossolúvel → não é interessante, mas como o intestino tem maior área para absorção, compensa (microvilosidade), sendo que lá ele é mais absorvido do que no estômago.. Se um ácido fraco chegar na forma lipossolúvel no rim, ele será reabsorvido. Se alguém tomou uma alta dose de um medicamento que é muito excretado na urina, tem que reduzir a parte dele lipossolúvel, de forma que deve fazê-lo ficar hidrossolúvel.- Se ele se intoxicou com um ácido fraco: Ao se dar uma base fraca para ele, quando essa chega no rim, ela pega o H+ e fica ionizada, de forma que diminui o hidrogênio e a reação vai formar A- → permite que o medicamento seja excretado. Compartimentos corporais e o pH Olhando o gráfico ao lado: a acidificação da urina acelera a eliminação de bases fracas e retarda a de ácidos fracos. A alcalinização da urina tem o efeito oposto, reduzindo a eliminação de bases fracas e aumenta a de ácidos fracos. Aspirina: ela age para ambos os lados. A insulina não pode ser tomada por via oral, pois seria totalmente degradada. Juliana Vieira Queiroz Almeida 15 Vias de administração Sublingual: absorção de fármacos por debaixo da língua. - Not swallowed: direct absorption into the systemic venous circulation, bypassing the hepatic portal circuit and first-pass metabolism. Oral: absorção de fármacos no estômago e intestino. - Swallowed: offers maximal convenience, absorption is often slower. Subject to the first- pass effect, in which a significant amount of the agent is metabolized in the gut wall, portal circulation, and liver before it reaches the systemic circulation. Retal: absorção de fármacos pelo intestino grosso. - Suppository: the rectal route offers partial avoidance of the first-pass effect. Larger amounts of drug and drugs with unpleasant tastes are better administered rectally than by the buccal or sublingual routes. Transdérmica: absorção de fármacos pela pele. Inalatória: absorção de fármacos pelos pulmões. - Offers delivery closest to respiratory tissues. Usually very rapid absorption. Subcutânea: a medicação é introduzida na região subcutânea (hipoderme). - Slower absorption than the intramuscular route. First-pass metabolism is avoided. Intravenosa: a medicação é introduzida diretamente na corrente sanguínea. - Instantaneous and complete absorption (bioavailability is 100%). Potentially more dangerous. Intramuscular: a medicação é introduzida diretamente no músculo. - Often faster and more complete (higher bioavailability) than with oral administration. Large volumes may be given if the drug is not too irritating. First-pass metabolism is avoided. Intratecal: administrado no espaço sub-aracnoide através de punção lombar (anestésico e antibióticos). Juliana Vieira Queiroz Almeida 16 Diferenças na absorção de fármacos Vemos que a intramuscular (Bd sempre abaixo de 100%) temos um pico mais precoce do que as outras vias, exceto a intravenosa (Bd de 100%), sendo que a oral pode chegar até 5%. A maioria dos medicamentos o pico da concentração vai demorar mais pela vida oral, mas ela vai manter sua concentração por mais tempo (é como costuma ser avaliado a biodisponibilidade). Fatores que alteram a absorção Concentração (dosagem), de forma diretamente proporcional; forma farmacêutica, sendo a líquida de maior absorção do que a sólida; a área de absorção, de forma diretamente proporcional; circulação local, sendo quanto maior a circulação local maior a absorção; e de acordo com condições patológicas, sendo que quando há inflamação se tem maior absorção, e quando há inchaço, menor é o inchaço. Fatores que alteram a velocidade de absorção Tempo de esvaziamento gástrico, de forma inversamente proporcional; motilidade intestinal, inversamente proporcional; a presença (menor absorção) ou ausência (maior absorção) de alimento; e metabolismo entérico, que quando presente leva a menor absorção, e quando ausente a maior absorção. Interação farmacocinética – Absorção É quando fármacos que interagem na própria formulação farmacêutica inativando algum princípio ativo: - Penicilina + leite → cálcio pode prejudicar a absorção do medicamento. - Turvação e precipitação: anfotericina B + soro fisiológico → nesse caso se perde a propriedade de 100% da biodisponibilidade do fármaco ao coloca-lo no soro pela interação. - Reações de precipitação: Tetraciclina + cátions (ca+2) e tetraciclina + sais de alumínio ou magnésio. - Adsorção (ligar / quelar): carvão ativado + alcaloides. - Reações de oxi-redução: vitamina c + sulfato ferroso (+). - Alteração de ph: antiácidos + aine, barbitúricos (redução); antiácidos + anfetaminas, efedrina e quinidina (aumento). - Neutralização (tampões): ácidos fracos + bases fracas. - Formação de substâncias insolúveis: tetraciclina + alumínio, cálcio, magnésio, bismuto, ferro e zinco; Warfarina, digoxina + colestiramina. - Alteração da motilidade gastrointestinal: Atropina + opioides (diminuem); Metoclopramida + eritromicina (aumentam). Biodisponibilidade É a quantidade de fármaco que alcança a circulação sistêmica / quantidade de fármaco administrado. Sendo que esse considera a absorção e o efeito de primeira passagem, que podem diminuir a biodisponibilidade do medicamento. Os fatores que alteram a biodisponibilidade dos fármacos: 1. Pequena solubilidade do fármaco → absorção incompleta ou metabolismo. Juliana Vieira Queiroz Almeida 17 2. Absorção incompleta no TGI 3. Metabolismo nos enterócitos 4. Metabolismo hepáticos (conhecido como efeito de primeira passagem). O de inalação, não deveria ser absorvido, pelo menos é o que não se queria, pois, o broncodilatador seria mais conveniente se não fosse para a corrente sanguínea. A excreção biliar também diminui a biodisponibilidade do medicamento. O fármaco também pode ser metabolizado na parede intestinal, no sangue do sistema porta e no fígado, que é o mais comum. Biodisponibilidade (F) = [sérica (cp)] / tempo (h) O metabolismo hepático diminui a biodisponibilidade, como vemos ao lado, pois leva uma parte do fármaco a ser metabolizado e a outra a ser excretado. Momentos da farmacocinética - Depuração Descreve a eficiência da eliminação irreversível de uma droga da circulação sistêmica. É um parâmetro independente e o mais importante a ser conhecido para qualquer droga. - Depuração é a retirada do fármaco do organismo. - Ao falar que a depuração de um fármaco é de 1L/hora, é que a cada uma hora e Litro do fármaco é eliminado do órgão. Determina o esquema de manutenção da dose necessária para atingir a concentração plasmática desejada no estado de equilíbrio. - Dosagem de manutenção (mg/h) = concentração desejada (mg/L) x depuração (L/h). # É a forma de saber como fazer a dosagem de medicamento para cada paciente. Foi mais explicado para a frente. Mas já deve-se saber que se a concentração dada não foi suficiente, não há efeito. Se ela foi mais do que o suficiente, pode haver toxicidade. - CL (volume do sangue que é completamente depurado da droga por unidade de tempo (ml/min ou L/h) = taxa de eliminação por C. A depuração é feita por dois órgãos principalmente, o fígado e o rim, que agem na biotransformação e na excreção. - Fígado: biotransformação com enzimas capazes de reduzir, oxidar, hidrolisar ou conjugar compostos. - Rins: excreção dos fármacos e seus metabólitos – sendo que fármacos excretados na bile e eliminados nas fezes. Elimina grande maioria dos fármacos. # Um medicamento eliminado pelo rim in natura não passa pelo fígado. # Na urina o fármaco só é excretado se for hidrossolúvel. O lipossolúvel é reabsorvido. Um paciente com deficiência renal que toma um fármaco que depende do rim em 5%. Ele pode tomar esse? Primeiro ele tem que saber se o produto da biotransformador é eliminado somente pelo rim, ou é excretado pelo fígado ou também pela bile. Deve-se pensar se o acúmulo do produto é tóxico ou não, de forma que é aceitável, ou não. - Os dois sistemas não são totalmente independentes, de forma que eles agem juntos. - Epiridinina → acúmulo de normaepiridina → acúmulo desta. Os pulmões eliminam agentes voláteis ou gasosos e no sistema biliar pode acontecer do que está sendo excretadopela bile através dos rins seja reabsorvido. Para se avaliar a depuração do indivíduo deve ser feito pela creatinina. - Deve-se pegar urina do indivíduo por 24h e avaliar sua creatinina (bom indicador quantitativo útil da função renal por não sofrer secreção ativa e nem reabsorção). Juliana Vieira Queiroz Almeida 18 - Importante pois muitos fármacos devem ter sua dosagem corrigida pelo clearance de creatinina. Quando não se pede, sabemos que a excreção renal não é importante, e mesmo se for, neste caso o produto / metabólito do fármaco não é ativo e não é tóxico. - O clearance com o envelhecimento diminui. Assim, ao administrar um fármaco em uma pessoa mais idosa tem que se ajustar a dose, para não atingir a dose tóxica neste paciente. - Por que de 8 em 8 horas deve-se dar uma nova dose de um medicamento? Para repor a depuração → O estado de equilíbrio (steady state) ocorre quando a taxa de administração do fármaco é igual à taxa de eliminação. # O estado de equilíbrio é fornecer um novo medicamento antes do nível deste chegar ao subterapêutico. Se você tomar o medicamento de forma inadequada, a dose dele vai ficar “flutuante” no nível subterapêutico, não no terapêutico. Por isso deve-se tomar os remédios nos horários corretos. Alguns pacientes acham que tem alergia (dá pápulas, corticárias, por causa da liberação de histamina) a algum medicamento por ter coceira, por exemplo. Mas isso não costuma ser alergia, mas sim efeito colateral. - Clearance total ou depuração é o CL sistêmica = CL renal + CL hepático + CL outros (biliar, por exemplo). # Não tem como o fármaco ser filtrado se ele tem grande peso molecular ou se ele estiver junto a uma proteína. Excreção - Renal: A eliminação de fármacos pelos rins é mais bem quantificada pela depuração renal, definida como o volume de plasma que contém a quantidade da substância removida pelos rins na unidade de tempo. # Ela é calculada a partir da CLr concentração plasmática, Cp, da concentração urinária, Cu, e da velocidade do fluxo urinário, Vu. # Relembrando: Cinética de primeira ordem é quando uma proporção ou fração constante é retirada do organismo, enquanto o de ordem zero tende a se acumular. # A depuração da creatinina é um indicador quantitativo útil da função renal (não sofre secreção ativa e nem reabsorção). # Glomerular (20%): Depende da ligação a proteínas plasmáticas. # Tubular (80%): Há a secreção tubular de Tcp – transportadores de drogas ácidas/bases orgânicas – e difusão de drogas polares e apolares, que é diferente. Probenicina x penicilina (faz parte da secreção tubular) → antigamente essas eram associadas, pois ambas são secretadas no tubo renal pelo transportador chamado de PCP, de forma que elas competem → com isso, a penicilina não possui uma alta taxa de excreção, de forma que há uma maior concentração desta no sangue, aumentando o risco de toxicidade, mas também permitindo ação mais eficiente desta. - Entero-biliar: Glicoproteína P → transporta substâncias hidrofílicas que estão no hepatócito para a bile, que cai na corrente sanguínea, de forma que vai para o intestino e sofre hidrólise glicuronídeo. # Na circulação enterro-hepática circula-se cerca de 20% da quantidade do fármaco. Momentos da farmacocinética – Distribuição Após alcançar a circulação sistêmica, a passagem do fármaco ou sua captação por qualquer tecido dependem de vários fatores propriedades físico-química, tamanho molecular, solubilidade e tamanho do tecido e fluxo sanguíneo tecidual. - Pouco fármaco chega a gordura pois a circulação no tecido adiposo é muito pequena. Por isso pode-se distribuir os tecidos em grande, média e baixa perfusão (Cartilagens, ossos e, principalmente, gordura). - O que acontece com o fármaco que é ionizado mais distribui bem na água? Ele consegue ir do vaso para o interstício, mas não consegue entrar na célula, de forma que sua distribuição é apenas no meio extracelular. - Como a célula vai fornecendo fármaco para o sangue ele limita a redução rápida para 80%, sendo isso chamado volume de distribuição. Pois, quanto mais ele se distribuir, mais tempo ele deve permanecer no organismo. A transferência da droga de um compartimento para o outro segue regras da cinética – que está relacionada com velocidade de transferência. Juliana Vieira Queiroz Almeida 19 A maioria dos fármacos segue a cinética de 1ª ordem, ou seja, a velocidade com que o fármaco sai de um compartimento do organismo é proporcional a sua concentração; nesse o metabolismo hepático e a secreção tubular são os fenômenos importantes para esse tipo de eliminação. Alguns fármacos, entretanto, seguem uma ordem zero, começam a saturar, de forma que se você aumentar a concentração do fármaco esse não é eliminado proporcionalmente, havendo o acúmulo; é saturável (dependente de enzimas metabólicas e/ou transportadores) e depende da dose ou da concentração do fármaco. - Existe um processo de ordem zero nas concentrações mais elevadas e um processo de 1ª ordem nas concentrações menos elevadas. - Exemplo: um fármaco de 1ª ordem (tem uma fração constante de depuração – é um sistema não saturável – podemos ver um gráfico correspondente a esse ao lado) e outro de ordem zero (caracteristicamente tem uma taxa ou uma quantidade constante de biotransformação e/ou depuração). Vamos supor que ambos foram dados em 100ml para o paciente e se sabe que o de ordem zero se tem depuração máxima de 50ml por hora e o de 1ª ordem metaboliza 50% do que tem no corpo por hora. No tempo de uma hora, se tem 50mg do fármaco de ordem zero e no de 1ª 50 mg, sendo que ambos estão na fase inicial. Depois de 1h se deu mais 100 mg de cada medicamento. Nesta segunda hora o paciente tem 100mg de ordem zero, pois os outros 50 foram biotransformados, e 175mg do de 1ª ordem, pois metade de 50 é 25mg, e metade de 100 é 50mg. - No gráfico da cinética de ondem zero, ao lado, vemos que ela chega ao teto, de forma que há saturação nesse sistema. Sendo que, na fase restrita pelo pontilhado, ela ainda respeita a cinética de 1ª ordem (ainda segue uma proporcionalidade). # Neste vemos a ação de uma enzima, que pode ter ação dependente do substrato. # Não há uma constante, de forma que não o aumento de forma proporcional; a meia vida não pode ser calculada por ser variável. - No gráfico ao lado vemos um medicamento aplicado pela via venosa e a queda do gráfico devido a depuração da substância. Para explicar esse gráfico podemos pensar na imagem à direita inferior ao gráfico na qual temos dois copos no qual pingamos um fármaco. Em um momento a concentração plasmática vai parar de crescer, pelo fenômeno de distribuição – que distribui no início e depois fica constante – (representado na figura A). Na figura B vemos a concentração plasmática sempre caindo devido a fase ser de eliminação, no qual vemos uma eliminação constante do fármaco, independente do fato de estar adicionando fármaco ao copo. Por que um fármaco mesmo sendo extremamente lipossolúvel demora para aumentar sua concentração no tecido adiposo? - Por ele ser pouco vascularizado. Vemos que a concentração nos tecidos tende a ter um pico e depois caem um pouco – nem sempre cai totalmente devido a um estoque feito pelo tecido –. A quantidade no sangue sempre tende a cair, pois é ele que distribui o sangue, sempre perdendo o fármaco presente nele. - O tecido adiposo e o músculo sempre tende a estocar o medicamento, e ao chegar em alguns tecidos, devido a uma ampla distribuição, pode haver sonolência, por exemplo, quando os tecidos de estoque emitirem esse com o tempo. Mas, caso o fármaco seja rapidamente metabolizado, a sonolência não ocorrerá, pois a metabolização será rápida. Juliana Vieira Queiroz Almeida 20 Volume de distribuição Fármacos que distribuem muito, para vários tecidos, tendem a ter uma concentração baixano sangue. Isso não está relacionado a potência ou eficácia dele, só se sabe que a taxa de concentração / faixa terapêutica dele para sua ação é um pouco mais baixa. - Deve-se saber quanto foi dado e quanto permaneceu no sangue para calcular o volume de distribuição. O padrão do equilíbrio de distribuição de um fármaco entre os diversos compartimentos depende do(a): # Permeabilidade através das barreiras teciduais. # Ligação dentre dos compartimentos. # Partição pelo pH. # Partição óleo;água. - O maior determinante é a relativa força de ligação dos fármacos aos componentes teciduais comparado com as proteínas plasmáticas. Observando a imagem ao lado vemos que o primeiro tem mais concentração no sangue, distribuindo menos. O segundo, passa um pouco para o interstício, sendo que o segundo distribui mais. Analisando o terceiro, vemos que além do interstício ele vai para a célula, tendo uma concentração menor ainda no sangue. Ou seja, fármacos que distribuem muito tem baixa concentração no sangue. - Isso se trata da farmacocinética. Para entendermos o volume de distribuição vamos pensar em 3 casos em que demos a mesma dose e que se chegou da mesma forma ao organismo (ignorando a biodisponibilidade, ou seja, igualando todas – dá pra calcular, mas necessitaria de vários parâmetros). - VD = Dose (mg) / [no sangue] (L) → resposta deve ser em litros ou mls. A: 100mg foram oferecidos → 1mg/L → VD = 100mg / 1mg/L → VD = 100 L. B: 100mg foram oferecidos → 5mg/L → VD = 100mg / 5mg/L → VD = 20 L. C: 100mg foram oferecidos → 10mg/L → VD = 100mg / 10 mg/L → VD = 10 L. O indivíduo A teve maior volume de distribuição, de forma que ficou menor concentração no sangue dele. Um indivíduo com 60kg, tem 60% do peso é composto de água no corpo, dando cerca de 36L de sangue. Desses 36L, 24 Litros (40% do peso) ficam no vaso, 9 Litros (15%) no interstício e 3 Litros (5%) na célula. Somente 12 serão eficazes. - Volume aparente de distribuição: é o volume que teoricamente o fármaco deveria estar distribuído, pois para se calcular o volume de distribuição deve-se saber o quanto foi dado (d0se) e o quanto ficou no sangue. Fármacos com grande volume de distribuição tem menor concentração no sangue, fármaco com pequeno volume de distribuição tem maior concentração no sangue. Drogas hidrossolúveis, volume de distribuição baixo, lipossolúveis, volume de distribuição alto. - Fármacos com grande volume de distribuição tendem a durar mais, mas devemos olhar também a depuração, para que isso não seja contrabalanceado. Família chega ao pronto socorro com indivíduo que tomou muito medicamento. Foi medida a concentração do fármaco nele e a dose no sangue foi de 400mcg/ml. A fórmula é VD = dose / [no sangue]. Sabemos que o volume de distribuição é de 20L (se pega na internet ou nos livros). Foi achado 400.000mcg/1L, abaixo, de forma que a concentração no sangue foi de 400mg/L. - 1mg é igual a 1000 mcg → ou seja, 400.000mcg equivale a 400mg. Essa foi a concentração sanguínea encontrada. Juliana Vieira Queiroz Almeida 21 - Vamos novamente a fórmula, sendo VD igual a 20L, não sabendo a dose e considerando a concentração no sangue de 400mg → 20L = x / 400mg/L → x = 8000mg → x = 8 g. A resposta é que a dose foi de 8 gramas. Essa seria a resposta se não houvesse depuração do medicamento, mas se sabemos a meia vida do medicamento, devemos achar o valor real do caso. Se a depuração fosse zero ou desprezível, a resposta estaria correta. - Se um fármaco distribui em 10 L, ele distribui no volume extracelular; aquele que tem 20L distribui nas células, e aquele com 40L pega todo o compartimento quando paramos para pensar na distribuição da água pelo corpo de acordo com um indivíduo de 60Kg. Há uma coisa chamada de Volume Aparente de Distribuição. - Um fármaco captado em grande quantidade pelo músculo e gordura será em grande parte removido pela circulação no estado de equilíbrio. - Estes tecidos precisam estar saturados para que os níveis plasmáticos aumentem a ponto de afetar o órgão-alvo. - Fármacos de igual potência: aquele com maior distribuição necessitará de dose inicial maior para estabelecer uma concentração plasmática terapêutica. O que acontece com ligação proteica? - Vemos ao lado o fármaco A ligado a albumina, e o B não ligado. Vemos que o fármaco livre consegue sair do vaso, mas também está mais susceptível a depuração, sobrando menos fármaco agir devido a sua rápida depuração. O fármaco que liga muita, e demora mais para sair do vaso, tem menor volume de distribuição e fica mais tempo no espaço vascular e depura menos. # Se o fármaco B tiver algum competidor para ligar no mesmo sítio na proteína, ele fica mais tempo na corrente sanguínea, mas ao mesmo tempo sua depuração é maior, de forma que compensa. Ou seja, as proteínas plasmáticas é apenas uma das numerosas variáveis que determina a ação do fármaco. # Se o fármaco B tiver sua concentração aumentada ele agirá mais, pois haverá mais quantidade dele disponível. Da mesma forma que haverá mais efeito terapêutico haverá maior depuração, de forma que provavelmente não atingirá toxicidade nunca (a não ser se o paciente tiver lesão renal). Modelo de múltiplos compartimentos - A cinética aqui é biexponencial. Assemelha-se mais a situação real. Este acréscimo de compartimento só afeta a evolução temporal prevista da ação da substância e não o estado de equilíbrio dinâmico. - Meia vida Alfa: relacionado a distribuição, sendo presente na fase rápida. - Meia vida Beta: relacionado a eliminação, sendo ele parte da fase lenta. # Se quer saber quanto tempo leva para o fármaco ser reduzido em 50%. - Pensando no caso anteriormente citado, com VD de 20, dose de 8g e concentração de 400mg/L. Se sabemos que a meia vida Beta é de 8h, e a paciente tomou a paciente a exatas 8h, sabemos que a [no sangue] é metade do que foi achado. Podemos concluir que a dose tomada pela paciente foi de 16g. Cinética de saturação Fármacos com cinética de saturação são aqueles que tem cinética de ordem zero. No caso de alguns fármacos, incluindo etanol, fenitoína e salicilato, o tempo de desaparecimento do fármaco do plasma não segue os padrões exponenciais, mas lineares. - Nestes casos, o fármaco é removido a uma taxa constante (imagem ao lado), que é independente da concentração plasmática devido a seu Juliana Vieira Queiroz Almeida 22 metabolismo por enzimas depender de um substrato limitado. Nosso organismo tem enzimas limitadas, de forma que por isso há um limite na depuração destas e há maior chance de se atingir a saturação. Vemos na imagem um medicamento de cinética normal, de forma que o medicamento se encontra constante após cerca de 4 a 5 meia vidas. - Se o medicamento fica constante após 4 dias, a meia vida dele é de 1 dia. - Todos na cinética normal se encontram constantes, mas que a dose em alguns casos não está sendo suficiente (a depuração/o clearance está alta ou a biodisponibilidade está baixa), no caso do remédio mais alto, aquela dose está alta (tem baixa depuração ou biodisponibilidade alta). O terceiro medicamento, de baixo para cima, está perto da saturação. - Ao olharmos o gráfico de “cinética de saturação”, vemos que os fármacos nessa tem maior tendência a saturar. Meia-vida de eliminação É o tempo necessário para que as concentrações plasmáticas ou a quantidade do Fármaco presente no organismo sejam reduzidas a 50 %. Por ser constante só pode ser calculado em fármacos de cinética de primeira ordem (pois o de ordem zero varia com a quantidade de medicamento administrada, de forma que a meia vida destes é inconstante). Para calcularmos o Tempo de meia vida = VD x 0,7 (constante de eliminação – faz parte da fórmula). Cl Fármacos com baixo volume de distribuição tendem a ter baixa meia vida. Fármacos comgrande clearance tendem a ter meia vida baixa. Meia vida alfa: tempo que gasta para distribuição de metade do fármaco. Meia vida beta: tempo que gasta para depuração de metade do fármaco. Concentração no Estado de Equilíbrio Basta usar a lógica. Quanto maior a disponibilidade do fármaco, maior a concentração do fármaco. Quanto maior a dose, maior a concentração no estado de equilíbrio. - É um bom indicador do tempo necessário para chegar à concentração do Fármaco no estado de equilíbrio (C) após um esquema posológico ter sido iniciado ou modificado. - O intervalo da dosagem: se você diminuir o tempo de tomar um medicamento, com certeza aumentará a concentração no estado de equilíbrio. Indivíduo com infecção grave, que pode ter uma septicemia. Um remédio oral pode não agir de forma rápida, a tempo, de melhorar o paciente. Se sabemos que o medicamento tem meia vida beta de 8h, sabemos que o fármaco só atinge o equilíbrio em 32 a 40h (depois de 4 ou 5 meia-vidas), de forma que se deve ou diminuir o intervalo ou aumentar a dose. Se o paciente não tem esse tempo, se dá uma dose de ataque, no qual se dá o medicamento por via venosa (aumentando a biodisponibilidade e, consequentemente aumentasse o estado de equilíbrio) e já na dose desejada para alcançar, rapidamente a concentração efetiva. - Só se pode mudar o medicamento aos poucos, para não perder o estado de equilíbrio. De forma que, em algum momento o indivíduo tomará o medicamento por via oral e venosa (vai diminuindo aos poucos). Juliana Vieira Queiroz Almeida 23 Os fármacos são geralmente administrados em doses repetidas, em vez de injeções únicas ou infusão constante, pois assim há menos variações, de forma que se burla a biodisponibilidade e se compensa, constantemente, a depuração do medicamento. Ou seja, quanto menores e mais frequentes forem as doses, mais essa situação se aproximará da observada com uma infusão contínua, e menores serão as oscilações na concentração. Dose de ataque: para calcular essa se pena na concentração desejada no sangue e na VD. - Ela tem que vencer a distribuição e a depuração do fármaco no primeiro momento. Depois de um tempo ela é introduzida somente para manter a depuração do medicamento. - Ao lado vemos uma dose de ataque por via venosa, de forma que a concentração se aumenta rapidamente já estando na concentração efetiva para solução do problema (e se continua fazendo infusão contínua, para diminuir as oscilações); e um medicamento introduzido, provavelmente, por via oral, de forma que se demora para chegar na concentração efetiva (4 ou 5 meia-vidas). Dose de manutenção; é a depuração X a concentração no estado de equilíbrio. Vemos no gráfico ao lado um resumo das situações. O primeiro gráfico mostra que não teve dose de ataque, sendo que no segundo houve, encurtando o tempo para atingir o equilíbrio. No segundo vimos que não houve dose de ataque, mas o clearance pode estar prejudicada, a biodisponibilidade pode estar alta, o intervalo foi curto e a depuração está baixa. O quarto mostra que não houve dose de ataque, de forma que o paciente pode não ter tomado o medicamento em jejum, pode estar com clearance alto, biodisponibilidade baixa, grande intervalo de tempo e depuração alta, o contrário do gráfico C. Pensando em Fatores que afetam a meia-vida dos fármacos... - Se se toma medicamentos como um antidepressivo que inibe o metabolismo, o clearance diminui e a meia vida aumenta, de forma que se deve ou espaçar mais as doses ou dar doses menores. - Se alguém tem insuficiência hepática, a perfusão hepática diminui, de forma que a depuração diminui e a meia vida do medicamento aumenta. - Alguém com edema, medicamentos hidrossolúveis tem sua distribuição prejudicada. - Com a idade, há queda da taxa muscular e maior taxa de gordura corporal, de forma que as vezes será melhor usar medicamento lipossolúvel no lugar de um hidrossolúvel. Biotransformação O fígado é o principal órgão que faz essa, mas não age sozinho. Juliana Vieira Queiroz Almeida 24 - A biotransformação é feita pelo nosso organismo não por conta dos fármacos (que, em sua maioria vem de produtos naturais), mas sim por defesa a xenobióticos (de qualquer coisa presente no ambiente, o que comemos, o que respiramos, entre outros). Um metabólito reativo é um que reage com proteínas presentes nas membranas plasmáticas, por exemplo, que podem causar destruição de células. Logo, a biotransformação pode ser deletéria e nem sempre benéfica → Por isso devemos evitar tomar sempre medicamentos, esse pode ser reativo e lesar assim o organismo. O que devemos saber... Nem sempre o produto da biotransformação é inativo, ele pode ser ativo. O pró-fármaco é inativo e precisa do fígado para ser ativo. Um medicamento que estimula a biotransformação, de forma crônica, transformando codeína em morfina. Se tomar um que inibe essa, tomar codeína é como tomar água; isso pode ser por inibição enzimática ou por ter uma mudança no citocromo que faz a conversão de codeína em morfina. Os fármacos hidrossolúveis são excretados na urina e na bile. De forma que ele consegue ser filtrado no rim e excretado por ele, de forma que eles nem sempre passam no fígado, e esse não é tão responsável. O fígado transforma o fármaco lipossolúvel em hidrossolúvel, sendo responsável por esses. Fármaco indutor enzimático e inibidor enzimático: podem induzir ou inibir outro fármaco. Para saber o que ele faz deve-se saber o produto deste. - Exemplo: se toma o fármaco A que tem um metabólito inativo. E se toma cronicamente o fármaco B que é indutor de enzimas (de forma que o fígado acelera a biotransformação). O B vai acelerar a transformação do fármaco A em um metabólito inativo, de forma que o clearance está aumentado e a concentração do fármaco diminui → o fármaco B está na faixa subterapêutica. # Se o fármaco A for reativo, ele vai ser acelerado pelo indutor (B), podendo ser acumulado e causar eventualmente uma toxicidade. Nem sempre devemos pensar somente no que o indutor enzimático vai fazer, mas se ele produz um tipo de metabólito tóxico. # Se o fármaco B for inibidor do metabolismo e a A deveria transformar a codeína em morfina, não haverá tanta formação de morfina, assim, muitas vezes o paciente não vai sofrer feito. Se o B for um indutor, haverá uma formação acelerada de morfina, de forma que pode gerar o acúmulo, levando a uma depressão respiratória, por exemplo. - Devemos saber se o medicamento usado sofre indução ou inibição de outros medicamentos. Biotransformação Um fármaco ativo pode ser convertido em fármaco inativo. Um fármaco ativo pode ser convertido em um metabólito ativo ou tóxico. Um pró-fármaco inativo pode ser convertido em fármaco ativo. Um fármaco não-excretável pode ser convertido em metabólito passível de excreção (por exemplo, aumentando a depuração renal ou biliar). - Um fármaco não-excretável é um fármaco lipossolúvel. O fígado é o principal órgão de biotransformação de medicamentos, embora algumas drogas sejam biotransformadas no plasma, intestino (como o salbutamol que é biotransformado no intestino) ou outro órgão. Atualmente, tem sido criticados por alguns autores as palavras metabolismo, metabolizado, e metabolização, referindo que devem ser substituídas por biotransformação e biotransformado. A biotransformação (metabolismo) das drogas que ocorre no fígado envolve dois tipos de reações bioquímicas, conhecidos como reações de fase I e de fase II (ou metabolismo I, e, metabolismo II). Juliana Vieira Queiroz Almeida 25 Frequentemente, elas ocorrem em sequência, mas, não invariavelmente, e, consistem em reações enzimáticas que normalmente acontecem no fígado. - Pode acontecer primeiro a fase II ou só a fase II, por exemplo. A biotransformação realizada pelo fígado é menos importante para as drogas polares (ionizadas),tendo em vista que estas atravessam mais lentamente (pois ela é excretada pela Bile ou pelos rins) a membrana plasmática do hepatócito do que as não polares. Assim, as drogas polares são excretadas em maior proporção pela urina, de forma inalterada. Enquanto os fármacos lipossolúveis (ou lipofílicos ou não polares) não são excretados de modo eficiente pelo rim, pois, a maioria é reabsorvida pelo túbulo distal voltando à circulação sistêmica (o fígado vai pegar o lipo e tentar transformá-lo em hidro, mas nesse processo pode formar um metabólito reativo, e até ser eliminado ele pode causar dano ao paciente). - Quando o fármaco é excretado in natura deve-se ter cuidado com a eliminação renal, pois ele não sofre biotransformação, não passa pelo fígado. Se o paciente tiver problema renal, o fármaco pode não ser excretado. As reações de fase I consistem principalmente em oxidação, redução ou hidrólise, e, os produtos, com frequência, são mais reativos quimicamente, entretanto, essas reações químicas podem resultar na inativação de um fármaco. Após as reações da Fase I, alguns medicamentos também podem se tornar mais tóxicos ou carcinogênicos do que a droga original. Muitas enzimas hepáticas participam da biotransformação das drogas da fase I, incluindo o sistema citocromo P-450 (oxidases de função mista) que tem importância fundamental. Se o metabólito (produto resultante do metabolismo) não for facilmente excretado ocorre a reação da II fase (fase de conjugação) subsequente. O sistema citocromo P-450 contém um grupo de isoenzimas contendo ferro que ativa o oxigênio molecular em uma forma capaz de interagir com substratos orgânicos, e, assim, cataliza uma quantidade diversificada de reações oxidativas envolvidas na biotransformação do medicamento que sofre redução e oxidação durante o seu ciclo catalítico. - Todos os vistos ao lado são reações de fase I. - CYP3A4/5 E CYP2D6: 75% do metabolismo. A CYP3A4 e CYP3A5: 50% metabolismo. O problema em uma delas interfere muito no organismo. A Fase 2, são reações de conjugação. - Nessas reações, um fármaco (representado por D na imagem ao lado), ou metabólitos desse fármaco (representados por D-OH e D-NH2) são conjugados a um componente endógeno. O ácido glicurônico, um açúcar, é o grupo mais comum que é conjugado a fármacos, porém as conjugações com acetato, glicina, sulfato, glutationa e grupos metila também são comuns. A adição de um desses componentes toma o metabólito do fármaco mais hidrofílico e, com frequência, aumenta a excreção do fármaco. A Metilação é uma exceção importante, visto que não aumenta a hidrofilicidade dos fármacos. Os mecanismos de transporte também desempenham um importante papel na eliminação de fármacos e seus metabólitos. Juliana Vieira Queiroz Almeida 26 - Ao lado vemos drogas com ação da fase II. A indução enzimática pode aumentar a síntese de proteínas, e ao se falar desse de pensa no citocromo P450. Losartana com o terapamil (antagonista de canal de cálcio) → o segundo leva ao acúmulo de losartana, de forma que ele pode fazer mais seu efeito de hipotensão. Se usar a fenitoína com o losartan → o primeiro vai aumentar a ação do losartan. Pensando no acetominofeno é metabolizado pela subforma 2E1 do p450, se temos o dissulfiran que diminui a ação do paracetamol, e ao se tomar o etanol o que ocorre é o seguinte. - A fase II ocorre assim que tomamos o acetominofeno. Se essa reação não é suficiente, se passa para a reação de fase II, que é a subtipo, que leva a produção a um produto reativo (N-acetil-benzoquinonemina). Nosso organismo tem uma reação de defesa que leva a formação de ácido mercapturato pela glutationa – GSH –. Quando há muita produção do produto reativo e organismo não consegue se defender. Como esse é hepato-tóxico, tende a se ter hepatite. - Paciente toma 3 gramas de paracetamol + etanol (indutor enzimático) que não aumenta reações de conjugações (fase II), mas sim a fase I, de forma que aumenta a produção de ácido, que faz com que a glutationa aja e produza meracpturato. Quando a enzima chega ao seu limite a maior produção desse metabólito reativo. Juliana Vieira Queiroz Almeida 27 Juliana Vieira Queiroz Almeida 28 Farmacodinâmica Até então focamos mais na absorção e no medicamento e na sua ação. Agora vamos focar nos efeitos que o fármaco faz no organismo, por exemplo um remédio para HAS, qual a potência dele, como ele age, quais são os efeitos colaterais que ocorrem com o uso da medicamentação. É importante dizer que a farmacinética e a farmacodinâmica atuam juntas, de forma que a farmacocinética continua existindo até a eliminação completa do fármaco no organismo – começa primeiro e termina por último – pois, as vezes a concentração no sangue não é suficiente para causar um efeito farmacodinâmico, mas o fármaco deve ser excretado do nosso organismo. Receptores São moléculas proteica cuja função é reconhecer os sinais químicos endógenos e responder a eles; especializada em reconhecer os sinais. Eles existem, pois, temos substâncias endógenas que se l igam a ele, não por causa do fármaco, mas este usa dos mesmos meios. - Fármaco: substância química que quando aplicada a um sistema fisiológico, afeta o seu funcionamento de um modo específico. Ele pode modificar o funcionamento da célula ao se ligar aos seus receptores, sendo importante a conformação dos receptores para que haja interação. # A ligação até certo ponto é específica. # Na célula ou o receptor liga ou ele não liga, de forma que a afinidade pode depender as vezes da presença de um fosfato na região # Perda da especificidade: o fármaco pode ligar a outros receptores que tem, teoricamente, uma tendência a se ligar a esse fármaco quando se usa ele nas concentrações terapêuticas. Mas em formas exageradas, em grande concentração, ele pode se ligar em locais não específicos, que não se referem ao receptor primário (isso é o que causa/propicia os efeitos colaterais). Muitas vezes quando o fármaco é lançado se diz “ele é altamente específico a tal receptor”, mas com o decorrer do tempo se passa a perceber que surgem efeitos não correlacionados ao receptor esperado, sendo chamados de efeitos inespecíficos, que também podem ser chamados de efeitos colaterais. Os efeitos colaterais estão relacionados tanto a ligação no próprio receptor quanto a ligação de receptores inespecíficos. A interação fármaco receptor ocorre no sítio de ligação, que é o local no qual o fármaco se liga ao receptor. - Apenas algumas partes ou radicais do fármaco entram em contato com o sítio de ligação. - Na imagem vemos os radicais de uma molécula (cubo, cone, esfera e prisma e um carbono assimétrico – ligado a 4 radicais –) que são isômeros, de forma que o cubo está para o outro lado, podendo ser isômero cis, trans, levógero, entre outros. # Vemos que dependendo do isômero se há maior facilidade para se ligar a um sítio. Juliana Vieira Queiroz Almeida 29 # Uma mistura com 50% de uma forma isométrica e 50% de outra forma: mistura harsênica. Para se ter todas de uma só forma isomérica é muito mais caro, sendo que muitas vezes a farmácia não faz essa divisão. Mas a medicamentos que tem uma forma isômera com efeitos colaterais, de forma que essa separação é feita, pois considera-se que vale a pena. Maioria das vezes vemos misturas que usam somente um isômero (mesmo peso, mesma forma, muitas vezes a mesma solubilidade, mas disposição geométrica diferente). Isso mostra como as interações são extremamente específicas. A ligação pode ser fraca, como a de van der Waals (+; liga e desliga o tempo todo, de forma que a deouração vai ser extremamente importante para acabar com o efeito desse fármaco, pois ao estar solto ele pode estar susceptível a ser depurado), a de hidrogênio (++), a iônica (+++)
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