Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
QUÍMICA GERAL Prof. Dr. Juvenal Carolino da Silva Filho Tabela periódica e suas propriedades Dmitri Ivanovich Mendeleev (1934-1907) Químico e físico russo Tabela Periódica Em 1869, enquanto escrevia seu livro de Química Inorgânica, Mendeleiev organizou os elementos na forma da tabela periódica atual. Importância: • verificar as características dos elementos e suas repetições • fazer previsões. Princípios: • aumento relativo da massa atômico dos elementos • similaridades das propriedades dos elementos • Ela segue o princípio de Aufbau de acordo com sua configuração eletrônica, ou seja, os elementos dentro do mesmo grupo possuem a mesma configurações eletrônicas. • A Tabela Periódica relaciona os elementos em linhas chamadas períodos e colunas chamadas grupos ou famílias, e ainda em ordem crescente de seus números atômicos. bloco s bloco f bloco d bloco p 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 Inicia pelo 1s Pode ser dividir por bloco, dependendo do orbital o qual o último elétron ocupa. d s p f s e p elementos representativos d metais de transição f metais de transição interna Os elementos pode ser referidos de uma forma coletiva, pelo número do seu grupo ou pelo nome que alguns grupos recebem. Grupos Nome Elementos 1 Metais alcalinos Li, Na, K, Rb, Cs, Fr 2 Metais alcalinos terrosos Be, Mg, Ca, Sr, Ba, Ra 16 Calcogênios O, S, Se, Te, Po 17 Halogênios F, Cl, Br, I, At 18 Gases nobres He, Ne, Ar, Kr, Xe, Rn Metais Ametais • São maus condutores elétricos e térmicos. • Não são dúcteis nem maleáveis. • Muitos dos seus compostos elementares são sólidos quebradiços. • Alguns dos seus compostos elementares são gasosos. Enxofre Ametais ou não-metais Bromo Silício Metais • São bons condutores elétricos e térmicos. • Possuem brilho metálico. • São dúcteis (podem ser esticados à fios finos). • São maleáveis (podem ser martelados à folhas finas). • Reagem com com a água levando o metal a corrosão. Ouro Ferro Cobre Propriedades atômicas e periódicas • As propriedades atômicas são de considerável importância para explicar algumas propriedades químicas dos elementos. • Seu conhecimento permite aos químicos organizar observações e predizer o comportamento químico e estrutural dos elementos. • Dentre elas podemos citar: • Raios atômico e raio iônico • Energia de ionização • Afinidade eletrônica • Eletronegatividade Como uma consequência do ordenamento na tabela periódica, as propriedades dos elementos variam periodicamente. Efeito de penetração e blindagem Carga nuclear positiva Elétrons externos não tem efeito sobre os elétrons de interesse Elétron de interesse Elétrons internos cancelam parte da carga nuclear e- • Apenas uma parte da carga nuclear atua realmente sobre os elétrons: é a Carga Nuclear Efetiva, Zef. onde, Zef = carga nuclear efetiva, Z = carga nuclear, s = constante de blindagem • Para átomos polieletrônicos a energia total deve ser calculada considerando Zef, n, l e a repulsão intereletrônica. Zef = Z - s Para determinar Zef, os elétrons são divididos em grupos (a cada um corresponde uma constante de blindagem diferente). Calculo do Zef - Regra de Slater (1s); (2s, 2p); (3s, 3p); (3d); (4s, 4p); (4d); (4f); (5s, 5p); etc. Para qualquer elétron de um dado grupo, a constante de blindagem s é a soma das seguintes parcelas: • a blindagem experimentada por um elétron ns ou np • elétrons dentro do mesmo grupo blindam 0,35, exceto os 1s que blindam 0,30. • elétrons dentro do grupo n-1 blindam com 0,85 • elétrons dentro dos grupos n-2 ou inferiores blindam com 1,00 • a blindagem experimentada nd ou nf • elétrons dentro do mesmo grupo blindam com 0,35 • elétrons em grupos situados a esquerda blindam 1,00 Exemplos H (Z = 1) 1s1 Zef (1s) = 1 – 0 = 1 Be (Z = 4) 1s2 2s2 Zef (2s 2) = 4 – [(1 x 0,35) + (2 x 0,85)] = 1,95 F (Z = 9) 1s2 2s2 2p5 Zef (2p) = 9 – [(6 x 0,35) + (2 x 0,85)] = 5,20 Relação entre Z e Zef C ar ga n u cl e ar e fe ti va , Z ef N ú m e ro a tô m ic o , Z Tamanho atômico e iônico 2rM rcov r+ + r- Raio metálico é definido como a metade da distância entre os núcleos dos átomos vizinhos próximos em um sólido, ajustados para o número de coordenação igual a 12. Raio covalente é definido como a metade da separação internuclear de dois átomos vizinhos de um mesmo elemento em uma molécula. Raio iônico esta relacionado a distância entre núcleos de cátions vizinhos de ânions cujos raios são conhecidos, como o O2- que é 1,40 Å. • O volume atômico é uma das propriedades mais úteis dos átomos e íons. Periodicidade no raio atômico Observa-se no gráfico do ra vs. Z, que o raio atômico aumenta ao se descer nos grupos e da direita para esquerda nos períodos. Aumenta A u m en ta • Ao se descer nos grupos, os elétrons são adicionados aos átomos em uma nova camada. • Através do período, os elétrons são adicionados em orbitais de mesma camada aumentando a carga nuclear efetiva resultando numa maior atração ao elétron. Existem dois fatores agindo: ✓ Número quântico principal, n. ✓ a carga nuclear efetiva, Zef. Número atômico (Z) R ai o a tô m ic o ( p m ) 4º.Período Elemento Transição 5º.Período Elemento Transição Raio iônico e- e- oxidação redução Sódio, Na 11e- Flúor, F 9e- 10e- Na+ Íons são átomos ou grupos de átomos com carga positiva ou negativa, formados pelo ganho ou perda de elétrons. 10e- F- 186 pm 95 pm 64 pm 133 pm A perda de elétrons faz com que os demais elétrons do átomo sintam uma maior carga nuclear efetiva. Mesma carga nuclear, porém com maior repulsão entre os elétrons, resultando maior raio Quais dos seguintes pares de elementos/íons possuem o maior raio relativo? Explique? Na ou Rb K ou Ca Ca ou Ca2+ Br ou Br- Rb é maior que o Na devido possuir duas camada a mais que o Na. K é maior que o Ca devido o Ca ter uma maior carga nuclear efetiva sobre o seu último elétron. O Br é menor que seu ânion. O Ca é maior que seu cátion. Periodicidade no raio iônico Exemplo O raio iônico segue a mesma tendência do raio atômico, quando considerado o mesmo estado de oxidação: aumenta ao se descer nos grupos e da direita para a esquerda nos períodos ⇒ ⇒ ⇒ ⇒ Energia de ionização A energia de ionização, Ei ou DHi, é a energia mínima necessária para remover um mol de elétrons de um mol de átomos isolados em fase gasosa. Na(g) Na+(g) + e- DHi = 496 kJ/mol • A 1a Ei é a energia necessária para remover o elétron mais fracamente ligado ao átomo neutro. • 2a Ei é a ionização do cátion resultante, e assim por diante. • As energias de ionização sucessivas têm energias crescente: 1a Ei < 2 a Ei < 3 a Ei ..... Z Elemento Energia de Ionização (kJ/mol) 1a 2a 3a 4a 1 H 1.312 2 He 2.373 5.251 3 Li 520 7.300 11.815 4 Be 899 1.757 14.850 21.005 Há um acentuado aumento na energia de ionização quando um elétron mais interno é removido Observa-se no gráfico da Ei vs. Z, que a Ei aumenta ao subir nos grupos e da esquerda para a direita nos períodos. Fatores que afetam: Aumenta A u m en ta O tamanho do átomo A carga do núcleo A eficiência com que os níveis eletrônicos internos blindam a carga nuclear O tipo de elétron envolvido (s, p, d ou f). Afinidade eletrônica A afinidade eletrônica, Eae ou DHae, é a energia envolvida quando um elétron é adicionado a um átomo neutro no estado fundamental em fase gasosa. Cl(g) + e- Cl-(g) DHae = - 348,6 kJ/mol • A entrada do elétron pode ser tanto endotérmica como exotérmica. • Geralmente, a 1a Eae é um processo exotérmico: a 2a Eae é um processo endotérmico: O(g) + e- O-(g) DHae = - 142 kJ/mol O-(g) + e- O2-(g) DHae = +844 kJ/mol Aumenta A u m en ta Observa-se no gráfico da Eae vs. Z, que a Eae aumenta ao subir nos grupos e da esquerda para a direita nos períodos. -200 -100 0 100 200 300 400 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 ATOMIC NUMBER -E L E C T R O N A F F IN IT Y H He Li Be B C N O F Ne Na Mg Al Si P S Cl Ar Número atômico (Z) A fi n id ad e el et rô n ic a - - - - Um elemento terá alta afinidade eletrônica se o elétron adicional entrar em uma camada onde ele experimente uma forte carga nuclear efetiva (Zef) • Átomos pequenos ↑ Zef, ↑ Eae. • Átomos grandes ↓ Zef, ↓ Eae Eletronegatividade, c (chi) • Segundo Pauling, eletronegatividade é a capacidade de um elemento atrair elétrons para si em uma ligação química. Pauling observou que a energia de ligação da molécula de H-F não é a media das energias de ligação H-H e F-F, ou seja: 𝐸(𝐻−𝐻)= 436 kJ/mol 𝐸(𝐹−𝐹)= 153 kJ/mol 𝐸(𝐻−𝐹)= 563 kJ/mol 𝐸 𝐻−𝐹 − 𝐸 𝐻−𝐻 + 𝐸 𝐹−𝐹 2 = 268,5 𝑘𝐽/𝑚𝑜𝑙 𝐸 𝐻−𝐻 + 𝐸(𝐹−𝐹) 2 ≠ 𝐸(𝐻−𝐹) • Pauling sugeriu que a energia extra, D, proveniente de uma ligação A–B em relação à energia media das ligações A–A e B–B pode ser atribuída a contribuição iônica á ligação covalente. Então, a diferença de eletronegatividade é dada por: 𝜒𝐴 − 𝜒𝐵 = 0,102 Δ 0,102 é um fator de conversão entre kJ e eV para manter as unidades consistentes com as energias de ligação. Δ = 𝐸(𝐴−𝐵) − 𝐸(𝐴−𝐴)+𝐸(𝐵−𝐵) 2 (kJ/mol) • Assim, se a energia de ligação A–B difere da média das ligações apolares A–A e B–B, presume-se que há uma substancial contribuição iônica para a ligação A–B e, assim, uma grande diferença de eletronegatividade entre os dois átomos. Exemplo Calcule a eletronegatividade de Pauling do flúor usando as seguintes informações: 𝐸(𝐻−𝐻)= 436 kJ/mol 𝐸(𝐹−𝐹)= 153 kJ/mol 𝐸(𝐻−𝐹)= 563 kJ/mol D = 563 - 436 + 153 2 𝜒𝐹 − 2,1 = 0,102 268,5 = 268,5 = 1,67 Valor empírico p/ Hidrogênio 𝝌𝑭 = 𝟑, 𝟕𝟕 𝜒𝐻 = 2,1 F Cl Br I H Li Na K Rb Cs El et ro n eg at iv id ad e, c 4 3 2 1 10 20 30 40 50 60 70 80 90 Número atômico (Z) Observa-se no gráfico da c vs. Z, que a c aumenta ao subir nos grupos e da esquerda para a direita nos períodos. Aumenta A u m en ta Obs.: Embora seja comum adotar um valor único para a eletronegatividade de um elemento ela não é uma propriedade atômica invariável e depende também do estado de oxidação do elemento. Slide 1: QUÍMICA GERAL Slide 2 Slide 3 Slide 4 Slide 5 Slide 6 Slide 7 Slide 8 Slide 9 Slide 10 Slide 11 Slide 12 Slide 13 Slide 14 Slide 15 Slide 16 Slide 17 Slide 18 Slide 19 Slide 20 Slide 21 Slide 22 Slide 23 Slide 24 Slide 25 Slide 26 Slide 27 Slide 28 Slide 29 Slide 30
Compartilhar