Buscar

Aula 1 - Roteirização e Programação de Transportes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 15 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 15 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 15 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

ROTEIRIZAÇÃO E 
PROGRAMAÇÃO DE 
TRANSPORTES 
AULA 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof.ª Liziane Hobmeir 
 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
Nesta aula, vamos abordar os principais conceitos e definições 
relacionados a esse assunto tão importante para as empresas, assim como os 
temas diretamente relacionados à gestão da temática e à sua evolução histórica. 
Os temas a serem tratados são os seguintes: 
• Objetivos da roteirização e programação de transportes 
• Conceitos de roteirização de veículos 
• Gestão de operações de transporte 
• Programação de transporte 
• Processos avançados de roteirização e programação de veículos 
CONTEXTUALIZANDO 
Atualmente, visando à qualidade nos produtos e serviços, o foco é reduzir 
custos e otimizar o processo ao longo da cadeia logística. Assim, surge a ideia 
de se trabalhar justamente com a cadeia logística, ou melhor, de suprimentos, o 
que é um diferencial competitivo entre as empresas. 
Chopra e Meindl (2011) definem a cadeia de suprimentos como todas as 
partes envolvidas, direta ou indiretamente, na realização do pedido de um 
cliente. Isso inclui não apenas o fabricante e os fornecedores, mas também as 
transportadoras, os armazéns, os varejistas e até mesmo os próprios clientes. 
Dentro de cada organização, assim como em um fabricante, a cadeia de 
suprimentos inclui todas as funções envolvidas na recepção e na realização de 
uma solicitação do cliente. Essas funções envolvem – mas não estão 
simplesmente limitadas a – desenvolvimento de produto, marketing, operações, 
distribuição, finanças e serviço ao cliente. |Assim sendo, pode haver tratativas 
que estimulem o processo de competitividade entre os concorrentes. 
Analisando a cadeia de suprimentos, nos deparamos com os custos 
logísticos. De acordo com Rodrigues (2009), para reduzir os custos efetivos, é 
preciso haver otimizações abrangentes de funções de compras, transporte, 
estoque e demais informações gerenciais, em que se eliminem todas as 
possibilidades de ociosidade existentes. 
Vamos tentar compreender como usar a roteirização em prol de se 
obterem as vantagens competitivas no transporte e, assim, entender os 
 
 
3 
interesses das empresas, garantindo um nível adequado de serviço para os 
clientes finais. 
Saiba mais 
 Para entender melhor o que são custos logísticos, acesse o link a seguir 
e assista a um vídeo: 
CUSTOS logísticos – Logística. Canal do Conhecimento, 11 out. 2017. 
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=D7ROLm6peZg&t=11s>. 
Acesso em: 1 ago. 2019. 
TEMA 1 – OBJETIVOS DA ROTEIRIZAÇÃO E PROGRAMAÇÃO DE 
TRANSPORTES 
O roteiro para transporte de cargas é feito baseando-se em uma origem e 
em um destino, sendo então necessário realizar uma série de análises para 
verificar a viabilidade e o percurso, devido às dimensões da carga, aos locais de 
entregas e ao tempo destinado para executar o serviço, o que envolve 
diretamente o custo total. 
Dentro do cenário que temos de transporte de carga no Brasil, sabemos 
que as atividades que podem agregar para garantir o nível de serviço são bem 
aceitas para as empresas do meio de transporte ou que dependem dele para a 
entrega de seus produtos ou realização dos serviços. Assim, segundo Novaes 
(2001), a roteirização tem como objetivos principais “propiciar um serviço de alto 
nível aos clientes, mas mantendo os custos operacionais e de capitais tão baixos 
quanto possível”. 
Embarcadores, fabricantes, distribuidores, para alcançar a maioria da 
população, sabem que é necessário investir em programação de transporte e em 
roteirização, pois, ao contabilizarem os custos da operação, observam que a 
maior parte é utilizada pelo transporte. Sendo assim, é necessário investir tempo 
e dinheiro para redução e otimização do processo de coleta e entrega. 
Podemos destacar alguns objetivos que podem ser alcançados com a 
roteirização: 
• Redução do custo operacional; 
• Coletas e entregas mais rápidas; 
• Aumento da capacidade diária sem onerar o custo; 
 
 
4 
• Economia dos custos variáveis do veículo e das entregas; 
• Cumprimento dos prazos; 
• Melhores trajetos percorridos; 
• Aumento do nível de serviço da operação. 
Já a programação do transporte abrange o processo de se iniciarem as 
negociações, a consolidação de cargas, a análise das características da carga 
(peso e volume, dimensões, densidade, grau de fragilidade, grau de 
periculosidade, geometria, compatibilidade entre produtos de mesma natureza), 
a escolha do tipo de veículo, a emissão de documentos, a programação de carga 
e descarga, os prazos e urgências na entrega. 
Podemos destacar que, com o processo de programação, é possível 
alcançar objetivos como: 
• Otimização da utilização e ocupação do veículo; 
• Otimização do tempo de carga e descarga; 
• Aumento dos cuidados com a movimentação dos produtos; 
• Agendamento de clientes, seja para coleta, seja para descarga; 
• Aumento das entregas realizadas dentro do prazo; 
• Atendimento de cargas agendadas. 
Foram citados alguns dos objetivos que podemos alcançar nas operações 
se realizarmos a roteirização e a programação de transporte. 
Saiba mais 
Acesse o link a seguir e assista a um vídeo que vai ajudar você a entender 
a importância e o funcionamento da roteirização. 
CONCEITO de roteirização – Entenda a Importância desse Setor! 
Logística em cena. Log Frio, 25 abr. 2018. Disponível em: 
<https://www.youtube.com/watch?v=L4BAw5sHFXM>. Acesso em: 1 ago. 2019. 
TEMA 2 – CONCEITOS DE ROTEIRIZAÇÃO DE VEÍCULOS 
Para iniciar esse tema, precisamos conhecer como alguns autores 
conceituam esse serviço. 
Alvarenga e Novaes (2000, p. 183) conceituam roteirização como “O 
processo de distribuição física de produtos incorpora, nas pontas, um roteiro de 
 
 
5 
coleta e entrega em que o veículo visita certo número de clientes localizados 
numa determinada zona”. Bertaglia (2009), por sua vez, afirma que 
a roteirização é complexa devido a diversas variáveis envolvidas no 
transporte, levando em consideração o tempo de entrega, a dimensão 
e peso da carga, números de clientes, tipo de veículo utilizado e 
restrições no trajeto a ser percorrido. 
Já para Enomoto (2007), 
a solução otimizada em problemas de roteirização e programação de 
veículos pode diminuir bastante o custo de transporte, levando uma 
economia bastante significativa para a empresa distribuidora como 
para o consumidor final. 
E, por fim, para Laporte, Gendreau e Semet (2002), 
o problema de roteirização de veículos consiste em definir roteiros de 
veículos que minimizem o custo total de atendimento, cada um dos 
quais iniciando e terminando no depósito ou base dos veículos, 
assegurando que cada ponto seja visitado exatamente uma vez e a 
demanda em qualquer rota não exceda a capacidade do veículo que a 
atende. 
Portanto, podemos concluir que a roteirização é uma atividade relevante 
para a logística de distribuição, pois tem a responsabilidade de reduzir os custos 
logísticos, escolher os melhores caminhos, atender o tempo de transporte que 
chamamos de tempo de trânsito, ou transit time, realizando as coletas ou 
entregas de forma eficiente, gerando um nível de serviço mais competitivo, 
atendendo a todas as necessidades, seja do cliente contratante (B2B), seja do 
cliente final (B2C). 
Saiba mais 
 Acesse o link a seguir e vamos ler uma reportagem da CargoBR, que 
conceitua a roteirização de transporte e as vantagens desse processo. Assim, 
podemos destacar a roteirização como um diferencial competitivo para as 
empresas do ramo. 
EQUIPE CARGOBR. Roteirização – como ela pode ajudar sua empresa? 
CargoBR, 7 nov. 2014. Disponível em: <https://blog.cargobr.com/como-
roteirizacao-pode-ajudar-sua-empresa/>. Acesso em: 1 ago. 2019. 
 
 
6 
TEMA 3 – GESTÃO DE OPERAÇÕES DE TRANSPORTE 
Para a gestão de transporte acontecer dentro da empresa, é necessário 
entender que se faz necessário desenvolver um planejamentoestratégico de 
atuação no transporte, baseando-se no estratégico, tático e operacional. 
Segundo Campos (2013), um planejamento de transporte pode ser de 
longo, médio ou curto prazo, e sua duração depende dos recursos disponíveis e 
dos objetivos que se deseja alcançar e muitas vezes da urgência do problema 
que se deseja resolver. 
Ainda conforme Campos (2013), de uma forma geral, um plano de 
transporte compreende as seguintes etapas: 
1. Definição dos objetivos e prazos; 
2. Diagnóstico dos sistemas de transportes; 
3. Coleta de dados; 
4. Escolha dos modelos a serem utilizados para avaliação da demanda 
futura; 
5. Alternativas de oferta de transporte; 
6. Avaliação das alternativas (custos e impactos); 
7. Escolha da alternativa; 
8. Desenvolvimento do plano de transporte acompanhado de um programa 
de financiamento; 
9. Implementação das alternativas de acordo com um cronograma de 
desembolso de recursos; 
10. Atualização dos procedimentos. 
De acordo com o nível da decisão a ser tomada, o planejamento pode ser 
estratégico, tático ou operacional, conforme Campos (2013): 
a. Nível estratégico: no nível estratégico, o planejador está preocupado com 
as ações em longo prazo. Neste nível está inserido o planejamento de 
transportes: 
o objetivo do planejamento de transportes é desenvolver 
ordenadamente programas sob os quais um sistema integrado de 
transportes possa ser inteiramente desenvolvido e que tenha sua 
operação e seu gerenciamento otimizados. Isso inclui as redes viárias 
e de transportes de massa, além das infraestruturas dos seus terminais 
(Campos, 2013, citado por Moura, 2017, p. 105-106) 
 
 
7 
A escolha do modal e de toda infraestrutura que é necessário escolher 
para iniciar as atividades na empresa, ou contratação do serviço; 
b. Nível tático: no nível tático (ou nível de projeto), normalmente são 
realizadas análises de médio a longo prazo. Nesse nível, são as 
responsabilidades operacionais que serão levadas em consideração para 
o projeto ocorrer e o planejamento do transporte ser executado; 
c. Nível operacional: o foco desse nível de decisão está principalmente nas 
ações de curto prazo e dentre as análises normalmente estão as 
atividades que serão realizadas diariamente, relacionadas a processos de 
execução e retorno imediato. 
Podemos exemplificar que o estratégico definiria qual o modal que a 
empresa irá usar, realizará um levantamento estratégico e de mercado, já o 
tático, após a decisão do estratégico terá que algumas propostas para definir 
como malha viária, veículos, locais, e todas as atividades para o transporte 
ocorrer, finalizando com o operacional, neste nível será definida a operação, 
como ocorrerá e será desenhada a rotina, pois trata-se de um nível de execução. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
Saiba mais 
De acordo com Campos (2013), além de contextualizar, é importante 
apresentar o planejamento de transporte com base em um fluxograma, conforme 
a Figura 1: 
Figura 1 – Fluxograma básico de planejamento de transportes 
 
Fonte: Campos, 2013. 
TEMA 4 – PROGRAMAÇÃO DE TRANSPORTE 
Como já citamos, a programação de transporte corresponde a todo o 
processo de negociação, roteirização, consolidação de cargas, características 
da carga (peso e volume, dimensões, densidade, grau de fragilidade, grau de 
periculosidade, geometria, compatibilidade entre produtos de mesma natureza), 
 
 
9 
escolha do tipo de veículo, emissão de documentos, programação de carga e 
descarga, prazos e urgências na entrega. 
 Segundo Novaes (2001), destacam-se alguns elementos importantes na 
decisão sobre o transporte rodoviário, tais como: 
• Risco da carga: produtos inflamáveis, tóxicos ou visados para roubo são 
fatores de risco que influenciam o valor do frete; 
• Sazonalidade: efeitos como a safra de grãos afetam de forma acentuada 
a procura por frete, fazendo com que os preços de frete dessa época 
sejam maiores que os da entressafra; 
• Trânsito: entregas em centros urbanos/horário para carregamento e 
descarregamento; 
• Carga retorno: a não existência de frete retorno faz com que o 
transportador tenha que considerar o custo do retorno para compor o 
preço do frete; 
• Especificidade do veículo de transporte: quanto mais específico for o 
veículo, menor é a flexibilidade do transportador. Assim, caminhões 
refrigerados ou caminhões tanques acabam tendo um preço de frete 
superior ao de um veículo de carga granel. 
Além desses pontos destacados, após a decisão da modalidade do 
transporte, é necessário ter conhecimento dos itens seguintes para finalizar a 
negociação com o cliente: 
• tempo em trânsito; 
• estoque de segurança (necessidade e dimensionamento); 
• cumprimento dos prazos estabelecidos; 
• custo do transporte; 
• infraestrutura e legislação existentes; 
• restrições operacionais; 
• valor agregado do produto transportado; 
• necessidade de transporte complementar; 
• segurança contra roubos, avarias; 
• rastreabilidade. 
Para que o transporte aconteça de forma assertiva, é necessário o 
transportador ou o embarcador fazerem a programação correta, principalmente 
 
 
10 
primando pelos dados corretos para não haver divergência na emissão das 
documentações, nem nas premissas para o atendimento do transporte. 
Saiba mais 
Acesse o link a seguir para ler o artigo que foi publicado pelo Enegep 
2010, XXX Encontro Nacional de Engenharia de Produção. Trata-se de um artigo 
referente à programação de veículos aplicada ao transporte rodoviário. Nesse 
texto, podemos ver o plano de operação de empresas de transporte rodoviário 
regional de passageiros, visando à alocação da frota, utilizando a programação 
de transporte e roteirização. 
PEREIRA, E. C.; MAYERLE, S. F.; TREVISAN, V. Programação de 
veículos aplicado ao transporte rodoviário. XXX Encontro Nacional de 
Engenharia de Produção, São Carlos/SP, 12-15 out. 2010. Disponível em: 
<http://www.abepro.org.br/biblioteca/enegep2010_tn_sto_118_772_17489.pdf>
. Acesso em: 1 ago. 2019. 
TEMA 5 – PROCESSOS AVANÇADOS DE ROTEIRIZAÇÃO E PROGRAMAÇÃO 
DE VEÍCULOS 
 Em algumas empresas ainda são realizadas as atividades de roteirização 
de forma manual: analisam-se os materiais a serem entregues e unem-se as 
notas fiscais por localização (apoio de mapas), analisa-se a capacidade do 
veículos e ordenam-se as entregas, bem como organiza-se dentro do veículo 
para que as entregas ocorram de forma correta. Podemos dizer que essa ainda 
é uma prática comum, porém o tempo gasto é grande e a experiência adquirida 
com essa atividade não é fácil de passar para outra pessoa. 
 Da mesma forma citada, as empresas possuem funcionários que cuidam, 
por meio de planilhas, da programação de cargas, de coletas e entregas, de 
capacidade e disponibilidades dos veículos, dos motoristas, agendamentos e 
demais informações controladas de forma manual. 
 O grande problema de se controlarem os processos dessa maneira é que 
possíveis erros podem ocorrer, como perda de informação, concentração de 
processos ou de informação nas mãos de poucos. Além disso, a ausência de 
funcionários pode ocasionar problemas na operação. Sendo assim, surge a 
necessidade de se criarem modelos mais avançados com o apoio de sistemas 
 
 
11 
que ajudem na otimização dos processos, das informações, garantindo o 
atendimento das premissas relacionadas a elementos como carga, modal, 
documentação, motorista, rota, cliente, custos e cobranças. 
Mas o que são esses sistemas que podem apoiar e dinamizar a 
distribuição? 
De acordo com Melo e Ferreira Filho (2001), 
os Sistemas de Roteirização e Programação de Veículos ou, 
simplesmente, Roteirizadores são sistemas computacionais que, 
através de algoritmos, geralmente, heurísticos e uma apropriada base 
de dados, são capazes de obter soluções para problemas de 
roteirização e programação de veículos (PRPV) com resultados 
relativamentesatisfatórios, consumindo tempo e esforço de 
processamento relativamente pequenos quando comparados aos 
gastos nos tradicionais métodos manuais. 
Atualmente tais sistemas podem considerar inúmeros tipos restrições 
ou condicionantes (ex.: um ou mais depósitos, janelas de tempo, vários 
tipos de veículos, tempos de parada, velocidades variáveis, limitações 
de capacidade, múltiplos compartimentos por veículo, barreiras físicas, 
restrições de circulação de veículos e de jornadas de trabalho, etc.) 
que tornam possível a obtenção de modelos muito próximos da 
realidade atual. Além disso, são dotados de poderosos recursos 
gráficos e podem fornecer resultados (ex.: roteiro e programação de 
cada veículo, relatórios de utilização dos veículos, relatórios de 
programação do motorista, etc.) que são de grande importância para o 
processo de tomada de decisão. 
Para Bodin (1990), a mais significativa mudança com relação aos 
sistemas para roteirização e programação de veículos ocorreu no 
ambiente computacional. Em sua primeira geração, quando os 
sistemas de roteirização e programação de veículos eram executados 
nos chamados mainframes, os resultados gerados nem sempre 
podiam ser conhecidos imediatamente, pois dependiam tanto do tempo 
de processamento como da sua prioridade na fila de espera para 
resolução. Além disso, esses sistemas não apresentavam recursos 
gráficos e interativos, prejudicando ainda mais o entendimento e a 
aceitação das soluções por parte dos usuários. Também, não era 
possível testar alterações manualmente nas soluções obtidas, de 
modo a atender restrições não consideradas explicitamente nos 
parâmetros de entrada do modelo, sendo que alguns destes recursos 
só vieram a se tomar possíveis e acessíveis com o advento e a 
evolução dos microcomputadores. Ainda segundo esse autor, esses 
primeiros sistemas eram limitados, lentos e com muitos procedimentos 
heurísticos que apresentavam pouca robustez. Enquanto alguns 
sistemas possuíam razoáveis recursos gráficos e de intervenção 
manual, outros não possuíam virtualmente nenhum. 
Na sequência, surgiram os sistemas de roteirização que apenas 
auxiliavam os usuários para a criação de rotas. Esse processo diminuía o tempo 
de atendimento da montagem das rotas e permitia ao usuário ter mais tempo 
para tratar das roteirizações que precisavam de mais atenção e de mais tempo 
devido às restrições. Mas a decisão ainda era do usuário para ter a rota mais 
adequada. Na segunda geração desenvolvida nos anos 80, os sistemas já se 
 
 
12 
esquematizavam em função das restrições mais complexas e já apresentavam 
recursos gráficos para ilustrar as rotas. 
Nos anos 90, com o avanço tecnológico na Era da computação, 
juntamente com as pesquisas na área da pesquisa operacional, iniciou-se a nova 
geração para a área da roteirização, vinculando assim todas as áreas da 
empresa, pois as informações subsidiavam as tomadas de decisão e o 
atendimento ao cliente. Após essas mudanças tecnológicas, começaram a surgir 
alguns sistemas de apoio, como o Sistema de Informação Geográfica (SIG), 
responsável pela edição de rotas e paradas dos motoristas, dando assim aos 
sistemas a possibilidade de editar as paradas, registrar postos, clientes e demais 
endereços relevantes na rota. A integração dos SIG aos modelos de roteirização 
e programação permitiu a concepção dos chamados Sistemas de Apoio à 
Decisão Espacial (SADE). 
Atualmente, com a utilização do e-commerce e as várias formas de 
distribuição de materiais, acaba sendo necessária a utilização de sistemas que 
consigam realizar as entregas de forma assertiva, roteirizada, e que garanta 
tanto a adequação do usuário, com um sistema cada vez mais fácil, flexível, 
rápido e que permita a economia no transporte e redução de tempo, fazendo que 
se ofereça ao cliente final uma entrega mais rápida, no tempo e local 
necessários. Os roteirizadores se apresentam de forma isolada para serem 
utilizados pelas empresas ou como plataforma para serem empregados em 
conjunto com outros sistemas (ERP, SCM ou TMS), integrando e facilitando as 
tomadas de decisão das empresas e disponibilizando informações importantes 
para os clientes finais. 
Recentemente, observa-se uma tendência de muitos desses 
roteirizadores se apresentarem disponíveis, como parte de um conjunto de 
sistemas integrados de gestão empresarial (ERPs e os Supply Chain Software), 
o que possibilitaria, utilizando-se da internet, disponibilizar a clientes finais 
informações sobre carregamentos, localização de veículos, previsão de horários 
de chegada, serviços de solicitação automática de pedidos etc. 
Saiba mais 
 Como um exemplo, temos o site da Rota Exata, que demonstra como o 
sistema de roteirização e de programação de transporte pode operar e solucionar 
problemas cotidianos no transporte. 
 
 
13 
ROTEIRIZADOR Rota Exata. Rota Exata, 2019. Disponível em: 
<https://www.rotaexata.com.br/roteirizador?gclid=Cj0KCQjwrdjnBRDXARIsAEc
E5YkwpL7XGkKmfClIH-
uzN7arT8QWe9qXbcEVBpaW7lbEGKh1L0kiP7QaAnZMEALw_wcB>. Acesso 
em: 1 ago. 2019. 
TROCANDO IDEIAS 
Podemos concluir que é preciso trazer e aprimorar o processo de 
roteirização e de programação de transportes na programação para as empresas 
e torná-lo um diferencial competitivo. 
NA PRÁTICA 
Destacamos um case no site Blog Logística: 
10 DICAS PARA PLANEJAR O SISTEMA DE ROTAS NA 
LOGÍSTICA 
Na logística, a máxima que “tempo é dinheiro” é mais verdadeira do 
que nunca. E o sistema de planejamento de rotas possui uma função 
essencial. Por meio dele, o calendário de transporte é otimizado, 
permitindo a redução de gastos em combustíveis, menor emissão de 
carbono e melhor no atendimento ao consumidor. 
É preciso estar atento a alguns detalhes para escolher um sistema de 
planejamento ideal para a atividade de cada empresa. William Salter, 
CEO da Paragon Software System, listou 10 dicas das capacidades 
essenciais que um do sistema de planejamento de rotas deve oferecer 
(10 dicas..., 2015). 
Saiba mais 
Confira o texto completo acessando o link a seguir: 
10 DICAS para planejar o sistema de rotas na logística. Blog Logística, 
9 mar. 2015. Disponível em: <https://www.bloglogistica.com.br/mercado/10-
dicas-para-planejar-o-sistema-de-rotas-na-logistica/>. Acesso em: 1 ago. 2019. 
FINALIZANDO 
Começamos a aula com o levantamento dos objetivos da roteirização e 
programação de transportes. Na sequência, foram apresentados os conceitos de 
roteirização de veículos, relatada a importância da gestão de operações e 
descrita a programação de transporte. Finalizamos a aula destacando os 
sistemas, ou seja, os processos avançados de roteirização e programação de 
veículos 
 
 
14 
REFERÊNCIAS 
ALVARENGA, A. C.; NOVAES, A. G. Logística aplicada: suprimento e 
distribuição física. 3. ed. São Paulo: Blücher, 2000. 
BERTAGLIA, P. R. Logística e gerenciamento da cadeia de abastecimento. 
2. ed. São Paulo: Saraiva, 2009. 
BODIN, L. D. Twenty years of routing and scheduling. Operations Research, v. 
38, n. 4, p. 571-579, 1990. 
CAMPOS, V. Planejamento de transportes: conceitos e modelos. Rio de 
Janeiro: Interciência, 2013. 
CAIXETA-FILHO, J. V. Pesquisa operacional: técnicas de otimização aplicadas 
a sistemas agroindustriais. São Paulo: Atlas, 2004 
CHING, H. Y. Gestão de estoques na cadeia de logística integrada. 3. ed. 
São Paulo: Atlas 2006. 
CHOPRA, S.; MEINDL, P. Gestão da cadeia de suprimentos: estratégia; 
planejamento e operações. 4. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2011. 
10 DICAS para planejar o sistema de rotas na logística. Blog Logística, 9 mar. 
2015. Disponível em: <https://www.bloglogistica.com.br/mercado/10-dicas-para-
planejar-o-sistema-de-rotas-na-logistica/>. Acesso em: 1 ago. 2019. 
ENOMOTO, L. M. Análise da distribuição física e roteirização de um 
atacadista do sul de Minas Gerais. Dissertação (Mestrado em Engenharia de 
Produção) – Universidade Federal de Itajubá. Itajubá/MG, 2007. 
LAPORTE,G.; GENDREAU, M.; SEMET, J. Y. P. F. Classical and modern 
heuristics for the vehicle routing problem, International Transactions in 
Operational Research, v. 7, n. 4/5, p. 285-300, 2002. 
MELO, A. C. S.; FERREIRA FILHO, V. J. M. Sistemas de roteirização e 
programação de veículos. Pesquisa Operacional, v. 21, n. 2, Rio de Janeiro, 
jul. 2001. Disponível em: 
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-
74382001000200007>. Acesso em: 1 ago. 2019. 
 
 
15 
MOURA, A. M. Planejamento urbano & planejamento de transporte: uma relação 
desconexa? Tese (Doutorado em Arquitetura e Urbanismo) – Universidade de 
Brasília. Brasília, 2017. 
NOVAES, A. G. Logística e gerenciamento da cadeia de distribuição. 3. ed. 
Rio de Janeiro. Elsevier, 2007. 
_____. Logística aplicada: suprimento e distribuição física. São Paulo: Blücher, 
2001. 
RODRIGUES, P. R. A. Gestão estratégica da armazenagem. 2. ed. São Paulo: 
Aduaneiras Informação Sem Fronteiras, 2009. 
 
	Contextualizando
	TEMA 2 – CONCEITOS DE ROTEIRIZAÇÃO DE VEÍCULOS
	TEMA 3 – GESTÃO DE OPERAÇÕES DE TRANSPORTE
	TEMA 4 – PROGRAMAÇÃO DE TRANSPORTE
	TEMA 5 – PROCESSOS AVANÇADOS DE ROTEIRIZAÇÃO E PROGRAMAÇÃO DE VEÍCULOS
	Trocando ideias
	Na prática
	10 DICAS PARA PLANEJAR O SISTEMA DE ROTAS NA LOGÍSTICA
	FINALIZANDO
	REFERÊNCIAS

Continue navegando