Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Salário in natura ou utilidade • A forma preferencial para o pagamento do salário é em dinheiro – em espécie – Naturalmente exigível. • O salário in natura ou salário em utilidades – é aquele pago no lugar do dinheiro. O Empregador disponibiliza utilidades em favor de seus empregados. Não é a forma preferencial, e somente se oferece o pagamento “in natura” quando há ajuste contratual específico nesse sentido. • Utilidades salariais são bens suscetíveis de apreciação econômica que poderiam ser adquiridos pelos empregados mediante os salários recebidos, mas que, por um ajuste como os empregadores, são oferecidos como substituição ao dinheiro. • Salário in natura ou salário utilidade, como o próprio nome sugere, é a parcela do salário do empregado que a empresa paga por meio do fornecimento de bens ou utilidades diversas do dinheiro. Ou seja: é o pagamento feito por meio de outras coisas como alimentação, moradia, vestuário, e outras prestações in natura. • • A legislação permite que o empregador forneça algumas utilidades aos seus empregados e as compute como salário para todos os efeitos legais — acréscimo decorrente de férias, 13º salário, aviso prévio, etc. • CLT 458 • Art. 458 - Além do pagamento em dinheiro, compreende-se no salário, para todos os efeitos legais, a alimentação, habitação, vestuário ou outras prestações "in natura" que a empresa, por força do contrato ou do costume, fornecer habitualmente ao empregado. Em caso algum será permitido o pagamento com bebidas alcoólicas ou drogas nocivas. • § 1º Os valores atribuídos às prestações "in natura" deverão ser justos e razoáveis, não podendo exceder, em cada caso, os dos percentuais das parcelas componentes do salário-mínimo (arts. 81 e 82) • Art. 81 - O salário mínimo será determinado pela fórmula Sm = a + b + c + d + e, em que "a", "b", "c", "d" e "e" representam, respectivamente, o valor das despesas diárias com alimentação, habitação, vestuário, higiene e transporte necessários à vida de um trabalhador adulto. • § 1º - A parcela correspondente à alimentação terá um valor mínimo igual aos valores da lista de provisões, constantes dos quadros devidamente aprovados e necessários à alimentação diária do trabalhador adulto. • § 2º - Poderão ser substituídos pelos equivalentes de cada grupo, também mencionados nos quadros a que alude o parágrafo anterior, os alimentos, quando as condições da região, zona ou subzona o aconselharem, respeitados os valores nutritivos determinados nos mesmos quadros. • § 3º - O Ministério do Trabalho, Industria e Comercio fará, periodicamente, a revisão dos quadros a que se refere o § 1º deste artigo. • Art. 82 - Quando o empregador fornecer, in natura, uma ou mais das parcelas do salário mínimo, o salário em dinheiro será determinado pela fórmula Sd = Sm - P, em que Sd representa o salário em dinheiro, Sm o salário mínimo e P a soma dos valores daquelas parcelas na região, zona ou subzona. • Parágrafo único - O salário mínimo pago em dinheiro não será inferior a 30% (trinta por cento) do salário mínimo fixado para a região, zona ou subzona. • Depreende-se portanto que o salário pode ter uma parte oferecida “in natura”, sendo importante destacar que, independentemente da dimensão do salário contratado, pelo menos 30 % do montante total de ser atribuído em dinheiro. É que se depreende da análise do parágrafo único do art. 82: • Parágrafo único - O salário mínimo pago em dinheiro não será inferior a 30% (trinta por cento) do salário mínimo fixado para a região, zona ou subzona. • Os valores pagos em utilidade deverão ser justos e razoáveis. • CLT Art. 458 - § 3º - A habitação e a alimentação fornecidas como salário-utilidade deverão atender aos fins a que se destinam e não poderão exceder, respectivamente, a 25% (vinte e cinco por cento) e 20% (vinte por cento) do salário-contratual. • Será considerado salário in natura a habitação se efetivamente o empregado dispõe de um espaço a ele reservado, com toda a privacidade de uma residência, para morar e para receber quem deseje. • Regra para identificar se a verba tem ou não natureza salarial: • Não tem natureza salarial os bens fornecidos, pelo empregador ao empregado, quando indispensáveis PARA a realização do trabalho, ainda que sejam destinados em algumas situações à vida particular do empregado. • (ainda que sejam destinados em algumas situações à vida particular do empregado. Ex: Telefone Celular e veículos oferecidos para o trabalho e também utilizado para fins particulares. • Para diminuir a margem de dúvida sobre a natureza de determinada utilidade, recomenda-se que os empregadores façam constar nos contratos ou em regulamentos da empresa que o uso de determinado bem oferecido PARA o trabalho – notebooks, celulares, veículos, etc – é exclusivo para o trabalho PROIBINDO o seu uso para fins particulares. • Natureza retributiva - para que uma parcela remuneratória seja considerada salário, ela deve consistir na contraprestação de uma atividade realizada pelo empregado, destinando-se a recompensar o trabalho prestado. • Se a utilidade fornecida pelo empregador se destinar a aperfeiçoar ou realizar as funções do Empregado dentro da empresa, não se trata de salário, mas sim de uma ferramenta de trabalho. • Tem natureza salarial os bens fornecidos pelo empregador ao empregado PELO trabalho realizado. • O empregado recebe o seu salário por conta do trabalho prestado, e não para executar o seu trabalho. • Súmula 367 - TST • UTILIDADES "IN NATURA". HABITAÇÃO. ENERGIA ELÉTRICA. VEÍCULO. CIGARRO. NÃO INTEGRAÇÃO AO SALÁRIO (conversão das Orientações Jurisprudenciais nºs 24, 131 e 246 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005 • I - A habitação, a energia elétrica e veículo fornecidos pelo empregador ao empregado, quando indispensáveis para a realização do trabalho, não têm natureza salarial, ainda que, no caso de veículo, seja ele utilizado pelo empregado também em atividades particulares. (ex-Ojs da SBDI-1 nºs 131 - inserida em 20.04.1998 e ratificada pelo Tribunal Pleno em 07.12.2000 - e 246 - inserida em 20.06.2001) • Outra característica necessária para que se fale em salário in natura é que essa remuneração seja paga ao trabalhador com habitualidade, ou seja, não pode consistir numa prestação eventual ou excepcional ocasionada por uma situação específica da empresa. • Não pode ser custeada pelo empregado • Outra observação importante a ser feita a respeito do salário in natura é o fato de que essas utilidades não podem ser custeadas pelo empregado. Se o trabalhador arcar com uma parcela — ainda que ínfima — das utilidades fornecidas pela empresa, elas perdem a característica de salário • Bens insuscetíveis para servir como utilidade salarial: • Súmula 367 - TST • UTILIDADES "IN NATURA". HABITAÇÃO. ENERGIA ELÉTRICA. VEÍCULO. CIGARRO. NÃO INTEGRAÇÃO AO SALÁRIO (conversão das Orientações Jurisprudenciais nºs 24, 131 e 246 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005 • (...) • II - O cigarro não se considera salário utilidade em face de sua nocividade à saúde. Utilidades NÃO salariais • Não serão consideradas como salário in natural as verbas inseridas no artigo 458 da CLT, § 2º: Para os efeitos previstos neste artigo, não serão consideradas como salário as seguintes utilidades concedidas pelo empregador: • I – vestuários, equipamentos e outros acessórios fornecidos aos empregados e utilizados no local de trabalho, PARA a prestação do serviço; • II – educação, em estabelecimento de ensino próprio ou de terceiros, compreendendo os valores relativos a matrícula, mensalidade, anuidade, livros e material didático; • III – transporte destinado ao deslocamento para o trabalho e retorno, empercurso servido ou não por transporte público; • IV – assistência médica, hospitalar e odontológica, prestada diretamente ou mediante seguro-saúde; • V – seguros de vida e de acidentes pessoais; • VI – previdência privada; • VII – (VETADO) http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/Mensagem_Veto/2001/Mv581-01.htm
Compartilhar