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TRAUMA DE EXTREMIDADES: lesões musculoesqueléticas têm poder de distração lesões músculo esqueléticas graves significam que o doente foi submetido a forças significativas → pode ter lesão despercebida cinética do atropelamento criança - femur, adulto - tibia criança - abdome, tórax, vai ter outros traumas ACHADOS ASSOCIADOS: 1- lesões internas 2- hemorragias abundantes: ossos longos, pelve 3- edema → síndrome compartimental 4- esmagamento → mioglobina → ira 5- fenômenos embólicos → embolia gordurosa 6- perda do membro ou óbito da vítima PHTLS: xabcde - atendimento pré-hospitalar x → hemorragias exsanguinantes devem ser controladas na cena C → LESÕES DE EXTREMIDADES POTENCIALMENTE FATAIS: - hemorragias grave/exsanguinante: fluxo braquial - fratura bilateral de fêmur, centro de ref de trauma e risco maior de embolia gordurosa - trauma pélvico - síndrome crush → sd do esmagamento ou rabdomiólise traumática X: compressão direta: 1ª ação quando há sangramento, enfaixa, controle temporário aplicação de curativo compressivo → de preferência estéril torniquete: casos que não parou com compressão direta e curativo estéril, aplicar até que a hemorragia pare, na região proximal ao ferimento, documentar o horário de aplicação, tempo > 1 hora → uma única tentativa de desinsuflar/afrouxar o torniquete para ver se perfunde e evite isquemia prolongada tipos: 1- torniquete manual: dispositivo de molinete 2- torniquete pneumático: ex - esfigmo IMOBILIZAÇÃO DE FRATURAS: realinhar a extremidade lesionada o mais próximo possível da posição anatômica prevenir o excesso de movimentação no local da fratura aplicar tração para realinhar e usar dispositivo de mobilização, conter expansão do hematoma de osso longo tala gessada: imobilizar temporariamente para referenciar pegar 2 articulações uma acima e uma abaixo, sempre de distal para proximal vantagens: controle de dor auxilia no controle da hemorragia, estabiliza hematoma fraturário previne comprometimento neurovascular e de partes moles luxações podem comprometer parte vascular → complicação isquêmica do membro, tentar reduzir - alinhar sem forçar, colocar tala gessada e encaminhar para ortopedista 1ª luxação do ombro → ortopedista, recidivantes → clínico faz fratura exposta: não alinhar para dentro, faz imobilização FRATURAS: FRATURAS EXPOSTAS: avaliação ortopédica obrigatória início precoce de antibiótico: cefazolina ev (cefalosporina de 1ªg) remover contaminação grosseira e partículas de sujeira, irrigação com soro e cubra o ferimento com curativo umedecido estéril e faz imobilização adequada AMPUTAÇÃO: pode ocorrer do próprio evento traumático - já chega amputado pacientes com amputações podem se beneficiar do uso inicial do torniquete lesões com isquemia prolongada, lesão nervosa associada e danos musculares podem requerer amputação amputação pode salvar a vida de um doente instável REIMPLANTE: um doente com múltiplas lesões e que necessita de reanimação agressiva (instável) e/ou cirurgia de emergência da extremidade ou de outras lesões não é candidato para reimplante → é amputação doentes com lesão isolada de extremidade e disponibilidade de equipe cirúrgica especialista em procedimentos de reimplante → microcirurgia, anastomose de vasos TRANSPORTE DO SEGMENTO AMPUTADO: 1- lave bem em solução isotônica, ringer lactato 2- envolva em gaze estéril e umedecida 3- envolva em uma toalha estéril umedecida, compressa 4- coloque em um saco plástico 5- transporte em um recipiente resfriado com gelo, cuidado para não congelar SÍNDROME CRUSH: rabdomiólise traumática condição vista em indivíduos com lesão muscular significativa por esmagamento ou soterramento, mais comum em coxa e panturrilha combinação de lesão muscular direta + isquemia + morte celular com liberação de mioglobina RABDOMIÓLISE - lise da célula muscular → libera mioglobina → mioglobinemia, aumento da mioglobina circulante → causa mioglobinúria, eas: presença de hemoglobina → forma cilindros de mioglobina e ác úrico → necrose tubular aguda → efeito citotóxico induzida por heme proteínas e → hipoperfusão renal → depleção de volume → oligúria ou anúria, urina cor de âmbar, cpk aumentado EXAMES LABORATORIAIS: eas urina de cor âmbar positiva para hemoglobina cpk sérica elevada → 10.000 ou mais outros: ureia e creatinina aumentadas - ira secundária aos eventos, gasometria arterial, potássio, cálcio, tap-inr, ttpa tratamento: suporte infusão precoce de líquidos intravenosos já pode ser suficiente, expansão fluídica intravascular, otimizar hidratação, diminuir efeito tóxico da mioglobina, alcalinização da urina através de administração de bicarbonato ev, aumenta excreção da mioglobina e uso de diuréticos osmóticos SÍNDROME COMPARTIMENTAL: desenvolve-se quando a pressão no compartimento osteofascial do músculo é suficiente para produzir isquemia e necrose subsequente, muito edemaciado, não perfunde, déficit neurológico causas: aumento do tamanho do conteúdo do compartimento: edema, hemorragia intracompartimental diminuição das dimensões do compartimento: curativo apertado abrir imobilização lesões de maior risco: - fratura de tíbia e antebraço - lesões imobilizadas com curativos apertados - lesões por esmagamento grave - pós reperfusão de musculatura -> inflamação, estresse oxidativo - queimaduras - atividade física excessiva membro edemaciado, dor intensa que não cede com analgesia, dipirona, morfina sinais e sintomas: dor maior que esperada e desproporcional ao estímulo da lesão, sinal precoce dor ao estiramento passivo da musculatura afetada, provoca movimento edema tenso do compartimento a palpação parestesia ou alteração de sensibilidade distal do compartimento afetado ausência de pulso → achado incomum e tardio não esperar ter sintoma neurológico diagnóstico: clínico, mensurações de pa intracompartimental > 30 mmhg pode auxiliar no diagnóstico tratamento: afrouxar curativos e imobilizações único tto definitivo → fasciotomia, abrir fáscia, expande avaliação cirúrgica precoce fica aberta alguns dias CONTUSÕES E ABRASÕES: avaliar se sutura ou não, se há fratura exposta, perda de subst importância - deformidades - avaliar necessidade de cirurgia plástica feridas com perda de substância: avulsão em decorrência de tracionamento de todo cabelo ao mesmo tempo → escalpelamento distorção grande, ajuda da plástica, fazer reconstrução do segmento perdido risco de tétano: contusões ou abrasões maior quando profundidade > 1 cm ferimentos por arma branca ou de fogo queimaduras de calor ou frio contaminação significativa ferimentos com tecidos isquêmicos ou desnervados profilaxia do tétano: hist vacinal incerto ou desconhecido → faz profilaxia com reforços da vacina após alta, soro antitetânico 5000 ui im profilaxia depende se é segmento limpo/superficial, ou mais profundos e contaminados → + rigorosa tabela do ms dose + de 10 anos: soro antitetânico e reforço da imunização já foi vacinado, na alta → encaminhar para sala de vacina - verificar status vacinal com reforço dt se necessário lesões nervos periféricos: lesão neurológica associada a fratura ou luxação devido proximidade do nervo com articulação e osso punho caído: n radial mão em bênção: n mediano mão em garra: n ulnar pé caído: n fibular TRAUMA VASCULAR: tipos de lesão: trauma contuso ou penetrante - vasoespasmo - contusão/defeitos focais na parede do vaso - flap de íntima - dissecção da íntima do vaso, pode formar trombo → avc ou oclusão arterial aguda pós traumática - hematoma - compressão extrínseca - laceração - transecções - rompe completamente AVALIAÇÃO INICIAL: sinais maiores: sangramento pulsátil ativo, ausencia de pulsos distais a lesao, hematoma pulsátil expansivo, sopro ou fremito, choque inexplicado sinais menores: pulsos diminuidos distais a lesao, hematoma pequeno e estável, proximidade a grandes vasos, deficit neurologico periferico, historia de hemorragia na cena, fraturas ou luxações associadas SÍNDROME 6P: parestesia,pulso diminuído/ausente, paralisia, dor, palidez e poiquilotermia rx de luxação de joelho → a poplítea comprimida dissecção da camada da artéria, tem luz falsa, onde formou trombo DIAGNÓSTICO: usg com doppler: não invasivo, baixo custo, seguro, examinador dependente, bom para avaliar trombose, aneurisma, pseudoaneurisma e fístula arteriovenosa angiotomografia: localizar o vaso danificado, identificar áreas de extravasamento de contraste → lesão vascular, determinar rupturas e trombose angiografia: padrão-ouro, possibilita avaliar localização e extensão, invasiva, equipe e equipamento especializado, hemodinâmica, cirurgião vascular tradicional - imagem a subclávia - reparo, angioplastia CIRURGIA DE CONTROLE DE DANOS: controle de sangramento, sanar causas de choque restabelecimento do fluxo sanguíneo shunt vascular: temporário, artéria que não pode ser ligada, coloca plástico para fazer passagem ligadura de vasos: reparo ou reconstrução, exigências: redundância anatômica, sistema de colaterais, avaliar caso a caso oclusão temporária com balão: reboa, ponte para 2 possibilidades: reparo endovascular reparo definitivo: após estabilização e controle de danos, considerar risco x benefício de cada abordagem LESÕES TÉRMICAS: associadas a grande morbimortalidade pele barreira contra infecções e desidratação, fica suscetível devido violar a barreira, gera resp sistemica a depender do grau seguir mesmos princípios do atls → abcde identificar lesões associadas PRINCÍPIOS BÁSICOS: abcde atenção quanto a via aérea, via aérea do grande queimado - acometimento insidioso, sinais de queimadura em face, sem sinais de ir ainda, edema instala e progride para ir manter a normalidade hemodinâmica → otimizar hidratação nas primeiras 24 h controlar a temperatura remover o doente do ambiente hostil INTERROMPER O PROCESSO DE QUEIMADURA: remover completamente a roupa do doente não arrancar a roupa aderida a pele, só durante o desbridamento irrigação abundante com solução salina morna ou lavagem em banho morno previnir hipotermia não passar pomada, lavar com água gelada, café, creme dental, não tratar em casa lavar com água corrente, proteger com pano limpo e buscar atendimento grande queimado → queimadura em face, pescoço, tórax → intubar, desbridamento extenso em bloco, cuidado em uti especializada em queimados QUEIMADURAS: quebra da homeostase orgânica (desidratação, infecção) → não iniciar atb profilático desencadeamento de resposta inflamatória sistêmica pode evoluir com sd compartimental por causa do edema AVALIAÇÃO INICIAL: abcde controle de via aérea: a via aérea pode ficar obstruída não só pela lesão direta, ex: inalação, mas também pelo edemamaciço, resultando em comprometimento queimadura em face, fuligem, ingestão de ácido/álcool INDICAÇÕES DE INTUBAÇÃO PRECOCE sinais de obstrução da via aérea: rouquidão, estridor, uso de musc acessoria, retração esternal extensão da queimadura > 40-55 queimaduras faciais extensas e profundas queimadura no interior da boca edema significativo dif de deglutir insuficiencia respiratoria diminuição de nivel de consciencia g < 8 necessidade de transferencia do doente grande queimado HIPÓXIA: CAUSAS: lesão inalatória, ventilação inadequada → queimaduras circunferenciais ou lesões torácicas associadas, pescoço administrar o2 suplementar, principalmente em incêndio, excesso de fumaça, diminui intoxicação por co monóxido de carbono INTOXICAÇÃO DE MONÓXIDO DE CARBONO: afinidade grande do co pela hemoglobina → 240 x mais do que do oxigênio nível de oxihemoglobina, mais carboxiemoglobina, menos o2 tem meia vida da carboxiemoglobina → 4 horas, se oferecer o2 100% → se torna 40 minutos SINAIS E SINTOMAS: < 20% são assintomáticos, pode ser insidiosa 20-30% → cefaleia e náuseas 30-40% → confusão 40–60 → coma > 60 → morte dosagem de hbco se possível caso não disponível e doente envolvido a incêndio em ambiente fechado, usar 02 100% de 4 a 6 horas cuidado: oxímetro não distingue hbco da hbo2 CLASSIFICAÇÃO: epiderme - derme - hipoderme primeiro grau: afeta somente epiderme, sem formar flictenas - bolhas, só eritema, vermelhidão, dor, edema, descama em 4-6 dias, ex: queimadura solar segundo grau: afeta epiderme e derme, com bolhas ou flictenas restauração das lesões de 7 a 21 dias superficial → base da bolha rósea, úmida, dolorosa profunda → base da bolha branca, seca, indolor, ajuda da plástica para reconstrução terceiro grau: indolor, espessura total - 3 camadas, hipoderme, lesar terminações nervosas, placas esbranquiçadas ou enegrecidas, textura coriácea, não reepiteliza e necessitam de enxertia de pele → plástica, pode causar sd compartimental, ir SÍNDROME COMPARTIMENTAL: atenção em: lesões circunferenciais → pescoço e inchaço tenso do compartimento afetado parestesias dor desproporcional dor ao estiramento passivo do músculo afetado alto nível de suspeição, em grande queimados, intubados aumenta ira, aumenta mioglobina TRATAMENTO: escarotomia, expandir e aliviar tensão da pele, abrir escara não costumam ser necessárias nas primeiras 6 horas fasciotomia associada raramente é necessária incisão deve ser feita através da área queimada CÁLCULO SUPERFÍCIE CORPORAL QUEIMADA: REGRA DOS 9: corpo do adulto é dividido em regiões anatômicas que representam 9% ou múltiplos de 9 da superfície corporal total se tiver outra área do tamanho da palma da mão do doente: 1% criança tem áreas diferentes, cabeça maior períneo: 1% REANIMAÇÃO VOLÊMICA: necessário repor perdas líquidas contínuas do médio/grande queimado deve ser feita para todos doentes com queimaduras parcial profunda ou de espessura total (2 grau profunda ou 3 grau) com > 20 % scp acessos periféricos → áreas de pele sã, cuidado com edema - perder acesso acesso venoso central acesso intraósseo FÓRMULA DE PARKLAND: queimaduras de 2 e 3 grau → adultos e adolescentes > 14 anos 2 ml de rl x peso x ascq = volume total oferecer ½ nas primeiras 8 h e ½ nas 16 h seguintes ex: homem, 100 kg, ascq: 80% 2 x 100 x 80 = 16000 ml em 24 h, 8000 ml nas 8 hr, 8000 ml nas 16 h grande queimado → sondado, acompanhar diurese para ver resposta GUIAR PELO DÉBITO URINÁRIO: > o,5 ml/kg/h para adultos e > 14 anos < 14 anos: 3 ml x peso x ascp du: 1 ml/kg/h lactentes e crianças < 30 kg: 3 ml x peso x asc du: 1 ml/kg/h QUEIMADURA ELÉTRICA: 4 ml x peso x asc du: 1 - 1,5 ml/kg/h QUEIMADURAS ESPECIAIS: 1) queimadura química: pode ser por ácidos ou álcalis, ácido → mais necrose por coagulação, profundidade do acometimento menor, por álcalis: necrose com saponificação, mais profundas, não tentar neutralizar → libera calor, remover pós-secos antes de irrigar com água, irrigar o local com grandes quantidades de água morna por 20-30 min utilizando ducha/mangueira 2) queimadura elétrica: diferentes velocidades de perda de calor por parte de tecidos superficiais e profundos → entrada e saída da corrente, dano maior, pele aparentemente normal e presença de lesões associadas: lesão muscular, libera mioglobina → ira, lesão nervosa, trombose de vasos, sd compartimental, anomalias da condução cardíaca → arritmias → pcr, monitorização cardíaca dos expostos a alta tensão > 1000 volts 3) queimadura por piche quente: asfalto, temperatura até 232 ºc, refrigeração rápida do piche e cuidado ao removê-lo, remoção fácil com óleo mineral (lipofílicos) 4) queimaduras que indicam transferência para centro de queimados critérios de transferência para centro de queimados: queimaduras de espessura parcial (2ºgrau) acometendo > 10% ascq queimaduras envolvendo face, mãos, genitália, períneo ou região articular 3º grau em qualquer grupo etário queimaduras químicas, elétricas, lesões por inalação em idosos, crianças, comorbidades graves, vítima de politrauma, pediátricos em hospitais sem qualificação consultar centro de queimados e determinar plano de tratamento paciente: 18 anos, masculino, sem comorbidades, explosão da moto, tce grave + 50% scq de 3º grau → grandequeimado, alta mortalidade hospitalar, risco aumentado para tétano e tromboembolismo LESÕES PELO FRIO: LESÃO CONGELANTE →mais grave, forma cristais de gelo, causa injúria e necrose. congelamento de 1º grau → hiperemia e edema, sem necrose da pele, congelamento de 2º grau → forma vesículas claras, hiperemia, edema, necrose de pele de espessura parcial congelamento de 3º grau: necrose de tec subcutáneo, vesículas hemorrágicas congelamento de 4º grau: necrose de pele de espessura total, músculos e ossos curativo, reaquecer com calor úmido, analgesia, esperar delimitar o que vai necrosar para não ser agressivo e tirar mais do que necessário LESÃO NÃO CONGELANTE → comprometimento do endotélio microvascular, estase e oclusão vascular, temperatura cai muito mas não congela tecidos alternância de fenômenos de vasoespasmo e vasodilatação temperaturas acima do ponto de congelamento → 1,6-10ºc PÉ OU MÃO DE TRINCHEIRA: soldados, problemas de microcirculação, perfusão MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: início: tecidos endurecidos, frios e anestesiados 24-48 h: hiperemia, dor forte, queimação, disestesia, bolhas, vermelhidão, equimoses, ulceração, infecções - celulite, gangrena, complicações posteriores TTO: colocação da parte afetada em água circulante aquecida - 40 graus, até que ocorra retorno da perfusão e cor rosada, evitar calor seco, não esfregar ou massagear
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