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Caso 
Sem dinheiro e precisando quitar um empréstimo feito com um banco, cujos juros eram muito altos, José pede R$5.000,00 (cinco mil reais) emprestados a Caio, assinando, como garantia, uma nota promissória no aludido valor, com vencimento para o dia 15 de novembro de 2022. 
No início de dezembro daquele ano, Caio se encontra com José e, na presença de Paulo, lhe cobra a dívida, tendo José prometido que quitaria o débito até as festas de ano novo. Em janeiro, Caio se encontra novamente com José, desta vez na presença de Juventino, para mais uma vez lhe cobrar o pagamento devido, mas este afirma que infelizmente não tem qualquer valor para pagar Caio, porque teria perdido o emprego, não tendo nenhuma fonte de renda. 
Contudo, Caio descobre que José teria aberto uma barbearia e estava com boa clientela. Enfurecido, Caio descobre o endereço da barbearia e interpela José. José esclarece que ele precisaria apenas de mais alguns dias, mas que boa parte do dinheiro de Caio já estava reservado, faltava juntar apenas mais R$1.000,00 (mil reais).
Desconfiado da verdade do que José dizia, Caio fica à espreita, aguardando que José feche o estabelecimento. Assim, após um dia de trabalho, no final da tarde do dia 25 de fevereiro de 2023, José segue para sua residência enquanto Caio, arrombando a porta do local, invade a barbearia. Lá encontra R$4.000,00 (quatro mil reais) guardados em uma gaveta, pega o dinheiro, como quitação de parte da dívida, deixando no lugar um bilhete no qual confessa ter levado a quantia que lhe era devida e que ainda aguarda o pagamento do restante da dívida até o próximo mês. A autoria é confirmada pelas gravações da câmera de vigilância da barbearia.
No dia seguinte, José encontra seu estabelecimento comercial arrombado e com o bilhete de Caio e a gravação em mãos, se dirige imediatamente para a Delegacia de Polícia mais próxima e registra um Boletim de Ocorrência. Instaurado o Inquérito Policial e cumpridas as diligências necessárias, confirmou-se a ocorrência do evento, tendo o Ministério Público denunciado Caio como incurso nas sanções do art. 155, §4º, inciso I, do Código Penal (furto qualificado pelo rompimento de obstáculo). A denúncia foi oferecida e recebida pelo juízo da 6ª Vara Criminal da Capital, sendo Caio devidamente citado no dia 08 de setembro de 2023.
Procurado por Caio para representá-lo na ação penal instaurada e com base nas informações dispostas no caso concreto, redija a peça cabível desenvolvendo todas as teses defensivas que podem ser extraídas com indicação dos respectivos dispositivos legais.
Obs.: a peça deve abordar todas os fundamentos de Direito que possam ser utilizados para dar respaldo à pretensão. A mera citação do dispositivo legal não será avaliada.
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 6ª VARA CRIMINAL DA CAPITAL DO ESTADO DE XXXX/UF 
Autos n° XXXXXXXXXXXXXXXXXXXX 
 CAIO, devidamente qualificado nos autos em epígrafe, vem respeitosamente, perante Vossa Excelência, por seu advogado que este subscreve, com fulcro nos artigos 396 e 396-A do Código de Processo Penal, apresentar sua 
RESPOSTA À ACUSAÇÃO
Contestando a Denúncia em todos os seus termos e ao final provar sua inocência, conforme Ditames da JUSTIÇA, pelas razões de fato e de direito abaixo aduzidas. 
I.DOS FATOS
 Consta da denúncia que no final da tarde do dia 25 de fevereiro de 2023, Caio, teria subtraído para si, mediante rompimento de obstáculo, a quantia de R$ 4.000,00 (quatro mil reais), que seriam provenientes do trabalho realizado por José em sua barbearia.
 De acordo com a exordial, o denunciado teria ficado à espreita, aguardando que José fechasse sua barbearia, oportunidade em que Caio a invadiu, enquanto José ia para sua residência.
 Ademais, consta dos autos que este requerido deixou no local um bilhete no qual confessa ter levado a quantia em dinheiro, sendo sua autoria confirmada pelas gravações da câmera de vigilância do estabelecimento.
No dia seguinte, ao encontrar seu estabelecimento comercial arrombado e com o bilhete de Caio e a gravação em mãos, José se dirigiu a Delegacia de Polícia e registrou Boletim de Ocorrência, dando causa à instauração de Inquérito Policial e, após cumpridas as diligências necessárias, confirmou-se a ocorrência do evento, tendo o Ministério Público denunciado Caio como incurso nas sanções do artigo 155, §4º, inciso I, do Código Penal (furto qualificado pelo rompimento de obstáculo).
Não obstante o entendimento lavrado pelo parquet na denúncia, não deverá prevalecer conforme se demonstrará.
II. DA TEMPESTIVIDADE 
Tem-se que o prazo para apresentação da resposta à acusação é de 10 dias, contado da citação feita pelo oficial de justiça, a teor da Súmula 710 do STF e do artigo 798, §1º do Código de Processo Penal.
 Portanto, tendo sido este requerido devidamente citado no dia 08 de setembro de 2023, tempestiva se faz a presente, datada de 22 de setembro de 2023.
III. DO DIREITO 
a. DA ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA 
Estabelece o artigo 397, III, do Código de Processo Penal que trata das hipóteses de absolvição sumária:
Art. 397. Após o cumprimento do disposto no art. 396-A, e parágrafos, deste Código, o juiz deverá absolver sumariamente o acusado quando verificar: (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008).
(...)
III - que o fato narrado evidentemente não constitui crime;
Ora, evidente que o caso em tela evidentemente não constitui crime, visto que o valor subtraído, de R$ 4.000,00 se deu para garantia de dívida, que consiste na quantia de R$ 5.000,00.
Os fatos comprovam que a vítima, o Sr. José, procurou o réu, alegando estar sem dinheiro e precisando quitar um empréstimo feito com um banco, cujos juros eram muito altos, pedindo a quantia de R$5.000,00 (cinco mil reais) emprestados, assinando, como garantia, uma nota promissória no aludido valor, com vencimento para o dia 15 de novembro de 2022. 
Após duas tentativas de cobrança, acompanhado das testemunhas Paulo e Juventino, o réu tomou conhecimento da barbearia que José havia aberto, e soube do sucesso que estava tendo com a clientela, oportunidade que viu adequada para conseguir reaver os valores emprestados à José.
Para que isso se tornasse possível, foi necessário que o réu fizesse o arrombamento da porta do local e, ao encontrar R$4.000,00 (quatro mil reais), valor ainda inferior ao da dívida, Caio pega o dinheiro, como quitação de parte da dívida, deixando no lugar um bilhete de aviso de que pegou o dinheiro, e que ainda lhe era devido o pagamento do restante da dívida até o próximo mês. 
Portanto, sendo o valor objeto da subtração devido a este acusado, afasta-se a caracterização do delito de furto, diante da ausência do elementar do tipo penal do artigo 155 do Código Penal, por não estar o réu subtraindo “coisa alheia” móvel, e sim, obtendo de volta de valor que lhe pertencia. Portanto, de rigor a atipicidade do crime de furto qualificado pelo rompimento de obstáculo.
b. DA DESCLASSIFICAÇÃO DO DELITO DE FURTO PARA O CRIME DE EXERCÍCIO ARBITRÁRIO DAS PRÓPRIAS RAZÕES
Objetiva-se desclassificar o delito de furto para o crime de exercício arbitrário das próprias razões, nos termos do artigo 345 do Código Penal que estabelece:
Art. 345 - Fazer justiça pelas próprias mãos, para satisfazer pretensão, embora legítima, salvo quando a lei o permite:
 Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa, além da pena correspondente à violência.
 Parágrafo único - Se não há emprego de violência, somente se procede mediante queixa.
O réu foi denunciado por infringir o art. 155, §4º, inciso I, do Código Penal, pois, dirigiu-se a barbearia de José, inicialmente a pretexto de cobrança de dívida, e subtraiu quantia em moeda corrente mediante rompimento de obstáculo. 
Todavia, a finalidade do réu era tão somente cobrar uma dívida e não praticar o crime de furto, destacando-se que para a configuração do delito de exercício arbitrário das próprias razões, o agente deve atuar convencido de estar agindo em busca de um direito legítimo, pouco importandoa legalidade de sua pretensão. 
 No caso em tela, a prova de que o dolo do agente foi o de fazer justiça com as próprias mãos, para satisfazer uma pretensão considerada legítima, porquanto a subtração se deu para garantir o pagamento de dívida preexistente e incontroversa, desse modo, cabível a desclassificação do delito de roubo para o de exercício arbitrário das próprias razões, nos moldes do art. 345 do CP. 
c. DA REJEIÇÃO DA DENÚNCIA - ILEGITIMIDADE AD CAUSAM 
Ao contrário do que indica o Ministério Público, o crime cometido foi, no máximo, o exercício arbitrário das próprias razões e jamais furto qualificado.
Dessa forma, conforme o parágrafo único do artigo 345 do Código Penal, o supramencionado o crime é de ação penal privada, conforme previsão legal, pelo que se tem o Ministério Público como parte ilegítima para propositura da ação penal (art. 100, §2º do CP), faltando condição da ação (art. 395, II) do CPP. 
Assim, necessário se faz que este magistrado reavalie a decisão de recebimento da denúncia, devendo rejeitá-la de plano.
d. DA DECADÊNCIA
O artigo 103 do Código Penal estabelece:
Art. 103 - Salvo disposição expressa em contrário, o ofendido decai do direito de queixa ou de representação se não o exerce dentro do prazo de 6 (seis) meses, contado do dia em que veio a saber quem é o autor do crime, ou, no caso do § 3º do art. 100 deste Código, do dia em que se esgota o prazo para oferecimento da denúncia. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
No mesmo sentido, o artigo 107, inciso IV do mesmo diploma legal:
Art. 107 - Extingue-se a punibilidade: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
 IV - pela prescrição, decadência ou perempção;
Portanto, tratando-se o exercício arbitrário das próprias razões crime de Ação Penal Privada, o oferecimento da Queixa-crime tem prazo decadencial de 6 (seis) meses a contar do conhecimento da autoria. 
Assim, visto que, através das câmeras de segurança da barbearia José tomou conhecimento da autoria de Caio, precisamente no dia 25 de fevereiro de 2023, o prazo para oferecimento da Queixa-Crime se deu até o dia 25 de agosto de 2023. 
Diante disso, deve ser reconhecida a extinção da punibilidade do réu em razão da decadência.
IV. DOS PEDIDOS
Frente ao exposto, requer: 
a. A absolvição pela atipicidade do furto (artigo 397, inciso III do CPP); 
b. rejeição da denúncia (395, inciso II do CPP);
c. reconhecimento da extinção de punibilidade pela ocorrência da decadência do direito de queixa com relação ao crime de exercício arbitrário das próprias razões (artigo 397, inciso IV do CPP) 
d. Provar o alegado, em especial pela juntada da nota promissória que comprova a existência da dívida, bem como outros documentos necessários à elucidação dos fatos; 
e A intimação e oitiva das testemunhas adiante arroladas, que comprovarão a existência da dívida, bem como as tentativas pacíficas de cobrança, sob pena das cominações legais: 
ROL DE TESTEMUNHAS: 
1 PAULO qualificado às fls. Xx 
2 JUVENTINO qualificado às fls. Xx 
Nestes Termos, Pede e Espera Deferimento. 
Local, 22 de setembro de 2023.
Advogado
OAB nº xxxxx

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