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0 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CAMPUS DE CURITIBANOS CENTRO DE CIÊNCIAS RURAIS CURSO DE AGRONOMIA Laura Bordignon Pyroxasulfone e pyroxasulfone + flumioxazin para a cebola em sistema de transplantio de mudas Curitibanos 2023 1 Laura Bordignon Pyroxasulfone e pyroxasulfone + flumioxazin para a cebola em sistema de transplantio de mudas Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação em Agronomia, do Centro de Ciências Rurais, da Universidade Federal de Santa Catarina como requisito para a obtenção do título de Bacharel em Agronomia. Orientadora: Profa. Dra. Naiara Guerra Curitibanos 2023 2 Ficha de identificação da obra elaborada pelo autor, através do Programa de Geração Automática da Biblioteca Universitária da UFSC. 3 Laura Bordignon PYROXASULFONE E PYROXASULFONE + FLUMIOXAZIN PARA A CEBOLA EM SISTEMA DE TRANSPLANTIO DE MUDAS Este Trabalho Conclusão de Curso foi julgado adequado para obtenção do Título de “Bacharel” e aprovado em sua forma final pelo Curso de Agronomia Curitibanos, 13 de junho de 2023. _____________________________ Prof. Dr. Djalma Eugenio Schmitt Coordenador do Curso Banca Examinadora: _____________________________ Profa. Dra. Naiara Guerra Orientadora Universidade Federal de Santa Catarina _____________________________ Profa. Dra. Elis Borcioni Membro da banca examinadora Universidade Federal de Santa Catarina _____________________________ Profa. Dra. Nádia Cristina de Oliveira Membro da banca examinadora Universidade Federal de Santa Catarina 4 Dedico este trabalho aos meus pais, Adriana R. Bott Bordignon e José C. Bordignon, e ao meu irmão, Felipe Bordignon. 5 AGRADECIMENTOS Á minha mãe, Adriana Regina Bott Bordignon, por ter me ensinado tanto sobre a vida, por me dar amor, por servir de inspiração, e por ter me dado força pra enfrentar todos os desafios, valores que irei carregar comigo pra sempre. Ao meu pai, José Carlos Bordignon, e ao meu irmão Felipe Bordignon, pelo incentivo, apoio e esforços durante toda minha graduação, além de sempre acreditarem no meu potencial. Espero ser motivo de muito orgulho a vocês. À minha orientadora, Naiara Guerra que me acolheu na reta final da graduação, por todas as horas dedicadas para me orientar sempre em busca do melhor resultado. Às minhas amigas Laura e Roberta, pelos conselhos, risadas, além de todo carinho e acolhimento. Agradeço por estarem sempre presentes em minha vida mesmo de longe. Às minhas amigas Nayrane, Hevellyn e Lídia, que me auxiliaram durante os momentos mais difíceis, e vibraram por minhas conquistas. Aos meus colegas do Grupo PET – Ciências Rurais, e principalmente à professora Adriana Itako, que se fez presente desde o início da minha graduação, agradeço por todo o aprendizado, que foi fundamental para minha formação. Às minhas amigas Fernanda, Julia, Bruna, Vanessa, Raíssa, Kettlein, Ana Cristina e Mary, pelo companheirismo, e por possibilitarem que este momento se tornasse mais leve e alegre. Todas tiveram papel muito importante na minha jornada. Aos professores e colegas do Projeto Rondon, que me proporcionaram experiências incríveis e de muito conhecimento, se tornando amigos pra vida toda. Aos meus colegas do Grupo de Estudo em Plantas Daninhas, por todo o auxílio na condução do experimento e por toda a parceria. Por fim, agradeço à Universidade Federal de Santa Catarina, por toda a estrutura, e aos professores e técnicos do Campus de Curitibanos que contribuíram em minha formação acadêmica. 6 RESUMO Por conta de seu crescimento inicial lento e arquitetura foliar que não favorece a cobertura do solo, a cebola (Allium cepa) é altamente sensível a competição com plantas daninhas. Com isso, a presença excessiva de plantas daninhas na lavoura pode prejudicar o desenvolvimento e a qualidade de seus bulbos. O uso de herbicidas de pré-emergência é uma prática recomendada para controlar antecipadamente a infestação, evitando a matocompetição com a cebola. Dessa forma, o objetivo deste trabalho foi avaliar a eficiência e a seletividade dos ingredientes ativos pyroxasulfone e pyroxasulfone + flumioxazin para a cultura da cebola, que até o momento não possuem registro para esta cultura. O experimento foi conduzido em área comercial localizada no município de Curitibanos, SC, e contou com nove tratamentos e quatro repetições. Os tratamentos consistiram na aplicação dos seguintes herbicidas e doses: T1: diuron (D) + pyroxasulfone (PYR) (500 + 50 g ha-1), T2: D + PYR (500 + 75 g ha-1), T3: D + PYR (500 + 100 g ha-1), T4: D + PYR + flumioxazin (FLU) [500 + (60 + 40 g ha-1)], T5: D + PYR + FLU [500 + (75 + 50 g ha-1)], T6: D + PYR + FLU [500 + (90 + 60 g ha-1)], T7: D (500 g ha-1), T8: Testemunha capinada, e T9: Testemunha sem capina. Avaliou-se fitointoxicação da cultura e controle das plantas daninhas aos 15, 30, 45 e 60 dias após a aplicação (DAA); determinação do número e identificação de plantas daninhas na parcela aos 15, 30 e 45 DAA; massa seca aos 60 DAA; estande, no momento da colheita; e diâmetro, pesagem e classificação dos bulbos, após o processo de cura, para obter a produtividade de bulbos. A nabiça (Raphanus raphanistrum) foi a principal planta daninha encontrada na área de cultivo. Houve baixa eficiência no controle de plantas daninhas por parte do diuron e de suas associações com pyroxasulfone. A mistura de diuron com pyroxasulfone e flumioxazin em dose 90 + 60 g ha-1 foi a mais eficiente no controle das plantas daninhas, proporcionando um baixo acúmulo de massa seca da infestação e, consequentemente, um maior rendimento de bulbos totais e comerciais. A testemunha sem capina teve diminuição de cerca de 90,28% na produtividade total, quando comparada a testemunha capinada. Não foram observados sinais visíveis de fitointoxicação na cultura após a aplicação dos herbicidas. Palavras-chave: Allium cepa, herbicidas, plantas daninhas 7 ABSTRACT Due to its slow initial growth and leaf architecture that does not favor ground coverage, onion (Allium cepa) is highly sensitive to competition with weeds. As a result, excessive weed presence in the crop can hinder the development and quality of its bulbs. The use of pre- emergence herbicides is a recommended practice to control weed infestation in advance, avoiding weed competition with onion. The objective of this study was to evaluate the efficiency and selectivity of the active ingredients pyroxasulfone and pyroxasulfone + flumioxazin for onion cultivation, as they are not registered for this crop. The experiment was conducted in a commercial area located in Curitibanos/SC and consisted of nine treatments with four replications each. The treatments consisted of the application of the following herbicides and doses: T1: diuron (D) + pyroxasulfone (PYR) (500 + 50 g ha-1), T2: D + PYR (500 + 75 g ha-1), T3: D + PYR (500 + 100 g ha-1), T4: D + PYR + flumioxazin (FLU) [500 + (60 + 40 g ha-1)], T5: D + PYR + FLU [500 + (75 + 50 g ha-1)], T6: D + PYR + FLU [500 + (90 + 60 g ha- 1)], T7: D (500 g ha-1), T8: Weed-free, and T9: Weed check. The following parameters were evaluated: crop phytotoxicity and weed control at 15, 30, 45, and 60 days after application (DAA); determination of the number and identification of weeds in the plot at 15, 30, and 45 DAA; dry mass at 60 DAA; stand count, at harvest; and bulb diameter, weighing, and classificationafter the curing process to obtain bulb productivity. Nabiça (Raphanus raphanistrum) was the main weed found in the cultivation area. There was low efficiency in weed control by diuron and its associations with pyroxasulfone. The mixture of diuron with pyroxasulfone and flumioxazin at a dose of 90 + 60 g ha-1 was the most efficient in weed control, resulting in low dry mass accumulation of the infestation and, consequently, higher yields of total and commercial bulbs. The weed check control showed a decrease of approximately 90.28% in total productivity when compared to the weed-free control. No visible signs of phytotoxicity were observed in the crop after herbicide application. Keywords: Allium cepa, herbicides, weeds. 8 LISTA DE FIGURAS Figura 1 – Aplicação de herbicidas para na cultura da cebola em Curitibanos/SC. ................. 22 Figura 2 – Quadro metálico vazado para contagem do número de plantas daninhas e para determinação de sua massa seca na parcela experimental. ....................................................... 23 Figura 3 – Avaliação de peso de bulbos comerciais e industriais, e mensuração do diâmetro de bulbos, de cebola em função da aplicação de herbicidas de pré-emergência, em Curitibanos/SC. .................................................................................................................................................. 24 Figura 4 – Temperatura média diária (°C) em Curitibanos/SC durante o período experimental. .................................................................................................................................................. 25 Figura 5 – Número de plantas de nabiça m-2 em função da aplicação de herbicidas de pré- emergência, em Curitibanos/SC. .............................................................................................. 27 Figura 6 – Número total de plantas daninhas m-2 em função da aplicação de herbicidas de pré- emergência, em Curitibanos/SC. .............................................................................................. 28 Figura 7 – Porcentagem de controle de plantas daninhas em função da aplicação de herbicidas de pré-emergência, em Curitibanos/SC. ................................................................................... 29 Figura 8 – Acúmulo de massa seca de plantas daninhas (g m-2) em função da aplicação de herbicidas de pré-emergência, em Curitibanos/SC. ................................................................. 32 Figura 9 – Acúmulo de massa verde aos 60 DAA em função de herbicidas de pré-emergência, em Curitibanos/SC. ................................................................................................................... 34 Figura 10 – Estande (plantas m-1) (a) e diâmetro de bulbos (mm) (b) de cebola em função da aplicação de herbicidas de pré-emergência, em Curitibanos/SC. ............................................. 35 Figura 11 – Produtividade total de bulbos (a) e produtividade de bulbos comerciais (b) (kg ha- 1) de cebola em função da aplicação de herbicidas de pré-emergência, em Curitibanos/SC. .. 36 9 LlSTA DE TABELAS Tabela 1 – Características químicas e físicas do solo da área de experimentação, localizada em Curitibanos/SC. ........................................................................................................................ 20 Tabela 2 – Tratamentos utilizados no experimento para o estudo de herbicidas de pré- emergência para a cultura da cebola transplantada em Curitibanos/SC. .................................. 21 10 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 11 1.1 OBJETIVOS ....................................................................................................................... 12 1.1.1 Objetivo Geral ............................................................................................................... 12 1.1.2 Objetivos Específicos ..................................................................................................... 12 1.2 JUSTIFICATIVA ............................................................................................................... 13 2 REFERENCIAL TEÓRICO .............................................................................................. 14 2.1 PRODUÇÃO MUNDIAL DA CEBOLA .......................................................................... 14 2.1.1 A produção da cebola em Santa Catarina ................................................................... 14 2.2 MÉTODOS DE IMPLEMENTAÇÃO DA CULTURA .................................................... 15 2.3 PLANTAS DANINHAS NA CULTURA DA CEBOLA .................................................. 16 2.3.1 Métodos de controle de plantas daninhas na cebola .................................................. 17 2.3.1.1 Pyroxasulfone, flumioxazin e diuron ............................................................................ 18 3 MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................................ 20 3.1 ÁREA EXPERIMENTAL .................................................................................................. 20 3.2 IMPLEMENTAÇÃO DO EXPERIMENTO ..................................................................... 20 3.3 DELINEAMENTO EXPERIMENTAL ............................................................................. 21 3.4 AVALIAÇÕES ................................................................................................................... 22 3.5 ANÁLISE ESTATÍSTICA ................................................................................................. 24 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................................ 25 5 CONCLUSÃO ...................................................................................................................... 38 REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 39 11 1 INTRODUÇÃO A cebola (Allium cepa) é uma espécie pertencente à família Alliaceae. É uma planta tenra, que tem como sua parte comestível um bulbo tunicado, compacto, originado da superposição de bainhas foliares (FILGUEIRA, 2013). Essa hortaliça tem seu centro de origem localizado nas regiões asiáticas, correspondente aos atuais países do Irã e Paquistão. Seu cultivo é praticado a milênios e é utilizada amplamente como condimento, sendo considerada a segunda olerícola mais produzida no mundo (FILGUEIRA, 2013; LANDAU et al., 2020). Em 2019, a produção de cebola atingiu pela primeira vez, o pico de produção mundial de 100 milhões de toneladas (FAO, 2022). No Brasil, chegou através das grandes navegações, sendo introduzida no litoral da região Sul. Atualmente o maior produtor nacional de cebola é o estado de Santa Catarina, que segundo dados do Boletim Agropecuário (GUGEL, 2023), na safra de 2022/23, a produção chegou a 551 mil toneladas da hortaliça, em uma área plantada de mais de 17,6 mil hectares (EPAGRI/CEPA, 2023). No estado, o município de Ituporanga é destaque e detém o título de “capital nacional da cebola” por ser o maior produtor do Brasil (STALOCH; PELLIN, 2019). A microrregião de Curitibanos ainda não é destaque na produção de cebola no Estado, e junto das microrregiões de Tijucas, Canoinhas e Campos de Lages, produz cerca de 86 mil toneladas, equivalente a 15,70% da produção catarinense (GUGEL, 2023). Em Curitibanos, dados do IBGE (2021), demonstram uma produção de 2.900 toneladasde cebola em uma área de 110 hectares, com um rendimento médio um pouco abaixo da média catarinense, com 26,6 mil kg ha-1. Apesar de ser o maior produtor do país, Santa Catarina ainda enfrenta obstáculos na produção de cebola. Enquanto Santa Catarina apresenta um rendimento de 31 mil kg ha-1 (EPAGRI/CEPA, 2023), o estado de Goiás apresenta um rendimento de 65 mil kg ha-1, mais que o dobro da produção catarinense (GUGEL, 2022). Dentre os fatores que afetam a produtividade da cebola no estado, pode-se citar a suscetibilidade da cultura à interferência de plantas daninhas. Por ser uma cultura que apresenta um lento crescimento inicial, e com folhas que promovem uma baixa cobertura do solo (COSTA; ANDREOTTI, 2002), a competição direta por água, luz, nutrientes e espaço, pode provocar perdas drásticas na lavoura através da redução da produção e da porcentagem de bulbos comercializáveis (MENEZES JÚNIOR; MARCUZZO, 2016; SOARES et al., 2003), o que impacta diretamente o valor de comercialização dos bulbos de cebola. 12 Para tentar solucionar este problema, a maioria dos produtores utiliza métodos de controle químico, através da aplicação de herbicidas na área de cultivo. Estes herbicidas podem ser aplicados em pré-plantio incorporado (PPI), em pré-emergência (PRÉ) da cultura e/ou das plantas daninhas e em pós-emergência (PÓS) da cultura e/ou das plantas daninhas (OLIVEIRA JÚNIOR; CONSTANTIN; INOUE, 2011). Entretanto, os cebolicultores vêm enfrentando dificuldade para encontrar herbicidas que sejam eficientes no controle de plantas daninhas em áreas de produção e que sejam seletivos para a cultura. No Brasil, segundo o MAPA (2023), se tem registrados somente 16 ingredientes ativos, de pré ou pós emergência, das plantas daninhas para a cultura. O uso de herbicidas de pré-emergência se mostra essencial para o controle antecipado das infestações, evitando que haja competição com a cultura e que a qualidade e a produtividade dos bulbos de cebola não sejam afetadas. Assim, este trabalho teve como objetivo avaliar a eficiência e a seletividade dos ingredientes ativos pyroxasulfone e pyroxasulfone + flumioxazin para a cultura da cebola, uma vez que até o momento, não possuem registro para a cultura. 1.1 OBJETIVOS 1.1.1 Objetivo Geral Avaliar as moléculas pyroxasulfone e pyroxasulfone + flumioxazin quanto à eficiência no controle de plantas daninhas na cebola, implantada por meio de transplantio de mudas. 1.1.2 Objetivos Específicos Identificar e quantificar as espécies de plantas daninhas presentes na área experimental. Avaliar a eficiência do pyroxasulfone e pyroxasulfone + flumioxazin no controle da nabiça (Raphanus raphanistrum) infestantes da cebola em sistema de transplantio de mudas no município de Curitibanos/SC. Analisar se os herbicidas causam fitointoxicação e seu efeito sobre os componentes de rendimento na cultura da cebola. Verificar o acúmulo de massa verde e seca de plantas daninhas (g m-2) em função da aplicação de herbicidas de pré-emergência. 13 Determinar o estande de plantas e o diâmetro dos bulbos de cebola após realizado os tratamentos. Analisar a produtividade total e comercial de bulbos (kg ha-1) de cebola em função da aplicação de herbicidas de pré-emergência 1.2 JUSTIFICATIVA Apesar de ser o maior produtor de cebola em área do Brasil, o estado de Santa Catarina ainda apresenta baixo rendimento na cultura. Isso ocorre por fatores como a baixa tecnologia empregada nas lavouras, o manejo inadequado de herbicidas, o baixo número de ingredientes ativos registrados para a cebola e a alta sensibilidade da cultura às plantas daninhas e também aos herbicidas. A cultura da cebola utiliza, frequentemente, herbicidas para o controle de plantas daninhas. A mato competição leva a redução da produção de bulbos totais e comerciais, que consequentemente, afeta os lucros finais do cebolicultor. Ainda assim, os agricultores se deparam com dificuldades para encontrar herbicidas de pré-emergência registrados que sejam realmente efetivos no controle de plantas daninhas que interferem na cultura, revelando a necessidade da pesquisa para se determinar a viabilidade de uso de novas moléculas de herbicidas, bem como do registro de novos ingredientes ativos para uso na cebola. 14 2 REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 PRODUÇÃO MUNDIAL DA CEBOLA A cebola é uma espécie de amplo cultivo e consumo em todo o mundo, sendo a segunda olerícola mais produzida a nível mundial, ficando atrás apenas do tomate (LANDAU et al., 2020). Segundo a FAO (Food and Agriculture Organization), em 2020 os maiores produtores mundiais de cebola foram a Índia, a China e os EUA. O Brasil corresponde ao oitavo maior produtor mundial de cebola, sendo que no país é a terceira olerícola em importância econômica. A cebola é plantada comercialmente desde a Região Sul até o Nordeste, sendo uma atividade praticada, principalmente, por pequenos e médios agricultores, contribuindo para a geração de emprego e renda no meio rural (MENEZES JÚNIOR; MARCUZZO, 2016). A produção nacional é responsável por abastecer 85% do mercado consumidor interno (ANACE, 2018), importando os outros 15% principalmente da Argentina (GUGEL, 2022). Segundo o IBGE, em 2021 foram produzidas mais de 1,6 milhão de toneladas de cebola, em 54 mil unidades produtores espalhadas pelo país. A produção desta hortaliça está centralizada em oito estados do país, tendo o estado de Santa Catarina como destaque nacional, com 551 mil toneladas, produzindo mais de 30% do total da produção brasileira (GUGEL, 2023). 2.1.1 A produção da cebola em Santa Catarina Em Santa Catarina o cultivo de cebola teve início na década de 1930, tendo uma boa adaptação ao clima local. Desde sua introdução no estado, a produção da cebola apresentou um aumento significativo em consequência do aumento progressivo do rendimento médio da cultura (LANDAU et al., 2020). O aumento na produção levou Santa Catarina a se tornar o maior produtor de cebola do país, isso é reflexo do investimento em ações de pesquisa e extensão rural pelos órgãos oficiais do estado, principalmente, pela Empresa da Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri) e por parcerias formadas com instituições de pesquisa e com agricultores (MENEZES JÚNIOR; MARCUZZO, 2016). O estado apresenta mais de oito mil famílias envolvidas diretamente com a atividade, desempenhando importante papel econômico e social. A hortaliça é cultivada em quase todos os municípios, sendo a principal fonte de renda de grande parte de famílias da região do Alto 15 Vale do Itajaí, concentrando-se nas microrregiões de Ituporanga, Tabuleiro, Joaçaba e Rio do Sul (BOEING, 2002; EPAGRI, 2023). Há mais de 20 anos o município de Ituporanga/SC, mantém-se como o maior produtor de cebola do país, tendo o cultivo favorecido por estações bem definidas, temperaturas baixas, e altitude, que conferem uma ótima qualidade comercial ao produto final. Atualmente é responsável por 46% da produção catarinense e por 12% do abastecimento nacional. É considerado a "capital nacional da cebola" e realiza anualmente a Festa Nacional da Cebola, a fim de fortalecer ainda mais a produção local. Aproximadamente 1.100 agricultores são responsáveis pela produção no município, gerando trabalho e renda para mais de 2.500 pessoas (GUGEL, 2023; STALOCH; PELLIN, 2019). Para a safra 2022/23 foram plantados no estado 17.625 ha, alcançando sua maior produção dos últimos 6 anos, com cerca de 551 mil toneladas e um rendimento médio que atingiu 31 mil kg ha-1. Dados os bons preços recebidos no produto, há expectativas de que o valor total da produção supere R$1 bilhão, o que é um recorde para o Estado (EPAGRI, 2023). 2.2 MÉTODOS DE IMPLEMENTAÇÃO DA CULTURA No Brasil, há três métodos de implementaçãopara o cultivo da cebola, sendo eles: a semeadura direta; o plantio por bulbilhos; e a semeadura seguida por transplantio (FILGUEIRA, 2013). A implementação por semeadura direta pode ser feita de maneira convencional ou usando os princípios do sistema de plantio direto de hortaliças (SPDH). Este método é mais utilizado no estado de Minas Gerais e exige um maior número de sementes e apresenta dificuldade na realização dos tratos culturais iniciais. O plantio por bulbilhos é um método utilizado em pequena escala sendo restrito a algumas regiões especializadas, com o objetivo de realizar o plantio na época da entressafra da cebola (EPAGRI, 2021; FILGUEIRA, 2013). Já a semeadura seguida por transplantio, é o método mais utilizado para a implementação da cultura no estado de Santa Catarina (NEC, 2022). O método de implementação baseado no transplantio das mudas, inicialmente, requer que a semeadura seja realizada em um canteiro especial, denominado sementeira. As sementeiras devem ser situadas em um local de fácil acesso, preferencialmente plano, ventilado, livre de plantas daninhas e que receba sol pela manhã e afastado de locais propícios para a formação de sombra e neblina. O dimensionamento do canteiro varia de acordo com o sistema de irrigação da área e a topografia do terreno, e deve ser adaptado a fim de proporcionar as 16 melhores condições de trabalho ao agricultor. A densidade de semeadura deve ser reduzida para 2 g m-² com o objetivo de diminuir as chances do aparecimento de doenças, além de evitar que ocorra tombamento de mudas na fase inicial de desenvolvimento (COSTA; ANDREOTTI, 2002; EPAGRI, 2013). O transplantio das mudas consiste em retirá-las da sementeira e levá-las ao canteiro definitivo, onde serão plantadas em sulcos de três a cinco cm de profundidade com espaçamento previamente definido. Uma vez arrancadas, as mudas devem ser levadas rapidamente para o canteiro definitivo, eliminando as mudas finas, atrofiadas ou que apresentem algum sintoma de doenças (COSTA; ANDREOTTI, 2002; FILGUEIRA, 2013). Cada cultivar apresenta uma particularidade quanto ao período de semeadura mais adequado, o qual determinará a época de transplantio. Pesquisas realizadas pela Epagri mostram que as mudas estão aptas para transplantio quando o pseudocaule atingir de 4 a 6 mm de diâmetro. O tempo médio de formação das mudas depende das condições climáticas do local e do sistema de produção adotado pelo agricultor. No Alto Vale do Itajaí o tempo médio de formação das mudas tem sido de, aproximadamente, 70 dias (EPAGRI, 2013). O transplantio é feito de modo manual, pois o sistema mecanizado ainda não é usual na produção brasileira (FILGUEIRA, 2013). 2.3 PLANTAS DANINHAS NA CULTURA DA CEBOLA A cebola possui lento crescimento inicial, com uma arquitetura que promove uma baixa capacidade de cobertura do solo. Em razão disto, a infestação de plantas daninhas é altamente prejudicial para o desenvolvimento da cultura, principalmente nos primeiros 30 dias após o transplantio, pela concorrência por recursos, como água e nutrientes (COSTA; ANDREOTTI, 2002; SIMON et al., 2012). Em Santa Catarina, as plantas infestantes de maior incidência e de difícil manejo são: a tiririca (Cyperus rotundus L.), pastinho-de-inverno (Poa annua L.), o alho-bravo (Nothoscordum fragans (vent.) Kunth.), a língua-de-vaca (Rumex obtusifolius L.), a losna-brava (Artemisia verlotorum Lamotte), o picão-branco (Galinsoga parviflora Cav,), entre outras (MENEZES JÚNIOR; MARCUZZO, 2016). Na região de Curitibanos/SC, a nabiça (Raphanus raphanistrum) tem se mostrado um grande problema para o cultivo de cebola. O rápido crescimento inicial, a tolerância ao estresse hídrico e a alta capacidade de produzir massa seca (PIFFER; BENEZ; BERTOLINI, 2010), são algumas das características que permitem a esta planta daninha ser tão prejudicial. 17 O trabalho de Garcia et al. (1994) já demostrou que lavouras com alta densidade de plantas daninhas podem ter perdas de rendimento de até 70,5%. Além disso, pode acarretar redução de produtividade, peso médio e diâmetro dos bulbos (SOARES et al., 2003), dependendo das espécies infestantes, da intensidade e do período de competição (QASEM, 2006; VAN HEEMST, 1985). Em sistemas no qual se utiliza o transplantio de mudas, a cebola é introduzida na área de cultivo como o início de seu desenvolvimento já estabelecido. Mas mesmo com esta vantagem, a olerícola se mostra vulnerável aos danos em altas infestações quando não realizado o controle adequado da infestação (SOUZA et al., 2015). A recomendação é deixar a área limpa por pelo menos 60 dias após o transplantio, ou mais, visto que infestações tardias não afetam diretamente a produção, mas interferem no processo de colheita e dificultam a cura (MENEZES JÚNIOR; MARCUZZO, 2016). 2.3.1 Métodos de controle de plantas daninhas na cebola Devido à alta capacidade de redução dos componentes de produção da cebola, o manejo de plantas daninhas tem se mostrado essencial para garantir qualidade e a produtividade da cultura. Cultivos frequentes na mesma área e técnicas inadequadas de manejo, estimulam o aparecimento dessas plantas. Assim, independente do sistema de cultivo utilizado, as áreas de cebola devem ser mantidas livres em quase todo o ciclo (MENEZES JÚNIOR; MARCUZZO, 2016). Existem diversos métodos eficientes para o manejo de plantas daninhas, sendo eles: preventivo (limpeza prévia dos canteiros, escolha do local de cultivo), cultural (rotação de culturas, escolha do material genético), manual e mecânico (através de capinas), físico (cobertura do solo) e químico (uso de herbicidas) (COSTA; ANDREOTTI, 2002; MENEZES JÚNIOR; MARCUZZO, 2016). No controle químico, há preferência para herbicidas seletivos a cultura que podem ser aplicados em pré-plantio incorporado (PPI), em pré-emergência (PRÉ) da cultura e/ou das plantas daninhas e em pós-emergência (PÓS) da cultura e/ou das plantas daninhas (OLIVEIRA JÚNIOR; CONSTANTIN; INOUE, 2011). Os cebolicultores optam, principalmente, pelo controle químico das plantas daninhas, pois o método tem mostrado uma elevada eficiência, praticidade, menor custo, baixo requerimento de mão de obra, menor dependência do clima, flexibilidade de aplicação, menor dano ao sistema radicular e possibilidade de uso em diferentes arranjos de plantas (OLIVEIRA NETO et al., 2018). 18 A mistura de dois ou mais herbicidas, ou de moléculas, que apresentam modos de ação diferentes minimiza o risco do aparecimento de plantas daninhas resistentes ao produto químico, permite reduzir as doses e dosagens, potencializa a eficácia do controle ao atingir diferentes sítios-alvo, além de controlar um maior espectro de plantas daninhas. Estas misturas podem ser consideradas sinérgicas (quando a resposta da mistura é melhor que isolados) e antagônicas (quando a resposta da mistura é pior que isolados) (MOSS, 1997, RONCHI et al., 2002). A importância do uso de herbicidas de pré-emergência se dá por impedir que a matocompetição possa interferir na qualidade e no rendimento dos bulbos de cebola. Estes herbicidas irão evitar e/ou atrasar o aparecimento de plantas daninhas na lavoura, sendo importante também que apresentem atividade residual no solo para que permitem um maior intervalo entre as aplicações (COSTA; ANDREOTTI, 2002; OVEJERO et al., 2019). 2.3.1.1 Pyroxasulfone, flumioxazin e diuron O pyroxasulfone é um herbicida de pré-emergência utilizado para culturas como soja, trigo e milho, atuando no controle de plantas daninhas de folha estreita (gramíneas) e de folha larga com semente pequena. É um herbicida inibidor do crescimento inicial que apresenta ação inibitória da biossíntese de ácidos graxos de cadeia longa (VLCFA). Herbicidas com este modo de ação paralisam a divisão celular através da inibição da síntese de proteínas, que, porconsequência, cessam o crescimento da raiz e da parte aérea (OLIVEIRA JÚNIOR; CONSTANTIN; INOUE, 2011; TANETANI et al., 2009). O pyroxasulfone também pode estar em associação a outros herbicidas, como o flumioxazin, tendo seu uso registrado inicialmente para o controle de plantas daninhas na soja nos Estados Unidos (MCNAUGHTON et al., 2014). No Brasil, tem registro para as culturas amendoim, batata, café, cana-de-açúcar, cevada, citros, eucalipto, fumo, girassol, milho, pinus, soja e trigo (IHARA, 2022). Atualmente ainda não possui registro para a cebola, sendo utilizado na cultura somente de modo experimental. Já o herbicida flumioxazin, tem registro para as culturas como soja, feijão, milho, trigo e cebola (MAPA, 2022). Atua como inibidor da enzima protoporfirinogênio oxidase (PROTOX), ou seja, não participa diretamente no processo da fotossíntese, mas gera o acúmulo de fotodinâmicos que interferem negativamente na fotossíntese, respiração e cadeia de transporte de elétrons. Herbicidas com este mecanismo matam a planta rapidamente através do contato. Por isso, ao serem aplicados em pré-emergência causam a morte da planta quando 19 entram em contato com as camadas do solo tratadas. Apresenta um grande potencial de uso na cultura da cebola, se mostrando eficiente no controle de plantas daninhas de folha larga e algumas de folha estreita, quando também aplicado em pré-emergência (DUKE et al., 1991; JAREMTCHUK et al., 2009; OLIVEIRA JÚNIOR; CONSTANTIN; INOUE, 2011). O diuron é um herbicida que pode ser usado tanto para plantas daninhas de folha larga, quanto para de folhas estreita, em pré ou pós-emergência. Apresenta ampla utilização na agricultura e no Brasil tem registro para as culturas de cana-de-açúcar, citros, café, algodão, abacaxi, videira, cacau, banana, alfafa e seringueira (ADAPAR, 2022). Faz parte do grupo de herbicidas inibidores do fotossistema II e atua inibindo o transporte de elétrons da fotossíntese através da remoção ou inativação de um ou mais carregadores intermediários desta cadeia (OLIVEIRA JÚNIOR; CONSTANTIN; INOUE, 2011). 20 3 MATERIAL E MÉTODOS 3.1 ÁREA EXPERIMENTAL O experimento foi conduzido entre setembro a dezembro de 2022, em área comercial localizada em Curitibanos/SC, a 27°22’17” S de latitude e a 50°35’02” O de longitude com altitude próxima a 1000 m (INSTITUTO CEPA/SC, 2003). O solo é classificado como cambissolo húmico, que apresenta uma fertilidade natural variável, porém há limitações quanto ao seu uso pelos declives acentuados, perfil raso e pedregosidade (EMBRAPA SOLOS, 2004). A análise química e física do solo foi realizada na profundidade de zero a vinte centímetros. As características químicas e físicas provenientes do solo da área de experimentação podem ser observadas na Tabela 1. Tabela 1 – Características químicas e físicas do solo da área de experimentação, localizada em Curitibanos/SC. pH Al3+ H+ + Al3+ Ca2+ + Mg2+ Ca2+ K+ CaCl2 SMP cmolc dm -3 5,7 6,4 0,0 0,0 13,8 9,5 0,76 P M.O. CTC V Argila Silte Areia mg dm-3 g dm-3 cmolc dm -3 % g kg-1 34,7 35 17,4 84 680 251 69 Fonte: IBRA Laboratórios, 2023. De acordo com a classificação de Köppen, o clima da região é classificado como Cfb temperado, mesotérmico úmido e verão ameno, com precipitação média anual em torno de 1500 mm e temperaturas médias que variam entre 15°C e 25°C (INSTITUTO CEPA/SC, 2003). 3.2 IMPLEMENTAÇÃO DO EXPERIMENTO O preparo do solo na área foi realizado seguindo o manejo adotado na propriedade, com uma operação de aração, duas operações de gradagem e uma operação com encateiradeira para o preparo dos canteiros. As parcelas experimentais foram dispostas com seis linhas de plantio com espaçamento definido de 0,2 m entre linhas, com densidade de plantio de 10 mudas por metro. Cada parcela contou com 1,2 m de largura e 3 m de comprimento, tendo uma área de 3,6 m² por parcela. O experimento apresentou 36 parcelas experimentais totalizando uma área de 129,3 m². 21 O transplantio das mudas foi realizado no dia quatro de setembro de 2022. A cultivar de cebola utilizada, foi a Mulata Calibrada, da empresa TSV sementes, material com ciclo tardio de 170 a 180 dias (TSV SEMENTES, 2022). A adubação, os tratos culturais e a irrigação foram realizadas seguindo o manejo da propriedade, conforme a recomendação para a cultura da cebola em SC e através da análise de solo realizada na área. 3.3 DELINEAMENTO EXPERIMENTAL O experimento foi conduzido em delineamento de blocos casualizados (DBC), com nove tratamentos com quatro repetições, sendo que cada canteiro constituiu um bloco. Do total, sete tratamentos receberam a aplicação de herbicidas de pré-emergência e dois foram conduzidos como testemunhas, uma com capina e outra sem capina. Na Tabela 2 é demonstrado os tratamentos estabelecidos pela experimentação. Tabela 2 – Tratamentos utilizados no experimento para o estudo de herbicidas de pré- emergência para a cultura da cebola transplantada em Curitibanos/SC. Tratamentos Ingrediente ativo Dose (g ha-1) Nome comercial Dose (p.c. L ha-1) 1 Diuron + Pyroxasulfone (Pyr) 500 + 50 Diuron + Yamato 1,0 + 0,1 2 Diuron + Pyr 500 + 75 Diuron + Yamato 1,0 + 0,15 3 Diuron + Pyr 500 +100 Diuron + Yamato 1,0 + 0,2 4 Diuron + (Pyr + Flumioxazin) (Flu) 500 +(60 + 40) Diuron + Kyojin 1,0 + 0,2 5 Diuron + (Pyr + Flu) 500 + (75 +50) Diuron + Kyojin 1,0 +0,25 6 Diuron + (Pyr + Flu) 500 + (90 + 60) Diuron + Kyojin 1,0 + 0,3 7 Diuron 500 Diuron 1,0 8 Testemunha capinada - - - 9 Testemunha sem capina - - - Fonte: Elaborado pelo autor (2022). A aplicação ocorreu sete dias após o transplantio das mudas de cebola, com o auxílio de um pulverizador costal pressurizado à CO2 equipado com pontas de jato plano modelo 110.015, com espaçamento de 0,50 m para as aplicações dos herbicidas. A pressão de trabalho utilizada foi de 2 BAR e velocidade de deslocamento de 1,0 m s-1, que resultou em uma taxa de aplicação de 150 L ha-1. A testemunha capinada foi conduzida através do arranquio manual, a fim de promover o crescimento da cebola sem interferência de plantas daninhas. Na testemunha sem 22 capina não foi realizado o manejo de plantas com o objetivo de demonstrar os danos causados pela interferência à cultura. Figura 1 – Aplicação de herbicidas na cultura da cebola em Curitibanos/SC. Fonte: autora, 2022. 3.4 AVALIAÇÕES As avaliações foram realizadas nas linhas centrais da parcela, desconsiderando as linhas externas. Para as variáveis de fitointoxicação e controle das plantas daninhas, foram realizadas avaliações aos 15, 30, 45 e 60 dias após a aplicação (DAA). Para a fitointoxicação foi utilizado o padrão de escala visual elaborado pela Sociedade Brasileira da Ciência das Plantas Daninhas (SBCPD, 1995), em que a atribuição da nota zero, é a ausência de fitointoxicação e cem, é a morte das plantas. Para a avaliação de controle das plantas daninhas, também foi realizada pela escala visual elaborada pela SBCPD (1995), seguindo o padrão das notas, em que zero, é a ausência de controle e cem, a morte das plantas daninhas. Além das notas de controle, aos 15, 30 e 45 DAA foi realizado a determinação do número de plantas daninhas que infestaram cada parcela, por meio de um quadro vazado com área de 0,25 m2, disposto na área útil de cada parcela (Figura 2). As plantas daninhas presentes no interior do quadro foram identificadas e contabilizadas. Aos 60 DAA realizou-se a avaliação de porcentagem de controle das plantas daninhas, além da determinação de sua massa seca. Esta determinação, se deu através do arranquio das 23 plantas daninhas presentes na área útil de cada parcela, com o auxílio de um quadrado metálico vazado com área conhecida de 0,25 m². As plantas daninhasencontradas dentro da área definida foram identificadas, quantificadas, coletadas, armazenadas em sacos de papel e levadas para secagem em estufa de circulação forçada com temperatura média de 55°C, e posteriormente foi determinado a massa seca em balança de precisão. Figura 2– Quadro metálico vazado para contagem do número de plantas daninhas e para determinação de sua massa seca na parcela experimental. Fonte: autora, 2022 Após o tombamento das plantas de cebola, no dia 21 de dezembro de 2022, foi determinado o estande de plantas, em duas linhas de um metro no centro de cada parcela. Em seguida, realizou-se a colheita dos bulbos presentes nestas duas linhas, e os submeteu ao processo de cura (desidratação) em ambiente protegido (estufa plástica), sob bancada de fundo vazado. Ao atingir o ponto ideal de cura, cortou-se a parte aérea e o sistema radicular de todos os bulbos. Este manejo possibilitou avaliar o diâmetro dos bulbos (com o auxílio de paquímetro digital), peso dos bulbos classificados como caixa três (>50mm – bulbos comerciais), e peso dos bulbos classificados como menores que caixa três (<50mm – bulbos industriais) (CEAGESP, 2021) extrapolando os valores de peso por parcela para produtividade de bulbos comerciais e totais (todos os bulbos colhidos na parcela) (Figura 3). 24 Figura 3 – Avaliação de peso de bulbos comerciais e industriais, e mensuração do diâmetro de bulbos, de cebola em função da aplicação de herbicidas de pré-emergência, em Curitibanos/SC. Fonte: autora, 2023. 3.5 ANÁLISE ESTATÍSTICA Os dados obtidos referentes às variáveis estudadas no experimento foram submetidos à análise de variância pelo teste F, em nível de significância de 5%. O teste de Tukey, a 5% de probabilidade, atribuiu os valores para o teste de médias. O programa SISVAR foi utilizado para a obtenção das análises estatísticas de todas as variáveis. 25 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO Durante o período de avaliações foi possível identificar 12 espécies de plantas daninhas na área experimental. Foram identificadas as seguintes espécies: ervilhaca (Vicia villosa), serralha (Sonchus oleraceus), ançarinha-branca (Chenopodium album L.), caruru (Amaranthus viridis), nabiça (Raphanus raphanistrum), milho (Zea mays), corda-de-viola (Ipomoea grandifolia), capim-pé-de-galinha (Eleusine indica), erva-de-passarinho (Struthanthus flexicaulis), picão-preto (Bidens pilosa), mentinha (Mentha L.), e leiteiro (Euphorbia heterophylla). Apesar do grande número de espécies de plantas daninhas encontradas, a nabiça foi destaque, aparecendo em maior proporção em toda a área experimental, representando 90,01% das plantas infestantes. Uma das justificativas para esta notoriedade pode ser indicada pela nabiça ser uma espécie anual de inverno (FRANCESCHETTI et al., 2019). Ao observar a temperatura média diária em Curitibanos, percebe-se que até mesmo nos meses de novembro e dezembro esta média se manteve baixa, com poucos dias tendo média acima de 20°C (Figura 4). Este fato permite que os fluxos de emergência desta espécie se estendam por, praticamente, todo o ciclo de cultivo da cebola. Figura 4 – Temperatura média diária (°C) em Curitibanos/SC durante o período experimental. Fonte: CIRAM/EPAGRI, 2023. Aos 15 DAA, foi realizada a primeira avaliação de plantas de nabiça m-2 nos tratamentos (Figura 5). Esta avaliação permitiu observar que o tratamento com mistura de diuron com pyroxasulfone e flumioxazin em maior dosagem (90 + 60 g ha-1) foi o único tão eficiente quanto a testemunha capinada, apresentando, aproximadamente, apenas 3 plantas da espécie m-2. Em 0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 4/9 19/9 4/10 19/10 3/11 18/11 3/12 18/12 T m éd d iá ri a (° C ) Dias 26 contrapartida, a testemunha sem capina chegou a apresentar, cerca de 50 plantas de nabiça m-2. Este fato reafirma a baixa capacidade de competição da cultura, indicando um curto período anterior a interferência (PAI) de aproximadamente, 20 dias após o transplantio (DAT), conforme estudos de Souza et al., (2014). Os tratamentos onde foi associado diuron e pyroxasulfone na dose de 50 g ha-1 e o que contou somente com a aplicação de diuron foram os menos eficientes na redução da emergência de nabiça, tendo cerca de 25 plantas m-2. Os demais tratamentos utilizando herbicidas demonstraram um comportamento semelhante, no qual o número de nabiças m-2 ficou entre 10 e 20 plantas. Já aos 30 DAA, a associação de diuron com pyroxasulfone e flumioxazin em dose de 90 + 60 (g ha-1) e a testemunha capinada apresentaram o número de plantas de nabiça m-2 estatisticamente iguais aos demais tratamentos que fizeram o uso de herbicidas, com exceção apenas do tratamento de associação de pyroxasulfone na menor dose (50 g ha-1) com diuron, e do que contou somente com a aplicação de diuron, que ainda mantiveram seu controle abaixo dos demais. Na última avaliação, em 45 DAA, as respostas foram as mesmas da anterior. Sua única mudança de conformação foi para diuron e pyroxasufone em dose de 75 g ha-1, que nesta avaliação demonstrou um aumento no número de nabiças m-2, se igualando à mistura de diuron com pyroxasulfone na dose de 50 g ha-1 e ao diuron aplicado de maneira isolada. O flumioxazin apresenta um maior espectro de controle de plantas daninhas de folha larga. Como consequência disto, é possível observar que no tratamento onde há associação deste herbicida com diuron e pyroxasulfone em maior dose, há um menor número de nabiças. Ao contrário do flumioxazin, o pyroxasulfone é um graminicida com espectro de ação em plantas daninhas de folha larga com semente pequena (PRESOTO et al., 2022). De acordo com Oliveira et al. (2001, apud MARCUSSI, 2020), pesquisas já vêm sendo realizadas sobre a ação de controle de plantas daninhas de folhas largas pelo pyroxasulfone, como demonstrado no presente trabalho, no qual a mistura de diuron com pyroxasulfone 100 g ha-1 obteve um bom controle da infestação de nabiças, sendo estatisticamente igual aos que tiveram a associação com flumioxazin. 27 Figura 5 – Número de plantas de nabiça m-2 em função da aplicação de herbicidas de pré- emergência, em Curitibanos/SC. Fonte: autora, 2023. O somatório das 12 espécies de plantas daninhas presentes (incluindo a nabiça) foi agrupado em apenas um gráfico. De modo geral, nas três avaliações todos os tratamentos para número total de plantas daninhas m-2 (Figura 6) responderam da mesma maneira que para plantas de nabiças m-2, uma vez que esta foi a espécie predominante na flora infestante da cebola. 28 Figura 6 – Número total de plantas daninhas m-2 em função da aplicação de herbicidas de pré- emergência, em Curitibanos/SC. Fonte: autora, 2023. Ao analisar ambas as variáveis referentes ao número de plantas daninhas (Figuras 5 e 6), é possível perceber que as misturas de pyroxasulfone (50 e 75 g ha-1) com diuron e a aplicação somente de diuron não são eficazes no controle de plantas daninhas em pré- emergência. Ou seja, estes tratamentos não impediram que as plantas daninhas emergissem e causassem danos à cultura. Este fato se confirma através da analise dá porcentagem de controle da matoinfestação (Figura 7). Nas avaliações referentes a porcentagem de controle das plantas daninhas, nos 15 e 30 DAA, percebe-se um padrão no desempenho dos tratamentos. Nestas análises, a associação pyroxasulfone (50 e 75 g ha-1) com diuron e a aplicação somente de diuron se apresentaram 29 menos eficientes no controle das plantas daninhas quando comparados aos demais tratamentos. Entretanto na primeira avaliação, aos 15 DAA, somente a menor dose de pyroxasulfone (50 g ha-1) associado ao diuron resultou em um controle insatisfatório (< 80%), já aos 30 DAA, a associação de diuron com pyroxasulfone em dose75 g ha-1 e o diuron aplicado sozinho, também demonstram a mesma ineficiência. Os demais tratamentos com herbicidas, em ambas as avaliações, obtiveram uma grande semelhança de controle, além de ter um controle satisfatório (> 80%). Figura 7 – Porcentagem de controle de plantas daninhas em função da aplicação de herbicidas de pré-emergência, em Curitibanos/SC. Fonte: autora, 2023. Dentre os tratamentos, todas misturas de diuron, pyroxasulfone e flumioxazin (60 + 40, 75 + 50 e 90 + 60 g ha-1) continuavam com um controle acima de 80% aos 45 DAA. Entretanto, 30 na última avaliação, aos 60 DAA, somente a associação de pyroxasulfone + flumioxazin na maior dose (90 + 60 g ha-1) com o diuron demonstrou um controle satisfatório, resultando em 88,5%. Além disto, o padrão de ineficiência da associação de diuron e pyroxasulfone nas doses de 50 e 75 g ha-1, e do diuron aplicado isolado, se evidencia ainda mais nesta análise, pois apresentam controle abaixo de 50%. As avaliações de número de plantas daninhas e porcentagem de controle evidenciam que a mistura das moléculas de pyroxasulfone e flumioxazin, em combinação com o herbicida diuron, em todas as dosagens testadas, obtiveram um bom desempenho, apesar de que somente a maior dose de pyroxasulfone + flumioxazin (90 + 60 g ha-1) atingiu um controle satisfatório na avaliação realizada aos 60 DAA. Embora o controle completo da infestação não tenha sido possível, a aplicação da mistura em maior dose diminuiu a população das plantas daninhas a um nível de baixa competitividade. Segundo Marcussi (2020), a combinação destas moléculas tem se mostrado eficaz e apresentado sinergismo no controle de plantas daninhas em pré- emergência. Sua aplicação também tem sido eficiente em culturas como a soja (COPATTI, 2022) e o milho (MARCUSSI, 2020). Além disto, o trabalho de Novais et al. (2023), demonstra que a mistura destas moléculas, em doses de 100 + 66,67 e 200 + 133,33 g ha-1, proporciona um expressivo efeito residual superior a 90 dias, em solos de textura argilosa e franco-arenosa. Entretanto, a aplicação isolada de diuron não foi satisfatória para o controle em pré- emergência das daninhas. Este resultado é contrário a outros trabalhos que demonstram um controle satisfatório do herbicida, com resultados acima de 90% em aplicações de 1,6 e 3,2 kg ha-1 em pré-emergência, para solo argiloso, no controle do capim-braquiária (Brachiaria decumbens) em casa de vegetação (INOUE et al., 2011). Vale ressaltar que as doses de diuron desse trabalho foram muito superiores aos 0,5 kg utilizados no ensaio com cebola. Algumas espécies de plantas daninhas controladas pelo diuron são: a malva branca (Sida cordifolia), o picão-preto (Bidens pilosa), o carrapicho-de-carneiro (Acanthospermum hispidum), a guanxuma (Sida rhombifolia), o capim-colchão (Digitaria spp.), o caruru (Amaranthus viridis), (BIFFE et al., 2007; BIFFE et al., 2009), o leiteiro (Euphorbia heterophylla), a corda-de-viola (Ipomoea grandifolia), a manjerioba (Senna occidentalis) e a nabiça (Raphanus raphanistrum) (CAMPOS; VITORINO; MARTINS, 2012). A molécula pyroxasulfone também se mostrou ineficiente para o controle das plantas daninhas na área experimental, principalmente nas menores doses. Porém, sua eficácia já foi comprovada, demonstrando um controle de 90% em espécies como o capim-colchão (Digitaria spp.), o caruru (Amaranthus retroflexus) e o capim-arroz (Echinochloa crusgalli), além de apresentar uma boa atividade residual no solo (NURSE et al., 2011; YAMAJI et al., 2014). 31 Vale ressaltar que estas espécies são gramíneas ou dicotiledôneas com sementes pequenas, no caso do caruru, sendo os principais alvos desse herbicida. Há diversos fatores que podem levar à diminuição da efetividade dos herbicidas aplicados em pré-emergência, alguns deles são: os processos físicos-químicos relacionados aos processos de sorção e dessorção ao solo, o excesso de chuva ou de irrigação, a espécies infestantes (OLIVEIRA JÚNIOR; CONSTANTIN; INOUE, 2011), e a temperatura (QASEM, 2005). O controle insatisfatório das plantas daninhas pelos herbicidas diuron e pyroxasulfone, pode estar ligado, principalmente, pelas características do solo, pela dosagem aplicada e pela alta infestação da nabiça. A textura do solo e suas propriedades químicas influenciam a capacidade de ligação dos herbicidas no solo e, consequentemente, o controle de plantas daninhas (WESTRA et al., 2023). O teor de argila, matéria orgânica e capacidade de troca catiônica (CTC), afetam diretamente o processo de sorção dos produtos, assim a recomendação de doses dos herbicidas residuais varia conforme a classe textural do solo (ARSEGO, 2009). Segundo Westra et al. (2023), a sorção do pyroxasulfone ao solo está relacionada ao seu teor de matéria orgânica (MO). Ou seja, quanto maior o teor de MO no solo, maior será a sorção do pyroxasulfone, que ocasionará um menor o controle das plantas daninhas na área. O processo de sorção do diuron também é influenciado pela MO, mas principalmente pelo teor de argila no solo. Segundo Arsego (2009), ao analisar diversos solos de diferentes classes texturais, foi observado que para os solos argilosos o processo de sorção e retenção de diuron foi intenso. Segundo Novais et al. (2023), solos de textura argilosa, como a do presente trabalho, retém as moléculas dos herbicidas em maior quantidade, e permitem que haja um maior residual. Em sistema de transplantio, apesar da muda já apresentar melhor capacidade de competição, apenas uma única aplicação de herbicida em pré-emergência não demonstra eficiência para garantir o controle satisfatório da infestação, sendo necessário complementações com aplicações na pós-emergência das plantas daninhas (SOUZA, 2015). As dosagens também podem ser grandes responsáveis pela ineficiência do produto, uma vez que, quantidades mais baixas estão diretamente ligadas ao menor controle de plantas daninhas (CONCENÇO et al., 2006; MEGGUER et al., 2012) e à baixa atividade residual. Entretanto, segundo Presoto et al. (2022), os testes com doses reduzidas são importantes para avaliar a contribuição de cada molécula na porcentagem de controle, uma vez que altas doses resultam na plena eficácia dos produtos. Além disso, a cebola é muito sensível a herbicidas, não tolerando doses elevadas de herbicidas, como o diuron. 32 Quanto à alta infestação da nabiça, percebe-se que os herbicidas e doses testados foram capazes de realizar um controle no fluxo inicial das plântulas. Esta planta daninha demonstra alta capacidade competitiva com espécies cultivadas devido ao seu rápido crescimento (BARROSO, 2010; FRANCESCHETTI et al., 2019) através da emissão de ramificações laterais que geram plantas com maior área foliar e dossel. Além disso, uma única planta de nabiça pode chegar a produzir cerca de 300 sementes por metro que muitas vezes entram em dormência por um período prolongado (CHEAM; CODE, 1995; WARWICK; FRANCIS, 2005). Suas características, em conjunto à diminuição da atividade residual dos herbicidas, às baixas temperaturas e à baixa capacidade de competição da cebola, permitiram novos fluxos de emergência ao longo do desenvolvimento da cultura. O acúmulo de massa seca de plantas daninhas está diretamente ligado a porcentagem de controle das plantas daninhas. Ao analisar esta variável, percebe-se que, quanto maior o controle, menor foi o acúmulo de massa seca da comunidade infestante (Figura 8). Figura 8 – Acúmulo de massa seca de plantas daninhas (g m-2) em função da aplicação de herbicidas de pré-emergência, em Curitibanos/SC. Fonte: autora, 2023. A testemunha sem capina apresentou o maior acúmulo de massa seca, chegando a 292,4 g m-2. Os tratamentos com mistura de diuron e pyroxasulfone em menor dose (50 g ha-1) e com diuron isolado, demonstram uma semelhança estatística, apresentandoos maiores pesos de massa seca entre os tratamentos com aplicação de herbicidas, com respectivamente, 122,08 e 150,16 g m-2. Este padrão também é encontrado em trabalhos como o de Copatti (2020) e de Presoto et al. (2022). 33 O menor acúmulo de massa seca foi encontrado no tratamento com a aplicação de diuron associado ao pyroxasulfone + flumioxazin na maior dose (90 + 60 g ha-1), que apesar de se diferenciar estatisticamente da testemunha capinada, apresentou menos de 10 g m-2. A aplicação de maiores dosagens de pyroxasulfone + flumioxazin, em pré-emergência, se mostrou essencial no controle satisfatório e na promoção de um baixo acúmulo de massa seca de plantas daninhas, como o capim-colonião (Panicum maximum) (PRESOTO et al., 2022) e o caruru (Amaranthus tuberculatus) (FERRIER et al., 2022). A Figura 9, permite observar as diferenças na infestação, controle e acúmulo de massa verde nos tratamentos aos 60 DAA, em alguns tratamentos como o diuron isolado e na testemunha sem capina, não é possível visualizar as plantas de cebola, em função do altíssimo acúmulo de massa verde das plantas de nabiça. 34 Figura 9 – Acúmulo de massa verde aos 60 DAA em função de herbicidas de pré-emergência, em Curitibanos/SC. a) D (500) + P (50) g ha-1; b) D (500) + P (75) g ha-1; c) D (500) + P (100) g ha-1; d) D (500) + [P (60) + F (40)] g ha-1; e) D (500) + [P (75) + F (50)] g ha-1; f) D (500) + [P (90) + F (60)] g ha-1; g) D (500) g ha-1; h) Testemunha capinada; i) Testemunha sem capina. Fonte: autora, 2022. Durantes as avaliações de controle e contagem das espécies de plantas daninhas também foi avaliada a fitointoxicação das plantas de cebola. Em nenhum momento foi perceptível a ocorrência de sintomas visuais de fitointoxicação após a aplicação dos herbicidas. Os resultados mostram que os tratamentos com herbicida e a testemunha capinada tiveram um comportamento semelhante quanto ao estande de plantas de cebola, com valores entre 7 a 9 bulbos m-1. No entanto, a matocompetição reduziu esta variável na cebola, pois apenas a testemunha sem capina, na qual não houve nenhum controle das plantas daninhas, foi a) b) c) e) d) f) g) h) i) 35 observado diferenças, com 4 bulbos m-1 (Figura 10a). Khokhar et al. (2006) e Qasem (2005), demonstram que, além da testemunha capinada, os tratamentos com herbicida também obtiveram um maior número de bulbos em comparação com testemunha infestada de plantas daninhas. Figura 10 – Estande (plantas m-1) (a) e diâmetro de bulbos (mm) (b) de cebola em função da aplicação de herbicidas de pré-emergência, em Curitibanos/SC. Fonte: autora, 2023. Os tratamentos com menor controle de plantas daninhas apresentam menor diâmetro de bulbos. Os bulbos dos tratamentos da associação de diuron e pyroxasulfone (50 e 75 g ha-1), e do diuron aplicado isolado foram os mais afetados, apresentando diâmetro médio entre 28 a 45 mm, sendo classificados como bulbos não comerciais, se analisado o valor médio. As infestações ao longo de todo o ciclo da cultura geram um efeito ainda pior no diâmetro de bulbos de cebola, visto que o menor diâmetro de bulbos foi obtido na testemunha sem capina, com tamanho médio de 25 mm. Porém, mesmo que não tenha sido observado em todos os herbicidas semelhança a testemunha capinada, nota-se que, os tratamentos com herbicidas aumentaram o valor médio desta variável se comparados com a testemunha infestada por plantas daninhas (Figura 10b), corroborando com estudos de Qasem, (2005). Segundo Islam et al. (2020), áreas de cebola sob condição de plantas daninhas tem seus parâmetros de crescimento afetados. Um exemplo de característica da cultura que é afetada pela matocompetição, é o diâmetro dos bulbos (QASEM, 2006). Estas perdas podem ser observadas principalmente em áreas onde há a presença de nabiça. Em alta densidade populacional, a nabiça pode levar a diminuição na altura da planta, diâmetro do caule, área foliar, diâmetro do bulbo e massa seca da cebola (FRANCESCHETT et al., 2019). 36 Outras pesquisas mostram resultados semelhantes, onde cebolas transplantadas, em competição com plantas daninhas durante todo o ciclo, tem seu diâmetro, peso e estande drasticamente reduzidos, resultando em baixa produtividade de bulbos (ISLAM, 2020; QASEM 2006). A baixa produtividade total de bulbos é fortemente evidenciada na testemunha sem capina, que apresentou uma produtividade total de 2947 kg ha-1 (Figura 11a). A infestação de plantas daninhas em todo o ciclo de cultivo da cebola, resultou em uma diminuição de cerca de 90,28% na produtividade total, quando comparada a testemunha capinada. Estes dados corroboram com trabalhos de Qasem (2006), Ferreira (1985), Soares et al. (2004), Soares et al. (2003) e Zanatta et al. (2006), nos quais houve a diminuição da produtividade da cebola em, respectivamente, 89%, 92%, 94,5%, 95%, e até mesmo 100%. Figura 11 – Produtividade total de bulbos (a) e produtividade de bulbos comerciais (b) (kg ha- 1) de cebola em função da aplicação de herbicidas de pré-emergência, em Curitibanos/SC. Fonte: autora, 2023. O segundo pior resultado foi obtido quando o diuron foi aplicado isolado, com produtividade de 6265 kg ha-1, seguido da sua associação de pyroxasulfone na menor dose (50 g ha-1) que teve uma produtividade em, cerca de, 9201 kg ha-1. Em compensação, as misturas de diuron, pyroxasulfone e flumioxazin em dose 75 + 50 e 90 + 60 g ha-1, foram capazes de alcançar um rendimento de aproximadamente 23500 kg ha-1, reforçando o fato de que para almejar uma boa produtividade em cultivos de cebola, é imprescindível realizar o controle de plantas daninhas infestantes na lavoura. Segundo Qasem (2005), o herbicida oxadiazon aplicado em pré-emergência, e o oxyfluorfen em pós-emergência, aumentaram a produtividade da cebola em relação a testemunha infestada. Tratamentos com herbicidas podem demonstrar 37 uma produtividade igual ou até maior que a da testemunha capinada (FERREIRA, 1985), revelando que em condições favoráveis, dose e época certa de aplicação geram controles e um rendimento efetivo. A testemunha capinada alcançou uma produtividade de 30,34 mil kg ha-1, se igualando a média de produtividade catarinense da safra 2022/23. A matointerferência, além das drásticas perdas de produtividade total de bulbos da cebola, tem como consequência a diminuição da produtividade de bulbos comercializáveis, que podem ser reduzidas em até 100% (SIMON et al., 2012; SOARES et al., 2003). Isto pode ser observado na testemunha sem capina, onde a produtividade de bulbos comerciais foi zero. Esta análise mostra que nem todos os métodos de controle com aplicação de herbicidas foram eficientes no aumento do rendimento de bulbos comercializáveis, quando comparados a testemunha infestada (Figura 11b). Souza (2014), demonstrou que a presença de plantas daninhas como a nabiça e o capim- colchão podem impulsionar a perda de 100% dos bulbos comerciais. Ou seja, quanto maior a densidade destas plantas daninhas, maior a proporção de bulbos industrializáveis, e consequentemente reduz a produtividade de bulbos comerciais (QASEM, 2006). O incremento na produtividade de bulbos classificados como indústria em tratamentos com maior presença de daninhas pode ser atribuído à competição com a cebola por recursos do meio como água, nutrientes e luz, que resultou em tamanho de bulbo reduzido, enquanto o uso de herbicidas controla a infestação e proporciona um melhor ambiente para o desenvolvimento dos bulbos (KHOKHAR, 2006). Os melhores resultados foram obtidos pela testemunha capinada, com 21772 kg ha-1 de bulbos comercializáveis, que representam 71,7% do total. Dentre os tratamentos com aplicações de herbicida, novamente a associação de pyroxasulfone + flumioxazin (90 + 60 g ha-1) ao diuron foi o melhor, com uma produtividade de bulbos comerciaisde 15424 kg ha-1, o que representa 66,2% da sua produtividade total. A efetividade da mistura em pré-emergência, foi o fator crucial para a alta produção de bulbos comerciais, uma vez que, segundo Qasem (2005), para evitar perdas significativas na produção de cebola, as plantas daninhas devem ser controladas no início da safra. O estudo destas variáveis evidencia ainda mais a importância do uso de herbicidas de pré-emergência, além de demonstrar que o pyroxasulfone e o pyroxasulfone + flumioxazin são uma nova opção de controle de plantas daninhas infestantes para a cultura da cebola. Com isto, é imprescindível a necessidade do estudo destas moléculas, a fim de possibilitar o futuro registro para a cultura. 38 5 CONCLUSÃO A mistura de herbicidas diuron com pyroxasulfone e flumioxazin em maior dosagem (90 + 60 g ha-1) foi a mais eficiente no controle das plantas daninhas. Esta mistura proporcionou um baixo acúmulo de massa seca da infestação e, obteve uma maior produtividade de bulbos totais e comerciais. O diuron e suas misturas com pyroxasulfone não se demonstraram tão eficientes no controle de plantas daninhas na área de cultivo da cebola. A infestação de plantas daninhas em todo seu ciclo resultou em uma diminuição de cerca de 90,28% na produtividade total, quando comparada a testemunha capinada. Não foram detectados sinais visíveis de fitointoxicação na cultura após a aplicação dos herbicidas com associação do diuron ao pyroxasulfone, e ao pyroxasulfone + flumioxazin. 39 REFERÊNCIAS ADAPAR. Diuron Nortox. Disponível em: <https://www.adapar.pr.gov.br/sites/adapar/arquivos_restritos/files/documento/2020- 12/diuronnortox500ec.pdf>. Acesso em: 27 set. 2022. ANACE. Associação Nacional dos Produtores de Cebola. Cebola é fonte de renda para agricultores familiares em SC. Brasília/DF, 2018. Disponível em: <http://www.anacebrasil.com.br/cebola-e-fonte-de-renda-para-agricultores-familiares-em-sc>. Acesso em: 10 set. 2022. ARSEGO, I. B. 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