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1 Regras de inferência da lógica proposicional Regras Primitivas 1. Eliminação da conjunção (E∧) Dada uma linha da forma A ∧ B, tanto podemos inferir A como B. Essa regra é também denominada regra de separação. A ∧ B ∴ A A ∧ B ∴ B 2. Introdução da conjunção (I∧) Dada uma linha da forma A e outra linha da forma B, tanto podemos inferir A ∧ B como B ∧ A. É também denominada regra da conjunção. A B ∴ A ∧ B A B ∴ B ∧ A 3. Eliminação da negação (E¬) Dada uma linha da forma ¬¬A podemos inferir A. É também denominada regra da dupla negação. ¬¬A ∴ A 4. Introdução da negação (I¬) Se no decorrer de um raciocínio alcançarmos uma contradição, podemos negar qualquer uma das premissas que levou a essa contradição. Dada uma linha da forma B ∧ ¬B que dependa da uma suposição A, podemos concluir ¬A. Ao concluir ¬A, nós obrigatoriamente cancelamos a premissa A. 2 [A] . . . . B ∧ ¬B ∴ ¬A Por exemplo, podemos provar que (p → q) |– ¬(p ∧ ¬q) do seguinte modo: 1. p → q (premissa) 2. p ∧ ¬q (hipótese) 3. p (2, E∧) 4. q (1, 3, E→) 5. ¬q (2, E∧) 6. q ∧ ¬q (4, 5, I∧) 7. ¬(p ∧ ¬q) (2, 6, I¬) Justificamos o passo (7) afirmando que estamos negando a fórmula do passo (2) com base na contradição obtida no passo (6). Este estilo de raciocínio é conhecido desde a antiguidade clássica e recebeu na idade média o nome de reductio ad absurdum (redução ao absurdo). 5. Eliminação da condicional (E→) Dada uma linha da forma A e uma outra da forma A → B, podemos inferir B. Esta regra, também chamada modus ponens, é uma das regras mais usadas em sistemas dedutivos. A A → B ∴ B 6. Introdução da condicional (I→) 3 Dada uma linha de uma derivação que dependa de uma suposição A e afirme B, podemos inferir A → B. Esta regra é muito usada quando queremos provar uma condicional. [A] . . . . B ∴ A → B Uma vez que obtemos A → B, e se não precisamos mais da hipótese A, nós cancelamos A. Note, entretanto, que ao contrário da regra da introdução da negação, não é obrigatório cancelar A. 7. Introdução da disjunção (I∨) Dada uma fórmula da forma A, tanto podemos inferir A ∨ B como B ∨ A. É também chamada expansão. A ∴ A ∨ B A ∴ B ∨ A Um exemplo de aplicação dessa regra é na prova de (A ∨ B) → C, A |– C 1. (A ∨ B) → C (premissa) 2. A (premissa) 3. A ∨ B (2, I∨) 4. C (1, 2, E→) Embora intuitivamente seja claro que se A ou B implicam C, então A apenas também implica C, as regras que temos não nos autorizam a passar diretamente das linhas (1) e (2) para a linha (4). Precisamos antes aplicar a regra I∨, obter A ∨ B, para então por modus ponens obter C. 8. Eliminação da disjunção (E∨) Dada uma fórmula da forma A ∨ B, podemos concluir C, caso C seja derivada independentemente de A e de B. 4 A ∨ B [A] . . . . C ∴ C [B] . . . . C Intuitivamente: Se Icabod vai a praia, não estuda. Se Icabod vai ao futebol, não estuda. Icabod vai à praia ou vai ao futebol. Logo, Icabod não estuda. Note que as hipóteses A e B são canceladas após concluirmos C.. Um caso especial dessa regra é obtido quando B é ¬A, i.e., quando derivamos C tanto de A quanto de ¬A. Sendo A ∨ ¬A uma tautologia, podemos concluir C. A ∨ ¬A [A] . . . . C ∴ C [¬A] . . . . C 9. Introdução da bicondicional A → B B → A ∴ A ↔ B 10. Eliminação da bicondicional A ↔ B ∴ A → B A ↔ B ∴ B → A 5 Regras derivadas 11. Modus tollens ¬B A → B ∴ ¬A 13. Silogismo Hipotético A → B B → C ∴ A → C 15. Contraposição A → B ∴ ¬B → ¬A 12. Silogismo disjuntivo A ∨ B ¬A ∴ B 14. Contradição A ∧ ¬A ∴ B 16. Leis de De Morgan ¬(A ∨ B) ∴ ¬A ∧ ¬B ¬(A ∧ B) ∴ ¬A ∨ ¬B ¬A ∧ ¬B ∴ ¬(A ∨ B) ¬A ∨ ¬B ∴ ¬(A ∧ B) Bibliografia Mortari, C.A. Introdução à Lógica. São Paulo: Editora Unesp, 2001. Murcho, D, ‘Regras de Dedução Natural’ in: Branquinho, J. e Murcho, D. (org.) Enciclopédia de Termos Lógico-Filosóficos, Lisboa: Gradiva, 2001. Disponível em: http://www.criticanarede.com/html/fil_regras.html; acesso em 10/03/2008. van Dalen, D. Logic and Structure. Berlin: Springer-Verlag, 2004. * * * http://www.criticanarede.com/html/fil_regras.html;
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