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TCC Aline Souza Sasso


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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA 
CAMPUS DE CURITIBANOS 
CENTRO DE CIÊNCIAS RURAIS 
CURSO AGRONOMIA 
 
 
 
 
 
Aline Souza Sasso 
 
 
 
 
 
 
Caracterização de cultivares de lúpulo (Humulus lupulus L.), nos dois primeiros 
ciclos produtivos, em Curitibanos, SC 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Curitibanos 
2021 
 
 
 
Aline Souza Sasso 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Caracterização de cultivares de lúpulo (Humulus lupulus L.), nos dois primeiros 
ciclos produtivos, em Curitibanos, SC 
 
 
 
 
 
 
 
Trabalho Conclusão do Curso de Graduação em 
Agronomia do Centro de Ciências Rurais da 
Universidade Federal de Santa Catarina como requisito 
para a obtenção do título de Bacharel em Agronomia. 
Orientador: Prof. Dr. Leocir José Welter. 
Coorientador: Prof. Dr. Cristian Soldi. 
 
 
 
 
 
 
 
Curitibanos 
2021 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL 
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA 
Coordenação do Curso de Graduação em Agronomia 
Rodovia Ulysses Gaboardi km3 
CP: 101 CEP: 89520-000 - Curitibanos - SC 
 TELEFONE (048) 3721-2176 E-mail: agronomia.cbs@contato.ufsc.br. 
 
ALINE SOUZA SASSO 
 
Caracterização de cultivares de lúpulo (Humulus lupulus L.) nos dois primeiros 
ciclos produtivos em Curitibanos, SC. 
 
 
Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado para obtenção do Título de Engenheiro 
Agrônomo, e aprovado em sua forma final pelo Curso de Graduação em Agronomia. 
 
Curitibanos, 13 de setembro de 2021. 
 
 
 
 
Prof. Dr. Samuel Luiz Fioreze 
Coordenador do Curso 
 
Banca Examinadora: 
 
 
Prof. Dr. Leocir José Welter 
Orientador 
Universidade Federal de Santa Catarina 
 
Prof. Dra. Leosane Cristina Bosco 
Membro da banca examinadora 
Universidade Federal de Santa Catarina 
 
 
 
Prof. Dr. Lírio Luiz Dal Vesco 
Membro da banca examinadora 
Universidade Federal de Santa Catarina 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
Agradeço a Deus pela proteção e graça de viver. 
Aos meus pais Luiz Antônio Sasso e Leonita Selma de Souza Sasso, que nunca 
mediram esforços para que eu fosse em busca dos meus ideais e o suporte necessário para que 
pudesse estudar. 
Aos meus irmãos Luiz Jr. e Cesar Sasso, que foram incontáveis vezes me ajudar nos 
manejos do experimento. 
Aos meus amigos e familiares que acompanharam minha trajetória na faculdade, 
aguentaram-me falando de lúpulo por pouco uns 3 anos e me ajudaram de alguma maneira na 
conclusão deste trabalho. Em especial: Letícia Inácio, Cristian Rauen, Allan Piovesam, Bruna 
Emanuelle, Ir. Leonilda Carmen de Souza, Lucélia Sasso, Avelino Medeiros, Fabiane Souza, 
Yuri Kiichler, Luiz Bertoldi, Julio Cesar, Eduardo Rosa, Susane Sasso, Fernanda Souza, 
Jackson Santos, Daiane Sasso, Mariane Brandão, Mariele Ebertz, Lúcia Sasso e Célio Mota. 
Aos professores Leocir Welter e Cristian Soldi, por terem aceitado me orientar nesse 
projeto pioneiro na nossa universidade. 
Ao Eng. Agrônomo também consultor e produtor de lúpulo Rodrigo Baierle, por toda 
a assistência para a execução desse experimento. Forneceu todas as mudas, pleiteou a área, 
toda a infraestrutura de postes, realizou tratamentos, e supervisionou os manejos. 
Ao Sr. Narciso Sonda por disponibilizar a área para a realização do experimento. 
Também ao Sr. Rogério Eli pela ajuda em diversos manejos realizados. Pelos 
empréstimos da roçadeira e pelo incentivo. 
Por fim, agradeço a todos os professores e colegas que conheci durante toda a minha 
vida estudantil, por mais que as opiniões fossem divergentes, sempre aprendemos uns com os 
outros. 
 
 
 
 
 
RESUMO 
 
A demanda de lúpulo nacional de alta qualidade vem crescendo a cada ano no Brasil. Esse 
insumo é utilizado principalmente pela indústria cervejeira e na formulação de fitoterápicos. 
Objetivou-se com o presente estudo avaliar a fenologia e o desempenho de cultivares de lúpulo, 
nos dois primeiros ciclos produtivos em Curitibanos, SC. Foram testadas quatro cultivares de 
lúpulo (‘Cascade’, ‘Chinook’, ‘Saaz’ e ‘Hallertau Mittelfrüh’), em um delineamento em blocos 
inteiramente casualizados, com quatro repetições de três plantas por parcela. O espaçamento 
adotado foi de 1,65 m entre plantas e 3,00 m entre linhas. As avaliações foram realizadas em 
dois anos safras, 2019/20 e 2020/21. Na primeira safra (2019/2020) a condução das plantas foi 
em sistema latada e foram analisados massa fresca de cones e número de cones por planta. Na 
segunda safra (2020/2021) o sistema de condução foi vertical em V e foram avaliados a 
fenologia, massa fresca de cones, número de cones por planta e altura de planta. Os dados foram 
submetidos a análise de variância e teste de comparação de médias pelo teste de Tukey a 5% 
de probabilidade, utilizando o programa Gexpedes. A cultivar ‘Hallertau Mittelfrüh’ apresentou 
a brotação mais precoce e revelou o ciclo vegetativo e reprodutivo mais longo, entre as 
cultivares avaliadas, com 170 dias. Esta cultivar apresentou também maior homogeneidade dos 
estádios fenológicos, crescimento mais vigoroso e maior desenvolvimento de ramos laterais. 
Os dados produtivos demonstraram que a cultivar ‘Hallertau Mittelfrüh’ apresentou-se os 
maiores valores dos componentes de produtividade nos dois anos safras avaliados.’Cascade’ e 
‘Saaz’ apresentaram valores intermediários e, levando em consideração a idade das plantas, 
ainda não expressaram todo o seu potencial produtivo, e também apresentaram potencial para 
cultivo na região. A cultivar ‘Chinook’ foi a que apresentou menor adaptação, visto que nem 
todas as plantas produziram cones e as que produziram os valores foram inferiores. Em virtude 
da idade das plantas, nos dois primeiros anos safras, obteve-se baixa produção de cones, 
resultando em baixos rendimentos de óleos essenciais, insuficiente para permitir sua 
quantificação. O presente estudo, além de servir de base para futuros trabalhos na área, também 
fornece resultados que demonstram o potencial do cultivo do lúpulo na região, oferecendo ao 
produtor rural alternativas de diversificação da propriedade e melhoria de sua renda. 
 
Palavras-chave: Lúpulo. Planalto Catarinense. Diversificação. Renda. 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
The demand for high quality national hops is growing yearly in Brazil. This input is used mainly 
by the brewing industry and in formulation of herbal medicines. The purpose of this study was 
evaluate the phenology and performance of hop cultivars in two first production cycles in 
Curitibanos, SC. Four hop cultivars (‘Cascade’, ‘Chinook’, ‘Saaz’ and ‘Hallertau Mittelfrüh’) 
were tested in a completely randomized block design, with four replications of three plants each 
plot. The adopted spacing was 1.65 m between plants and 3.00 m between lines. The evaluations 
were carried out in two crop seasons, 2019/20 and 2020/21. At the first crop (2019/20), the 
plants were conducted in a trellis system and fresh mass of cones and number of cones per plant 
were determined. In the second season (2020/2021) the system was vertical in V and the 
phenology, fresh mass of cones, number of cones per plant and plant height were estimated. 
Data were subjected to analysis of variance and means were compared by Tukey test at 5% 
probability, using the Gexpedes software. The cultivar ‘Hallertau Mittelfrüh’ have shown the 
earliest sprouting, and the longer vegetative and reproductive cycle among the evaluated 
cultivars, with 170 days. This cultivar also presented greater homogeneity of phenological 
stages, most vigorous growth, greatest development of lateral branches. The yield data showed 
that the cultivar 'Hallertau Mittelfrüh' shown the highest values at two crop seasons for the 
evaluated parameters. 'Cascade' and 'Saaz' presented intermediate values, and considering the 
age the plants, they have not yet expressed their full potentialin the two years of cultivation, 
and also showed potential to be cultivated at region. Cultivar 'Chinook' showed the lowest 
adaptation, since not all plants produced cones and those that produced the values were lower. 
Due to the age of the plants, at the first two crop seasons low cone production was obtained, 
resulting in low essential oil yields, insufficient to allow its quantification. This present study, 
serve as a basis for future work in the area, also brings results that demonstrate the potential of 
hops cultivation in the region, offering to agriculturists alternatives to diversify their property 
and improve their income. 
 
Keywords: Hop. Santa Catarina Plateau. Diversification. Income. 
 
 
 
 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
Figura 1 - Corte longitudinal do cone de lúpulo (Humulus lupulus L.) contendo glândulas de 
lupulina. .................................................................................................................................... 15 
Figura 2- Escala fenológica do lúpulo definida por MEIER, (2001). ..................................... 17 
Figura 3- Estrutura dos componentes α- ácidos ...................................................................... 20 
Figura 4- Estrutura dos compostos β- ácidos. ......................................................................... 20 
Figura 5- Estrutura dos principais compostos aromáticos do lúpulo. ..................................... 21 
Figura 6 - Local de realização do experimento, em Curitibanos, SC. ..................................... 25 
Figura 7- Croqui do delineamento experimental em blocos completos casualizados, com quatro 
cultivares de lúpulo. .................................................................................................................. 26 
Figura 8 - Abertura das covas(A) e Incorporação dos fertilizantes(B). ................................... 28 
Figura 9 - Sistema de condução do tipo latada, 2019 .............................................................. 29 
Figura 10- Sistema de condução do tipo vertical em V, 2020 ................................................. 30 
Figura 11- Poda de ramos ladrões. .......................................................................................... 31 
Figura 12- Controle de plantas espontâneas com capina (A). Roçada realizada com roçadeira 
costal (B). Colocação de papelões para controle de plantas espontâneas na linha do plantio (C). 
Caramujos que se desenvolveram sob o papelão (D). .............................................................. 32 
Figura 13 - Experimento pós roçada........................................................................................ 33 
Figura 14 - Poda de rizomas, realizado somente no ciclo 2020/2021. .................................... 34 
Figura 15 - Incorporação dos adubos no período de entre safra, segundo ciclo 2020/2021. .. 35 
Figura 16 - Colheita primeiro ciclo 2019/2020. ...................................................................... 36 
Figura 17 - Colheita safra 2020/2021. Medições de comprimento de planta (A); coleta de cones 
(B); empacotamento a campo dos cones (C) e pesagem de cones (D). .................................... 37 
Figura 18 - Embalagem de acondicionamento em congelador em temperatura de -6º C. Safra 
2020/2021. ................................................................................................................................ 38 
Figura 19 - Atividade em laboratório. Cortes de cones(A); extração dos óleos essenciais em 
aparelho Clevenger (B). ............................................................................................................ 39 
Figura 20 - Massa fresca (g) média de cones por planta, obtidas para as cultivares de lúpulo na 
primeira safra (2019/2020), em Curitibanos, SC. ..................................................................... 40 
Figura 21- Número médio de cones por planta, obtidos por cultivar de lúpulo na primeira safra 
(2019/2020), em Curitibanos, SC. ............................................................................................ 41 
 
 
Figura 22 - Precipitação no segundo ano safra (2020/2021), durante o ciclo vegetativo e 
produtivo das cultivares de lúpulo. ........................................................................................... 42 
Figura 23 - Temperatura média no segundo ano safra (2020/2021), durante o ciclo vegetativo 
e produtivo das cultivares de lúpulo. ........................................................................................ 42 
Figura 24 - Variação estacional do fotoperíodo em diferentes latitudes do Hemisfério Sul. .. 43 
Figura 25 - Ramos laterais em desenvolvimento na cultivar ‘Hallertau Mittelfrüeh’ na safra 
2020/2021, em Curitibanos, Santa Catarina. ............................................................................ 44 
Figura 26 - Desenvolvimento de ramos produtivos safra 2020/2021. Cultivar 'Cascade' (A) e 
cultivar 'Saaz' (B), em Curitibanos, Santa Catarina. ................................................................. 45 
Figura 27 - Cones da cultivar 'Chinook', produzidos na safra 2020/2021, em Curitibanos, Santa 
Catarina. .................................................................................................................................... 46 
Figura 28 - Tamanho e formato do cone das cultivares ‘Cascade’ (A); ‘Chinook’(B); Saaz (C) 
e ‘Hallertau Mittelfrüeh.’ (D), cultivadas em Curitibanos na safra 2020/2021. ....................... 47 
Figura 29 - Fenologia das cultivares ‘Cascade’, ‘Chinook’, ‘Saaz’ e ‘Hallertau Mittelfrüeh’, 
cultivadas em Curitibanos, Santa Catarina na safra 2020/2021. .............................................. 48 
Figura 30 - Massa fresca (g) média de cones por planta obtida na segunda safra (2020/2021), 
para as cultivares em Curitibanos, SC. ..................................................................................... 50 
Figura 31 - Número médio de cones por planta, obtidos pelas cultivares na segunda safra 
(2020/2021), em Curitibanos, SC. ............................................................................................ 51 
Figura 32- Altura (m) média de plantas por cultivar de lúpulo, obtida na segunda safra 
(2020/2021), em Curitibanos, SC. ............................................................................................ 52 
 
 
 
 
 
LISTA DE TABELAS 
 
Tabela 1- Análise de solo do local do experimento, realizada no laboratório Terra Análises. 27 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 12 
2 OBJETIVOS ........................................................................................................ 14 
2.1 OBJETIVO GERAL .............................................................................................. 14 
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ................................................................................ 14 
3 HIPÓTESE ........................................................................................................... 14 
4 REFERENCIAL TEÓRICO .............................................................................. 15 
4.1 DESCRIÇÃO BOTÂNICA ................................................................................... 15 
4.2 FENOLOGIA E CONDIÇÕES EDAFOCLIMÁTICAS REQUERIDAS PELO 
LÚPULO...................................................................................................................................15 
4.2.1 Fenologia ............................................................................................................... 15 
4.3 PRINCIPAIS PRAGAS E DOENÇAS ................................................................. 18 
4.4 COMPOSIÇÃO QUÍMICA DOS CONES ........................................................... 18 
4.4.1 Substâncias responsáveispelo amargor ............................................................ 19 
4.4.2 Substâncias de aroma .......................................................................................... 20 
4.4.3 Taninos ................................................................................................................. 21 
4.5 PRINCIPAIS PAÍSES PRODUTORES DO MUNDO ......................................... 21 
4.6 PRODUÇÃO DE LÚPULO NO BRASIL ............................................................ 21 
4.7 DESCRIÇÃO DAS CULTIVARES AVALIADAS NO PRESENTE ESTUDO . 23 
4.7.1 ‘Cascade’ .............................................................................................................. 23 
4.7.2 ‘Chinook’ .............................................................................................................. 23 
4.7.3 ‘Saaz’ ..................................................................................................................... 24 
4.7.4 ‘Hallertau Mittelfrüh’ ......................................................................................... 24 
5 MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................ 25 
5.1 UNIDADE EXPERIMENTAL ............................................................................. 25 
5.2 PRODUÇÃO DAS MUDAS ................................................................................. 25 
5.3 IMPLANTAÇÃO E CONDUÇÃO DAS PLANTAS ........................................... 26 
 
 
6 FENOLOGIA ....................................................................................................... 30 
7 TRATOS CULTURAIS ...................................................................................... 30 
7.1 PODA DE RAMOS ............................................................................................... 31 
7.2 CONTROLE DE PRAGAS, DOENÇAS E PLANTAS ESPONTÂNEAS .......... 31 
7.3 IRRIGAÇÃO ......................................................................................................... 33 
7.4 PODA DE RIZOMAS ........................................................................................... 33 
7.5 ADUBAÇÃO ......................................................................................................... 34 
7.6 COMPONENTES DE PRODUTIVIDADE .......................................................... 35 
8 EXTRAÇÃO DE ÓLEOS ESSENCIAIS .......................................................... 38 
9 ANÁLISE ESTATÍSTICA .................................................................................. 39 
10 RESULTADOS E DISCUSSÃO ......................................................................... 40 
10.1 PRIMEIRA SAFRA: 2019/ 2020 .......................................................................... 40 
10.1.1 Massa fresca de cones .......................................................................................... 40 
10.1.2 Número de cones por planta ............................................................................... 40 
10.2 SEGUNDA SAFRA 2020/2021 ............................................................................ 41 
10.2.1 Condições climáticas locais ................................................................................. 41 
10.2.2 Fenologia ............................................................................................................... 43 
10.2.3 Massa fresca de cones .......................................................................................... 49 
10.2.4 Número de cones por planta ............................................................................... 50 
10.2.5 Altura de planta ................................................................................................... 51 
10.2.6 Rendimento de óleos essenciais .......................................................................... 52 
11 CONCLUSÕES .................................................................................................... 53 
12 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................. 53 
REFERÊNCIAS ................................................................................................... 55 
12 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
No Brasil, o mercado cervejeiro está em franca expansão. O país é o terceiro maior 
produtor mundial de cerveja, com cerca de 14 bilhões de litros por ano, ficando atrás apenas da 
China e dos Estados Unidos da América. De acordo com a Associação Brasileira da Indústria 
da Cerveja (CERVBRASIL, 2019), o setor movimenta cerca de 1,6% do PIB, sendo um dos 
mais relevantes na economia brasileira. O setor emprega em torno 2,7 milhões de pessoas ao 
longo da cadeia produtiva e recolhe cerca de 21 bilhões de reais em tributos. 
 Hoje o número de novas cervejarias tem crescido muito no Brasil. Só em 2018 foram 
registradas no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), cerca de 680 
novos estabelecimentos, fato que resultou na maior demanda de insumos de qualidade para a 
produção de cervejas. A cerveja, de acordo com a Lei da pureza Alemã, deve conter apenas 
malte de cevada, lúpulo e água. Mas, a bebida é bastante versátil, o que possibilita diversas 
combinações de seus ingredientes permitindo que os cervejeiros tenham produtos diferenciados 
(MORADO, 2009). 
 A importação de lúpulo feita pelo Brasil é de aproximadamente quatro mil toneladas ao 
ano, contabilizando em torno de 200 milhões de reais (ARAÚJO, 2016). Essa demanda interna 
elevada despertou o interesse de investidores, que viram na produção da flor de lúpulo um novo 
nicho de mercado a ser explorado (SOARES, 2018). 
A qualidade do lúpulo é fortemente dependente do local de cultivo. O terroir é definido 
como uma complexa interação de variáveis, como o genótipo e ambiente. Devido ao grande 
número de genes (34), envolvido na expressão do caráter e o pronunciado efeito do ambiente, 
este fato desperta interesse dos produtores de cervejas especiais em obter em seus produtos um 
perfil aromático e sabores exclusivos com identidade regionais (SANTOS, 2020). O terroir 
exerce forte influência no lúpulo porque o produto comercial da cultura são os compostos 
químicos presentes na lupulina, e estes são decorrentes do metabolismo especializado da planta, 
conhecido também como metabolismo secundário (FORTUNA, 2021). 
Além da elaboração da cerveja, o lúpulo é utilizado para a produção de fitoterápicos por 
apresentar efeitos positivos para a saúde humana (STURLUSON, 2018). Ele possui 
propriedades antioxidantes, anti-inflamatórias e antibacterianos, o que justifica o seu uso 
medicinal milenar (SPÓSITO et al., 2019). Estudos indicam que ele auxilia no tratamento de 
distúrbios do sono, ansiedade, problemas gastrointestinais, infecções na pele e previne a caspa, 
13 
 
 
atuando também como analgésico e diurético (ARAÚJO, 2017). Hoje há cosméticos como 
desodorantes, xampus, sabonetes com o extrato de lúpulo. 
A região do Planalto Central de Santa Catarina, que inclui o município de Curitibanos, 
apresenta condições edafoclimáticas que atendem a maioria das exigências da cultura do lúpulo. 
As estações do ano são bem definidas, apesar de não estarmos em uma latitude considerada 
ideal, com precipitação bem distribuída; A altitude elevada (em torno de 1.000m), propicia 
inverno com frio intenso, compensando a menor latitude. Uma das limitações da região são os 
baixos valores de pHs dos solos e, em alguns casos, a baixa fertilidade, porém estes fatores 
podem ser corrigidos por meio do manejo do solo. A possível adaptação do lúpulo nesta região 
é reforçada, pelo fato de que exemplares de lúpulo trazidos por imigrantes europeus no século 
passado, ainda são encontrados na região Sul do Brasil (BEER ART - PORTAL DA CERVEJA, 
2019). 
Apesar da potencialidade do cultivo, nenhum teste sistemático de cultivares de lúpulo 
foi realizado no município de Curitibanos,SC. Portanto, estudos científicos são necessários 
para testar a adaptação, potencial de produção e qualidade de diferentes cultivares de lúpulo na 
região, de modo a atender as demandas do mercado brasileiro (FAGHERAZZI, 2018). 
Desta forma, objetivou-se no presente estudo caracterizar a fenologia e os componentes 
produtivos das cultivares de lúpulo de diferentes origens ‘Cascade’ (EUA), ‘Chinook’ (EUA), 
‘Saaz’ (Rep. Tcheca) e ‘Hallertau Mittelfrüeh’ (Alemanha), nos dois primeiros ciclos 
produtivos, nas condições edafoclimáticas de Curitibanos, SC. Trabalhou-se com a hipótese de 
que dentre as cultivares testas alguma(s) se adapta às condições edafoclimáticas locais e 
apresenta rendimento de cones e de óleos essenciais que viabilizem a atividade e atendam às 
exigências do mercado cervejeiro brasileiro. 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://revistabeerart.com/
14 
 
 
2 OBJETIVOS 
 
 OBJETIVO GERAL 
 
Caracterizar fenologia e a produtividade de quatro cultivares de lúpulo, nos dois 
primeiros ciclos produtivos em Curitibanos, SC. 
 
 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 
 
- Determinar as datas dos principais estádios fenológicos para quatro cultivares de 
lúpulo; 
- Avaliar os componentes de produtividade de cones (flores femininas) das quatro 
cultivares de lúpulo em Curitibanos, SC 
- Extrair e quantificar o rendimento de óleo essencial presente nos cones em cada 
cultivar. 
 
3 HIPÓTESE 
 
Há cultivar(es) de lúpulo adaptada(s) que apresentam potencial produtivo e qualitativo, 
de modo a viabilizar a produção de lúpulo na região de Curitibanos, SC. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
15 
 
 
4 REFERENCIAL TEÓRICO 
 
 DESCRIÇÃO BOTÂNICA 
 
A planta de lúpulo é uma trepadeira que pertence à família Cannabaceae, sendo 
Humulus lupulus L., a principal espécie explorada comercialmente. O seu destino predominante 
é a produção de cervejas, onde exerce as funções de conferir aroma e amargor à bebida 
(MORADO, 2009). O lúpulo é originário de regiões temperadas do hemisfério norte localizados 
na Europa e na Ásia. Atualmente é cultivado em várias regiões do mundo fora do centro de 
origem, produz com qualidade em países como os Estados Unidos da América, Argentina, Nova 
Zelândia, Austrália e Canadá. Como se trata de uma planta dióica, somente as plantas femininas 
são cultivadas, visto que apenas as flores são usadas pela indústria, por terem maior rendimento 
de resina (lupulina). As plantas masculinas tem importância apenas no melhoramento genético, 
quando se pretende desenvolver novas cultivares (DODDS,2017). 
 
Figura 1 - Corte longitudinal do cone de lúpulo (Humulus lupulus L.) contendo glândulas de 
lupulina. 
 
Fonte: Elaborado pelo autor (2021). 
 
 FENOLOGIA E CONDIÇÕES EDAFOCLIMÁTICAS REQUERIDAS PELO LÚPULO 
 
4.2.1 Fenologia 
 
16 
 
 
Uma definição antiga, mas muito coerente nos diz que fenologia é o ramo da ecologia, 
que estuda os fenômenos periódicos dos seres vivos e suas relações com o ambiente, dentre eles 
umidade, temperatura e luz (DE FINA; RAVELO, 1973). A partir do conhecimento do 
comportamento da planta em relação com as condições ambientais, se desenvolveu então a 
ferramenta de escala fenológica, que descreve e ilustra toda a caracterização fenológica da 
planta dividida em estádios fenológicos. Existem inúmeras aplicações para a fenologia, dentre 
elas que se obtém a subdivisão do ciclo; determinação de exigências edafoclimáticas; 
determinação de períodos críticos do cultivo; classificação de cultivares pela sua precocidade; 
elaboração de zoneamentos agrícolas e auxilia ainda no manejo da cultura (BERGAMASCHI, 
2007). 
Para o lúpulo há a escala BBCH para proposta por MEIER, (2001), que descreve os 
seguintes estádios fenológicos (Figura 21): 1. Brotação; 2. Desenvolvimento de folhas; 3. 
Alongamento do ramo principal;4. Formação de brotações laterais; 5. Emergência de flores; 6. 
Floração; 7. Desenvolvimento de cones; 8. Maturidade dos cones e 9. Senescência (início da 
dormência). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
17 
 
 
Figura 2- Escala fenológica do lúpulo definida por MEIER, (2001). 
 
 
Fonte: MEIER, 2001. 
 
De acordo com DODDS, (2017), a produção comercial do lúpulo é dependente de 
alguns fatores, como: 
1) latitude, que está intimamente ligada ao fotoperíodo, e afeta o crescimento da parte 
aérea. A latitude influencia a capacidade de a planta crescer e florescer em resposta ao 
comprimento do dia e da noite. O lúpulo tem uma resposta fisiológica em função do número de 
horas de luminosidade por dia. O período vegetativo é o mais exigente em quantidade de 
luminosidade. O lúpulo requer horas de luz mais intensas e duradouras, sendo o ideal para a 
cultura regiões onde tenha de 12 a 14 horas de luz/dia. Em regiões produtoras a incidência de 
luz chega a 14 horas por dia, em função da latitude, que seria ideal entre 35° e 55°; 
2) frio durante o período de entressafra: dias curtos, com temperaturas baixas na 
entressafra favorecem o lúpulo. Isso ocorre depois da colheita no período de outono e inverno, 
18 
 
 
quando as brotações e raízes finas morrem, direcionando as reservas para os rizomas de 
armazenamento. Sem esse período de dormência com temperaturas baixas, espera-se uma safra 
futura ruim. Nos EUA, experimentos demonstram que a temperatura ideal durante essa fase 
varia entre 4 e 6 °C, acumulado em um período de 30 a 60 dias; 
3) o terreno deve ser preferencialmente plano ou pouco ondulado, facilitando o manejo 
e a colheita, geralmente mecanizada; 
4) o solo deve ser fértil, profundo e com pH entre 6,0 e 6,5; 
5) a plantação deve ser abrigada de ventos, idealmente cercada de quebra-ventos, pois 
este pode danificar as plantas e comprometer a produção; 6) caso não ocorra precipitação 
regular, deve-se implantar sistema de irrigação. 
 
 PRINCIPAIS PRAGAS E DOENÇAS 
 
O guia de campo desenvolvido por vários técnicos de diferentes universidades dos 
Estados Unidos (GENT et al., 2010) descreve algumas pragas que causam prejuízos nas 
plantações de lúpulo. Destacam-se: ácaros, pulgões, Besouro Prionus da Califórnia, Lagartas, 
besouro da raiz, lesmas. 
As doenças fúngicas e bacterianas de maior importância são o: míldio 
(Pseudoperonospora humuli), o oídio (Podosphoera macularis), mofo branco (Sclerotinia 
sclerotiorum), podridão da raiz (Phytophthora spp), a fusariose (Fusarium avenaceum), e a 
podridão vermelha da raiz (Phomopsis tuberivora). Também causam danos a cultura algumas 
doenças viróticas, como o Arabis mosaic virus e também nematóides da espécie (Heterodera 
humuli). 
 
 COMPOSIÇÃO QUÍMICA DOS CONES 
 
O cone é a parte estrutural da planta feminina mais importante para a produção de 
cerveja. Dentre os seus componentes estão os óleos essenciais e resinas, com destaque para a 
lupulina, que é produzida por glândulas especiais das brácteas dos cones (FAGHERAZZI, et.al, 
2019). 
Os componentes valiosos do lúpulo extraídos dos cones são: 1) substâncias 
responsáveis pelo amargor, que são as resinas de lúpulo; 2) substâncias de aromas que 
19 
 
 
consistem nos óleos essenciais de lúpulo e 3) taninos que são polifenóis. Análises químicas que 
quantifiquem esses componentes são importantes e uteis tanto para quem produz cervejas, 
quanto para se determinar o ponto de colheita e o potencial de uma região para o cultivo do 
lúpulo. Ao cervejeiro é fundamental o conhecimento da composição química para alcançar as 
características desejadas para o estilo da bebida que está sendo produzida, mantendo o padrão 
de qualidade do aroma e sabor entre os diferentes lotes de produção. Além disso, esse 
conhecimento é utilizado para determinar o preço de mercado da matéria prima em função da 
quantidade desses compostos a cada safra, visto que as condições edafoclimáticas e as práticas 
agrícolas aplicadas podem interferir diretamente na qualidade do lúpulo produzido 
(DURELLO; SILVA; BOGUSZJR., 2019). 
No Brasil há alguns laboratórios que estão fazendo essas análises, como é o caso do: 
Escola Superior Cerveja e Malte, em Blumenau/SC; Kalamazoo Natural Solutions em 
Campinas/SP e o laboratório Hops Analysis em Moji das Cruzes/SP (VAN DE BERGEN, 
2021). 
Além do efeito no sabor, o uso do lúpulo na fabricação de cerveja tem um efeito 
antisséptico e bacteriostático e, portanto, influenciam o prazo de validade da cerveja. Os teores 
desses componentes dependem da cultivar e das condições climáticas que elas são cultivadas 
(WALLER, 2019). 
 
4.4.1 Substâncias responsáveis pelo amargor 
 
Os ácidos amargos estão nas resinas do lúpulo, sendo que o total de resinas representa 
a soma das frações amargas dividido pelas resinas duras e macias. Nas resinas macias estão 
presentes nos ácidos amargos mais importantes para a indústria cervejeira, que são os α- ácidos 
e os β- ácidos (DURELLO; SILVA; BOGUSZ JR., 2019). 
Os α- ácidos são os constituintes mais importantes do lúpulo, já que estão relacionadas 
com o amargor. Quanto maior a concentração destes, mais forte será o amargor dado a bebida. 
Essa característica é alcançada após a isomerização dos α-ácidos, quando submetidos à fervura 
durante a fabricação da cerveja. 
 
 
 
20 
 
 
 
Figura 3- Estrutura dos componentes α- ácidos 
 
 
Fonte: VERZELE (1991) apud PINTO (2018). 
 
Os ácidos β conferem pouco amargor devido a sua pouca solubilidade. A sua 
importância é devido a alta atividade antimicrobiana, permitindo que a cerveja possa ser 
estocada. 
Figura 4- Estrutura dos compostos β- ácidos. 
 
 
Fonte: SAUGSPIER (2012) apud PINTO (2018). 
 
4.4.2 Substâncias de aroma 
 
O aroma do lúpulo compreende mais de 300 componentes de óleos essenciais, tais 
como o mirceno, cariofileno e humuleno, que representam juntos cerca de 80% dos óleos 
essenciais totais. As quantidades absolutas e relativas dependem principalmente da cultivar, do 
21 
 
 
local de cultivo e do ano/ safra. O aroma é definido como a fração volátil e faz parte do 
metabolismo secundário da planta. (ALMAGUER et al., 2014). 
Figura 5- Estrutura dos principais compostos aromáticos do lúpulo. 
 
Fonte: TEOR (ia) de cerveja 
 
4.4.3 Taninos 
 
Os taninos influenciam o sabor e o corpo da cerveja. Em sua maior parte, originam-se 
nas partes maiores da planta, como as hastes e ramos de cone, no entanto também estão 
presentes nos cones. 
 
 PRINCIPAIS PAÍSES PRODUTORES DO MUNDO 
 
Os Estados Unidos da América e a Alemanha são atualmente os maiores produtores 
de lúpulo do mundo. Na safra de 2017 esses países colheram 75% do total da produção mundial, 
ou seja, 83.000 toneladas das 109.254 toneladas de lúpulo produzido mundialmente (USA 
HOPS, 2017). Em 2016, cerca de 98% de toda a importação brasileira de lúpulo foi da 
Alemanha (55%) e dos Estados Unidos da América (43%) (BERBERT, 2017). 
Na América do Sul, o país que se destaca na produção de lúpulo é a Argentina, com 
aproximadamente 130 hectares plantados nas regiões de Alto Vale do Río Negro e El Bolson, 
produzindo em média 240 toneladas de lúpulo por ano (RÍO NEGRO, 2016). 
 
 PRODUÇÃO DE LÚPULO NO BRASIL 
 
A chegada do lúpulo no país é antiga. As primeiras matrizes foram trazidas por 
imigrantes Europeus por volta de 1950 e o lúpulo era utilizado para fabricação artesanal de 
cerveja para consumo familiar. Estes são os relatos de moradores e historiadores locais onde 
está localizada a Cervejaria Edelbrau em Nova Petrópolis- RS, que recuperou em seu povo a 
22 
 
 
história do lúpulo no sul do país, onde ainda podem ser encontrados exemplares da época. 
(BEER ART - PORTAL DA CERVEJA, 2019). 
Mesmo assim, há quem diga que o Brasil não tem as condições que o lúpulo precisa 
para se desenvolver bem, como a PhD em Ciência Cervejeira, Elizabeth Wiesen, em uma 
entrevista feita para a Revista da Cerveja, em 2015. Ela relatou que “o problema é que o lúpulo 
só cresce em certas áreas do mundo. É preciso ter o solo perfeito, o clima perfeito e condições 
de luz ideais. E essas condições não existem aqui no Brasil”. 
Entretanto, um novo ciclo do lúpulo ganhou força com os cervejeiros artesanais, que 
buscam cultivar o insumo em suas residências, e consequentemente procuram por resultados 
melhores de produção (CREUZ, 2018). Faltam muitos dados de pesquisa para saber quais 
regiões são as mais apropriadas para o cultivo, sendo necessário que se façam testes em 
diferentes condições edafoclimáticas, e a partir disso possam ser realizada as melhorias de 
manejo, no melhoramento genético para a obtenção de novas cultivares que sejam adaptadas a 
essas condições, e a adoção de tecnologias que atendam as demandas do mercado 
(FAGHERAZZI, 2018). 
No sul do país existem o maior número de propriedades que estão investindo na 
cultura, com áreas variando de 0,1 a 2,0 hectares, onde a cultivar ‘Cascade’ está presente em 
85% dos cultivos (FAGHERAZZI; RUFATO, 2018). 
Algumas instituições públicas estão à frente de pesquisas com o lúpulo por todo o país, 
como é o caso da Universidade de São Paulo (USP)e da Universidade do Estado de Santa 
Catarina (UDESC), bem como organizações como a Associação Brasileira de Produtores de 
Lúpulo-APROLÚPULO, com sede em Lages, SC. O intuito de todos é desenvolver técnicas 
para contribuir com a qualidade do produto, além de unir os produtores para que possam 
compartilhar experiências e contribuir no processo de comercialização (ESCM, 2018). 
Atualmente há viveiros no Brasil com certificação para comercialização de mudas, 
exemplo o Viveiro Ninkasi em Teresópolis, RJ, o primeiro do país a ter autorização do 
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) para produção e comercialização 
de mudas de lúpulo (DIÁRIO DE PETRÓPOLIS, 2018). O Viveiro Porto Amazonas, no 
município de Porto Amazonas, PR, também tem o registro no MAPA e comercializa cultivares 
de lúpulo. 
 
23 
 
 
 DESCRIÇÃO DAS CULTIVARES AVALIADAS NO PRESENTE ESTUDO 
 
4.7.1‘Cascade’ 
 
PAÍS DE ORIGEM: Estados Unidos da América (EUA) 
INFORMAÇÕES: desenvolvida no programa de melhoramento genético da 
Universidade Estadual de Oregon EUA, sendo a primeira a ser lançada por este programa com 
a finalidade de aroma, em 1972. Ela foi obtida através do cruzamento do cultivar russa 
Serebrianka com um macho da cultivar Fuggle, onde o objetivo era criar uma cultivar 
resistente/tolerante as duas principais doenças fúngicas da cultura (oídio Podosphaera macularis 
e míldio Pseudoperonospora humuli e a murcha do Verticillium). 
PERFIL AROMÁTICO: Tem um aroma de força média e proporciona um perfil 
aromático com citros, floral e notas picantes, juntamente com amargor bem balanceado. 
Cascade apresenta a maior área de lúpulo cultivada nos EUA, com novas áreas sendo 
estabelecidas em vários estados para atender à crescente demanda. O potencial produtivo da 
cultivar é de 1.600-2.200 kg/ha. (USA HOPS, 2017). 
PROPRIEDADES ANALÍTICAS: α- ácido 5 – 7,5%; β- ácido 3 – 4,2%; óleos totais 
(100 g) 0,9- 1,5mL (BARTH; NUREMBERG, 2018). 
 
4.7.2 ‘Chinook’ 
 
PAÍS DE ORIGEM: Estados Unidos da América/ EUA 
INFORMAÇÕES: é uma cultivar que leva o nome de uma tribo de indígenas nativos 
americanos de uma região em torno de Washington. Foi desenvolvida no Estado de 
Washington, no âmbito do programa de melhoramento dos EUA e foi lançada como uma 
cultivar de lúpulo de alta quantidade de alfa ácidos em 1985. O genitor paterno desta cultivar é 
o cultivar Golding Inglês cruzado com a cultivar materna Brewer’s Gold. A cultivar é tolerante 
a murcha do Verticillium e suscetível ao míldio. Apresenta potencial produtivo de 1.600-2.000 
kg/ha. 
PERFIL AROMÁTICO: Tem um aroma com elevada aceitação pelo consumidor e 
perfil de amargor suave. (OREGON STATE UNIVERSITY, 2019). 
24 
 
 
PROPRIEDADES ANALÍTICAS: α- ácido 12 – 14 %; β- ácido 3 – 4 %; óleos totais 
(100 g) 1,7 – 2,8 mL (BARTH; NUREMBERG, 2018).4.7.3 ‘Saaz’ 
 
PAÍS DE ORIGEM: República Tcheca 
INFORMAÇÕES: apesar de desconhecida sua ancestralidade, há indícios de que 
esteja relacionada às cultivares: Hersbrucker e Spalter. Foi lançada no ano de 1973 e apresenta 
suscetibilidade moderada ao míldio e ao oídio. 
PERFIL AROMÁTICO: apresenta aroma nobre muito agradável, adequado à 
produção de cervejas super premium, com amargor suave, particularmente adequado para 
cervejas do tipo Pilsner. Apresenta potencial produtivo de 0,800-1.000 kg/ha (OREGON 
STATE UNIVERSITY, 2019). 
PROPRIEDADES ANALÍTICAS: α- ácido 3 – 6 %; β- ácido 4,5 – 8 %; óleos totais 
(100 g) 0,4 – 1 mL (BARTH; NUREMBERG, 2018) 
 
4.7.4 ‘Hallertau Mittelfrüh’ 
 
PAÍS DE ORIGEM: Alemanha, região de Hallertau. 
INFORMAÇÕES: é uma cultivar regional, original da região alemã Hallertau. Foi 
lançada em 1956, provavelmente oriunda de uma cultivar antiga alemã. Mundialmente 
conhecida pelo aroma nobre, usado principalmente em cervejas do tipo premium. Apresenta 
resistência moderada ao míldio. 
PERFIL AROMÁTICO: características agradáveis de aroma continental picantes e 
amadeirados, alta humulina. Apresenta potencial produtivo de 2.300-2.400 kg/ha (OREGON 
STATE UNIVERSITY, 2019). 
PROPRIEDADES ANALÍTICAS: α- ácido 3 - 5,5%; β- ácido 3 - 5%; óleos totais 
(100 g) 1,1 mL (BARTH; NUREMBERG, 2018). 
 
 
 
25 
 
 
5 MATERIAL E MÉTODOS 
 
 UNIDADE EXPERIMENTAL 
 
 O experimento foi implantado em uma propriedade rural disponibilizada pelo Sr. 
Narciso Sonda e supervisionado pelo Engenheiro Agrônomo Rodrigo Baierle, produtor e 
consultor de lúpulos (Lúpulo 1090). A área está localizada no município de Curitibanos/SC, às 
margens da rodovia SC-120, nas coordenadas geográficas 27°21'37.2"S, 50°34'20.1"W e 
altitude de 1.003 m. 
 
Figura 6 - Local de realização do experimento, em Curitibanos, SC. 
 
Fonte: Google Maps, 2021. 
 
O solo da área é classificado como Cambissolo Háplico de textura argilosa (SANTOS 
et al., 2014). De acordo com a classificação climática de Köeppen-Geiger, o clima é Cfb 
(temperado, sem estação seca definida e verão ameno), com temperatura média anual entre 15,1 
e 16º C, e precipitação pluvial entre 1.500 a 1.600 mm (WREGE, et al., 2012). 
 
 PRODUÇÃO DAS MUDAS 
 
As mudas utilizadas no experimento foram propagadas assexuadamente a partir de 
miniestaquia, extraídas de plantas matrizes adultas, obtidas com produtor da região de 
Curitibanos, Sr. Rodrigo Baierle. Para o enraizamento, as mini-estacas foram acondicionadas 
26 
 
 
em bandejas de isopor de 128 alvéolos com substrato comercial (Carolina soil) + Bokashi e 
dispostas em casa de vegetação, sob irrigação por micros aspersores durante cinco meses, 
utilizando as dependências da UFSC. Quando as mudas atingiram o tamanho médio de 10 cm 
e foram transplantadas para a unidade experimental. 
 
 IMPLANTAÇÃO E CONDUÇÃO DAS PLANTAS 
 
O delineamento experimental foi em blocos casualizados (DBC), com quatro 
tratamentos: cultivares de lúpulo, ‘Cascade’, ‘Chinook’, ‘Saaz’ e ‘Hallertau Mittelfrüeh’. Cada 
unidade experimental foi constituída de três plantas e quatro repetições (Figura 7). O 
espaçamento foi de 1,65 m entre plantas e 3 m entre fileiras, totalizando 48 plantas avaliadas. 
 
Figura 7- Croqui do delineamento experimental em blocos completos casualizados, 
com quatro cultivares de lúpulo. 
 
Fonte: Elaborado pelo autor. 
 
Antes da implantação do experimento foi realizada uma análise de solo, pelo 
laboratório Terra Análises que constatou pH de 6,5 (Tabela 1), não requerendo ajuste de pH, 
visto que é considerado ideal para a cultura. Como cobertura de inverno foi semeado aveia. No 
dia do transplante das mudas a campo foram feitas covas de 40 cm de largura, 40 cm de 
comprimento e 50 cm de profundidade, e nesta cova foram incorporados 100 g de adubo 
químico (NPK, fórmula 9- 33- 12) e 5 kg de adubo orgânico de esterco de ovelha curtido. 
27 
 
 
Tabela 1- Análise de solo do local do experimento, realizada no laboratório Terra 
Análises. 
Componente Teor 
Argila 69% 
Areia 6% 
Silte 25% 
Matéria Orgânica 3,39% 
Índice SMP 6,4 
Saturação de bases 81,52% 
CTC efetiva 12,34 cmolc/dm³ 
CTC pH 7 14,91 cmolc/dm³ 
Potássio 4,08% 
Fósforo 43,86 mg/dm³ 
Calcio 52,08% 
Magnésio 25,36% 
Carbono 19,42 g/dm³ 
pH 6,5 
Fonte: Terra Analises 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
28 
 
 
Figura 8 - Abertura das covas(A) e Incorporação dos fertilizantes(B). 
 
Fonte: Elaborado pelo autor (2021). 
 
No primeiro ano de cultivo, as plantas foram conduzidas em sistema latada, conforme 
utilizado para a videira (Figura 9). De cada planta foram tutorados verticalmente de 3 a 4 ramos, 
utilizando um fio de sisal. Quando os ramos atingiram o fio principal, a 2,5 m de altura, eles 
foram conduzidos no sentido horizontal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
29 
 
 
Figura 9 - Sistema de condução do tipo latada, 2019 
 
Fonte: Elaborado pelo autor (2021). 
 
No segundo ano de cultivo, as plantas do experimento foram conduzidas em um novo 
sistema de condução, denominado vertical em V, empregando postes de 6 metros de altura 
(Figura 10). O motivo pela troca de sistema de condução foi pela observação de um alto 
crescimento de algumas cultivares, o que dificultaria as análises no segundo ano, caso se 
entrelaçassem. Além disso, este é o sistema de condução recomendado para a cultura. 
 
30 
 
 
Figura 10- Sistema de condução do tipo vertical em V, 2020 
 
Fonte: Elaborado pelo autor (2021). 
 
6 FENOLOGIA 
 
Os estádios fenológicos foram acompanhados nos dois anos de experimento, no 
entanto, houve muita desuniformidade entre as parcelas de uma mesma cultivar no primeiro 
ano de avaliação, devido as plantas ainda serem jovens. Portanto, somente o segundo ano foi 
considerado para determinar o desenvolvimento fenológico da cultura. 
 
7 TRATOS CULTURAIS 
 
Alguns tratos culturais são indispensáveis para a cultura do lúpulo. No período que 
compreendeu a primeira safra 2019/2020 os tratos culturais foram adubação, poda de brotos, 
controle de pragas, doenças e plantas espontâneas, irrigação, colheita. No segundo ano de 
condução que compreendeu a safra 2020/2021, além desses tratos culturais, foi também 
realizado a poda de rizomas. 
31 
 
 
 PODA DE RAMOS 
 
No início dos ciclos produtivos foram definidos os ramos que foram conduzidos por 
planta, os demais foram sendo cortados. No primeiro ciclo 2019/2020 foram conduzidos por 
planta de 3 a 4 ramos e no segundo ciclo foram conduzidos seis ramos. Essa prática faz com 
que a energia da planta seja destinada para os ramos produtivos (Figura 11). 
 
Figura 11- Poda de ramos ladrões. 
 
Fonte: Elaborado pelo autor (2021). 
 
 CONTROLE DE PRAGAS, DOENÇAS E PLANTAS ESPONTÂNEAS 
 
Não há produtos químicos registrados para o manejo de pragas, doenças e plantas 
espontâneas na cultura do lúpulo. Para o manejo de ácaros, foi utilizado o produto biológico a 
base de Beauveria bassiana da empresa Agri Fértil. O fungicida e acaricida a base de 
Espiromesifeno, nome comercial (Oberon), também foi aplicado na dose de 6 mL/20 L, 
realizado com pulverizador costal. Foram realizadas três aplicações com intervalo entre as 
aplicações de 10 dias. A última realizada em 08/12/2020. 
32 
 
 
As plantas espontâneas foram manejadas por meio de capinas e roçadas periódicas 
(Figura 12). 
 
Figura 12- Controle de plantas espontâneas com capina (A). Roçada realizada com 
roçadeira costal (B). Colocação de papelões para controle de plantas espontâneas na linha do 
plantio (C). Caramujos que se desenvolveram sob o papelão (D). 
 
Fonte: Elaborado pelo autor (2021). 
 
Para diminuir a mão de obra, foi testado o uso de papelões no entorno das plantas. 
Porém, este manejo resultou no aumento da população de caramujos sob os papelões, 
prejudicando a cultura. 
Para manter o solo comcobertura verde, foram semeados nas entrelinhas aveia e trevo 
no inverno e milheto no verão. Com isso, reduziu-se a presença de plantas espontâneas e 
auxiliou na manutenção da umidade do solo. Após as roçadas, o capim foi utilizado como 
material de cobertura próximo as plantas (Figura 13). 
33 
 
 
Figura 13 - Experimento pós roçada 
 
Fonte: Elaborado pelo autor (2021). 
 
 IRRIGAÇÃO 
 
As precipitações não foram as esperadas para o período de desenvolvimento da cultura. 
Nos dois anos de avaliação foi necessário intervir com o uso de irrigação. No entanto, na 
primeira safra foi irrigado apenas no início do ciclo, para evitar a morte das plantas. No segundo 
ciclo, as irrigações foram sendo realizadas quando não havia precipitação acumulada o 
suficiente para manter o solo úmido, com padronização de 10 litros por planta. A irrigação foi 
manual, utilizando regadores de 10 litros cada. 
 
 PODA DE RIZOMAS 
 
Durante o período de entressafra, que geralmente compreende os meses de fevereiro a 
setembro as plantas entram em dormência e é recomendado realizar a poda dos rizomas. Essa 
prática foi realizada no segundo ano de cultivo, quando as raízes já estavam bem estabelecidas. 
Primeiro retirou-se o solo próximo a coroa da planta e com o auxílio de tesoura de poda cortou-
se os brotos. Essa prática foi realizada com o intuito de não deixar a planta se alastrar pela área 
(Figura 14). 
 
34 
 
 
Figura 14 - Poda de rizomas, realizado somente no ciclo 2020/2021. 
 
Fonte: Elaborado pelo autor (2021). 
 
 ADUBAÇÃO 
 
Antes das plantas saírem do período de dormência no dia 12 de setembro de 2020 foi 
realizada uma adubação química e orgânica. Neste mesmo dia realizou-se a poda dos rizomas 
e a incorporação dos adubos. Por planta foi colocado 5 kg de adubo orgânico, uma mistura de 
Bokashi e esterco de ovelha curtido e 100 gramas de adubo químico fórmula NPK 9-33-12 
(Figura 15). 
 
 
 
 
 
 
 
 
35 
 
 
Figura 15 - Incorporação dos adubos no período de entre safra, segundo ciclo 
2020/2021. 
 
Fonte: Elaborado pelo autor (2021). 
 
 COMPONENTES DE PRODUTIVIDADE 
 
Apesar de ser considerado normal o primeiro ano produzir poucos cones, no ciclo 
2019/2020 foram realizadas as colheitas de cones conforme atingiram a maturidade (Figura 16). 
Os cones foram colhidos e pesados a cada colheita, e ao final do ciclo produtivo foi somado o 
total por planta. 
Em função de as plantas serem ainda jovens, particularmente por terem sido plantadas 
mudas feitas por micro estacas, a produção na primeira safra ainda foi baixa. Por isso, foram 
avaliadas na primeira safra apenas massa fresca de cones e número de cones por planta. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
36 
 
 
Figura 16 - Colheita primeiro ciclo 2019/2020. 
 
Fonte: Elaborado pelo autor (2021). 
 
 Na segunda safra (2020/2021), a colheita foi realizada planta a planta apenas no final 
do ciclo (Figura 17). Na colheita foi realizado um corte na base e na altura do fio superior. Após 
realizado o corte, foi medido o comprimento das plantas, contado o número de cones por planta 
e determinada a massa de cones por planta. As plantas foram medidas com o auxílio de uma 
trena, sendo as plantas dispostas no chão e medidas desde o início da brotação até a última 
folha. Como houve diferença entre as cultivares no ponto de maturação, as colheitas foram 
realizadas nos dias 27/01/2021 para ‘Cascade’ e ‘Saaz’; 09/02/2021 para ‘Chinook’; 
17/02/2021 e 27/02/2021 ‘Hallertau Mittelfrüeh’. 
Na segunda safra, com as plantas mais desenvolvidas as avaliações foram: fenologia, 
massa fresca de cones, número de cones por planta, altura de planta e rendimento de óleos 
essenciais. 
 
 
37 
 
 
Figura 17 - Colheita safra 2020/2021. Medições de comprimento de planta (A); coleta de 
cones (B); empacotamento a campo dos cones (C) e pesagem de cones (D). 
 
Fonte: Elaborado pelo autor (2021). 
 
Após colhidos, os cones foram pesados em uma balança digital, embalados a vácuo 
(Figura 18) e posteriormente congelados em uma temperatura -6º C até o dia da extração dos 
óleos essenciais. 
 
 
 
 
 
 
38 
 
 
Figura 18 - Embalagem de acondicionamento em congelador em temperatura de -6º 
C. Safra 2020/2021. 
 
Fonte: Elaborado pelo autor (2021). 
 
8 EXTRAÇÃO DE ÓLEOS ESSENCIAIS 
 
A extração de óleos essenciais foi realizada empregando a técnica de hidrodestilação 
em aparelho Clevenger (Figura 19). De cada parcela foram utilizadas 100 gramas de lúpulo 
fresco, que foram cortados em três partes e colocadas em balão de fundo redondo de 1 litro, 
com 700 ml de água destilada. O tempo de extração após a fervura foi de 1 hora. Devido à 
pequena quantidade de óleo obtido, o óleo foi dissolvido em éter dietílico para permitir o 
isolamento do óleo essencial. A fase orgânica foi seca com sulfato de sódio anidro (Na₂SO₄) 
para remoção da água residual, e o óleo foi estocado em freezer dissolvido no éter dietílico. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
39 
 
 
Figura 19 - Atividade em laboratório. Cortes de cones(A); extração dos óleos 
essenciais em aparelho Clevenger (B). 
 
Fonte: Elaborado pelo autor (2021). 
 
9 ANÁLISE ESTATÍSTICA 
 
Os valores médios das duas safras (2019/2020 e 2020/2021) foram analisados se 
atendiam os pressupostos de teste de normalidade dos resíduos, de acordo com o teste de 
Shapiro Wilk (5%). Quando não apresentaram normalidade das variâncias foram transformados 
pela raiz quadrada dos dados coletados. Em seguida foram submetidos a análise de variância ( 
ANOVA) pelo teste F e quando significativas, as médias foram comparadas pelo teste de Tukey 
a 5% de probabilidade de erro com o auxílio do programa estatístico Gexpdes (GEXPDES, 
2019). 
 
 
 
 
 
 
 
40 
 
 
10 RESULTADOS E DISCUSSÃO 
 
 PRIMEIRA SAFRA: 2019/ 2020 
 
10.1.1 Massa fresca de cones 
 
A cultivar ‘Hallertau Mittelfrüeh’ produziu uma média de 15,16 g por planta, sendo a 
maior entre as cultivares (Figura 20). A cultivar ‘Saaz’ produziu média de 11,16 g por planta e 
a cultivar ‘Cascade’ 8 gramas por planta, não havendo diferença estatística entre essas médias. 
A cultivar ‘Chinook’ se diferencia da cultivar ‘Hallertau Mittelfrüeh, com produção média de 
cones frescos por planta na primeira safra de 3,41g. 
 
Figura 20 - Massa fresca (g) média de cones por planta, obtidas para as cultivares de 
lúpulo na primeira safra (2019/2020), em Curitibanos, SC. 
 
Fonte: Elaborado pelo autor, 2020 
 
10.1.2 Número de cones por planta 
 
O número médio de cones por planta foi maior na cultivar ‘Hallertau Mittelfrüeh’ 
(49,75 cones por planta), no entanto, não diferindo das cultivares ‘Saaz’ com 13,08 e ‘Cascade’ 
com 6,91. ‘Chinook’ apresentou o menor número de cones, com apenas de 1,16 cones por 
planta, que não diferiu significativamente de ‘Cascade’ e ‘Saaz’. Apesar de não avaliado 
estatisticamente, a cultivar ‘Chinook’ apresentou os maiores cones, enquanto que” Hallertau 
Mittelfrüeh’os menores (Figura 21). 
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Figura 21- Número médio de cones por planta, obtidos por cultivar de lúpulo na 
primeira safra (2019/2020), em Curitibanos, SC. 
 
Fonte: Elaborado pelo autor, 2020 
 
 SEGUNDA SAFRA 2020/2021 
 
10.2.1 Condições climáticas locais 
 
A distribuição de chuvas durante o período de acompanhamento da fenologia no 
segundo ano safra (2020/2021), apresentado na (Figura 22), demonstra que houve pouca 
precipitação, com acumulado de chuvas durante os 170 dias de 833 mm. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Figura 22 - Precipitação no segundo ano safra (2020/2021), durante o ciclo vegetativo e 
produtivo das cultivares de lúpulo. 
 
Fonte: Elaborado pelo autor (2021).Durante o período de desenvolvimento das plantas no segundo ano safra (2020/2021), 
obtivemos as seguintes temperaturas, (Figura 23), onde em 170 dias de realização da fenologia 
a média calculada ficou em 18,2 ºC. 
 
Figura 23 - Temperatura média no segundo ano safra (2020/2021), durante o ciclo vegetativo 
e produtivo das cultivares de lúpulo. 
 
Fonte: Elaborado pelo autor (2021). 
 
Curitibanos está localizado a uma latitude de aproximadamente 27º Sul, e esse é uma 
condição que nunca pode ser alterado. Através da latitude se conhece a duração de horas de luz 
durante as estações do ano como a representada na Figura 24. Onde podemos visualizar que a 
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Precipitação 
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10/09/2020 10/10/2020 10/11/2020 10/12/2020 10/01/2021 10/02/2021
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Temperatura média 
43 
 
 
maior duração de luz dia para essa latitude está próxima de 13 horas, no Solstício Verão. 
Enquanto que, a menor duração de luz dia é no Solstício Inverno, próximo de 10 horas. 
O Solstício Verão seria em 21 de dezembro e Solstício Inverno em 21 de junho. 
 
Figura 24 - Variação estacional do fotoperíodo em diferentes latitudes do 
Hemisfério Sul. 
 
Fonte: Bergamaschi, 2009 
 
10.2.2 Fenologia 
 
As datas em que as cultivares atingiram os estádios fenológicos avaliados são 
apresentadas na Figura 28. A cultivar ‘Hallertau Mittelfrüeh’ iniciou a brotação primeiro que 
as demais, e concluiu o seu ciclo por último, apresentando o ciclo vegetativo/produtivo mais 
longo entre as cultivares avaliadas, com 170 dias. A campo também se observou que essa 
cultivar foi a que apresentou maior homogeneidade dos estádios fenológicos entre as parcelas. 
A cultivar ‘Hallertau Mittelfrüeh’ foi a que apresentou o desenvolvimento maior de ramos 
laterais (Figura 25). 
 
 
 
 
44 
 
 
Figura 25 - Ramos laterais em desenvolvimento na cultivar ‘Hallertau Mittelfrüeh’ 
na safra 2020/2021, em Curitibanos, Santa Catarina. 
 
 
Fonte: Elaborado pelo autor (2021). 
 
As cultivares ‘Cascade’ e ‘Saaz’ obtiveram uma duração de ciclo igual, com duração 
média de 134 dias. No entanto, houve diferença na duração entre os estádios. A cultivar ‘Saaz’ 
desenvolveu as brotações laterais 15 dias antes que a cultivar ‘Cascade’, enquanto o intervalo 
entre os estádios desenvolvimento de cones e maturidade na cultivar ‘Saaz’ foi de 16 dias e 
‘Cascade’ 28 dias. Os ramos laterais das cultivares ‘Cascade’ e ‘Saaz’ foram de menor 
alongamento do que observado para cultivar ‘Hallertau Mittelfrüeh’. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
45 
 
 
Figura 26 - Desenvolvimento de ramos produtivos safra 2020/2021. Cultivar 'Cascade' (A) e 
cultivar 'Saaz' (B), em Curitibanos, Santa Catarina. 
 
Fonte: Elaborado pelo autor (2021). 
 
A cultivar ‘Chinook’ iniciou a brotação depois das demais cultivares, no dia 28 de 
outubro e concluiu o seu ciclo em 09 de fevereiro, com duração de 104 dias de ciclo total. Como 
algumas parcelas não produziram cones, a fenologia dessa cultivar foi realizada com base em 
5 plantas que concluíram o ciclo. A cultivar ‘Chinook’ não desenvolveu ramos laterais. Os 
cones se desenvolveram nas gemas do ramo principal (Figura 27). 
A fenologia também foi acompanhada no experimento conduzido pela pesquisadora 
Mariana Mendes Fagherazzi, na safra 2019/2020 em Lages, SC. Entre as cultivares que foram 
avaliadas estavam ‘Cascade’ e ‘Chinook’. A duração do ciclo da ‘Cascade’ naquele local foi de 
180 dias e o da cultivar ‘Chinook’ foi de 189 dias (FAGHERAZZI, 2020). 
 
 
 
 
 
 
 
 
46 
 
 
Figura 27 - Cones da cultivar 'Chinook', produzidos na safra 2020/2021, em 
Curitibanos, Santa Catarina. 
 
Fonte: Elaborado pelo autor (2021). 
 
Com a observação do desenvolvimento dos ramos laterais e dos cones, já era esperado 
que a produção em volume total da cultivar ‘Hallertau Mittelfrüeh.’ seria maior que as demais. 
O que foi comprovado no momento da colheita. 
Também se observou diferenças no tamanho dos cones entre as cultivares avaliadas. 
Com o auxílio de um paquímetro, obteve que cones da cultivar ‘Chinook’ teve os maiores 
tamanhos com cones de 50 mm de comprimento, enquanto cones da cultivar ‘Hallertau 
Mittelfrüeh’ obtiveram em sua maioria comprimento de 30 mm (Figura 28). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
47 
 
 
Figura 28 - Tamanho e formato do cone das cultivares ‘Cascade’ (A); ‘Chinook’(B); 
Saaz (C) e ‘Hallertau Mittelfrüeh.’ (D), cultivadas em Curitibanos na safra 2020/2021. 
 
Fonte: Elaborado pelo autor (2021). 
 
Provavelmente, os cones da cultivar ‘Chinook’ foram os maiores entre as cultivares 
avaliadas por não ter tido desenvolvimento de ramos laterais. No entanto, os foto assimilados 
foram destinados para poucos cones que consequentemente cresceram mais. 
 
48 
 
 
Figura 29 - Fenologia das cultivares ‘Cascade’, ‘Chinook’, ‘Saaz’ e ‘Hallertau Mittelfrüeh’, cultivadas em Curitibanos, Santa Catarina na safra 
2020/2021. 
 
Fonte: Elaborado pelo autor (2021). 
49 
 
49 
 
As discrepâncias observadas entre os resultados observados no presente estudo em 
relação aos observados por (FAGHERAZZI, 2020) podem estar relacionados a diferentes 
fatores. O primeiro deles, pode estar relacionado a fatores edafo-climáticos, que embora seja a 
mesma região, há diferenças. O segundo, as mudas das cultivares implantadas. No presente 
estudo foram produzidas mudas próprias a partir de microestaquia, que leva a uma demora 
maior no estabelecimento das plantas, desenvolvimento de rizomas de reserva e 
consequentemente crescimento e produção das plantas. O terceiro, está relacionado ao manejo, 
visto que não havia um sistema de irrigação implantado, não foi possível suprir a demanda de 
água nos momentos mais necessitados pela planta. Além disso, o número de ramos tutorados 
por sisal podem ter sido inadequados, houve o ataque de pragas e a colheita pode ter sido 
realizada antes do momento adequado, o que resulta em menor produção de lupulina e 
consequentemente menor produção de óleos essenciais. 
São muitas as variáveis que podem resultar no sucesso ou insucesso em uma atividade 
agrícola, por isso é importante que se desenvolva outras pesquisas com a cultura do lúpulo, com 
diferentes cultivares e em condições mais controladas, por exemplo com irrigação por 
gotejamento. Assim, consolidar a cadeia produtiva com boas práticas de manejo e obter lúpulo 
de qualidade compatíveis com os importados. 
 
10.2.3 Massa fresca de cones 
 
A cultivar ‘Hallertau Mittelfrüeh’ continuou sendo a mais produtiva, com média de 
168,08 g de cones por planta, aumentando a massa de cones frescos em 6,6 vezes em relação a 
primeira safra. Os cones desta cultivar corresponderam a mais da metade (52%) de toda a 
produção colhida no experimento. As cultivares ‘Saaz’ (76,41 g) e ‘Cascade’ (69,08 g) 
apresentaram produção intermediária de cones por planta, enquanto ‘Chinook’ foi a menos 
produtiva com apenas 9,5 g de cones por planta, representando 23%, 21% e 2,5 % da produção 
total do experimento, respectivamente (Figura 30). 
 
 
 
 
50 
 
50 
 
Figura 30 - Massa fresca (g) média de cones por planta obtida na segunda safra 
(2020/2021), para as cultivares em Curitibanos, SC. 
 
Fonte: Elaborado pelo próprio autor, 2021 
 
10.2.4 Número de cones por planta 
 
O número de cones por planta também foi superior na cultivar ‘Hallertau Mittelfrüeh’ 
que obteve número total de 5459 cones, com média de 454,9 cones por planta (Figura 31). 
‘Chinook’ produziu o menor número de cones, com apenas 17,08, enquanto as cultivares 
‘Cascade’ e ‘Saaz’, não diferiram entre si e apresentaram média de cones por planta de 71,33 e 
52,91, respectivamente. 
No experimento conduzido pela pesquisadora FAGHERAZZI (2020), também foi 
avaliado o número de cones porplanta. No segundo ano de avaliações em Lages, SC a cultivar 
‘Chinook’ produziu aproximadamente 1000 cones por planta, e ‘Cascade’ próximo de 800 
cones por planta. 
 
 
 
 
 
 
 
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Figura 31 - Número médio de cones por planta, obtidos pelas cultivares na segunda 
safra (2020/2021), em Curitibanos, SC. 
 
Fonte: Elaborado pelo próprio autor, 2021 
 
10.2.5 Altura de planta 
 
Na segunda safra, com o sistema de condução vertical em V, as cultivares puderam 
expressar melhor o seu potencial de crescimento. A cultivar ‘Hallertau Mittelfrüeh.’apresentou 
média de altura superior às demais cultivares, com 6,25 m, enquanto as cultivares ‘Saaz’, 
‘Cascade’ e ‘Chinook’, apresentaram média de alturas de 5,10, 3,81 e 2,15 m respectivamente, 
todas diferenciando-se estatisticamente entre si (Figura 32). 
Comparando com as alturas das plantas em três experimentos conduzidos em Lages, 
São Joaquim, Palmeira, todos os locais em SC, todas as cultivares avaliadas, incluindo 
‘Cascade’ e ‘Chinook’ ultrapassaram a altura dos postes de condução, que foi de 4,5 m em 
Lages e 5,0 m em Palmeira e em São Joaquim (FAGHERAZZI, 2020). Não havendo 
diferenciação estatística nos três locais para as cultivares em comum com este experimento. 
 
 
 
 
 
 
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Figura 32- Altura (m) média de plantas por cultivar de lúpulo, obtida na segunda 
safra (2020/2021), em Curitibanos, SC. 
 
Fonte: Elaborado pelo próprio autor, 2021 
 
10.2.6 Rendimento de óleos essenciais 
 
Após as extrações para cada uma das parcelas das cultivares de lúpulo, chegou-se a 
rendimentos de óleos essenciais insuficiente para a quantificação. Em experimentos futuros, o 
lúpulo será desidratado antes da extração. 
Resultados obtidos em um experimento com lúpulo realizado na região do Planalto 
Sul Catarinense, na safra 2018/2019 ainda nos anos iniciais do desenvolvimento da cultura, 
demonstraram valores variando entre 0,77 ml/ 100 g a 1,5 ml/ 100g de lúpulo desidratado a 
12% de umidade. Os valores são considerados medianos quando comparados com as 
referências internacionais (RUFATO; FAGHERAZZI, 2019). 
 
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11 CONCLUSÕES 
 
A cultivar ‘Hallertau Mittelfrüh’ apresentou os melhores resultados entre as cultivares 
avaliadas, em termos de ciclo fenológico, de crescimento vigorosa, com maior desenvolvimento 
de ramos laterais, bem como, dos componentes de produtividade. Revelando, nestes dois anos 
safra, ser a mais adaptada nas condições edafoclimáticas de Curitibanos. 
As cultivares ‘Cascade’ e ‘Saaz’ apesar de terem um incremento dos aspectos 
avaliados de uma safra para outra, obtiveram valores intermediários. No entanto, estas duas 
cultivares apresentam potencial e requerem avaliação por um período mais longo, para uma 
possível recomendação de cultivo em Curitibanos. 
A cultivar ‘Chinook’ obteve os resultados mais baixos entre as cultivares para os dados 
coletados a campo. 
Em virtude da idade das plantas, nos dois primeiros anos safras, obteve-se baixa 
produção de cones que resultou em baixos rendimentos de óleos essenciais, insuficiente para 
permitir sua quantificação. 
O sistema de condução vertical em V, utilizado no segundo ano safra, possibilitou uma 
melhor visualização do potencial das cultivares avaliadas, portanto, é o sistema mais 
recomendado para a condução das plantas no cultivo do lúpulo. 
 
12 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
As conclusões deste estudo são preliminares, visto que as plantas ainda estão em 
formação, destacando-se, somente, as cultivares mais vigorosas. Este fator está relacionado a 
idade das plantas e estima-se que ainda não expressaram todo o seu potencial porque não 
atingiram a estabilidade da produção. Fator que pode justificar a baixa produtividade e baixo 
rendimento de óleos essenciais destas cultivares, nestes dois anos de cultivo. 
O método de multiplicação, a partir de miniestacas, mostrou-se um sistema viável e 
pode ser utilizada para a propagação da espécie em escala. No entanto, a utilização de rizomas, 
como material propagativo, para a implantação das mudas, para este tipo de experimento, 
provavelmente, possibilitaria um melhor estabelecimento e desenvolvimento inicial da cultura. 
54 
 
54 
 
Apesar de ter sido realizada irrigação manual no experimento, para um futuro trabalho 
se faz necessário conhecer melhor as necessidades hídricas durante o ciclo da cultura do lúpulo, 
e intervir com irrigações mais precisas. Uma vez que, nos dois anos safras avaliadas ocorreram 
déficit hídrico. 
Além disso, para as extrações dos óleos essenciais é recomendado que seja realizada 
com cones desidratados. Isto permite, ser utilizado um volume maior de cones, aumentando, 
portanto, o rendimento de óleos essenciais. 
São muitas as variáveis que podem resultar no sucesso ou insucesso em uma atividade 
agrícola, por isso é importante que se desenvolva outras pesquisas com a cultura do lúpulo, com 
diferentes cultivares e situações. Assim, consolidar a cadeia produtiva com boas práticas de 
manejo e obter lúpulo de qualidade compatíveis com os importados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
55 
 
55 
 
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